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Agricultura de Precisão - Módulo 4 Aula 1 – Classificação dos receptores dos sinais de satélite Hoje o mercado dispõe de uma geração de receptores de sinais GNSS muito mais avançada do que aqueles antigos aparelhos GPS. As empresas têm investido cada vez mais nesse segmento, oferecendo aos usuários equipamentos mais leves, compactos, robustos e com amplas memórias. Muitos deles já são elaborados com o objetivo de atender gestores de agronegócio, o que tem aprimorado as formas de se trabalhar a agricultura de precisão e criado novas oportunidade de emprego no campo. Vale lembrar que os receptores mais modernos têm vários canais, ou seja, têm a capacidade de receber sinais de satélites de vários sistemas de navegação ao mesmo tempo (por exemplo, o Navstar, Glonass ou o Galileo), dessa maneira, podem determinar de forma mais exata diferentes localizações sobre a superfície terrestre. Eles são comumente chamados de receptores híbridos. Ao final desta aula, você deve ser capaz de: • diferenciar os tipos de sinais recebidos pelos receptores; e • conhecer as principais aplicações dos receptores. Tópico 1 – Tipos de receptores Os receptores de sinais de GNSS fazem parte do segmento usuário e já estão presentes no cotidiano de vários gestores do meio rural. São eles que proporcionam a realização de diversas tarefas, como a medição de áreas, delimitação de bordaduras, localização de pontos e determinação de velocidades. Entretanto, é importante que se reconheçam suas potencialidades e limitações para que se faça uso adequado destes receptores. Em função disso, é importante escolher um receptor identificando as possibilidades de uso e a acurácia apropriada do aparelho. Conheça, a seguir, as principais classificações que definem os tipos de receptores e os sinais associados a eles. • Receptores de navegação Os receptores de navegação são os mais conhecidos do mercado, até porque estão presentes em celulares, computadores e diversos equipamentos agrícolas. O termo “navegação” é conferido pelo fato de apresentarem, em tempo real, a localização do ponto. Eles têm valor de aquisição mais baixo e também menor acurácia. São destinados ao uso civil e operam apenas com o código C/A, possuindo, portanto, acurácia horizontal de 15 a 20 m. Os receptores de navegação podem ser mono ou multicanal. Os receptores monocanal determinam a distância entre eles e os satélites de forma sequencial, ou seja, um de cada vez, realizando depois o cálculo da posição. O tempo dispendido nesta operação pode chegar a no máximo 30 s. Em vista disso, os aparelhos multicanal são mais eficientes e proporcionam maior exatidão, pois fazem o cálculo da posição de quatro ou mais distâncias simultaneamente em menor espaço de tempo. São muito utilizados para determinação do posicionamento absoluto para definição de áreas ou delimitação de divisas. No entanto, não se aplicam a fins muito específicos, como elaboração de mapas com malhas de amostragem inferior ao erro apresentado pelo receptor. • Receptores geodésicos Os receptores geodésicos captam os sinais das bandas L1 e L2 e podem ser operados juntamente com outros receptores situados em locais conhecidos, o que permite elevar a acurácia das medições para próximo a 1 mm na horizontal e 5 mm na vertical. São muito utilizados para medições da superfície terrestre considerando sua curvatura. A maioria dos receptores geodésicos dispõe de elevado número de canais, com capacidade de se comunicar com todos os satélites visíveis. • Receptores topográficos Os receptores topográficos se assemelham aos geodésicos, porém captam apenas a banda L1 e o código C/A, possuindo exatidão de poucos centímetros. São empregados na determinação do posicionamento relativo, ou seja, em movimento (como no deslocamento de tratores). Nesse caso, são empregados dois receptores, sendo um em local de coordenadas conhecidas, e outro móvel. A determinação da diferença nas medidas das duas posições resulta em medida mais exata, com erros na casa de centímetros. São utilizados em trabalhos topográficos em geral. Normalmente, os receptores topográficos possuem menos canais que os receptores geodésicos. Vale ressaltar que tanto o receptor geodésico quanto o topográfico são programados para determinar o posicionamento pós-processado. Nesse caso, as posições dos pontos em que os dados foram coletados são estimadas num processamento posterior à coleta. Os receptores de navegação também podem empregar essa técnica, desde que os dados de navegação sejam armazenados e submetidos a processamento em software específico. Saiba Mais Se você tiver interesse em conhecer dados técnicos sobre os três tipos de sinais emitidos pelos satélites captados pelos receptores, acesse o Material Complementar II. Recapitulando Os receptores de sinais GNSS são aparelhos móveis ou semi-estacionários que fazem parte do segmento usuário e permitem determinar a posição de um objeto sobre a superfície terrestre. Para tanto, devem interceptar sinais emitidos pelos satélites e calcular a distância entre o receptor e cada um dos satélites. Atualmente, existem vários tipos de receptores disponíveis no mercado. Entre as classificações mais comuns, destacam-se os receptores de navegação, geodésico e topográfico. O receptor de navegação é o mais comum, operando apenas com o código C/A e apresentando erros de até 20 metros sendo utilizados para determinação de posicionamento absoluto em tempo real. Os receptores geodésicos operam com a banda L1 e L2 com exatidão de milímetros. O receptor topográfico opera com a banda L1 e oferece exatidão de centímetros. https://rustici-engine.dotgroup.com.br/courses/150/15912/1/modulo_04/m04_a01.html#dropdown-1 https://rustici-engine.dotgroup.com.br/courses/150/15912/1/modulo_04/m04_a01.html#dropdown-1 https://rustici-engine.dotgroup.com.br/courses/150/15912/1/anexos/matcomp2_mod4a1.pdf