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Tecidos: vendo de perTo Tecidos AnimAis Tecido nervoso O tecido nervoso é composto de células especializadas, os neurônios, responsáveis pela transmissão do impulso nervoso eletroquímico, e pelas células gliais ou neuróglia, que dão suporte e nutrem os neurônios. Legenda: Imagem de neurônios e células gliais gerada por um microscópio eletrônico (ME) de varredura (ampliação de 1700 vezes). As células gliais ou neuróglia (em laranja e vermelho) compõem cerca de metade da massa do sistema nervoso cen- tral. O tipo mais comum são os astrócitos, células em forma de estrela que, acredita-se, auxiliam na obtenção de nutrientes do sangue para as células nervosas. Já os neurônios consistem em grandes corpos celulares, com núcleos cercados por cito- plasma, de onde partem ramificações de dendritos (aqui vistos como finos tubos), principais estruturas de disseminação de informação entre os neurônios. Créditos: P. Motta / SPL / LatinStock. Células da neuróglia Axônio do neurônio Neurônio Tecido glandular O tecido glandular é formado por células especializadas que produzem altas taxas de secre- ções. Algumas glândulas têm um duto que conduz a secreção para o meio externo a elas. São de- nominadas glândulas exócrinas – é o caso das glândulas sudoríparas, mamárias e salivares, entre outras. Outras glândulas não possuem dutos e eliminam suas secreções diretamente no sangue, sendo denominadas glândulas endócrinas – é o caso da hipófise, tireoide, suprarrenal, entre outras. 1. Glândula exócrina Legenda: Glândula sublingual de macaco (ampliação: 100 vezes para 24 x 36 mm) no microscópio óptico. Créditos: Phototake / Alamy. 2. Glândula endócrina Legenda: Glândula tireoide humana (ampliação: 100 vezes para 35 mm em microscópio óptico). Aqui, aparecem suas unidades funcionais, os folículos, que são circundados por uma camada de tecido epitelial cuboide. Eles variam de tamanho de acordo com o estado de atividade secretora; alguns armazenam hormônio na forma de coloide tireoidiano, que aparece em vermelho na figura. A tireoide produz dois tipos de hormônios: os que contêm iodo (triiodotironina (T3), que regula o metabolismo basal, e tironi- na (T4), que é convertido em T3 na circulação sanguínea); e calciotonina, hormônio que regula os níveis de cálcio no sangue. Créditos: Astrid Hans-Frieder Michler / SPL / LatinStock. Células glandulares mucosas Células musculares Folículos Tecido epitelial cuboide Coloide constituído de hormônio tireoidiano Tecido muscular O tecido muscular é formado por células musculares ou miócitos especializados em se contrair. Essa característica se deve à presença de miofibrilas, estruturas celulares contráteis que preenchem pra- ticamente todo o interior das células musculares. Os miócitos (antigas fibras musculares) são muito alongados (em torno de 2 a 3 cm de com- primento). Cada tipo possui um certo número de núcleos. Assim, por exemplo, enquanto os miócitos cilíndricos têm vários núcleos, os fusiformes possuem apenas um. Há três tipos de tecidos musculares: muscular estriado esquelético, muscular não-estriado e muscular estriado cardíaco (VER FIGURAS). Legenda: Ilustração dos três tipos de tecidos musculares. Créditos: Antonio Robson / AnexoDesign Studio. 1. Tecido muscular estriado esquelético Os miócitos do tecido muscular estriado esquelético têm forma cilíndrica e são constituídos por inúmeras miofibrilas. Estas se dispõem em feixes paralelos no interior de cada célula muscular e são rodeadas de extenso retículo endoplasmático liso e mitocôndrias. Cada miócito cilíndrico possui vários núcleos dispostos em sua região superficial. Legenda: Miócito cilíndrico do tecido muscular esquelético no microscópio eletrônico de varredura (ampliação: 1300 vezes para 6 x 7 cm, 580 vezes para 35 mm). As células desse tipo de tecido recebem esse nome em razão de seu formato alongado. Créditos: Insolite Realite / SPL / LatinStock. Núcleos Núcleos Estriações Núcleos Discos intercalares Tecido muscular estriado esquelético Tecido muscular estriado cardíacoTecido muscular não-estriado Miócito cilíndrico 2. Tecido muscular não-estriado Os miócitos do tecido muscular não-estriado têm forma fusiforme e contêm no interior do cito- plasma miofibrilas em menor número do que o presente nas fibras musculares estriadas. Legenda: Secção de tecido muscular não-estriado (ampliação: 100 vezes para 35 mm). Cada célula ou miócito fusiforme possui um núcleo que, aqui, corresponde aos pontos escuros da imagem. Este tipo de tecido controla reações automáticas como a contração de veias sanguíneas do intestino. Créditos: SPL / LatinStock. 3. Tecido muscular cardíaco Os miócitos cardíacos, células do tecido muscular estriado cardíaco, diferem dos miócitos cilíndri- cos por possuírem um ou dois núcleos e pelo fato de suas extremidades se unirem umas às outras por meio de projeções digitiformes das membranas celulares, formando os chamados discos intercalares. Legenda: Secção longitudinal de tecido muscular cardíaco vista no microscópio óptico (ampliação: 300 vezes para 6 x 7 cm e 150 vezes para 35 mm). Sua baixa resistência permite a rápida transmissão de sinais elétricos do marcapasso através do músculo. Créditos: Innerspace Imaging / SPL / LatinStock. Miócitos fusiformes com um único núcleo Núcleos Miócito cardíaco Disco intercalar Tecido epitelial O tecido epitelial ou epitélio recobre a superfície externa do corpo e é também revestimento interno dos órgãos. Este tecido consiste de células alinhadas e compactadas entre si formando uma camada contínua ou “bainha” de células. Há uma ampla variedade de tecidos epiteliais que, além de revestimento, exercem outras funções, como proteção (epiderme do corpo), absorção (epitélio intes- tinal), secreção (epitélio glandular do estômago) e percepção (terminações nervosas ou receptores entre as células epiteliais do revestimento interno do nariz, por exemplo). O epitélio de revestimento do corpo humano é composto de várias camadas de células. A cama- da mais interna é composta de células colunares e metabolicamente ativas. As camadas mais externas são formadas por células achatadas, muito queratinizadas e metabolicamente inativas. Legenda: Corte histológico da pele humana, em ampliação de 59 vezes para 10 cm de altura no microscópio óptico. A camada mais superficial da pele é a epiderme, dividida em estrato córneo (formado por células mortas) e germinativo (formado por células vivas). As células epiteliais mortas são continuamente substituídas por células da camada viva inferior geradas no estrato germinativo (representado na figura pela linha púrpura). Abaixo da epiderme está a derme, que contém folículos pilosos, glândulas sebáceas (abrindo-se no interior dos folículos pilosos), glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos. Na região mais interna da derme encontram-se os tecidos adiposo e conjuntivo. Créditos: Andrew Syred / SPL / LatinStock. Estrato córneo Folículo piloso Epiderme Pluriestratificada Estrato germinativo Glândula sebácea Vasos sanguíneos Camada submucosa Glândula sudorípara Tecido conjuntivo O tecido conjuntivo é formado por células, os fibroblastos, dispersas em uma matriz com- posta de proteínas e carboidratos complexos e secretada pelos próprios fibroblastos. As proteínas e os carboidratos são arranjados na forma de fibras, basicamente de três tipos: colágena, elástica e reticu- lar. O número e arranjo dessas fibras variam e dão origem a diferentes subtipos de tecidos conjuntivos, listados a seguir. O tecido conjuntivo frouxo é o mais comumente encontrado no corpo humano. Além de dar suporte aos órgãos, serve como reservatório de fluidos e sais. Legenda: Corte de um tendão humano (ampliação: 100 vezes para 35 mm em microscópio óptico). Este tipo de tecido é inelástico e serve paraligar os músculos aos ossos. Créditos: Hanns-Frieder Michler / SPL / LatinStock. O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo que se distingue por possuir muitas células que armazenam gordura, os adipócitos. É encontrado na camada mais profunda da pele, na submu- cosa e ao redor de órgãos internos. Legenda: Secção de tecido adiposo ampliado 50 vezes para 35 mm no microscópio óptico. Este tipo de tecido conjuntivo cor- responde a até 20 a 25% do peso total de um homem ou mulher adultos, respectivamente. Créditos: Hanns-Frieder Michler / SPL / LatinStock. Adipócito com pequena quantidade de grânulos de gordura Adipócito com grande quantidade de grânulos de gordura Matriz Fibroblastos O tecido cartilaginoso é formado por células especializadas, os condrócitos, que secretam uma matriz firme e flexível ao seu redor, além de fibras de colágeno que ficam embebidas na própria matriz. Os condrócitos ficam isolados em grupos de dois ou quatro, em pequenas cavidades da matriz chamadas lagunas. Legenda: Corte de cartilagem hialina (ampliação: 130 vezes para 35 mm em microscópio óptico). Este tipo de tecido conjun- tivo é firme, mas flexível, graças à alta concentração de água em sua composição, e provê sustentação estrutural a várias partes do corpo, como a traqueia. Créditos: Innerspace Imaging / SPL / LatinStock. O tecido ósseo é formado por células especializadas, os osteócitos, que secretam uma ma- triz altamente calcificada, invadida por inúmeros vasos sanguíneos. Assim, o tecido ósseo contém um grande suprimento de sangue em seu interior. Os osteócitos se comunicam entre si por meio de pro- jeções citoplasmáticas. Legenda: Corte de osso humano da tíbia visto no microscópio óptico (ampliação: 50 vezes para 6 x 7 cm, 21 vezes para 35 mm). Os pontos escuros são espaços ou lacunas preenchidas por osteócitos, células responsáveis pela manutenção da matriz óssea. Créditos: Manfred Kage / SPL / LatinStock. Matriz óssea Canais contendo vasos sanguíneos Osteócitos (pequenos pontos) Matriz Condrócitos Tecido sanguíneo O sangue consiste em uma porção fluida, o plasma, células vermelhas e brancas e plaquetas. Os glóbulos vermelhos ou eritrócitos são células especializadas em transportar oxigênio. Na maioria dos vertebrados, com exceção dos mamíferos, possuem núcleo. Legenda: Células sanguíneas humanas vistas no microscópio óptico (ampliação: 1000 vezes para 10 cm de largura). Aqui, ve- em-se dois granulócitos (em azul) cercados por eritrócitos (em vermelho). Créditos: Steve Gschmeissner / SPL / LatinStock. Os glóbulos brancos ou leucócitos são especializados em defender o corpo contra ataques de bactérias e outros microrganismos. Trata-se de células de forma amebóide com movimentos independentes. Alguns tipos de leucócitos conseguem atravessar a parede dos capilares sanguíneos e penetrar nos tecidos. O sangue humano é integrado por cinco tipos de leucócitos (vide esquema abaixo), que podem ser classificados como granulares (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e agranulares (linfócitos, monócitos). Legenda: Montagem mostra a série branca, com os cinco tipos de glóbulos brancos. As cores são meramente ilustrativas. Créditos: Ingeborg Asbach. Neutrófilo Basófilo Linfócito Monócito Eosinófilo Granulócitos Eritrócitos Os eritrócitos humanos são produzidos na medula óssea de alguns ossos (costelas, vértebras, ossos cranianos e ossos longos). Têm forma de um disco bicôncavo e não possuem núcleo. Uma rede interna de fibras elásticas mantém a forma do eritrócito e permite que ele passe pelo interior de capi- lares sanguíneos menores que seu diâmetro. Os neutrófilos são os principais leucócitos fagocitários do sangue. Fagocitam principalmente bactérias e células mortas. Os eosinófilos possuem grânulos grandes em seu interior, e sua composição química sugere que eles destroem proteínas e outras substâncias estranhas ao corpo. Os eosinófilos são produzidos em maior número que o normal durante reações alérgicas ou processos parasitários. Os basófilos contêm em seu interior grânulos de histamina, uma substância vasodilatadora li- berada em feridas e processos alérgicos. Outros basófilos contêm heparina, substância anticoagulante que ajuda a prevenir o fechamento impróprio dos vasos sanguíneos. Os linfócitos possuem núcleos na forma de um rim e são especializados em produzir antibióticos quando organismos estranhos, tais como bactérias e vírus, invadem o corpo. Os monócitos são os leucócitos de maior diâmetro (20 μm). Os maiores transformam-se em macrófagos, células gigantes de defesa que atacam vorazmente bactérias, células mortas e fragmentos celulares. As plaquetas originam-se de células minúsculas, os trombócitos, que possuem núcleo. Especifi- camente nos mamíferos, os trombócitos são pedaços esféricos de citoplasma sem núcleo. As plaquetas atuam na coagulação do sangue, evitando as hemorragias em áreas injuriadas do corpo. Legenda: Imagem de plaquetas ativas em cores-fantasia gerada por microscópio eletrônico de transmissão (ampliação: 22 mil vezes para 6 x 7 cm). As plaquetas são produzidas na medula óssea e circulam no sangue em grande número. No estado inativo, seu formato é oval/circular, enquanto que sua versão ativa produz pseudópodes, isto é, extensões digitiformes da membrana celular. As plaquetas contêm organelas citoplasmáticas, como mitocôndrias (na figura, os pequenos grânulos acinzentados) e retí- culos endoplasmáticos, no interior dos quais há grânulos de trombina (os pontos negros maiores na imagem). As plaquetas atuam de dois modos: remediam defeitos nas paredes de capilares sanguíneos e liberam serotonina, uma substância vaso- constritora. Créditos: NIBSC / SPL / LatinStock. Mitocôndria Grânulos de trombina Plaquetas inativas sem formação de pseudópodes Plaquetas ativas com pseudópodes Tecidos veGeTAis Folhas As folhas dos vegetais, principalmente do grupo das dicotiledôneas, são órgãos formados por diferentes tecidos. As superfícies superior e inferior são formadas por tecido epitelial, composto de células justapostas, que são revestimento e proteção da folha. Internamente, as folhas são preenchidas por camadas de tecido paliçádico e lacunar, cujas cé- lulas possuem grande quantidade de cloroplastos. Desse modo, a folha é a parte do vegetal onde se concentra a realização de fotossíntese. Os vasos lenhosos (seiva bruta) e os liberianos (seiva elaborada) compõem as chamadas nervu- ras das folhas. Na superfície inferior das folhas observam-se aberturas microscópicas, os estômatos, formados por um par de células-guarda, rodeadas, cada uma, por uma célula subsidiária. Legenda: Corte de uma folha de heléboro branco vista pelo microscópio eletrônico de varredura (ampliação: 140 vezes para 6 x 7 cm). Logo abaixo da superfície, há uma camada de células contendo cloroplastos, organelas responsáveis pelo processo de fotossíntese da folha. Ao centro, em azul, pode-se ver um vaso condutor, parte da rede que transporta água e nutrientes entre todas as partes da planta. Créditos: Wanner / SPL / LatinStock. Epiderme superior Vaso condutores Epiderme inferior Tecido paliçádico Tecido lacunar Caule O caule das plantas é o órgão que sustenta a copa e conecta as raízes às folhas. A epiderme ou córtex do caule é constituída de duas camadas: a externa, ou súber (feito de células mortas nos caules maiores e de células vivas nos menores); e a interna, ou feloderme (formada por inúmeras camadas de células vivas). Abaixo da epiderme localizam-se os vasos liberianos (seiva elaborada), cujo conjunto é chamado de floema, e, abaixo destes, os vasos lenhosos (seiva bruta) ou o xilema. Entre os vasos liberianos e lenhosos encontram-se células parenquimáticas. O caule cresce continuamente em comprimento e largura. O crescimento lateralocorre pela con- tínua produção de novos vasos liberianos e lenhosos abaixo do córtex do caule. O conjunto de xilema e floema mais velhos encontra-se na região mais interna do caule e é popularmente conhecido como cerne da madeira. Legenda: Corte de um tronco de árvore visto em microscópio eletrônico de varredura (ampliação: 40 vezes para 10 cm de largura). Enquanto o xilema transporta água e nutrientes vindos da raiz, o floema transporta carboidratos e hormônios vegetais por toda a planta. Créditos: Steve Gschmeissner / SPL / LatinStock. Medula Floema Córtex Xilema primário Xilema secundário Raiz A raiz das plantas é um órgão em constante crescimento. Pode-se reconhecer nela uma epider- me externa, a exoderme, que na região mais madura da raiz é formada por células mortas e na região de crescimento (extremidades) é composta de células epidérmicas justapostas e entremeadas de pelos de absorção. Abaixo da epiderme da raiz há um tecido de preenchimento, o parênquima cortical. Na região mais interna deste encontram-se os feixes de vasos que transportam a seiva bruta, denomina- dos xilema, e os feixes de transporte da seiva elaborada, o floema. Legenda: Secção de uma raiz de planta dicotiledônea vista no microscópio eletrônico de varredura (ampliação: 400 vezes para 10 cm de largura). Créditos: Steve Gschmeissner / SPL / LatinStock. Floema Xilema Epiderme Endoderme Parênquima de preenchimento
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