Prévia do material em texto
~~ Discente: Gonçalo Ribeiro Oliveira Santos Docente: Manuela Costa Treino de musculação 2 Índice Capa ..................................................................................................................................1 Índice .............................................................................................................................2 Introdução ........................................................................................................................ 3 Musculação e o Treino de Força ……….......................................,..................................4 Perfil e objetivos do cliente ..............................................................................................6 Plano de treino ...............................................................................................................8 Bibliografia ...........................................................................................................9 3 A criação deste plano de treino tem por base corresponder às necessidades e objetivos do meu cliente, Bruno Filipe Cardoso Alves. Ao assinar este contrato, o meu cliente embarcará, sob as minhas orientações, numa jornada que mudará drasticamente a sua vida. Tendo em conta tudo aquilo que o fitness representa, entende-se que transcede fórmulas padronizadas e, portanto, a obtenção de uma guia de treino totalmente personalizada torna-se crítico para a maximização de resultados de um determinado indivíduo. A assinatura deste contrato simboliza mais do que um acordo formal; é o ponto de partida para uma revolução pessoal. Afinal, no universo do fitness, a verdadeira transformação emerge quando as abordagens são tão individuais quanto as impressões digitais. Com toda a confiança que foi em mim depositada, sob a égide deste plano personalizado, estamos prestes a construir um caminho único, rumo à melhor versão do Bruno. Fig. 2: Trabalho de equipa Introdução 4 Musculação e treino de força A musculação, uma disciplina ancestral, transcende o mero esforço físico; é uma jornada que se entrelaça com a própria história da humanidade. Desde meados do século dezanove, a busca pela força muscular sempre esteve emaranhada com a busca pelo poder e excelência física. Homens que haviam começado a exibir os seus corpos e força física tornaram-se rapidamente populares na Europa e Estados Unidos da América. Posteriormente, fundaram escolas de desporto e desenvolveram equipamento de treino, que tentaram monetizar juntamente com a venda de alimentos e roupa. Porém, maior parte destes homens possuíam círculos privados de clientes, pelo que muitas das suas conquistas no mundo da musculação não deixaram rasto. [1] Eugen Sandow (1867–1925) é considerado o desbravador do treino de força e musculação. Para além de se destacar pelas suas características físicas, serviu ainda como modelo para pintores e fotógrafos. Hoje, a musculação evoluiu para uma prática multifacetada, abraçada por aqueles que buscam não apenas a imponência física, mas também a saúde holística e o bem-estar mental. Desde fortalecer o corpo para as atividades diárias [3], combater e prevenir doenças (tal como a sarcopenia [2]), e até mesmo como auxílio para alcançar o desempenho atlético necessário para a prática intensiva de outros desportos, os propósitos são variados. Fig. 3: Eugen Sandow (1867–1925) 5 A musculação, apesar de se tratar de um recurso fantástico, é também um processo árduo e demorado, devido à sua natureza adaptativa. Isto é, para que se dê o alargamento da massa muscular, adaptações devem ocorrer através dos estímulos provocados pelo treino resistido. É ainda importante referir que, no universo do treino resistido, os ganhos de força e massa muscular abrandam significativamente à medida que um individuo se torna mais avançado: “(…) diminishing returns – With an increase in training volume or duration, the magnitude of adaptations diminishes. (…)” – [4]. Assim sendo, o princípio da sobrecarga progressiva dita que a intensidade do treino terá que ser cada vez maior ao longo do tempo para que a homeostasia do corpo continue a ser desafiada, seja pelo aumento da carga, repetições, manipulação dos tempos de descanso e cadência ou incremento de séries de trabalho [6]. Por outro lado, é preciso ainda manter o equilíbrio entre volume e intensidade de treino, uma vez que se tratam de grandezas inversamente proporcionais no contexto do treino de força. A falta desta harmonia poderá resultar em overtraining [5] e num aumento severo da fadiga muscular. Como em tudo na vida, é preciso consistência e determinação para atingir resultados; outros dos princípios do treino de força são o da continuidade e da reversibilidade que exprimem, respetivamente, que é necessário um estímulo regular para que se deem os efeitos de acumulação do treino e que sem um estímulo regular o organismo humano tende a voltar ao seu estado inicial. Dadas todas as exigências impostas pelo treino resistido, às quais ainda se junta o princípio da individualidade, será sempre favorável que os praticantes de musculação, sobretudo iniciantes, procurem acompanhamento de forma a evitar lesões e aproveitar todo o seu potencial. Fig. 4: Treino intenso 6 Perfil e objetivos do cliente 7 O Bruno possui um historial desportivo muito enriquecedor, tendo começado a praticar desporto aos 4 anos de idade e mantendo-se ativo fisicamente até aos dias de hoje. Praticou natação, futebol e apresenta ainda alguma experiência em treino de força visto estar inscrito no ginásio há um ano, o que é corroborado pelos seus resultados impressionantes nos testes de força muscular. O meu cliente não apresenta problemas de saúde, pratica uma alimentação saudável, não ingere bebidas alcoólicas, não fuma, não toma medicação. Tendo tudo isto em consideração, trata-se de um indivíduo saudável, com apenas 18 anos que já possui bastante experiência em lidar com treinos intensivos e gestão de fadiga. A meu ver, não há nada que impeça o Bruno de seguir um plano de treino que visa o aumento da sua massa muscular, assim como ele desejou. A nível de seleção de exercícios há um grande leque de opções, dado à sua favorável mobilidade, abrindo espaço para a realização de vários movimentos compostos, onde o potencial para progressão de cargas será muito mais elevado, resultando em mais hipertrofia. A incorporação de técnicas de intensidade favorecerá os treinos do Bruno, que certamente não terá dificuldade a lidar com a acrescida fadiga que delas advém, obtendo ganhos significativos no tempo útil de treino (densidade). 8 Microciclo PLANO DE TREINO 1.º TREINO – Upper body NOME SETS REPS CADÊNCIA %RM DESC Bench press * 4 8-10 1:2 78% Lat Pulldown 4 10-12 2:2 71% 3 minutos Cable crossover * 2 12-15 2:3 70% Pulldown 2 12-15 2:3 68% 2 minutos Chest supported row 2 8-10 1:2 75% 3 minutos Overhead dumbell press 3 10-12 1:2 71% 3 minutos Rope pushdown * 3 12-15 2:2 68% Dumbell curl 3 12-15 2:2 68% 2 minutos Lateral raise 3 12-15 2:3 68% 1 minutos 2.º TREINO – Lower body NOME SETS REPS CADÊNCIA %RM DESC Squat 3 8-10 1:2 78% 3 minutos Leg press 2 10-12 1:2 73% 3 minutos Leg curl * 2 12-15 2:3 68% Leg extension 2 12-15 2:3 68% 2 minutos Leg press calf raise 4 12-15 2:3 71% 1 minuto OBSERVAÇÕES: Os treinos devem ser executados em dias subsequentes, seguindo-se sempre de um dia de descanso, de forma a totalizar 4 dias de treino semanais [7], com 72h de descanso entre 2 sessões dum determinado treino. Todos os exercícios assinalados com “*” deverão ser realizados em super-série com o exercício que se segue. Todas as séries devem ser executadas com 1-2 repetições em reserva (1-2 repetições da falha técnica) [8]. Sempre que o número mais alto de repetições for atingido num dado exercício durante o microciclo, a carga deve ser aumentada de forma a que o intervalo de repetições continue a ser respeitado. 9 Bibliografia [1] Ruud Stokvis (2006) The Emancipation of Bodybuilding, Sport in Society, 9:3, 463-479, DOI: 10.1080/17430430600673480[2] Roth SM, Ferrell RF, Hurley BF. Strength training for the prevention and treatment of sarcopenia. The Journal of Nutrition, Health & Aging. 2000 ;4(3):143-155. PMID: 10936901. [3]Clemson L, FiataroneSingh MA, Bundy A, Cumming RG, Manollaras K, O’Lo ughlin P et al. Integration of balance and strength training into daily life activity to reduce rate of falls in older people (the LiFE study): randomised parallel trial BMJ 2012; 345 :e4547 doi:10.1136/bmj.e4547 [4] Science and Practice of Strength Training By Vladimir M. Zatsiorsky, William J. Kraemer, Andrew C.Fry. [5] Grandou, C., Wallace, L., Impellizzeri, F.M. et al. Overtraining in Resistance Exercise: An Exploratory Systematic Review and Methodological Appraisal of the Literature. Sports Med 50, 815–828 (2020). https://doi.org/10.1007/s40279-019-01242-2 [6] Plotkin D, Coleman M, Van Every D, Maldonado J, Oberlin D, Israetel M, Feather J, Alto A, Vigotsky AD, Schoenfeld BJ. 2022. Progressive overload without progressing load? The effects of load or repetition progression on muscular adaptations. PeerJ 10:e14142 https://doi.org/10.7717/peerj.14142 [7] Schoenfeld, B.J., Ogborn, D. & Krieger, J.W. Effects of Resistance Training Frequency on Measures of Muscle Hypertrophy: A Systematic Review and Meta-Analysis. Sports Med 46, 1689–1697 (2016). https://doi.org/10.1007/s40279-016-0543-8~ [8] Jozo Grgic, Brad J. Schoenfeld, John Orazem, Filip Sabol, Effects of resistance training performed to repetition failure or non-failure on muscular strength and hypertrophy: A systematic review and meta-analysis, Journal of Sport and Health Science, Volume 11, Issue 2, 2022