Prévia do material em texto
Módulo 1 Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE - SENAT 1ª Edição – 2024 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (lei nº 9610). Fotos: Getty Images e Shutterstock DEPARTAMENTO EXECUTIVO NACIONAL SAUS Quadra 1, bloco J, Ed. Clésio Andrade Brasília-DF - CEP 70070-944 Telefone: 61 3315-7000 www.sestsenat.org.br PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DO SENAT Vander Francisco Costa DIRETORA EXECUTIVA NACIONAL DO SEST SENAT Nicole Goulart DIRETOR ADJUNTO DO SEST SENAT Vinicius Ladeira GERENTE EXECUTIVO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL Alcione Mazur EQUIPE TÉCNICA Breno Luís Dias Duarte Christian Anderson Riger Karolina Maia Viana Jardim Ana Karoline Versiane Soares Araújo CONTEUDISTAS Christian Anderson Riger Ana Karoline Versiane Soares Araújo Fernando Burg Jonas Patrick de Souza Silva Marcus Vinicius de Souza Casanet PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO DOT Digital Group Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 2 Sumário Apresentação do curso ................................................................... 7 Estrutura do curso ........................................................................... 8 Recursos educacionais e interativos ................................................ 9 Regras para conclusão e certificação do curso .............................. 11 E como proceder após concluir o curso? ........................................ 11 Legislação de trânsito ....................................................................12 Determinações do CTB quanto a categorias de habilitação e rela- ção com veículos conduzidos ............................................................ 15 Habilitação .................................................................................... 17 As categorias de habilitação .......................................................... 19 Documentação exigida para pessoas condutoras ........................... 29 Determinações do CTB quanto à documentação exigida para con- dutor e veículo ................................................................................... 29 Documentação exigida para veículos ............................................. 30 Determinações do CTB quanto à sinalização viária ............................ 34 Sinalização vertical ....................................................................... 38 Sinalização horizontal ................................................................... 42 Sinalização semafórica.................................................................. 45 Dispositivos auxiliares ................................................................... 46 Sinalização temporária .................................................................. 48 Sinalização cicloviária ................................................................... 49 Sinalização de cruzamentos rodoferroviários ................................ 50 Determinações do CTB quanto a infrações, crimes de trânsito e penalidades ....................................................................................... 52 Infrações de trânsito ...................................................................... 53 Crimes de trânsito ......................................................................... 56 Penalidades .................................................................................. 56 Regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação ........ 62 Regras gerais de circulação ........................................................... 63 Regras gerais de parada e estacionamento .................................... 78 Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 3 Resumindo…...................................................................................... 80 Atividades de aprendizagem .......................................................... 82 Legislação de trânsito específica .................................................. 84 Legislação específica para veículos de emergência ........................... 84 Responsabilidade do condutor de veículos de emergência ............ 94 Registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo ......... 96 Resumindo... ..................................................................................... 98 Atividades de aprendizagem .......................................................... 99 Direção defensiva ........................................................................101 Direção defensiva ............................................................................ 103 Condições adversas .................................................................... 104 Acidente evitável ou não evitável ..................................................... 113 Como ultrapassar e ser ultrapassado ............................................... 116 O acidente de difícil identificação da causa ..................................... 122 Como evitar acidente com outros veículos ................................... 125 A importância de ver e ser visto ....................................................... 141 Competências de comportamento, habilidade e atitude ...................................................................................... 144 A importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados ................................................................................ 144 Comportamento seguro e comportamento de risco – diferença que pode poupar vidas ................................................................. 148 Comportamento pós-acidente ......................................................... 151 Estado físico e mental do condutor, consequências da ingestão e consumo de bebida alcoólica e substâncias psicoativas ................. 153 Fadiga e sono .............................................................................. 154 Álcool .......................................................................................... 155 Drogas e medicamentos .............................................................. 155 Aspectos psíquicos ..................................................................... 156 Resumindo….................................................................................... 158 Atividades de aprendizagem ........................................................ 159 Noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e con- vívio social ................................................................................. 162 Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 4 Como prestar os primeiros socorros? .......................................... 163 Primeiros socorros .......................................................................... 163 Primeiras providências quanto a acidente de trânsito .................. 165 Cuidados com a vítima de acidente ou contaminação (o que não fazer) em conformidade com a periculosidade da carga e/ou produto transportado ................................................................... 170 O veículo como agente poluidor do meio ambiente ...................... 176 Meio ambiente ............................................................................. 176 Regulamentação do Conama sobre a poluição ambiental causa- da por veículos ............................................................................ 177 Conceito de poluição: causas e consequências da emissão de gases, partículas e ruídos ............................................................ 180 Manutenção preventiva do veículo ............................................... 185 O indivíduo, o grupo e a sociedade............................................... 186 Relacionamento interpessoal ....................................................... 189 O indivíduo como cidadão ............................................................somente quando os veículos es- tiverem identificados por dispositivos regulamentares de iluminação intermitente. VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo Contran. IX - a ultrapassagem de outro veículo em movi- mento deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas esta- belecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda. X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultra- passagem, certificar-se de que: A) nenhum condutor que venha atrás haja come- çado uma manobra para ultrapassá-lo; B) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro; C) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que sua mano- bra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário. XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá: A) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço; B) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ul- trapassa, de tal forma que deixe livre uma dis- tância lateral de segurança; C) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz indica- dora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 66 XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de passagem sobre os demais, respeita- das as normas de circulação. Confira, agora, algumas observações sobre o Art. 29 do CTB. XIII - (VETADO). § 1.º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela faixa da esquer- da como pela da direita. § 2.º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em or- dem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. § 3.º Compete ao Contran regulamentar os dispositivos de alarme sonoro e iluminação intermitente previstos no inciso VII do caput deste artigo. § 4.º Em situações especiais, ato da autoridade máxima federal de segurança pública poderá dispor sobre a aplicação das exceções tratadas no inciso VII do caput deste artigo aos veículos oficiais descaracterizados. É preciso destacar, ainda, mais um ponto de atenção: Ao perceber que outro condutor tem o propósito de fazer a ultrapassagem, desloque-se para a faixa da direita, sem acelerar, caso esteja na faixa da esquerda. Mantenha-se na faixa que está circulando, também sem acelerar, se estiver circulando pelas demais faixas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 67 Vamos desacelerar um pouco aqui para testar seus conhecimentos? De acordo com o Artigo 29 do CTB, quais dos veículos descritos nas opções a seguir gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência, de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem pública? a) Ambulâncias. b) Carros de bombeiro. c) Caminhões de lixo. d) Ônibus. Gabarito: A e B É importante lembrar que esses veículos precisam estar com os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação intermitente acionados. Vamos relembrar agora mais algumas determinações do CTB? Confira a seguir! Sobre as normas gerais de circulação e conduta… Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá efetuar ultrapassagem. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 68 Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade. Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamen- to lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veícu- lo, ou fazendo gesto convencional de braço. Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos. Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por ela estejam transitando. Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a operação de retorno deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde es- tes não existirem, o condutor deverá aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 69 Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá: I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bor- do direito da pista e executar sua manobra no menor espaço possível; II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido. Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transi- tem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem. Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos locais para isto determinados, quer por meio de sinalização, quer pela existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas as características da via, do veículo, das condições meteorológicas e da movimentação de pedestres e ciclistas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 70 Você sabe o que o CTB estabelece sobre o uso de luzes? Conheça a seguir! Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações: I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, por meio da utilização da luz baixa: a) à noite; b) mesmo durante o dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração; II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cru- zar com outro veículo ou ao segui-lo; III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período de tempo, com o objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser uti- lizada para indicar a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar a existência de risco à segurança para os veículos que circulam no sentido contrário; IV - (revogado); V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações: a) em imobilizações ou situações de emergência; b) quando a regulamentação da via assim o determinar; Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 71 VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de placa; VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o veículo estiver parado para fins de embarque ou desembarque de passa- geiros e carga ou descarga de mercadorias. § 1.º Os veículos de transporte coletivo de passageiros, quando circularem em faixas ou pistas a eles destinadas, e as motocicletas, motonetas e ci- clomotores deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e à noite. § 2.º Os veículos que não dispuserem de luzes de rodagem diurna deve- rão manter acesos os faróisnas rodovias de pista simples situadas fora dos perímetros urbanos, mesmo durante o dia. Caso você ultrapasse veículos de transporte coletivo parados em momento de embarque e desembarque, reduza a velocidade e preste atenção aos passageiros. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 72 Sobre a velocidade, é importante lembrar que sem- pre haverá um limite a ser obedecido. Geralmente, o limite é imposto pela sinalização vertical de regula- mentação. Na ausência da sinalização, siga o previsto no CTB, que estabelece limites de velocidade para vias desprovidas de sinalização, conforme a classificação delas. Você conhece a classificação das vias? Observe a seguir, como são classificadas segundo o Artigo 60 e o Anexo I do CTB. Vias urbanas Vias rurais Trânsito rápido Caracterizada por acessos especiais, com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível. Rodovias Via rural pavimentada. Arterial Caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por se- máforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e às lo- cais, de modo a possibilitar o trânsito entre as regiões da cidade. Coletora Destinada a coletar e distribuir o trânsi- to que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arte- riais, de modo a possibilitar o trânsito dentro das regiões da cidade. Estradas Via rural não pavimentada. Local Caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas. Agora que você já conhece a classificação das vias, é preciso saber o limite de velocidade delas quando não houver sinalização. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 73 De acordo com o Artigo 61 do CTB, a velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização. Caso não haja sinalização regulamentadora, a velocidade máxima seguirá algumas orien- tações. Observe a seguir. Vias urbanas Vias rurais Trânsito rápido 80 km/h Rodovias Pista simples: 100 km/h para auto- móveis, camionetas, caminhonetes e motocicletas; e 90 km/h para os demais veículos. Arterial 60 km/h Pista dupla: 110 km/h para auto- móveis, camionetas, caminhonetes e motocicletas; e 90 km/h para os demais veículos. Coletora 40 km/h Estradas 60 km/h Local 30 km/h É importante sinalizar, também, que a velocidade mínima não deve ser inferior à metade do previsto, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 74 Vamos conhecer algumas regras do CTB para circulação e conduta? Algumas normas do CTB para circulação e conduta Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo por razões de segurança. Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar constante- mente as condições físicas da via, do veículo e da carga, as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito, obedecendo aos limites máxi- mos de velocidade estabelecidos para a via, além de: I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação sem causa justificada, transitando a uma velocidade anormalmente reduzida; II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros condutores, a não ser que haja perigo iminente; III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinaliza- ção devida, a manobra de redução de velocidade. Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência. Art. 44-A. É livre o movimento de conversão à direita diante de sinal ver- melho do semáforo onde houver sinalização indicativa que permita essa conversão, observados os Arts. 44, 45 e 70 deste Código. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 75 Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorável, nenhum condutor pode entrar em uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito transversal. Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um veículo no leito viário, em situação de emergência, deverá ser providen- ciada a imediata sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo Contran. Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá res- tringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de passageiros, desde que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres. Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regulamentada pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é considerada estacionamento. Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estaciona- mentos, o veículo deverá ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio), admiti- das as exceções devidamente sinalizadas. § 1.º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estaciona- dos ou em operação de carga ou descarga deverão estar situados fora da pista de rolamento. § 2.º O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas será feito em posição perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalização que determine outra condição. § 3.º O estacionamento dos veículos sem abandono do condutor poderá ser feito somente nos locais previstos neste Código ou naqueles regula- mentados por sinalização específica. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 76 Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via. Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o condutor. Antes de seguirmos para o último tópico deste módulo, o que acha de dar uma parada para testar os conhecimentos? Você estudou a velocidade máxima permitida em vias urbanas. Agora, correlacione o tipo de via à sua velocidade máxima correspondente. Trânsito rápido Arterial Coletora Local a) 80 km/h b) 60 km/h c) 40 km/h d) 30 km/h Gabarito: A velocidade máxima permitida para as vias de trânsito rápido é 80 km/h. Para as vias arteriais, a velocidade máxima permitida é 60 km/h. Nas vias coletoras, a velocidade máxima permitida é 40 km/h. Por fim, nas vias lo- cais, a velocidade máxima permitida é 30 km/h. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 77 Regras gerais de parada e estacionamento Outro ponto muito importante que precisa ser destacado é a diferença entre parada e es- tacionamento. Toda pessoa condutora precisa compreender bem essa diferença. Conheça a seguir as definições do Anexo I do CTB. Parada É a imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamen- te necessário para fazer embarque e desembarque de passageiros. Estacionamento É a imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para embarque ou desembarque de passageiros. Compreender essa diferença, alinhada à interpretação adequada da sinalização vertical de regulamentação, facilita o dia a dia da pessoa condutora. Além disso, é importante identificar locais em que a parada é permitida, para que o processo de embarque e desem- barque de passageiros seja feito com maior segurança e agilidade. Proibido parada e estacionamento. Proibido estacionamento. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 78 Atenção! Observe que carga e descarga não são citadas no Anexo I do CTB. Assim, elas não podemser feitas em locais onde a sinalização proíbe a parada, já que, consequente- mente, isso é considerado estacionamento. Para confirmar esse entendimento, observe o Artigo 47 do CTB: Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá restringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de passageiros, desde que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres. Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regulamentada pelo órgão ou enti- dade com circunscrição sobre a via e é considerada estacionamento. Foram muitas informações ao longo desse tópico, não é mesmo? Mas… Antes de finalizar os estudos, o que acha de refletir sobre mais uma situação? Cristiane começou a dirigir o caminhão da família há menos de um mês. Ela se sente segura ao transitar pelas ruas da cidade onde mora. No entanto, será necessário fazer algumas entregas dos produtos da loja da família na cidade vizinha. Cristiane está bem insegura, porque será a primeira vez que ela vai dirigir por uma rodovia. Dadas as regras de circulação estudadas, caso Cristiane esteja insegura em relação à velocidade do veículo, qual é a velocidade mínima permitida para que ela conduza o cami- nhão da família na rodovia até a cidade vizinha? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 79 a) 50 km/h. b) 60 km/h. c) 45 km/h. d) 30 km/h. Gabarito: C Dado que a velocidade máxima permitida para caminhões em rodovias, tan- to em pistas simples quanto duplas, é de 90 km/h, Cristiane pode conduzir o caminhão numa velocidade a partir de 45 km/h. E aí, você já conhecia os limites de velocidade máxima e mínima permitidos em vias urbanas e rurais? Compartilhe no fórum seus conhecimentos! Isso aí! Vamos, agora, relembrar tudo o que você estudou sobre legislação de trânsito de uma maneira geral Resumindo… Neste tópico, você estudou a legislação de trânsito comum a todos os veículos, de acordo com as determinações do CTB. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 80 Primeiro, você estudou as categorias de habilitação e a relação com veículos conduzidos. Há cinco cate- gorias e a habilitação segue a gradação de A a E. Depois, você relembrou a documentação exigida para a pessoa condutora e seu veículo. Para a pes- soa condutora, há três tipos de documento de habili- tação: a Permissão para Dirigir (PPD), a Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC) e a Carteira Nacional de Habilitação (CNT). Para os veículos, há o Certificado de Registro do Veículo (CRV), de porte não obrigatório, e o Certificado de Licenciamento Anual do veículo, popularmente conhecido (CRLV ou CLA), de porte obrigatório, na versão física ou digital. Você estudou também a sinalização viária e per- cebeu que os sinais de trânsito são classificados como verticais, horizontais, dispositivos de sinaliza- ção auxiliar, luminosos, sonoros e gestos dos agen- tes de trânsito e do condutor. A compreensão da sinalização viária facilita a circulação das pessoas usuárias no dia a dia. Ainda no primeiro módulo, você estudou as dife- renças entre infrações, crimes de trânsito e pena- lidades. Infração de trânsito é o não cumprimento de qualquer preceito do CTB ou da legislação com- plementar. Por outro lado, crimes de trânsito são condutas consideradas de maior potencial ofensivo, apurados judicialmente. Nos dois casos, a pessoa condutora está sujeita a penalidades. Por fim, mas não menos importante, você estu- dou as regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação. Conheceu também a classi- ficação dos tipos de vias urbanas e rurais e suas velocidades máximas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 81 Muito conteúdo, não é? E o curso está apenas começando! Sua próxima etapa será estu- dar a legislação específica voltada para a condução de veículos de emergência! Atividades de aprendizagem Antes de concluir, vamos fazer algumas atividades? Conforme os tipos de sinalização estudados, analise a imagem a seguir. Qual é o tipo de sinalização apresentada? a) Vertical. b) Horizontal. c) Temporária. d) Sonora. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 82 Gabarito: A A placa apresentada na imagem representa um exemplo de sinalização vertical. Você estudou neste tópico a diferença entre infração e crime de trânsito. Observe as situa- ções a seguir e indique qual é uma infração de trânsito e qual é um crime de trânsito. Uma pessoa condutora que dirige sem o cinto de segurança. Uma pessoa condutora que dirige sob o efeito de álcool. a) Infração de trânsito b) Crime de trânsito Gabarito: Quando uma pessoa condutora dirige sem o cinto de segurança, está come- tendo uma infração de trânsito. Por outro lado, quando dirige sob o efeito de álcool, comete tanto uma infração de trânsito quanto um crime de trânsito. É isso aí! Você concluiu o tópico de legislação de trânsito! No próximo tópico, você vai estudar a legislação específica para a condução de veículos de emergência! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 83 Legislação específica para veículos de emergência A legislação específica para veículos de emergência está praticamente toda prevista no próprio Código de Trânsito Brasileiro. Os veículos de emergência seguem todas as de- terminações do CTB. No exercício das atividades de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de fiscalização e operação de trânsito, ou no atendi- mento a emergências (ambulâncias), há algumas prerrogativas específicas, de acordo com o previsto no inciso VII do artigo 29. Legislação de trânsito específica Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 84 Confira a seguir o inciso VII do artigo 29: VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade no trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência, de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem pública, observadas as seguintes disposições: a) quando os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação intermitente estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquer- da, indo para a direita da via e parando, se necessário; Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 85 b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz intermi- tente, deverão aguardar no passeio e somente atravessar a via quando o veículo já tiver passado pelo local; c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação intermitente somente poderá ocorrer por ocasião da efetiva prestação de serviço de urgência; Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 86 d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste Código; e) as prerrogativas de livre circulação e de parada serão aplicadas somen- te quando os veículos estiverem identificados por dispositivos regulamen- tares de alarme sonoro e iluminação intermitente; Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 87 f) a prerrogativa de livre estacionamento será aplicada somente quando os veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares de ilumi- nação intermitente. Atenção! Não confunda veículos de emergência com os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, que, de acordo com o inciso VIII, também do artigo 29 do CTB, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, quando em atendimen- to na via e devidamente identificados na forma estabelecida pelo Contran. A norma que regulamenta essa identificação é a Resolução Contran n.º 970, de 20 de ju- nho de 2022. Ela aborda as característicase as especificações técnicas dos sistemas de sinalização, de iluminação e seus dispositivos, bem como o uso de lanternas especiais em veículos. De acordo com essa resolução, as lanternas espe- ciais de emergência que emitem luz de cor azul, vermelha ou a combinação de ambas poderão ser usadas exclusivamente em veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, de salvamento difuso, de polícia, de fiscalização e operação de trânsito e em ambulâncias. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 88 Por outro lado, para os veículos prestadores de serviço de utilidade pública é permitida a instalação de lanternas especiais de prestação de serviços, não removíveis, compostas por luzes rotativas ou intermitentes de cor amarelo-âmbar. A grande diferença entre os dois tipos de veículos, além da destinação e da identificação, é que os de emergência gozam de livre circulação, parada e estacionamento. Os de servi- ços de utilidade pública gozam somente de parada e estacionamento, ou seja, não gozam de livre circulação. Ainda conforme a Resolução Contran n.º 970, prestação de serviço de urgência são os deslocamentos feitos pelos veículos de emergência, em circunstâncias que necessitem de brevidade para o atendimento, sem a qual haverá risco concreto à vida de terceiros ou grande prejuízo à segurança pública. Para usar da prerrogativa de livre circulação e de parada, os dispositivos sonoros devem ser acionados de forma conjunta com as lanternas especiais. Para isso, os veículos devem estar identificados por dispositivos regulamentares de iluminação rotativa ou intermitente. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 89 Essas lanternas devem ser instaladas de forma que seja possível visualizá-las por qualquer ângulo de aproximação do veículo, em qualquer condição, sem obstrução de qualquer natureza. Elas podem ser com- plementadas por outras lanternas, luzes estroboscó- picas ou combinações delas nas cores azul, vermelha ou branca, de modo a garantir a visibilidade. Confira, a seguir, alguns exemplos: Veículos de emergência: os de polícia, bombeiros, ambulâncias e os de socorro ambiental. Veículos prestadores de serviços de utilidade públi- ca: de transporte de valores, de escolta, caminhão de lixo, guincho e os destinados ao reparo de redes de energia elétrica, de água e esgotos, de gás, com- bustível canalizado e de comunicações. É importante ressaltar que a instalação da lanterna especial de cor amarelo-âmbar nos veí- culos prestadores de serviços de utilidade pública depende de prévia autorização do órgão executivo de trânsito do estado ou do Distrito Federal no qual o veículo estiver registrado. Vamos dar uma pausa para fazer uma reflexão sobre o que vimos até aqui? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 90 Marcos está fazendo o curso especializado para veículos de emergência. Ele conversava com um amigo que é motorista de um veículo de escolta. Seu amigo contou que certo dia passava por um bairro considerado perigoso, quando o semáforo ficou vermelho. Preocu- pado em permanecer parado, ligou as lanternas especiais, compostas por luzes rotativas de cor amarelo-âmbar presente no veículo, e avançou o sinal. Marcos, ao ouvir o relato do amigo, ficou preocupado, pois não tem certeza de que a atitude dele foi correta. A partir do que você estudou, a atitude do amigo de Marcos está… a) Errada, pois o amigo deveria ligar também o alerta sonoro no veículo. b) Errada, pois o veículo que o amigo conduzia era de prestação de serviços, que não goza de livre circulação. c) Correta, pois é direito de um motorista de qualquer veículo de prestação de serviços. d) Correta, porque ninguém precisa ficar parado em um semáforo ao se sentir ameaçado. Gabarito: B. O veículo conduzido pelo amigo de Marcos é de prestação de serviços. Estes veículos gozam somente de parada e estacionamento, não de livre circulação. Você também ficaria com a mesma dúvida de Marcos? Comparti- lhe no fórum sua resposta! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 91 E quanto aos critérios para ser pessoa condutora de veículos de emergência? O artigo 145 do CTB determina que, para conduzir veículos de emergência, além de estar habilitado em categoria compatível com o veículo, o candidato deve ser maior de 21 anos, ser aprovado em curso especializado e não ter cometido mais de uma infração gravíssima nos últimos 12 meses. É importante destacar que você, como pessoa condutora de veículos de emergência, precisa se atentar ao cometimento de infrações, uma vez que, ao cometer mais de uma infração gravíssima em período infe- rior a 12 meses, pode ser impedida de conduzir. Você, futura pessoa condutora de veículos de emergência, sabia que existem normas que regulamentam, inclusive, as condições mínimas para o projeto, a construção e o desempe- nho para os veículos de emergência? Pois é! Como exemplo, podemos citar a ABNT NBR 14.561, que fixa as condições mínimas exigí- veis para o projeto, a construção e o desempenho de veículos, para atendimento de emer- gências médicas e resgate, e descreve os veículos que podem ostentar o símbolo estrela da vida e a palavra “resgate”. Essa norma visa proporcionar um grau de padronização para tornar esses veículos nacio- nalmente reconhecidos, de fácil manutenção e, quando tripulado por equipe profissional adequada, eficientes. De acordo com a NBR 14.561, os veículos autorizados a ostentar a estrela da vida são classificados em tipos, classes e configurações. Conheça a seguir! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 92 Há, também, as motocicletas que são veículos de emergência. Elas se inserem em um contexto em que se busca a excelência do atendimento, pois seu tempo de resposta é menor. As motocicletas são uma solução para locomoção, mesmo em condições de tráfego ruim nas grandes cidades e, também, para o acesso a áreas remotas. Não esperamos que você, futura pessoa condutora de veículos de emergência, saiba de todos os aspectos técnicos relacionados ao projeto e à fabricação desses veículos. Tipos Classes Configuração I – chassi convencional tipo caminhão leve com cabina e carroceria; II – furgão standard, com integração cabina e carro- ceria unificados; e III – furgão cortado, cabina e chassi integrado e uma carroceria modular. 1 – veículos 4x2; e 2 – veículos 4x4. A – SAV (Suporte Avança- do de Vida); e B – SBV (Suporte Básico de Vida). Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 93 No entanto, é importante que você tenha ciência de que existe uma regulamentação que envolve a disponibilização dos veículos de emergência. Além disso, não é juridicamente adequado fazer adaptações sem o consentimento de órgãos com competência para deli- berar sobre o assunto. Tudo tranquilo até aqui? Vamos continuar! Responsabilidade do condutor de veículos de emergência É muito importante que você conheça as responsabilidades da pessoa condutora de veí- culos de emergência. Conheça-os a seguir. • Conduzir os veículos de transporte de emergência de acordo com as técnicas aprendi- das, com respeito à legislação de trânsito e à execução das manobras necessárias para o rápido e seguro transporte de pacientes e da equipe de atendentes. • Ter atitude e agir prontamente em situações de imprevisto ou de ocorrências eventuais. • Atentar-se ao que ocorre dentro e fora do veículo de trabalho. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 94 • Colocar em prática obrigações, procedimentos e hábitos de uma pessoa condutora consciente – tanto em relação às pessoas transportadas quanto aos veículos. • Identificar os principais equipamentos de um veículo de emergência, bem como suas características e funções. Você precisa, ainda, conhecer as principais normas, baseadas nos artigosdo CTB, espe- cialmente importantes para esclarecer as responsabilidades das pessoas condutoras de veículos de emergência. Confira a seguir! ART. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino. ART. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade. ART. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique deslocamento lateral, o condutor deverá in- dicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço. ART. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo por razões de segurança. ART. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar constantemente as condições físicas da via, do veículo e da carga, as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito, obe- decendo aos limites máximos de velocidade estabelecidos para a via, além de: I. Não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação sem causa justifica- da, transitando a uma velocidade anormalmente reduzida. II. Sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros condutores, a não ser que haja perigo iminente. III. Indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinalização devida, a mano- bra de redução de velocidade. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 95 ART. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo CONTRAN. De acordo com o artigo 220, deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatí- vel com a segurança do trânsito, ao se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos, préstitos e desfiles, ou nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, ou, ainda, onde houver intensa movimentação de pedestres, constitui infração gravíssima. De acordo com o artigo 311, este é considerado um crime em espécie pelo CTB. Tudo certo? Já estamos quase concluindo! Registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo Vamos estudar agora a aplicabilidade do registrador instantâneo e inalterável de velocida- de e tempo aos veículos de emergência. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 96 Definição Mas… O que é um registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo? Segundo a regulamentação do Contran, o registrador instantâneo e inalterável de velocida- de e tempo é um único aparelho mecânico, eletrônico, ou compõe um conjunto computa- dorizado que, além das funções específicas, exerce outros controles. Você sabe como esse aparelho funciona? Vamos descobrir! Funcionamento O equipamento deve apresentar e disponibilizar, a qualquer momento, pelo menos algu- mas informações das últimas 24 horas de operação do veículo. Conheça mais a seguir. • Velocidades desenvolvida • Distância percorrida pelo veículo • Tempo de movimentação do veículo e suas interrupções Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 97 • Data e hora de início da operação • Identificação do veículo • Identificação dos condutores • Identificação de abertura do compartimento que contém o disco ou de emissão da fita diagrama Importância e obrigatoriedade do seu uso O cronotacógrafo é praticamente uma “caixa preta” do veículo e pode auxiliar a explicar um sinistro ocorrido com o veículo, além de controlar deslocamentos, velocidades e paradas. O registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo, de acordo com o artigo 105 do CTB, é um equipamento de uso obrigatório, para veículos de transporte escolar, de transporte de passageiros com mais de dez lugares e de carga com peso bruto total supe- rior a 4.536 kg. Isso aí! Vamos, agora, relembrar tudo o que você estudou sobre a legislação específica para veículos de emergência? Resumindo... Neste tópico, você estudou alguns assuntos importantes sobre a legislação específica para veículos de emergência. Vamos relembrá-los? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 98 Você começou estudando que os veículos de emergência seguem to- das as determinações do CTB. Há algumas prerrogativas específicas, conforme o previsto no inciso VII do artigo 29. Você estudou algumas responsabilidades da pessoa condutora de veículos de emergência, tais como ter atitude e agir prontamente em situações de imprevisto ou de ocorrências eventuais, atentar-se ao que ocorre dentro e fora do veículo de trabalho, entre outras. Por fim, você conheceu o registrador instantâneo e inalterável de velo- cidade e tempo, bem como sua importância para esse tipo específico de transporte. Muito interessante o conteúdo, não é mesmo? Atividades de aprendizagem Vamos praticar um pouco antes de encerrar o primeiro módulo? Você estudou que há alguns artigos importantes do CTB relacionados à responsabilidade da pessoa condutora. Assinale a afirmação verdadeira. a) O uso do cinto de segurança não é obrigatório para pessoas condutoras de veículos de emergência. b) É possível frear bruscamente se necessário, ainda que provoque um aci- dente leve. c) É importante assegurar a existência de combustível suficiente para che- gar ao local de destino. d) A preocupação com as condições do veículo deve existir somente quan- do realmente necessária. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 99 Gabarito: C. A resposta correta destaca o artigo 27: Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino. Um dos temas aqui abordados foi o artigo 145 do CTB, que determina alguns aspectos im- portantes da pessoa condutora de veículos de emergência. Assinale as opções corretas. a) Ter idade mínima de 18 anos. b) Não ter cometido mais de uma infração gravíssima. c) Ser aprovada em curso especializado. d) Ser habilitada na categoria A. Gabarito: B e C. O artigo 145 do CTB determina que, para conduzir veículos de emergência, além de estar habilitado em categoria compatível com o veículo, o candidato deve ser maior de 21 anos, ser aprovado em curso especializado e não ter cometido mais de uma infração gravíssima nos últimos 12 meses. Muito bem! Você concluiu o Módulo I sobre Legislação de Trânsito, no qual estudou a teoria de uma maneira geral e a legislação específica para veículos de emergência! No próximo módulo, você vai estudar direção defensiva. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 100 Direção defensiva Neste módulo, vamos conhecer as principais características da direção defensiva e como colocá-la em prática no trânsito. Também vamos conhecer as principais causas e os tipos de acidentes, de modo que possamos evitá-los. Primeiro, vamos fazer uma reflexão? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 101 O que você sabe sobre direção defensiva? Lembre-se de que sinalizar suas intenções com antecedência é uma das características da direção defensiva. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 102 Vamos conhecer as demais? Se você não se recordar de alguns pontos ou mesmo da maioria, não se preocupe! Vamos abordá-los de forma didática para que você consiga fazer uso desses conhecimentos no dia a dia! Vamos lá!Direção defensiva Você já deve ter presenciado alguma situação no trânsito em que alguma decisão evi- tou um acidente, não é mesmo? Nesse caso, podemos dizer que o motorista aplicou a direção defensiva! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 103 A direção defensiva, também chamada de preventiva, é o conjunto de ações, atitudes e princípios que um motorista responsável adota para evitar acidentes, mesmo diante de condutas inadequadas de outros condutores e de condições adversas no trânsito. Mas o que é uma condição adversa? Na sequência, saiba mais sobre isso. Condições adversas Quando você está no trânsito, vê muitas cenas di- fíceis de acreditar, concorda? Quando essas ações incorretas são praticadas por outras pessoas, é fácil identificá-las. Mas o que seriam essas situações? Elas representam condições adversas, que você pode entender melhor na definição a seguir. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 104 Condições adversas são condições contrárias, que atrapalham a forma normal de dirigir. Além disso, as condições adversas podem ser classificadas de acordo com algumas situações. Na sequência, saiba mais sobre isso. Vamos começar pelas condições adver- sas de luminosidade. Condições adversas de luminosidade Se você já dirigiu à noite por alguma estrada mal iluminada, deve ter percebido o quanto a iluminação é importante para sua segurança e a das demais pessoas. Mas, você sabia que o excesso de luz também pode ser prejudicial? Isso porque a vista humana pode levar até sete segundos para se recuperar de um ofuscamento. A seguir, confira o que o Denatran e o autor Cardo falam sobre a luminosidade. A luminosidade deficiente ou em excesso, natural ou artificial, afeta a nossa capacidade de vermos ou de sermos vistos. Se o condutor não tiver condições de ver ou de ser visto perfeitamente, há um risco muito grande de ocorrerem acidentes. Existem algumas situações que podem causar o ofuscamento da visão, especialmente em relação ao uso dos faróis. Para saber como usar corretamente os diferentes tipos de luz e conhecer outras orientações, veja a seguir. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 105 FAROL ALTO E LUZ SOLAR Pode haver ofuscamento da visão causado pelo farol alto de um veículo que vem em sentido contrário ou pela luz solar que incide diretamente nos olhos do condutor. Por isso, não acenda o farol ao encontrar outros veículos ou use o para-sol. VELOCIDADE Dado que a vista humana leva em torno de 7 s para se recuperar de um ofuscamento e que um veículo a 80 km/h percorre 22 m/s, imagine quantos metros o veículo percorrerá até a pessoa condutora recuperar a visão. PERÍODO NOTURNO Redobre o cuidado ao dirigir à noite, pois a visibilidade humana reduz para um sexto em relação à capacidade visual durante o dia. Assim, você deve conduzir com velocidade me- nor e aumentar a distância de segurança. Porém, não é apenas a luminosidade que pode afetar a direção. A seguir, conheça as con- dições adversas de tempo ou clima. Condições adversas de tempo ou de clima Quando você pensa em condições meteorológicas que prejudicam o tráfego e causam acidentes, pro- vavelmente uma das primeiras que vêm à sua cabe- ça é a chuva, não é mesmo? Afinal, ela prejudica a visibilidade e deixa a pista escorregadia. Ao dirigir com pista molhada ou em dias chuvosos, independentemente da quantidade de água na pista, diminua a velocidade, aumente a distância de outros veículos, use o freio de forma suave e gradativa e não mude de direção bruscamente. Na pista molhada, uma mudança brusca de direção pode fazer o carro aquaplanar, ou seja, perder o contato do pneu com o solo. Para saber como contornar essa situação, confira mais uma dica. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 106 Ao sentir que seu veículo está aquaplanando, tire o pé do acelerador e mantenha o volante reto. Mas, além das chuvas, existem outras situações que afetam a percepção e o controle do veículo, segundo o Denatran (2016) e o autor Cardo (2015): Granizo Neblina Durante o inverno, as estradas podem ser invadidas por neblina, o que exige mais atenção dos condutores. A seguir, saiba o que fazer para reduzir o risco de acidentes nessa condi- ção adversa. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 107 Por fim, os condutores podem, ainda, enfrentar ventos fortes. Confira como lidar com essa situação adversa. Procure parar o veículo em um local seguro, de frente para o vento, evitando ventos late- rais. A aerodinâmica do veículo é projetada para resistir ventos frontais. Para saber mais sobre as condições adversas de tempo que influenciam a direção defen- siva, clique aqui. Outra situação que pode prejudicar a direção diz respeito às condições adversas da via. A seguir, saiba mais sobre isso. Condições adversas da via Do que você se lembra quando pensa em situações que causam riscos à direção nas estradas? Vias esburacadas? Com certeza, os buracos representam grande parte das condições adversas das vias, mas não são os únicos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 108 Se levarmos em consideração que as condições adversas das vias estão relacionadas à sua construção e conservação, ainda temos outras adversidades muito frequentes no país e que são próprias da pista. Para conhecê-las, veja a seguir. 1. Curvas 2. Largura da pista 3. Condições da pista e acostamento 4. Tipo de pavimento 5. Desníveis 6. Falta de sinalização Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 109 Agora que você conheceu as condições adversas da via, continue seus estudos para sa- ber quais são as situações de tráfego que requerem a atenção de quem dirige. Condições adversas de tráfego (trânsito) Quando falamos em condições adversas de tráfego, referimo-nos a situações que levam a congestionamentos ou a trânsito lento. Normalmente, são provocadas pelo excesso de veículos nas vias. Além disso, também temos a questão do trânsito rápido, que é muito perigoso, pois a maioria dos motoristas ignora a distância de seguran- ça. Se houver alguma adversidade, é difícil parar o veículo a tempo, e, consequentemente, pode haver colisões ou mesmo engavetamentos. Em regiões rurais, tenha cuidado com a presença de máquinas agrícolas e bicicletas circu- lando sobre a pista de rolamento. Outra situação que pode prejudicar quem dirige são as condições adversas do veículo. A seguir, saiba mais sobre isso. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 110 Condições adversas do veículo Se você dirige com frequência, já deve ter presenciado muitas situações nas quais um car- ro quebrou e prejudicou a fluidez do trânsito, não é mesmo? E, embora possa acontecer de um veículo enguiçar “do nada”, a maioria das situações pode ser evitada com uma boa revisão. A seguir, conheça as condições adversas relacionadas aos veículos. 1. Pneus gastos ou mal calibrados 2. Freios desregulados 3. Suspensão desalinhada 4. Direção com folga 5. Sinaleiras e faróis com defeitos 6. Espelhos mal regulados, sujos e/ou desajustados 7. Vazamento de fluidos 8. Falta de revisão e de checklist antes de iniciar o trajeto Outra condição adversa que deve ser considerada por quem dirige diz respeito à carga. Vamos conhecê-la agora! Condições adversas da carga Você já parou para pensar que a carga também pode representar uma situação adversa? Não é à toa que, em algumas rodovias, existem até balanças para a pesagem de caminhões. Mas, em quais condições a carga pode se tornar uma condição adversa? Sempre que qualquer um dos seguintes cuidados necessários não forem observados: • limite máximo de peso; • altura; • largura; e • acondicionamento e incompatibilidades da carga. Por fim, mas não menos importante, ainda temos as condições adversas do motorista. Conheça quais são elas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos deEmergência 111 Condições adversas do motorista Você já deve imaginar que a boa condição física e mental do motorista é um fator impor- tante para evitar que ele se transforme em uma adversidade. A seguir, confira as principais condições adversas do condutor que podem levar a acidentes. Sono Cansaço Embriaguez Emocional e psíquico Quando o motorista está em uma condição adversa, modificar esse comportamento pode ser desafiador. Isso se deve, em parte, à relutância de admitir que está conduzindo de ma- neira inadequada, o que, consequentemente, pode contribuir para a ocorrência de acidentes. Para ser um motorista que pratica a direção defensiva, é preciso ter atitude e fazer as mu- danças de comportamento necessárias. Isso só acontece quando existe, além da vontade, motivação intensa. Vamos desacelerar um pouco aqui para testar os conhecimentos? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 112 Observe a imagem a seguir. Entre as opções a seguir, qual situação adversa ela represen- ta? Assinale a alternativa correta. a) Condição adversa da via. b) Condição adversa de tráfego (trânsito). c) Condição adversa de luminosidade. d) Condição adversa de veículo. Gabarito: B. A imagem representa um congestionamento. Se necessário, volte ao conte- údo e relembre as diferenças entre as condições adversas. Acidente evitável ou não evitável Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 113 Você sabia que o termo acidente não deveria mais ser usado? Afinal, significa algo fortuito e que não pode ser evitado. Dado que os acidentes de trânsito podem ser evitados, o termo adequado a ser usado é sinistro de trânsito. Não bastasse a questão conceitual, essa nomenclatura também foi fruto de alteração no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), na Lei 14.599, de 19 de junho de 2023. Entre outras alterações, essa legislação substituiu o termo “acidente” pelo “termo sinistro”. Mas o que seria, então, um sinistro? Acompanhe a definição trazida pela NBR 10.697/20, da ABNT. O sinistro de trânsito é todo evento que resulte em dano material ou prejuízo a veículo, carga, trânsito, via ou meio ambiente, ou em lesões a pessoas ou animais. Além disso, pelo menos uma das partes deve estar em movimento em via terrestre ou área aberta ao público. Porém, se você ainda ouvir ou ler a palavra “acidente” por aí, temos uma explicação: a regulamentação do Contran ainda não teve sua redação ajustada. Por isso, o termo acidente ainda é usado em alguns manuais e regulamentações. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 114 Aqui, o importante é entender que todo sinistro de trânsito é evitável, pois sempre há algo ou alguém que poderia ter impedido a ocorrência. Nessas ocasiões, normalmente, a refle- xão se volta aos envolvidos e, nesse caso, há situações nas quais o condutor fez tudo que pôde, mas não conseguiu evitar o sinistro. Vamos dar uma parada para refletir sobre uma situação? Beatriz é taxista há muitos anos em São Paulo e conhece muito bem a cidade. Certo dia, num horário de muito movimento, ela circulava por um viaduto e respeitava todas as nor- mas, quando a estrutura da via cedeu e seu carro se envolveu em um sinistro. De acordo com o que você estudou até aqui, Beatriz poderia ter feito alguma coisa para evitar esse sinistro? a) Sim, ela deveria ter feito esse trecho em um horário menos movimentado, pois foi o excesso de peso dos carros que fez a pista ceder. b) Não, ela não tinha como evitar a ocorrência. Isso é responsabilidade do órgão que cuida da infraestrutura da via, que deveria identificar e corrigir o problema estrutural. c) Sim, já que a segurança no trânsito é papel de todos, Beatriz deveria ter previsto essa situação. d) Não, pois nenhum acidente é evitável sob a visão macro da segurança no trânsito. Gabarito: B. Embora todo acidente seja evitável, Beatriz não tinha como prever que a pista iria ceder. Isso é responsabilidade do órgão que cuida da infraestrutura da via em questão. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 115 Ficou com dúvida sobre a situação de Beatriz? Conhece alguém que tenha vivido alguma experiência similar? Vá até o fórum e com- partilhe com seus colegas! Como ultrapassar e ser ultrapassado Você sabia que há diversos fatores envolvidos na execução das ultrapassagens? Conheça alguns deles. 1. Velocidade 2. Mudança de pista 3. Redução do espaço compartilhado 4. Habilidade 5. Atenção da pessoa condutora E quando houver mais de uma pista, como a ultrapassagem deve ser feita? Veja o que diz o Código de Trânsito Brasileiro (CTB): Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 116 Quando uma pista de rolamento tiver várias faixas de circulação no mesmo sentido, as da direita são destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte. Já as da esquerda são destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade. Além disso, o CTB também estabelece outras orientações importantes sobre ultrapassa- gens. Para saber mais sobre elas, veja a seguir. Um dos artigos do CTB que orienta sobre ultrapassagens é o 29, incisos IX, X e X. Vamos conhecê-lo? IX - A ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda. X - Todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar- -se de algumas situações: A) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo; Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 117 B) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o pro- pósito de ultrapassar um terceiro; C) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficien- te para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário. XI - Todo condutor, ao efetuar a ultrapassagem, deverá realizar algumas ações: A) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço; B) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma distância lateral de segurança; C) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou. E quanto ao transporte coletivo, é permitido ultrapassar esse tipo de veículo? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 118 Sim. Se você tiver a intenção de ultrapassar um ve- ículo de transporte coletivo que esteja parado para fazer o embarque e o desembarque de passageiros, deverá reduzir a velocidade, redobrar a atenção e, se necessário, parar seu veículo para garantir a segu- rança dos pedestres. E em quais situações a ultrapassagem é proibida? Saiba mais! Vias com duplo sentido de direção e pista única. Trechos em curvas e em aclives sem visibilidade. Em passagens de nível. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 119 Pontes. Viadutos. Travessias de pedestres. Interseções e suas proximidades. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 120 E quando alguém nos ultrapassa, podemos fazer algo para praticar a direção defensiva? Sim! Isso, inclusive, está previsto no artigo 30 do CTB. Confira! Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá: I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha; II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual está circulando, sem acelerar a marcha. A troca de luz baixa e alta,também chamado de sinal de luz, de forma breve e intermiten- te, pode ser usada para indicar a intenção de ultrapassar. Logo, se o veículo que está te seguindo fizer essa sinalização, significa que ele quer ultrapassar você. Vamos desacelerar um pouco aqui para testar os conhecimentos? A ultrapassagem é uma das manobras mais arriscadas que o condutor executa ao dirigir, pois há diversos fatores envolvidos na execução dessa manobra. Assinale a alternativa que contém uma situação na qual a ultrapassagem é permitida. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 121 a) Ultrapassagem em curvas. b) Ultrapassagem em vias com sentido único e duplicadas. c) Ultrapassagem em vias com duplo sentido de direção e pista única. d) Ultrapassagem em viadutos. Gabarito: B. A ultrapassagem é permitida em vias com sentido único e duplicadas. O acidente de difícil identificação da causa Também conhecida como colisão misteriosa, o acidente de difícil identificação da causa tipo de sinistro geralmente envolve um veículo e não tem testemunhas. Ou, quando as tes- temunhas existem, elas não fornecem informações confiáveis, seja por omissão ou pelo seu estado psicológico. Para entender como agir em uma situação de acidente de difícil identificação da causa, veja a seguir. Presenciar qualquer tipo de sinistro, mesmo os menos graves, geralmen- te, nos faz refletir sobre o que aconteceu. Mas será que você sabe agir nessas situações? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 122 Em qualquer sinistro de trânsito, principalmente nos que envolvem víti- mas, devemos evitar pré-julgamentos e analisar as causas dos acidentes. Isso porque, apesar de ser natural ao ser humano, interpretar um cenário para entender o que aconteceu pode gerar transtornos e conflitos devido a posicionamentos equivocados. Muitas vezes, a cena pode enganar e levar a interpretações equivocadas. Portanto, se você não presenciou o sinistro e não tem certeza a respeito do ocorrido, evite tomar conclusões e afirmar que sua interpretação é a verdadeira sobre os fatos ocorridos. Para analisar as causas de acidentes, existem serviços especializados de perícia, que atu- am de forma metódica e lógica na apuração dos fatos. O que você acha de dar uma parada para uma reflexão? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 123 Bruno é um caminhoneiro que exerce a profissão há pouco tempo. Em uma de suas via- gens, ao circular em uma rodovia com pouco movimento, ele se deparou com um veículo tombado na lateral da pista. Bruno percebeu que o condutor desse veículo veio a óbito e que não havia outras pessoas nesse local. A partir do que você estudou sobre os tipos de acidente, assinale a alternativa que melhor identifica essa situação. a) É um acidente evitável, afinal, se o condutor estava sozinho, foi o respon- sável pelo sinistro e poderia tê-lo evitado. b) É um acidente não evitável, já que o condutor deve ter caído em algum buraco e tombado o veículo. Logo, a responsabilidade é do órgão que faz a manutenção da via. c) É um acidente de difícil identificação de causa, que pode ter sido causado por diversas situações: um mal súbito do condutor, uma falha mecânica ou até suicídio. d) É um acidente causado por uma situação adversa da via, o que explica o condutor ter tombado sozinho. Gabarito: C. O acidente de difícil identificação de causa pode ser causado por diversas situações: um mal súbito do condutor, uma falha mecânica ou até suicídio. Você já vivenciou uma situação semelhante à de Bruno? Conhece alguém que tenha vivenciado? Ficou com dúvidas em algum tópico desse conteúdo? Compartilhe no fórum! Depois dessa reflexão, que tal continuar seus estudos para saber como evitar acidentes com outros veículos? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 124 Como evitar acidente com outros veículos Você já deve ter percebido que evitar sinistros com outros veículos é o grande desafio da condução segura, não é mesmo? Mas, você sabe qual deve ser o foco do motorista que prima pela direção defensiva? O foco da pessoa condutora defensiva deve estar voltado a evitar sinistros com qualquer um dos demais atores do trânsito, como motociclistas, ciclistas, carroceiros e skatistas, por exemplo. Nesse momento, porém, vamos enfatizar as estratégias mais populares para evitar sinis- tros com outros veículos. Mas, você sabe dizer o que caracteriza esse tipo de acidente? O sinistro entre veículos geralmente ocorre quando as normas gerais de circulação e con- duta são desrespeitadas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 125 Para esses casos, o capítulo III do CTB determina que o condutor deve guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos. Se mantiver essa distância de segurança, certamente não haverá sinistro. A seguir, acompanhe uma dica que vai te ajudar a praticar a direção defensiva a fim de evitar sinistros entre veículos. Para manter a distância lateral, você deve conduzir o veículo com habilidade e ter noção do espaço que o veículo ocupa na via, assim como o ângulo de manobra necessário em conversões e movimentos laterais. Para saber como evitar outros tipos de colisões, continue em frente. Evitando colisões frontais e com o veículo à sua frente Você sabia que a colisão frontal é o mais grave dos acidentes de trânsito? Inclusive, mui- tas vezes, os ocupantes não sobrevivem. Elas podem acontecer em curvas e em retas. Para saber como evitá-las nas retas, veja a seguir. Respeite o limite de velocidade e as demais determinações do CTB. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 126 Mantenha-se sempre em sua mão de direção. Somente faça ultrapassagens se tiver visibilidade suficiente. Mantenha a atenção à presença de possíveis ciclistas, pedestres e outros veículos que podem entrar na pista. Certifique-se de que o veículo a ser ultrapassado identificou sua intenção de ultrapassá-lo e não tem interesse em ultrapassar ou- tro veículo. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 127 Perceba as curvas com antecedência. Já nas curvas, você deve ter atenção: ao ângulo da curva. ao tipo de pavimento. à condição e à capacidade do seu veículo. Existe uma força que mantém seu veículo na direção em que está indo, a chamada força centrífuga. Ela é uma das leis da física, portanto, não é burlável. Logo, seu veículo pode ser jogado para fora da curva, sair da pista ou invadir a pista contrária. Mas, a força centrífuga não é a única lei da física aplicada à circulação dos veículos. Tam- bém temos a força G, cuja definição você pode conferir a seguir: Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 128 Força G é a aceleração lateral gerada em uma curva ou uma manobra, medida na unidade da aceleração da gravidade (g = 9,8m/s2). Isso pode tombar um caminhão. Para se ter uma ideia, enquanto um veículo de Fórmula 1 pode suportar 5 G sem derrapar ou tombar, nos caminhões, isso já pode acontecer com uma força entre 0,4 e 0,6 G. E você tem ideia da distância que deve manter do veículo que trafega à sua frente? Se não souber, a manutenção e o estabelecimento de uma distância frontal segura dependem do tempo de reação, de frenagem e de parada. Ao entender esses tempos e conhecer seu veículo, será possível analisar a distância segu- ra em relação ao veículo da frente. Caso você ainda tenha dúvidas sobre o que é o tempo de reação, frenagem, parada e ou- tros termos importantes, veja a seguir. TEMPO DE REAÇÃO Tempo que o motorista leva para reagir diante de um perigo. TEMPO DE FRENAGEM Tempo gasto desde o acionamento do mecanismo de freio até a parada total do veículo. TEMPO DE PARADA Tempo gasto desde o momento que o perigo é visto até a parada total do veículo. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 129 DISTÂNCIA DE REAÇÃO Distânciapercorrida pelo veículo desde o momento que o motorista vê o perigo até tomar uma atitude. DISTÂNCIA DE FRENAGEM Distância que o veículo percorre depois que o mecanismo do freio é acionado até a parada total. DISTÂNCIA DE PARADA Distância percorrida pelo veículo desde que o perigo é visto até sua parada total. DISTÂNCIA DE SEGUIMENTO Distância entre o veículo que você está dirigindo e o que segue à frente, de forma que você possa parar, mesmo numa emergência, sem colidir com a traseira do outro. Quer entender melhor alguns desses conceitos? Então veja a seguir. Para você ter uma ideia da importância de conhecer e respeitar essas distâncias, um veículo que trafega a 50 km/h pode parar em 45 m. No entanto, se ele estiver a 70 km/h, precisará de 70 m para parar. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 130 Ao trafegar atrás de outro veículo, mantenha distância para evitar uma colisão se ele frear bruscamente. Uma boa distância permite que você tenha tempo de reagir e acionar os freios diante de uma emergência e o veículo pare antes de colidir com o outro. Quando o motorista não mantém a distância de segurança ou está desatento quando um carro para à frente, normalmente acontece a colisão. Saiba como evitar isso: Para evitar uma colisão com o veículo que trafega à sua frente, você deve: concentrar sua atenção no que está ocorrendo no trânsito; observar os sinais do motorista da frente; olhar além do veículo à sua frente, a fim de perceber possíveis situações que possam forçá-lo a agir; manter os vidros limpos e desimpedidos de objetos que diminuam o campo de visão; Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 131 manter a distância de segurança. E será que existe alguma forma de evitar colisões com o veículo de trás? Saiba mais sobre isso a seguir. Evitando colisão com o veículo de trás Colisões traseiras podem ser tão danosas quanto as frontais. Para evitar acidentes com veículos que vêm atrás, siga os seguintes princípios de direção defensiva: Além de acidentes com outros veículos, saber aplicar a direção defensiva também é impor- tante para evitar sinistros com pedestres e outros atores do trânsito. Saiba como a seguir. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 132 Como evitar acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito (motociclista, ciclista, carroceiro, skatista) Você, motorista, sabe que precisa estar especialmente atento para evitar diversos tipos de acidentes, não é mesmo? E, no caso de outros integrantes do trânsito, não seria diferente. A seguir, saiba quais são os tipos de sinistro mais comuns: 1. Colisões na marcha à ré 2. Atropelamentos 3. Colisões com objetos fixos 4. Colisões com bicicletas 5. Colisões com motocicletas 6. Colisões com animais A seguir, saiba mais sobre cada um desses acidentes, a começar pelas colisões na marcha a ré. Colisões na marcha à ré Dado que a manobra em marcha à ré limita a visão do condutor e potencializa o número de pontos cegos, é preciso prestar muita atenção para evitar acidentes nessa situação. Acompanhe algumas dicas: Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 133 Outra situação que envolve integrantes que podem sofrer acidentes é o atropelamento. Vamos falar mais sobre isso a partir de agora. Atropelamentos Apesar de o CTB dispor de um conjunto de regras que normatizam a circulação e a condu- ta dos usuários do trânsito, o comportamento humano não pode ser previsto com 100% de assertividade. O pedestre, além de ser humano, nem sempre re- cebeu todas as instruções e orientações a respeito das regras que devem ser seguidas. Logo, é preciso estar ciente de que as pessoas erram e é preciso tomar cuidado para, se necessário, conter o veículo, inclusive em situações inesperadas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 134 Em locais de circulação de pessoas ou onde não há barreiras físicas que garantam que pedestres invadam a pista, redobre sua atenção, reduza a velocidade e esteja em condi- ções de, se necessário, parar seu veículo. Além de pedestres, outros usuários do trânsito que podem ser atropelados são os ciclis- tas. Saiba mais a seguir. Colisões com bicicletas Por ser um veículo de propulsão humana, a bicicleta tem o direito de transitar como qualquer outro veícu- lo. No entanto, muitos motoristas parecem ignorar os ciclistas e chegam a atrapalhar a circulação das bicicletas ou a colocá-las em situações de risco. Porém, isso não pode acontecer; é preciso ter atenção a algumas questões importantes: Para conduzir bicicletas e outros ciclos não classificados como ciclomo- tores e motocicletas, não há a necessidade de obtenção de habilitação. Consequentemente, existem muitos ciclistas que não têm orientação sobre as regras de trânsito e muitos deles são crianças. Nunca mantenha distância inferior a 1,5 m de um ciclista. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 135 Tenha cuidado ao abrir e fechar as portas dos veículos ao parar ou ao estacionar. Seja solidário em relação ao espaço, principalmente em vias desprovidas de faixa exclusiva. Atente-se para ciclistas que não usam dispositivos refletivos. Os ciclos e bicicletas geralmente são silenciosos e podem desenvolver altas velocidades. Além das bicicletas, outro meio de transporte que merece atenção são as motocicletas. A seguir, veja como aplicar a direção defensiva com motociclistas e evitar colisões. Colisões com motocicletas Você já parou para pensar que o trânsito é como um ecossistema? As motocicletas representam um veículo pequeno em relação aos demais, além de serem muito ágeis. Por isso, manobras de ultrapas- sagem e mudança de pista são feitas com facilida- de de movimento por elas. Por esse motivo, a pessoa condutora de veículos de grande porte precisa ter atenção aos deslocamentos laterais e conversões a fim de se antecipar ao surgimento repenti- no de motociclistas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 136 Um fato que requer atenção nesse ponto diz respeito aos pontos cegos, que facilmente escondem os motociclistas da visão do motorista. Conheça algumas orientações: Sempre mantenha os espelhos retrovisores desobstruídos e bem regulados. Mantenha os vidros de seu veículo limpos e desobstruídos. Antecipe-se à possibilidade de veículos presentes nos seus pontos cegos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 137 Só faça deslocamentos e ma- nobras se tiver certeza de que o caminho está livre. Lembre-se de que a motocicleta ocupa o espaço de um veículo na pista, ou seja, para ultrapassá-la, haverá a necessidade de mudar de pista. Outra situação de colisão no trânsito pode envolver a presença de animais na pista. Va- mos saber mais sobre isso? Colisões com animais Para entendermos melhor as colisões que envolvem animais, precisamos considerar que eles são, via de regra, seres irracionais que tendem a seguir seus instintos. Logo, é natural que animais soltos inva- dam espaços inapropriados e coloquem em risco sua saúde e a dos demais ocupantes das vias. Para saber como agir em locais onde é possível deparar-se com animais soltos, veja abaixo. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 138 1. Redobre a atenção e prepare-se para imobilizar seu veículo em caso de necessidade. 2. Pare seu veículo em local seguro e acione a autoridade de trânsito responsável pela via. Assim, providências podem ser adotadas para que o risco de ocorrência de sinis- tro de trânsito seja eliminado. 3. Lembre-se da sinalização que adverte a pessoa condutora sobre o risco de se deparar com animais, inclusive selvagens. Você se lembra de quais são as sinalizações de advertência para animais na pista? Acompanhe: Animais (A-35) Animais selvagens (A-36) Outra situação que pode causar uma colisão no trânsito envolve a presença de objetosfixos. Saiba mais sobre isso a seguir. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 139 Colisões com objetos fixos Conhecer as dimensões de seu veículo e o espaço que você tem para fazer conversões e manobras é funda- mental para evitar colisões com objetos fixos. Isso se aplica principalmente a veículos de grande porte. Para conduzir um veículo de grande porte, você deve ter boa noção de espaço e dominar as dimensões de seu veículo. Esse conhecimento, aliado à habilidade e à atenção, são fundamentais para evitar colisões com objetos como árvores, postes e garagens. Por fim, lembre-se de que o veículo de grande porte é diferente dos demais, e a via onde os veículos circulam livremente e sem obstáculos pode conter uma fiação elétrica de baixa altura com a qual seu veículo poderá colidir. O que você acha de dar uma parada para testar seus conhecimentos sobre o que estudou até agora? Quando pensamos nas colisões que envolvem ciclistas e pedestres, temos que levar em consideração alguns fatores da direção defensiva para evitar esses sinistros. Assinale a alternativa que contém uma orientação correta sobre esse tipo de situação. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 140 a) Ao trafegar em locais com ciclistas, o motorista deve manter uma distân- cia mínima de 1,5 m deles. b) Todos os ciclistas conhecem as regras de trânsito, já que esse veículo exige habilitação. Logo, não são necessários cuidados. c) O comportamento humano pode ser previsto com 100% de assertividade, portanto, não é necessária atenção especial aos pedestres. d) Não é necessário ter cuidado ao abrir e fechar as portas dos veículos ao parar ou ao estacionar. a Gabarito: A. Ao trafegar em locais com ciclistas, o motorista deve manter uma distância mínima de 1,5 m deles. A importância de ver e ser visto No trânsito, tão importante quanto ver é ser visto. Para saber como conseguir prestar atenção aos outros, de modo que eles também te vejam, acompanhe a seguir. Dedique atenção especial aos pontos cegos, às colunas e às outras partes da carroceria que podem ocultar veículos, objetos, obstáculos e pedestres. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 141 Regule corretamente os espelhos retrovisores. Isso é fundamental para poder enxergar os veículos que se aproximam pela traseira ou pelas laterais do veículo. Não se esqueça de manter a área envidraçada de seu veículo limpa e livre de objetos ou adesivos que prejudiquem a visibilidade. Use adequadamente faróis, luzes indicadoras de direção, luzes de freio, pisca-alerta e luz de ré. Sinalize suas manobras no trân- sito. Isso é fundamental para que todas as pessoas que usam as vias percebam sua presença e prevejam seus movimentos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 142 Embora não seja obrigatório em todas as vias, o uso do farol de luz baixa durante o dia é recomendado. O que você acha de dar uma parada para testar seus conhecimentos sobre o que estudou até agora? Uma das formas de evitar sinistros no trânsito é se certificar de que você consegue ver os outros motoristas, veículos e pedestres ao seu redor, da mesma forma que eles precisam estar vendo você. Assinale a alternativa que ilustra essa situação. a) Adesivos podem ser colados em qualquer lugar do veículo, pois não pre- judicam a visibilidade. b) Para ver e ser visto, o motorista deve regular corretamente os espelhos retrovisores. c) Pontos cegos, colunas e outras partes da carroceria não influenciam a visibilidade do motorista. d) Nem todas as manobras precisam ser sinalizadas, principalmente se o veículo estiver um uma via pouco movimentada. Gabarito: B. Para ver e ser visto, o motorista deve regular corretamente os espelhos retrovisores. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 143 A importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados Você deve concordar que dirigir com segurança e responsabilidade é dever de todos os motoristas, não é mesmo? E isso é ainda mais importante quando falamos de veículos de grande porte e motoristas profissionais. Uma das estratégias mais famosas da direção defensiva é a adoção e o desenvolvimento de competências de comportamento, habilidade e atitude. Vamos estudar agora as competências de comportamento, habilidade e atitude! Competências de comportamento, habilidade e atitude As competências de comportamento, habilidade e atitude estão relacionadas aos cinco elementos da direção defensiva: conhecimento, atenção, previsão, decisão e habilidade. A seguir, vamos conhecer melhor cada um deles. Conhecimento Em qualquer atividade profissional, é importante dominar a teoria e colocá-la em prática para desenvolver um bom trabalho. E é claro que dirigir não fugiria a essa regra. Conheça quais conhecimentos são essenciais para dirigir em segurança a seguir. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 144 Conhecer as leis e os regulamentos de trânsito e de transporte. Colocar em prática os procedimentos para ul- trapassagens seguras, o direito de preferência nas vias e uma série de outras informações. Adquirir conhecimento a respeito do veículo e das vias em que irá circular. Quanto mais informações a pessoa condutora possuir a respeito do meio em que está inserida, melhor será sua capacidade de análise, julgamento e tomada de decisão. Atenção Você já deve saber que a atenção é fundamental para conduzir veículos de forma segura e evitar sinistros, não é mesmo? Mas você sabe o que atualmente tem distraído a atenção de quem dirige? A seguir, saiba mais sobre isso. O celular e as tecnologias embarcadas, em muitos casos, têm roubado a atenção do condutor e provocado sinistros. Outro ladrão da atenção é a fadiga e o sono. Suas necessidades fisio- lógicas são fundamentais para a manutenção de sua vigília. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 145 Enquanto conduz, mantenha o foco na direção. Se estiver com dificuldade de se concen- trar, pare seu veículo em local seguro e identifique o que está lhe tirando a atenção. No caso de fadiga, descanse. Se for o celular, desligue e o coloque-o em local de difícil acesso. Previsão Quando você conhece a atividade que exerce e está e em pleno estado de atenção, conse- guirá prever as mais diversas situações que podem ocorrer enquanto você conduz o veículo. Quando se fala em direção preventiva, o principal elemento é a previsão das possibilida- des e a antecipação das ações, a fim de que as surpresas sejam eliminadas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 146 Decisão Tomar uma decisão em situações inesperadas é um fator crítico para evitar um sinistro. Aqui fica clara a ligação entre os elementos da direção defensiva. Quanto mais conheci- mento dessa área você tiver, melhor será sua decisão. Além disso, com atenção, você conseguirá prever as situações com antecedência e, consequentemente, terá mais tempo para tomar a decisão adequada. A tomada de decisão deve ser sempre focada na segurança de todos e realizada de forma rápida e lógica. Muitas vezes, sinistros ocorrem porque algum dos envolvidos tomou a decisão errada. Habilidade Você já deve ter ouvido falar que o óbvio precisa ser dito, não é mesmo? E aqui essa lógi- ca faz ainda mais sentido, pois se espera que a pessoa condutora tenha habilidade para realizar as manobras necessárias. De nada adianta o motorista ter conhecimento teórico, estar atento, prever algum perigo e tomar a decisão adequada se ele não for hábil para realizar uma manobra defensiva ou corretiva. Por fim, a pessoa condutora deve ter a humildade de agir com cautela ao conduzir veícu- los diferentes, dos quais não tem pleno domínio. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 147 Ainda falando em segurança, saiba do que de tratam o comportamento192 A responsabilidade civil e criminal do condutor e o CTB .............. 193 Resumindo….................................................................................... 195 Atividades de aprendizagem ........................................................ 196 Relacionamento Interpessoal ..................................................... 198 Aspectos do comportamento e de segurança na condução de veí- culos de emergência ....................................................................... 200 Aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência ............................................................... 201 Empatia ...................................................................................... 204 Comportamento solidário no trânsito ........................................... 206 Comportamento solidário no trânsito .............................................. 206 Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação ................................................................ 210 Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação .................................................................... 210 Respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito ........ 213 Respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito .... 214 Papel dos agentes de fiscalização de trânsito .............................. 218 Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 5 Papel dos agentes de fiscalização de trânsito .................................. 218 Atendimento às diferenças e especificidades dos usuários (pesso- as com deficiência, com mobilidade reduzida, com diversas faixas- -etárias e outras condições) ............................................................ 220 Características dos usuários de veículos de emergência ............. 221 Cuidados especiais e atenção que devem ser dispensados aos passageiros e aos outros atores do trânsito, na condução de veícu- los de emergência. .......................................................................... 229 Pessoas com mobilidade reduzida ............................................... 232 Pessoas com deficiência ............................................................. 232 Resumindo….................................................................................... 237 Atividades de aprendizagem ........................................................ 238 Recapitulando os módulos ........................................................... 240 Encerramento do curso .................................................................... 240 Próximos passos ........................................................................ 241 Referências bibliográficas ........................................................... 243 Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 6 Olá! Receba nossas boas-vindas! O Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência foi desenvolvido para preparar motoristas, profissionais ou não, para serem certificados, conforme a Reso- lução a seguir: Nós temos informações muito importantes para passar a fim de que você possa estudar com calma e se preparar para a avaliação que fará quando concluir o curso. Por isso, é fundamental que você leia atentamente tudo o que vamos mostrar aqui nesta apresentação! Caso tenha alguma dúvida, vá até o fórum e converse com seu tutor, ok? Vamos lá! Apresentação do curso Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 7 Estrutura do curso O curso tem carga horária total de 16 horas/aula. Veja a seguir como ele está dividido. Módulo 1 Legislação de trânsito e Legislação específica 3h Módulo 2 Direção defensiva 5h Módulo 3 Noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e convívio social 3h Módulo 4 Relacionamento interpessoal 5h Conheça a seguir o que você vai estudar em cada módulo. MÓDULO 1 Neste módulo, você vai estudar dois tópicos. No primeiro tópico, vai relembrar algumas categorias de habilitação, documentações, sinalizações viárias, penalizações, crimes de trânsito e regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação. No outro tópico, você vai conhecer a legislação específica e normas sobre veículos de emergência. MÓDULO 2 No segundo módulo, você vai estudar, entre outros assuntos, como evitar acidentes, a importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados, o com- portamento seguro e a importância do estado físico e mental da pessoa condutora. MÓDULO 3 No terceiro módulo, você vai estudar alguns assuntos importantes, como as primeiras pro- vidências quanto a acidentes de trânsito e o acionamento de recursos, como o Corpo de Bombeiros, a Polícia, ambulância e a concessionária da via. Também vai estudar a regula- mentação do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) sobre poluição ambiental causada por veículos e relacionamento interpessoal. MÓDULO 4 Por fim, mas não menos importante, você vai estudar, no quarto módulo, a importância do relacionamento interpessoal para lidar com os diferentes atores no trânsito. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 8 É importante que você tenha atenção ao seu tempo de estudo! Cada hora/aula tem 50 minutos. Você pode estudar um máximo de 8 horas por dia. Divida seu tempo em dois períodos de 4 horas/aula e respeite o intervalo mínimo de 1 hora. Assim, para facilitar sua organização, cada módulo está dividido da seguinte maneira: • Módulo 1 - 5 partes de 36 minutos/aula • Módulo 2 - 7 partes de 39 minutos/aula e 1 parte de 27 minutos/aula • Módulo 3 - 5 partes de 36 minutos/aula • Módulo 4 - 7 partes de 39 minutos/aula e 1 parte de 27 minutos/aula Estas orientações sobre a carga horária são válidas somente para o curso EaD. No curso presencial, as orientações seguirão conforme a unidade operacional em que você estiver realizando o curso. Além disso, você contará com uma barra de navegação para acompanhar seu progresso em cada uma dessas partes. Tudo tranquilo até aqui? Recursos educacionais e interativos Ao longo do curso, você vai encontrar imagens, infográficos e muitos outros recursos pla- nejados para tornar seu aprendizado mais fácil e agradável. Confira! Preste atenção à Parada obrigatória! Nela, você vai encontrar trechos importantes para seus estudos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 9 Em Rota consciente, você encontrará algumas definições importantes para a compreensão do conteúdo. Em Fiscalização em ação, você encontrará trechos de resoluções, do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), além de links importantes. Em Reduzindo a marcha, você encontrará algumas orientações e dicas que podem ajudar no seu dia a dia. Como você saberá que está compreendendo o conteúdo? Ao longo dos estudos e ao fim de cada módulo, há algumas atividades para avaliar se você está compreendendo o conteúdo que está estudando. No Desacelerando para o conhecimento, você vai fazer atividades de escolha única, múltipla escolha e de correlacionar. Também vai rece- ber um feedback direcionado para o conteúdo avaliado. Além dessas atividades, você vai fazer, ainda, algumas atividades mais práticas: No Conversa de sinal, você vai encontrar casos e situações reais com as quais pode se deparar em seu dia a dia como pessoa condutora de veículos especializados. Após refletir sobre a situação, você vai fazer uma atividade de aprendizagem e poderá compartilhar sua experiência no fórum. Não deixe de participar! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 10 Ah! É importante sinalizar que as atividades são obrigatórias para a continuação dos estu- dos, ok? Você precisa respondê-las! Regras para conclusão e certificação do curso Para concluir o curso, você deverá: • estudar todo o conteúdo; • responder às atividadesseguro e de risco, uma diferença que pode salvar vidas. Comportamento seguro e comportamento de risco – diferença que pode poupar vidas Você sabia que existe um nome para o motorista que aplica a direção defensiva? É pessoa condutora preventiva, uma pessoa que apresenta comportamentos seguros e compreende que precisa adotar os cinco elementos da direção defensiva. Um exemplo de comportamento seguro ocorre quando o motorista autoavalia os elemen- tos da direção defensiva para identificar em quais tem maior facilidade ou dificuldade. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 148 Agora imagine duas situações: Este condutor tem muita habili- dade e conhecimento, o que lhe proporciona uma alta capacidade de previsão e decisão. Mas ele tem dificuldade em manter-se atento durante a condução. Logo, precisa promover a sinergia entre os elementos e desenvolver sua capacidade de atenção. Já este condutor tem conhecimen- to, atenção, previsão e decisão apuradas, mas dirige um veículo de grande porte pela primeira vez. Esse motorista ainda não tem a habilidade de condução necessá- ria ainda e, nesse contexto, precisa desenvolvê-la. Mas o que caracteriza um comportamento de risco da pessoa condutora? É aquele contrário a todo procedimento que dá as condições adequadas de segurança. Ou seja, abrange desde a ausência de planejamento até a falta deliberada da adesão a regras, protocolos e procedimentos de segurança, como utilizar o cinto de segurança. Para adotar um comportamento seguro, você pode seguir o método básico de prevenção de acidentes. É um guia que todo condutor deveria ter e é recomendado por Cardo (2015), Günther (2015) e Pechansky et al. (2010). Esse método possui como acrônimo as letras PDA. Para conhecer o significado de cada letra, veja a seguir. P: PREVER O PERIGO A previsão de possíveis situações de risco que contribuem para que os acidentes acon- teçam deve ser efetuada com bastante antecedência, podendo ser de horas, dias ou até semanas, caracterizando a previsão mediata. D: DESCOBRIR O QUE FAZER Na maioria das vezes, os acidentes resultam de um erro do motorista. O mesmo erro que provoca um acidente leve pode causar um acidente fatal, sendo que a gravidade é deter- Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 149 minada pela ocasião. Isso quer dizer que cada acidente, mesmo pequeno, merece ser revisto, analisando o erro e afastando a possibilidade de repetição, talvez com consequên- cias mais sérias e, quem sabe, até mesmo fatais. O fato de você, ao volante, ter permitido que houvesse o acidente já indica, por si só, que não agiu a tempo ou não soube como se defender ou, ainda, que desconhecia o perigo. Lembre-se de que o motorista deve estar sempre preparado para enfrentar todas as situações de risco, sabendo previamente qual a atitude a ser tomada. Para estar preparado para iniciar uma viagem, você deve prever mentalmente o que pode acontecer, tornando mais fácil descobrir o que fazer ou como se defender. A: AGIR A TEMPO Uma vez que você conhece o perigo e sabe qual é a atitude a ser tomada, aja imediata- mente! Jamais espere para ver o que vai acontecer. Na maioria das vezes, os acidentes ocorrem justamente porque o motorista espera a atitude dos outros ou, ainda, espera que eles conheçam e respeitem as leis. O que você acha de dar uma parada para testar seus conhecimentos sobre o que estudou até agora? Uma das estratégias mais famosas da direção defensiva é a adoção e o desenvolvimento das seguintes competências: comportamento, habilidade e atitude. Essas competências estão relacionadas aos cinco elementos da direção defensiva. Quais são eles? Assinale a alternativa correta. a) Discernimento, atenção, previsão, decisão e técnica. b) Conhecimento, foco, previsibilidade, decisão e habilidade. c) Legislação, concentração, previsão, habilidade e técnica. d) Conhecimento, atenção, previsão, decisão e habilidade. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 150 Gabarito: D. Os cinco elementos da direção defensiva são: conhecimento, atenção, previ- são, decisão e habilidade. Comportamento pós- acidente Vimos que o grande objetivo da direção defensiva e preventiva é evitar que os sinistros de trânsito ocorram. Mas, caso aconteçam, ainda assim, é possível ser uma pessoa condutora defensiva. No caso de um sinistro, a pessoa condutora defensiva é aquela que sabe adotar compor- tamentos adequados para não agravar ainda mais a ocorrência. Nesse contexto, é impres- cindível que a pessoa condutora adote algumas posturas: Mantenha a calma. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 151 Adote os procedimentos de sinali- zação e isolamento do local, se for o caso, a fim de evitar que novos sinistros aconteçam. Acione os recursos necessários e adote os procedimentos de primei- ros socorros, se for o caso. Analise o que você poderia ter fei- to para evitar o acontecido. Mes- mo que não tenha culpa, é preciso refletir sobre algo que poderia ser feito para que aquilo não aconte- cesse ou pudesse ser evitado. Refletir sobre um sinistro é uma atitude alinhada ao conceito de direção defensiva, que ajuda a evitar sinistros até quando os outros se comportam de forma incorreta no trânsito ou em condições adversas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 152 O que você acha de dar uma parada para testar seus conhecimentos sobre o que estudou até agora? Caso não consigamos evitar um sinistro, existem algumas posturas que devem ser adota- das e que configuram bom comportamento pós-acidente. Assinale a alternativa que con- tém um exemplo disso. a) Adotar um comportamento ansioso e tentar resolver tudo o mais rápido possível. b) Acionar os recursos necessários e adotar os procedimentos de primeiros socorros, se for o caso. c) Não refletir sobre algo que poderia ser feito para que o acidente não acontecesse ou pudesse ser evitado. d) Não sinalizar nem isolar o local do sinistro. Gabarito: B. É preciso acionar os recursos necessários e adotar os procedimentos de primeiros socorros, se for o caso. Estado físico e mental do condutor, consequências da ingestão e consumo de bebida alcoólica e substâncias psicoativas Você sabia que existem outras drogas e estados físicos que podem afetar o modo de dirigir? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 153 Segundo os autores Dualibi et al. (2012) e Cristo (2012), as condições físicas e mentais são muito importantes, pois alteram o modo de dirigir da pessoa condutora e seu desempenho. Para conhecer os fatores físicos e mentais que influenciam a direção, veja a seguir. Fatores físicos Fadiga, capacidade de atenção, audição e visão. Fatores mentais e emocionais Inexperiência, familiaridade com a via, excitação ou depressão. Perceba que essas características levam o motorista a dirigir com pressa ou sem atenção, com raiva, calor, frustração e insegurança. A seguir, saiba mais sobre essas e outras con- dições que afetam o modo de dirigir. Fadiga e sono Se você já fez alguma atividade com sono, deve ter percebido que seu rendimento diminui, concorda? Imagine, então, quando pensamos na direção. Um motorista cansado não tem condições de dirigir com segurança. O cansaço e o sono, muitas vezes, são mais fortes do que a capacidade de permanecer acordada, o que pode fazer a pessoa condutora adormecer sem perceber. Imagine um caminhoneiro que faz longas viagens durante a noite e não descansa corre- tamente durante o dia. Mesmo que não sinta sono, sua fadiga acaba por prejudicar seu estado de vigília e, consequentemente, seu nível de atenção. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 154 A viagem começa sempre no dia anterior ao da partida, com um bom período de descan- so. Os intervalos de descanso são imprescindíveis para a segurança. Álcool Vimos que, para dirigir com segurança,o motorista precisa estar em boas condições físi- cas e mentais. Isso inclui não ingerir álcool, uma substância que, ao contrário do que se imagina, é uma droga depressora do sistema nervoso. Para saber de que outras formas o álcool afeta o organismo, veja a seguir. 1. Afeta nossa capacidade de análise e julgamento. 2. Diminui o senso de cuidado. 3. Torna mais lentos os reflexos. 4. Prejudica a visão e a audição. 5. Compromete toda a capacidade de dirigir. A lei n.º 11.705/2008, ou Lei Seca, modifica os artigos 165, 262, 276 e 306 do CTB. Ela define novas regras para o consumo de bebidas alcoólicas por condutores de veículos e estabelece sua proibição para todos, qualquer que seja a quantidade ingerida. Drogas e medicamentos Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 155 Você já deve saber que a automedicação, ou seja, tomar remédios sem prescrição médica, é uma prática prejudicial à saúde e pode acarretar sérias consequências ao organismo. Mas você sabia que se automedicar também pode atrapalhar o ato de dirigir? Quem dirige caminhão, normalmente, está nas estra- das, longe de casa. Por isso, muitas vezes, adia a ida ao médico, mesmo quando não se sente bem, o que compromete a saúde, e recorre à automedicação. Não tome medicamentos sem prescrição médica. Aspectos psíquicos Você já deve ter ouvido dizer que cada pessoa é um universo, não é verdade? Isso porque as pessoas são diferentes em relação aos aspectos psíquicos, que influenciam sua ma- neira de ser e agir. A seguir, conheça alguns tipos de comportamento. Alguém que passou por uma emoção muito forte, como o falecimento de uma pessoa querida, pode ter seu comportamento alterado. Há pessoas que se irritam com mais facilidade no trânsito; outras são mais tranquilas. Há, ainda, pessoas que não se deixam abalar, mesmo por fatos desagradáveis. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 156 Muito conteúdo, não é mesmo? Vamos dar uma pausa para testar os conhecimentos? O estado físico e mental da pessoa condutora é um fator que influencia o modo de dirigir, pois envolve questões como fadiga e uso de medicamentos. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta. a) Quem dirige caminhão, muitas vezes, adia a ida ao médico e, por isso, pode se automedicar, sem prejuízos à saúde. b) Passar por uma emoção muito forte pode alterar o comportamento de alguém, mas isso não interfere na sua forma de dirigir. c) O álcool é uma droga depressora do sistema nervoso que afeta nossos sentidos e nossa capacidade de análise e julgamento. Por esse motivo, não deve ser ingerido antes de dirigir. d) Um motorista cansado tem condições de dirigir com segurança. a Gabarito: C. O álcool afeta nossos sentidos e nossa capacidade de análise e julgamento e, por isso, não deve ser ingerido antes de dirigir. Isso aí! Vamos, agora, relembrar tudo o que você estudou neste módulo? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 157 Resumindo… Neste módulo, você viu o que é direção defensiva e como colocá-la em prática, além de diversos fatores que podem afetar o modo de dirigir. Primeiro, você estudou a direção defensiva comum e suas condições adversas, como clima, via, lumino- sidade, veículos e outras. Depois, você aprendeu a identificar o que é um aci- dente evitável ou não evitável. Isso inclui medidas para que esse tipo de situação não ocorra. Além disso, você estudou formas de ultrapassar ou ser ultrapassado, com orientações sobre ultrapas- sagens seguras e manobras proibidas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 158 Depois, você aprendeu que nem todo acidente é fá- cil de identificar, já que pode envolver um mal súbito da pessoa condutora e outras situações inespera- das e difíceis de prever. Na sequência, você viu a importância de ver e ser visto no trânsito e do comportamento seguro da condução de veículos especializados. Por fim, aprendeu o que fazer depois de um aciden- te, caso ele ocorra, além de estudar os estados físi- cos e mentais que podem afetar o modo de dirigir. Muita informação, não é? E o curso está apenas começando! Seus próximos estudos se- rão sobre primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e convívio social! Atividades de aprendizagem Antes de finalizarmos, vamos fazer algumas atividades? Conforme os tipos de sinalização estudados, analise a imagem a seguir. Qual é o tipo de sinalização apresentada? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 159 a) Presença de animais selvagens na pista. b) Presença de animais na pista. c) Presença de máquinas agrícolas na pista. d) Área rural. Gabarito: A A placa apresentada na imagem representa a sinalização de que animais silvestres podem atravessar a pista. Você estudou neste módulo a diferença entre os comportamentos seguro e de risco. Ob- serve as situações a seguir e correlacione os comportamentos seguro e de risco. Um exemplo desse tipo de com- portamento é quando o motorista autoavalia os elementos da direção defensiva para identificar em quais têm maior facilidade ou dificuldade. Nesse tipo de comportamento, o motorista não planeja suas ações e não respeita regras, protocolos e procedimentos de segurança, como usar o cinto de segurança. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 160 a) Comportamento seguro b) Comportamento de risco Gabarito: O comportamento seguro requer autoavaliação dos elementos da direção defensiva. Já no comportamento de risco, o condutor não respeita regras importantes, como o uso do cinto de segurança. É isso aí! Você finalizou o módulo de direção defensiva. No próximo módulo, você vai sa- ber mais sobre primeiros socorros, respeito ao meio Ambiente e convívio social! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 161 Noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e convívio social Neste módulo, vamos explorar a relevância dos primeiros socorros, a conscientização so- bre o impacto ambiental gerado pelos veículos e os aspectos sociais da pessoa condutora no trânsito. Os conteúdos serão abordados de forma didática para você se motivar a aplicá-los no seu dia a dia. Confira quais serão as competências adquiridas ao fim dos seus estudos: Agir diante de situações de emergência. Entender a complexidade dos problemas ambientais relacionados aos veículos. Em caso de dúvidas, lembre-se de que você tem o fórum à sua disposição! Tudo pronto? Vamos lá! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 162 Primeiros socorros Você já deve saber que os primeiros socorros são essenciais quando alguém se machuca ou não se sente bem, certo? Primeiros socorros são os cuidados imediatos e temporários prestados a alguém em situ- ações de acidente ou mal súbito. Eles têm o objetivo de manter as funções vitais da vítima e evitar que a situação se agrave até a chegada da assistência médica. Como prestar os primeiros socorros? Prestar os primeiros socorros consiste em algumas ações importantes: Primeiro, você precisa avaliar a situação como um todo. Observe e sinalize o local para garantir a segurança de todos e evitar outros acidentes. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 163 Em seguida, acione o socorro especializado para alertar os fatos da ocorrência. Vale o corpo de bombeiros, o Samu ou a polícia, dependendo dos recursos disponí- veis no município. Se houver vazamento ou derrama- mento de produtos químicos, siga as orientações do expedidor e do transportador e entre em contato com os órgãos competentes. Por fim, é importante dar o pri- meiro atendimento à vítima. Faça o que puder para ajudar, mas lembre-se de que você não é um profissional da saúde. Ao prestar os primeiros socorros, enquanto motorista profissional, seu objetivo é tomar providências rápidas para evitar que aconteçam outros sinistros e garantir que o estadode saúde da vítima não se agrave. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 164 A pessoa socorrista leiga (inexperiente) deve atuar nos primeiros socorros com a intenção de dar o suporte inicial à vítima. Em outras palavras, deve fazer apenas o que sabe, dentro dos seus conhecimentos. Na sequência, acompanhe mais detalhes sobre cada uma das ações descritas. Primeiras providências quanto a acidente de trânsito Em um sinistro de trânsito, embora possa parecer difícil, procure manter a calma. Se esti- ver dirigindo, pare o veículo em um lugar seguro e preze pela sua segurança e a dos pas- sageiros. Feito isso, sinalize o local para garantir a segurança dos outros usuários da via. Sinalização do local de acidente A sinalização (triângulo ou cones de segurança) deve ser colocada antes do local do aci- dente. Mas, primeiro, não se esqueça de ligar o pisca-alerta, principalmente se o acidente tiver ocorrido em túnel, curva, ponte ou se houver neblina ou chuva. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 165 A sinalização tem como finalidade chamar a atenção das pessoas para que saibam que há algo errado na via. Dessa forma, elas têm tempo suficiente para diminuir a velocidade, fazer manobras e evitar mais acidentes. É importante colocar o triângulo de segurança ou os cones a uma distância mínima de 30 metros, de acordo com a Resolução n.º 36/98 do Contran. A distância mínima de 30 metros prevista na regulamentação deve ser aumentada conforme a velocidade da via: quanto maior a velocidade, maior a distância da sinalização. Se houver curvas, aclives ou declives, a sinalização deve ser colocada antes deles. Acionamento de recursos: bombeiros, polícia, ambulância, concessionária da via e outros Quando você se deparar ou se envolver em uma situação de emergência na estrada, é importante avisar imediatamente a autoridade de trânsito responsável pela via, bem como as demais autoridades locais e a concessionária da rodovia pelo meio mais rápido disponível, para detalhar a ocorrência e o local. Se o acidente envolver produtos perigosos, é ne- cessário acionar a empresa e informar o número ONU ou o nome apropriado para embarque dos produtos, além da quantidade transportada. Você encontra essas informações na nota fiscal e nos símbolos aplicados no veículo. Em resumo, no momento de acionar o socorro, você precisa ter em mente algumas infor- mações. Veja a seguir para recordá-las! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 166 1. Se existem vítimas, quantas são e suas condições gerais 2. O local exato da ocorrência 3. Se há carga, o tipo de carga e se há derramamento Na sequência, confira os telefones úteis para acionar o socorro especializado: De posse desses números, você sabe quem acionar? Preste atenção! • Priorize o Samu se você estiver em uma área urbana e se deparar com uma emergência em local de fácil acesso. • Priorize o Corpo de Bombeiros se, em área urbana, as vítimas estiverem presas às fer- ragens ou em locais de difícil acesso. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 167 Agora, se você estiver em uma via com concessão, popularmente chamada “via pedagiada”, pode solicitar serviços de socorro para a concessionária responsável. O telefone geralmente aparece em pla- cas ao longo da estrada, além de constar no recibo de pagamento do pedágio. Antes de prosseguir, que tal uma pausa para refletir sobre uma situação? César e sua família viajavam pela estrada quando se depararam com um sinistro de trânsi- to. Após ligar o pisca-alerta e parar o veículo em local seguro, ele fez a sinalização correta e identificou que, infelizmente, as vítimas estavam presas às ferragens. César imediata- mente pegou o telefone para solicitar ajuda tendo em mente que o acesso ao local era complicado. De acordo com o que você estudou até aqui, qual tipo de socorro especializado César deve acionar? a) Samu. b) Polícia Militar. c) Defesa Civil. d) Corpo de Bombeiros. Gabarito: D Nessa situação, é preciso ligar para o Corpo de Bombeiros, pois eles têm o equipamento e o treinamento adequados para resgatar as vítimas em locais de difícil acesso. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 168 Você se lembra de ter passado por alguma situação parecida? Que tal compartilhar com seus colegas no fórum? Verificação das condições gerais de vítima de acidente de trânsito Verificar as condições gerais da vítima depende do cenário do acidente. Em diversas emer- gências, os cuidados básicos são necessários e variam de acordo com o estado da pessoa. Mas, lembre-se sempre de que você não precisa e não deve se colocar em risco! Sempre que ocorrer uma situação de impacto, queda ou choque, ou seja, quando algum agente externo ao corpo da vítima provocar o dano, só movimente-a em casos extremos e de iminente perigo. Por exemplo, se ela estiver caída sob uma poça de água e correr risco de afogamento. É importante verificar os sinais vitais, como a respiração, a pulsação e a temperatura. Faça isso sem movimentar a vítima e toque nela apenas se estiver confiante. A respiração, por exemplo, você pode analisar apenas olhando e ouvindo. Para verificar a respiração e a pulsação, coloque os dedos indicador e médio no pescoço (artéria carótida) ou no pulso (artéria radial) da vítima. Localização da artéria carótida. Localização da artéria radial. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 169 Respiração curta e acelerada pode ser um sinal de convulsão ou desmaio ou, ainda, indicativo de que a pessoa está entrando em choque. Vítimas inconscientes devem ser atendidas com prioridade! Cuidados com a vítima de acidente ou contaminação (o que não fazer) em conformidade com a periculosidade da carga e/ ou produto transportado Como motorista, você poderá se deparar com inúmeras situações. Aqui, vamos falar sobre algumas delas. Para fazer transporte de produtos perigosos, você, provavelmente, receberá treinamento específico sobre os procedimentos a serem adotados em relação à periculosidade da carga. Se não receber, é im- portante buscar orientação. Queimadura As queimaduras são classificadas em quatro graus. Conheça os sinais de cada um: 1.º Grau 2.º Grau Lesão das camadas superficiais da pele, vermelhidão e dor local suportável. Não há presença de bolhas. Lesões das camadas mais profundas da pele, formação de bolhas, desprendimen- to de camadas da pele, dor e ardência locais e de intensidade variável. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 170 3.º Grau 4.º Grau Lesão em todas as camadas da pele e comprometimento dos tecidos mais pro- fundos até o osso. Envolvem pele, músculo e osso. Frequen- temente, são queimaduras elétricas e po- dem ser mais graves do que aparentam, além de causar complicações graves. Por isso, devem ser tratadas por médico imediatamente. As queimaduras químicas, por sua vez, são aquelas provocadas por produtos perigosos, como ácidos e álcalis. Nesse caso, as seguintes providências devem ser adotadas: • buscar se informar e seguir as recomendações do fabricante do produto; • se o produto causador da queimadura for seco, apenas fazer a remoção; • lavar a área atingida imediatamente (use o chuveiro, quando possível); • tomar cuidados especiais ao usar a mangueira, pois a força do jato de água pode agra- var a lesão; • retirar a roupa contaminada; • não usar soluções neutralizantes; • cobrir a queimadura com curativo esterilizado; e • encaminhar a vítima ao serviço de emergência. Envenenamento e intoxicação Quando uma pessoa é envenenada ou intoxicada, geralmente, apresenta sinais como náu- seas, vômitos, dor abdominal, diarreia, pupilas dilatadas, salivação, sudorese excessiva, respiração alterada, inconsciência e convulsões. Gases e outras substâncias, algumas vezes, podem ser detectados pelo olfato. Cuidado com odores estranhos! Curso de Atualização para Condutoresde Veículos de Emergência 171 Veneno é qualquer substância capaz de produzir efeitos nocivos sobre o nosso corpo. O envenenamento pode acontecer por meio de ingestão, inalação, injeção, contato de super- fície ou absorção pela pele. Se a vítima vomitar, é importante levar o vômito para o serviço de emergência. Isso pode ajudar a identificar o veneno. Nunca ofereça nada para a pessoa beber e não a induza ao vômito. Confira um resumo dos sintomas e dos procedimentos a serem adotados em caso de ingestão de veneno e intoxicação. SINTOMAS Náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, salivação, suor excessivo e extremidades frias. PROCEDIMENTOS Descobrir o meio causador do envenenamento e pedir socorro especializado com urgência. Parada cardiorrespiratória A parada cardiorrespiratória ocorre quando a vítima deixa de respirar e seu coração para de bater. Você conhece os motivos que podem interromper a respiração? Descubra a seguir. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 172 1. Obstrução das vias aéreas por corpo estranho, como dentadura ou pedaço de alimento 2. Intoxicação por gases ou ingestão de venenos 3. Fortes descargas elétricas ou ferimento grave A American Heart Association (AHA, 2015) estabeleceu mudanças nas diretrizes sobre o que fazer em casos de parada cardiorrespiratória. Basicamente, uma pessoa socorrista sem treina- mento deve fazer a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) apenas com as mãos em adultos vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR), com ou sem orien- tação de um atendente. A RCP com compressão deve ser feita até a chegada de um desfibrilador externo automá- tico (DEA) ou de socorristas treinados. Ferimento com hemorragia A hemorragia consiste na perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo e, por isso, precisa ser controlada imediatamente. Se o sangramento for abundante e não controlado, pode levar à morte em cerca de três a cinco minutos. Na prática Acompanhe os procedimentos básicos para casos de hemorragia. Após acionar imediatamente o hospital mais próximo, coloque uma com- pressa limpa e seca, como gaze ou pano limpo, sobre o ferimento. Não a substitua se estiver cheia de sangue e pressione-a com firmeza. Use uma atadura, tira de pano, gravata ou outro recurso que tenha à mão para amarrar a compressa e mantê-la firme no lugar. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 173 Se não tiver uma compressa, feche a ferida com o dedo ou comprima-a com a mão para evitar uma hemorragia abundante. Se o ferimento estiver nos braços ou nas pernas, sem fratura, a hemorra- gia pode ser controlada mais facilmente. Para isso, levante a parte ferida. Se o ferimento for na perna, dobre o joelho; se, no antebraço, dobre o co- tovelo. Mas, lembre-se de colocar um pedaço de pano, algodão ou papel na parte dobrada junto à articulação. Muito bem! Agora, você já conhece os procedimentos básicos para controlar uma hemorragia. Fratura Fraturas são rupturas nos ossos e nas cartilagens. Elas podem ser internas ou externas. Saiba mais a seguir. FRATURAS INTERNAS São desde uma pequena rachadura até a divisão do osso em uma ou mais partes. Aconte- cem internamente, sem o rompimento da pele. FRATURAS EXTERNAS Também chamadas fraturas expostas, são mais violentas, pois o osso fraturado se desvia do seu local original e rompe a pele. A depender da região atingida, podem vir acompanha- das de hemorragia. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 174 Para a imobilização, você deve adotar os seguintes procedimentos: • não altere a posição do membro lesionado. Isso é trabalho para profissionais de saúde; • durante a imobilização, faça movimentos suaves para não piorar a lesão e o sofrimento da vítima; e • no caso de ferimento e hemorragia em uma fratura exposta, coloque um pedaço de gaze ou pano limpo sobre o local e enrole uma atadura para diminuir o sangramento e evitar infecções. Hora de parar para responder uma atividade e fixar seus conhecimentos. Você acabou de estudar diferentes situações que exigem socorro rápido. Correlacione a seguir a situação com os procedimentos a serem adotados. Queimadura química Envenenamento Parada cardiorrespiratória Hemorragia Fratura a) Lavar a área atingida imediatamente, retirar a roupa contaminada e cobrir com curativo esterilizado. b) Tentar descobrir o meio causador e pedir socorro especializado com urgência. c) Proceder à RCP apenas com as mãos até a chegada de um DEA ou de socorristas treinados. d) Colocar uma compressa limpa e seca sobre o ferimento e pressionar com firmeza. e) Fazer movimentos suaves para não piorar a lesão e o sofrimento da vítima. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 175 Gabarito: Para lidar com uma situação de queimadura química, você deve lavar a área atingida imediatamente. Já no caso de envenenamento, é necessário tentar descobrir o meio causador e pedir socorro. O procedimento de RCP é feito para situações de parada cardiorrespiratória. A hemorragia deve ser contro- lada com uma compressa limpa e seca, e a imobilização da vítima, em caso de fraturas, ser feita a partir de movimentos suaves. E então, tudo certo até aqui? Siga com seus estudos! Meio ambiente Agora, é hora de conhecer a influência dos veículos no meio ambiente e entender como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) atua para reduzir a poluição veicular. Também vamos abordar conceitos de poluição e suas consequências, a importância da manutenção veicular na redução de poluentes, os aspectos sociais da pessoa condutora no trânsito e suas responsabili- dades legais e éticas. O veículo como agente poluidor do meio ambiente Você deve saber que a preservação do meio ambiente é responsabilidade de todos, certo? Isso é confirmado pela Associação Brasileira de Educação de Trânsito (Abetran, 2015). A conscientização sobre as questões ambientais influencia as relações de toda a socieda- de e, particularmente, das empresas com o meio ambiente. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 176 A poluição do ar é um dos principais problemas am- bientais nas áreas urbanas do Brasil. Essa poluição é originada, em grande parte, pela atividade indus- trial e pelos veículos automotores. O monóxido de carbono, produzido pela frota de veículos, é a principal fonte de po- luição atmosférica, e seu aumento está relacionado ao desenvolvimento da indústria automobilística. Regulamentação do Conama sobre a poluição ambiental causada por veículos O Conama instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) com o objetivo de reduzir a poluição do ar provocada pelos veículos. A seguir, entenda o que esse programa engloba. Conscientização da população sobre a poluição causada pelos veículos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 177 Incentivo ao desenvolvimento da tecnologia no setor automobilístico para reduzir a emissão de poluentes. Aprimoramento da qualidade dos combustíveis líquidos utilizados. Fiscalização e criação de programas de inspeção e manutenção para veículos automotores em uso. O Conama estabelece normas para dispositivos destinados ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído, bem como prazos para sua fabricação e instalação obrigató- ria nos veículos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 178 O CTB e a proteção ao meio ambiente No CTB, encontramos regras importantes que se relacionam à segurança e à proteção ao meio ambiente, inclusive as características básicas dos veículos. Acompanhe sobre o que tratam alguns artigos referentes às infrações: • Art. 172: atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias. • Art. 227: usar a buzina de forma inadequada. • Art. 228: usar no veículo equipamentos com som ou volume de frequência não autori- zado pelo Contran. • Art. 229: usar no veículo de forma indevida aparelho de alarme queproduza sons e ruídos que perturbem o sossego público. • Art. 231: transitar com o veículo em más condições. Outra regra importante do CTB está no Art. 105, que trata dos equipamentos obrigatórios dos veículos e inclui, no inciso V, o dispositivo destinado ao contro- le de emissão de gases poluentes e de ruído. Além disso, o Art. 104 estabelece que todos os veículos em circulação devem passar por inspeções regulares de segurança, controle de emissão de gases poluentes e ruído. Essas inspeções são obrigatórias e devem seguir as regras definidas pelo Contran, para os itens de segurança, e pelo Conama, para a emissão de gases poluentes e ruídos. Veículos reprovados nas inspeções são retidos para regularização, seja por questões de segurança ou poluição. Isso pode comprometer a obtenção do Licenciamento Anual de Veículo e de um novo Certificado de Registro do Veículo. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 179 Conceito de poluição: causas e consequências da emissão de gases, partículas e ruídos Poluição é a deterioração das condições ambientais, que pode atingir o ar, a água e o solo. No geral, a palavra “poluição” se refere a qualquer mudança negativa do ambiente natural, cujas consequências podem alterar o equilíbrio do meio ambiente e afetar a qualidade de vida das pessoas. Poluentes Os agentes que provocam a poluição são chamados poluentes. Eles podem ser gasosos, líquidos ou sólidos e se concentrarem na atmosfera, na água e no solo. Acompanhe al- guns exemplos de poluentes: Gases tóxicos liberados na atmosfera Detritos acumulados nos rios e nas praias Ruído excessivo produzido nos centros urbanos Você sabia que até mesmo os cartazes de publicidade são considerados poluentes? Isso porque eles modificam o aspecto visual de uma paisagem, causam distração e prejudi- cam a atenção das pessoas. Principal fonte poluente Nesse cenário de poluição atmosférica, a principal fonte poluente ainda é o monóxido de carbono produzido pela frota de veículos, que teve o crescimento acelerado devido ao desenvolvimento da indústria automobilística. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 180 Segundo os dados da Abetran (2015): • o monóxido de carbono dos veículos leves representa 68,4% do total dessa fonte; • os veículos pesados contribuem com 28,6%; • os processos industriais correspondem a 2,2%; e • a queima de lixo contribui com 2,6%. Consequências Conheça as consequências causadas pela relação entre o trânsito e o meio ambiente: Poluição atmosférica, visual, sono- ra e de gases poluentes. Erosão, decorrente do mau plane- jamento de estradas. Agressões contra o meio ambiente resultantes de acidentes no transporte de produtos tóxicos poluentes. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 181 Incêndios devastadores, devido ao uso inadequado de lugares de descanso à beira das rodovias ou ao ato de jogar cigarro pela janela do carro. Poluição do hábitat natural devido aos detritos jogados nas rodovias. Enchentes em vias urbanas causa- das pelo acúmulo de lixo deixado pelas pessoas em bueiros ou próximo a rios e lagos. Mortes de animais silvestres provocadas por excesso de veloci- dade e descaso à sinalização. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 182 Projeto Despoluir do Sistema CNT A CNT e o SEST SENAT criaram, em 2007, o Despoluir – Programa Ambiental do Transpor- te. A ideia é envolver transportadores, caminhoneiros autônomos, taxistas e a sociedade em ações que ajudem a preservar o meio ambiente e construir um modelo de desenvolvi- mento sustentável. Saiba mais sobre o programa abaixo. Incentivos Benefícios Responsáveis Políticas públicas O Despoluir incen- tiva novas ações no setor de trans- porte, que passou a assumir sua res- ponsabilidade na propagação de um mundo ambiental- mente equilibrado. As ações de cons- cientização não se limitam apenas à preservação do meio ambiente e à qualidade de vida. Os benefícios in- cluem, também, a redução de custos, o aumento da efici- ência operacional e uma melhor re- lação com órgãos fiscalizadores. O Despoluir con- siste em diversos projetos implemen- tados pelo Sistema CNT e executados pelas federações, sindicatos e asso- ciações afiliadas à entidade, além de parcerias com os setores público e privado, que forta- lecem o Programa. O programa atua na formulação e na execução de polí- ticas públicas na área ambiental e participa ativamen- te dos principais fóruns de dis- cussão do tema, especialmente no Conama. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 183 Uma das principais iniciativas do Despoluir é a avaliação veicular ambiental, voltada à redução da emissão de poluentes. Para participar, você, motorista, deve entrar em contato com a federação de transporte do seu estado e solicitar a visita da equipe técnica do programa ou ligar para o número 0800 728 2891 para mais informações. Confira mais detalhes no site: www.despoluir.org.br. Que tal uma parada para testar os conhecimentos sobre os agentes poluentes? Faça a ati- vidade proposta. Conforme você estudou, o monóxido de carbono é a principal fonte poluente do ar. Nesse con- texto, qual das opções a seguir representa a maior parte da emissão desse gás na atmosfera? a) Veículos pesados. b) Veículos leves. c) Processos industriais. d) Queima de lixo. Gabarito: B Os veículos leves representam a maior parte da emissão de monóxido de carbono na atmosfera. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 184 Vamos continuar os estudos sobre a relação veículos e meio ambiente? Aqui, vamos focar no comportamento social e no papel da pessoa condutora na sociedade. Vamos lá! Manutenção preventiva do veículo Cardo (2015) afirma que, para garantir níveis adequados de emissão de gases, fumaça e ruídos pelos veículos, é importante que os proprietários cuidem dos componentes ligados ao sistema de alimentação do motor. Esses elementos estão diretamente relacionados à eficiência da combustão e, consequen- temente, à quantidade de poluentes emitidos pelo veículo. Se os componentes de alimentação, ignição e combustão não estão ajustados correta- mente, podem causar queima imperfeita do combustível, o que reduz a potência, aumenta o consumo desnecessário de combustível e resulta na emissão de gases poluentes. Na prática Atente-se, também, aos cuidados básicos com o veículo para evitar prejuízos à saúde e ao meio ambiente. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 185 Providencie as trocas do óleo lubrificante do motor, do câmbio, do diferencial, do fluido de freio e da direção hidráulica em locais especia- lizados. Esses locais têm o cuidado de destinar os óleos e lubrificantes usados à reciclagem adequada. Faça a manutenção do veículo conforme instruções do fabricante para tê-lo em perfeitas condições de funcionamento. Quando os pneus chegarem ao fim da vida útil, deixe-os em estabeleci- mentos especializados para que sejam encaminhados à reciclagem e não descartados em terrenos baldios, onde podem ser queimados ou virar criadouros de insetos e ratos. Racionalize o uso do veículo e evite deslocamentos desnecessários. Por fim, não abuse do ar-condicionado. Muito bem! Agora, você já conhece os cuidados básicos com o veículo para evitar prejuízos à saúde e ao meio ambiente. O indivíduo, o grupo e a sociedade Como motorista, assim como a maioria das pessoas, você faz parte de grupos que compartilham interesses comuns, como família, amigos, clube, igreja etc. Esses grupos desempenham papéis fundamentais na formação e na integração da sociedade. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 186 Embora participem dos grupos, cada pessoa tem características próprias que a diferen- ciam das demais. Nesse cenário, é importante que você, como motorista, conheça as características da população com a qual interage. Valelembrar que cada pessoa tem um jeito de se expressar, se vestir e viver. Para manter a boa convivência, o respeito às diferenças individuais é crucial. Essas diferenças são divididas em cinco tipos: Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 187 Em resumo, cada pessoa tem uma personalidade única, composta por características que a tornam diferente das outras. Essa personalidade engloba aspectos como aparência física, capacidade inte- lectual, emotividade, qualidades sociais e sistema de valores. Por fim, você sabia que alguns fatores podem determinar e também influenciar a perso- nalidade de uma pessoa? São exemplos: a herança biológica ou a natureza do indivíduo, o ambiente e a idade. Vamos dar uma parada agora para fazer uma reflexão? Paulo é motorista profissional de veículo de emergência. Durante uma de suas viagens, percebeu que o veículo estava liberando uma fumaça preta. Não há ruídos vindo do motor ou vazamento de óleo. O condutor ficou bastante preocupado porque o dia seria longo com várias viagens transferindo pacientes em estado de saúde comprometido. Considerando tudo o que estudou aqui, dentre as opções a seguir, o que você acha que Paulo deveria fazer? a) Aguardar mais sinais do veículo para procurar entender o que está acontecendo. b) Parar imediatamente o veículo e começar a mexer, tentando descobrir o que está acontecendo. c) Levar o veículo para uma manutenção, logo que possível, conforme instruções do fabricante, para descobrir o que está acontecendo e tê-lo em perfeitas condições de funcionamento. d) Continuar suas viagens, pois não deve ser nada de grave. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 188 Gabarito: C Considerando as opções dadas, é importante que Paulo leve o veículo para uma manutenção, logo que possível, conforme instruções do fabricante, para descobrir o que está acontecendo e tê-lo em perfeitas condições de funcionamento. Você já passou ou conhece alguém que tenha passado por alguma situação semelhante? O que foi feito para resolver? Compartilhe sua resposta no fórum! Relacionamento interpessoal É fundamental que motoristas profissionais saibam lidar de forma adequada com as diferentes situações do dia a dia. Essa postura inclui identificar e corrigir atitudes e ações inadequadas, além de evitar comportamentos negativos. É nesse cenário que surge o conceito de relacionamento interpessoal. Vamos estudar sobre esse assunto agora! Você sabe o que é relacionamento interpessoal? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 189 Relacionamento interpessoal é um conceito do âmbito da sociologia e da psicologia que significa uma relação entre duas ou mais pessoas. Essas relações são influenciadas pelo contexto em que ocorrem, podendo ser nos ambientes familiar, escolar, de trabalho e da comunidade (Cardo, 2015; Mariuza e Garcia, 2010). Valores fundamentais na relação humana Que tal relembrar, resgatar e colocar em prática alguns valores importantes na relação com as pessoas? Veja a seguir. EDUCAÇÃO Cultivo de boas maneiras no trato com todas as pessoas. EMPATIA Habilidade de se colocar no lugar da outra pessoa. RECEPTIVIDADE Manter a mente aberta e mostrar boa vontade no atendimento às pessoas. RESPEITO Base de qualquer relacionamento entre colegas, superiores, subordinados e clientes. PACIÊNCIA Saber evitar decisões precipitadas. HUMILDADE Saber reconhecer os próprios erros. FLEXIBILIDADE Aptidão para lidar com diferentes pontos de vista. IGUALDADE Percepção de que todas as pessoas merecem ser tratadas com cortesia, sem diferenciação. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 190 Se você precisa enfrentar desafios e resolver problemas, tenha em mente os valores a seguir. Bom senso Persistência Equilíbrio Simplicidade Capacidade de entender uma situação e resolvê- la da melhor forma possível. Perseverança na aplicação dos valores positivos no cotidiano. Ter o controle do próprio comportamento. Habilidade para simplificar questões e se fazer entender por meio de uma linguagem acessível. O que você acha de descobrir se fixou bem os conceitos dos valores apresentados? Res- ponda à questão proposta a seguir. Você acabou de estudar os valores fundamentais nas interações humanas. Correlacione-os a seguir aos seus respectivos conceitos. Receptividade Respeito Empatia Bom senso Igualdade a) Manter a mente aberta e mostrar boa vontade no atendimento às pessoas. b) Base de qualquer relacionamento entre colegas, superiores, subordinados e clientes. c) Habilidade de se colocar no lugar da outra pessoa. d) Capacidade de entender uma situação e resolvê-la da melhor forma possível. e) Percepção de que todas as pessoas merecem ser tratadas com cortesia, sem diferenciação. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 191 Gabarito: A receptividade consiste em manter a mente aberta e demonstrar boa von- tade para atender às pessoas. O respeito é a base essencial em qualquer relação interpessoal. Por empatia entendemos a habilidade de se colocar no lugar da outra pessoa. O bom senso é a capacidade de compreender e resolver situações. Finalmente, a igualdade é a percepção de que todas as pessoas merecem ser tratadas da mesma forma. O indivíduo como cidadão Ser cidadão pressupõe fazer parte de uma sociedade organizada. Isso significa seguir as normas que a regem. O exercício pleno da cidadania requer o conhecimento e a execução dos direitos e dos de- veres por parte das pessoas pertencentes a diversos grupos que compõem a sociedade. O trânsito reflete muito da sociedade. Como moto- rista profissional, você desempenha papel impor- tante nesse contexto, pois influencia a segurança, a economia e a sustentabilidade. Além dos direitos e dos deveres definidos na Constituição Federal, outras leis regulamen- tam vários aspectos do nosso cotidiano. O CTB estabelece regras que todas as pessoas usuárias das vias devem respeitar, com o objetivo de garantir a segurança do trânsito. Portanto, como cidadão e motorista, você tem o direito a um trânsito seguro e o dever de respeitar o CTB para assegurar esse direito a todos, motoristas, passageiros ou pedestres. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 192 A responsabilidade civil e criminal do condutor e o CTB Responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra. Saiba mais. Teoria Indenização Em termos legais, a teoria da responsa- bilidade civil procura determinar em que condições uma pessoa pode ser consi- derada responsável pelo dano sofrido por outra pessoa e em que medida está obrigada a repará-lo. Na responsabilidade civil, a pessoa que causou o evento terá que indenizar, isto é, responsabilizar-se pelo pagamento dos prejuízos (danos) causados à vítima, mo- torista, passageiro ou pedestre. Agora, quanto à responsabilidade criminal, a pessoa causadora do evento sofrerá a pena- lização (responsabilidade penal) decorrente da infração criminosa (crime). Responsabilidade penal é o dever jurídico de responder pela ação criminosa. Em outras palavras, se uma pessoa comete um delito, será submetida a uma pena. No CTB, constam regras importantes que se relacionam a essas temáticas. Confira a indi- cação de alguns artigos e acesse o Código para ficar a par dos textos na íntegra. • Arts. 26 a 67: estabelecem as normas gerais de circulação e conduta para todos os motoristas. • Art. 297: disciplina uma hipótese de responsabilidade civil aos motoristas, ao prever multa reparatória caso o motorista seja condenado por um crime que resultou em da- nos materiais a vítima ou seus sucessores. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 193 • Arts. 302 e 303: tratam da esfera criminal (homicídio culposo e lesão corporal culposa, respectivamente), nas quais as penalidades aplicadas podem levar à detenção da pes- soa condutora. Antes de continuar,faça uma pausa para refletir sobre uma situação. Ricardo dirigia um pouco acima do limite de velocidade permitido em uma área residen- cial. Infelizmente, por estar distraído com o celular, não percebeu um sinal de trânsito e colidiu com outro veículo que atravessava a rua. Quanto ao caso de Ricardo, qual das opções a seguir melhor descreve a relação entre res- ponsabilidade civil e penal? a) Ricardo não tem responsabilidade nenhuma, já que o acidente foi um mero descuido. b) Ricardo só seria responsável se o sinistro tivesse ocorrido em uma estra- da, e não em área residencial. c) Ricardo pode ser responsabilizado tanto civilmente (indenização por danos) quanto penalmente (implicações legais conforme a gravidade do ocorrido). d) Ricardo teria responsabilidade civil apenas se o acidente tivesse afetado terceiros, e portanto, está excluída sua responsabilidade penal. Gabarito: C Ao se envolver em um sinistro por negligência no trânsito, Ricardo poderia enfrentar consequências tanto na área civil, com possíveis pedidos de inde- nização por danos, quanto na área penal, com implicações legais, a depen- der da gravidade do acidente e das leis aplicáveis. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 194 Consegue perceber como suas escolhas no trânsito têm impacto direto na segurança de todos, não só legalmente, mas na vida dos outros usuários das vias? Acesse o fórum e discuta essa situação com seus colegas. Estamos chegando ao fim do módulo. Vamos relembrar tudo que você estudou aqui? Resumindo… Neste módulo, você estudou três temáticas muito importantes e que devem ser aplicadas no seu dia a dia. Em um primeiro momento, você conheceu as dire- trizes para os primeiros socorros em situações de emergência, o que inclui a avaliação do ambiente, a sinalização do local do acidente e o acionamento de serviços especializados, como o Corpo de Bom- beiros e o Samu. Também aprendeu a lidar com diferentes condições de vítimas, com destaque para a importância de agir com cautela e buscar ajuda especializada quando necessário. Na sequência, você entendeu que todas as pessoas têm responsabilidades na preservação do meio am- biente e estudou a regulamentação para controlar a poluição, bem como os conceitos, as causas e as consequências dela. Também conheceu os aspec- tos sociais e as responsabilidades civil e criminal das pessoas condutoras conforme o CTB. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 195 Também conheceu os aspectos sociais e as respon- sabilidades civil e criminal das pessoas condutoras conforme o CTB. Parabéns pelo progresso e pela dedicação até aqui! Continue explorando e aprofundando seus conhecimentos sobre as temáticas, pois elas são fundamentais para lidar com os desafios do dia a dia e garantir a sustentabilidade do planeta. Atividades de aprendizagem Antes de concluir, prepare-se para fazer algumas atividades. Ao se deparar com um caso de vazamento ou derramamento de produtos químicos na estrada, o que é recomendado fazer? a) Procurar ajuda médica imediatamente. b) Acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros. c) Tocar na substância para avaliar a gravidade do vazamento. d) Seguir as orientações do expedidor e contatar os órgãos competentes. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 196 Gabarito: D Na situação apresentada, a principal recomendação é seguir as orientações do expedidor e contatar os órgãos competentes. Você lembra a diferença entre responsabilidade civil e responsabilidade penal? Associe-as ao seu respectivo significado! Responsabilidade civil Responsabilidade penal a) Obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra. b) Dever jurídico de responder pela ação criminosa. Gabarito: A responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra. Por outro lado, a responsabilidade penal é o dever jurídico de responder pela ação criminosa. Caso seja necessário, volte ao conteúdo e leia novamente. É isso aí! Você concluiu o módulo Noções de primeiros socorros, respeito ao meio am- biente e convívio social. O próximo módulo vai abordar a importância do relacionamento interpessoal. Continue seus estudos! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 197 Relacionamento Interpessoal Lidar com pessoas é sempre bastante desafiador, principalmente se levarmos em conside- ração que vários fatores podem influenciar nossas atitudes. Quando falamos em no trânsi- to, não é diferente. Por isso, é muito importante desenvolver o relacionamento interpessoal. Neste módulo, vamos estudar alguns tópicos importantes sobre o relacionamento inter- pessoal! Veja a seguir! Aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência e a importância do comportamento solidário no trânsito. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 198 A responsabilidade da pessoa condutora em relação aos demais atores do processo de circulação e a importância do respeito às normas estabe- lecidas para segurança no trânsito. O papel dos agentes de fiscalização de trânsito. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 199 Por fim, mas não menos importante, a importância do bom atendimento às diferenças e às especificidades dos usuários (pessoas com deficiên- cia, com mobilidade reduzida e outras condições). Bastante interessante, não é mesmo? Principalmente para que você, pessoa condutora de veículos de emerêngia, possa lidar com mais tranquilidade, com pessoas no seu dia a dia, outros motoristas ou atores do trânsito. Ah! Sempre que preciso, vá até o fórum e tire todas as suas dúvidas! Vamos lá! Aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência No trânsito, assim como em qualquer outra situação, somos motivados a ter determinadas ações, influenciadas por fatores internos e externos, que impactam nossas atitudes. Você sabia que somos diariamente provocados e influenciados pelo que vimos nas mídias e nas redes sociais? Além disso, temos tendência a normalizar aquilo que acontece rotineiramente. Vamos refletir mais sobre esse assunto? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 200 Aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência Conforme afirmamos, fatores internos e externos influenciam nossas ações diariamente. Mas você conhece a diferença entre eles? Veja! Fatores internos Eles estão ligados a fatores psicológicos, como, por exemplo, as emoções. Fatores externos Eles estão ligados ao ambiente, como, por exemplo, as condições do trânsito. Os dois tipos de fatores interferem diretamente em nossas ações. Por exemplo: uma pes- soa que recebeu uma notícia ruim sobre um familiar provavelmente não vai estar atenta ao trânsito, não é mesmo? Faça uma reflexão! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 201 O trânsito é um espaço coletivo. Todas suas regras servem para o bem maior, que é a coletividade. Quando usado de forma individual, os resultados são os que vemos diariamente, ou seja, negativos. A pessoa condutora de veículo de emergência é uma profissional especializada, cuja res- ponsabilidade é tornar o trânsito um ambiente mais seguro. Esse ambiente é seu local de trabalho e, dessa forma, ela deve ter postura profissional em qualquer situação. Vamos pensar em uma situação em que a pessoa condutora especializada em veículo de emergência é provocada por insultos ou até mesmo por manobras perigosas feitas por outros motoristas. Nesse caso, se ela responder da mesma forma, não terá uma postura profissional, pois colocará em risco seus passageiros, além dos demais atores do trânsito, como pedestres, condutores, ciclistas, etc. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 202 Esse profissional deve ter como premissa o respeito à vida e usar sempre sua empatia com aqueles que estão dentro e fora do veículo.Além disso, é preciso seguir o que diz nosso Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 29, parágrafo 2.º: Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos me- nores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. (Brasil, 1998). Por falar em empatia, você sabe o que é ser uma pessoa empática? Vamos estudar agora! Mas, antes, o que acha de dar uma parada para testar seus conhecimentos? Durante seus estudos, você percebeu que fatores internos e externos influenciam nossas ações diariamente. Você lembra a diferença entre esses dois tipos de fatores? Correlacione, a seguir, cada um ao respectivo significado. Fatores internos Fatores externos a) Estão ligados ao ambiente. b) Estão ligados a fatores psicológicos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 203 Gabarito: Os fatores internos estão ligados a fatores psicológicos, como as emoções. Por outro lado, os fatores externos estão ligados ao ambiente, como as con- dições de trânsito que a pessoa condutora enfrenta no dia a dia. Empatia Mas… O que é empatia? “Psicologicamente, empatia é a capacidade de você sentir o que uma outra pessoa sente caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela, ou seja: procurar experimentar de forma objetiva e racional o que sente o outro a fim de tentar compreender sentimentos e emoções.”(Resultados Digitais, 2017). A pessoa condutora de veículos de emergência deve sempre pensar no que levou o ou- tro motorista, pedestre ou demais integrantes do trânsito a ter tal atitude. É importante lembrar que ela é a principal responsável pela segurança dos veículos menores, não motorizados e pedestres. Interpretar a situação e manter a calma é o que diferencia um profissional de um amador na direção. O bom relacionamento com as pessoas é outra parte fundamental da profissão; cuidar do próximo deve ser uma das habilidades de quem trabalha com pessoas. Durante todo o trajeto, os passageiros deposi- tam total confiança no motorista. A confiança só poderá ser quebrada se a pessoa condutora agir de forma imprudente ou não apresentar a postura que dela se espera. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 204 Lembre-se: o comportamento está totalmente ligado à postura! De que adianta a pessoa condutora ter curso de direção defensiva, se não adotar uma condução segura? Comportar-se da forma ensinada neste curso é adotar uma postura profissional! O que você acha de fazer uma reflexão sobre o que estudou aqui? Marina, condutora de uma ambulância, estava realizando seu percurso no fim de uma tar- de, para socorrer um senhor de idade acidentado em sua casa. Quando parou na residên- cia do idoso, a filha dele reclamou de forma agressiva sobre o atraso do veículo. Na hora, ela ficou chateada, mas lembrou de um ponto muito importante que havia estudado no curso especializado para veículos de emergência. Ela respirou fundo e respondeu apenas que, infelizmente, o trânsito naquele horário estava intenso e, por isso, demorou mais do que o imaginado. A partir do que você estudou aqui, que capacidade é essa que Marina lembrou e que é fundamental para toda pessoa condutora de veículo de emergência? a) Empatia. b) Simpatia. c) Antipatia. d) Coletividade. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 205 Gabarito: A. Conforme você estudou, a pessoa condutora de veículos de emergência deve sempre pensar no que levou o outro motorista, pedestre ou demais integran- tes do trânsito a ter tal atitude. Marina lembrou da empatia, a capacidade de sentir o que outra pessoa sente caso esteja na mesma situação vivenciada por ela. A resposta correta é a alternativa A. Você já viveu alguma situação parecida com a da Marina? O que faria no lugar dela? Compartilhe no fórum sua experiência! Comportamento solidário no trânsito O trânsito é o reflexo da educação de uma sociedade. Podemos dizer que é onde todos são obrigados a compartilhar um espaço. Então, quando identificamos respeito entre as pessoas, temos uma sociedade com um comportamento solidário, em que um pensa no outro e respeita para ser respeitado. Vamos estudar, agora, a importância do comportamento solidário no trânsito. Comportamento solidário no trânsito O contrário do comportamento solidário também ocorre. Existem cidades em que o trânsito é uma guerra, e as pessoas, literalmente, correm risco de morte. Então, o comportamento solidário é algo simples e que não exige muito; para demonstrá-lo, basta pensar no outro. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 206 Podemos ser solidários uns com os outros com atitudes simples. Conheça alguma delas. Use a luz indicadora de direção com antecedência para que to- dos saibam para onde o veículo vai virar. Aguarde o pedestre que quer atravessar na faixa. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 207 Mantenha distância de 1,5 m quando for passar por ciclistas. Dê informações de segurança aos passageiros sobre como usar o cinto de segurança. Use a buzina somente quando necessário. É importante que todos pensem em uma forma de tornar seu dia melhor. O trânsito é um ótimo lugar para essa prática! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 208 Nos dias de hoje, em que somos consumidos por informações e desligar do trabalho ficou praticamente impossível por conta das novas tecnologias, exercitar o respeito e a empatia com o outro traz benefícios, inclusive, para a nossa saúde. O respeito à vida e a convivência solidária tornam o trânsito e a vida mais seguros. Segundo Aristóteles, “o homem é um ser social”, e precisa conviver em sociedade para encontrar sua felicidade. Por isso, devemos aprender a conviver com as regras de nossa sociedade e, consequentemente, ter um trânsito mais seguro e melhor! Vamos dar uma parada para testar seus conhecimentos sobre o que você estudou aqui? Em seus estudos, você conheceu algumas atitudes importantes para ser solidário com o próximo. Dentre as opções a seguir, qual delas é uma atitude solidária? a) Buzinar sempre que alguém entrar na sua frente. b) Orientar os passageiros sobre como usar o cinto de segurança. c) Apressar os passageiros para embarcarem e desembarcarem para não atrasar a viagem. d) Usar a luz indicadora de direção apenas quando extremamente necessá- rio. Gabarito: B. Entre as atitudes solidárias destacadas aqui, é muito importante orientar os passageiros sobre como usar o cinto de segurança. A resposta correta é a alternativa B. Se necessário, releia o conteúdo. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 209 Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação É imprescindível que a pessoa condutora de veículos de emergência, principalmente na condução de veículos de grande porte, tenha consciência de que a segurança de diversas pessoas depende de suas ações e atitudes. Vamos estudar, agora, a responsabilidade da pessoa condutora em relação aos demais atores do processo de circulação! Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação Diariamente, a pessoa condutora se relaciona com os demais atores que compõem o trânsito. Muitas vezes, esses atores não têm o mesmo co- nhecimento das normas e sequer foram instruídos sobre regras de circulação e conduta no trânsito. Vamos relembrar o que afirma o § 2, do artigo 29 do CTB? § 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos me- nores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 210 Nesse contexto, é fundamental que a pessoa condutora de veículode emergência, ao diri- gir, respeite os veículos menores e os demais integrantes do trânsito, pois é preciso prezar pela saúde e pela segurança de seus passageiros e demais pessoas usuárias do trânsito. Durante o embarque É muito importante que você, pessoa condutora, esteja sempre atenta ao embarque dos pas- sageiros. Conheça a seguir algumas precauções que ajudam a evitar possíveis acidentes. • Reduza a velocidade ao chegar aos pontos de embarque, pois nesses locais há sempre muitas pessoas. • Pare o veículo somente nos locais permitidos, junto ao meio fio, e nunca no meio da pista. • Cuidado no embarque de idosos, crianças, gestantes e pessoas com deficiência, pois eles precisam de mais atenção. • Somente feche as portas e coloque o veículo em movimento após ter a certeza de que todos já embarcaram. Durante o desembarque E durante o desembarque, o que fazer? Confira a seguir. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 211 Obedeça à localização exata do desembarque. Evite freadas bruscas para não causar acidentes. Não abra a porta do veículo quando em movimento, pois algum passa- geiro pode se ferir. Lembre-se de que o desembarque deverá ser feito sempre pelo lado da calçada. Preste atenção durante o desembarque de idosos, crianças, de pesso- as com deficiência e gestantes. Tudo ok até aqui? O que acha de, antes de finalizar, fazer uma reflexão? Marinho estava cansado, com alguns problemas em casa, quando voltava para o quartel, conduzindo um veículo de emergência. Ao trafegar pela avenida, percebeu que havia um carro de autoescola na sua frente. Embora não estivesse em uma viagem de emergência, queria terminar o percurso, para voltar logo para casa. Assim, ele começou a buzinar para apressar a pessoa que conduzia o carro. O instrutor que estava com a aluna começou a reclamar com Marinho e, com isso, instalou-se uma grande discussão de trânsito. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 212 A partir de tudo o que você estudou aqui, a atitude de Marinho está… a) Correta, já que há velocidade que deve ser respeitada na circulação de veículos. b) Errada, pois é preciso respeitar os veículos menores. c) Errada, já que era possível ter pedido educadamente ao instrutor que con- duzisse o veículo e o retirasse da avenida. d) Correta, já que o instrutor deveria assumir o controle e retirar o veículo da avenida. Gabarito: B. De acordo com o § 2º do artigo 29: “Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os mo- torizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”. Logo, Marinho está errado, pois precisa respeitar veículos menores, além de ser um veículo de autoescola. A resposta correta é a alternativa B. Você já viu alguma situação parecida com a de Marinho? O que teria feito no lugar dele? Compartilhe com seus colegas suas experiências. Respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito Vamos agora entender como o Código de Trânsito Brasileiro, implementado em 1998, bus- ca promover conscientização, mudança comportamental e educação cidadã. Seu objetivo primordial é tornar o tráfego mais humano, civilizado e seguro. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 213 Vamos lá? Respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito A implantação do Código de Trânsito Brasileiro, em 1998, é prova de que o Brasil não é mais o país do futuro, mas do presente. Ao falar em leis de trânsito, falamos de responsabilidade, mudança de compor- tamento e educação. Sobretudo, de cidadania. O objetivo do Código é basicamente tornar o trânsito mais humano e civilizado. E sabe por quê? Porque sabemos que o respeito à lei tem como consequência direta o respeito à vida. Apesar disso, algumas pessoas teimam em dizer: “Por que tenho que respeitar as leis de trânsito se ninguém as respeita?”. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 214 O respeito às leis de trânsito é uma questão de consciência. Não podemos esperar que o poder público e as autoridades resolvam sozinhos esse problema, já que se trata de uma questão comportamental. Antes de seguir, vamos refletir sobre o comportamento no trânsito. Sandra, uma jovem recém-habilitada na categoria D, sempre foi consciente sobre a impor- tância do respeito às leis de trânsito. Ela frequentemente presencia pessoas condutoras desrespeitando as normas, o que a deixa perplexa. Um dia, ao trafegar por uma avenida movimentada, viu um motorista fazer uma ultrapassagem em alta velocidade e ignorar o semáforo vermelho. Sandra ficou alarmada com a atitude, mas manteve sua condução de acordo com as regras. Ao chegar em casa, refletiu sobre como seu comportamento poderia influenciar positivamente os outros. De acordo com o que você estudou aqui, como Sandra agiu? a) Sandra agiu de forma correta ao seguir as normas, mas sua atitude não influencia outros condutores. b) Sandra demonstrou comportamento inadequado ao não reagir à ação perigosa do motorista. c) Sandra agiu de acordo com a consciência cidadã, manteve sua conduta e deu um exemplo positivo. d) Sandra deveria ter confrontado o motorista irresponsável para garantir a segurança no tráfego. Gabarito: C. Sandra agiu com consciência cidadã, manteve sua conduta e deu um exemplo positivo ao priorizar a segurança no trânsito e influenciar de forma responsável. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 215 Você já passou por uma situação semelhante no seu dia a dia? Como você age quando vê pessoas desrespeitando as normas de trânsito? Ao dirigir, somos constantemente observados, principalmente por nossos filhos ou pelos passageiros. Se respeitarmos as leis de trânsito, nossos observadores vão tomar esse comportamento como exemplo. Esse é, sem dúvida, o pontapé inicial para que as futuras gerações possam transformar nossas ruas e rodovias em lugares mais agradáveis e seguros. Vamos refletir mais sobre esse assunto? Confira a seguir. Educação e respeito Agressividade Direitos e deveres Respeitar o direito dos outros é questão de educação e bom senso, além de ser preceito legal. Mas, há casos de moto- ristas que desrespeitam a legislação, e a educação demonstrada no trânsito normalmente é um retrato do comportamento do indivíduo. A agressividade no trânsi- to é outro fator de risco e demonstra a falta de soli- dariedade com os demais usuários das vias. Precisamos ter sempre em mente que direitos e deveres são como uma moeda de duas faces: devemos cumprir com nossos deveres para ter o direito de pleitear nossos benefícios. Precisamos respeitar os direitos dos outros se quisermos ser respeitados. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 216 O respeito às normas não se restringe às normas de trânsito previstas no CTB, mas englo- ba as exigências de cada município, que têm legislações próprias e estabelecem normas específicas para suas respectivas áreas. Essas regras também podem ser estabelecidas com referência à segurança no trânsito, principalmente quanto aos veículos e à prepara- ção das pessoas condutoras. Antes de seguir em frente, vamos exercitar o que você aprendeu aqui? Dentre as opções a seguir, qual delas é a mais adequada aos objetivos do Código de Trân- sito Brasileiro? a) Estabelecer limites de velocidade nas rodovias. b) Estabelecer normas de conduta, infrações e penalidades aos condutores de carros, motos, caminhões, bicicletas e até para pedestres. c) Definir as regras de estacionamento em áreas urbanas. d) Fiscalizar o uso de dispositivos eletrônicos durante a direção veicular. Gabarito: B. Um dos principais objetivos do CTB é estabelecer normas de conduta, infra- ções e penalidades aos condutores de carros, motos, caminhões, bicicletas e até para pedestres, para tornar o tráfego mais seguroe civilizado. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 217 Papel dos agentes de fiscalização de trânsito Você conhece o papel dos agentes de fiscalização de trânsito no dia a dia? De nível nacio- nal, estadual ou municipal, eles são extremamente importantes para manter a ordem do trânsito e preservar vidas e patrimônios. Vamos estudar sobre isso agora! Papel dos agentes de fiscalização de trânsito Conforme os conceitos e as definições do CTB, o agente da autoridade de trânsito é a pessoa civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito, para exercer as atividades de: • fiscalização; • operação; • policiamento ostensivo de trânsito; ou • patrulhamento. Conheça os principais agentes de trânsito. Nível federal Nível estadual Nível municipal Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 218 Agentes da autoridade de trânsito são prestadores de serviço da administração pública federal, estadual ou municipal com competência para lavrar autos de infrações de trânsito e demais assuntos referentes ao tráfego em geral. Os agentes da autoridade de trânsito têm o dever de agir sempre dentro dos princípios da legalidade, da moralidade e da urbanidade. Além disso, pautam-se pela preservação da vida e do patrimônio público e privado a fim de garantir sua efetiva contribuição para a paz no trânsito e a segurança da pessoa usuária. É importante que você, motorista profissional, compreenda que os agentes da autoridade de trânsito têm papel fundamental para a organização do espaço compartilhado que cha- mamos de trânsito. É evidente que nem todas as pessoas que parti- cipam do trânsito foram instruídas ou são cons- cientes assim como você e, para que suas ações irregulares sejam coibidas, há a necessidade de fiscalização. Você, motorista profissional, que age segundo as normas e recebeu a instrução devida, pode contar com o apoio dos agentes da autoridade de trânsito em seu dia a dia. Vamos dar uma pausa para testar seus conhecimentos? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 219 Você estudou aqui o papel dos agentes de trânsito. Clique nas opções que representam algumas de suas atividades. a) Pavimentação. b) Fiscalização. c) Legislação. d) Operação. Gabarito: B e D. Conforme o CTB, são atividades dos agentes de trânsito: fiscalização, opera- ção, policiamento ostensivo de trânsito e patrulhamento. Atendimento às diferenças e especificidades dos usuários (pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida, com diversas faixas-etárias e outras condições) Na vida em sociedade, a pessoa condutora precisa conhecer as características da popula- ção com quem trabalha. Cada indivíduo tem seu jeito de ser, de viver e de se relacionar. A atenção precisa ser redobrada quando abordamos transporte feitos por veículos de emer- gência, pois eles têm algumas características particulares. Vamos estudar esse assunto agora! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 220 Características dos usuários de veículos de emergência Você sabe o que caracteriza um veículo de emergência? Conforme o artigo 29, inciso VII, do Código de Trânsito Brasileiro, os veículos de emergên- cia são aqueles destinados ao socorro e ao salvamento, aos de polícia, aos de fiscalização e à operação de trânsito e às ambulâncias. Como esses veículos gozam de livre circulação, estacionamento e parada quando em serviço de urgência, de policiamento ostensivo ou de preser- vação da ordem pública, as pessoas condutoras precisam agir de forma cautelosa, para garantir sua própria segurança, a dos seus passageiros e a dos demais atores do trânsito. Além da própria equipe de trabalho, a depender da situação, os passageiros desses veícu- los podem ser vítimas, acompanhantes das vítimas, réus e custodiados. Ao pensar nas características das pessoas usuá- rias do veículo de emergência, verificamos que há uma grande diversidade, além de grupos específi- cos que merecem mais atenção, como as crianças, as pessoas com deficiência e as pessoas com mobilidade reduzida. Você sabe o que são pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 221 De acordo com a Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015, pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual, sensorial (visual e/ou auditiva) e múltipla, que, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua par- ticipação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. De acordo com o decreto 5.296, de 2 de dezembro de 2004, há um detalhamento para cada tipo de deficiência. Vamos conhecê-las a seguir. Deficiência física Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 222 Deficiência física é a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, que acarreta o comprometimento da função física. Apresenta-se na forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, tri- paresia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida. Como exceção, temos as deformidades estéticas e as que não produzem dificuldades para o desempenho de funções. Deficiência auditiva Deficiência auditiva ou surdez é a perda bilateral, parcial ou total, de 41 decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 223 Deficiência visual Existem alguns tipos de deficiência visual: • Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica. • Baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica. • Quando a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou me- nor que 60º. • Ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 224 A visão monocular também é classificada como deficiência visual, de acordo com a Lei 14.126, de 22 de março de 2021. Deficiência intelectual A deficiência intelectual representa funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas. Confira as habilidades adaptativas a seguir. Comunicação Cuidado pessoal Habilidades sociais Uso dos recursos da comunidade Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 225 Saúde e segurança Habilidades acadêmicas Lazer Trabalho Deficiência múltipla A deficiência múltipla é a associação de duas ou mais deficiências. O Decreto 5296/2004 não traz o significado da deficiência mental, porém já a temos pre- vista na Lei 13146/2015. Deficiência Mental ou Psicossocial trata-se de sequela de transtorno mental. Uma pessoa com essa deficiência já possui quadro psiquiátrico estabilizado, mas apresenta sequelas. I- De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais V (DSM- V) um Transtorno Mental é uma Síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 226 que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental, associados a sofrimento e/ou incapacidade signi- ficativos que afetam atividades sociais, profissionais ou outras atividades importantes. Ainda sobre as pessoas com deficiência, é importante considerar também, nesse grupo, aquelas com transtorno do espectro autista, conforme a Lei 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Veja como elas precisam ser enquadradas na síndrome clínica:Desacelerando para o conhecimento e Conversa de sinal; • fazer a avaliação do ambiente virtual de aprendizagem ao fim de cada módulo; e • responder à pesquisa de satisfação. Esta orientação é válida somente para o curso EaD. No curso presencial, as orientações seguirão conforme a unidade operacional em que você estiver realizando o curso. E como proceder após concluir o curso? Depois de concluir o curso, você receberá seu certificado de conclusão e deverá aguardar 7 dias para fazer o agendamento do exame junto ao órgão ou entidade executivos de trân- sito do seu estado ou do Distrito Federal, conforme a Resolução a seguir: Tudo certo com as orientações? Então, vamos lá! Bons estudos! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 11 Legislação de trânsito Neste módulo, vamos conhecer a legislação de trânsito de uma maneira geral, comum a todos os tipos de veículos, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Primeiro, vamos fazer uma reflexão? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 12 O que você lembra sobre as categorias de habilitação? Quais são os veí- culos relacionados a cada uma delas? E os documentos necessários para pessoas condutoras e veículos, você lembra quais são? Você sabia que há documentação cujo porte não é obrigatório? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 13 Quando você dirige pelas vias, você consegue identificar a sinalização viária? Conhece a importância dela para todos que circulam no dia a dia? Você consegue identificar a diferença entre as infrações e os crimes de trânsito, além de suas respectivas penalidades? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 14 Ao circular pelas vias urbanas e rurais, você se lembra das regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação? Se você não se lembra de alguns ou da maioria dos pontos, não se preo- cupe! Vamos abordá-los de forma didática para que você consiga fazer uso dos conhecimentos no dia a dia! Ah! Sempre que preciso, vá até o fórum e tire todas as suas dúvidas! Vamos lá! Determinações do CTB quanto a categorias de habilitação e relação com veículos conduzidos Você sabia que qualquer trânsito nas vias terrestres abertas à circulação no território bra- sileiro é regido pela Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997? Essa lei instituiu o Código de Trânsito Brasileiro, ou CTB. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 15 Para conhecer o Código de Trânsito Brasileiro na íntegra, acesse neste link. Normalmente, quando falamos sobre trânsito, automaticamente, pensamos em motoris- tas, veículos e vias. No entanto, de acordo com o CTB, a palavra trânsito tem uma defini- ção mais ampla: Trânsito é a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupo, con- duzidos ou não, para circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. Percebemos, aqui, que o trânsito vai muito além da circulação dos veículos nas vias! Con- fira, agora, outra definição: Segundo Riger (2017), o trânsito é um compartilhamento de espaço, ou seja, área que as pessoas dividem com o intuito de se locomover. Dessa forma, o trânsito é uma área compartilhada e usada para a movimentação de pes- soas, veículos, animais, materiais etc. Nesse sentido, é importante que você, motorista profissional, tenha consciência de que nem todos aqueles que dividem esse espaço receberam as mesmas orientações e instruções. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 16 Habilitação Para conduzir veículos automotores e elétricos, é necessário que o interessado obtenha ha- bilitação ou autorização para isso. De acordo com o Artigo 140 do CTB, essa habilitação ou autorização é obtida por meio de exames, que deverão ser feitos no órgão ou na entidade executiva do estado ou do Distrito Federal, popularmente conhecidos como Detran. Mas, para obter essa habilitação ou autorização, o candidato deve preencher alguns requi- sitos. Conheça-os a seguir: • Ser penalmente imputável. • Saber ler e escrever. • Ter carteira de identidade ou equivalente. Você sabe o que significa “ser penalmente imputável”? Penalmente imputável significa que é possível atribuir à pessoa a autoria ou a responsa- bilidade pelos atos praticados, ou seja, a pessoa tem consciência de seus atos e pode ser punida legalmente por eles. Para conduzir veículos de propulsão humana ou animal, o CTB não estabelece requisitos ao nível nacional. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 17 Além disso, o CTB determina ainda que a autorização para conduzir esses veículos fica a cargo dos municípios, isto é, para cada município, é possível existirem normas diferentes sobre a autorização para conduzir estes tipos de veículos. No caso de interesse em conduzir veículos automo- tores e elétricos, a pessoa, além de atender aos re- quisitos mencionados anteriormente, deverá passar por processo de formação de condutores. Esse processo é regulamentado, de acordo com o CTB, pelo Conselho Nacional de Trânsi- to, o Contran. O candidato à habilitação deve se submeter a alguns exames. Conheça-os a seguir. Aptidão física e mental. Escrito, sobre legislação de trânsito e noções de primeiros socorros. Direção veicular, feitos em vias públicas, em veículos compatíveis com a categoria pretendida. Que tal dar uma parada para testar seus conhecimentos sobre o que estudou até agora? Há alguns tipos de veículos para os quais o CTB não estabelece requisitos ao nível nacio- nal. Qual das opções a seguir apresenta esses veículos? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 18 a) Caminhões. b) Veículos de propulsão humana ou animal. c) Ônibus escolares. d) Veículos automotores e elétricos. Gabarito: B. Para conduzir veículos de propulsão humana ou animal, o CTB não estabele- ce requisitos ao nível nacional. O exame de aptidão física e mental são preliminares e devem ser renovados. O que isso significa? Que, mesmo habilitado, o condutor deve renovar seus exames periodicamente. Veja a seguir as condições de cada periodicidade. A CADA 10 ANOS Para condutores com idade inferior a 50 anos. A CADA 5 ANOS Para condutores com idade igual ou superior a 50 anos e inferior a 70 anos. A CADA 3 ANOS Para condutores com idade igual ou superior a 70 anos. As categorias de habilitação Conforme o Art. 143 do CTB, os candidatos poderão se habilitar nas categorias de A a E, de acordo com uma gradação. Conheça agora as categorias de habilitação e suas gradações. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 19 Categoria A: condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral. Categoria B: condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda 3.500 kg e cuja lotação não exceda oito lugares, excluído o do motorista. Categoria C: condutor de veículo abrangido pela categoria B e de veículo motorizado usado em transporte de carga cujo peso bru- to total exceda 3.500 kg. Categoria D: condutor de veículo abrangido pelas categorias B e C e de veículo motorizado usado no transporte de passageiros cuja lotação exceda oito lugares, exclu- ído o do motorista. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 20 Categoria E: condutor de combina- ção de veículos, em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg ou mais de peso bruto total, ou cuja lota- ção exceda oito lugares. Além dos requisitos que acabamos de citar, para se habilitar em algumas categorias, é preciso prestar atenção a alguns pontos: Outro ponto muito importante que precisa ser sinalizado é sobre os veículos que cada categoria de habilitação e autorização pode conduzir, segundo o CTB, e as determinações do Contran. Vamos conhecer adiante.II - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; III - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifes- tados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento rituali- zados; interesses restritos e fixos. Pessoa com mobilidade reduzida Pessoa com mobilidade reduzida é aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, que gera redução efetiva da mobilidade, da Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 227 flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção. Aqui estão incluídos o idoso, a gestante, a lactante, a pessoa com criança de colo e o obeso. Agora que já sabemos sobre qual público estamos falando, é muito importante que você conheça dois direitos importantes das pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida: Acompanhante e reserva de assentos, conforme a Lei 10.048, de 8 de novembro de 2000. Ingresso e permanência de cão-guia nos meios de transporte conforme a Lei 11.126, de 27 de junho de 2005. O que você acha de dar uma pausa para testar seus conhecimentos antes de continuar seus estudos? Você estudou aqui a importância de saber lidar com a diversidade. Entre algumas possibili- dades, é importante saber que há pessoas com deficiências. Correlacione a seguir algumas deficiências estudadas e suas respectivas características. Deficiência visual Deficiência física Deficiência intelectual a) Funcionamento intelectual um pouco inferior à média. b) Baixa visão. c) Comprometimento da função física. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 228 Gabarito: Entre alguns tipos de deficiência que estudamos, está a visual, relacionada, entre outras características, à baixa visão; a deficiência física, relacionada ao comprometimento da função física, e a deficiência intelectual, relaciona- da ao funcionamento intelectual significativamente inferior à média. Caso ainda tenha dúvidas, releia o conteúdo. Cuidados especiais e atenção que devem ser dispensados aos passageiros e aos outros atores do trânsito, na condução de veículos de emergência. Você deve estar se perguntando quais seriam os cuidados especiais, não é mesmo? Veja! • Dirija com cuidado e certifique-se que todos os passageiros usem o cinto de segurança corretamente. • Em emergências, seja prudente e atente-se de forma redobrada aos demais veículos que estejam no trânsito; eles podem não estar visualizando você. • Trate com respeito todas as pessoas que precisem usar o veículo que você conduzirá, o que inclui sua equipe. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 229 • Lembre-se de que é normal os passageiros apresentarem algum comportamento emo- cional indesejado, em razão da situação em que se encontram. Não leve para o lado pessoal e nem se abale emocionalmente com comentários negativos que façam, pois isso pode comprometer sua atuação. Respire fundo, mantenha a calma e foque em fazer seu trabalho da melhor maneira. • Procure proporcionar calma e segurança à vítima e a seu acompanhante. Aja com em- patia e gentileza. Mas não é só isso! Precisamos destacar, ainda, dois pontos importantes! Pessoas condutoras de carros policiais: lembrem-se de que, apesar da facilidade do não uso do cinto de segurança para reagir a algum impre- visto, é crescente o número de mortes no trânsito. Dessa forma, use o cinto de segurança e oriente seus passageiros a fazerem o mesmo. Pessoa condutora de ambulância: lembre-se de que o acompanhante está ali para dar suporte à vítima. No entanto, se, em situações de ris- co, ele não colaborar com os procedimentos necessários para manter a vítima bem, será necessário retirá-lo do local até que se estabilize a situação para não gerar riscos à boa execução do necessário. E como lidar com as crianças? Seja paciente e atencioso com as crianças! Elas ain- da estão em desenvolvimento e, muitas vezes, não conseguem controlar seu comportamento. Muita informação, não é mesmo? Mas já estamos na reta final! Antes de seguir, o que você acha de fazer uma reflexão? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 230 Pablo é motorista de uma ambulância. Ele adora o que faz e sempre busca se atualizar sobre a profissão. Recentemente, ele estava transportando uma criança acidentada, que estava acompanhada do seu pai. O trânsito estava bastante congestionado, o que impedia que o carro chegasse ao hospital rapidamente. O pai estava bastante nervoso e gritava. Pablo procurou manter a calma e continuou focado no percurso até chegar ao destino. De acordo com o que você estudou aqui, a atitude de Pablo foi... a) Correta, já que é importante ignorar completamente o outro, que está nervoso. b) Correta, pois é preciso manter a calma e focar em fazer o trabalho da melhor maneira. c) Incorreta. Ele deveria parar o veículo e tentar acalmar o pai da criança acidentada. d) Incorreta, pois a pessoa condutora precisa parar o veículo para resolver a situação. Gabarito: B. Entre as opções, a alternativa B é a única correta. Lembre-se de que é normal os passageiros apresentarem algum comportamento emocional indesejado, em razão da situação em que se encontram. Respire fundo, mantenha a cal- ma e foque em fazer o seu trabalho da melhor maneira. Como você agiria no lugar de Pablo? Faria o mesmo? Compartilhe com seus colegas sua opinião! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 231 Agora que você já conhece os cuidados especiais que uma pessoa condutora precisa ter com seus passageiros e os demais atores do trânsito, de uma maneira geral, vamos estudar os cuidados necessários que devem ser dispensados às pessoas com mobilidade reduzida e com deficiência. Vamos lá? Pessoas com mobilidade reduzida Quando focamos em pessoas com mobilidade reduzida, é importante que a pessoa condu- tora de veículos de emergência dispense alguns cuidados específicos. Vamos conhecê-los? 1. Pergunte à pessoa com mobilidade reduzida se ela precisa de ajuda e como você pode ajudá-la. 2. Não empurre a pessoa com mobilidade reduzida ou puxe-a pela mão. 3. Se houver escadas em um dos veículos, posicione-se em frente à pessoa quando ela descer e atrás dela quando ela subir. Assim, você oferece apoio caso ela se desequilibre. 4. Mantenha muletas, bengala ou andador sempre ao alcance da pessoa que usa esses equipamentos; não os acomode longe, visto que se trata de uma extensão do corpo da pessoa. 5. Quanto às pessoas idosas, além das recomendações acima, lembre-se de que o pro- cesso de envelhecimento é natural e algumas das funções do corpo diminuem gradu- almente. Portanto, seja paciente. Pessoas com deficiência Para os casos de atendimento a pessoas com deficiência, também temos alguns pontos de atenção. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 232 Use o termo pessoa com deficiência para se dirigir às pessoas que se encaixam nessa condição. Os termos “portador de deficiência”, “portador de necessidades especiais” ou “deficiente” não são corretos/adequados e precisam ser evitados. Pense que o termo “pes- soa” ou outro substantivo que caracterize o grupo a que se refere vem sempre antes da condição ou da deficiência. Dessa forma, use “pessoa com deficiência”, “passageiro com deficiência”, “paciente com deficiência”, dentre outras expressões. Observe que a deficiên- cia não vem primeiro; o que vem primeiro é a pessoa. Conheça, agora, mais alguns pontos importantes. 1. Tenha atenção às necessidades de todas as pessoas com deficiência física, sensorial ou intelectual. 2. Ajanaturalmente e respeite a idade da pessoa. Não trate como criança uma pessoa adulta apenas por que ela tem uma deficiência. 3. Auxilie o embarque e o desembarque das pessoas com deficiência física, que apre- sentem dificuldade de locomoção ou em cadeira de rodas, mesmo quando houver elevadores e rampas. Entretanto, não intervenha sem a permissão da pessoa com deficiência; sempre pergunte como ajudar. 4. Nunca retire as tecnologias assistivas e equipamentos de locomoção de perto das pessoas com deficiência física. Trata-se de uma extensão do corpo dela. Se precisar acomodar os equipamentos para não obstruir a passagem, sempre comunique e per- gunte à pessoa com deficiência como e o melhor local para fazer isso. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 233 E se a pessoa for cega? Caso a pessoa seja cega, tenha o cuidado de orientá-la sobre o percurso. Se você precisar guiar a pessoa com deficiência visual, ofereça seu braço (cotovelo) ou ombro. Pergunte como ela se sente mais confortável: não agarre nem puxe a pessoa pelo braço ou pela bengala. Caso a pessoa seja surda não grite; fale em tom de voz normal e sempre mantenha conta- to visual com ela. Só eleve a voz se ela pedir. É importante saber que há pessoas com deficiência auditiva em vários graus e, quanto à forma de comunicação, há as que: • usam Libras (Língua Brasileira de Sinais) para se comunicar; • comunicam-se por meio da voz na mesma língua que você e da leitura labial para com- preender a informação; e • comunicam-se por sinais familiares. Aqui, é preciso, ainda, sinalizar alguns pontos importantes: Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 234 Se você identificar que a pessoa usa Libras, comu- nique-se com ela nessa língua se você a conhecer. Também é possível escre- ver de forma objetiva o que você precisa. Se a pessoa fizer leitura labial, fale de frente para ela, de maneira clara. Pronuncie as palavras pau- sadamente e deixe a boca sempre visível. Se não conseguir se comunicar por nenhuma das formas anteriores, possivelmente, a pessoa só se comunique por sinais fa- miliares. Então, faça apon- tamentos objetivos, que di- recionem a pessoa ao que ela precisa e peça ajuda do acompanhante, caso tenha, para conseguir ter sucesso na comunicação. Caso você se depare com uma pessoa com transtorno do espectro autista em crise, e ela esteja acompanhada, deixe que o acompanhante ajude-a a regular-se e impeça os demais passageiros de interferir na ação da pessoa cuidadora. Se a pessoa com autismo estiver só, tente deixá-la em um local com os menores estímu- los sensoriais possíveis para que ela consiga se acalmar. Aja com empatia! Sempre que a pessoa com deficiência tiver acom- panhante, acomode ambos o mais próximo possível para que ele possa ajudá-la da melhor maneira. Lembre-se de dispensar maior atenção às pessoas com deficiência visíveis e não visíveis. Não constranja a pessoa com palavras rudes, que a exponham como incapaz. Auxilie-a para que ela aja com autonomia e usufrua dos seus direitos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 235 Caso tenha uma pessoa no veículo de transporte que use cordão de girassol ou que afirme ser pessoa com deficiência e isso não seja visí- vel, considere a fala dela como verdadeira e deixe que ela usufrua dos direitos das pessoas com deficiência. Muitas vezes, você não enxerga a deficiência, mas ela existe. Muita informação, não é mesmo? Antes de concluir, o que você acha de fazer uma reflexão? Mariana é motorista de veículo de emergência há 3 anos. Pela primeira vez, ela precisou socorrer uma adolescente com deficiência auditiva. No momento em que percebeu a defi- ciência, Mariana se desesperou, porque precisava conversar com a adolescente, mas não fazia ideia de como proceder já que não conhece Libras. A partir do que você estudou aqui, entre as opções a seguir, qual delas apresenta uma orientação que Mariana pode seguir? a) Mariana deve falar alto, quase gritando, para que a adolescente entenda. b) Mariana pode falar de frente para a adolescente, de maneira clara, pro- nunciar as palavras em ritmo normal e deixar os lábios visíveis. c) Mariana deve sinalizar que não pode ajudar a adolescente por falta de recursos. d) Mariana deve pedir ajuda a outras pessoas para que todos tentem se co- municar com a adolescente deficiente auditiva. Gabarito: B. Entre as opções apresentadas, Mariana pode falar de frente para a adolescen- te, de maneira clara. Deve pronunciar em ritmo normal as palavras e deixar os lábios sempre visíveis. É possível que a adolescente consiga fazer leitura labial. A resposta correta é a letra B. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 236 O que você faria no lugar de Mariana? Conhece alguma pessoa con- dutora que tenha passado por uma situação parecida? Compartilhe no fórum sua resposta. Vamos relembrar agora tudo o que você estudou neste módulo? Resumindo… Neste módulo, você estudou assuntos importantes sobre a importância do relacionamen- to interpessoal na condução de veículos de emergência. Vamos relembrá-los? Você conheceu alguns aspectos de comporta- mento e de segurança na condução de veículos de emergência e a importância do comportamento solidário no trânsito. Você compreendeu a responsabilidade da pessoa condutora em relação aos demais atores do pro- cesso de circulação e a importância de respeitar as normas estabelecidas para a segurança no trânsito. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 237 Você conheceu o papel dos agentes de fiscalização de trânsito. Por fim, você compreendeu a importância do bom atendimento às diferenças e às especificidades dos passageiros (pessoas com deficiência, com mobili- dade reduzida e outras condições). Foi uma longa jornada, não é? Vamos praticar agora antes de concluir o curso? Atividades de aprendizagem Antes de terminar o módulo, faça as atividades a seguir. Dados os cuidados especiais que a pessoa condutora de veículos de emergência precisa ter com seus passageiros, identifique a afirmativa correta. a) A pessoa condutora deve conduzir sempre o veículo em alta velocidade já que frequentemente atende situações de emergência. b) Se algum passageiro estiver alterado ao longo do percurso, fale mais alto e demonstre autoridade. c) Por se tratar de um veículo de emergência, tenha a certeza de que todos no trânsito estão atentos a você. d) É essencial que a pessoa condutora se certifique que todos os passagei- ros usem o cinto de segurança corretamente. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 238 Gabarito: D. A resposta correta é a alternativa D. Entre as opções dadas, é muito importan- te lembrar de dirigir sempre com cuidado e se certificar que todos os passa- geiros usem o cinto de segurança corretamente. Mantenha a calma e busque fazer seu trabalho da melhor maneira. Relacione corretamente os principais agentes de trânsito e seus respectivos níveis de atuação: Atua no nível federal. Atua no nível estadual. Atua no nível municipal. a) Polícia Rodoviária Federal b) Polícia Rodoviária Estadual, Detran e Companhia de Trânsito da Polícia Militar c) Autarquia ou Secretaria Municipal de Trânsito Gabarito: A relação correta é: • Polícia Rodoviária Federal - Atua no nível federal. • Polícia Rodoviária Estadual, Detran e Companhia de Trânsito da Polícia Militar - Atua no nível estadual. • Autarquia ou Secretaria Municipal de Trânsito - Atuam no nível municipal. Os agentes de trânsito desempenham funções essenciais para garantir a segurança e a ordem no tráfego. Eles atuam em diferentes esferas – federal, estadual e municipal –, de acordo com suas atribuições e, assim, contribuem para a organização e a fiscalização do trânsito em cada uma dessas instân- cias. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 239 Encerramento do curso Recapitulando os módulosFoi uma longa jornada até aqui, não é mesmo? Mas, agora, você está cada vez mais perto dos seus objetivos! Para deixar tudo fresco na sua mente, vamos recapitular o que você viu em cada módulo do curso. Veja a seguir. MÓDULO 1 - LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO E LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA No Módulo 1, você estudou dois tópicos: legislação de trânsito e legislação específica para veículos de emergência: • Legislação de trânsito: você estudou a legislação de trânsito de uma maneira geral, ou seja, comum a todos os veículos, de acordo com as determinações do CTB. Relembrou as categorias de habilitação e sua relação com veículos conduzidos, as documenta- ções necessárias para pessoa condutora e veículos, as sinalizações viárias, as regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação e, principalmente, as penaliza- ções e os crimes de trânsito. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 240 • Legislação específica: você viu que os veículos de emergência seguem todas as deter- minações do CTB e percebeu a importância do inciso VII do artigo 29. Conheceu, ainda, a Resolução Contran n.º 970, de 20 de junho de 2022, que aborda as características e as especificações técnicas dos sistemas de sinalização, de iluminação e seus dispo- sitivos, bem como o uso de lanternas especiais em veículos. Você também estudou as responsabilidades da pessoa condutora de veículos de emergência e conheceu a importância do registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo. MÓDULO 2 - DIREÇÃO DEFENSIVA Aprendemos o que é direção defensiva e conhecemos algumas condições adversas que podem interferir no modo de dirigir, inclusive que podem gerar sinistros. Muitas vezes, eles podem ser evitados, principalmente se o condutor se atentar às regras de ultrapassagem e adotar comportamentos seguros, como não beber ou se automedicar. Porém, caso o acidente não possa ser evitado, ainda vimos como o motorista deve proceder. MÓDULO 3 - NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL Você aprendeu conceitos fundamentais de primeiros-socorros, como a avaliação do ambiente, a sinalização de acidentes, o acionamento de serviços especializados e os cuidados com a vítima. Além disso, explorou a responsabilidade coletiva na preservação ambiental, as regulamentações de controle de poluição e os aspectos ligados ao exercício da cidadania. MÓDULO 4 - RELACIONAMENTO INTERPESSOAL No módulo de relacionamento interpessoal, você analisou aspectos de comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência e entendeu a importância do comportamento solidário no trânsito; estudou as responsabilidades da pessoa condutora em relação aos demais atores do processo de circulação e compreendeu a importância do respeito às normas estabelecidas para a segurança no trânsito. Por fim, conheceu a importância do bom atendimento às diferenças e às especificidades dos passageiros (pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida e outras características). Próximos passos Agora que você estudou todo o conteúdo e respondeu às atividades, está muito perto de concluir o curso! Falta apenas: Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 241 Fazer a avaliação no ambiente virtual de aprendizagem. Responder à pesquisa de satisfação no ambiente virtual de aprendizagem. Esta orientação é válida somente para o curso EaD. No curso presencial, as orientações seguirão conforme a unidade operacional em que você estiver realizando o curso. Depois disso, você receberá seu certificado de conclusão. Art. 8. Após conclusão do curso na modalidade EaD, o aluno realizará exame teórico presen- cial junto ao órgão ou à entidade executiva de trânsito do Estado ou do Distrito Federal de registro da CNH do condutor, exclusivamente na forma eletrônica, composto de questões de múltipla escolha, conforme requisitos estabelecidos pelos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal (Resolução n.º 928, de 28 de março de 2022). E então, tudo pronto para o exame? Desejamos boa sorte na sua jornada! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 242 Referências bibliográficas American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Trad. Maria Inês Corrêa et al. 5a ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.697: Pesquisa de sinistros de trânsito – terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm. Acesso em: 21 ago. 2023. BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e admi- nistrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm. Acesso em: 25 ago. 2023. BRASIL. Lei nº 10.048 de 08 de novembro de 2000. Dá prioridade de atendimento às pes- soas que especifica, e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l10048.htm. Acesso em: 24 nov. 2023. BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/ l10.741.htm. Acesso em: 28 out. 2023. BRASIL. Lei nº 11.126 de 27 de junho de 2005. Dispõe sobre o direito do portador de defi- ciência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-guia. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/ l11126.htm. Acesso em: 24 nov. 2023. BRASIL. Lei nº 12.764 de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Prote- ção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso em: 24 nov. 2023. BRASIL. Lei nº 13.416, de 06 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: https://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 24 nov. 2024. CABRAL, J. F. P. O conceito de animal político em Aristóteles. Disponível em: https://bra- silescola.uol.com.br/filosofia/o-conceito-animal-politico-aristoteles.htm. Acesso em: 26 de outubro de 2023. CARDO, A. Atualização em Transporte Rodoviário de Cargas. Brasília, 2015. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 243 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10048.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10048.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11126.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11126.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conceito-animal-politico-aristoteles.htm%3e. https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conceito-animal-politico-aristoteles.htm%3e. CRISTO, F. Psicologia e trânsito: Reflexões para pais, educadores e (futuros) condutores. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO (CONTRAN). Resolução 789, de 18 de julho de 2020. Consolida normas sobre o processo de formação de condutores de veículos auto- motores e elétricos.Disponível em: https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/tran- sito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao7892020r.pdf . Acesso em: 28 set. 2023. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO (CONTRAN). Resolução 973, de 18 de julho de 2022. Institui o Regulamento de Sinalização Viária. Disponível em: https://www.gov.br/ transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/Resolucao9732022. pdf . Acesso em: 28 set. 2023. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO (CONTRAN). Resolução 882, de 13 de setembro de 2021. Estabelece os limites de pesos e dimensões para veículos que transitem por vias terrestres. Disponível em: https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/con- teudo-contran/resolucoes/Resolucao8822021.pdf. Acesso em: 28 set. 2023. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO (CONTRAN). Resolução 36, de 21 de maio de 1998. Estabelece a forma de sinalização de advertência para os veículos que, em situação de emergência, estiverem imobilizados no leito viário. Disponível em: https://www.gov.br/ transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao036_98.doc. Acesso em: 28 set. 2023. DUALIBI, S.; PINSKY, I.; LARANJEIRA, R. Álcool e Direção: Beber ou Dirigir. Um guia prático para educadores, profissionais da saúde e gestores de políticas públicas. São Paulo: Uni- fesp, 2012. RESULTADOS DIGITAIS. Empatia: o que é, como desenvolver a sua e exemplos reais no âmbito profissional. Resultados Digitais, 2017. Disponível em: https://resultadosdigitais. com.br/marketing/empatia/. Acesso em: 23 out. 2023. RIGER, C. A. Educação na Década de Ação pela Segurança no Trânsito. 2017. Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/12149. Acesso em: 21 ago. 2023. SEST SENAT. Atendimento Humanizado à pessoa com Transtorno do Espectro Autista: material do aluno. Brasília: SEST/SENAT, 2023. SEVERO, Andréa Asti; MALAGUEZ, Fabíola Dutra; FERNANDES, Idília. Nota técnica sobre conceito de Deficiência Psicossocial. Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Nota Téc- nica 01/2017. GÜNTHER, H. Pesquisas sobre o Comportamento no Trânsito. São Paulo: Casa do Psicó- logo, 2015. PECHANSKY, F.; DUARTE, P. C. A. V.; BONI, R. B. Uso de bebidas alcoólicas e outras drogas nas rodovias brasileiras e outros estudos. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 244 https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao7892020r.pdf https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao7892020r.pdf https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/Resolucao9732022.pdf https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/Resolucao9732022.pdf https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/Resolucao9732022.pdf https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/Resolucao8822021.pdf https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/Resolucao8822021.pdf https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao036_98.doc https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao036_98.doc https://resultadosdigitais.com.br/marketing/empatia/ https://resultadosdigitais.com.br/marketing/empatia/ https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/12149 Apresentação do curso Estrutura do curso Recursos educacionais e interativos Regras para conclusão e certificação do curso E como proceder após concluir o curso? Legislação de trânsito Determinações do CTB quanto a categorias de habilitação e relação com veículos conduzidos Habilitação As categorias de habilitação Documentação exigida para pessoas condutoras Determinações do CTB quanto à documentação exigida para condutor e veículo Documentação exigida para veículos Determinações do CTB quanto à sinalização viária Sinalização vertical Sinalização horizontal Sinalização semafórica Dispositivos auxiliares Sinalização temporária Sinalização cicloviária Sinalização de cruzamentos rodoferroviários Determinações do CTB quanto a infrações, crimes de trânsito e penalidades Infrações de trânsito Crimes de trânsito Penalidades Regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação Regras gerais de circulação Regras gerais de parada e estacionamento Resumindo… Atividades de aprendizagem Legislação de trânsito específica Legislação específica para veículos de emergência Responsabilidade do condutor de veículos de emergência Registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo Resumindo... Atividades de aprendizagem Direção defensiva Direção defensiva Condições adversas Acidente evitável ou não evitável Como ultrapassar e ser ultrapassado O acidente de difícil identificação da causa Como evitar acidente com outros veículos A importância de ver e ser visto Competências de comportamento, habilidade e atitude A importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados Comportamento seguro e comportamento de risco – diferença que pode poupar vidas Comportamento pós-acidente Estado físico e mental do condutor, consequências da ingestão e consumo de bebida alcoólica e substâncias psicoativas Fadiga e sono Álcool Drogas e medicamentos Aspectos psíquicos Resumindo… Atividades de aprendizagem Noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e convívio social Como prestar os primeiros socorros? Primeiros socorros Primeiras providências quanto a acidente de trânsito Cuidados com a vítima de acidente ou contaminação (o que não fazer) em conformidade com a periculosidade da carga e/ou produto transportado O veículo como agente poluidor do meio ambiente Meio ambiente Regulamentação do Conama sobre a poluição ambiental causada por veículos Conceito de poluição: causas e consequências da emissão de gases, partículas e ruídos Manutenção preventiva do veículo O indivíduo, o grupo e a sociedade Relacionamento interpessoal O indivíduo como cidadão A responsabilidade civil e criminal do condutor e o CTB Resumindo… Atividades de aprendizagem Relacionamento Interpessoal Aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência Aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência Empatia Comportamento solidário no trânsito Comportamento solidário no trânsito Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação Respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito Respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito Papel dos agentes de fiscalização de trânsito Papel dos agentes de fiscalização de trânsito Atendimento às diferenças e especificidades dos usuários (pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida, com diversas faixas-etárias e outras condições) Características dos usuários de veículos de emergência Cuidados especiais e atenção que devem ser dispensados aos passageiros e aos outros atores do trânsito, na condução de veículos de emergência. Pessoas com mobilidade reduzida Pessoas com deficiência Resumindo… Atividades de aprendizagem Recapitulando os módulos Encerramento do curso Próximos passos Referências bibliográficas Botão de rádio 3: Off Caixa de seleção 54: Off Caixa de seleção 53: Off Caixa de seleção 52: Off Caixa de seleção 51: Off Caixa de seleção 50: Off Caixa de seleção 49: Off Caixa de seleção 48: Off Caixa de seleção 47: OffCurso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 21 Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC) Aqui, estão incluídos os ciclomotores, as bicicletas dotadas originalmente de motor elétri- co auxiliar, bem como aquelas que tiverem o dispositivo motriz agregado posteriormente à sua estrutura. É necessário considerar, pelo menos, uma das seguintes situações a seguir. I II III IV Com potência nominal superior a 350 W. Velocidade máxima superior a 25 km/h. Funcionamento do motor sem a necessidade de o condutor pedalar. Dispor de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual de potência. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 22 Categoria A Nesta categoria, são incluídos os veículos automotores e os elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral ou semirreboque especialmente projetado para uso exclu- sivo do veículo; e todos os veículos abrangidos pela ACC. Esta categoria não se aplica a quadriciclos! Nesse caso, é preciso considerar a categoria B. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 23 Categoria B Aqui, estão incluídos os veículos automotores e elétricos, não abrangidos pela categoria A, cujo peso bruto total (PBT) não exceda 3.500 kg e cuja lotação não exceda oito lugares, excluído o do motorista. Além disso, são considerados nesta categoria, também: • as combinações de veículos automotores e elétricos, em que a unidade tratora se en- quadre na categoria B, com unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articu- lada, desde que a soma das duas unidades não exceda o peso bruto total de 3.500 kg e cuja lotação total não exceda oito lugares, excluído o do motorista; • veículos automotores da espécie motor-casa, cujo peso não exceda 6.000 kg e cuja lotação não exceda oito lugares, excluído o do motorista; • tratores de roda e equipamentos automotores destinados a executar trabalhos agrícolas; e • quadriciclos de cabine aberta ou fechada. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 24 Categoria C Nesta categoria, estão incluídos: • veículos automotores e elétricos usados em transporte de carga, cujo PBT exceda 3.500 kg; • tratores de esteira, tratores mistos ou equipamentos automotores destinados à movi- mentação de cargas, de terraplanagem, de construção ou de pavimentação; • veículos automotores da espécie motor-casa, cujo PBT ultrapasse 6.000 kg e cuja lota- ção não exceda oito lugares, excluído o do motorista; • combinações de veículos automotores e elétricos não abrangidas pela categoria B, em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B ou C, e desde que o PBT da unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada seja menor que 6.000 kg; e • todos os veículos abrangidos pela categoria B. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 25 Categoria D Aqui estão incluídos: • veículos automotores e elétricos usados no transporte de passageiros cuja lotação exceda oito lugares, excluído o do condutor; • veículos destinados ao transporte de escolares, independentemente da lotação; • veículos automotores da espécie motor-casa (motorhome), cuja lotação exceda oito lugares, excluído o do motorista; • ônibus articulado; e • todos os veículos abrangidos nas categorias B e C. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 26 Categoria E Nesta categoria, estão incluídos: • combinações de veículos automotores e elétricos em que a unidade tratora se enqua- dre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg ou mais de PBT ou cuja lotação exceda oito lugares; • combinações de veículos automotores e elétricos com mais de uma unidade traciona- da, independentemente da capacidade máxima de tração ou do PBT; e • todos os veículos abrangidos nas categorias B, C e D. É importante ressaltar que as categorias de CNH dizem respeito aos veículos que cada condutor pode conduzir em relação à categoria de sua habilitação. Quando focamos em motoristas profissionais, conforme o tipo de transporte, haverá a ne- cessidade de que eles façam também outros cursos para se habilitar a fazer o transporte, como é o caso, por exemplo, do transporte coletivo de passageiros, transporte escolar, de cargas indivisíveis e de produtos perigosos. Vamos dar uma parada para refletir sobre uma situação? Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 27 Joana tem habilitação na categoria B. Hoje, ela trabalha como motorista de aplicativo, mas gostaria de expandir suas possibilidades. Ela está pensando em comprar uma van e fazer transporte para lazer aos fins de semana. O problema é que Joana não sabe exatamente em qual categoria esse transporte se enquadra para que possa conseguir a habilitação adequada. De acordo com o que você estudou até aqui, em qual categoria se enquadra o veículo que Joana gostaria de comprar? a) Categoria C. b) Categoria D. c) Categoria E. d) Categoria A. Gabarito: B. Com a carteira D, é possível dirigir veículos para o transporte de passageiros que acomodem mais de oito passageiros. Aqui, entram os ônibus, micro-ôni- bus e vans, que é o veículo que Joana quer comprar. Ficou em dúvida sobre a situação de Joana? Conhece alguém que tenha vivido alguma experiência parecida? Vá até o fórum e com- partilhe com seus colegas! Tudo certo até aqui? Vamos continuar com os estudos! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 28 Determinações do CTB quanto à documentação exigida para condutor e veículo Agora, vamos conhecer algumas exigências sobre a documentação para pessoas condu- toras e para veículos. Documentação exigida para pessoas condutoras Você, motorista, já deve saber que é obrigatório portar o documento de habilitação válido da categoria correspondente ao veículo que estiver conduzindo, não é mesmo? Confira a seguir quais são os documentos de habilitação: Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 29 A CNH é expedida em meio físico e/ou digital, à escolha do condutor, em modelo único e de acordo com as especificações do Contran. Ela contém, entre outros dados, a fotografia, a identificação e o número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do condutor, tem fé pública e equivale a documento de identidade em todo o território nacional. Documentação exigida para veículos Quando falamos de veículos, há documentação obrigatória também! Em relação à documentação dos veículos, é importante ressaltar que todo veículo auto- motor, articulado, reboque ou semirreboque, deve ser registrado no órgão executivo de trânsito do estado ou do Distrito Federal, no município de domicílio ou residência de seu proprietário, na forma da lei. A exceção a essa regra são os veículos bélicos, que não re- querem o referido registro. Ao fazer esse registro, é emitido o Certificado de Registro do Veículo (o CRV), um docu- mento de porte não obrigatório. O CRV deve ser mantido em local seguro em meio físico e/ou digital, à escolha do proprietário, de acordo com os modelos e as especificações estabelecidas pelo Contran, com as características e as condições de invulnerabilidade à falsificação e à adulteração. Esse documento serve para transferir a propriedade, modificar o endereço do proprietário ou alterar as características do veículo. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 30 É importante destacar que todo veículo automotor, articulado, reboque ou semirreboque, para transitar na via, deverá ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito, do estado ou do Distrito Federal, onde estiver registrado o veículo! Essa regra também não se aplica aos veículos de uso bélico. Você sabe o que é um veículo de uso bélico? Segundo a Resolução Contran N.º 570, de 16/12/2015: Art. 1º Veículo de uso bélico, para efeito do Código de Trânsito Brasileiro, é a Viatura Mili- tar Operacional,de propriedade da União, fabricada ou implementada com características especiais, destinada ao preparo e emprego em operações de natureza militar das Forças Armadas, no cumprimento das suas missões constitucionais e infraconstitucionais. Acesse aqui! Nesse licenciamento, é emitido o Certificado de Licenciamento Anual do Veículo, popular- mente conhecido como CRLV ou CLA. Apesar de a sigla correta ser CLA, os documentos são, normalmente, emitidos com o CRLV, usado nos normativos antigos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 31 O Certificado de Licenciamento Anual é documento de porte obrigatório (físico ou digital), onde constam, além dos dados do veículo, as informações relativas ao Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Vamos dar uma breve pausa para fazer uma atividade? Você acabou de estudar que há duas documentações exigidas para veículos. Correlacione a seguir os documentos e suas respectivas funções. CRV CRLV a) Documento de registro do veículo no órgão executivo de trânsito do estado ou do Distri- to Federal, no município de domicílio ou na residência de seu proprietário, na forma da lei. b) Documento de porte obrigatório (físico ou digital), onde constam, além dos dados do veículo, as informações relativas ao Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automoto- res (IPVA). Gabarito: O CRV é o Certificado de Registo de Veículos. Ele é um documento de registro do veículo no órgão executivo de trânsito do estado ou do Distrito Federal, no município de domicílio ou na residência de seu proprietário, na forma da lei. Já o CRLV é o Certificado de Licenciamento Anual do Veículo; documento de porte obrigatório (físico ou digital), onde constam, além dos dados do veículo, as informações relativas ao Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 32 Por fim, cabe ressaltar que a documentação aqui apresentada diz respeito apenas à pessoa condutora e ao veículo. A atividade profissional de condutores não se restringe a esses, uma vez que, de acordo com o transporte oferecido, há outros documentos neces- sários, como alvarás, autorizações, notas fiscais etc. Não se preocupe: esses documentos serão abordados na legislação específica de nosso curso! Antes de continuar, vamos dar uma parada para uma reflexão? Marcelo tem 21 anos, mora no Rio de Janeiro e trabalha como auxiliar de escritório. Seu sonho sempre foi ter seu próprio carro, mas o primeiro passo seria conseguir a habilita- ção. Juntou dinheiro, entrou numa autoescola e, depois de muita dedicação, foi aprovado nas provas escrita e prática do Detran-RJ. Na data certa, com muita ansiedade, foi buscar sua documentação. Considerando esse cenário, qual documento de habilitação Marcelo foi buscar no Detran do Rio de Janeiro? a) PPD b) ACC c) CNT d) CRV Gabarito: A Marcelo precisa buscar o PPD, ou seja, a sua Permissão para Dirigir. Esse é o documento provisório para condutores recém-habilitados e, geralmente, tem validade de um ano. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 33 Você se lembra de quando conseguiu sua Permissão para Dirigir? O que acha de compartilhar sua experiência com outros colegas no fórum? Determinações do CTB quanto à sinalização viária Conforme o CTB, é responsabilidade do Conselho Nacional de Trânsito aprovar, com- plementar ou alterar os dispositivos de sinalização e os dispositivos e equipamentos de trânsito. Por outro lado, a implantação, a manutenção e a operação dos sistemas de sina- lização são de competência dos órgãos e das entidades executivas da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, no âmbito de sua circunscrição. A sinalização é colocada ao longo das vias, em po- sições e condições que a tornem visível e legível durante o dia e a noite, e é destinada a condutores e pedestres. A utilização da sinalização deve ser dedicada à sua finalidade, e é proibido afixar sobre as placas de trânsito e respectivos suportes qualquer tipo de publicidade, inscrições, legen- das e símbolos. Conheça a seguir a classificação dos sinais de trânsito! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 34 Verticais Horizontais Dispositivos de sinalização auxiliar Luminosos Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 35 Sonoros Gestos dos agentes de trânsito e do condutor Quando falamos em sinalização, é importante compreender que existe uma hierarquia prevista no CTB, que restringe a interpretação das determinações sobre a circulação nas vias. Essa ordem está prevista no Art. 89 do CTB: Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência: I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais; II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito. Em cumprimento do seu papel legal, o Conselho Nacional de Trânsito, por meio de resolu- ção, instituiu o regulamento de Sinalização Viária. A sinalização viária tem o objetivo de estabelecer as especificações e os requisitos técni- cos a serem adotados em todo o território nacional, por todos os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito (SNT), quando da implementação das soluções adotadas pela engenharia de tráfego e sinalização. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 36 Você sabe o que é a SNT? De acordo com o Art. 5.º do CTB, o Sistema Nacional de Trânsito, SNT, é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, que tem por finalidade o exercício das atividades de plane- jamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades. Assim, o Contran, por meio de resolução, padroniza a sinalização de trânsito a ser aplica- da em todo o território nacional. Atualmente, o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito (MBST), que constitui a regu- lamentação citada, é composto por 9 volumes. Esses volumes constam como anexos da Resolução CONTRAN 973, de 18 de julho de 2022, que institui o Regulamento de Sinaliza- ção Viária. Conheça cada volume a seguir! MBST VOLUME I Sinalização Vertical de Regulamentação (Anexo I) MBST VOLUME II Sinalização Vertical de Advertência (Anexo II) MBST VOLUME III Sinalização Vertical de Indicação (Anexo III) MBST VOLUME IV Sinalização Horizontal (Anexo IV) MBST VOLUME V Sinalização Semafórica (Anexo V) MBST VOLUME VI Dispositivos auxiliares (Anexo VI) MBST VOLUME VII Sinalização Temporária (Anexo VII) Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 37 MBST VOLUME VIII Sinalização Cicloviária (Anexo VIII) MBST VOLUME IX Sinalização de Cruzamento Rodoferroviário (Anexo IX) Vamos conhecer mais sobre as sinalizações agora. Sinalização vertical Segundo o MBST, a sinalização vertical é um subsistema da sinalização viária, que faz uso de sinais sobre placas fixadas na posição vertical ao lado ou suspensas sobre a pista. Essa sinalização transmite mensagens de caráter permanente ou, eventualmente, variável, por meio de símbolos e/ou legendas preestabelecidas e legalmente instituídas. A sinalização vertical tem a finalidade de fornecer informações que permitam aos usuá- rios das vias adotarem comportamentos adequados, de modo a aumentar a segurança, ordenar os fluxos de tráfego e orientar os usuários da via. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 38 A sinalização vertical é classificada segundo sua função, que pode ser de: Regulamentar obrigações, limitações, proibições ou restrições que governam o uso da via. Advertir as pessoas condu- toras sobre condições com potencial risco existentes navia ou nas suas proximi- dades, tais como escolas e passagens de pedestres. Indicar direções, localiza- ções, pontos de interesse turístico ou de serviços e transmitir mensagens educativas, entre outras, de maneira a ajudar a pessoa condutora em seu deslocamento. Os sinais têm formas padronizadas, associadas ao tipo de mensagem que pretende trans- mitir: regulamentação, advertência ou indicação. Todos os símbolos e legendas devem obedecer à diagramação dos sinais contidos no MBST. Sinalização vertical de regulamentação Segundo o MBST, a sinalização vertical de regulamentação tem por finalidade transmitir às pessoas usuárias condições, proibições, obrigações ou restrições no uso das vias urba- nas e rurais. O desrespeito aos sinais de regulamentação constitui infrações, previstas no capítulo XV do Código de Trânsito Brasileiro. A forma padrão da sinalização de regulamentação é a circular. As cores usadas são verme- lha, preta e branca, com exceção das placas de “parada obrigatória” e “dê a preferência”. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 39 Para conhecer mais sobre a sinalização vertical de regulamentação, acesse aqui! Sinalização vertical de advertência De acordo com o MBST, a sinalização vertical de advertência tem por finalidade alertar às pessoas usuárias condições potencialmente perigosas, obstáculos, restrições exis- tentes na via ou adjacentes a ela, indicar a natureza dessas situações à frente, perma- nentes ou eventuais. Essa sinalização é usada sempre que o perigo não se evidencie por si só. Geralmente, ao se deparar com essa sinalização, a pessoa condutora deve reduzir a velocidade a fim de propiciar maior segurança de trânsito. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 40 A sinalização de advertência compõe-se de: • sinais de advertência; • sinalização especial de advertência; e • informações complementares aos sinais de advertência. Ainda de acordo com o MBST, a forma padrão dos sinais de advertência é quadrada, com uma das diagonais na posição vertical. As cores dessa sinalização são amarela e preta. Para conhecer mais sobre a sinalização vertical de advertência, acesse aqui! Sinalização vertical de indicação Conforme o MBST, a sinalização vertical de indicação é a comunicação efetuada por meio de um conjunto de placas a fim de identificar vias e locais de interesse, bem como orientar pessoas condutoras de veículos e pedestres sobre percursos, destinos, acessos, distân- cias, serviços auxiliares e atrativos turísticos. Pode também ter como função a educação do usuário. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 41 A sinalização de indicação está dividida nos seguintes grupos: • placas de identificação; • placas de orientação de destino; • placas educativas; • placas de serviços auxiliares; • placas de atrativos turísticos; e • placas de postos de fiscalização. A sinalização de indicação tem caráter informativo e educativo. Os elementos apresentam forma e cor preestabelecidas e definem padrões específicos. Para conhecer mais sobre a sinalização vertical de indicação, acesse aqui! Sinalização horizontal De acordo com o MBST, a sinalização horizontal é um subsistema da sinalização viária com- posta de marcas, símbolos e legendas, sobrepostos ao pavimento da pista de rolamento. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 42 Essa sinalização tem a finalidade de fornecer informações que permitam às pessoas usuárias das vias adotarem comportamentos adequados, de modo a aumentar a segurança e a fluidez do trân- sito, ordenar o fluxo de tráfego, canalizar e orientar os motoristas na via. A sinalização horizontal tem a propriedade de transmitir mensagens às pessoas condu- toras e pedestres, possibilitar a percepção e o entendimento, sem desviar a atenção do leito da via. Devido ao seu forte poder de comunicação, a sinalização deve ser reconhecida e compre- endida por todos os usuários, independentemente de sua origem ou da frequência com que usa a via. Quanto à definição e à função, de acordo com o MBST, essa sinalização tem a finalidade de transmitir e orientar as pessoas usuárias sobre as condições de uso adequado da via, compreender proibições, restrições e informações, que lhes permitam adotar comporta- mento adequado, para aumentar a segurança e ordenar os fluxos de tráfego. Segundo sua função, a sinalização horizontal é classificada da seguinte maneira: • ordenar e canalizar o fluxo de veículos; • orientar o fluxo de pedestres; • orientar os deslocamentos de veículos em função das condições físicas da via, tais como, geometria, topografia e obstáculos; • complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indicação, de modo a enfatizar a mensagem que o sinal transmite; e • regulamentar os casos previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Em algumas situações a sinalização horizontal atua, por si só, como controladora de fluxos. Pode ser empregada como reforço da sinalização vertical, bem como ser comple- mentada por dispositivos auxiliares. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 43 Dessa forma, podemos concluir que a sinalização horizontal também tem o poder de regulamentar, ou seja, a pessoa condutora que deixar de observar suas indicações, pode cometer infrações de trânsito. Quanto aos padrões de formas e cores, a sinalização horizontal é constituída por com- binações de traçado e cores que definem diversos tipos de marcas viárias. Conheça a seguir essas formas, segundo o MBST. Contínua Corresponde às linhas sem interrupção, aplicadas em um trecho específico de pista. Indica que não é per- mitida a mudança de pista. Tracejada ou seccionada Corresponde às linhas interrompidas, aplicadas em cadência; faz uso de es- paçamentos com extensão igual ou maior que o traço. Indicam que é permitida a mudança de pistas. Setas, símbolos e legendas Correspondem às informações representadas em forma de desenho ou inscritas, aplicadas no pavimento. Indicam situação ou complementam a sinalização vertical existente. Quanto às cores, o MBST estabelece que elas têm finalidades. Veja! AMARELA É USADA PARA… • separar movimentos veiculares de fluxos opostos; • regulamentar ultrapassagem e deslocamento lateral; • delimitar espaços proibidos para estacionamento e/ou parada; e • demarcar obstáculos transversais à pista (lombada). BRANCA É USADA PARA… • separar movimentos veiculares de mesmo sentido; • delimitar áreas de circulação; • delimitar trechos de pistas, destinados ao estacionamento regulamentado de veículos em condições especiais; • regulamentar faixas de travessias de pedestres; Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 44 • regulamentar linha de transposição e ultrapassagem; • demarcar linha de retenção e linha de “dê a preferência”; e • inscrever setas, símbolos e legendas. VERMELHA É USADA PARA… • demarcar ciclovias ou ciclofaixas; e • inscrever símbolo (cruz). AZUL É USADA COMO BASE PARA… • inscrever símbolos em áreas especiais de estacionamento ou de parada para embar- que e desembarque para pessoas portadoras de deficiência física. PRETA É USADA PARA… • proporcionar contraste entre a marca viária/inscrição e o pavimento (usada principal- mente em pavimento de concreto) e não constitui propriamente uma cor de sinalização. Para conhecer mais sobre a sinalização horizontal de indicação, acesse aqui! Sinalização semafórica Conforme o MBST, a sinalização semafórica tem por finalidade transmitir às pessoas usuárias a informação sobre o direito de passagem em interseções e/ou seções da via em que o espaço viário é disputado por dois ou mais movimentos conflitantes. Além disso, essa sinalização pode advertir sobre a presença de situações na via que possam compro- meter a segurança de todos. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 45 Segundo sua função, essa sinalizaçãopode ser classificada de duas maneiras. Observe: Sinalização semafórica de regulamentação Sinalização semafórica de advertência Tem a função de fazer o controle do trân- sito numa interseção ou uma seção da via por meio de indicações luminosas e alternar o direito de passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres. Tem a função de advertir sobre a existên- cia de obstáculo ou de situação perigosa. O condutor deve reduzir a velocidade e adotar as medidas de precaução compatí- veis com a segurança para seguir adiante. Segundo o MBST, quanto às cores e aos sinais da sinalização semafórica, temos alguns significados. Para conhecê-los, acesse aqui! Dispositivos auxiliares Segundo o MBST, os dispositivos auxiliares são elementos com a função de proporcionar maior segurança às pessoas usuárias da via por meio de alertas sobre situações de peri- go, obras, serviços e eventos que possam comprometer a segurança viária. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 46 Os dispositivos auxiliares devem obedecer às características de desempenho, forma, dimensões, cores e símbolos dispostos nos normativos vigentes. A implantação desses dispositivos é derivada de estudos de engenharia de tráfego, de modo a estabelecer a forma e o local em que as características desses dispositivos tenham seu aproveitamento otimizado. Esses dispositivos são elementos aplicados na via ou em obstácu- los próximos a ela para tornar mais eficiente e segura a operação de trânsito. Quanto ao aspecto legal, de acordo com o MBST, os dispositivos auxiliares são usados para complementar a sinalização padronizada. Isolados, eles não têm a função de regula- mentar a circulação nas vias públicas. Por fim, os dispositivos auxiliares são agrupados em dez conjuntos distintos, conforme sua função: • dispositivos delimitadores; • dispositivos de canalização; • dispositivos de sinalização de alerta; • alterações nas características do pavimento; • dispositivos de contenção veicular; • barreiras antiofuscamento e acústica; • dispositivos de proteção para pedestres e/ou ciclistas; • dispositivos luminosos; Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 47 • dispositivos de uso temporário; e • dispositivos de controle de acesso. Para conhecer mais sobre os dispositivos auxiliares, acesse aqui! Sinalização temporária Conforme o MBST, a sinalização temporária tem como característica o uso dos sinais e elementos de sinalização vertical, horizontal, semafórica, de dispositivos auxiliares e de segurança. Esta sinalização é constituída por elementos específicos, que apresentam características visuais próprias para informar e advertir pessoas condutoras e pedestres sobre situações atípicas. Essas situações podem ser um obstáculo à livre circulação e pôr em risco a se- gurança das pessoas usuárias da via. Na sinalização temporária, os elementos que compõem as sinalizações verticais de regulamentação, horizontal e semafórica têm suas características de forma, dimensões e cores preservadas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 48 A sinalização vertical de advertência e as placas de orientação de destino adquirem características próprias de cor. São adotadas as combinações das cores laranja e preta. Entretanto, mantém as características de forma, dimensões, símbolos e padrões alfanuméricos. A sinalização temporária consiste em um conjunto de sinais e dispositivos, com caracte- rísticas visuais próprias e tem como objetivo principal garantir a segurança das pessoas usuárias e trabalhadoras da obra ou do serviço, bem como a fluidez do tráfego nas áreas afetadas por intervenções temporárias na via. Para conhecer mais sobre a sinalização temporária, acesse aqui! Sinalização cicloviária De acordo com o MBST, a sinalização cicloviária tem como característica a utilização dos sinais e dos elementos de sinalização vertical, horizontal, semafórica, de dispositivos auxiliares e de segurança, e é constituída por elementos específicos que apresentam ca- racterísticas visuais próprias. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 49 A sinalização cicloviária tem a finalidade de fornecer informações que permitam às pesso- as usuárias da via adotar comportamentos adequados, de modo a aumentar a segurança, ordenar os fluxos de tráfego e orientar todos da via, além de informar e advertir sobre situações atípicas, que possam ser um obstáculo à livre circulação e/ou pôr em risco à segurança. Essa sinalização é destinada a dar prioridade ou preferência à circulação de bicicletas na via pública, oferecer condições mais seguras e possibilitar mais conforto às pessoas usuárias desse meio de transporte, por meio do uso de sinalização em vias/pistas ou faixas de uso exclusivo ou rotas de circulação, da criação de estacionamentos e da integração modal. Para conhecer mais sobre a sinalização cicloviária, acesse aqui! Sinalização de cruzamentos rodoferroviários A sinalização de cruzamentos rodoferroviários destina-se a organizar os cruzamentos entre modais de transporte. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 50 De acordo com o MBST, os cruzamentos rodoferroviários ou passagens em nível (PN) são interseções formadas pelo cruzamento de uma via ferroviária e uma via rodoviária, as quais apresentam características físicas e operacionais distintas. Para conhecer mais sobre a sinalização de cruzamentos rodoferroviários, acesse aqui! Muito conteúdo, não é mesmo? Vamos dar uma pausa para testar os conhecimentos? Observe a imagem a seguir. Dentre as opções a seguir, ela representa: a) sinalização vertical. b) dispositivo auxiliar. c) sinalização semafórica. d) sinalização horizontal. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 51 Gabarito: D É uma sinalização horizontal! Tudo tranquilo até aqui? Vamos continuar? Determinações do CTB quanto a infrações, crimes de trânsito e penalidades Antes de dar início a esse novo assunto, é importante diferenciar infrações, crimes e pena- lidades. Conheça a seguir as diferenças. Infração de trânsito Penalidade Crime de trânsito É o desrespeito a qualquer preceito/ determinação do Código de Trânsito Brasileiro; a pessoa infratora fica sujeita às medidas adminis- trativas e penalidades previstas no CTB. Uma vez identificada uma infração pela autoridade de trânsito, é lavrado um auto de infração de trânsito e, se necessário, adotadas medidas administrativas, que dão origem a um processo administrativo no qual a pessoa condutora tem direito à de- fesa. Pode ocasionar a aplicação de uma penalidade à pessoa infratora. É conduta criminosa prevista no CTB e praticada pela pessoa condutora na direção de veículo. Como exemplo de infração, temos uma pessoa con- dutora autuada por estar conduzindo veículo sem o cinto de segurança. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 52 Uma vez autuada, a pessoa poderá ser submetida uma medida administrativa de retenção do veículo até a colocação do cinto e, ao término do processo administrativo, ser aplicada a penalidade de multa e a contabilização de pontos em seu prontuário. Como exemplo de crime de trânsito, temos uma pes- soa dirigindo sob efeito de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência. Nesse exemplo, essa conduta é considerada infração de trânsito e, também, crime de trân- sito. A pessoa condutora flagrada dirigindo sob a influência dessas substâncias responde- rá e poderá ser penalizada na esfera administrativa e, também, na criminal. Nesses casos, o condutor é encaminhado à polícia judiciária e dá-se início a um processo judicial. Há condutas que podem gerar infrações de trânsito e, também, crimes de trânsito, como vamos estudar mais adiante! Infrações de trânsito Conforme acabamos de ver, infração de trânsito é o desrespeito a qualquer preceito do CTB ou da legislação complementar.A pessoa infratora fica sujeita às penalidades e às medidas administrativas indicadas no Capítulo XV do CTB, que versa sobre as infrações. A seguir, podemos identificar, de forma simples e resumida, o fluxo entre a conduta infra- tora e a aplicação da penalidade. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 53 Segundo o CTB, as medidas administrativas são procedimentos que devem ser adotados pela autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das competências estabelecidas no referido código e dentro de sua circunscrição. Atualmente, algumas medidas administrativas são previstas segundo o Artigo 269 do CTB. Confira a seguir. » I - retenção do veículo; » II - remoção do veículo; » III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; » IV - recolhimento da Permissão para Dirigir; » V - recolhimento do Certificado de Registro; » VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual; » VII - (VETADO) » VIII - transbordo do excesso de carga; » IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecen- te ou que determine dependência física ou psíquica; » X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos; » XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primei- ros socorros e de direção veicular. Nesse contexto, é importante destacar que as medidas administrativas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes têm por objetivo prioritário a proteção à vida e à in- columidade física das pessoas. Não confunda medidas administrativas com penalidades! Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 54 As medidas administrativas são aplicadas no momento da ação pela autoridade ou pelos agentes presentes no local. As penalidades são aplicadas ao fim do processo administrativo, pela autoridade de trânsito. As infrações de trânsito estão previstas no Capítulo XV do CTB. Os artigos desse capítulo apresentam as condutas consideradas como infrações, a classificação da infração e a penalidade a ser aplicada para cada conduta. As infrações de trânsito são classificadas em: leve, média, grave e gravíssima. Para cada uma delas, existe um valor tabelado de multa a ser aplicada como penalidade ao fim do processo administrativo. Mais adiante, vamos estudar os valores e as demais penalidades! Confira, agora, um exemplo de infração de trânsito. Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência. Infração - gravíssima Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. Medida administrativa - recolhimento do documen- to de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4.º do art. 270 da Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa previs- ta no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 55 Crimes de trânsito Crimes de trânsito são condutas consideradas de maior potencial ofensivo e são apura- dos judicialmente. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos no CTB, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, desde que o CTB não trate de forma diversa. É importante destacar que o CTB, o Código Penal, e o Código de Processo Penal se com- plementam na apuração de crimes de trânsito e, em caso de conflito, é aplicado o previsto no CTB. Confira, a seguir, um exemplo de crime de trânsito. Art. 306. Conduzir veículo automotor com capaci- dade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Observe que a conduta aqui é a mesma do exemplo citado anteriormente na infração de trânsito: dirigir sob efeito de álcool ou substância psicoativa que determine dependência. Essa conduta é considerada infração de trânsito e crime de trânsito. Enquanto, na infração de trânsito, há um processo administrativo, cuja penalidade é multa e suspensão do direito de dirigir, no crime de trânsito, há um processo judicial, cuja pena é detenção, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação. Penalidades Vamos, agora, estudar mais sobre as penalidades. Uma vez autuada, a pessoa condutora infratora estará sujeita à aplicação de penalidades. No que se refere às infrações de trânsito, a autoridade de trânsito deverá aplicar as se- guintes infrações, previstas no CTB: Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 56 • advertência por escrito; • multa; • suspensão do direito de dirigir; • cassação da Carteira Nacional de Habilitação; • cassação da Permissão para Dirigir; e • frequência obrigatória em curso de reciclagem. A penalidade de apreensão do veículo foi revogada por meio da lei 13.281, de 4 de maio de 2016 e, consequentemente, não é mais uma penalidade aplicável às pessoas conduto- ras infratoras. As penalidades podem ser impostas às pessoas condutoras, proprietárias de veículos, embarcadoras e transportadoras. Veja a seguir a responsabilidade de cada uma dessas pessoas! PESSOAS PROPRIETÁRIAS Aqui, cabem as infrações referentes à prévia regularização e ao preenchimento de formali- dades referentes ao veículo. PESSOAS CONDUTORAS Aqui, são aplicadas infrações decorrentes de atos praticados na direção do veículo. PESSOAS EMBARCADORAS Aqui, cabem as infrações relativas ao transporte de carga com excesso de peso. PESSOAS TRANSPORTADORAS Aqui, cabem infrações relativas ao transporte de carga e solidariedade com a pessoa em- barcadora nas infrações de excesso de peso bruto total. Nesses casos, a advertência por escrito deverá ser aplicada às infrações de natureza mé- dia, passíveis de serem punidas com multa, caso a pessoa infratora não tenha cometido nenhuma outra infração nos últimos 12 meses. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 57 As infrações punidas com multa são classificadas conforme a sua gravidade, em quatro categorias. Observe a seguir. Natureza Valor da multa Gravíssima R$ 293,47 Grave R$ 195,23 Média R$ 130,16 Leve R$ 88,38 Há infrações em que será aplicada a chamada multa agravada. Nesse caso, é aplicado um fator multiplicador, como na infração de dirigir sob efeito de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência. O valor da multa é multiplicado por 10, e o total é de R$ 2.930,47. Existem, também, infrações em que é prevista a aplicação de mais de uma penalidade. No mesmo exemplo que você viu (dirigir sob efeito de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência), além da multa, o condutor também tem a habili- tação suspensa por 12 meses. Para cada infração processada ou cometida, também é computado no prontuário da pes- soa condutora uma pontuação, conforme a natureza ou a gravidade. Confira: Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 58 Natureza Pontuação Gravíssima 7 Grave 5 Média 4 Leve 3 Ao somar determinado número de pontos, será aplicada a penalidade de suspensão do direito de dirigir ao condutor, conforme a tabela a seguir. Soma de pontos Situação 20 Caso constem duas ou mais infrações gravíssimas na pontuação 30 Caso conste uma infração gravíssima na pontuação 40 Caso não conste nenhuma infração gravíssima na pontuação A cassação do documento de habilitação ocorre quando a pessoa condutora, suspensa do direito de dirigir, conduz qualquer veículo, no caso de reincidência, em 12 meses em algumas infrações, ou quando condenada judicialmente por delitode trânsito. Após dois anos decorridos da cassação da CNH, a pessoa infratora poderá requerer sua reabilitação. Para tanto, deve se submeter novamente a todos os exames necessários à habilitação. A pessoa infratora é obrigada a frequentar um curso de reciclagem se suspensa do direito de dirigir: • quando se envolver em sinistro grave para o qual tenha contribuído (independentemen- te de processo judicial); • quando condenada judicialmente por delito de trânsito; e • a qualquer momento, se constatado que colocou em risco a segurança do trânsito. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 59 Nos crimes, as penalidades são aplicadas por meio de decisão judicial, de acordo com as penas previstas para cada conduta criminosa. Nessa apuração, existem circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito. Observe, a seguir, as circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito, conforme o Art. 298 do CTB. » I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; » II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; » III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; » IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo; » V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga; » VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou característi- cas que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; » VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres. Muita informação até aqui, não é mesmo? Que tal fazer uma parada para testar seus co- nhecimentos? Neste tópico, você estudou que, para cada infração processada/cometida, também é computado no prontuário da pessoa condutora uma pontuação, conforme a natureza ou gravidade da infração. Correlacione, a seguir, a infração com a pontuação adequada. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 60 Gravíssima Grave Média a) 7 b) 5 c) 4 Gabarito: alternativa 1 - 7 | alternativa 2 - 5 | alternativa 3 - 4 Para infrações de natureza gravíssima, são computados sete pontos. Para infrações de natureza grave, são computados 5 pontos. Para infrações de natureza média, são computados 4 pontos. Caso ainda tenha dúvidas, volte ao conteúdo e estude sobre as penalidades. O que você acha de dar uma parada e fazer uma reflexão? João estava atrasado para o trabalho. Ele é motorista e faz entregas para uma transpor- tadora. Ao dirigir por uma rodovia, percebeu que passou a 80 km/h, mas a velocidade máxima permitida naquele trecho era de 60 km/h. A partir do que você estudou sobre infrações e penalidades, qual é a natureza da infração cometida por João e o valor da multa a ser paga? a) Gravíssima; R$293,47. b) Grave; R$195,23. c) Média; R$130,16. d) Leve; R$88,38. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 61 Gabarito: B A infração é considerada grave, já que João passou pelo trecho com uma velocidade superior a 20% e até 50%. Você já viveu ou conhece alguém que já tenha vivido uma situação semelhante à de João? Ficou com dúvidas em algum tópico desse conteúdo? Compartilhe no fórum! Essa jornada é longa, mas já estamos seguindo para a reta final da teoria comum do pri- meiro módulo! Vamos em frente? Regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação Conforme estudamos anteriormente, o trânsito é um compartilhamento de espaço. E, para que esse espaço seja ocupado de forma segura, existe a necessidade de estabelecer normas gerais de circulação e conduta, a fim de que o ambiente compartilhado seja har- mônico entre os usuários. Nesse contexto, o CTB estabelece que todas as pessoas usuárias das vias terrestres de- vem evitar qualquer ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito, ou, ainda, causar danos a propriedades, públicas ou privadas. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 62 Quanto às pessoas condutoras, o CTB é enfático ao destacar que, antes de colocar um veículo em circulação nas vias públicas, é importante verificar a existência e as boas con- dições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, assim como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino. Além disso, a pessoa condutora deve ter domínio do veículo o tempo todo e conduzi-lo com atenção e cuidado, sempre com foco na segurança do trânsito. Vamos estudar, agora, algumas regras sobre circulação, paradas, condutas e estacionamentos. Regras gerais de circulação Para compreendermos as regras gerais de circulação, é importante conhecer o que está previsto no Art. 29 do CTB: Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às se- guintes normas: Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 63 I - a circulação será pelo lado direito da via, admitin- do-se as exceções devidamente sinalizadas. II - o condutor deverá guardar distância de seguran- ça lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, conside- rando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas. III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem: A) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; B) no caso de rotatória, aquele que estiver circu- lando por ela; C) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor. IV - quando uma pista de rolamento comportar vá- rias faixas de circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade. V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento. Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 64 VI - os veículos precedidos de batedores terão prio- ridade de passagem, respeitadas as demais normas de circulação. VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fisca- lização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade no trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência, de policiamen- to ostensivo ou de preservação da ordem pública, observadas as seguintes disposições: A) quando os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação intermitente estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os condutores de- verão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e pa- rando, se necessário; B) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz intermitente, deverão aguar- dar no passeio e somente atravessar a via quando o veículo já tiver passado pelo local; C) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação intermitente somente poderá ocorrer por ocasião da efetiva prestação de serviço de urgência; D) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste Código; E) as prerrogativas de livre circulação e de parada serão aplicadas somente quando os veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação intermitente; Curso de Atualização para Condutores de Veículos de Emergência 65 F) a prerrogativa de livre estacionamento será aplicada