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6ºAula
Materiais Metálicos
Objetivos de aprendizagem
ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 identificar as características dos materiais metálicos;
•	 conhecer a fabricação do aço;
•	 compreender o diagrama tensão-deformação obtido pelo ensaio de tração dos metais.
Prezados(as) alunos(as),
Nesta aula, discutiremos sobre um dos materiais mais 
importantes na história da humanidade: os metais. seu uso é tão 
significativo que a História foi dividida conforme a utilização 
desses materiais: foi a chamada Idade dos Metais. atualmente, 
o aço (liga de ferro e carbono) é um dos metais mais utilizados 
na construção civil. Conforme o Relatório anual do Instituto 
aço Brasil, em 2018 o Brasil teve um consumo aparente de aço 
bruto de 24 milhões de toneladas, enquanto que a produção 
foi de 35,4 milhões de toneladas, correspondendo a 2% da 
produção mundial. 
Veremos agora as características e propriedades desses 
materiais. tenham uma excelente leitura. Boa aula!
Bons estudos!
36Construção Civil
Seções de estudo
1– Materiais Metálicos
2– Ligas Metálicas e Propriedades dos Metais
3– Metais não Ferrosos
4– siderurgia
5– Fabricação do aço
6– Produtos em aço na Construção Civil
7– Resistência à tração do aço
1- Materiais Metálicos
Quimicamente, os metais são elementos que sempre 
se ionizam positivamente. Contudo, diferentemente da 
conceituação dada pela Química, o conceito ordinário e usual 
de metal está relacionado com atributos característicos, tais 
como brilho típico, opacidade, condutibilidade térmica e 
elétrica, dureza, forjabilidade, entre outros (BaUER, 2008).
a ligação química predominante nos materiais metálicos 
é a ligação metálica. Nessas ligações, os elementos possuem 
elétrons de valência que não são ligados a um único átomo, 
mas possuem relativa liberdade para se movimentar pelo 
material, formando uma nuvem eletrônica que mantém 
unidos os núcleos e demais elétrons (BaUER, 2019). 
Dificilmente os metais são encontrados puros na 
natureza, tal como acontece com as pepitas de ouro ou de 
prata. Comumente, eles são encontrados sob a forma de 
minérios, quando estão combinados com outras impurezas, 
genericamente denominadas gangas (BaUER, 2008). assim, 
por exemplo, temos a bauxita (al2o3), que é o minério de 
alumínio; a blenda (Zns), que é o minério de zinco; e a 
hematita (Fe2o3), que é o minério de ferro (LaRa, 2013).
a partir do minério, a obtenção dos metais obedece a 
duas fases distintas: a mineração e a metalurgia. a mineração 
é a extração do minério e a metalurgia é a fase responsável por 
obter o metal puro a partir do composto portador (BaUER, 
2008), transformando o metal em um material útil que possa 
ser usado pelo homem (LaRa, 2013).
a mineração pode ser dividida em duas etapas. a primeira 
etapa é a colheita, que pode ser a céu aberto ou subterrânea, 
dependendo de como se apresenta a jazida. a segunda etapa é 
a concentração, que tem por finalidade retirar a ganga que não 
faz parte da constituição do minério (areia, argila, organismos, 
etc.) e separar os minérios utilizáveis dos economicamente 
pobres (BaUER, 2019).
Devido ao grande campo de atuação, a metalurgia 
foi dividida em metalurgia dos não ferrosos (metalurgia 
propriamente dita) e metalurgia dos ferrosos (siderurgia). a 
metalurgia dos não ferrosos abrange o estudo e a formação 
de ligas metálicas não ferrosas e que são de usos mais nobre, 
tais como: fios de cobre, alumínio e demais componentes 
para instalações elétricas; canos de cobre para água quente; 
estruturas de alumínio para esquadrias; etc. (LaRa, 2013). Já 
a siderurgia ou metalurgia dos ferrosos é a ciência que estuda 
o ferro e suas ligas (BaUER, 2008).
2- Ligas Metálicas e Propriedades 
dos Metais
Liga metálica é a mistura, de aspecto metálico e homogêneo, 
de um ou mais metais entre si ou com outros elementos. 
as ligas devem ter constituição cristalina e comportamento 
como metal e, geralmente, possuem propriedades mecânicas 
e tecnológicas melhores que as dos metais puros. Como 
exemplos, há a liga de cobre e zinco, denominada latão; liga de 
ferro e carbono, denominada aço; e a liga de cobre e estanho, 
denominada bronze (aMBRoZEWICZ, 2012). 
É importante salientar que nos materiais metálicos 
o agrupamento dos átomos ocorre de forma regular e 
organizada, que se repete numa forma periódica nas três 
dimensões. a esse arranjo atômico organizado, denominamos 
cristal (LaRa, 2013). Esses cristais terão características 
diferentes conforme o tipo de liga metálica. 
As ligas metálicas podem ser classificadas em misturas 
mecânicas, soluções sólidas ou compostos químicos. No caso 
das misturas mecânicas, os cristais dos metais componentes 
estão simplesmente misturados, como é o caso da liga estanho-
chumbo. a solução sólida ocorre quando há interligação dos 
cristais durante a solidificação. É o exemplo do aço, em que o 
carbono faz parte do grão de ferro. Existe também casos em 
que há formação de um composto químico diverso, como o 
latão, que é a liga de cobre e zinco (BaUER, 2008).
o arranjo cristalino, em conjunto com os elétrons livres, 
proporciona aos metais propriedades importantes (LaRa, 
2013), as quais se destacam:
a) Aparência: todos os metais comuns são sólidos à 
temperatura ambiente. Não possuem porosidade 
aparente. Possuem brilho característico, que pode 
ser aumentado por polimento ou tratamento 
químico (BaUER, 2008).
b) Densidade: essa propriedade varia bastante de uma 
liga para outra. Comumente varia entre 2,56 a 11,45, 
sendo que a platina alcança 21,30 (BaUER, 2008). 
c) Dilatação e condutibilidade térmica: o coeficiente 
de dilatação dos metais é da ordem de 0,10 a 0,030 
mm/m/ºC. Comparativamente, o vidro possui 
um coeficiente de 0,08 mm/m/ºC e o concreto de 
0,01 mm/m/ºC. a ordem decrescente de dilatação 
começa com o zinco, e segue com o chumbo, 
estanho, cobre, ferro e aço (BaUER, 2008).
os metais também possuem alta condutibilidade 
térmica, devido à mobilidade dos elétrons livres que se agitam, 
transferindo calor à sua vizinhança por condução (LaRa, 
2013). a prata é o material mais condutor, seguida pelo cobre, 
alumínio, zinco, bronze, ferro, estanho, níquel, aço e chumbo 
(BaUER, 2008).
d) Condutibilidade elétrica: os metais possuem 
alta condutibilidade elétrica devido aos elétrons 
livres, que possuem alta mobilidade, podendo ser 
colocados em movimentos ordenados, constituindo 
uma corrente elétrica (LaRa, 2013).
e) Resistência à tração: é uma das propriedades 
mais importantes na construção civil, obtida por 
37
meio de ensaio que submete uma barra à tração 
axial. Conforme a força de tração é aplicada, forças 
internas surgem e a barra deforma-se aumentando 
seu comprimento até se romper. a tensão de tração 
é obtida dividindo-se a força aplicada pela área inicial 
da seção transversal (aMBRoZEWICZ, 2012).
f) Dureza: os metais podem ser extremamente duros 
ou relativamente moles (BaUER, 2008). a aBNt 
NBR ISO 6506-1:2019 é a norma que especifica 
o método para o ensaio de dureza Brinell para 
materiais metálicos.
g) Fadiga: dependendo do metal, a sua resistência à 
fadiga pode ser bastante baixa. Ela ocorre quando 
o metal é solicitado repetidas vezes por cargas 
menores ou em sentidos variados, desagregando 
progressivamente a coesão entre os cristais, que vai 
diminuindo a seção resistente, até chegar ao limite e 
causar o rompimento do material (BaUER, 2008).
h) Corrosão ou oxidação: é a transformação não 
intencional de um metal, a partir de suas superfícies 
expostas, em compostos não aderentes, solúveis ou 
dispersíveis no ambiente. Grande parte dos metais 
apresentam corrosão, com algumas ressalvas, tais 
como o ouro e a platina (BaUER, 2008). É sabido 
que os métodos de proteção contra a corrosão 
devem ser analisados para cada caso, sendo os 
mais usuais os seguintes: escolha do metal ou da 
liga apropriados; capeamento metálico, tal como 
niquelação, cromação ou galvanização; pintura com 
tintas adequadas; isolar o contato entre metais de 
potenciaisdiferentes (aMBRoZEWICZ, 2012).
3- Metais não Ferrosos
3.1-Alumínio
o alumínio é um metal de grande reatividade e que 
não é encontrado puro na natureza, aparecendo geralmente 
em substância oxigenadas, em fluoretos ou silicatos de 
constituição complexa. o principal minério para obtenção do 
alumínio é a bauxita (aMBRoZEWICZ, 2012). 
É um material muito leve, com massa específica entre 
2,56 e 2,67 kg/dm³. Possui ruptura à tração entre 8 e 14 kg/
mm² e se funde a 650 - 660 ºC (BaUER, 2008). Quanto 
mais puro o alumínio, menor a resistência mecânica e maior 
a resistência à corrosão. Possui alta condutibilidade térmica e 
elétrica (aMBRoZEWICZ, 2012).
Na construção civil, é utilizado principalmente em fios e 
cabos elétricos, coberturas, revestimentos, esquadrias (portas, 
janelas), guarnições, arremates (aMBRoZEWICZ, 2012).
3.2- Cobre
o cobre é um metal que possui boa condutibilidade 
térmica e elétrica, ductibilidade e maleabilidade. Essas 
propriedades, juntamente com a boa resistência mecânica de 
suas ligas, principalmente o bronze (cobre e estanho), tornam 
o cobre um material vastamente utilizado pela indústria. É 
usado largamente em motores elétricos, telefones, telégrafos, 
circuitos elétricos, tubulações, serpentinas de aquecimento 
ou refrigeração, coberturas, entre outras aplicações 
(aMBRoZEWICZ, 2012).
a densidade do cobre situa-se entre 8,6 e 8,96. Possui 
ruptura à tração entre 20 e 60 kg/mm² e se funde entre 1.050 
e 1.200 ºC (aMBRoZEWICZ, 2012).
Quando exposto ao ar, o cobre oxida-se formando o 
azinhavre, uma camada externa de óxido e carbonato, que 
é um material muito venenoso, mas que o protege o núcleo 
do cobre, aumentando sua durabilidade indefinidamente 
(aMBRoZEWICZ, 2012).
3.3- Bronze
o bronze é uma liga constituída por 85-95% de cobre e 
15-5% de estanho. É um material de difícil oxidação, muito 
duro, porém bastante flexível (BAUER, 2008). É utilizado em 
ferragens e ornatos e, devido ao baixo coeficiente de atrito com 
o aço, é também utilizado em máquinas (aMBRoZEWICZ, 
2012).
3.4- Zinco
o zinco é um metal com razoável condutibilidade 
térmica, porém com grande coeficiente de dilatação. Possui 
baixa resistência elétrica. Quando exposto ao ar, rapidamente 
cobre-se com uma camada protetora de óxido. É também 
muito atacado pelos ácidos (BaUER, 2008).
Na construção é utilizado principalmente sob a forma 
de chapas lisas ou onduladas para coberturas e revestimentos, 
em calhas e tubos condutores de fluidos. É utilizado também 
como composto (alvaiade, pinturas) e ligas (BaUER, 2008).
3.5- Latão
a liga de cobre e zinco é denominada latão. a proporção 
entre os dois metais é variada, sendo que a mais utilizada é 
67% de cobre e 33% de zinco. É um material muito dúctil e 
maleável a quente. Possui também boa resistência e é de difícil 
oxidação, sendo mais estável ao ar que o cobre e pode adquirir 
belo polimento (BaUER, 2008).
É muito utilizado na fabricação de tubos, conexões, 
torneiras, fechaduras, ornatos, etc. (aMBRoZEWICZ, 
2012).
4- Siderurgia
siderurgia é a metalurgia do ferro, o metal de maior 
utilização na construção civil. tradicionalmente, o ferro e suas 
ligas têm sido classificados de acordo com o teor de carbono 
(aMBRoZEWICZ, 2012):
•	 aço doce ou forjado: é macio e possui certa 
maleabilidade, tem menos de 0,2% de teor de 
carbono;
•	 aço: possui entre 0,2 e 1,7% de teor de carbono;
•	 Ferro fundido ou coado: possui entre 1,7 e 6,7% de 
teor de carbono.
38Construção Civil
Contudo, atualmente diversos critérios têm sido usados 
para classificar o ferro e o aço, tendo em vista que outros 
fatores podem influenciar suas propriedades, além do teor 
de carbono. Assim, por exemplo, o aço pode ser classificado 
pela liga, originando o aço-manganês, o aço-volfrâmio, entre 
outros (BaUER, 2008).
Considerando também que o aço sempre contém outros 
elementos além do ferro e do carbono, pode-se classificá-lo 
em aço-carbono comum e aço-liga. o aço-carbono comum 
é uma liga de ferro-carbono que contém, geralmente, 
entre 0,008% e 2,11% de carbono e de outros elementos 
residuais resultantes do processo de fabricação. Já o aço-
liga possui outros elementos de liga ou elementos residuais 
cujos teores estão acima dos que são considerados normais 
(aMBRoZEWICZ, 2012).
os aços-carbono comuns podem ser subdivididos em 
(aMBRoZEWICZ, 2012):
•	 aços de baixo teor de carbono (C 0,7%), são aços 
que apresentam elevada dureza e resistência após 
a têmpera. são utilizados em molas, engrenagens, 
componentes agrícolas sujeitos ao desgaste, 
pequenas ferramentas, entre outros;
os aços-ligas podem ser subdivididos em aços de baixo 
teor de ligas, que contêm menos de 8% de elementos de 
liga, e aços de alto teor de ligas, que contêm mais de 8% de 
elementos de liga (aMBRoZEWICZ, 2012).
5- Fabricação do Aço
o minério de ferro, o carvão e o calcário são as matérias-
primas básicas da produção do aço. Esses materiais são 
utilizados diretamente no alto-forno. o ferro liga é uma outra 
matéria-prima utilizada em etapas posteriores da produção 
(LaRa, 2013).
o principal minério de ferro utilizado no Brasil é a 
hematita (Fe2o3). Para poder ser utilizada no alto-forno, a 
hematita precisa ser beneficiada em operações de britagem, 
peneiramento, moagem e concentração (LaRa, 2013).
o carvão utilizado na fabricação do aço pode ser vegetal 
ou mineral (hulha). o carvão atua como combustível na 
produção de calor para a fusão do minério, sendo também 
um agente redutor do óxido e fornecedor de carbono para a 
liga. 
o carvão vegetal pode ser utilizado sem tratamento. 
todavia, o carvão mineral precisa passar por um processo 
de destilação para separação de algumas substâncias, que 
serão utilizadas posteriormente no alto-forno. Esse processo 
é realizado numa parte da usina siderúrgica denominada 
coqueira, onde o carvão mineral é aquecido a 1.100 ºC. o 
resíduo sólido resultante desse processo é chamado de coque 
metalúrgico (LaRa, 2013).
o carbonato de cálcio presente no calcário é um material 
básico, que reage com as impurezas de natureza ácida contidas 
no minério de ferro e no carvão, separando-as, tornando o 
metal mais puro e diminuindo o ponto de fusão da liga. Nesse 
processo ocorre a formação da escória de alto-forno (LaRa, 
2013).
No alto-forno ocorre a redução do minério de ferro, que 
é a remoção do oxigênio contido no minério com o auxílio do 
carvão. a combinação do carbono com o oxigênio resulta no 
monóxido de carbono (Co), que combinado com o oxigênio 
do minério de ferro, forma o dióxido de carbono (Co2), que 
é um gás que é expelido pela chaminé do alto-forno (LaRa, 
2013).
o alto-forno é uma imensa estrutura metálica em formato 
de tronco de cone, que chega a ter 50 metros de altura e 12 
metros de diâmetro da base. Internamente, é revestido por 
materiais refratários. as matérias-primas são colocadas pelo 
topo do alto-forno e caem em um colchão de ar quente que 
é soprado pelas ventaneiras, a aproximadamente 1.700 ºC. 
No interior do alto-forno, os materiais se fundem formando 
uma massa de duas densidades diferentes, que se deposita 
na parte inferior. o ferro-gusa é o material mais denso e 
principal produto do alto-forno e a escória é o material menos 
denso. Nessa etapa o ferro-gusa possui pouco oxigênio, mas 
apresenta elevado teor de carbono e enxofre (LaRa, 2013).
Figura 1 – Esquema de alto-forno
Fonte: CTiSM apud Lara, 2013.
a escória de alto-forno é um subproduto composto 
basicamente de silício (si), Cálcio (Ca), Enxofre (s), Manganês 
(Mn) e Fósforo(P), além de outras impurezas advindas do 
ferro, do carvão, do calcário e cinzas dos combustíveis. É um 
material muito utilizado na construção civil, principalmente 
como adição ao cimento Portland (LaRa, 2013).
após sair do alto-forno, o ferro-gusa ainda possui 
aproximadamente 6,5% de carbono. Nesse ponto, ele pode 
39
ser moldado, resfriado e enviado às siderúrgicas como 
matéria-prima para diversos produtos. Contudo, ele ainda 
precisa passar por um processo de refino, que reduzirá ainda 
mais os teores de carbono, fósforo, sílica e outras e impurezas, 
para que se torne um material trabalhável (LaRa, 2013).
O refino do ferro-gusa ocorre na aciaria. Nessa fase, além 
das correções na composição, são feitas adições de ferro-ligas 
que darão as características ao produto final, agora sim, o aço 
em estado líquido. o material sai da aciaria a uma temperatura 
de aproximadamente 1.000 ºC e passará por um processo de 
lingotamento (LaRa, 2013).
o lingotamento consiste em depositar o material em um 
recipiente chamado lingoteira, onde o metal se resfria e se 
solidifica, recebendo o nome de lingote. O aço líquido pode 
ser lingotado no formato próximo ao formato final ou pode 
seguir para o lingotamento contínuo. No primeiro caso, o aço 
pode ser reaquecido em forno próprio para ser transformado 
em chapas, blocos ou barras por meio de um dos processos 
de conformação mecânica. Já no lingotamento contínuo, o 
aço líquido é encaminhado ao leito de laminação, onde, após 
se resfriar, também passará pelos processos de conformação 
mecânica (LaRa, 2013).
a laminação, o forjamento e a estampagem são os 
principais processos de conformação mecânica. a laminação 
é o processo mais utilizado e consiste em passar o lingote 
reaquecido diversas vezes por rolos cilíndricos giratórios, 
recebendo a forma definitiva. A laminação pode ser realizada 
a quente, entre 800 e 1.200 ºC, para peças de maiores calibres, 
ou a frio, na temperatura ambiente, para peças delgadas, tais 
como arames e folhas. assim, são feitas peças como chapas, 
barras redondas e perfis T, L, I, H e U (LARA, 2013). 
o forjamento é a moldagem do aço por martelagem, com 
rápidos e elevados impactos produzidos por um martelo. Esse 
é o método pelo qual os tubos sem costura são produzidos 
(LaRa, 2013). 
a estampagem é o método pelo qual utilizam-se prensas, 
que aplicam cargas menores e por um maior período de 
tempo sobre o material. Esse é um processo que deve ser 
executado a frio e que permite maior exatidão nas medidas. 
assim, ele permite confeccionar peças de formatos mais 
complexos como bacias, baixelas e partes de carroceria para 
veículos (LaRa, 2013).
6- Produtos em Aço na Construção 
Civil
6.1- Chapas
o aço pode ser utilizado na construção civil por meio 
de chapas finas e chapas grossas. As chapas grossas possuem 
espessura maior do que 6 mm e são utilizadas principalmente 
na confecção de perfis soldados (LARA, 2013). 
As chapas finas são produtos que possuem medidas 
padronizadas, sendo que as laminadas a frio possuem entre 
0,3 e 3 mm de espessura, enquanto que laminadas à quente 
possuem espessura entre 1,2 e 6 mm. Usualmente, são 
utilizadas pelas indústrias para confecção de esquadrias, 
dobradiças, arruelas ou perfis dobrados em diversos formatos 
(LaRa, 2013).
os produtos galvanizados ou zincados são, usualmente, 
chapas finas que foram submetidas a um banho de zinco 
fundido, o que lhes proporcionam maior resistência à 
corrosão atmosférica. são muito utilizados na fabricação de 
telhas, calhas, rufos, dutos de ar-condicionado, parafusos e 
dobradiças (LaRa, 2013).
6.2- Aços estruturais
os aços estruturais são aços laminados a quente que, 
devido a suas características mecânicas são utilizados nas 
estruturas das edificações. São normalizados e padronizados, 
podendo ser encontrados diversos formatos de perfis, tais 
como cantoneiras, barras redondas, barras chatas e perfis em 
formas de t, U, H, I e L (LaRa, 2013).
6.3- Aço para concreto armado
a aBNt NBR 7480:2007 é a norma que estabelece os 
requisitos exigidos para encomenda, fabricação e fornecimento 
de barras e fios de aço destinados a armaduras para estruturas 
de concreto armado. De acordo com essa norma, as barras 
são produtos de diâmetro nominal 6,3 mm ou superior, 
obtidos exclusivamente por laminação a quente sem processo 
posterior de deformação mecânica. Já os fios são os produtos 
de diâmetro nominal de 10 mm ou inferior obtidos a partir de 
fio-máquina por trefilação ou laminação a frio.
Conforme o valor característico da resistência de 
escoamento, as barras de aço são classificadas nas categorias 
CA-25 e CA-50, e os fios de aço na categoria CA-60. As 
letras CA significam Concreto Armado e os números 
correspondem a resistência de escoamento do material em 
kgf/mm². as barras de aço Ca-50 são compulsoriamente 
providas de nervuras transversais oblíquas. Já as barras de aço 
CA-25 possuem superfície obrigatoriamente lisa. Os fios de 
aço Ca-60 podem ter superfície lisa, entalhada ou nervurada 
(aBNt NBR 7480:2007).
7- Resistência à Tração do Aço
a resistência à tração do aço é uma das principais 
propriedades utilizadas na construção (aMBRoZEWICZ, 
2012), principalmente para o aço utilizado no concreto 
armado (LaRa, 2013).
o ensaio de consiste em submeter um corpo de prova 
à tração axial por meio de uma máquina de tração, que aplica 
forças crescentes lentamente. Deste modo, forças internas 
aparecerão na barra, que se deforma (alonga) conforme a 
aplicação da força. a tensão de tração é o resultado da divisão 
da força aplicada pela área inicial da seção transversal. a 
deformação (alongamento) da barra é medida por meio de 
um extensômetro (LaRa, 2013). a fórmula para cálculo do 
alongamento (ϵ) da barra é:
Em que:
ϵ é a deformação unitária
40Construção Civil
δ é a variação no comprimento do corpo de prova
L é o comprimento do corpo de prova deformado
L0 é o comprimento inicial do corpo de prova
Quando as tensões e as deformações são colocadas 
em um sistema de coordenadas, tem-se o diagrama tensão-
deformação. os metais apresentam dois tipos de diagramas 
para tração (BaUER, 2008).
O primeiro tipo está exemplificado na Figura 2. Ele 
ocorre para alguns metais, principalmente para os aços doces. 
a região de 0 a Tp representa a região elástica. Nessa região, 
as deformações e as tensões são diretamente proporcionais. 
o valor Tp é o limite de proporcionalidade (BaUER, 2008). 
se a carga for removida, o corpo de prova ainda voltará à 
forma original (HIBBELER; MaRQUEs, 2010).
Mesmo que a tensão ultrapasse ligeiramente o limite 
de proporcionalidade, o material poderá apresentar 
comportamento elástico até um determinado valor, chamado 
de limite de elasticidade (HIBBELER; MaRQUEs, 2010). 
Contudo, a partir do limite de escoamento, as deformações 
são permanentes, mesmo que a carga permaneça constante 
ou até diminua. Inicia-se, então, a região plástica. o patamar 
formado entre o trecho Te-A é chamado de escoamento 
(BaUER, 2008).
após o término do escoamento, com a aplicação de 
uma carga adicional ao corpo de prova, chega-se à tensão 
máxima denominada limite de resistência (Tr). Durante todo 
o ensaio, o corpo de prova alonga-se e sua seção transversal 
diminui razoavelmente uniforme por todo o comprimento 
de referência até atingir o limite de resistência. No limite 
de resistência, começa a se formar uma estricção, que é 
uma diminuição em uma região localizada na área da seção 
transversal do corpo de prova. Por fim, quando o corpo 
de prova se rompe, é atingida a tensão de ruptura (TR) 
(HIBBELER; MaRQUEs, 2010).
Figura 2 – Diagrama tensão-deformação com limite 
de escoamento definido
Fonte: aMBrOZEWiCZ, 2012.
o segundo tipo de diagrama tensão-deformação, que 
ocorre na maioria dos metais, está exemplificado na Figura 
3. Nesse diagrama, percebe-se que não há um escoamento 
definido. Deste modo, para encontrar o limite de escoamento 
(te), convencionou-se estabelecer uma deformação percentual 
n% e traçaruma reta paralela à reta 0-A (região elástica). Para 
os aços, o valor n adotado normalmente é de 0,2% e, para os 
outros metais, de 0,1 a 0,5% (BaUER, 2008).
Figura 3 – Diagrama tensão-deformação sem limite 
de escoamento definido
Fonte: aMBrOZEWiCZ, 2012.
Chegamos, assim, ao final desta aula. Espera-se que 
agora tenha ficado mais claro o entendimento de 
vocês sobre os metais. Vamos, então, recordar:
Retomando a aula
1 – Materiais Metálicos
Na seção 1, aprendemos a conceituação de metais, 
sendo que a conceituação química é diferente da conceituação 
comum, a qual está relacionada com as características dos 
metais, tais como brilho típico, opacidade, condutibilidade 
térmica e elétrica, dureza, forjabilidade 
2– Ligas Metálicas e Propriedades dos Metais
Na seção 2, vimos que as ligas metálicas possuem 
propriedades mecânicas e tecnológicas melhores que as dos 
metais puros. Vimos também algumas das propriedades mais 
importantes dos metais, tais como aparência, densidade, 
condutibilidade térmica e elétrica e resistência à tração.
3 – Metais não Ferrosos
Na seção 3, vimos as características e propriedades do 
alumínio, do cobre, do bronze, do zinco e do latão, que são 
alguns dos metais e ligas metálicas não ferrosos mais utilizados 
na construção civil.
4– Siderurgia
Na seção 4, aprendemos que a siderurgia é a metalurgia 
do ferro. Vimos também as principais classificações do aço, 
que é a liga de ferro e carbono. 
5– Fabricação do Aço
Na seção 5, vimos as principais etapas da produção 
41
do aço, que abrange a mineração, a redução, o refino e a 
conformação mecânica.
6– Produtos em Aço na Construção Civil
Na seção 6, vimos alguns dos principais produtos em 
aço utilizados na construção civil, tais como chapas, aços 
estruturais e aços para concreto armado.
7- Resistência à Tração do Aço
Na seção 7, vimos os principais pontos do diagrama 
tensão-deformação resultante do ensaio de tração dos matérias 
metálicos, que são: limite de proporcionalidade, limite de 
elasticidade, limite de escoamento, limite de resistência e 
tensão de ruptura.
site do Instituto aço Brasil. Disponível em: https://
acobrasil.org.br/site/ 
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