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Aula 1 - Antropologia jurídica

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Antropologia
Profª Margarete
Plano de ensino
 Plano de ensino da disciplina Antropologia, 2015.2.
Antropologia
Aula 1 
Profª Drª Margarete Simon
Objeto: homem inteiro
Tríplice: 
- ciência social
- ciência humana
- ciência natural
Segundo Strauss:
Estudo dos fenômenos sociais
Humanismo democrático
4 Áreas de pesquisa:
Cultural
Biológica e física
Pré histórica (vestígios enterrados)
Linguística (dialetos)
Cultural
Etnografia: de campo (coleta de dados detalhados por meio de entrevistas)
Etnologia: teoria
Interdisciplinar		
Distinção antropologia e sociologia
Antropologia investiga as sociedades simples e complexas
Sociologia às complexas.
Diferenciam-se porque o sociólogo investiga sua sociedade sob o ponto de vista do observador.
O antropólogo investiga sociedade a própria e outras, longínquas. Ponto de vista do observado.
Distinção antropologia e história
História: expressão consciente da vida social;
Antropologia: expressão inconsciente da vida social;
Séc. XVI – início da construção do saber antropológico.
Pré-história da antropologia
1. DESCOBERTA DO NOVO MUNDO
Pré-história da antropologia
2. ESTRANHAMENTO
técnica do estranhamento
Novo olhar sobre si próprio;
Diferenças: modos de vida e formas de organização social.
Semelhança: extraordinária capacidade de elaborar costumes, crenças, línguas, instituições, modos de conhecimento –, que aponta para uma humanidade plural (LAPLATINE, 2006: 21, 22).
Ideologias
Surgem duas novas ideologias ao homem europeu:
O fascínio pelo estranho (bom selvagem);
A recusa do estranho (mal civilizado).
As repercussões destas ideologias as conectam com as áreas de intervenção social tais como direito e serviço social.
Fascínio pelo estranho
Las Casas (1550): sua ordem política muitas vezes é melhor que a dos europeus;
Américo Vespúcio (1454): pessoas bonitas, de corpo elegante e que nenhum possui qualquer coisa que seja seu, pois tudo é colocado em comum;
Cristóvão Colombo (1492): sobre os habitantes do Caribeafirma que não há no mundo homens e mulheres nem terra melhor;
La Hotan (1703): em 1703 escreve que os hurons vivem sem prisões e sem tortura. Gozam de uma felicidade desconhecida dos europeus.
Mito do bom selvagem,
Mito da idade de ouro.
Rousseau (1712 – 1768): 
“o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”.
Recusa do estranho
Alguns juristas e historiadores:
Selpuvera (jurista - 1550): os europeus por superarem os bábaros em prudência e razão, são por natureza, os senhores; portanto, será sempre justo e conforme o direito natural que os bárbaros (preguiçosos e espíritos lentos) estejam submetidos ao império de príncipes e de nações mais cultas.
Gomara (História geral dos índios, 1555): afirma que a grande glória dos reis espanhóis foi a de ter feito aceitar aos índios um único Deus, uma única fé e um único batismo e ter tirado deles a idolatria, o canibalismo, a sodomia, os sacrifícios humanos, e ainda outros grandes e maus pecados, que o bom Deus detesta e que pune.
Oviedo (História das Índias, 1555): as pessoas daquele “país” são, por sua natureza, ociosas, viciosas, de pouco trabalho, covardes, sujas e mentirosas, de pouco trabalho, covardes, sujas e mentirosas.
Cornelius de Pauw (Pesquisas sobre os americanos, 1774): refere-se aos índios americanos como raça inferior, insensíveis, covardes, preguiçosos, inúteis para si mesmos e para a sociedade, e a causa dessa situação seria a umidade do clima.
Hegel (Introdução à história da filosofia, 1788): nativos africanos e americanos vivem em estado de selvageria e em situação deplorável;
Uso da ideologia do estranhamento
A ideologia da recusa do estranho justifica para o uso da força em escravizar os índios ou de integrá-los à cultura europeia. Também serviu para negar humanidade aos negros africanos e submetê-los ao regime de escravidão nas colônias americanas.
Devido a essa ideologia o direito brasileiro da época visava: 
Perpetuar os interesse dos colonizadores.
Proteger a economia colonial.
Em 1700, 57% dos 40000 habitantes de salvador eram escravos,
Em 2008: O Brasil país, além dos da África, é tido como país com maior número de negros, com expectativa de naquele ano superar o n° de brancos.
IBGE (2010): A população preta e parda, 50,7% , 101.923.585 habitantes. A publicação informa que esta semana o Brasil passou dos 200 milhões de habitantes: somos agora 201.032.714 habitantes.
Ainda assim, os negros brasileiros têm os piores índices de educação e salários – a remuneração média dos negros é metade da dos brancos e os negros ocupam apenas 3,5% dos cargos de chefia (...) somente 6 em cada 100 jovens negros entre 18 e 24 anos frequentam instituições de ensino superior”.
O modelo colonialista de dominação atravessou o período imperial, penetrou no período republicano e, de certo modo, permanece até hoje, porque ainda seguem em curso os seus efeitos devastadores.
3. CHOQUE DE CULTURAS
Grupo dos bons X grupo dos maus;
Paradoxo: 
quem pretende estabelecer uma discriminação cultural acaba por se identificar com aquilo que se pretende negar. O europeu, por exemplo, ao recusar humanidade ao africano, colocou sob suspeita a sua própria humanidade.
Filósofos, religiosos e a declaração dos direitos humanos proclamam igualdade (formal).
Naturalmente essa igualdade se expressa na diversidade cultural (não homogeneização -alteridade).
Interprete:
O racismo é o desdobramento moderno mais nefasto e cruel da ideologia da recusa do estranho. Os seus efeitos devastadores sobre as relações humanas justificam o interesse que pesquisadores dedicam ao assunto.

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