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Administração Financeira e
Orçamentária I
Autoria
Jailson Portugal Ribeiro
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
E ORÇAMENTÁRIA I
ReitoR:
Prof. Cláudio ferreira Bastos
Pró-reitor administrativo financeiro: 
Prof. rafael raBelo Bastos
Pró-reitor de relações institucionais:
Prof. Cláudio raBelo Bastos
diretor de oPerações:
Prof. José Pereira de oliveira
coordenação Pedagógica:
Profa. Maria aliCe duarte G. soares
coordenação nead:
Profa. luCiana r. raMos
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou 
parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia 
fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedi-
dos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, 
deverão ser dirigidos à Reitoria.
expediente
Ficha técnica
autoria: 
Jailson PortuGal riBeiro
suPervisão de Produção nead:
franCisCo Cleuson do nasCiMento alves
design instrucional:
antonio Carlos vieira
Projeto gráfico e caPa:
franCisCo erBínio alves rodriGues / 
JoCivan de Castro Costa 
diagramação e tratamento de imagens:
JoCivan de Castro Costa /
MiGuel José de andrade Carvalho
revisão textual: 
eManoela de araúJo
Ficha catalogRáFica
catalogação na publicação
biblioteca centRo univeRsitáRio ateneu
RIBEIRO, Jailson Portugal. Administração Financeira e Orçamentaria I. Jailson 
Portugal Ribeiro. – Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2019.
112 p. 
ISBN:
1. Administração financeira. 2. Demonstração financeira. 3. Alavancagem. 4. Capital. 
Centro Universitário Ateneu. II. Título.
Caro estudante, é com grande satisfação que 
apresento o material didático da disciplina Administração 
Financeira e Orçamentária I. Ao ler e estudar por este 
material, você terá condições, como profissional, de 
analisar situações do dia a dia e tomar atitudes embasadas 
no conhecimento adquirido. 
Este livro está dividido em quatro unidades de acordo 
com a ementa da disciplina. Primeiramente, iniciaremos com 
a visão geral da administração financeira. Posteriormente, 
trabalharemos pormenorizadamente sobre as principais 
demonstrações financeiras, valor do dinheiro no tempo, 
alavancagem, estrutura financeira e capital de giro.
 Não é nosso objetivo esgotar todo o assunto, ao 
contrário, você deverá procurar outras fontes além deste 
livro para aprofundar seu conhecimento e estar sempre 
atualizado sobre os temas estudados aqui. 
A partir da leitura você estará apto a analisar e 
interpretar as principais demonstrações financeiras, 
dominar o conceito de valor do dinheiro no tempo, analisar 
com facilidade as questões sobre alavancagem e estrutura 
financeira e ter conhecimento no que diz respeito à capital 
de giro. 
Bons estudos!
seja bem-vindo!
Sumário
UNIDADE 01
VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1. Conceitos de finanças ........................................................................................8
1.1. Principais áreas e oportunidades da carreira em finanças .........................9
1.2. Principais conceitos em Administração Financeira ...................................10
2. Objetivos e funções da Administração Financeira ............................................13
2.1. Estrutura da função financeira ..................................................................13
2.2. Relação com a Economia .........................................................................14
2.3. Relação com a Contabilidade ...................................................................14
2.4. Ênfase nos fluxos de caixas .....................................................................16
2.5. Tomada de decisão ...................................................................................16
3. Sistema Financeiro Nacional (SFN) .................................................................17
3.1. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN) .....................................18
Referências ..........................................................................................................31
UNIDADE 02
AS PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, SEUS INDICADORES E 
SUAS ANÁLISES
1. Principais demonstrações financeiras ..............................................................34
1.1. Balanço Patrimonial (BP) ..........................................................................34
1.2. Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) ...................................44
2. Indicadores econômico-financeiros ..................................................................49
2.1. Índices de liquidez ....................................................................................49
2.2. Índices de endividamento ..........................................................................50
2.3. Índices de rentabilidade .............................................................................51
3. Análises das demonstrações financeiras .........................................................52
3.1. Análise vertical ........................................................................................52
3.2. Análise horizontal ......................................................................................54
Referências ..........................................................................................................57
UNIDADE 03
VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO EM FINANÇAS, ALAVANCAGEM E ESTRU-
TURA DE CAPITAL
1. As características do valor do dinheiro no tempo .............................................60
1.1. Valor futuro versus valor presente ............................................................60
2. Regimes de capitalização .................................................................................62
2.1. Regime de capitalização simples ..............................................................62
2.2. Regime de capitalização composta ...........................................................63
2.3. Conceitos referentes a taxas .....................................................................64
3. Inflação .............................................................................................................66
3.1. Principais índices de preços ......................................................................66
4. Alavancagem ....................................................................................................69
4.1. Alavancagem operacional .........................................................................70
4.2. Alavancagem financeira ............................................................................73
4.3. Alavancagem total .....................................................................................74
5. Análise do ponto de equilíbrio .........................................................................76
5.1. Relação da variação dos custos e ponto de equilíbrio ..............................77
5.2. Ponto de equilíbrio contábil ......................................................................77
5.3. Ponto de equilíbrio financeiro ....................................................................78
5.4. Ponto de equilíbrio econômico .................................................................79
Referências .........................................................................................................83
UNIDADE 04
CUSTO E ESTRUTURA DE CAPITAL
1. Visão geral de custo de capital .........................................................................86
1.1. Fontes de financiamento da empresa ......................................................87
2. Custo médio ponderado de capital (cmpc) .......................................................89
3. Custo de capital próprio e de terceiros .............................................................95
4. Ciclo financeiro e ciclo operacional ..................................................................96
5. Capital de giro líquido .....................................................................................1005.1. Variação do ativo circulante e do passivo circulante ..............................103
6. Necessidade de capital de giro ......................................................................105
6.1. Capital de giro disponível ......................................................................107
Referências ....................................................................................................... 111
AS PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, 
SEUS INDICADORES E SUAS ANÁLISES
Apresentação
Nesta unidade, discutiremos as principais demonstrações financeiras, como o 
Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), no to-
cante aos seus conceitos, suas estruturas e suas contas. Veremos algumas definições 
de autores renomados no campo das finanças e no campo da contabilidade.
Ainda serão explanados alguns dos indicadores financeiros mais usados, indi-
cadores esses que contemplam as óticas de liquidez, rentabilidade e endividamento. 
Por fim, serão estudadas as análises das demonstrações financeiras, tais como a aná-
lise vertical ou de estrutura e a análise horizontal ou de evolução.
Uni
34 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM
• Conhecer as principais demonstrações financeiras;
• Entender quem utiliza e como são constituídos os indicadores econômico-financeiros;
• Aprender a utilizar os índices de análise da liquidez de uma empresa;
• Aprender a utilizar os índices de análise da rentabilidade de uma empresa;
• Aprender como definir e aplicar a análise horizontal e vertical nas demonstra-
ções financeiras.
1. PrinCiPais demonstrações finanCeiras
Quando falamos em demonstrações financeiras, surgem vários conceitos, 
tais como Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e Demonstração dos 
Fluxos de Caixa (DFC). Nesta unidade, iremos focar nas duas mais importantes de-
monstrações financeiras, que são o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE).
1.1. balanço Patrimonial (bP)
O Balanço Patrimonial (BP) é uma demonstração financeira que carrega, re-
sumidamente, a situação financeira patrimonial de uma organização, seja ela pú-
blica, seja ela privada, com ou sem fins lucrativos. O Balanço Patrimonial evidencia 
fatores quantitativos e qualitativos em um dado momento (normalmente em 31 de 
dezembro de cada ano).
Várias empresas grandes operam num ciclo financeiro de 12 meses, definido como 
ano fiscal, que se encerra em uma data diferente de 31 de dezembro de cada ano. Além 
disso, é comum elaborar mensalmente demonstrações de resultados para a administração 
e demonstrações de resultado trimestrais, que são obrigatórias no caso de a empresa ser 
uma companhia aberta.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 35
O Balanço Patrimonial (BP) é a situação estática do patrimônio da empresa. 
Essa situação mostra todos os bens (tangíveis e intangíveis), bem como os direitos, as 
obrigações e a situação líquida. 
O BP será publicado fazendo menção aos valores presentes no exercício ante-
rior, ou seja, a companhia, ao publicar o balanço atual, também publicará o balanço do 
exercício anterior.
A empresa pode optar por eliminar os três últimos dígitos dos valores e os centavos 
dos números dispostos no balanço patrimonial, contanto que, no cabeçalho da demonstra-
ção, esteja disposta a expressão “em R$ milhares”.
1.1.1. Classificação das contas
De acordo com a Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades por ações ou Lei das 
Sociedades Anônimas – S.A.), existem duas classes de contas: as contas do ativo e 
as contas do passivo. 
No qual:
• Grupo de contas 
Grupo de contas são subdivisões das classes de contas, ou seja:
Ativo (Classe)
Ativo Circulante
 Grupos de Contas
Ativo Não Circulante 
1
4
2
4
3
Passivo (Classe)
Passivo Circulante
Passivo Não Circulante Grupos de Contas
Patrimônio Líquido 
1
4
2
4
3
36 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
• Subgrupos de contas
Corresponde à subdivisão dos grupos de contas, isto é:
Ativo Não Circulante (Grupo) 
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
 Subgrupos de ContasImobilizado
Intangível
1
4
4
2
4
4
3
Patrimônio Líquido (Grupo)
Capital Social
Reservas de Capital
(-) Ações em Tesouraria
Reservas de Lucros 
Subgrupos de Contas 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Prejuízos Acumulados
1
4
4
4
4
2
4
4
4
4
3
• Contas
As contas são os elementos patrimoniais e de resultado.
Exemplo:
Ativo (Classe)
 Ativo Circulante (Grupo)
 Disponibilidades (Subgrupo)
 Caixa 
 Bancos – Conta Movimento
 Numerários em Trânsito 
1
4
2
4
3
 Contas
 Aplicações de Liquidez Imediata
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 37
• Subcontas
Corresponde ao menor grau de detalhamento contido no balanço patrimonial.
Exemplo:
Ativo (Classe)
 Ativo Circulante (Grupo)
 Disponibilidades (Subgrupo)
 Bancos – Conta Movimento (Conta)
 Banco do Brasil
 Caixa Econômica Federal
 Bradesco 
1
4
4
4
2
4
4
4
3
 
Subcontas
 Santander
 Itaú 
1.1.2. Itens patrimoniais: conteúdo, conceito e estrutura 
No que diz respeito ao Balanço Patrimonial, as contas existentes 
são classificadas de acordo com os elementos patrimoniais que 
registrem (bens, créditos, obrigações e situação líquida), e agru-
padas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação 
financeira da companhia.
No ativo, as contas serão apresentadas de forma decrescentemen-
te de acordo com o grau de liquidez dos fatos registrados, nos gru-
pos a seguir:
a) Ativo Circulante;
b) Ativo Não Circulante, composto como visto anteriormente por ativo 
realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
No passivo, as contas são apresentadas pelo seu grau de exigibili-
dade dos fatos registrados, nos grupos a seguir:
a) Passivo Circulante;
b) Passivo Não Circulante;
Patrimônio Líquido, dividido, como vamos ver mais adiante, em ca-
pital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, 
reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
(MORAES JUNIOR, 2011, p. 242).
38 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
Quadro 01: Balanço Patrimonial.
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível 
Passivo Circulante
Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido
Capital Social
( - ) Ações em tesouraria
Ajuste de avaliação patrimonial
Reservas de lucros
Reservas de capital
( - ) Prejuízos acumulados
Fonte: Elaborado pelo autor.
Liquidez corresponde à velocidade que um ativo se converte em caixa, ou seja, a 
facilidade que o ativo pode ser convertido em dinheiro. Se uma empresa tem em seu ativo 
uma aplicação financeira que pode ser resgatada a qualquer momento e um imóvel, a 
aplicação vai ser disposta antes do imóvel pelo fato de ter mais liquidez. 
1.1.2.1. Ativo circulante
O ativo circulante é composto pelas seguintes contas:
a) Disponibilidades: nesse subgrupo de contas, são alocados os elementos 
que podem ser convertidos em espécie de maneira imediata, isso quer dizer que para 
ser classificado nesse grupo, o ativo deve possuir liquidez imediata. 
b) Direitos realizáveis até o exercício social seguinte: nessa subconta, os 
bens podem ser segregados em duas vertentes, bens e créditos.
Exemplo: Bens – Nessa vertente, são contemplados os estoques de mercado-
rias e os estoques de materiais de uso ou consumo.
ADMINISTRAÇÃOFINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 39
Créditos – Nessa outra vertente, são contemplados elementos como duplica-
tas a receber, adiantamento a empregados, adiantamento a fornecedores, impostos a 
recuperar.
c) Aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte: nesse 
subgrupo, são alocadas despesas que ainda não aconteceram, tais como salários, 
aluguéis e despesas com seguros. A conta de alocação desses fatos chama-se 
despesas antecipadas. 
1.1.2.2. Ativo não circulante
O grupo do ativo não circulante, como visto anteriormente, é constituído por 
subgrupos. Esses subgrupos são segregados em realizável a longo prazo, investimen-
tos, imobilizado e intangível. Veremos cada um pormenorizadamente a seguir.
No ativo não circulante (realizável a longo prazo), são classificados todos os 
direitos realizáveis após o término do exercício seguinte. 
Percebe-se que o realizável a longo prazo pode ser dividido em 
duas vertentes:
• Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte: duplica-
tas a receber, (longo prazo), promissórias a receber (longo prazo), 
estoques (longo prazo), despesas antecipadas (longo prazo), etc.;
• Direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a 
sociedades coligadas, sociedades controladas, diretores, acionis-
tas e participantes no lucro da companhia. (Art. 179, II, da Lei nº 
6.404/1976).
Os investimentos apresentados no ativo não circulante podem refletir in-
vestimentos em outras sociedades, como também direitos de natureza diversa. Esses 
direitos não são classificados no ativo circulante, pois a sua finalidade fim não é a ma-
nutenção da atividade da empresa. Podemos citar alguns exemplos dos fenômenos 
descritos nos parágrafos anteriores, são eles as participações permanentes em outras 
sociedades, terrenos, obras de arte, etc.
Para Moraes Junior (2011, p. 247), o imobilizado pode ser definido como bens 
que se apresentam de forma corpórea, como também custos das benfeitorias realiza-
das em bens locados ou bens de objeto de contrato de leasing.
40 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
Os bens classificados como imobilizados são aqueles mantidos por uma en-
tidade para uso na produção ou na comercialização de mercadorias ou serviços, para 
locação ou para finalidades administrativas. Constituem bens que possuem a expectati-
va de serem utilizados por mais de 12 meses, destinados à manutenção das atividades 
da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, e bens que possuem 
custos que podem ser mensurados com segurança. Podemos citar alguns exemplos de 
ativos imobilizados, são eles as máquinas, equipamentos, veículos (próprios e objetos 
de arrendamento mercantil financeiro), móveis, etc.
O intangível surgiu com a publicação da Lei nº 11.638/2007. No intangível são 
classificados os bens e direitos de caráter incorpóreos. 
Geralmente o subgrupo intangível é composto pelas seguintes contas:
• Marcas;
• Softwares;
• Licenças e franquias;
• Fórmulas;
• Modelos;
• Protótipos;
• Direitos autorais.
Em alguns casos, o intangível pode estar contido em elementos que possuem 
substâncias físicas, isto é, sejam tangíveis. Alguns exemplos desses casos são as docu-
mentações jurídicas que contenham o registro das licenças e patentes em um filme ou em 
um disco, no caso de softwares.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 41
1.1.2.3. Passivo circulante
O passivo circulante corresponde às obrigações da empresa, tais como fi-
nanciamentos tomados pela empresa que vencem até o exercício seguinte.
Geralmente o passivo circulante é composto pelas seguintes contas:
• Obrigações financeiras: financiamentos, empréstimos bancários, etc.;
• Obrigações fiscais: IPI a recolher, ICMS a recolher, etc.;
• Obrigações com fornecedores: duplicatas a pagar, etc.;
• Obrigações trabalhistas: encargos sociais a recolher, salários a pagar, etc.;
• Provisões: provisão de 13º salário, provisão para contingências, provisão 
para 13º salário, etc.;
• Outras obrigações: aluguéis a pagar, multas a pagar, etc.;
1.1.2.4. Passivo não circulante
O passivo não circulante é basicamente composto por obrigações com venci-
mentos após o termino do exercício seguinte. 
Podemos citar como exemplo de contas que compõem o passivo não circulante 
as contas de duplicatas a pagar de longo prazo, promissórias a pagar de longo prazo, 
empréstimos a pagar de longo prazo e debêntures a pagar de longo prazo.
1.1.2.5. Patrimônio líquido
Como explanado anteriormente, o patrimônio líquido, que também é chamado 
de capital próprio, é composto pelos seguintes subgrupos de contas: capital social, re-
servas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesou-
raria e prejuízos acumulados. Veremos a explicação de cada uma das contas a seguir.
Para Moraes Junior (2011, p. 252), o capital social contempla a parte do pa-
trimônio líquido composto por ações subscritas na constituição ou no aumento do 
capital de uma empresa.
O capital social é subdividido em outras duas partes:
• Capital a realizar (ou a integralizar ou não realizado): corresponde às 
ações subscritas que ainda não foram realizadas pelos acionistas;
• Capital realizado (ou integralizado): corresponde às ações subscritas e 
realizadas (mínimo 10%) pelos acionistas.
42 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
As reservas de capital são compostas por valores recebidos pela empresa 
que não transitam pelo resultado, pois não estão ligadas à atividade fim da empresa, ou 
seja, a entrega de bens ou serviços, os valores classificados como reserva de capital 
são dispostos diretamente no patrimônio líquido. 
Serão classificadas como reserva de capital as contas que registrarem:
• A contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor no-
minal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal 
que ultrapassar a importância destinada à formação do capital so-
cial, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou 
partes beneficiárias (Reserva de Ágio na Emissão de Ações)
• O produto da alienação de partes beneficiarias e bônus de subs-
crição (Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição e Reserva 
de Alienação de Partes Beneficiárias). (Art. 182, § 1°, da Lei nº 
6.404/1976).
As reservas de capital possuem limitações. Tais limitações referem-se ao fato 
de que as empresas somente podem usar tal classificação para resgate de partes be-
neficiárias, reembolso ou compra de ações, incorporação ao capital social e pagamento 
de dividendos a ações preferenciais.
Uma das grandes mudanças trazidas pela Lei nº 11.638/2007 foi a criação dos 
ajustes de avaliação patrimonial. Sua função é receber os valores referentes ao pa-
trimônio da empresa que tiver o seu valor revisto, ou seja, aumento ou diminuição de 
valores referentes ao ativo ou passivo. Para serem computados, esses valores não 
podem estar no resultado do exercício. 
As reservas de lucros representam a retenção de parcelas prove-
nientes de ganhos do período, com o objetivo de preservar o Patri-
mônio Líquido de uma sociedade, para posterior destinação. 
As reservas de lucros podem ser:
• Reserva Legal;
• Reservas Estatutárias;
• Reservas para Contingências;
• Reservas de Incentivos Fiscais;
• Reserva de Retenção de Lucros;
• Reserva de Lucros a Realizar
• Reserva Especial de Dividendo Obrigatório não Distribuído;
• Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures. 
(MORAES JUNIOR, 2011, p. 259). 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 43
As ações em tesouraria fazem menção às ações adquiridas pela própria empresa 
e mantidas em tesouraria. A conta ações em tesouraria é uma conta de dedução do patri-
mônio líquido que registra as origens dos recursos destinados à sua aquisição.
De acordo com a Lei nº 11.638/2007, apenas serão registrados no patrimônio 
líquido os prejuízos acumulados, oriundos de prejuízos do período e de períodos an-
teriores, esse fato se deve à obrigação de todo o lucro do período ser distribuído para 
constituição de reservas, aumento de capital ou dividendos.1. Qual a função do Balanço Patrimonial (BP)? 
2. Como se subdivide o Balanço Patrimonial (BP) quando falamos em contas?
3. Cite duas contas do ativo circulante e exemplifique o que pode ser registrado em 
cada uma.
4. Quais subgrupos de contas compõem o ativo não circulante?
5. Quais subgrupos de contas compõem o capital social?
44 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
1.2. Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) carrega um resumo fi-
nanceiro do resultado de uma empresa durante um determinado período, geralmente 
abrangendo um período de um ano, findando em 31 de dezembro de cada ano, porém 
grandes empresas operam em um ciclo financeiro de 12 meses, que se encerra em 
alguma outra data.
1.2.1. Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), aparecem as contas 
de receitas e de despesas, que estarão com seus saldos zerados no final do período 
de apuração.
No Quadro 02, podemos ver a estrutura completa de uma DRE:
Quadro 02: Demonstração de Resultado do Exercício.
Receita Bruta de Vendas ou Receita Operacional Bruta
( - ) Deduções da Receita Bruta
( - ) Deduções de Vendas
( - ) Abatimento sobre Vendas
( - ) Descontos Incondicionais Concedidos
( - ) ISS sobre Vendas
( - ) ICMS sobre Vendas
( - ) PIS e Cofins sobre Vendas
( = ) Receita Líquida de Vendas ou Receita Operacional Líquida
( - ) Custo da Mercadoria/Produto Vendido/Serviço Prestado
( = ) Resultado Operacional Bruto
( - ) Despesas c/Vendas
( - ) Despesas Gerais e Administrativas
( - ) Outras Despesas Operacionais
( + ) Outras Receitas Operacionais
( = ) Resultado Operacional Líquido
( - ) CSLL ou Despesa com Provisão para CSLL
( = ) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda
( - ) IRPJ ou Despesa com Provisão para IRPJ
Resultado Líquido do Exercício
Fonte: Elaborado pelo autor.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 45
1.2.1.1. Receita Bruta de Vendas ou Receita Operacional Bruta
A receita bruta é o primeiro item da DRE, como o próprio nome já diz, essa 
conta faz menção à receita total ou ao total dos serviços prestados no período 
de apuração.
1.2.1.2. Deduções da Receita Líquida
São as deduções que ocorrem sobre as receitas. São elas:
• Abatimentos: se o cliente estiver insatisfeito com a mercadoria ou com 
o serviço do fornecedor, mas decidir que não será necessário devolver a 
mercadoria ou cancelar o serviço, pode entrar em contato com o fornecedor 
e negociar um abatimento por conta de tal ineficiência;
• Devoluções de vendas: diferente do abatimento às mercadorias, estes 
retornam ao cliente devido estarem em desacordo com o pedido;
• Descontos incondicionais: como o nome já diz, esses descontos inde-
pendem de alguma condição para serem dados ao cliente;
• Tributos sobre vendas: são os tributos incidentes sobre as vendas, tais 
como ICMS, PIS, Cofins e ISS.
1.2.1.3. Receita Líquida de Vendas ou Receita Operacional Líquida
A Receita Líquida de Vendas corresponde ao resultado da subtração da recei-
ta bruta pelas deduções de vendas, como mostra o Quadro 03.
Quadro 03: Receita Líquida de Vendas.
Receita Bruta de Vendas ou Receita Operacional Bruta 
( - ) Deduções da Receita Bruta
( - ) Devoluções de Vendas
( - ) Abatimentos sobre Vendas
( - ) Descontos Incondicionais Concedidos
( - ) ISS sobre Vendas
( - ) ICMS sobre Vendas
( - ) PIS e Cofins sobre Vendas
( = ) Receita Líquida de Vendas ou Receita Operacional Líquida
Fonte: Elaborado pelo autor.
46 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
1.2.1.4. Custo de Mercadoria Vendida (CMV)
O Custo da Mercadoria Vendida (ou simplesmente CMV) é efetivamente o custo 
da mercadoria. E é calculado por meio da seguinte fórmula:
CMV = EI + C - EF
No qual: 
EI = Estoque Inicial
C = Compras líquidas do período
EF = Estoque Final
1.2.1.5. Resultado Operacional Bruto
O Resultado Operacional Bruto é o lucro ou o prejuízo operacional bruto, 
após a subtração do custo da mercadoria vendida (ou dos serviços prestados) e da 
receita líquida de vendas, como mostra o Quadro 04.
Quadro 04: Resultado Operacional Bruto.
( = ) Receita Líquida de Vendas ou Receita Operacional Líquida
( - ) Custo da Mercadorias/Produtos/Serviços Vendidos/Prestados 
( = ) Resultado Operacional Bruto (Lucro ou Prejuízo Operacional Bruto)
Fonte: Elaborado pelo autor.
1.2.1.6. Resultado Operacional Líquido
O Resultado Operacional Líquido faz jus ao resultado operacional bruto, so-
mando-se as receitas operacionais, e deduzindo-se todas as despesas operacionais, 
como visto no Quadro 05.
Quadro 05: Resultado Operacional Líquido.
( = ) Resultado Operacional Bruto (Lucro ou Prejuízo Operacional Bruto)
( - ) Despesas c/Vendas
( - ) Despesas Gerais e Administrativas
( - ) Outras Despesas Operacionais
( + ) Outras Receitas Operacionais
( - ) Despesas Financeiras
( + ) Receitas Financeiras
( + ) Outras Receitas 
( - ) Outras Despesas 
( = ) Resultado Operacional Líquido (Lucro ou Prejuízo Operacional Líquido)
Fonte: Elaborado pelo autor.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 47
As receitas operacionais e despesas operacionais faladas anteriormente fa-
zem menção a uma imensidão de fatos, a seguir podemos ver alguns exemplos:
• Outras receitas operacionais: receitas de dividendos, aluguéis de ativos 
ou receitas de aluguéis;
• Receitas financeiras: descontos condicionais, ganhos cambiais;
• Outras receitas: venda de bens do ativo não circulante;
• Despesas com vendas ou despesas comerciais: brindes, embalagens, 
comissão de vendedores;
• Despesas gerais e administrativas: salários, férias, energia elétrica, telefone;
• Despesas financeiras: juros passivos ou despesas de juros, Imposto 
sobre Operações Financeiras (IOF);
• Outras despesas operacionais: perda com equivalência patrimonial;
• Outras despesas: valor contábil do bem do ativo não circulante (custo do 
bem) quando a sua alienação.
1.2.1.7 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (ou simplesmente CSLL) é um 
tributo que incide sobre o lucro da empresa, após ajuste, como mostra o Quadro 06.
Quadro 06: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
( = ) Lucro Operacional Líquido
( + ) Adições
( - ) Exclusões
( - ) Compensações
( = ) Base de Cálculo da CSLL
Fonte: Elaborado pelo autor.
Após os ajustes falados no parágrafo anterior e explanados no Quadro 06, se a 
base de cálculo da CSLL for negativa, não haverá recolhimento de CSLL no período.
48 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
1.2.1.8. Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda 
O Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda compreende a sub-
tração do resultado operacional líquido pela CSLL do período, como mostrado a seguir.
Quadro 07: Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda.
( = ) Resultado Operacional Líquido
( - ) CSLL ou Despesa com Provisão para CSLL
( = ) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda
 Fonte: Elaborado pelo autor.
Caso a base de cálculo da CSLL for negativa, não haverá tributo a recolher, 
então o resultado do exercício antes do imposto de renda será igual ao resultado 
operacional líquido.
1.2.1.9. Imposto de Renda – Pessoa Jurídica (IRPJ)
Por opção ou determinação legal, as empresas são tributadas por diferentes 
formas, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado ou Lucro Real.
As empresas de pequeno porte e microempresas podem optar por um siste-
ma diferenciado de recolhimento de tributos, recolhendo de forma unificada o IRPJ, o 
CSLL, o ICMS e o ISS. Essa forma é chamada de Simples Nacional.
Por meio do link a seguir, você será direcionado ao site da Receita Federal, mais 
especificamente para a página do Simples Nacional, local onde os interessados podem 
encontrar todas as regras que devem ser atendidas para que consigam se enquadrar nesse 
sistema de tributação. 
Acesse: .
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 49
1.2.1.10. Resultado Líquido do ExercícioO Resultado Líquido do Exercício (entenda lucro ou prejuízo) faz menção 
ao resultado da subtração do resultado do exercício antes do imposto de renda pelo 
imposto de renda, como podemos ver a seguir.
Quadro 08: Resultado Líquido do Exercício.
( = ) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda
( - ) IRPJ ou Despesa com Provisão para IRPJ
( + ) Resultado Líquido do Exercício 
Fonte: Elaborado pelo autor.
2. indiCadores eConômiCo-finanCeiros
Quando falamos em indicadores econômico-financeiros, surgem algumas 
classificações, tais como índice de liquidez, índice de endividamento e índice de ren-
tabilidade. O índice de liquidez e endividamento medem o risco da empresa, já o 
índice de rentabilidade, como o próprio nome já diz, mede o retorno. 
2.1. Índices de liquidez 
Para Gitman (2010, p. 51), a liquidez de uma empresa refere-se à sua capa-
cidade de saldar suas obrigações de curto prazo quando estas se tornam devidas. A 
liquidez diz respeito à solvência da posição geral da empresa – a facilidade com que 
ela pode pagar suas contas em dia. O precursor comum de dificuldades financeiras é 
uma liquidez baixa ou em declínio. Esses índices podem fornecer sinais antecipados de 
problemas de fluxo de caixa e insolvência iminente do negócio.
Há duas formas de se medir a liquidez, que são a liquidez corrente e a 
liquidez seca.
2.1.1. Índice de liquidez corrente 
Um dos indicadores econômico-financeiros comumente utilizados é o Índice de 
Liquidez Corrente, que mede a capacidade de a empresa pagar suas obrigações no 
curto prazo. 
Segue adiante a explanação da fórmula do índice de liquidez corrente:
50 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
ÍNDICE DE LÍQUIDEZ CORRENTE = (ATIVO CIRCULANTE/PASSIVO 
CIRCULANTE) X 100
Quanto maior o índice de liquidez corrente, mais líquida é a empresa. Um índice 
igual a 2,0 geralmente é considerado aceitável. Mas isso depende do setor de atuação 
da empresa, por exemplo, um índice de liquidez corrente igual a 1,0 pode ser aceitável 
para uma empresa de serviços públicos ao mesmo tempo que é inaceitável para uma 
indústria. Quanto mais previsível o fluxo de caixa de uma empresa, menor é o índice 
aceitável. 
2.1.2. Índice de liquidez seca
O índice de liquidez seca assemelha-se ao índice de liquidez corrente. A única 
diferença é que no índice de liquidez seca expurga-se os estoques do cálculo, isso se 
deve ao fato de o estoque costumar ser o menos líquido do ativo circulante. 
A liquidez baixa dos estoques ocorre principalmente por causa de dois fatores:
• Alguns tipos de estoques não podem ser facilmente convertidos em caixa 
por serem itens semiacabados;
• O estoque normalmente costuma ser vendido a prazo, ou seja, torna-se 
uma conta a receber, impossibilitando a conversão imediata em caixa.
Segue adiante a explanação da fórmula do índice de liquidez seca:
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA = (ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES/PASSIVO 
CIRCULANTE) X 100
2.2. Índices de endividamento
Segundo Gitman (2010, p. 55), a situação de endividamento de uma empre-
sa indica o volume de dinheiro de terceiros necessário para gerar lucros. De modo 
geral, a empresa está mais preocupada com as dívidas de longo prazo porque estas a 
comprometem com uma série de pagamentos contratuais ao longo do tempo. Quanto 
maior o endividamento, maior o risco de a empresa se ver impossibilitada de honrar 
esses pagamentos contratuais. Como os direitos dos credores devem ser satisfeitos 
antes da distribuição dos lucros aos acionistas, os acionistas existentes e em potencial 
dão muita atenção à capacidade da empresa de amortizar suas dívidas.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 51
Quando falamos em índice de endividamento, existem 2 óticas que deve-
mos estudar, que são o índice de endividamento geral e a do índice de cober-
tura de juros.
2.2.1. Índice de endividamento geral
O índice de endividamento geral corresponde ao percentual do ativo total da 
empresa que é financiada por seus credores. Quanto maior esse percentual, maior o 
montante de terceiros utilizado para que a empresa gere lucros, ou seja, maior a sua 
alavancagem financeira. 
Segue adiante a fórmula do índice de endividamento geral:
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL = (PASSIVO TOTAL/ATIVO TOTAL) X 100
2.2.2. Índice de cobertura de juros
O índice de cobertura de juros refere-se à capacidade que a empresa possui 
de fazer jus às suas obrigações com juros. Quanto maior o valor resultante, maior a 
capacidade de a empresa fazer jus às obrigações de pagamento de juros. 
Observe a seguir a fórmula do índice de cobertura de juros:
ÍNDICE DE COBERTURA DOS JUROS = LUCROS ANTES DE JUROS E IMPOS-
TO DE RENDA/JUROS
2.3. Índices de rentabilidade
Há muitas medidas de rentabilidade. Essas medidas permitem avaliar os 
lucros da organização em um dado nível de venda. Os principais índices de ren-
tabilidade são a margem de lucro bruto, a margem de lucro operacional e a 
margem de lucro líquido.
2.3.1. Margem de lucro bruto 
A margem de lucro bruto mede a porcentagem de cada unidade de venda que 
resta após a empresa subtrair o custo dos bens vendidos. 
A margem de lucro bruto é obtida por meio da seguinte fórmula:
MARGEM DE LUCRO BRUTO = (LUCRO BRUTO*/RECEITAS DE VENDAS) X 100
* Lucro Bruto = Receita de vendas – Custo da mercadoria vendida.
52 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
2.3.2. Margem de lucro operacional
A margem de lucro operacional mede a porcentagem de cada unidade de 
venda que resta após a empresa subtrair o valor de todos os custos e despesas, exceto 
juros e imposto de renda. Também chamada de lucro puro, pois somente se considera 
os lucros da operação, exceto os juros e imposto de renda.
A margem de lucro operacional é obtida por intermédio da seguinte fórmula:
MARGEM DE LUCRO OPERACIONAL = (LUCRO OPERACIONAL/RECEITAS DE 
VENDAS) X 100
2.3.3. Margem de lucro líquido 
A margem de lucro líquido mede a porcentagem de cada unidade de venda 
que resta após a empresa subtrair todos os custos e despesas, inclusive juros e impos-
tos. Quanto maior a margem de lucro líquido de uma empresa, melhor. 
A margem de lucro líquido é obtida por meio da seguinte fórmula:
MARGEM DE LUCRO LÍQUIDO = (LUCRO LÍQUIDO/RECEITAS DE VENDAS) X 100
3. análises das demonstrações finanCeiras
As informações financeiras contidas nas duas principais demonstrações 
financeiras explanadas anteriormente são de extrema importância para algumas 
partes interessadas, pois têm como objetivo a análise do desempenho da empresa 
como um todo.
As partes interessadas, também conhecidas como stakeholders, podem ter 
caráter interno e externo. As partes interessadas de caráter interno podem ser admi-
nistradores, acionistas ou sócios controladores. Já as partes interessadas de caráter 
externo podem ser bancos, fornecedores ou governo.
Vamos ver a seguir algumas análises muito importantes, por exemplo, a análise 
vertical e a análise horizontal. 
3.1. Análise vertical 
Também conhecida como análise de estrutura, tem como principal objetivo 
determinar a representatividade de participação de cada item de uma demonstração 
financeira em relação a determinado referencial. 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 53
O percentual de representatividade de cada conta é obtido pela aplicação 
da fórmula a seguir:
AV (PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO) = (VALOR DO ELEMENTO/VALOR 
TOTAL) X 100
De acordo com Moraes Junior (2011, p. 523), a análise vertical mostra, resu-
midamente em cada exercício, a relevância de cada item em relação à base adotada. 
Logo, se o índice de determinado item não é relevante, não é necessário perder tempo 
com a sua análise. 
Um exemplo de análise vertical em uma DRE pode ser visto a seguir:
Tabela 01: Análise vertical em uma DRE.
 20X7 20X8 20X9
 R$ AV (%) R$ AV (%) R$ AV (%)
Receita Operacional Bruta 900.000,00 100,00% 750.000,00 100,00% 800.000,00 100,00%
( - ) Impostos sobre Vendas - 200.000,00 - 22,22% - 140.000,00 - 18,67% - 180.000,00 - 22,50%
Receita Operacional 
Líquida 700.000,0077,78% 610.000,00 81,33% 620.000,00 77,50%
( - ) Custo dos Serviços 
Prestados - 400.000,00 - 44,44% - 350.000,00 - 46,67% - 380.000,00 - 47,50%
Lucro Bruto 300.000,00 33,33% 260.000,00 34,67% 240.000,00 30,00%
( - ) Despesas Comerciais - 50.000,00 - 5,56% - 45.000,00 - 6,00% - 55.000,00 - 6,88%
( - ) Despesas Adminis-
trativas - 30.000,00 - 3,33% - 28.000,00 - 3,73% - 32.000,00 - 4,00%
( - ) Despesas Operacionais - 70.000,00 - 7,78% - 60.000,00 - 8,00% - 63.000,00 - 7,88%
Lucro Operacional Líquido 150.000,00 16,67% 127.000,00 16,93% 90.000,00 11,25%
Lucro antes do IR 150.000,00 16,67% 127.000,00 16,93% 90.000,00 11,25%
( - ) Provisão para IR e 
CSLL - 20.000,00 - 2,22% - 20.000,00 - 2,67% - 20.000,00 - 2,50%
Lucro Líquido do Exer-
cício 130.000,00 14,44% 107.000,00 14,27% 70.000,00 8,75%
Fonte: Elaborada pelo autor.
Podemos ver na análise vertical presente na tabela anterior que o custo dos 
serviços prestados ao longo de três anos teve um incremento de pouco mais de 
3%. Além disso, também podemos ver que o lucro líquido sofreu uma queda de 
quase 6%. Logo, por meio da análise vertical é possível chegar à conclusão de que 
um dos fatores que contribuíram para a queda do lucro líquido foi o aumento do 
custo dos serviços prestados.
54 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
3.2. Análise horizontal
Também conhecida como análise de evolução, o seu principal objetivo é per-
mitir a análise da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as demons-
trações contábeis, ou seja, a análise horizontal mostra o aumento ou a diminuição 
dos valores em uma determinada série histórica de exercícios, geralmente dois ou três 
anos. 
O percentual de evolução de cada conta é obtido pela aplicação da fórmula 
a seguir:
AH (PERCENTUAL DE EVOLUÇÃO) = (CONTA DE ANÁLISE NO ANO 20XI/CONTA 
DE ANÁLISE NO ANO-BASE) X 100
De acordo com Moraes Junior (2011, p. 528), em uma análise horizontal ou de 
evolução, normalmente se considera o primeiro exercício como base, e a evolução dos 
demais exercícios ocorre em relação ao estabelecido como base.
Um exemplo de análise horizontal em uma DRE pode ser visto a seguir:
Tabela 02: Análise horizontal em uma DRE.
 20X7 20X8 20X9
 R$ AH (%) R$ AH (%) R$ AH (%)
Receita Operacional Bruta 900.000,00 100,00% 750.000,00 83,33% 800.000,00 88,89%
( - ) Impostos sobre Vendas - 200.000,00 100,00% - 140.000,00 70,00% - 180.000,00 90,00%
Receita Operacional 
Líquida 700.000,00 100,00% 610.000,00 87,14% 620.000,00 88,57%
( - ) Custo dos Serviços 
Prestados - 400.000,00 100,00% - 350.000,00 87,50% - 380.000,00 95,00%
Lucro Bruto 300.000,00 100,00% 260.000,00 86,67% 240.000,00 80,00%
( - ) Despesas Comerciais - 50.000,00 100,00% - 45.000,00 90,00% - 55.000,00 110,00%
( - ) Despesas Administrativas - 30.000,00 100,00% - 28.000,00 93,33% - 32.000,00 106,67%
( - ) Despesas Operacionais - 70.000,00 100,00% - 60.000,00 85,71% - 63.000,00 90,00%
Lucro Operacional Líquido 150.000,00 100,00% 127.000,00 84,67% 90.000,00 60,00%
Lucro antes do IR 150.000,00 100,00% 127.000,00 84,67% 90.000,00 60,00%
( - ) Provisão para IR e CSLL - 20.000,00 100,00% - 20.000,00 100,00% - 20.000,00 100,00%
Lucro Líquido do Exercício 130.000,00 100,00% 107.000,00 82,31% 70.000,00 53,85%
Fonte: Elaborada pelo autor.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 55
Observe que a receita operacional líquida de 20x8 representa 87,14% da re-
ceita operacional líquida do ano-base (20x7); e a receita operacional líquida de 20x9 
representa 88,57% da 20x7. Olhando para essas dispersões, cabe uma análise mais 
aprofundada para saber o real motivo dessas variações. Variações essas que sem uma 
análise horizontal, não seria possível ter conhecimento.
6. Defina com suas palavras o que vem a ser uma Demonstração do Resultado do Exer-
cício (DRE)?
7. O que vem a ser o Resultado Líquido do Exercício?
8. Qual a diferença conceitual entre liquidez corrente e liquidez seca?
9. O que vem a ser o índice de endividamento geral?
56 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I
10. Defina análise vertical e análise horizontal.
Nesta unidade, analisamos, de forma pormenorizada, as duas principais demons-
trações contábeis, sendo elas o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração de Resultado 
do Exercício (DRE). Observamos as suas estruturas e os seus grupos de contas. Vimos 
ainda que o Balanço Patrimonial (BP) é dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido. E 
que a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é composta por vários grupos de 
contas de receitas e despesas, que ao seu final, mostra o efetivo Resultado Líquido do 
Exercício da empresa.
Também estudamos sobre os indicadores econômico-financeiros de maior rele-
vância. Esses indicadores abrangem as óticas de liquidez, endividamento e rentabilidade. 
Em relação à ótica financeira, estudamos sobre os indicadores de liquidez, analisando a 
liquidez corrente e a liquidez seca (que se difere da primeira porque as contas dos estoques 
são expurgadas do cálculo por sua baixa liquidez). 
Na ótica do endividamento, vimos o indicador de endividamento geral e o indicador 
de cobertura dos juros que faz jus à capacidade de a empresa honrar com as obrigações 
referentes aos juros. Na ótica da rentabilidade, estudamos sobre o indicador de margem 
de lucro bruto, margem de lucro operacional e margem de lucro líquido, índices esses que 
estão dispostos na DRE.
Na última parte desta unidade, estudamos sobre algumas análises muito importan-
tes, que são relacionadas às demonstrações financeiras, tais como a análise vertical ou 
de estrutura, refletindo a relevância de cada item em relação à base adotada e à análise 
horizontal ou de evolução, refletindo sobre a evolução histórica de cada uma das contas 
que compõem as demonstrações financeiras.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I 57
referênCias
BRASIL. Lei nº 6.404/1976, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as So-
ciedades por Ações. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2018.
______. Lei nº 11.638/2007, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispo-
sitivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de 
dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas 
à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: . Acesso em: 
15 set. 2018.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Pau-
lo: Pearson Prentice Hall, 2010.
MORAES JUNIOR, José Jayme. Contabilidade Geral. 3. ed. Rio de Janeiro: El-
sevier, 2011.
ANOTAÇÕES
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
w
w
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