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6ºAula Materiais Metálicos Objetivos de aprendizagem ao término desta aula, vocês serão capazes de: • identificar as características dos materiais metálicos; • conhecer a fabricação do aço; • compreender o diagrama tensão-deformação obtido pelo ensaio de tração dos metais. Prezados(as) alunos(as), Nesta aula, discutiremos sobre um dos materiais mais importantes na história da humanidade: os metais. seu uso é tão significativo que a História foi dividida conforme a utilização desses materiais: foi a chamada Idade dos Metais. atualmente, o aço (liga de ferro e carbono) é um dos metais mais utilizados na construção civil. Conforme o Relatório anual do Instituto aço Brasil, em 2018 o Brasil teve um consumo aparente de aço bruto de 24 milhões de toneladas, enquanto que a produção foi de 35,4 milhões de toneladas, correspondendo a 2% da produção mundial. Veremos agora as características e propriedades desses materiais. tenham uma excelente leitura. Boa aula! Bons estudos! 36Construção Civil Seções de estudo 1– Materiais Metálicos 2– Ligas Metálicas e Propriedades dos Metais 3– Metais não Ferrosos 4– siderurgia 5– Fabricação do aço 6– Produtos em aço na Construção Civil 7– Resistência à tração do aço 1- Materiais Metálicos Quimicamente, os metais são elementos que sempre se ionizam positivamente. Contudo, diferentemente da conceituação dada pela Química, o conceito ordinário e usual de metal está relacionado com atributos característicos, tais como brilho típico, opacidade, condutibilidade térmica e elétrica, dureza, forjabilidade, entre outros (BaUER, 2008). a ligação química predominante nos materiais metálicos é a ligação metálica. Nessas ligações, os elementos possuem elétrons de valência que não são ligados a um único átomo, mas possuem relativa liberdade para se movimentar pelo material, formando uma nuvem eletrônica que mantém unidos os núcleos e demais elétrons (BaUER, 2019). Dificilmente os metais são encontrados puros na natureza, tal como acontece com as pepitas de ouro ou de prata. Comumente, eles são encontrados sob a forma de minérios, quando estão combinados com outras impurezas, genericamente denominadas gangas (BaUER, 2008). assim, por exemplo, temos a bauxita (al2o3), que é o minério de alumínio; a blenda (Zns), que é o minério de zinco; e a hematita (Fe2o3), que é o minério de ferro (LaRa, 2013). a partir do minério, a obtenção dos metais obedece a duas fases distintas: a mineração e a metalurgia. a mineração é a extração do minério e a metalurgia é a fase responsável por obter o metal puro a partir do composto portador (BaUER, 2008), transformando o metal em um material útil que possa ser usado pelo homem (LaRa, 2013). a mineração pode ser dividida em duas etapas. a primeira etapa é a colheita, que pode ser a céu aberto ou subterrânea, dependendo de como se apresenta a jazida. a segunda etapa é a concentração, que tem por finalidade retirar a ganga que não faz parte da constituição do minério (areia, argila, organismos, etc.) e separar os minérios utilizáveis dos economicamente pobres (BaUER, 2019). Devido ao grande campo de atuação, a metalurgia foi dividida em metalurgia dos não ferrosos (metalurgia propriamente dita) e metalurgia dos ferrosos (siderurgia). a metalurgia dos não ferrosos abrange o estudo e a formação de ligas metálicas não ferrosas e que são de usos mais nobre, tais como: fios de cobre, alumínio e demais componentes para instalações elétricas; canos de cobre para água quente; estruturas de alumínio para esquadrias; etc. (LaRa, 2013). Já a siderurgia ou metalurgia dos ferrosos é a ciência que estuda o ferro e suas ligas (BaUER, 2008). 2- Ligas Metálicas e Propriedades dos Metais Liga metálica é a mistura, de aspecto metálico e homogêneo, de um ou mais metais entre si ou com outros elementos. as ligas devem ter constituição cristalina e comportamento como metal e, geralmente, possuem propriedades mecânicas e tecnológicas melhores que as dos metais puros. Como exemplos, há a liga de cobre e zinco, denominada latão; liga de ferro e carbono, denominada aço; e a liga de cobre e estanho, denominada bronze (aMBRoZEWICZ, 2012). É importante salientar que nos materiais metálicos o agrupamento dos átomos ocorre de forma regular e organizada, que se repete numa forma periódica nas três dimensões. a esse arranjo atômico organizado, denominamos cristal (LaRa, 2013). Esses cristais terão características diferentes conforme o tipo de liga metálica. As ligas metálicas podem ser classificadas em misturas mecânicas, soluções sólidas ou compostos químicos. No caso das misturas mecânicas, os cristais dos metais componentes estão simplesmente misturados, como é o caso da liga estanho- chumbo. a solução sólida ocorre quando há interligação dos cristais durante a solidificação. É o exemplo do aço, em que o carbono faz parte do grão de ferro. Existe também casos em que há formação de um composto químico diverso, como o latão, que é a liga de cobre e zinco (BaUER, 2008). o arranjo cristalino, em conjunto com os elétrons livres, proporciona aos metais propriedades importantes (LaRa, 2013), as quais se destacam: a) Aparência: todos os metais comuns são sólidos à temperatura ambiente. Não possuem porosidade aparente. Possuem brilho característico, que pode ser aumentado por polimento ou tratamento químico (BaUER, 2008). b) Densidade: essa propriedade varia bastante de uma liga para outra. Comumente varia entre 2,56 a 11,45, sendo que a platina alcança 21,30 (BaUER, 2008). c) Dilatação e condutibilidade térmica: o coeficiente de dilatação dos metais é da ordem de 0,10 a 0,030 mm/m/ºC. Comparativamente, o vidro possui um coeficiente de 0,08 mm/m/ºC e o concreto de 0,01 mm/m/ºC. a ordem decrescente de dilatação começa com o zinco, e segue com o chumbo, estanho, cobre, ferro e aço (BaUER, 2008). os metais também possuem alta condutibilidade térmica, devido à mobilidade dos elétrons livres que se agitam, transferindo calor à sua vizinhança por condução (LaRa, 2013). a prata é o material mais condutor, seguida pelo cobre, alumínio, zinco, bronze, ferro, estanho, níquel, aço e chumbo (BaUER, 2008). d) Condutibilidade elétrica: os metais possuem alta condutibilidade elétrica devido aos elétrons livres, que possuem alta mobilidade, podendo ser colocados em movimentos ordenados, constituindo uma corrente elétrica (LaRa, 2013). e) Resistência à tração: é uma das propriedades mais importantes na construção civil, obtida por 37 meio de ensaio que submete uma barra à tração axial. Conforme a força de tração é aplicada, forças internas surgem e a barra deforma-se aumentando seu comprimento até se romper. a tensão de tração é obtida dividindo-se a força aplicada pela área inicial da seção transversal (aMBRoZEWICZ, 2012). f) Dureza: os metais podem ser extremamente duros ou relativamente moles (BaUER, 2008). a aBNt NBR ISO 6506-1:2019 é a norma que especifica o método para o ensaio de dureza Brinell para materiais metálicos. g) Fadiga: dependendo do metal, a sua resistência à fadiga pode ser bastante baixa. Ela ocorre quando o metal é solicitado repetidas vezes por cargas menores ou em sentidos variados, desagregando progressivamente a coesão entre os cristais, que vai diminuindo a seção resistente, até chegar ao limite e causar o rompimento do material (BaUER, 2008). h) Corrosão ou oxidação: é a transformação não intencional de um metal, a partir de suas superfícies expostas, em compostos não aderentes, solúveis ou dispersíveis no ambiente. Grande parte dos metais apresentam corrosão, com algumas ressalvas, tais como o ouro e a platina (BaUER, 2008). É sabido que os métodos de proteção contra a corrosão devem ser analisados para cada caso, sendo os mais usuais os seguintes: escolha do metal ou da liga apropriados; capeamento metálico, tal como niquelação, cromação ou galvanização; pintura com tintas adequadas; isolar o contato entre metais de potenciaisdiferentes (aMBRoZEWICZ, 2012). 3- Metais não Ferrosos 3.1-Alumínio o alumínio é um metal de grande reatividade e que não é encontrado puro na natureza, aparecendo geralmente em substância oxigenadas, em fluoretos ou silicatos de constituição complexa. o principal minério para obtenção do alumínio é a bauxita (aMBRoZEWICZ, 2012). É um material muito leve, com massa específica entre 2,56 e 2,67 kg/dm³. Possui ruptura à tração entre 8 e 14 kg/ mm² e se funde a 650 - 660 ºC (BaUER, 2008). Quanto mais puro o alumínio, menor a resistência mecânica e maior a resistência à corrosão. Possui alta condutibilidade térmica e elétrica (aMBRoZEWICZ, 2012). Na construção civil, é utilizado principalmente em fios e cabos elétricos, coberturas, revestimentos, esquadrias (portas, janelas), guarnições, arremates (aMBRoZEWICZ, 2012). 3.2- Cobre o cobre é um metal que possui boa condutibilidade térmica e elétrica, ductibilidade e maleabilidade. Essas propriedades, juntamente com a boa resistência mecânica de suas ligas, principalmente o bronze (cobre e estanho), tornam o cobre um material vastamente utilizado pela indústria. É usado largamente em motores elétricos, telefones, telégrafos, circuitos elétricos, tubulações, serpentinas de aquecimento ou refrigeração, coberturas, entre outras aplicações (aMBRoZEWICZ, 2012). a densidade do cobre situa-se entre 8,6 e 8,96. Possui ruptura à tração entre 20 e 60 kg/mm² e se funde entre 1.050 e 1.200 ºC (aMBRoZEWICZ, 2012). Quando exposto ao ar, o cobre oxida-se formando o azinhavre, uma camada externa de óxido e carbonato, que é um material muito venenoso, mas que o protege o núcleo do cobre, aumentando sua durabilidade indefinidamente (aMBRoZEWICZ, 2012). 3.3- Bronze o bronze é uma liga constituída por 85-95% de cobre e 15-5% de estanho. É um material de difícil oxidação, muito duro, porém bastante flexível (BAUER, 2008). É utilizado em ferragens e ornatos e, devido ao baixo coeficiente de atrito com o aço, é também utilizado em máquinas (aMBRoZEWICZ, 2012). 3.4- Zinco o zinco é um metal com razoável condutibilidade térmica, porém com grande coeficiente de dilatação. Possui baixa resistência elétrica. Quando exposto ao ar, rapidamente cobre-se com uma camada protetora de óxido. É também muito atacado pelos ácidos (BaUER, 2008). Na construção é utilizado principalmente sob a forma de chapas lisas ou onduladas para coberturas e revestimentos, em calhas e tubos condutores de fluidos. É utilizado também como composto (alvaiade, pinturas) e ligas (BaUER, 2008). 3.5- Latão a liga de cobre e zinco é denominada latão. a proporção entre os dois metais é variada, sendo que a mais utilizada é 67% de cobre e 33% de zinco. É um material muito dúctil e maleável a quente. Possui também boa resistência e é de difícil oxidação, sendo mais estável ao ar que o cobre e pode adquirir belo polimento (BaUER, 2008). É muito utilizado na fabricação de tubos, conexões, torneiras, fechaduras, ornatos, etc. (aMBRoZEWICZ, 2012). 4- Siderurgia siderurgia é a metalurgia do ferro, o metal de maior utilização na construção civil. tradicionalmente, o ferro e suas ligas têm sido classificados de acordo com o teor de carbono (aMBRoZEWICZ, 2012): • aço doce ou forjado: é macio e possui certa maleabilidade, tem menos de 0,2% de teor de carbono; • aço: possui entre 0,2 e 1,7% de teor de carbono; • Ferro fundido ou coado: possui entre 1,7 e 6,7% de teor de carbono. 38Construção Civil Contudo, atualmente diversos critérios têm sido usados para classificar o ferro e o aço, tendo em vista que outros fatores podem influenciar suas propriedades, além do teor de carbono. Assim, por exemplo, o aço pode ser classificado pela liga, originando o aço-manganês, o aço-volfrâmio, entre outros (BaUER, 2008). Considerando também que o aço sempre contém outros elementos além do ferro e do carbono, pode-se classificá-lo em aço-carbono comum e aço-liga. o aço-carbono comum é uma liga de ferro-carbono que contém, geralmente, entre 0,008% e 2,11% de carbono e de outros elementos residuais resultantes do processo de fabricação. Já o aço- liga possui outros elementos de liga ou elementos residuais cujos teores estão acima dos que são considerados normais (aMBRoZEWICZ, 2012). os aços-carbono comuns podem ser subdivididos em (aMBRoZEWICZ, 2012): • aços de baixo teor de carbono (C 0,7%), são aços que apresentam elevada dureza e resistência após a têmpera. são utilizados em molas, engrenagens, componentes agrícolas sujeitos ao desgaste, pequenas ferramentas, entre outros; os aços-ligas podem ser subdivididos em aços de baixo teor de ligas, que contêm menos de 8% de elementos de liga, e aços de alto teor de ligas, que contêm mais de 8% de elementos de liga (aMBRoZEWICZ, 2012). 5- Fabricação do Aço o minério de ferro, o carvão e o calcário são as matérias- primas básicas da produção do aço. Esses materiais são utilizados diretamente no alto-forno. o ferro liga é uma outra matéria-prima utilizada em etapas posteriores da produção (LaRa, 2013). o principal minério de ferro utilizado no Brasil é a hematita (Fe2o3). Para poder ser utilizada no alto-forno, a hematita precisa ser beneficiada em operações de britagem, peneiramento, moagem e concentração (LaRa, 2013). o carvão utilizado na fabricação do aço pode ser vegetal ou mineral (hulha). o carvão atua como combustível na produção de calor para a fusão do minério, sendo também um agente redutor do óxido e fornecedor de carbono para a liga. o carvão vegetal pode ser utilizado sem tratamento. todavia, o carvão mineral precisa passar por um processo de destilação para separação de algumas substâncias, que serão utilizadas posteriormente no alto-forno. Esse processo é realizado numa parte da usina siderúrgica denominada coqueira, onde o carvão mineral é aquecido a 1.100 ºC. o resíduo sólido resultante desse processo é chamado de coque metalúrgico (LaRa, 2013). o carbonato de cálcio presente no calcário é um material básico, que reage com as impurezas de natureza ácida contidas no minério de ferro e no carvão, separando-as, tornando o metal mais puro e diminuindo o ponto de fusão da liga. Nesse processo ocorre a formação da escória de alto-forno (LaRa, 2013). No alto-forno ocorre a redução do minério de ferro, que é a remoção do oxigênio contido no minério com o auxílio do carvão. a combinação do carbono com o oxigênio resulta no monóxido de carbono (Co), que combinado com o oxigênio do minério de ferro, forma o dióxido de carbono (Co2), que é um gás que é expelido pela chaminé do alto-forno (LaRa, 2013). o alto-forno é uma imensa estrutura metálica em formato de tronco de cone, que chega a ter 50 metros de altura e 12 metros de diâmetro da base. Internamente, é revestido por materiais refratários. as matérias-primas são colocadas pelo topo do alto-forno e caem em um colchão de ar quente que é soprado pelas ventaneiras, a aproximadamente 1.700 ºC. No interior do alto-forno, os materiais se fundem formando uma massa de duas densidades diferentes, que se deposita na parte inferior. o ferro-gusa é o material mais denso e principal produto do alto-forno e a escória é o material menos denso. Nessa etapa o ferro-gusa possui pouco oxigênio, mas apresenta elevado teor de carbono e enxofre (LaRa, 2013). Figura 1 – Esquema de alto-forno Fonte: CTiSM apud Lara, 2013. a escória de alto-forno é um subproduto composto basicamente de silício (si), Cálcio (Ca), Enxofre (s), Manganês (Mn) e Fósforo(P), além de outras impurezas advindas do ferro, do carvão, do calcário e cinzas dos combustíveis. É um material muito utilizado na construção civil, principalmente como adição ao cimento Portland (LaRa, 2013). após sair do alto-forno, o ferro-gusa ainda possui aproximadamente 6,5% de carbono. Nesse ponto, ele pode 39 ser moldado, resfriado e enviado às siderúrgicas como matéria-prima para diversos produtos. Contudo, ele ainda precisa passar por um processo de refino, que reduzirá ainda mais os teores de carbono, fósforo, sílica e outras e impurezas, para que se torne um material trabalhável (LaRa, 2013). O refino do ferro-gusa ocorre na aciaria. Nessa fase, além das correções na composição, são feitas adições de ferro-ligas que darão as características ao produto final, agora sim, o aço em estado líquido. o material sai da aciaria a uma temperatura de aproximadamente 1.000 ºC e passará por um processo de lingotamento (LaRa, 2013). o lingotamento consiste em depositar o material em um recipiente chamado lingoteira, onde o metal se resfria e se solidifica, recebendo o nome de lingote. O aço líquido pode ser lingotado no formato próximo ao formato final ou pode seguir para o lingotamento contínuo. No primeiro caso, o aço pode ser reaquecido em forno próprio para ser transformado em chapas, blocos ou barras por meio de um dos processos de conformação mecânica. Já no lingotamento contínuo, o aço líquido é encaminhado ao leito de laminação, onde, após se resfriar, também passará pelos processos de conformação mecânica (LaRa, 2013). a laminação, o forjamento e a estampagem são os principais processos de conformação mecânica. a laminação é o processo mais utilizado e consiste em passar o lingote reaquecido diversas vezes por rolos cilíndricos giratórios, recebendo a forma definitiva. A laminação pode ser realizada a quente, entre 800 e 1.200 ºC, para peças de maiores calibres, ou a frio, na temperatura ambiente, para peças delgadas, tais como arames e folhas. assim, são feitas peças como chapas, barras redondas e perfis T, L, I, H e U (LARA, 2013). o forjamento é a moldagem do aço por martelagem, com rápidos e elevados impactos produzidos por um martelo. Esse é o método pelo qual os tubos sem costura são produzidos (LaRa, 2013). a estampagem é o método pelo qual utilizam-se prensas, que aplicam cargas menores e por um maior período de tempo sobre o material. Esse é um processo que deve ser executado a frio e que permite maior exatidão nas medidas. assim, ele permite confeccionar peças de formatos mais complexos como bacias, baixelas e partes de carroceria para veículos (LaRa, 2013). 6- Produtos em Aço na Construção Civil 6.1- Chapas o aço pode ser utilizado na construção civil por meio de chapas finas e chapas grossas. As chapas grossas possuem espessura maior do que 6 mm e são utilizadas principalmente na confecção de perfis soldados (LARA, 2013). As chapas finas são produtos que possuem medidas padronizadas, sendo que as laminadas a frio possuem entre 0,3 e 3 mm de espessura, enquanto que laminadas à quente possuem espessura entre 1,2 e 6 mm. Usualmente, são utilizadas pelas indústrias para confecção de esquadrias, dobradiças, arruelas ou perfis dobrados em diversos formatos (LaRa, 2013). os produtos galvanizados ou zincados são, usualmente, chapas finas que foram submetidas a um banho de zinco fundido, o que lhes proporcionam maior resistência à corrosão atmosférica. são muito utilizados na fabricação de telhas, calhas, rufos, dutos de ar-condicionado, parafusos e dobradiças (LaRa, 2013). 6.2- Aços estruturais os aços estruturais são aços laminados a quente que, devido a suas características mecânicas são utilizados nas estruturas das edificações. São normalizados e padronizados, podendo ser encontrados diversos formatos de perfis, tais como cantoneiras, barras redondas, barras chatas e perfis em formas de t, U, H, I e L (LaRa, 2013). 6.3- Aço para concreto armado a aBNt NBR 7480:2007 é a norma que estabelece os requisitos exigidos para encomenda, fabricação e fornecimento de barras e fios de aço destinados a armaduras para estruturas de concreto armado. De acordo com essa norma, as barras são produtos de diâmetro nominal 6,3 mm ou superior, obtidos exclusivamente por laminação a quente sem processo posterior de deformação mecânica. Já os fios são os produtos de diâmetro nominal de 10 mm ou inferior obtidos a partir de fio-máquina por trefilação ou laminação a frio. Conforme o valor característico da resistência de escoamento, as barras de aço são classificadas nas categorias CA-25 e CA-50, e os fios de aço na categoria CA-60. As letras CA significam Concreto Armado e os números correspondem a resistência de escoamento do material em kgf/mm². as barras de aço Ca-50 são compulsoriamente providas de nervuras transversais oblíquas. Já as barras de aço CA-25 possuem superfície obrigatoriamente lisa. Os fios de aço Ca-60 podem ter superfície lisa, entalhada ou nervurada (aBNt NBR 7480:2007). 7- Resistência à Tração do Aço a resistência à tração do aço é uma das principais propriedades utilizadas na construção (aMBRoZEWICZ, 2012), principalmente para o aço utilizado no concreto armado (LaRa, 2013). o ensaio de consiste em submeter um corpo de prova à tração axial por meio de uma máquina de tração, que aplica forças crescentes lentamente. Deste modo, forças internas aparecerão na barra, que se deforma (alonga) conforme a aplicação da força. a tensão de tração é o resultado da divisão da força aplicada pela área inicial da seção transversal. a deformação (alongamento) da barra é medida por meio de um extensômetro (LaRa, 2013). a fórmula para cálculo do alongamento (ϵ) da barra é: Em que: ϵ é a deformação unitária 40Construção Civil δ é a variação no comprimento do corpo de prova L é o comprimento do corpo de prova deformado L0 é o comprimento inicial do corpo de prova Quando as tensões e as deformações são colocadas em um sistema de coordenadas, tem-se o diagrama tensão- deformação. os metais apresentam dois tipos de diagramas para tração (BaUER, 2008). O primeiro tipo está exemplificado na Figura 2. Ele ocorre para alguns metais, principalmente para os aços doces. a região de 0 a Tp representa a região elástica. Nessa região, as deformações e as tensões são diretamente proporcionais. o valor Tp é o limite de proporcionalidade (BaUER, 2008). se a carga for removida, o corpo de prova ainda voltará à forma original (HIBBELER; MaRQUEs, 2010). Mesmo que a tensão ultrapasse ligeiramente o limite de proporcionalidade, o material poderá apresentar comportamento elástico até um determinado valor, chamado de limite de elasticidade (HIBBELER; MaRQUEs, 2010). Contudo, a partir do limite de escoamento, as deformações são permanentes, mesmo que a carga permaneça constante ou até diminua. Inicia-se, então, a região plástica. o patamar formado entre o trecho Te-A é chamado de escoamento (BaUER, 2008). após o término do escoamento, com a aplicação de uma carga adicional ao corpo de prova, chega-se à tensão máxima denominada limite de resistência (Tr). Durante todo o ensaio, o corpo de prova alonga-se e sua seção transversal diminui razoavelmente uniforme por todo o comprimento de referência até atingir o limite de resistência. No limite de resistência, começa a se formar uma estricção, que é uma diminuição em uma região localizada na área da seção transversal do corpo de prova. Por fim, quando o corpo de prova se rompe, é atingida a tensão de ruptura (TR) (HIBBELER; MaRQUEs, 2010). Figura 2 – Diagrama tensão-deformação com limite de escoamento definido Fonte: aMBrOZEWiCZ, 2012. o segundo tipo de diagrama tensão-deformação, que ocorre na maioria dos metais, está exemplificado na Figura 3. Nesse diagrama, percebe-se que não há um escoamento definido. Deste modo, para encontrar o limite de escoamento (te), convencionou-se estabelecer uma deformação percentual n% e traçaruma reta paralela à reta 0-A (região elástica). Para os aços, o valor n adotado normalmente é de 0,2% e, para os outros metais, de 0,1 a 0,5% (BaUER, 2008). Figura 3 – Diagrama tensão-deformação sem limite de escoamento definido Fonte: aMBrOZEWiCZ, 2012. Chegamos, assim, ao final desta aula. Espera-se que agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês sobre os metais. Vamos, então, recordar: Retomando a aula 1 – Materiais Metálicos Na seção 1, aprendemos a conceituação de metais, sendo que a conceituação química é diferente da conceituação comum, a qual está relacionada com as características dos metais, tais como brilho típico, opacidade, condutibilidade térmica e elétrica, dureza, forjabilidade 2– Ligas Metálicas e Propriedades dos Metais Na seção 2, vimos que as ligas metálicas possuem propriedades mecânicas e tecnológicas melhores que as dos metais puros. Vimos também algumas das propriedades mais importantes dos metais, tais como aparência, densidade, condutibilidade térmica e elétrica e resistência à tração. 3 – Metais não Ferrosos Na seção 3, vimos as características e propriedades do alumínio, do cobre, do bronze, do zinco e do latão, que são alguns dos metais e ligas metálicas não ferrosos mais utilizados na construção civil. 4– Siderurgia Na seção 4, aprendemos que a siderurgia é a metalurgia do ferro. Vimos também as principais classificações do aço, que é a liga de ferro e carbono. 5– Fabricação do Aço Na seção 5, vimos as principais etapas da produção 41 do aço, que abrange a mineração, a redução, o refino e a conformação mecânica. 6– Produtos em Aço na Construção Civil Na seção 6, vimos alguns dos principais produtos em aço utilizados na construção civil, tais como chapas, aços estruturais e aços para concreto armado. 7- Resistência à Tração do Aço Na seção 7, vimos os principais pontos do diagrama tensão-deformação resultante do ensaio de tração dos matérias metálicos, que são: limite de proporcionalidade, limite de elasticidade, limite de escoamento, limite de resistência e tensão de ruptura. site do Instituto aço Brasil. Disponível em: https:// acobrasil.org.br/site/ Vale a pena acessar Vale a pena Minhas anotações