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Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração (SFG) 
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO DA GERAÇÃO
2009
Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração (SFG) 
MANUAL DE FISCALIZAÇÃO DA GERAÇÃO
2009
Brasília, DF
2009
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
Diretoria
Nelson José Hubner Moreira
Diretor-Geral
Edvaldo Alves Santana
Joísa Campanher Dutra Saraiva
Romeu Donizete Rufino
José Guilherme Silva Menezes Senna
Diretores
Superintendência de Fiscalização de Serviços de Geração (SFG)
Rômulo de Vasconcelos Feijão
Superintendente da SFG
Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI)
Revisão e produção gráfica
CIP. Brasil. Catalogação-na-Publicação
Centro de Documentação - CEDOC
Equipe Técnica
Técnicos do quadro próprio
Alessandro D´Afonseca Cantarino – Assessor
Ângela Regina Koçouski
Breno de Souza França
Bruno Cortez da Rocha
Camilla de Andrade Gonçalves
Celso Eduardo Hermisdorff
Eduardo José Fagundes Barreto
Eduardo Rossi Fernandes
Eliana Carneiro Resende
Endrizzo Galilei Carmo Braga
Felipe Alves Calabria
Frederico de Araújo Teles
Gustavo Matias Lopes
Igor Pereira Oliveira
Janaina Daniele Darques
João Francisco Darlei da Silva Pereira
José Luiz Uliana Júnior
Juliena Nunes Mendes Stambowsky Souza
Júlio Louzada Ribeiro Mendes
Karina Ferreira Couto
Leonardo Ferreira de Oliveira
Lincoln Braga e Souza
Luciano Roberto Gomes Lisboa
Mariana Rodrigues Costa
Nilton Roberto Magosso Gonçalves
Oswaldo Enrique Calisto Acosta
Rafael Ervilha Caetano
Rodrigo Cesar Neves Mendonça
Rubya Carolina da Silva Nunes
Sérgio Ribeiro Leite
Wanderson de Oliveira Miranda
Wellington de Lemos Santos
Wellington Santos de Andrade
Estagiários
Alexandre Gonçalves de Souza
Elane Oliveira Costa
Henrique Domingos Gomes
Terceirizados
Antonio Walberte Albuquerque
Keila Virgínia Pereira da Silva
A265m Agência Nacional de Energia Elétrica (Brasil).
Manual de fiscalização dos serviços de geração de energia elé-
trica brasileira / Agência Nacional de Energia Elétrica. – Brasília : 
ANEEL, Junho de 2009.
110 p. : il.
1. Energia elétrica. 2. Geração de energia elétrica. 3. Fiscaliza-
ção. 4. Concessionária. 5. Manual. 6. Agência Nacional de Energia 
Elétrica. Superintendência de Fiscalização dos Serviços da Transmis-
são (Brasil) (ANEEL/SFG). 7. Brasil. I. Título.
CDU: 621.311.008.6(81)(035)”2009”
SUMÁRIO
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ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
GLOSSÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO 
 
1 - UM BREVE HISTÓRICO DA FISCALIZAÇÃO DA GERAÇÃO DE
 ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL
 
2 - AMPARO PARA AS ATIVIDADES DE FISCALIZAÇÃO DA SFG 
 
3 - CONTEXTUALIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE
 ENERGIA ELÉTRICA BRASILEIRA 
 
4 - AS AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE GERAÇÃO
 DE ENERGIA ELÉTRICA BRASILEIRA
 
4.1 - FISCALIZAÇÃO DE OBRAS DE EMPREENDIMENTOS DE GERAÇÃO 
DE ENERGIA ELÉTRICA 
 
4.2 - FISCALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 
4.2.1 - Fiscalização de Operação de Usinas Geradoras
4.2.2 - Fiscalização de Diagnóstico dos Procedimentos de Operação 
 e Manutenção de Usinas Geradoras 
 
4.3 - FISCALIZAÇÃO ESPECÍFICA DE ENCARGOS SETORIAIS E 
 PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS, OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS 
 E AGENTES DE OPERAÇÃO DO SISTEMA INTERLIGADO E 
 COMERCIALIZAÇÃO NO SETOR ELÉTRICO
4.3.1 - Encargos Setoriais e Programas Governamentais
4.3.2 - Obrigações Contratuais 
4.3.3 - Agentes de Operação de Sistemas e Comercialização do 
 Setor Elétrico 
5 - PLANEJAMENTO INTERNO DA SFG
5.1 - O PPA E A PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA
5.2 - A ELABORAÇÃO DO PLANO DE VISITAS 
 
5.3 - O PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE APOIO À FISCALIZAÇÃO 
6 - PROCEDIMENTOS GERAIS DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS 
DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL
 
6.1 - EXECUÇÃO DA FISCALIZAÇÃO
6.1.1 - Preparação Interna 
6.1.2 - Fiscalização nas Instalações do Agente Regulado
6.1.3 - Trabalhos de Fiscalização Após a Visita ao Agente Regulado 
6.2 - PROCESSO ADMINISTRATIVO PUNITIVO 
6.2.1 - Auto de Infração 
6.2.2 - Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta 
6.2.3 - Recurso 
6.2.4 - Termo de Intimação 
6.2.5 - Termo de Encerramento de Autuação 
7 - A PARTICIPAÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS 
 ESTADUAIS NA FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE GERAÇÃO 
 DE ENERGIA ELÉTRICA BRASILEIRA 
7.1 - ETAPAS PARA CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO 
7.2 - INSTRUMENTOS DOS CONVÊNIOS DE COOPERAÇÃO ENTRE 
 A ANEEL E AS AGÊNCIAS REGULADORAS ESTADUAIS 
7.2.1 - Metas e produtos específicos do TAD da SFG 
8 - TERCEIRIZAÇÃO PARA APOIO À FISCALIZAÇÃO DOS SERVI-
ÇOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO PAÍS: DAS CON-
TRATAÇÕES ORIUNDAS DO PROCESSO DE CREDENCIAMENTO 
E DE LICITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
ANEXOS
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ABREVIATURAS E SIGLAS
ACL Ambiente de Contratação Livre
ACR Ambiente de Contratação Regulada
AI Auto de Infração
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica 
ANP Agência Nacional do Petróleo
APE Autoprodutor de Energia Elétrica
AR Aviso de Recebimento
BIG Banco de Informações de Geração
CADIN Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal
CCC Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis
CCD Contrato de Conexão ao Sistema de Distribuição
CCEAR Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado
CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (sucessora do Mercado Atacadista de Energia Elétrica1)
CCT Contrato de Conexão ao Sistema de Transmissão
CGH Central Geradora Hidrelétrica
CMSE Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
CNPE Conselho Nacional de Política Energética
COG Central Cogeradora de Energia
CUSD Contrato de Uso do Sistema de Distribuição
CUST Contrato de Uso do Sistema de Transmissão
DMSE Departamento de Monitoramento do Setor Elétrico (do MME)
DUP Declaração de Utilidade Pública
ELETROBRÁS Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
EPE Empresa de Pesquisa Energética
EOL Central Geradora Eólica
GTON Grupo Técnico Operacional da Região Norte
LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA Lei Orçamentária Anual
MME Ministério de Minas e Energia
MP Ministério Público
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico
PAC Plano Anual de Combustíveis
PAM Plano de Atividades e Metas
PAP Plano Anual do PROINFA
 1 Lei nº. 10.848, de 15 de março de 2004, art. 5º.
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PAPC Planejamento Anual de Prevenção de Cheias
PCA Prestação de Contas Anual da ANEEL
PCH Pequena Central Hidrelétrica
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PIE Produtor Independente de Energia Elétrica
PMO Programa Mensal de Operação
PPA Plano Plurianual
PPT Programa Prioritário de Termeletricidade 
PROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
SAM Sistema de Acompanhamento de Manutenção
SAF Superintendência de Administração e Finanças (da ANEEL)
SCDE Sistema de Coleta de Dados de Energia Elétrica 
SCL Sistema de Contabilização e Liquidação (SINERCOM)
SEM Superintendência de Estudos Econômicos do Mercado (da ANEEL)
SFE Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade (da ANEEL)
SFF Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira (da ANEEL) 
SFG Superintendência de Fiscalização dosque representem redução do dispêndio da CCC nos sistemas isolados.
Os benefícios a que tiver direito o investidor serão pagos mensalmente e a primeira parcela paga no mês subsequente à entrada em 
operação comercial do empreendimento ou da autorização do benefício, o que ocorrer por último, tendo como referência o valor do 
investimento que foi auditado e aprovado pela ANEEL33.
32 Lei nº. 9.648/1998, art. 11, § 4º, regulamentado pela Resolução Normativa da ANEEL nº. 146/2005.
33 Resolução Normativa da ANEEL nº. 146/2005, art. 4º. O cálculo dos valores observará os termos expressos nos parágrafos do art. 4º e será feito de acordo com a fórmula que consta nos arts. 9 e 10.
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Além das averiguações pertinentes a uma fiscalização de obras, para confirmar se as instalações da usina correspondem, física e eco-
nomicamente, à relação de custos apresentados à ANEEL para sub-rogação dos benefícios da CCC, a área de fiscalização técnica deverá 
se articular com a fiscalização econômica e financeira. A primeira procederá à análise técnica dos bens e instalações para verificar se cor-
responde quantitativa e qualitativamente à relação apresentada, e a última fará a verificação contábil desses bens.
O objetivo é confirmar a adequação dos custos a serem reembolsados, bem como a existência de alguma redução de custos pelo 
empreendedor, o que, caso se confirme, implicará a revisão de valores.
Cabe dizer, também, que a Resolução Normativa da ANEEL nº. 335, de 28 de outubro de 2008, estabeleceu os limites mínimos para 
o repasse dos custos com aquisição de energia elétrica às tarifas dos consumidores finais localizados nos Sistemas Isolados, enquanto 
a Resolução Normativa da ANEEL nº. 350, de 21 de janeiro de 2009, estabeleceu limites de consumo específico de combustíveis para 
usinas termelétricas beneficiárias da CCC nos sistemas isolados. 
 
B - P&D
As concessionárias de geração e empresas autorizadas à produção independente de energia elétrica estão obrigadas por lei34 a apli-
car, anualmente, o montante de, no mínimo, 1% de sua receita operacional líquida no programa de P&D do setor elétrico. Estão isentas 
dessa obrigatoriedade as empresas que geram energia exclusivamente a partir de instalações eólica, solar, biomassa, PCHs e cogeração 
qualificada.
Desses recursos, 40% devem ser aplicados em projetos de P&D segundo regulamentos estabelecidos pela ANEEL35,36.
34 Lei nº. 9.991, de 24 de julho de 2000, art. 2º.
35 Lei nº. 9.991/2000, 4º, II.
36 A Resolução Normativa da ANEEL nº. 502, de 26 de novembro de 2001, aprovou o Manual dos Programas de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor Elétrico Brasileiro – versão 2001. A Resolução 
Normativa da ANEEL nº. 219, de 11 de abril de 2006, aprovou o Manual do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica – Versão 2006. A Resolução Normativa da ANEEL nº. 
316, de 13 de maio de 2008, aprovou o Manual do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica - Versão 2008.
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Para os projetos iniciados antes de 2008, a fiscalização da execução desses programas tem por objetivo verificar os seguintes aspectos:
a) O cumprimento das metas físicas e financeiras conferidas aos agentes, conforme previsto no projeto aprovado pela ANEEL;
b) A metodologia empregada, equipe técnica envolvida e resultados obtidos;
c) A transferência e difusão tecnológica dos resultados obtidos no projeto de P&D nas atividades de geração do agente; e 
d) Fatores que estão prejudicando ou possam a vir a prejudicar a execução do projeto de P&D.
Assim como nas demais, a fiscalização destes projetos deve se dar por meio de atividades de campo ou escritório, realizadas direta-
mente pela ANEEL ou por Agência Reguladora Estadual conveniada ou, ainda, com o apoio de consultoria de empresas especializadas, 
contratadas por licitação ou por intermédio da pré-qualificação do tipo Credenciamento.
Com a Resolução Normativa da ANEEL nº. 316, de 13 de maio de 2008, foi aprovada a versão 2008 do Manual do Programa de Pesquisa 
e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica. Desde então, os projetos submetidos à ANEEL, exceto os que forem continu-
ação de projetos plurianuais, devem seguir as novas diretrizes para elaboração, envio, avaliação inicial e final, fiscalização e encerramento 
dos respectivos projetos, bem como para a partilha das receitas provenientes da comercialização de seus resultados e a base de cálculo 
dos respectivos recursos. 
A fiscalização dos projetos de P&D tem como objetivos: verificar o cumprimento das aplicações mínimas exigidas em Lei, em observa-
ção à metodologia empregada, à composição da equipe técnica envolvida e aos resultados atingidos; identificar fatores que possam ter 
prejudicado a execução dos projetos de P&D, caso declarado em Relatório Final; analisar o Relatório de Auditoria Contábil e Financeira; e 
informar à Superintendência da ANEEL responsável pela avaliação do projeto o resultado do processo de fiscalização e o investimento a 
ser reconhecido no Programa de P&D da empresa. 
Os projetos de P&D fiscalizados pela ANEEL que forem reprovados terão seus custos totalmente glosados, sem o reconhecimento de 
qualquer gasto realizado como investimento em P&D pela ANEEL.
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Todos os processos de fiscalização dos projetos de P&D vigentes estão consubstanciados nos manuais próprios de P&D, disponíveis no 
sítio da ANEEL. 
C - PROINFA
O PROINFA foi criado pela Lei nº. 10.438/2002 e revisado pela Lei nº. 10.762, de 11 de novembro de 2003, que assegurou participação 
de um número maior de Estados no programa, incentivou a indústria nacional e excluiu os consumidores de baixa renda do pagamento do 
rateio da compra da nova energia. 
Os critérios de regionalização previstos na Lei nº. 10.762/2003 estabeleceram um limite de contratação, por Estado, de 20% da potência 
total oriunda das fontes eólica e de biomassa, além de 15% da geração de PCH. Isso possibilitou a todos os Estados com projetos aprova-
dos e licenciamento mais antigo a oportunidade de participarem do programa.
Para sua viabilidade, o PROINFA é subsidiado por um programa de fomento a investimentos em fontes alternativas de energia elétrica 
e, também, com contratos de compra de energia de longo prazo firmados pela ELETROBRÁS com os empreendedores por até 20 anos. Eles 
asseguram uma receita mínima de 70% da energia contratada durante o período de financiamento e proteção integral quanto aos riscos 
de exposição do mercado de curto prazo. 
O PROINFA é um instrumento de complementaridade à geração de energia elétrica. Na região Nordeste, devido ao período de chuvas 
ser inverso ao dos ventos, a energia eólica é usada suplementarmente à energia elétrica gerada por meio hidráulico. O mesmo ocorre nas 
regiões Sul e Sudeste com o uso da biomassa, cujas safras propícias à geração de energia elétrica (cana-de-açúcar e arroz, por exemplo) 
ocorrem em período diferente do chuvoso.
Quando todas as usinas do PROINFA forem liberadas a operar comercialmente pela SFG, espera-se agregar cerca de 3.300 MW ao 
parque gerador de energia elétrica nacional a partir de fontes alternativas renováveis. 
Anualmente, o PAP tem por objetivo principal acompanhar a geração de energia destas usinas, a fim de que sejam disponibilizados os 
recursos financeiros aos empreendedores em virtude da entrada em operação comercial. 
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A SFG acompanha as obras dos empreendimentos habilitados e selecionados no PROINFA, conforme os procedimentos próprios para fisca-
lização de usinas. Além dos procedimentos de praxe, pontos específicos do programa são objeto de verificação in loco, tal como a energia de 
referência e o índice de nacionalização dos equipamentos e serviços,que estabelece, na primeira etapa do PROINFA, um percentual mínimo 
de 60% de nacionalização dos equipamentos e serviços utilizados na construção e operação das usinas, de forma a fomentar a indústria 
brasileira. 
4.3.2 - Obrigações Contratuais 
Dentre as atividades de fiscalização realizadas pela ANEEL está a verificação do cumprimento das cláusulas pactuadas nos contratos 
de concessão e atos autorizativos. No caso de concessão, o enfoque da fiscalização também se direciona para a manutenção dos bens e 
instalações vinculados ao contrato que serão revertidos à União, ao final do prazo de concessão, em condições estabelecidas em cláusulas 
contratuais. 
As atividades de fiscalização das estruturas civis têm participação mais acentuada nas usinas hidrelétricas, pois possuem em suas insta-
lações volumes expressivos de concreto, terra e enrocamento em diversos componentes, tais como: barragens, canais, vertedouros, túneis, 
câmaras de carga, tomadas d’água, sistemas de controle de vazão, chaminés de equilíbrio e casas de força. Associados às estruturas civis 
temos, também, os componentes metálicos como comportas, stop-logs, estruturas de içamento, monotrilhos, condutos forçados, grades e 
válvulas.
Sendo a barragem o elemento de maior porte na concepção de uma hidrelétrica, nela se concentram a maior atenção durante a fiscali-
zação das estruturas civis. Nas barragens de terra a fiscalização tem o foco nas questões de manutenção da instrumentação, da crista e do 
enrocamento; controle de vegetação; tocas de animais; estabilização de taludes e manutenção dos sistemas de drenagem relacionados ao 
controle de percolação e erosão. Nas barragens de concreto as questões de segurança relacionam-se aos instrumentos de instrumentação; 
fissuras e trincas; fenômenos de expansão do concreto do tipo reação álcalis-agregado; sistemas de drenagem e bombeamento.
Os componentes metálicos são fiscalizados quanto ao estado de proteção contra a corrosão e quanto às condições normais de funciona-
mento. No caso de válvulas e tubulações verifica-se, também, o aspecto da estanqueidade.
Uma importante atribuição da fiscalização, no que se refere às usinas termelétricas atualmente em operação no Brasil, é a verificação da 
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disponibilidade de combustível dessas usinas para fins de cumprimento da obrigação de despacho, quando solicitadas pelo ONS.
Se houver indícios significativos da insuficiência de combustível por uma determinada central geradora termelétrica, sem que tenha havido 
manifestação formal dos agentes envolvidos (geradora, fornecedor do gás etc.) no sentido de confirmar os problemas de fornecimento, a 
ANEEL poderá articular-se com o ONS, e, alternativamente, com a ANP, para proceder a um despacho para testar a real disponibilidade da 
usina sob suspeita ou a um despacho simultâneo de um conjunto de usinas cujo fornecimento de gás natural tenha a mesma origem física 
(mesmo ramal, mesmo campo de extração etc.).
Os resultados do despacho do referido teste, coordenado pelo ONS, poderão levar a ANEEL a estabelecer critérios para determinação de 
limites de disponibilidade de geração e de lastro das UTE, caso seja confirmada restrição na produção de energia em função de limitação no 
fornecimento do gás natural nos volumes necessários.
Outra obrigação contratual verificada pela SFG está atrelada à Resolução Normativa da ANEEL n°. 396/1998. A norma estabelece que, em 
todos os aproveitamentos hidrelétricos, os agentes autorizados e concessionários de geração de energia hidrelétrica ficam obrigados a ins-
talar, manter e operar estações pluviométricas e fluviométricas nas regiões hidrográficas dos seus respectivos empreendimentos, bem como 
manter atualizadas as curvas de descarga das estações fluviométricas e as curvas cota-volume dos reservatórios dos aproveitamentos.
A verificação do cumprimento das determinações da Resolução Normativa da ANEEL nº. 396/1998 visa apurar se estão sendo oferecidos, 
com a devida qualidade e consistência, os dados necessários para propiciar o conhecimento da disponibilidade hídrica das bacias hidrográfi-
cas dos aproveitamentos para os regimes de operação dos reservatórios, de forma a subsidiar a tomada de decisão nas atividades de fiscali-
zação, regulação e mediação da Agência Reguladora, conforme o previsto nas suas atribuições legais.
Dentre outras obrigações contratuais, no que diz respeito aos empreendimentos de geração, faz parte do escopo de verificação da SFG a 
gestão sócio-patrimonial correlata e, conforme a Resolução Normativa da ANEEL nº. 279, de 11 de setembro de 2007, o acompanhamento 
das negociações entabuladas entre os empreendedores que se valeram de DUP e os proprietários ou possuidores de imóveis afetados37. 
37 Conforme dispõe o art. 10 da Resolução Normativa da ANEEL nº. 279/2007.
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4.3.3 - Agentes de Operação de Sistemas e Comercialização do Setor Elétrico
Cabe ao ONS, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, fiscalizado e regulado pela ANEEL, a coordenação e controle de in-
tegrantes do SIN38 no que tange às operações de geração e transmissão de energia elétrica. A CCEE, pessoa jurídica de direito privado, sem 
fins lucrativos, também sob regulação e fiscalização da ANEEL, responde pela viabilização da comercialização da energia elétrica no SIN, pela 
administração de contratos e pela liquidação do mercado de curto prazo39. À ANEEL cabe a regulação e fiscalização da produção, transmissão, 
distribuição e comercialização de energia elétrica40.
A - ONS
O art. 9º do Decreto nº. 5.081, de 14 de maio de 2004, dá a incumbência à ANEEL de promover auditoria nos sistemas e procedimentos 
técnicos do ONS para verificar, dentre outras coisas, o seguinte:
a) A confiabilidade e a integridade dos sistemas operacionais, no mínimo a cada doze meses;
b) A qualidade e atualidade técnica das metodologias, dos modelos computacionais, dos sistemas e dos processos, no mínimo a cada 
doze meses;
c) O atendimento à ordem de programação de despacho de geração, para otimizar os recursos energéticos do SIN;
d) A aplicação das informações prestadas pelos agentes correlatas às suas instalações de geração e transmissão e dos serviços ancila-
res; e
e) A aderência das práticas operativas aos Procedimentos de Rede.
Desta forma, constituiu-se o Manual do Programa Regular de Fiscalização no ONS. Elaborado pelas Superintendências afins ao assunto 
na ANEEL, SFE, SFF, SFG, SRG, SRT e SEM, tal documento apresenta diretrizes, ressalvas e premissas para mais de 300 pontos passíveis de 
fiscalização pela ANEEL no ONS.
38 Lei nº. 9.648/1998.
39 Lei nº. 10.848/2004.
40 Lei nº.9.427/1996.
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O Programa Regular de Fiscalização foi baseado nos Procedimentos de Rede41 e levou em conta, também, outras atividades e obrigações 
do ONS que não estejam contempladas em nenhum destes procedimentos, mas que tenham impacto significativo no setor elétrico, como as 
contidas em outras regras e normas (Leis, Decretos, Resoluções, Ofícios, Acordo Operativo entre o ONS e a CCEE, Estatuto do ONS etc.).
Cabe destacar que os pontos passíveis de fiscalização identificados no Manual do Programa Regular de Fiscalização no ONS não são 
exaustivos a ponto de esgotar todas as possibilidades, mas têm o intuito de orientar as ações de fiscalização da ANEEL, que, quando neces-
sário, adentrará em outros pontos não abordados no referido documento.
As fiscalizações serão sempre executadas pelas superintendências de fiscalização (SFE, SFE, SFF), contudo, é fundamental o apoio das 
superintendências de regulação (SRT e SRG) e de outras superintendências que apresentam áreas afins aos trabalhos de fiscalização (SGH e 
SEM). Cada superintendência de fiscalização, no que diz respeito ao ONS, tem autonomia para decidir quais pontos e com que frequência irá 
auditá-los num determinadoano.
Quanto às competências e responsabilidades da SFG correlacionadas aos pontos de fiscalização no ONS, destacam-se os seguintes:
a) Acompanhamento da auditagem da confiabilidade e da integridade dos sistemas operacionais e modelos computacionais que o ONS 
utiliza para realizar as atividades sob sua responsabilidade; 
b) Auditagem do procedimento de Planejamento da Operação Energética, Programa Mensal de Operação Energética, Avaliação Ener-
gética de Médio Prazo, Programação Diária da Operação Eletroenergética e classificação da modalidade de operações de usinas;
c) Acompanhamento dos processos concernentes ao PAPC nos seguintes aspectos: estabelecimento das regras para operação de con-
trole de cheias, previsão de vazões e geração de cenários de afluências, atualização de dados técnicos dos aproveitamentos hidrelétri-
cos e atualização de informações sobre restrições hidráulicas dos aproveitamentos hidrelétricos;
41 Disponível no site www.ons.org.br.
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d) Análise da operacionalização do processo de confirmação da capacidade de geração de unidades geradoras, incluindo o SAM e a 
emissão do Relatório de Confirmação da Capacidade de Geração;
e) Verificação do cumprimento das obrigações referentes ao sistema de medição e faturamento: instalação, manutenção, leituras e cer-
tificação de padrões de trabalho;
f) Análise das obrigações relativas aos serviços ancilares: Contrato de Prestação de Serviços Ancilares e apuração mensal dos encargos;
g) Acompanhamento e análise das ocorrências graves do SIN, com a definição das que necessitam de fiscalização de emergência, elabo-
ração dos TN e compilamento anual dos dados das ocorrências; e
h) Verificação e análise referentes à identificação e ao tratamento das não-conformidades notificadas pelo ONS aos agentes do SIN bem 
como à aplicação das respectivas penalidades.
B - CCEE
A CCEE foi criada pela Lei nº. 10.848/2004 e regulamentada pelo Decreto nº. 5.177, de 12 de agosto de 2004, após a reformulação do 
setor elétrico no Brasil. Trata-se de uma associação civil integrada por titulares de permissão, autorização ou concessão e outros agentes 
vinculados aos serviços e às instalações de energia elétrica, bem como de consumidores livres. Ela tem por finalidade viabilizar a comer-
cialização de energia elétrica do SIN no ACR e ACL, além de efetuar a contabilização e liquidação financeira das operações realizadas no 
mercado de curto prazo.
A relação da estrutura operacional com o mercado no âmbito do SIN se dá por meio da entrega física de energia (efeti-
va geração, despacho, transmissão, distribuição e consumo) e da contabilização dos montantes de energia elétrica comercializados.
Para isso, consideram-se as energias asseguradas de cada usina, a liquidação financeira oriunda dos contratos de compra e venda de 
energia e as medições de geração e consumos verificados no ACR e no ACL, onde as relações são bilaterais, e, também, no mercado de curto 
prazo, caracterizado por relações multilaterais.
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É responsabilidade da CCEE o registro dos CCEAR, que são os contratos bilaterais celebrados entre cada agente vendedor, vencedor de 
um determinado leilão de energia do ACR, e todos os agentes de distribuição compradores.
A CCEE também utiliza modelos computacionais para realizar as atividades sob sua responsabilidade, dentre os quais se destacam o SCL 
e o SCDE.
O SINERCOM é o sistema que efetua todos os cálculos previstos nas Regras de Comercialização, o que permite à CCEE contabilizar mensal-
mente as diferenças entre os montantes de energia produzidos ou consumidos e os montantes contratados. Também por meio do SINERCOM 
são disponibilizados os relatórios com os resultados das operações de cada agente na CCEE.
Já o SCDE visa à coleta e ao tratamento de dados de geração e consumo de todos os pontos de medição do SIN.
Ademais, registra-se que trabalho similar ao do Programa Regular de Fiscalização no ONS está sendo desenvolvido com o objetivo de 
identificar os pontos passíveis de fiscalização na CCEE. O Manual do Programa Regular de Fiscalização na CCEE será baseado nas Regras 
de Comercialização42 e levará em conta outras regras e normas relacionadas às competências da CCEE (Leis, Decretos, Resoluções, Ofícios, 
Acordo Operativo entre o ONS e a CCEE, Convenção de Comercialização de Energia Elétrica, Estatuto da CCEE, dentre outros).
42 Disponível no site www.ccee.org.br.
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PLANEJAMENTO
5 - DO PLANEJAMENTO INTERNO DA SFG
5.1 - O PPA E A PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA
A Constituição Federal de 1988, no seu art. 165, definiu a forma de integração entre planejamento e orçamento por meio da criação de 
três instrumentos: o PPA, a LDO, e a LOA.
O PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo, normalmente quatro anos, que estabelece diretrizes, objetivos e metas da 
Administração Pública Federal. A LDO, por sua vez, compreende as prioridades para o exercício financeiro subsequente e orienta a ela-
boração da LOA. Esta última detalha a aplicação dos recursos anual para a execução das atividades, projetos e operações especiais que 
buscam implementar os objetivos definidos, em conformidade com o PPA e a LDO. 
Nesse processo, a área de fiscalização é responsável pela elaboração do plano de trabalho e da previsão orçamentária no que diz res-
peito às suas atividades, que constarão do plano e do orçamento da ANEEL, especificamente dentro da Ação de Fiscalização dos Serviços 
de Energia Elétrica. Devido à sua vinculação institucional, o orçamento da ANEEL estará inserido na pasta de Minas e Energia e comporá 
o PPA, a LDO e a LOA da esfera federal. 
As atividades descentralizadas às Agências Reguladoras Estaduais, por meio da celebração dos convênios de cooperação e respectivos 
PAM e TAD, são incluídas sob rubrica específica relativa a transferências a estados. 
Não obstante, as Agências Reguladoras Estaduais devem, além de cumprir as obrigações estabelecidas com a ANEEL, atender às for-
malidades referentes aos planos e orçamentos de seus respectivos governos estaduais, que estão atrelados, assim como a União, à Lei de 
Responsabilidade Fiscal43.
As definições detalhadas de PPA, LDO e LOA, a inserção da ANEEL em cada um desses contextos, os respectivos procedimentos de 
43 Lei Complementar nº. 101, de 4 de maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
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elaboração, acompanhamento e revisão, os diagramas de processo e as classificações orçamentárias, bem como outras informações ne-
cessárias à elaboração do plano de trabalho e da proposta orçamentária da Agência estão detalhadamente descritos no “Manual Técnico 
do PPA e Orçamento”, que anualmente é atualizado e disponibilizado às áreas pela SPG.
5.2 - A ELABORAÇÃO DO PLANO DE VISITAS 
A elaboração de um plano de vistas a empreendimentos de geração é imprescindível para que se possa alocar adequadamente a car-
ga de trabalho aos técnicos e prever, também, no orçamento da área de fiscalização, o montante necessário para custear despesas com 
diárias e transporte.
Esse plano compreende todo um exercício, discriminando as visitas por técnico, organizadas por mês, semana e dia, e indica, para fins 
estatísticos, os dados básicos da usina a ser visitada, tais como: tipo (UHE, UTE, PCH, etc.), nome da usina, unidade da federação, situação 
da usina (em operação, em construção, em ampliação, desativada, etc.) e o sistema ao qual pertence (sistema interligado, sistema interli-
gado com despacho central, sistema isolado). Esses dados devem identificar, inequivocamente, cada usina a ser fiscalizada.
Deverão constar no plano, essencialmente, dados de fiscalizações programadas em razão de obrigações legais e contratuais, ações 
prioritáriasidentificadas pelo monitoramento à distância ou pela Ouvidoria da ANEEL, e demandas de agentes setoriais, entes públicos 
e privados relacionados, bem como da sociedade em geral. Com a antecipação que for possível, deverão ser incluídas aquelas visitas 
decorrentes de fiscalizações não-programadas, decorrentes de ações emergenciais ou eventuais, comunicadas à área de fiscalização com 
antecedência mínima de trinta dias.
As fiscalizações são agrupadas em roteiros, normalmente semanais, com grupos de usinas geradoras próximas geograficamente, para 
a otimização do tempo de deslocamento dos fiscais envolvidos e dos recursos públicos usados para tal fim.
As demandas não-programadas podem ter origem em solicitação feita por outras superintendências da ANEEL, por instituições diversas 
ou por órgãos e entidades da Administração Pública, na busca de regularização nas Agências Reguladoras Estaduais, em fatos relevantes 
divulgados pela imprensa, e no atendimento de ocorrências emergenciais como acidentes graves com morte, degradação na qualidade dos 
serviços de energia elétrica e sério risco à segurança das pessoas, instalações ou meio ambiente. 
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Quanto ao local, as fiscalizações serão in loco quando se derem na sede do agente de geração, na própria usina geradora ou em outras 
instituições que, pelo vínculo com a geração de energia elétrica, são fiscalizáveis pela ANEEL diretamente ou de forma descentralizada.
As fiscalizações se darão na sede do regulador quando forem executadas verificações dos contratos de concessão e atos autorizativos, 
além de outras ações relativas ao monitoramento à distância. 
Faz-se o plano de visitas do exercício seguinte em conformidade com o orçamento da Agência Reguladora. A revisão do plano, no seu 
ano de exercício, é mensal, considerando estável, para efeitos de programação, o período de cerca de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias da 
data da conferência e sujeito a alterações o tempo restante. Nas revisões, o histórico das visitas executadas é atualizado, levando-se em 
conta, nas projeções futuras, aquelas não realizadas e que ainda se façam necessárias.
5.3 - O PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE APOIO À FISCALIZAÇÃO
Uma vez estabelecidas todas as atividades a serem desenvolvidas no exercício, definem-se quais delas poderão ser realizadas com re-
cursos humanos e financeiros da ANEEL ou com repasse de verbas às Agências Reguladoras Estaduais conveniadas. A seguir, são avaliadas 
aquelas atividades restantes necessárias à consecução das atribuições da área de fiscalização a serem feitas com o apoio de instituições 
especializadas, cuja contratação decorre da pré-qualificação do tipo credenciamento ou de processo licitatório.
Antes da publicação do respectivo edital de Credenciamento ou de licitação é necessário elaborar o termo de referência, preferencial-
mente no exercício anterior, em observação à disponibilidade orçamentária para o exercício seguinte. Esse documento tem como finalida-
de a solicitação formal da abertura de processos de contratação de serviços especializados. No termo de referência constará basicamente 
o que segue:
a) Identificação: nome do Programa de Trabalho, da Ação e da Atividade constantes no PPA, nome do responsável e a sigla da unidade 
organizacional;
b) Objeto: descrição clara do objeto (bem ou serviço) a ser contratado;
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c) Justificativa: informação dos motivos e da necessidade da contratação do bem ou serviço e descrição das consequências no caso do não 
atendimento da demanda;
d) Prazos: data para início do serviço e a duração estimada admissível para a conclusão do trabalho ou fornecimento do bem, em dias;
e) Valores: valor total estimado para a realização do objeto e o valor previsto para ser desembolsado em cada exercício (caso estenda-se por 
mais de um). Preferencialmente, devem fazer parte da metodologia aplicada: pesquisa de mercado, valores contratuais praticados por outros 
órgãos, valores históricos praticados pela ANEEL e sua atualização para a data focal. A memória de cálculo e os comprovantes das informações 
obtidas para a estimativa de preços deverão constar no processo: fax de fornecedores e prestadores de serviço, cópia de publicações, contra-
tos, convenções coletivas de trabalho, impressos obtidos a partir de consultas de preços em sítios da internet etc;
f) Detalhamento do objeto: especificação técnica, quantidades e condições de entrega do objeto;
g) Qualificações para o proponente: requisitos técnicos mínimos para se habilitar ao certame e, de acordo com o tipo de serviço, as condi-
ções econômicas que a empresa deve ter para realizar o objeto;
h) Condições comerciais: planilha com a composição dos custos e cronograma físico-financeiro para a realização do objeto;
i) Obrigações da contratada: momento em que se apresentam outras informações relevantes para a composição do edital que não tenham 
sido consideradas nos itens anteriores;
j) Obrigações da contratante: detalhamento especial das obrigações da contratante em decorrência da adjudicação do objeto e do fim a que 
se destina; e
k) Gestor do contrato: nome do colaborador, da unidade organizacional, e o responsável pela fiscalização do contrato.
O Termo de Referência e os demais documentos necessários para compor o processo (notas técnicas, ofícios, pesquisas de preço, etc.) 
são submetidos à apreciação da SLC, que elabora a minuta de edital e a submete à Procuradoria Federal que atua junto à ANEEL. Depois 
de feitas todas as adequações necessárias, o edital é publicado em jornal de grande circulação. 
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6 - PROCEDIMENTOS GERAIS DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL
Neste tópico são descritas, em linhas gerais, as etapas e procedimentos que compõem o processo de fiscalização das usinas de geração 
de energia elétrica e o respectivo processo administrativo punitivo oriundo de tais trabalhos.
6.1 - EXECUÇÃO DA FISCALIZAÇÃO
A execução de uma fiscalização se compõe de um processo, precedido de uma fase preparatória interna, da execução propriamente 
dita, conforme características do objeto a ser fiscalizado (na sede do agente ou na própria Agência Reguladora), e do acompanhamento 
dos rebatimentos da ação fiscalizadora.
6.1.1 - Da Preparação Interna
Uma fiscalização pode estar prevista no Plano de Visitas, ocasião em que a equipe técnica é pré-definida, ou decorrer de alguma de-
manda não-programada. Neste último caso, escolhem-se, dentre os técnicos disponíveis, aqueles com o perfil mais adequado ao tipo de 
ação fiscalizadora a ser desenvolvida.
Definida a necessidade de fiscalização, inicia-se o seu planejamento, de acordo com a ação fiscalizadora a ser desenvolvida e levando-
se em conta os pontos de destaque e os aspectos relevantes a serem observados durante a fiscalização.
Com cerca de 10 (dez) dias de antecedência, emite-se um ofício para o agente a ser fiscalizado, no caso de fiscalizações de diagnóstico, 
ou, nos demais casos, um fax que informe o período, os participantes da fiscalização, o programa da fiscalização e a relação da documen-
tação e os recursos que deverão ser disponibilizados por ocasião da visita. Tal lista poderá ser reduzida ou ampliada, segundo as caracte-
rísticas da usina a ser fiscalizada e dos aspectos relevantes a serem observados nela.
Além da Ficha Técnica do empreendimento a ser fiscalizado, os técnicos responsáveis pela fiscalização deverão reunir, previamente à 
visita, as informações relevantes que constem:
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a) No processo de fiscalização do empreendimento, principalmente aquelas relativas a não-conformidades apontadas em visitas anteriores 
e que ainda não tenham sido objeto de confirmação pela Agência Reguladora;
b) No BIG, constante no conteúdo relativo a informações técnicasno sítio da ANEEL na internet, no que se refere ao destino da energia (SP, 
PIE, APE), à potência outorgada, à razão social do proprietário, à participação no caso de consórcio e ao(s) município(s) de localização;
c) No banco de dados da Pesquisa Legislativa, disponível no sítio da ANEEL, com referência a detalhes de registros, autorizações e conces-
sões (titularidade, potência autorizada, local de instalação, datas-marco da implantação, direitos e obrigações em geral);
d) No banco de dados de contratos de concessão, também no sítio da ANEEL, em relação aos compromissos contratuais estabelecidos;
e) Nos relatórios do ONS, para o caso de usinas despachadas por este, com foco em ocorrências significativas e nas declarações recentes 
do agente regulado, quanto à sua capacidade e disponibilidade para geração;
f) Na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no que diz respeito aos montantes de geração do empreendimento em foco, 
no caso deste comercializar sua energia no âmbito dessa Câmara; e
g) De processos e banco de dados de outras áreas ou órgãos públicos (p.ex.: de concessões e autorizações, de estudos de projetos, de 
licenciamento ambiental etc.), quando, além de relevantes, essas informações se fizerem necessárias para a consecução da fiscalização.
Após compilar o conjunto das informações sobre o empreendimento do agente, a equipe fiscalizadora registra os pontos de destaque 
a serem considerados e todos os aspectos relevantes que devem ser observados in loco, para garantir a eficiência e objetividade dos tra-
balhos de fiscalização.
Feito isto, a equipe fiscalizadora estabelece um plano de trabalho próprio, conforme o tipo de ação a ser desenvolvida, envolvendo 
pelo menos os seguintes pontos:
a) Acertos sobre os últimos detalhes da visita;
b) Contato antecipado, próximo ao início dos trabalhos, com o representante indicado pelo agente para receber a equipe fiscalizadora;
c) Preparação da apresentação da equipe de fiscalização;
d) Distribuição das atividades da fiscalização entre os participantes da equipe;
e) Estratégia de condução dos trabalhos (início, duração da jornada etc.);
f) Roteiro de deslocamento em campo com inclusão de locais, datas e horário, principalmente quando houver duas ou mais usinas a serem 
visitadas;
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g) Método para elaboração do relatório preliminar ou ata de reunião; e
h) Definição do local e da data da reunião de encerramento (quando envolver mais de uma usina de um mesmo agente).
As questões logísticas e de planejamento da ação de fiscalização propriamente dita são observadas tanto pelos próprios técnicos envol-
vidos na fiscalização quanto pelo pessoal da área de apoio da Agência Reguladora. Em virtude disso, para garantir o sucesso do desloca-
mento em campo e um adequado suporte em situações de emergência, os seguintes itens básicos são providenciados antecipadamente:
a) Confirmação dos bilhetes aéreos e do aluguel de veículo;
b) Confirmação da verba para as diárias; 
c) Telefones de contato com o agente, bem como localização detalhada do empreendimento a ser visitado;
d) Telefones e localização do local de estada; 
e) Outros telefones e endereços úteis: da própria Agência Reguladora, de aeroportos, serviços de táxi, rodoviária etc.
Também são identificados e reservados os recursos de apoio necessários ao desenvolvimento das atividades em campo, seja para fins 
operacionais ou de proteção dos técnicos, tais como:
a) Equipamento de proteção individual (EPI): capacete, botas de segurança, capa de chuva, protetor auricular etc;
b) Equipamento e material para registro das constatações: 
1) Lista de verificações e cópia de relatórios de visitas anteriores, quando couber;
2) Formulário para ata de reunião e bloco de notas;
3) Máquina fotográfica digital;
4) Computador portátil e periféricos etc.
c) Receptor GPS, mapas rodoviários, cartas geográficas;
d) Telefone celular e respectivo carregador de bateria; 
e) Baterias para os equipamentos eletrônicos etc.
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6.1.2 - Da Fiscalização nas Instalações do Agente Regulado
Além da conduta recomendável à equipe da Agência Reguladora, estão descritas a seguir as principais etapas da ação fiscalizadora 
que se dará in loco. Destaca-se que toda fiscalização deve ser conduzida por pelo menos dois representantes da área de fiscalização e na 
presença de pelo menos um representante do agente fiscalizado.
Na execução da fiscalização, nas instalações do agente, a equipe deve seguir, além das regras e procedimentos estabelecidos no Código 
de Ética da ANEEL, algumas recomendações que refletem os principais atributos necessários a um bom profissional de fiscalização: ética, 
senso público, cortesia, celeridade, assiduidade, objetividade, discrição, independência, impessoalidade e organização, os quais, por sua 
vez, estão fortemente relacionados com os princípios da Administração Pública.
Os técnicos da Agência Reguladora poderão contar, caso necessário, com consultoria especializada, cuja contratação deverá estar em 
conformidade com a legislação aplicável a licitações e contratos da Administração Pública e com as normas que regulamentam a ANEEL.
Durante a apresentação de abertura ao agente, os técnicos da equipe de fiscalização deverão fazer a apresentação do grupo, com 
informação de nomes, cargos na Agência Reguladora e função na ação fiscalizadora, além de explicar, com clareza e concisão, o objetivo 
e a sistemática da fiscalização.
Recomenda-se uma breve apresentação da equipe de fiscalização sobre as atribuições da Agência Reguladora, cujo escopo trate, prin-
cipalmente, do tipo de fiscalização que será desenvolvido, com destaque aos objetivos, base legal e procedimentos para execução das 
atividades, bem como ao roteiro e cronograma da visita.
Para mostrar os aspectos técnicos e administrativos relevantes, destacar os indicadores de desempenho e apontar as principais dificul-
dades e problemas da usina, o agente fiscalizado também poderá fazer uma breve apresentação.
Após as apresentações, deve ser feita uma breve discussão sobre o roteiro e o cronograma de trabalho e efetuar as adaptações neces-
sárias em função das características das instalações físicas do empreendimento.
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Antes da inspeção de campo, a equipe de fiscalização procederá à análise dos documentos do empreendimento disponibilizados pelo 
agente. Estes deverão estar em conformidade com a relação enviada ao agente, anexa à comunicação da visita. Caso algum não corres-
ponda ao solicitado, ou esteja em falta, o agente deve ser comunicado para que o apresente antes do final da visita, sob pena de constar 
como não-conformidade no relatório de fiscalização.
A documentação deverá ser analisada com foco nos aspectos relevantes para o tipo de fiscalização. Devem-se identificar pontos incon-
sistentes ou que necessitem de maior esclarecimento, bem como os que eventualmente possam indicar a existência de não-conformidades. 
Esses aspectos devem ser anotados e, se possível, esclarecidos antes da inspeção. As dúvidas que persistirem devem ser sanadas na 
ocasião da inspeção em campo.
A equipe de fiscalização, em companhia de representantes da empresa, verificará as instalações do empreendimento com foco nos 
aspectos mais relevantes para o tipo de ação a ser empreendida, como, por exemplo, cumprimento dos marcos do cronograma de obras, 
procedimentos de operação e manutenção, segurança das estruturas civis, gestão patrimonial, conservação de equipamentos etc., base-
ando-se nos respectivos procedimentos e listas de verificação, bem como nas normas setoriais aplicáveis.
Durante a visita às instalações da usina, os fiscais deverão propiciar condições favoráveis para ouvir manifestações do agente fiscali-
zado e, principalmente, daqueles envolvidos diretamente nos processos sob fiscalização, conduzindo os questionamentos necessáriosde 
forma profissional.
Sempre que possível, a equipe de fiscalização deve fazer a correlação entre as informações apresentadas nos manuais, plantas, diagra-
mas, esquemas e outros documentos do empreendimento com as condições efetivamente observadas no campo, registrando, discretamen-
te, as constatações e os pontos notáveis do empreendimento, por meio de fotografias ou croquis que tornem evidente e autoexplicativa 
cada não-conformidade, de tal forma que, em última análise, poderia até mesmo ser dispensado o uso de legenda44.
44 Esta é uma noção que o técnico deve ter em mente quando estiver fotografando; entretanto, o relatório de fiscalização do qual conste registro fotográfico, não poderá dispensar a inclusão de legenda
sob as fotos.
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Independentemente de serem encontradas não-conformidades, os seguintes registros fotográficos deverão ser feitos:
a) Vista geral da usina (se necessário registrar em mais de uma foto);
b) Vista geral interna da casa de força (piso dos geradores);
c) Sala de comando;
d) Pontos fracos da instalação;
e) Pontos notáveis da instalação;
f) Aspectos relativos à segurança; e
g) Outros pontos que mereçam destaque.
Para a fiscalização de diagnóstico, após a inspeção de campo, a equipe deverá fazer, além de um breve resumo, uma reunião de en-
cerramento, para avaliação preliminar dos pontos relevantes identificados que possam levar a não-conformidades ou recomendações ao 
agente.
O resumo supracitado consistirá de informações e observações resultantes da aplicação de questionários e listas de verificação, bem 
como das discussões com representantes da área de operação e manutenção, levando em conta os documentos e as inspeções realizadas 
no local.
Esse resumo, juntamente com os demais registros efetuados e obtidos durante a inspeção, servirá de guia para a reunião de encerra-
mento da fiscalização com o agente e, principalmente, para a posterior elaboração do relatório de fiscalização. 
Recomenda-se que o resumo seja organizado por assunto, conforme os aspectos focados pelo tipo de ação fiscalizadora como, por 
exemplo, segurança, procedimentos de operação e manutenção e conservação de bens e instalações. Deve ser organizado com a mesma 
estrutura da lista de verificação ou, na falta deste, do relatório final, com destaque aos pontos negativos, em especial àqueles que possam 
levar a não-conformidades ou a recomendações, e aos positivos que mereçam realce. 
Finalizado o resumo da fiscalização, a equipe reunir-se-á com os representantes do agente e apresentará um parecer preliminar da 
fiscalização sobre os aspectos relevantes constatados.
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Deve-se destacar o caráter preliminar do parecer e que, posteriormente, em sua sede, a Agência Reguladora procederá à avaliação 
detalhada das constatações e à elaboração do relatório de fiscalização, o qual será remetido formalmente ao agente.
Não obstante, devem ser discutidas aquelas irregularidades decorrentes de itens não encontrados na inspeção, informações faltantes 
ou incompletas, e dúvidas por parte da equipe, para coletar evidências novas ou complementares e garantir um correto processo de cons-
tatação, avaliação e elaboração do relatório de fiscalização.
Em todas as suas etapas, a respectiva equipe deverá administrar o tempo de execução da fiscalização de modo a cumprir com o que foi 
planejado, para evitar emitir juízo de valor ou comparações com outros agentes, além de não aceitar o pagamento, pelo agente fiscalizado, 
de quaisquer despesas.
Ao final de qualquer tipo de fiscalização deverá ser lavrada ata, na qual devem constar a data, o nome da entidade fiscalizada, as prin-
cipais deliberações da reunião e os nomes e assinaturas de todos os participantes.
6.1.3 - Dos Trabalhos de Fiscalização Após a Visita ao Agente Regulado 
Na sede da Agência Reguladora, a equipe analisa detalhadamente os dados e fatos constatados em campo, com vistas à consolidação 
de seu parecer sobre as condições apuradas, tais como se de fato existe uma situação de não-conformidade, qual dispositivo normativo ou 
cláusula contratual podem estar sendo feridos, desdobramentos cuja ciência deva ser dada a outras áreas ou órgãos de fiscalização etc. A 
equipe deve ainda consolidar o relatório de fiscalização para o agente regulado.
Um check list interno será gerado para ações de fiscalização que assim o exijam, em conformidade com os modelos definidos pela área 
de fiscalização, como é o caso do diagnóstico dos procedimentos da operação e da manutenção das usinas, disponível no sítio da ANEEL 
na internet.
Em toda e qualquer ação fiscalizadora, o material relevante, obtido ou gerado em seu âmbito, deverá ser organizado e inserido pela 
equipe no respectivo processo, no qual devem constar, em ordem cronológica, os seguintes documentos:
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a) Comunicações (cartas, ofícios, fax etc.):
1) Do agente;
2) Internas: memorandos de outras áreas, pareceres e notas técnicas etc;
3) De outros agentes: oriundas de entidades externas, públicas ou privadas, que digam respeito ou gerem demandas sobre o empreen-
dimento – MME, MP, parlamentares, governos estaduais, prefeituras municipais, órgãos de meio ambiente, conselhos de classe, sindi-
catos, associações representativas de interesses (consumidores, moradores, ribeirinhos etc.), particulares com direitos afetados etc;
b) Licenças, certidões, e atestados diversos: de órgãos ambientais, do corpo de bombeiros, do CREA etc;
c) Ensaios e laudos técnicos: de laboratórios credenciados, de fabricantes, de empresas e profissionais habilitados etc;
d) Informações internas: do BIG, fichas técnicas constantes em processos, projetos registrados na ANEEL etc;
e) Informações de outros agentes: relatórios, registros ou históricos do ONS, CCEE, órgãos ambientais etc;
f) Relatórios do agente: mapas de geração, relatórios de ocorrências, históricos de manutenção etc;
g) Desenhos técnicos: croquis, plantas, diagramas esquemáticos etc; e
h) Fotografias.
Após a ação de fiscalização, os resultados são consolidados em relatório de fiscalização, cuja coordenação é feita por técnicos do qua-
dro próprio da Agência Reguladora e, quando cabível, complementada por profissionais credenciados de alto grau de especialização em 
geração de energia elétrica (em geral, engenheiros mecânicos, eletricistas e civis, com comprovada experiência). 
O relatório trará pelo menos o seguinte: dados básicos da ação fiscalizadora como identificação, localização e características básicas 
do empreendimento fiscalizado, data de execução e nomes dos executores; objetivos específicos, metodologia e abrangência da ação, a 
síntese da situação do empreendimento (fatos relevantes que não representem irregularidades); as não-conformidades constatadas, as 
determinações ou recomendações, caso necessárias, e registro fotográfico, se imprescindível para evidenciar a constatação.
Os dados deverão estar devidamente consolidados e refletir a real situação dos itens fiscalizados, com base nas informações coletadas 
e nas situações e fatos constatados e registrados durante a inspeção em campo.
Deve ser observado no referido relatório que o processo de fiscalização empregado se caracteriza pela avaliação de aspectos julgados 
de maior relevância, alguns dos quais selecionados por amostragem e, sempre que possível, com base estatística. Ressalta-se que, para 
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efeito de constatação de não-conformidade, são levados em conta o descumprimento da legislação setorial e cláusulas contratuais ou 
outras normas e procedimentos aos quais esteja submetido o agente.
Da mesma forma, o fato de haver aspecto avaliado sem nenhuma não- conformidade não significa que inexistam desvios em relação 
aos padrões e normas vigentes. O agente é obrigado a monitorá-los e corrigi-los permanentemente.Depois disso, deve-se enviar o relatório de fiscalização gerado pela SFG ao agente fiscalizado por intermédio de TN, o qual é assinado 
pelo técnico coordenador dos trabalhos de fiscalização e remetido via postal, com AR. 
O relatório de fiscalização e seu respectivo TN, além de outros textos, de acordo com o tipo de ação fiscalizadora, devem ser elaborados 
em conformidade com o padrão estabelecido pela ANEEL.
6.2 - PROCESSO ADMINISTRATIVO PUNITIVO
No caso de comprovação de não-conformidade, inicia-se um processo administrativo punitivo. A Resolução Normativa da ANEEL nº. 
63/2004 aprova procedimentos para regular a imposição de penalidades aos concessionários, permissionários, autorizados e demais agen-
tes de instalações e serviços de energia elétrica, bem como às entidades responsáveis pela operação do sistema, pela comercialização de 
energia elétrica e pela gestão de recursos provenientes de encargos setoriais.
Desde que não impliquem em mais de uma sanção disciplinar para um mesmo fato gerador, as penalidades previstas na Resolução 
Normativa da ANEEL nº. 63/2004 aplicam-se sem prejuízo das sanções administrativas específicas previstas na legislação e regulamenta-
ção setorial vigentes. 
Conforme o art. 2º da Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004, os agentes do setor elétrico estão sujeitos à aplicação das seguintes 
penalidades:
“Art. 2º As infrações tipificadas nesta resolução sujeitarão a infratora às penalidades de:
I – advertência;
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II – multa;
III – embargo de obras;
IV – interdição de instalações;
V – suspensão temporária de participação em licitações para obtenção de novas concessões, permissões ou autorizações, bem como de 
impedimento de contratar com a ANEEL e de receber autorização para os serviços e instalações de energia elétrica;
VI – revogação de autorização;
VII – intervenção administrativa;
VIII – caducidade da concessão ou da permissão.”
A norma acima citada, em seu art. 3º, estabelece o rol de infrações sujeitas à imposição da penalidade de advertência e, nos arts. 4º 
a 7º, estabelece o rol de infrações sujeitas à imposição da penalidade de multa. Os arts. 9º a 13, por sua vez, disciplinam a aplicação das 
penalidades de embargo de obras e interdição de instalações, suspensão do direito de participar de licitações e de contratar com a ANEEL, 
revogação de autorização, intervenção administrativa e caducidade da concessão ou da permissão.
Descreve a Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004 que a aplicação das penalidades de advertência, multa, embargo de obras e 
interdição de instalações, capituladas nos arts. 3º a 7º e 9º, compete ao(s) superintendente(s) responsável(is) pela ação fiscalizadora, no 
caso da ANEEL, e à autoridade competente quando se tratar das Agências Reguladoras Estaduais. Por outro lado, à Diretoria Colegiada da 
ANEEL, mediante proposta do(s) superintendente(s) responsável(is) pela ação fiscalizadora, cabe a aplicação das penalidades de suspen-
são temporária de participação em licitações, revogação de autorização e intervenção administrativa, descritas nos arts. 10 a 12. Fica re-
servada ao Poder Concedente, entretanto, a aplicação da penalidade de caducidade da concessão ou da permissão, constante no art. 13.
Além disso, a Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004, em seu art. 8º, estabelece que as penalidades de multa capituladas nos arts. 
4º, 5º, 6º e 7º poderão ser convertidas em advertência desde que observadas duas condicionantes: que a infratora não tenha sido autua-
da por idêntica infração nos últimos quatro anos anteriores ao da sua ocorrência e que as consequências da infração sejam de pequeno 
potencial ofensivo.
Na hipótese da ocorrência concomitante de mais de uma infração, serão aplicadas, simultânea e cumulativamente, as penalidades 
correspondentes a cada uma delas.
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Assim, o tratamento das infrações pela Resolução é sempre subordinado ao tratamento das penalidades, motivo pelo qual é correta a 
inferência de que a descrição das infrações serve ao propósito de especificar as penalidades.
6.2.1 - Auto de Infração
O processo administrativo punitivo se inicia com a lavratura do AI emitido pela autoridade competente, nos termos do art. 22 da Reso-
lução Normativa da ANEEL nº. 63/2004.
“Art. 22. O Auto de Infração (AI), emitido pelo Superintendente responsável pela ação fiscalizadora, será instruído com o TN, salvo na 
hipótese do art. 9º, e a respectiva manifestação da notificada, se houver, bem assim com a exposição de motivos da autuação e outros 
documentos a esta relacionados, que não implique duplicidade da documentação constante do processo de fiscalização correspondente.
Parágrafo único. O AI, quando eivado de vício ou incorreção, poderá ser retificado de ofício pelo Superintendente responsável. Neste 
caso, abrir-se-á novo prazo à autuada para apresentação de recurso.”
Salvo na hipótese do embargo de obras e da interdição de instalações, o AI será instruído com o TN e a respectiva manifestação da no-
tificada, se houver, além da exposição de motivos da autuação e outros documentos a esta relacionados. Uma via é remetida ou entregue 
ao representante legal da autuada, ou ao seu procurador habilitado45.
6.2.2 - Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta
Poderá a ANEEL, alternativamente à imposição de penalidade, firmar com a concessionária, permissionária ou autorizada, TAC, para 
adequação da conduta irregular às disposições regulamentares e contratuais aplicáveis, que será submetido, nos casos de fiscalização dos 
serviços de geração, à aprovação da Diretoria da ANEEL pela SFG. 
A Resolução Normativa da ANEEL nº. 333, de 7 de outubro de 2008, que estabelece os critérios e procedimentos para celebração do 
45 Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004, arts. 22 a 26.
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TAC, explicita, em seu art. 2º, que a solicitação para firmar tal compromisso pode ser feita por concessionário, permissionário ou autoriza-
do, a partir do recebimento do TN até o prazo para interposição de recurso contra o AI, quando existente. 
As metas e compromissos objeto do TAC deverão, no seu conjunto, ser compatíveis com as obrigações previstas nos regulamentos e 
contratos norteadores da prestação de serviços de energia elétrica descumpridas pela concessionária, permissionária ou autorizada. Do 
TAC constará, necessariamente, o estabelecimento de multa pelo seu descumprimento, cujo valor será correspondente ao montante da 
penalidade que seria originalmente aplicada, acrescido de 20% (vinte por cento). 
6.2.3 - Recurso
O agente autuado terá o prazo de 10 (dez) dias a contar do recebimento do AI para efetuar o pagamento da multa ou interpor o respec-
tivo recurso, dirigindo-o à autoridade que proferiu a decisão, a qual deverá exercer o Juízo de Reconsideração no prazo de 5 (cinco) dias.
 
Caso mantida a penalidade, mesmo que parcialmente, os autos seguirão para instância decisória superior (Conselho, Colegiado, Dire-
toria ou mesmo autoridade monocrática), que poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida. 
Se a decisão for mantida, mesmo que parcialmente, o recorrente poderá interpor novo recurso. 
De acordo com a estrutura apresentada pela Agência Reguladora Estadual, serão tomadas as providências abaixo:
a) Se a Agência Reguladora Estadual possuir uma segunda instância, o recurso será submetido a Juízo de Reconsideração por parte 
da autoridade que julgou o recurso anterior. Caso a decisão seja mantida ou reformada parcialmente, a autoridade máxima da Agência 
Reguladora Estadual (que poderá ser monocrática ou colegiada) julgará o recurso, podendo o agente autuado, em tais situações, apre-
sentar novo recurso. Este será submetido a Juízo de Reconsideração por parte da autoridade máxima da Agência que, caso não julgue 
totalmente procedente o recurso, encaminharáos autos para a Diretoria da ANEEL, de cuja decisão não caberá novo recurso.
b) Se houver apenas uma instância, o recurso será submetido a Juízo de Reconsideração por parte da autoridade que julgou o recurso 
anterior. Caso a decisão seja mantida ou reformada parcialmente, os autos serão encaminhados à Diretoria da ANEEL. 
As decisões proclamadas pela ANEEL, tanto as intermediárias quanto a final, serão formalizadas mediante despacho a ser publicado no 
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Diário Oficial, de acordo com modelos próprios, sendo consubstanciadas e fundamentadas em Exposição de Motivos, nos casos de Juízo 
de Reconsideração realizados pelos superintendentes, e em Relatório e Voto, quando a decisão for tomada pela Diretoria. 
A multa eventualmente estabelecida após decisão de última instância deverá ser paga no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data de 
publicação da decisão. Nos termos do art. 26 da Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004, com a alteração dada pela Resolução Nor-
mativa da ANEEL nº. 317, de 13 de maio de 2008, o não recolhimento da multa no prazo estipulado no AI, sem interposição de recurso, ou 
no prazo estabelecido em decisão irrecorrível na esfera administrativa, acarretará imediato encaminhamento do processo administrativo 
à SAF para inscrição do devedor no CADIN, nos termos da Lei nº. 10.522, de 19 de julho de 2002, e posterior encaminhamento à PF para 
inscrição do valor correspondente na Dívida Ativa e respectiva execução, nos termos da Lei nº. 6.830, de 22 de setembro de 1980. 
6.2.4 - Termo de Intimação
De acordo com o art. 27 da Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004, constatada a existência de fatos que possam caracterizar as 
penalidades de (a) suspensão temporária de participação em licitações para obtenção de novas concessões, permissões ou autorizações, 
bem como de impedimentos de contratar com a ANEEL e de receber autorização para serviços de Energia Elétrica; (b) revogação de autori-
zação; (c) intervenção administrativa e (d) caducidade de concessão ou permissão, o superintendente responsável pela ação fiscalizadora, 
com base em ação específica de fiscalização ou relatório de acompanhamento de fiscalização, proporá à Diretoria da ANEEL a emissão de 
TI, que se fará acompanhar da respectiva Exposição de Motivos, a fim de cientificar o agente acerca desta circunstância.
Em casos de caducidade de concessão ou permissão, o TI deverá estar acompanhado de relatório de comunicação de falhas e trans-
gressão à legislação e ao contrato de concessão ou permissão, com a fixação de prazo para a sua regularização definitiva.
Primeiramente, a Superintendência de Fiscalização elabora e encaminha a Exposição de Motivos, devidamente fundamentada, à Dire-
toria da ANEEL, que, quando entender cabível, autorizará a expedição do TI por parte da Superintendência mediante despacho. O TI será 
lavrado em 3 (três) vias, sendo a primeira enviada mediante AR ao intimado, a segunda encaminhada à Secretaria-Geral da ANEEL, para 
acompanhamento e controle, e a terceira juntada no respectivo processo.
Nos casos em que a Diretoria da ANEEL tenha delegado competência ao superintendente para a expedição dos Termos de Intimação, 
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o rito deve ser o mesmo, excetuando-se apenas a necessidade de se encaminhar a exposição de motivos para que a Diretoria emita a 
autorização prévia.
O art. 28 da Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004 preceitua que o TI deverá conter necessariamente as informações citadas 
abaixo: (a) identificação do órgão fiscalizador; (b) nome, endereço e qualificação do intimado; (c) descrição resumida dos fatos levantados; 
(d) indicação de não-conformidade ou determinação de ações a serem empreendidas pelo intimado, se for o caso, com seus respectivos 
prazos; (e) especificação do ato da Diretoria que autoriza a emissão do TI correspondente; (f) informação de que a contestação do intimado 
deverá ser dirigida à Diretoria da ANEEL; (g) nome e assinatura do Superintendente responsável; e (h) local e data da lavratura.
O agente intimado terá o prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento do TI, para manifestar-se junto à Diretoria da ANEEL sobre 
o objeto do mesmo, juntando, inclusive, elementos de informação que julgar conveniente.
Observa-se que a decisão sobre a aplicação da penalidade constante do TI será proferida pela Diretoria da ANEEL no prazo de 60 (ses-
senta) dias, contados do recebimento da respectiva manifestação ou da fruição por prazo de 15 (quinze) dias.
A referida decisão será consubstanciada em Resolução da ANEEL a ser publicada no Diário Oficial da União, sem prejuízo do envio ao 
infrator, mediante AR, do inteiro teor de sua fundamentação, incluindo votos, pareceres e demais subsídios utilizados no processo deci-
sório.
Cabe pedido de reconsideração da decisão de que trata o art. 30 da Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004, distribuindo os autos 
a novo relator. Aplicam-se ao pedido de reconsideração, no que couber, as regras sobre o recurso.
Quando se tratar de aplicação da penalidade de caducidade da concessão ou da permissão, a ANEEL deverá encaminhar os autos do 
respectivo processo administrativo, devidamente instruído, ao ministro de Estado de Minas e Energia, com vistas à decisão do Poder Con-
cedente.
No referido processo, constará relatório circunstanciado, com indicação das falhas e transgressões à legislação e ao contrato de con-
cessão ou permissão não-regularizadas nos prazos determinado no TI encaminhado pela fiscalização.
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6.2.5 - Termo de Encerramento de Autuação
Após o cumprimento da decisão da Diretoria, o AI é encerrado mediante lavratura do TE em duas vias. A primeira é enviada ao agente 
autuado e a segunda é juntada ao processo administrativo de fiscalização. Cabe ressaltar que o TE é assinado pela autoridade responsável 
pela lavratura do respectivo Auto de Infração.
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AGÊNCIAS ESTADUAIS
7 - A PARTICIPAÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS ESTADUAIS NA FISCALIZAÇÃO DOS 
SERVIÇOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA BRASILEIRA
A descentralização de atividades da ANEEL, facultada na sua lei de criação46, tem como principal objetivo permitir que a solução de um 
problema se dê o mais próximo possível do local de sua origem, levando as ações de regulação, fiscalização e mediação para perto dos 
consumidores e dos agentes setoriais, adaptando-as às circunstâncias locais e tornando ágeis os respectivos processos. Assim, a descen-
tralização de atividades da ANEEL para os Estados contribui para melhorar o atendimento do interesse público relacionado à prestação 
dos serviços de energia elétrica, em benefício dos consumidores.
A regulamentação da descentralização pela ANEEL consta da Resolução Normativa da ANEEL nº. 296, de 11 de setembro de 1998, e da 
Norma de Organização ANEEL nº. 003, anexa à Resolução Normativa da ANEEL nº. 276, de 21 de agosto de 2007.
A incumbência legal das Agências Reguladoras Estaduais se dá mediante a celebração de convênios de cooperação, por meio dos quais 
são delegados, dentre outras e, principalmente, as atividades concernentes à fiscalização. As principais atividades passíveis de descentra-
lização pela ANEEL são:
a) A apuração e solução de demandas dos consumidores;
b) A fiscalização dos serviços e instalações de energia elétrica;
c) A fiscalização econômica e financeira dos concessionários de serviços públicos;
d) A mediação dos conflitos;
e) A realização de ações de caráter institucional, educacional e comunicação social;
f) O apoio para a realização de audiências públicas e consultas; e
46 Lei nº. 9.427/1996, arts. 20 a 22.
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g) O apoio ao processo regulatório.
A execução das atividades descentralizadas é suportada financeiramente por repassesde recursos financeiros da ANEEL, provenientes 
da Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica recolhida pelos agentes setoriais47, e é coordenada pela SRI, que gerencia o desen-
volvimento de todas as fases do processo de descentralização48.
No que tange à SFG, a descentralização para os Estados ou o Distrito Federal abrangerá os serviços e instalações de geração de energia 
situados no território da respectiva unidade federativa, exceto os de interesse do SIN49, que deverão ser fiscalizados diretamente. 
7.1 - ETAPAS PARA CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO
O Protocolo de Intenções50 é a primeira etapa do processo de celebração do convênio de cooperação. Trata-se do instrumento celebrado 
entre a ANEEL, a Agência Reguladora Estadual e o Governo do Estado, por meio do qual a Agência fica autorizada a acompanhar as ati-
vidades técnicas e os eventos de descentralização promovidos pela ANEEL. Nesse momento, ainda não há repasse de recursos, há apenas 
compartilhamento de experiências e conhecimentos necessários às atividades a serem descentralizadas pela ANEEL.
Terminado o prazo para a execução do Protocolo de Intenções, a Agência Reguladora Estadual manifestará à ANEEL o interesse em 
celebrar o convênio de cooperação. Nesta etapa, a Agência passará por uma avaliação da superintendência que firmou o Protocolo de 
Intenções, ratificando a preparação da Agência Reguladora Estadual para ser uma conveniada à ANEEL51. Somente então a Agência Regu-
47 Lei nº. 9.427/1996, arts. 12 e 13.
48 Norma de Organização ANEEL nº. 003, anexa à Resolução Normativa da ANEEL nº. 276, de 21 de agosto de 2007, art. 4º.
49 Lei nº. 9.427/1996, art. 20.
50 Norma de Organização ANEEL nº. 003, art. 5º.
51 Norma de Organização ANEEL nº. 003, art. 8º.
 
52 Norma de Organização ANEEL nº. 003, art. 10.
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ladora Estadual credenciada poderá vir a executar atividades objeto de descentralização52.
Na terceira e última etapa, faz-se o convênio de cooperação, instrumento que autoriza a delegação, por um período de cinco anos, de 
partes das atividades da ANEEL às Agências Reguladoras Estaduais. Estipula, portanto, quais são as obrigações, direitos, deveres, valores 
a serem repassados pela ANEEL e a contrapartida de tais Agências.
7.2 - INSTRUMENTOS DOS CONVÊNIOS DE COOPERAÇÃO ENTRE A ANEEL E AS AGÊNCIAS REGULADORAS ESTADUAIS
 
Parte integrante do Convênio de Cooperação, o PAM deve orientar a execução das atividades descentralizadas53 e conter a descrição 
detalhada do objetivo do convênio, sua fundamentação legal, vigência, metas a serem atingidas, atividades que serão desenvolvidas, 
liberação de recursos, prestação de contas, motivos e procedimentos de rescisão, além de todos os TAD.
Elaborado anualmente pela Superintendência da ANEEL envolvida com atividades descentralizadas e a Agência Reguladora 
Estadual54, o TAD é o documento que indica quais atividades efetivamente serão descentralizadas. O mesmo indica as metas a serem 
atingidas, as atividades e os produtos que deverão ser entregues, indicadores de desempenho a serem utilizados na verificação do cumpri-
mento das metas, os procedimentos básicos a serem observados para a execução das atividades descentralizadas, os custos de referência 
para a execução das atividades objeto da descentralização, orçamento e memória de cálculo utilizados, os valores repassados pela ANEEL 
e a contrapartida por parte da Agência Reguladora Estadual, cronograma de execução das atividades, previsão das metas e estimativa de 
custos para os exercícios seguintes55.
A SFG leva em consideração, na elaboração do TAD, os seguintes aspectos56:
53 Norma de Organização ANEEL nº. 003, art. 15.
54 Norma de Organização ANEEL nº. 003, arts. 16 e 17.
55 Norma de Organização ANEEL nº. 003, art. 18.
56 Norma de Organização ANEEL nº. 003, art. 19.
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57 Norma de Organização ANEEL nº. 003, art. 20.
a) Viabilidade ou não de as metas serem executadas pela estrutura administrativa e técnica da Agência Reguladora Estadual;
b) Adequação das metas aos objetivos estratégicos da ANEEL e os compromissos por ela assumidos e vinculação aos processos orga-
nizacionais da área passíveis de descentralização;
c) Se os orçamentos, os cronogramas, os resultados a serem apresentados e os indicadores de desempenhos estão condizentes com o 
cumprimento das metas e são compatíveis com os custos de referência para a execução das atividades descentralizadas; e
d) Disponibilidade orçamentária existente para o primeiro exercício de implementação do PAM, informação esta disponibilizada pela 
SAF.
A Agência Reguladora Estadual conveniada poderá propor metas necessárias às peculiaridades locais e que modifiquem a proposta da 
ANEEL, o que será objeto de análise pela SFG57 para sua efetiva aprovação.
Em um convênio de cinco anos serão celebrados cinco PAM, um para cada exercício financeiro. Para cada PAM serão celebrados tantos 
TAD quantos os aprovados entre as superintendências e as Agências Reguladoras Estaduais, respeitado o mínimo de um de coordenação 
e um técnico.
O TAD de coordenação diz respeito à SRI e destina-se às atividades de coordenação do convênio como um todo, tais como suporte de 
pessoal que atua no convênio de forma geral, despesas administrativas da Agência Reguladora Estadual (ex.: água, luz e telefone), despe-
sas com viagens para gestão do convênio etc. 
O TAD técnico destina-se às superintendências que descentralizam partes de suas atividades. Nele estão inseridos os insumos técnicos 
específicos para a realização daquela atividade, assim como os recursos necessários ao pessoal técnico da Agência Reguladora Estadual 
para executá-lo.
No que diz respeito à aprovação do PAM pela Diretoria da ANEEL e demais procedimentos correlatos à descentralização, deverá ser 
observada a Resolução Normativa da ANEEL nº. 276/2007 e suas eventuais alterações ou normas específicas que venham a complementá-
la ou sucedê-la.
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7.2.1 - Metas e produtos específicos do TAD da SFG
Dentre as atividades delegáveis relativas ao processo de descentralização da SFG, destacam-se as apresentadas abaixo, sem prejuízo de 
outras que se façam necessárias para atender as especificidades do parque gerador a ser fiscalizado:
a) Acompanhar autorizações e ampliações de centrais geradoras a serem implantadas no Estado, do ato autorizativo ao início de 
obras;
b) Fiscalizar e inspecionar centrais em operação ou em construção no Estado, destinadas ao serviço público, produção independente e 
autoprodução;
c) Identificar unidades geradoras sem autorização ou não cadastradas na ANEEL;
d) Executar o acompanhamento processual das usinas autorizadas e fiscalizadas;
e) Instaurar processos administrativos punitivos, de competência do Superintendente de Fiscalização da Geração, quando verificadas 
irregularidades nas usinas ou agentes fiscalizados;
f) Fiscalizar a aplicação de recursos do Programa de P&D do setor elétrico, 
g) Acompanhar a utilização de recursos da CCC, quando se tratar de empreendimentos localizados no sistema isolado.
Para execução das metas específicas previstas no TAD da Agência Reguladora Estadual conveniada, deverão ser elaborados e entregues por 
ela à SFG pelo menos os seguintes produtos, além de outros que venham a ser indicados:
a) Relatório gerencial mensal, contemplando a relação das usinas em operação e empreendimentos em implantação que foram fiscali-
zados por meio de visitas de campo;
b) Relatório de cada inspeção em campo em empreendimentos de geração em obras;
c) Relatório de cada inspeção em campo em empreendimentos de geração em operação;
d) Relatório de monitoramento da CCC, quando couber;
e) Relatório de monitoramento de desligamentos; e
f) Relatórios das ações para identificação de ativos de geração de energia não cadastrados na ANEEL.
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8 - TERCEIRIZAÇÃO PARA APOIO À FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO PAÍS: 
DAS CONTRATAÇÕES ORIUNDAS DO PROCESSO DE CREDENCIAMENTO E DE LICITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
O Decreto nº. 2.335/1997, que constitui a ANEEL sob a forma de autarquia sob regime especial e aprova sua Estrutura Regimental e o 
Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções de Confiança, em seu art. 16, § 1º, prevê a criação de mecanismos de creden-
ciamento e descredenciamento de técnicos e empresas especializadas, bem como de consultores independentes e auditores externos para 
obter, analisar e atestar informações ou dados necessários às atividades de fiscalização e controle dos serviços e instalações de energia 
elétrica.
Configura-se, assim, o credenciamento como o procedimento por meio do qual a Administração convoca todos os interessados de de-
terminado setor, dispondo-se a credenciar, com vistas à contratação por inexigibilidade de licitação, todos os que tiverem interesse e que 
satisfaçam os requisitos estabelecidos em edital, com a fixação do valor que se dispõe a pagar. Dessa forma, os possíveis interessados no 
credenciamento da ANEEL não competirão, no estrito sentido da palavra, pois todos que cumprirem as exigências de pré-qualificação defi-
nidas em edital e regulamento próprios integrarão o banco de credenciados desta Agência.
Estabeleceu-se, na ANEEL, um regulamento de Credenciamento único, que uniformiza as regras de ingresso, permanência, exclusão e 
penalidades e editais de credenciamento específicos por Superintendência.
A todos os interessados, de forma aberta e a qualquer tempo durante a vigência do edital, é dada a possibilidade de pleitear o creden-
ciamento, que será analisado segundo os parâmetros previamente definidos. Somente serão habilitados e estarão aptos a participar dos 
sorteios aqueles que preencherem todos os requisitos do edital de credenciamento. Como todos os credenciados têm a possibilidade de con-
tratar com a Administração, ocorre inviabilidade de competição, nos termos do caput do art. 25 da Lei nº. 8.666, de 21 de junho de 1993.
A Lei referida no parágrafo anterior, que trata de Licitações e Contratos, ao enumerar os casos de inexigibilidade de licitação por inviabili-
dade de competição não o fez de forma exaustiva, mas sim de maneira exemplificativa: “É inexigível a licitação quando houver inviabilidade 
de competição, em especial...”. Isto permite ao administrador discricionariedade para agir, com vista, única e exclusivamente, ao interesse 
público. No caso da ANEEL, a premência do tempo, aliada à qualificação técnica para o desempenho das atividades de fiscalização, bem 
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como a forma de seu atendimento (por todos), inviabiliza a competição.
Os serviços de suporte requeridos dos credenciados pela SFG subsidiam sua atuação na medida em que suprem a falta de determinados 
profissionais no quadro próprio da ANEEL, quer seja porque tais funções não estariam coerentes com suas diretrizes estratégicas, quer seja 
porque os trabalhos deste tipo de colaborador não são requisitados ao longo de todo o ano, sendo de cunho mais operacional ou de asses-
soramento. 
A complexidade e a especificidade do processo de fiscalização dos serviços de geração de energia elétrica justificam a adoção do pro-
cedimento de credenciamento adotado pela SFG. Ao se utilizar dos serviços de apoio prestado por empresas especializadas ou instituições 
de consultoria para subsidiar suas atividades, a Administração se vale da discricionariedade para impor parâmetros razoáveis, tanto com 
relação aos critérios técnicos e operacionais como também os de cunho comercial, buscando sempre a aderência à sua missão e aos valores 
institucionais.
Verificada pela Administração a necessidade de atendimento de uma demanda, faz-se um comunicado aos credenciados, com definição 
do objeto de análise, o tipo de serviço a ser executado, o tempo de execução, a estimativa de alocação de mão-de-obra, o valor do contrato 
e as demais disposições específicas para a realização dos trabalhos. Internamente, tem-se tentado, sempre que há deslocamentos, compor 
roteiros logisticamente inteligentes e equânimes no que diz respeito ao quantitativo de horas e aos custos de deslocamento envolvidos, em 
respeito aos princípios da economicidade e da eficiência. 
A cada demanda, os credenciados são convidados a participar do sorteio, sujeitando-se às regras do edital e ao regulamento próprio. 
No momento do sorteio, à época e conforme a necessidade da Administração, estipula-se o objeto de análise, o teor do serviço a ser exe-
cutado, o tempo de execução, a estimativa de alocação de mão-de-obra, o montante a ser pago e as demais disposições específicas para a 
realização dos trabalhos. 
Apurado e homologado o resultado do sorteio da organização, se a mesma estiver com toda a documentação da qualificação fiscal e 
econômico-financeira em ordem, é feito um contrato entre as partes e emitida Ordem de Serviço própria, por meio da qual se autoriza o 
início dos trabalhos ao credenciado e o acesso às empresas e instalações a serem vistoriadas, nos casos de trabalhos fora da sede adminis-
trativa do contratado. 
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Todos os atos praticados pela ANEEL são transparentes e acessíveis a qualquer interessado, atendendo, também, aos preceitos da Lei de 
Licitações quanto ao princípio da publicidade. 
Os preços praticados pela SFG são estipulados nos editais de credenciamento e têm sido calculados com base em metodologia própria, 
amplamente discutida internamente e que tem por referência valores atuais de mercado, remunerações pagas em licitações anteriores e o 
próprio custo de deslocamento interno, sempre se utilizando de critérios razoáveis. 
Outro ponto de destaque é a cobrança, por parte da SFG, da aderência dos trabalhos apresentados ao que foi contratado, sujeitando 
os credenciados e seus técnicos às regras do regulamento, do edital e ao próprio Código de Ética da ANEEL58. Vale dizer que os trabalhos 
realizados pelos credenciados e a atuação de seus técnicos têm sido constantemente avaliados, sendo o resultado desta apreciação fator de 
permanência no cadastro de Credenciamento da Agência Reguladora. 
Os trabalhos de fiscalização da SFG com o apoio de credenciados poderão ter caráter periódico, eventual ou emergencial. A motivação 
pode ser decorrente de denúncia, atendimento de demanda não prevista ou ocorrência grave que tenha causado acidente, degradação na 
qualidade dos serviços de energia elétrica ou, ainda, risco na segurança das pessoas, instalações ou meio ambiente. 
Depreende-se da parte inicial do inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal de 1988 que a obrigatoriedade de licitação pública é a 
regra e que a contratação direta, quer por dispensa, quer por inexigibilidade, é a exceção, que demanda ser interpretada excepcionalmente, 
isto é, de modo restrito.
Assim, nos casos de demandas programadas em que é viável a competição, a SFG poderá se valer de licitações públicas administrativas 
para selecionar futuros contratados.
 
58 Portaria da ANEEL nº. 582, de 17 de abril de 2007.
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ANEXOS
ANEXO I – Modelo de Fax para Comunicação de 
Fiscalização ao Agente 
ANEXO II – Modelo de Ofício de Comunicação ao Agente
em Fiscalização de Diagnóstico 
ANEXO III – Ficha Técnica de Central Geradora Eólica 
ANEXO IV – Ficha Técnica de Central Geradora Solar 
Fotovoltaica 
ANEXO V – Ficha Técnica de UHE / PCH 
ANEXO VI – Ficha Técnica de Termelétrica 
ANEXO VII – Modelo de Relatório de Fiscalização
ANEXO VIII – Exemplos de Descrição de Constatações
ANEXO IX – Modelo de TN
ANEXO X – Termo de Intimação (TI) 
ANEXO XI – Modelo de AI 
ANEXO XII – Modelo de TA 
ANEXO XIII – Modelo de TE 
ANEXO XIV – Fluxograma dos Procedimentos GeraisServiços de Geração (da ANEEL)
SGE Secretaria Geral (da ANEEL) 
SGH Superintendência de Gestão e Estudos Hidroenergéticos (da ANEEL)
SIN Sistema Interligado Nacional
SLC Superintendência de Licitações e Controle de Contratos e Convênios (da ANEEL)
SP Concessionária de Serviço Público 
SPG Superintendência de Planejamento da Gestão (da ANEEL)
SRI Superintendência de Relações Institucionais (da ANEEL)
SRG Superintendência de Regulação dos Serviços de Geração (da ANEEL)
SRT Superintendência de Regulação dos Serviços de Transmissão (da ANEEL)
TA Termo de Arquivamento
TAC Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta
TAD Termo Anual de Descentralização
TE Termo de Encerramento
TI Termo de Intimação
TN Termo de Notificação
UHE Usina Hidrelétrica
UTE Usina Termelétrica
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GLOSSÁRIO
Com o objetivo de uniformizar e facilitar o entendimento do usuário, apresentam-se, a seguir, definições de termos relacionados com 
as características do parque gerador brasileiro que constam neste manual, os quais são empregados no âmbito da ANEEL. 
Agente de geração: agente titular de concessão, permissão ou autorização, outorgada pelo Poder Concedente para fins de geração 
de energia elétrica.
Agente Registrado: agente dispensado, pelo art. 8º da Lei nº. 9.074, de 7 de julho de 1995, de concessão, permissão ou autorização 
e que explora potencial hidráulico igual ou inferior a 1.000 kW, ou usina termoelétrica, eólica e de outras fontes alternativas de energia 
com potência igual ou inferior a 5.000 kW. Deve, apenas, comunicar os dados técnicos e características do respectivo empreendimento ao 
Poder Concedente, conforme Resolução Normativa da ANEEL n°. 112, de 18 de maio de 1999.
Aproveitamento Hidrelétrico: empreendimento para exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica2; ou, 
também, aproveitamento energético de curso d’água3.
Auto de Infração: é o termo lavrado pela autoridade responsável pela ação fiscalizadora, para evidência ou comprovação material 
de infração. Nele deve-se indicar a transgressão praticada contra a legislação setorial ou cláusulas contratuais4.
Autoprodutor de Energia Elétrica: pessoa física ou jurídica ou empresas reunidas em consórcio que exploram empreendimento 
de geração de energia elétrica destinada ao seu uso exclusivo5.
Central Cogeradora de Energia: instalação específica que processa, para fins da produção combinada, as utilidades calor e ener-
gia mecânica, esta geralmente convertida total ou parcialmente em energia elétrica, a partir da energia disponibilizada por uma fonte 
primária. 
Central Geradora Eólica: usina que produz energia elétrica por meio de unidades geradoras denominadas aerogeradores ou turbi-
nas eólicas. 
2 Constituição Federal de 1988, art. 20, § 1º.
3 Constituição Federal de 1988, art. 21, XII, b.
4 SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico. Ed. Forense, Rio de Janeiro: 2004. (p.173).
5 Decreto nº. 2.003, de 10 de setembro de 1996, art. 2º, II.
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Central Geradora Hidrelétrica: aproveitamento de potencial hidráulico de potência igual ou inferior a 1.000 kW, conforme deno-
minação adotada pela ANEEL6 em seus documentos e no BIG.
Concessionária de serviço público de geração: agente titular de concessão federal para explorar a prestação de serviço público 
de geração de energia elétrica7.
Constatação: descrição de procedimento, situação, ou fato relevante constatado na fiscalização do agente de geração.
Determinação: corresponde a uma ação emanada da Agência Reguladora e que deve ser cumprida pelo agente no prazo especificado.
Fiscalização programada: é uma fiscalização prevista pelo planejamento interno da SFG e que incorpora a meta quantitativa do 
Plano de Trabalho da ANEEL.
Fiscalização não-programada: é a fiscalização não prevista pelo planejamento interno da SFG, mas que, por razões diversas, foi 
efetivamente realizada e pode ser incorporada ao Plano de Trabalho da ANEEL do exercício, em função de sua entrada em substituição a 
uma fiscalização programada ou por simples acréscimo.
Não-conformidade: refere-se a um procedimento adotado pelo agente, a um fato consumado por ele, a uma inação ou ação sua em 
curso que, simultaneamente ou não:
a) Não obedeça à legislação do setor elétrico;
b) Não atenda ao contrato de concessão ou ato autorizativo;
c) Não observe às normas técnicas, aos procedimentos ou às instruções pertinentes ao setor;
d) Esteja em desacordo com as normas ou regulamentos preconizados pelas demais instituições legais do Estado Brasileiro, a saber: 
 Corpo de Bombeiros, Ministério do Trabalho, Ministério do Meio Ambiente e suas instituições subsidiárias, etc.
6 ANEEL. Guia do empreendedor de pequenas centrais hidrelétricas. Brasília: ANEEL, 2003. (p.21).
7 Definição abrangente, que contempla diferentes formas de concessão ao longo da história do Setor Elétrico. Em uma leitura contemporânea mais precisa, conjugando-se a Lei nº. 8.987, de 13 de fevereiro 
de 1995, art. 2º, II, com a Lei nº. 9.074, de 7 de julho de 1995, art. 1º, V, e Capítulo II, Seção I, poder-se-ia definir concessionária de serviço público de geração como “pessoa jurídica ou consórcio de empresas 
titular de delegação (concessão), feita pelo Poder Concedente da União, mediante licitação, na modalidade de concorrência, para prestação de serviço público de geração de energia elétrica, para o qual tenha 
demonstrado capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”.
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Pequena Central Hidrelétrica: aproveitamento de potencial hidráulico de potência instalada superior a 1.000 kW e igual ou inferior 
a 30.000 kW destinado a produção independente ou autoprodução de energia elétrica, que atenda aos demais critérios de enquadramento 
estabelecidos pela ANEEL.
Permissionária de serviço público de geração: agente titular de permissão federal para explorar a prestação de serviço público 
de geração de energia elétrica.
Produtor Independente de Energia Elétrica: pessoa jurídica ou empresas reunidas em consórcio que recebam concessão ou au-
torização do Poder Concedente, para produzir energia elétrica destinada ao comércio de toda ou parte da energia produzida, por sua conta 
e risco8.
Recomendação: tem caráter de educação e orientação e corresponde a uma ação ou procedimento que não se enquadra como não-
conformidade, cujo atendimento pelo agente é apenas desejável do ponto de vista de melhoria de seu processo ou de suas instalações. 
Pode ser feita pela fiscalização apenas quando represente melhoria inquestionável e sempre com base nas melhores práticas consagradas 
no setor, recomendadas nas normas ou literatura especializada ou acumuladas na experiência da ação fiscalizadora.
Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta: termo que a ANEEL poderá, alternativamente à imposição de penalidade, firmar 
com a concessionária, permissionária ou autorizada, visando à adequação da conduta irregular às disposições regulamentares ou contra-
tuais aplicáveis9.
Termo de Arquivamento: termo expedido pela autoridade responsável pela ação fiscalizadora para dar ciência ao agente notificado 
de que o TN foi arquivado, quando não comprovada a não-conformidade ou sendo consideradas procedentes as alegações do notificado10. 
Além de dados cadastrais do processo e do agente, no TA consta a determinação expressa do arquivamento bem como as considerações 
que o embasaram.
Termo de Encerramento: termo expedido pela autoridade responsável pela abertura de processo administrativo punitivo para dar 
ciência ao agente de que o Auto de Infração foi encerrado. O documento original é juntado ao final do processo administrativo punitivo e 
8 Lei nº. 9.074/1995, art. 11, e Decreto nº. 2.003/1996, art. 2º, I.
9 Regulamentado pela Resolução Normativa da ANEEL nº. 333, de 07 de outubro de 2008.
10 Resolução Normativapara
Imposição de Penalidades aos Agentes 
ANEXO XV – Legislação Básica do Setor Elétrico 
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ANEXO I - Modelo de fax para Comunicação de fiscalização ao Agente
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ANEXO II - Modelo de Ofício de Comunicação ao Agente em Fiscalização de Diagnóstico
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Anexo A1 - Programa de Fiscalização (do ANEXO II)
a) Apresentação da equipe de fiscalização;
b) Abertura dos trabalhos e apresentação da SFG/ANEEL (15 minutos);
c) Apresentação da empresa (máximo de 30 minutos), procurando mostrar os aspectos técnico-administrativos, destacando os
 indicadores de desempenho e as principais características da usina;
d) Procedimentos e critérios da fiscalização;
e) Análise da documentação solicitada;
f) Inspeção de campo e registro fotográfico;
g) Elaboração de relatório preliminar;
h) Reunião de encerramento.
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a) Quantitativo de pessoal, incluindo o de operação, administrativo 
e de gestão ambiental, envolvido direta e indiretamente na opera-
ção e manutenção do empreendimento, e mencionando as equipes 
que atuam em atividades comuns;
b) Organograma da operação e da manutenção da usina;
c) Diagrama unifilar geral da subestação associada ao sistema de 
transmissão;
d) Diagrama unifilar do serviço auxiliar;
e) Diagrama esquemático do sistema de medição de faturamento de 
energia elétrica (Resolução ANEEL nº XXX/XXXX);
f) Diagrama esquemático dos sistemas de proteção, de tele-supervi-
são e de telecomunicações;
g) Relatório de geração de energia mensal dos últimos 12 (doze) 
meses;
h) Manuais operativos e de manutenção descrevendo o funciona-
mento das instalações;
i) Instruções de operação coordenadas pelo ONS;
j) Instruções normalizando os procedimentos de operação e manu-
tenção;
k) Planos de ações de emergência;
l) Controle e tratamento de falhas humanas;
m) Controle de defeitos dos equipamentos;
n) Programa de treinamento;
o) Dados principais da usina – conforme Anexo A3 – disponibilizar 
em arquivo magnético;
p) Relatórios periódicos com tratamento estatístico:
• Avaliação do desempenho da operação – disponibilidade opera-
cional de unidades geradoras;
• Avaliação do desempenho de equipamentos – taxas de falha, 
tempos de reparo;
• Avaliação de desempenho da manutenção;
Outros relatórios existentes, específicos de avaliação de desliga-
mentos, perturbações, etc., que possam auxiliar nas atividades de 
fiscalização.
Anexo A2 - Relação dos Documentos Solicitados (do ANEXO II) 
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ANEXO III - Ficha Técnica de Central Geradora Eólica1
1 Em consonância com o modelo aprovado pela Resolução ANEEL nº 112, de 18 de maio de 1999.
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ANEXO IV - Ficha Técnica de Central Geradora Solar Fotovoltaica2
2 Em consonância com o modelo aprovado pela Resolução ANEEL nº 112, de 18 de maio de 1999.
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ANEXO V - Ficha Técnica de UHE / PCH
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ANEXO VI - Ficha Técnica de Termelétrica3
3 Em consonância com o modelo aprovado pela Resolução ANEEL nº 112, de 18 de maio de 1999.
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ANEXO VII - Modelo de Relatório de Fiscalização (capa)
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ANEXO VII - Modelo de Relatório de Fiscalização (índice)
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ANEXO VII - Modelo de Relatório de Fiscalização (introdução / identificação do empreendimento)
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ANEXO VII - Modelo de Relatório de Fiscalização (situação do empreendimento / constatações) 
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ANEXO VII - Modelo de Relatório de Fiscalização (constatações / assinatura do técnico que coordenou a ação) 
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ANEXO VII - Modelo de Relatório de Fiscalização (registro fotográfico) 
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ANEXO VIII - Exemplos de Descrição de Constatações (pág.1 de 3)
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ANEXO VIII - Exemplos de Descrição de Constatações (pág.2 de 3)
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ANEXO VIII - Exemplos de Descrição de Constatações (pág.3 de 3)
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ANEXO IX - Modelo de TN
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ANEXO X - Termo de Intimação - TI
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ANEXO XI - Modelo de AI
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ANEXO XII - Modelo de TA
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ANEXO XIV - Fluxograma dos Procedimentos Gerais para Imposição de Penalidades aos Agentes (parte 1) 
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ANEXO XIV - Fluxograma dos Procedimentos Gerais para Imposição de Penalidades aos Agentes (parte 2) 
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ANEXO XIV - Fluxograma dos Procedimentos Gerais para Imposição de Penalidades aos Agentes (parte 3) 
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 1 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 2 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 3 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 4 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 5 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 6 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 7 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 8 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 9 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 10 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 11 de 12)
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ANEXO XV - Legislação Básica do Setor Elétrico (pág. 12 de 12)da ANEEL nº. 63, de 12 de maio de 2004, art. 20, § 1º.
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uma via é remetida ao respectivo agente interessado, para que possa ter ciência do ato. Além dos dados supracitados, o TE traz a descrição 
sucinta dos fatos que motivaram o encerramento do Auto de Infração.
Termo de Intimação11: termo expedido pela autoridade responsável pela ação de fiscalização, mediante autorização por Despacho 
da Diretoria da ANEEL, para cientificar o agente das irregularidades constatadas em instalações de empreendimentos sob sua responsa-
bilidade que possam, por si só ou conjuntamente, levar à imposição das seguintes penalidades: suspensão temporária de participação 
em licitações para obtenção de novas concessões, permissões ou autorizações, ou impedimento de receber autorização para serviços e 
instalações de energia elétrica; revogação de autorização; intervenção administrativa; e caducidade da concessão ou da permissão.
Termo de Notificação: termo enviado juntamente com o relatório de fiscalização ao representante legal do agente fiscalizado ou ao 
seu procurador habilitado para conhecimento e, se for o caso, manifestação no prazo regulamentar12. O relatório trará os dados básicos da 
ação da fiscalização como identificação, localização e características básicas do empreendimento fiscalizado, data de execução e nomes 
dos executores; os objetivos específicos da ação; uma síntese da situação do empreendimento (fatos relevantes que não representem ir-
regularidades); irregularidades constatadas; determinações ou recomendações, caso necessárias; e registro fotográfico, se imprescindível 
para evidenciar a irregularidade.
Usina Hidrelétrica: aproveitamento de potencial hidráulico de potência instalada superior a 30.000 kW.
Usina Termelétrica: central geradora que produz energia elétrica por meio de um gerador elétrico acoplado a um equipamento 
motriz (turbina ou motor), que tem sua energia mecânica oriunda de uma transformação de energia térmica proveniente de combustão ou 
fissão nuclear controlada de elementos instáveis.
11 Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004, art. 27.
12 Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004, arts. 18 a 20.
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APRESENTAÇÃO
O Manual de Fiscalização tem por objetivo servir como instrumento de divulgação da metodologia adotada pela SFG na fiscalização dos 
serviços de geração de energia elétrica nacional à ANEEL, à sociedade, às Agências Reguladoras Estaduais, aos órgãos de controle interno 
e externo e, essencialmente, aos agentes de geração de energia elétrica que atuam ou desejem atuar no País.
Dentre os resultados esperados com a divulgação do Manual de Fiscalização estão a uniformização, a padronização e o nivelamento de 
informações sobre os procedimentos de fiscalização da ANEEL, no intuito de promover um tratamento isonômico aos agentes quanto ao 
processo de fiscalização e alcançar a adequação dos serviços de geração de energia elétrica no Brasil, para que eles satisfaçam as condi-
ções de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
Em conformidade com o princípio da transparência, o Manual contextualiza, de maneira sucinta e progressiva, os procedimentos e 
ações adotados no processo de fiscalização dos serviços de geração de energia elétrica brasileira, função legalmente atribuída à SFG.
Depois de um breve histórico da fiscalização da geração de energia elétrica brasileira no Capítulo 1, o Manual dispõe, no Capítulo 2, 
sobre o amparo legal que a SFG hoje detém para exercer esta competência. 
Além de caracterizar os principais objetivos e beneficiários com a fiscalização dos serviços de geração, o Capítulo 3 faz uma abordagem 
do Programa Qualidade do Serviço de Energia Elétrica e das principais penalidades referentes ao processo administrativo punitivo. 
O Capítulo 4 é dedicado às ações de fiscalização dos serviços de geração de energia elétrica brasileira adotadas pela SFG em obras em 
empreendimentos de geração, na produção de energia elétrica e na inspeção específica de encargos setoriais e programas governamen-
tais, obrigações contratuais e agentes de operação de sistemas e comercialização do setor elétrico.
Para tratar do planejamento interno, o Capítulo 5 aborda a inserção da área de fiscalização no PPA da ANEEL, que abrange um período 
de quatro anos e cuja meta principal é o monitoramento de todo o parque gerador, seja à distância ou por meio de visita in loco, até a 
elaboração do respectivo plano de visitas.
Para explicar a fiscalização propriamente dita, o Capítulo 6 apresenta todo o procedimento de sua preparação, execução in loco, e 
acompanhamento e análise da manifestação do agente, que traz em seu bojo o acatamento e as ações que serão por ele implementadas 
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para sanar ou regularizar as constatações listadas no relatório de fiscalização. Dentro deste tópico estão inclusas, também, orientações 
quanto ao processo administrativo punitivo.
O planejamento interno contempla, além das atribuições específicas de cada técnico na fiscalização da geração de energia elétrica, 
aquelas atividades de caráter geral, necessárias ao funcionamento da área, tais como a gestão de convênios firmados junto às Agências 
Reguladoras Estaduais conveniadas e contratos de consultoria especializada, assuntos que são tratados nos Capítulos 7 e 8, respectiva-
mente.
Nos anexos deste Manual são apresentados modelos de ofício e de fax, rol de documentos básicos a serem solicitados aos agentes, 
previamente às fiscalizações, e modelos de fichas técnicas para os diferentes tipos de usinas de geração de energia elétrica que integram 
o parque gerador brasileiro.
No que diz respeito aos aspectos formais dos processos de fiscalização, nos anexos são apresentados modelos de Relatório de Fiscali-
zação e de documentos como AI, TA, TE, TI e TN, além de um fluxograma que sintetiza os procedimentos gerais para imposição de pena-
lidades, conforme estabelecido na Resolução Normativa da ANEEL n°. 63, de 12 de maio de 2004.
Desses anexos, dois merecem destaque especial por tratarem, respectivamente, do arcabouço legal do Setor Elétrico e da descrição das 
principais constatações provenientes das ações de fiscalização dos serviços de geração.
Por fim, vale destacar que o processo de fiscalização tem se mostrado bastante dinâmico e desafiador, como o próprio universo das 
Agências Reguladoras, ressaltando-se, com isso, a necessidade da busca contínua da melhoria de métodos e procedimentos empregados 
nas atuais ações de fiscalização e, também, de subsídios para a concepção de novos tipos de ações no futuro.
HISTÓRICO
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1 - UM BREVE HISTÓRICO DA FISCALIZAÇÃO DA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL 
A regulamentação da fiscalização da produção de energia elétrica brasileira começou a ser delineada pelo art. 144 do Decreto nº. 
24.643, de 10 de julho de 1934, conhecido como Código de Águas. Primeiramente, os objetivos eram assegurar um serviço adequado, 
fixar tarifas razoáveis e garantir a estabilidade financeira das empresas. Além disso, em 1935, foi realizado o grande censo de instalações 
de geração de energia elétrica no País.
Com o advento do Decreto nº. 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, estabeleceu-se a base para a fiscalização técnica dos serviços de 
geração. Diversos artigos disciplinaram as normas técnicas relativas às instalações e serviços, à operação e conservação, às penalidades e 
à caducidade das concessões. 
De 1934 a 1996, a fiscalização foi realizada essencialmente com perfil contábil e levando em consideração questões isoladas da distri-
buição. Mesmo prevista em lei, na prática, a fiscalização dos serviços de geração não havia sido consolidada. 
Atualmente, a responsabilidade deplanejar a expansão da geração de energia elétrica é tarefa do Governo Federal, enquanto a fisca-
lização e a regulação são atribuições da ANEEL, desde a criação da Agência.
A fiscalização da produção de energia elétrica, do andamento das obras de novas usinas a serem inseridas no parque gerador nacional, 
bem como de encargos e programas setoriais governamentais, das obrigações contratuais e agentes de operação de sistemas e comercia-
lização do setor elétrico são ações desempenhadas pela SFG. 
Apesar do pouco tempo de existência, a SFG implantou e promoveu uma profunda mudança nos métodos de fiscalização dos empreen-
dimentos de geração de todo o País. Hoje, pela primeira vez em sua história, o Brasil tem a totalidade de suas usinas geradoras fiscalizadas 
pelo poder público. Esse trabalho começou em 1998, quando foram cadastradas as usinas geradoras de concessionárias de serviço público. 
A partir de então, passou-se aos autoprodutores e aos produtores independentes de energia elétrica. Tal iniciativa pavimentou o caminho 
para a consolidação do acompanhamento da operação das usinas já existentes. 
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13 Conforme Resolução Normativa da ANEEL nº. 350, de 22 de dezembro de 1999, que foi revogada pela Resolução Normativa da ANEEL nº. 347, de 06 de janeiro de 2009.
A partir de 1999, priorizou-se o acompanhamento da implantação de novas usinas com outorgas expedidas. O objetivo desse trabalho, 
uma das principais atividades da SFG, é verificar o cumprimento dos cronogramas das obras de novas usinas, bem como a adequação ao 
projeto básico e à legislação, e atuar, quando necessário, por meio de seu poder de polícia, no sentido de orientar e notificar para a corre-
ção de desvios, além de autuar os agentes que cometam irregularidades.
O mecanismo de descentralização, por meio da delegação de atividades a Agências Reguladoras Estaduais, foi adotado pela ANEEL 
desde 1998 e visa, principalmente, aproximar as ações de regulação, fiscalização e mediação de consumidores, agentes regulados e da 
sociedade em geral, com agilidade do rito processual e adaptação às circunstâncias locais, o que corrobora para a celeridade na solução 
de conflitos. 
Em 2000, a ANEEL iniciou uma nova etapa de sua atividade de fiscalização, com o desenvolvimento do Diagnóstico dos Procedimentos 
de Operação e Manutenção em Centrais de Geração de Energia Elétrica, um trabalho pioneiro no País. Esse diagnóstico visa constatar as 
condições físicas e de operação e manutenção das usinas em funcionamento que são de grande porte ou que têm relevância estratégica 
na matriz energética brasileira. 
Desde então novos desafios surgiram, como a fiscalização da CCC, do ONS e, também, de programas governamentais como o PROINFA 
e o Programa de P&D do Setor de Energia Elétrica.
Apesar de o PROINFA ter sido criado em 2002, os trabalhos da SFG voltados ao programa foram mais significativos a partir de 2004. A 
SFG tem disponibilizado vários dados para o MME e para outras áreas da ANEEL quanto à regulamentação do PROINFA. 
Em 2004, com a criação de um grupo de trabalho coordenado pela SFG, intensificou-se a fiscalização da CCC. Foram tomadas ações no 
sentido de elaborar um extrato com a legislação e os dispositivos regulamentares aplicáveis ao assunto, com o mapeamento das responsa-
bilidades legalmente incumbidas à Eletrobrás, ao GTON, ao ONS13 e aos agentes beneficiados pela CCC ou quotistas dela, para identificar 
algumas ações prioritárias a serem tomadas pela ANEEL relativas a estes agentes.
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14 Documentos de caráter normativo cuja previsão legal encontra-se na letra f do art. 13 da Lei nº. 9.648, de 27 de maio de 1998, elaborados pelo ONS e aprovados pela ANEEL, que definem os procedimentos 
e requisitos necessários à realização das atividades de planejamento da operação eletroenergética, administração da transmissão, programação e operação em tempo real no âmbito do SIN. 
Após a experiência com a fiscalização de projetos de P&D de algumas empresas, em 2005 e 2006, a SFG desenvolveu, em 2007, uma 
metodologia própria de inspeção de projetos de P&D oriundos das organizações geradoras de energia elétrica, cuja obrigação foi constitu-
ída em virtude da Lei nº. 9.991, de 24 de julho de 2000, do art. 24 da Lei nº. 10.438, de 26 de abril de 2002, e do art. 12 da Lei nº. 10.848, 
de 15 de março de 2004. Tais institutos dizem que as empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público de distribuição, 
geração ou transmissão de energia elétrica, assim como as autorizadas à produção independente de energia elétrica, exceto aquelas que 
geram energia exclusivamente a partir de pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, cogeração qualificada, usinas eólicas ou solares, 
devem aplicar anualmente um percentual mínimo de sua receita operacional líquida no Programa de P&D do Setor de Energia Elétrica, 
segundo regulamentos estabelecidos pela ANEEL.
A SFG, a partir de 2007, iniciou um trabalho com o objetivo de aprofundar a técnica de auditoria dos sistemas e procedimentos técnicos 
do ONS. Para tanto, foi elaborado, pelas Superintendências afins da ANEEL, um manual do Programa Regular de Fiscalização do ONS, ba-
seado em todos os módulos de seus Procedimentos de Rede14 e de outras atividades e obrigações constituídas em normativos expressos.
 
Essa tem sido a rotina da área de fiscalização. Aprimorar-se cada vez mais no nível de exigências técnicas sobre a implantação, opera-
ção e conservação, contribuindo para a ampliação da capacidade instalada do parque gerador nacional e a detecção, prevenção e correção 
de problemas nos sistemas elétricos em funcionamento, o que, por certo, leva ao incremento da confiabilidade e disponibilidade energéti-
ca, além de corroborar para o aperfeiçoamento constante dos procedimentos operacionais e de manutenção das geradoras.
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MOTIVAÇÃO
15 Lei 9.427, de 26 de dezembro de 1996.
2 - AMPARO PARA AS ATIVIDADES DE FISCALIZAÇÃO DA SFG
A Constituição Federal de 1988, art. 175, incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou per-
missão, a prestação de serviços públicos, dispondo a lei sobre o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públi-
cos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão 
ou permissão, os direitos dos usuários e a obrigação de manter serviço adequado.
A Lei nº. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, diz que tais concessões e permissões da prestação de serviços públicos previstos no art. 
175 da Constituição Federal de 1988 estão sujeitas à fiscalização pelo Poder Concedente responsável pela delegação, com a cooperação 
dos usuários.
A concessionária ou permissionária autorizada deve executar o serviço concedido e responder por todos os prejuízos causados ao Poder 
Concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.
 
É dever do Poder Concedente regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação, aplicar as penalidades 
regulamentares e contratuais, intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei, e, também, cumprir e fazer cumprir 
as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas contratuais da concessão.
A fiscalização do serviço pode ser feita por intermédio de órgão técnico do Poder Concedente ou por entidade com ele conveniada, e, 
periodicamente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de representantes do Poder Concedente, da conces-
sionária e dos usuários. Em exercício de fiscalização deverá ser dado acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos 
técnicos, econômicos e financeiros da concessionária. 
A Lei nº. 9.42715 instituiua ANEEL com a finalidade de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de 
energia elétrica, em conformidade com as políticas e diretrizes do governo federal, a qual inclui a incumbência legal de, dentre outras 
atribuições, fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as permissões e a prestação dos serviços 
de energia elétrica, bem como a gestão de tais contratos.
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16 O inciso XIV do art. 4º do Anexo I atribui à ANEEL a competência de fiscalizar a prestação dos serviços e instalações de energia elétrica e aplicar as penalidades regulamentares e contratuais.
17 O inciso IX do art. 23 da Portaria do MME nº. 349 define a atribuição específica para a SFG.
O Decreto nº. 2.33516, de 6 de outubro de 1997, constituiu a estrutura regimental da ANEEL na forma de autarquia sob regime especial, 
com personalidade jurídica de direito público e autonomia patrimonial, administrativa e financeira, vinculada ao MME, o Poder Conceden-
te, com sede e foro no Distrito Federal e prazo de duração indeterminado, nos termos da Lei nº. 9.427, de 26 de dezembro de 1996.
Com a publicação da Portaria do MME nº. 349, de 28 de novembro de 1997 (com as alterações da Resolução Normativa da ANEEL nº. 
249, de 30 de janeiro de 2007, e da Resolução Normativa da ANEEL nº. 116, de 29 de novembro de 2004) ficou aprovado o regimento 
interno da ANEEL, que especifica as atribuições de cada uma de suas Superintendências17.
A administração da ANEEL é objeto de contrato de gestão, que deve ser firmado entre a Diretoria da Autarquia e o MME, nos termos 
do art. 7º da Lei nº. 9.427/1996 e do art. 20 do Anexo I do Decreto nº. 2.335/1997, em conformidade com o § 8º do art. 37 da Constituição 
Federal de 1988.
O contrato de gestão é um instrumento de controle da atuação administrativa da autarquia e da avaliação de seu desempenho. Assim, 
a avaliação do desempenho das metas propostas no contrato de gestão faz parte da PCA da ANEEL.
No contrato firmado com o ministério supervisor são definidas as metas a serem atingidas, a compatibilidade dos planos anuais com 
o orçamento da entidade, os meios necessários à consecução dessas metas, as medidas legais e administrativas a serem adotadas para 
assegurar maior autonomia de gestão orçamentária, financeira e administrativa, as penalidades aplicáveis em caso de descumprimento 
das metas, além das condições de vigência, revisão, renovação e rescisão.
A orientação estratégica do governo de consolidar a estabilidade econômica com crescimento sustentado estabelece o megaobjetivo de 
crescimento com geração de trabalho, emprego e renda, ambientalmente sustentável e redutor das desigualdades regionais, e o desafio
de impulsionar os investimentos em infraestrutura de forma coordenada e sustentável, o que norteia a elaboração do PPA, e direciona, 
assim, a implementação das políticas setoriais.
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Para o setor de energia elétrica, os objetivos setoriais são o de assegurar a expansão do sistema energético nacional, sustentado por um 
processo de planejamento coordenado pelo MME e adequado às orientações do governo e à realidade vigente, em consideração aos even-
tuais modelos setoriais, de forma a garantir o atendimento à demanda brasileira de insumos energéticos, no curto, médio e longo prazos, 
e estimular a diversificação da matriz energética, o equilíbrio econômico-financeiro, a justiça social e a sustentabilidade ambiental.
Também é um objetivo setorial garantir o equilíbrio entre oferta e demanda, com a necessária qualidade, continuidade e confiabilidade 
do suprimento de energia elétrica em todo o território brasileiro, sob regras econômico-financeiras e políticas tarifárias adequadas, que 
permitam a atração e remuneração dos investimentos requeridos para a expansão, em condições justas.
Dentro deste contexto, o CMSE, que foi constituído pelo Decreto nº. 5.175, de 9 de agosto de 2004, e que possui representantes da 
ANEEL, ANP, CCEE, EPE e ONS, desempenha a função precípua de acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e segurança 
do suprimento eletroenergético em todo o território nacional. 
O programa de governo associado à ANEEL, Qualidade do Serviço de Energia Elétrica, visa propiciar condições para que o processo de 
concessão e autorização de novos empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica se dê de acordo com as necessidades 
apontadas pelos estudos de planejamento setorial, em busca do desenvolvimento sustentável da economia e do atendimento com quali-
dade da demanda de energia elétrica.
Em sequência ao planejamento governamental, a ANEEL define os parâmetros para a construção do Planejamento Estratégico da 
Agência a partir dos megaobjetivos e das diretrizes governamentais setoriais, tendo por bases de referência sua missão, valores, desafios 
e metas.
A elaboração de políticas e diretrizes do setor de energia elétrica é competência do Governo Federal, que se vale do assessoramento do 
CNPE, órgão criado por meio da Lei nº. 9.478, de 06 de agosto de 1997. 
 
No âmbito do gerenciamento dos programas e ações relacionados à ANEEL se desenvolve o Plano Gerencial ou Plano de Trabalho 
Anual, que apresenta o detalhamento e o desdobramento das ações do PPA, de modo a proporcionar maior grau de visibilidade quanto 
ao conjunto de processos associados ao desenvolvimento da ação. O Plano Gerencial se norteia pela programação constante no Plano de 
Metas, com foco na execução no exercício específico. 
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CONTEXTUALIZAÇÃO
3 - CONTEXTUALIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA BRASILEIRA
Entre as ações do programa Qualidade do Serviço de Energia Elétrica está a Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica, que tem por 
finalidade verificar o cumprimento das obrigações constituídas aos agentes nos atos de outorgas e em dispositivos regulamentares, para 
garantir que o atendimento a consumidores se dê em padrões de qualidade, prazo, e segurança compatíveis com os requisitos adequados 
à finalidade dos serviços. Essa ação tem como titulares a SFG, a SFE e a SFF.
A ação de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica contempla a atuação técnica junto aos agentes dos serviços de geração, ins-
peção técnica e comercial junto aos agentes dos serviços de eletricidade (que abrangem os serviços de transmissão e distribuição) e a 
fiscalização sob os aspectos econômicos e financeiros junto aos agentes do setor. 
A ação fiscalizadora da Agência Reguladora, no que tange à exploração dos serviços de geração de energia elétrica, visa, primordial-
mente, à educação e orientação dos agentes deste segmento, à prevenção de condutas violadoras da lei e dos contratos e à descentrali-
zação de atividades complementares aos Estados, com os propósitos de18:
a) Instruir os agentes de geração quanto ao cumprimento de suas obrigações contratuais e regulamentares, prevenindo condutas que 
violem leis e o próprio contrato;
b) Fazer cumprir os contratos, as normas e os regulamentos da exploração dos serviços e instalações de energia elétrica;
c) Garantir o atendimento aos padrões de qualidade, prazo e segurança compatíveis com as necessidades regionais e específicas dos 
agentes de geração;
d) Garantir o atendimento aos requisitos de quantidade, adequação e finalidade dos serviços e instalações de energia elétrica; e
e) Subsidiar, com informações e dados necessários, a ação regulatória, visando à modernização do ambiente institucional de atuação 
da Agência Reguladora.
Desnecessário aqui tecer maiores comentários acerca da importância da energia elétrica para o País e de seu efeito multiplicador na 
economia, razões pelas quais é dever do Poder Público garantir a prestação de serviços adequados aos seus usuários, que compreende a 
modernidade das técnicas, dos equipamentos e dasinstalações, bem como a melhoria e expansão do serviço.
 18 Decreto nº 2.335, de 06 de outubro de 1997, art. 16.
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Para destacar a relevância da fiscalização dos serviços de energia elétrica vale enfatizar que ela promove benefícios aos seguintes 
atores:
a) Consumidores, pelo princípio de garantir a prestação de serviço dentro de padrões de qualidade, custo, prazo e segurança;
b) Agentes de geração, transmissão e distribuição, pelo caráter educativo, no sentido de promover a regularidade das obrigações 
contratuais;
c) Usuários da rede, pelo princípio de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade e qualidade do serviço de energia 
elétrica; e
d) União, pela verificação do cumprimento das obrigações constituídas às concessionárias de geração, transmissão e distribuição, 
constantes dos contratos de concessão.
A ação de fiscalização de competência da ANEEL, em conformidade com as normas regulamentares e os respectivos contratos de con-
cessão e atos autorizativos, poderá acarretar penalidades aos agentes delegados de instalações e serviços de energia elétrica, conforme 
dispõe o art. 2º da Resolução Normativa da ANEEL nº. 63/2004. Tal ato dispõe, também, sobre a cumulatividade, o agravo ou atenuação 
delas.
A ANEEL orienta a execução de suas atividades finalísticas de forma a “proporcionar condições favoráveis para que o desenvolvimento 
do mercado de energia elétrica ocorra com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade”, em observação, dentre outras, às 
seguintes diretrizes: prevenção de potenciais conflitos; regulação e fiscalização realizadas com o caráter de simplicidade e pautadas na 
livre concorrência entre os agentes, no atendimento às necessidades dos consumidores e no pleno acesso aos serviços de energia elétri-
ca; criação de condições para a modicidade das tarifas, sem prejuízo da oferta e com ênfase na qualidade do serviço de energia elétrica; 
educação e informação dos agentes e demais envolvidos sobre as políticas, diretrizes e regulamentos do setor de energia elétrica; além da 
transparência e efetividade nas relações com a sociedade.
A criação da ANEEL como autarquia especial teve por embasamento o contexto da Reforma Administrativa do Estado e foi concebida 
para ter uma estrutura enxuta de pessoal, capaz de atender às competências que lhes foram delegadas, auxiliada pela descentralização e 
pela terceirização para atingir seus objetivos.
Além da atuação da equipe técnica interna, a SFG conta com o apoio de Agências Reguladoras Estaduais conveniadas e com consultoria 
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especializada para a prestação de serviços de fiscalização contratada por meio da pré-qualificação do tipo Credenciamento, além de poder 
se valer de outros modelos de assessoramento. Dessa forma, conforme a necessidade e sob a supervisão de técnicos da SFG, as organiza-
ções dão suporte à fiscalização executando trabalhos em escritório ou de vistoria em campo. 
É importante mencionar que a ouvidoria da ANEEL recebe informações de consumidores, concessionárias, permissionários, autorizadas, 
produtores independentes, autoprodutores e entidades representativas da sociedade para aprimorar a fiscalização do serviço, corrigir pro-
cedimentos dos agentes e melhorar os serviços próprios de cada Superintendência, bem como das Agências Reguladoras Estaduais con-
veniadas. Também faz parte do escopo dos trabalhos da ANEEL dirimir, no âmbito administrativo, as divergências entre concessionárias, 
permissionários, autorizadas, produtores independentes e autoprodutores, bem como entre esses agentes e seus consumidores.
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4 - AS AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA BRASILEIRA
O trabalho de fiscalização realizado pela SFG pode ser dividido em dois tipos básicos: (1) aqueles que resultam do monitoramento à 
distância, por meio da verificação da regularidade documental apresentada pelos agentes fiscalizados, e (2) aqueles que resultam de ins-
peções físicas in loco nos empreendimentos e agentes correlacionados à geração de energia elétrica.
Nas fiscalizações à distância os agentes regulados sofrem acompanhamento contínuo de suas ações e são periodicamente questiona-
dos pela fiscalização quanto aos assuntos de sua competência. 
O monitoramento à distância dos serviços de geração é amparado, no SIN, por indicadores e outras informações constantes dos rela-
tórios do ONS e, no Sistema Isolado, tanto em relatórios do GTON quanto naqueles enviados, periodicamente, pelos agentes de geração 
para a Agência Reguladora.
Compreendendo ações e atos de outorga que antecedem o início das obras de implantação de novos empreendimentos de geração, o 
monitoramento à distância é conduzido a partir da sede da Agência Reguladora e pode ter caráter periódico, eventual ou emergencial, de 
acordo com sua motivação. 
A fiscalização dos serviços de geração de energia elétrica brasileira in loco consiste em inspeções na sede de agentes do setor e, tam-
bém, em usinas nas fases de implantação, reestruturação de sua planta e operação. Tem por objetivo analisar a aderência dos procedi-
mentos de operação, manutenção, conservação e segurança operacional à legislação e às normas vigentes. 
Verifica-se o cumprimento do cronograma contratual de implantação do empreendimento, no caso de fiscalizações in loco nas instala-
ções em implantação ou alteração na planta, para aferir a data de sua entrada em operação e subsidiar a tomada de decisões pela Diretoria 
da Agência Reguladora e as ações dos órgãos de planejamento do Setor Elétrico.
Para as instalações em operação comercial são identificadas as constatações, que dizem respeito, basicamente, aos seguintes itens: 
(a) legalidade do empreendimento perante a Administração Pública (cumprimento de normas e regulamentos setoriais); (b) segurança das 
instalações, dos seus operadores e da comunidade local; (c) desempenho técnico (garantia da confiabilidade e da continuidade do forne-
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cimento de energia); (d) eficiência energética (máxima qualidade com menor custo para os consumidores) e; (e) conservação dos bens e 
instalações (que serão revertidas para a União ao final do período de concessão).
O § 2º do art. 2º da Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999, veda aos agentes da fiscalização a renúncia total ou parcial de seus poderes 
ou competências quando identificada alguma não-conformidade e devem fazê-la constar nos autos do respectivo processo administrativo. 
Além disso, ficam obrigados a adotar as ações necessárias para que o agente fiscalizado proceda ao seu saneamento.
As matérias veiculadas pela mídia, principalmente pelos veículos de comunicação locais, são usadas como fonte subsidiária de infor-
mações para:
a) Identificar interrupções ou desativações não autorizadas;
b) Detectar repotenciações não autorizadas;
c) Tomar conhecimento de ocorrências e problemas pontuais que motivem ações de fiscalização específicas; e
d) Comprovar a energia efetivamente gerada pelos agentes.
A verificação do cumprimento dos contratos de concessão e atos de autorização, normalmente, tem caráter periódico, a exceção de 
denúncia ou demanda emergencial, e permeia todas as ações de fiscalização. Esta atividade tem o objetivo de confirmar o cumprimento 
dos compromissos estabelecidos em editais de licitação da concessão, editais de privatização das empresas, contratos de concessão e 
eventuais aditivos, especialmente quanto a datas e prazos de cumprimento e, também, no que diz respeito ao que se segue:
a) Condições e níveis de qualidade exigidos para a prestação do serviço;
b) Conservação de bens e instalações;
c) Investimentos em programas de P&D; e
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Ações de fiscalizaçãoda SFG
d) Aumento da capacidade instalada e, consequentemente, da oferta de energia ao mercado atendido.
 Para fins de organização e planejamento da área de fiscalização dos serviços de geração, a ação fiscalizadora dos serviços de 
geração de energia elétrica pode ser desdobrada em três principais, como mostra a figura a seguir. 
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4.1 - FISCALIZAÇÃO DE OBRAS DE EMPREENDIMENTOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Face à publicação do ato do Poder Concedente que outorga a um agente econômico o direito de implantar e explorar um empreendi-
mento de geração de energia elétrica inicia-se o processo de fiscalização, com intuito de averiguar as ações desenvolvidas pelo empre-
endedor no sentido de atender sua obrigação de cumprir e fazer cumprir as normas legais e regulamentares, bem como as exigências 
presentes nos contratos de concessão ou atos autorizativos.
O acompanhamento da expansão da oferta de geração de energia elétrica abrange todos os empreendimentos em implantação no 
território nacional, qualquer que seja a fonte de energia, e ocorre com o monitoramento antes e após o início das obras. Além disso, as 
alterações das características de uma usina já em fase de operação, especialmente aquelas referentes à ampliação da potência instalada, 
também são objeto dessa ação de fiscalização.
Diante daqueles empreendimentos que não tiveram suas obras de implantação iniciadas, a SFG atua no sentido de apurar se o titular 
da concessão ou ato autorizativo está desenvolvendo todas as tratativas necessárias para viabilizar, conforme previsto no cronograma de 
implantação estabelecido no ato de outorga do Poder Concedente, o início das obras civis da central geradora de energia elétrica.
Nessa verificação são utilizados os dados presentes de relatórios periodicamente encaminhados à ANEEL, cujo envio se configura como 
uma obrigação, haja vista o dever do agente de geração de prestar todas as informações relativas ao andamento do empreendimento. 
Adicionalmente, cabe ressaltar que tais relatórios devem ser protocolados na Agência Reguladora em questão nos prazos e formas defi-
nidos pela SFG.
Por meio dos supracitados relatórios devem ser apresentadas, dentre outras, informações correlacionadas aos seguintes temas: licen-
ciamento ambiental, contratação do fornecimento de serviços e equipamentos, assinatura dos contratos de conexão e uso dos sistemas 
de distribuição ou transmissão, condições de financiamento e contratos de compra e venda de energia. Tais medidas visam constatar o 
cumprimento do cronograma de execução dos empreendimentos em implantação ou com ampliação ou redução em sua planta. 
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Após o início das obras civis do empreendimento, as ações de fiscalização têm como principal objetivo verificar e avaliar o progresso das 
atividades concernentes à construção, montagem e comissionamento da usina e, a seguir, da entrada em operação comercial, nos termos 
da regulamentação da ANEEL19.
Ademais, tais ações contemplam aspectos legais, regulamentares e de segurança, assim como a verificação do cumprimento das re-
comendações e determinações estabelecidas em relatórios de fiscalização referentes a inspeções anteriores para subsidiar as decisões da 
Agência Reguladora.
Durante o período de implantação são realizadas inspeções in loco, conforme periodicidade definida com base em diversos critérios 
como, por exemplo, potência a ser instalada, cronograma, qualificação do agente de geração e fase de execução das obras, o que não 
impede fiscalizações em caráter emergencial, com vistas a realizar diligência para obtenção de informações que irão subsidiar as ações da 
Agência Reguladora ou apurar fatos relacionados a ocorrências no transcorrer desse estágio da usina.
Vale acrescentar que empreendimentos em construção sem outorga para implantação e exploração de geração de energia elétrica 
também são passíveis de fiscalização, sendo dadas, quanto ao processo administrativo punitivo, as tratativas constantes na Resolução 
Normativa da ANEEL nº. 63/2004. 
A SFG realiza, com o apoio das Agências Reguladoras Estaduais, consultorias e universidades, acompanhamento contínuo e rigoroso 
do andamento da implantação de novas usinas geradoras de energia elétrica. Hoje, por meio de relatórios mensais disponíveis no sítio da 
ANEEL20, a sociedade tem condições de conhecer a situação de cada empreendimento de geração outorgado no País. Esse trabalho fun-
ciona como importante instrumento de auxílio ao planejamento setorial, uma vez que permite o conhecimento da real evolução da oferta 
de energia para atendimento ao mercado. 
 19 Resolução Normativa da ANEEL nº 433, de 26 de agosto de 2003.
 20 Acesso à internet pelo endereço eletrônico www.aneel.gov.br.
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4.2 - FISCALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
A fiscalização da produção de energia elétrica no âmbito do SIN ou do Sistema Isolado se subdivide em dois procedimentos distintos, 
a saber:
1º) Fiscalização de Operação de Usinas Geradoras; e,
2º) Fiscalização de Diagnóstico dos Procedimentos de Operação e Manutenção de Usinas Geradoras.
Atualmente, o SIN é composto por mais de 95% da capacidade da produção de energia elétrica do País. Neste mercado atuam em-
presas estatais (federais e estaduais) e privadas, que exploram a geração (por meio de diversas fontes), a transmissão, a distribuição e a 
comercialização da energia elétrica, recebendo outorgas como concessionárias, permissionárias e autorizadas, sob diversas figuras jurídi-
cas (autoprodutor, produtor independente, serviço público). Toda a energia produzida é então consumida por dois tipos de consumidores 
finais, os consumidores livres e os cativos. 
Com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, o sistema de produção e transmissão de energia 
elétrica do Brasil é hidrotérmico de grande porte. 
Para minimizar os efeitos da produção variável de energia elétrica, dado que a matriz energética brasileira é formada, essencialmente, 
por usinas hidrelétricas, em grande parte localizadas longe dos centros consumidores e com dependência do regime pluviométrico regio-
nal, criou-se o SIN.
Formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, o SIN permite às diferentes regiões 
transmitirem energia entre si, sob a supervisão do ONS, que é responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de 
geração e transmissão de energia elétrica. 
Os Sistemas Isolados brasileiros, que não estão conectados ao SIN, são predominantemente térmicos e atendem os Estados do Amazo-
nas, Roraima, Acre, Amapá e Rondônia, além de parte do Mato Grosso e Pará, bem como Fernando de Noronha (PE) e a comunidade de 
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 21 Fonte: ELETROBRÁS. Ver o sítio www.eletrobras.gov.br.
Batavo, em Balsas (MA), representando apenas pouco mais de 3% da capacidade de produção de eletricidade no País e o atendimento a 
uma área aproximada de 45% do território, com cerca de 1,2 milhão de consumidores21. 
É relevante, também, o fato de a região amazônica brasileira ter um grande número de pequenas unidades geradoras a óleo diesel e 
uma dificuldade logística acentuada no abastecimento de energia elétrica.
Ciente da complexidade e da função social dos Sistemas Isolados, o Estado sempre avocou a coordenação do planejamento e da opera-
ção destes Sistemas, bem como a fiscalização do seu fiel cumprimento. Neste contexto, há que se registrar o papel do GTON, coordenado 
pela ELETROBRÁS e composto por representantes de empresas públicas e privadas, no planejamento e acompanhamento da expansão e 
da operação no Sistema Isolado. 
4.2.1 - Fiscalização de Operação de Usinas Geradoras
A fiscalização de operação tem por objetivo acompanhar as condições de conservação, operaçãoe segurança nas usinas geradoras de 
energia elétrica brasileiras de menor porte ou de pequena relevância estratégica, bem como atualizar os principais dados de tais empreen-
dimentos (licenças, contratos, ficha técnica e outros). O procedimento de fiscalização nestas usinas é mais simplificado se comparado com 
o procedimento adotado para a fiscalização de diagnóstico. 
A fiscalização da ANEEL na área de geração de energia elétrica compreende as diversas modalidades de geração, sendo a maior parte 
das usinas de fontes hidráulica e térmica.
Deve ser destacado que é meta prioritária da SFG fiscalizar todas as usinas do SIN em operação no País a cada quatro anos. Portanto, 
são fiscalizadas, em média, 25% ao ano das usinas em operação destinadas ao serviço público, produção independente e autoprodução.
Em todas as fiscalizações da SFG nos empreendimentos de geração são verificados: a licença ambiental de operação e o laudo do corpo 
de bombeiros vigentes; a outorga de água em vigor e os combustíveis utilizados (no caso de UTEs); diagrama unifilar e ficha técnica atuais; 
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e o histórico da geração de energia elétrica. Além destes, outros itens são objeto de análise: cumprimento da Resolução Normativa da 
ANEEL nº. 396, de 4 de dezembro de 1998; procedimentos e equipamentos utilizados para recebimento e armazenamento de combustíveis 
(no caso do sistema isolado); existência de banco de baterias e de gerador de emergência; sistemas de proteção contra incêndio; limpeza, 
organização, sinalização de segurança e conservação das estruturas e dos equipamentos da casa de força; identificação dos painéis de 
comando, dos sistemas de proteção e de controle, das turbinas, dos geradores e de outros equipamentos; manuais de operação e de manu-
tenção; geração de energia elétrica instantânea; quantitativo e formação da equipe de profissionais; existência de registro de ocorrência e 
boletim diário de operação; conservação, limpeza, sistema de medição, segurança (aterramento, cerca de proteção, sinalização e outros) e 
demais características técnicas da subestação (exemplo: número de transformadores e potência em kVA); além das características técnicas 
da linha de transmissão de interesse restrito.
Na fiscalização de operação, quando aplicável, também são verificados alguns tipos específicos de contratos como CCD, CUSD, CCT, 
CUST, bem como os contratos de venda de energia. Além disso, a SFG, por fiscalização própria ou por convênio com Agências Reguladoras 
Estaduais, verifica as normas e os contratos de concessão, exige relatórios ou laudos que atestam as condições de operação, manutenção 
e de segurança (exemplo: laudo de avaliação das condições de segurança das estruturas civis), e age sempre que há indícios do compro-
metimento dessas condições (em caso de fissuras na estruturas civis, danos na isolação de equipamentos elétricos etc.).
4.2.2 - Fiscalização de Diagnóstico dos Procedimentos de Operação e Manutenção de Usinas Geradoras
O diagnóstico tem como objetivo verificar as condições de operação e manutenção das usinas de geração de energia elétrica de grande 
porte ou alta relevância estratégica para identificar possíveis não-conformidades e avaliar suas consequências, com ênfase para os pontos 
fracos e fortes do empreendimento. Por meio do relatório de fiscalização de diagnóstico, determina-se aos agentes medidas corretivas e, 
quando aplicável, recomendam-se melhorias em seus processos e instalações.
Após diversos anos de Fiscalização de Diagnóstico, verificou-se que este procedimento contribui para uma melhor utilização dos recur-
sos hídricos e térmicos, com geração de benefícios tanto para os agentes como para os consumidores. Uma exploração coordenada de tais 
recursos garante maior disponibilidade e confiabilidade no suprimento da eletricidade com redução de custos para os consumidores.
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A Fiscalização de Diagnóstico consiste na vistoria em campo das instalações das usinas geradoras de eletricidade e contempla a verifi-
cação das obrigações constituídas nos atos de outorga, os aspectos regulamentares de segurança e os relativos aos desempenhos técnico 
e operacional, e, também, a verificação do cumprimento das recomendações e determinações estabelecidas nos relatórios de fiscalização 
anteriormente emitidos pela SFG.
A vistoria in loco e a coleta de dados em usinas para a realização de diagnóstico, em casos de emergência, são motivadas por conflito 
ou ocorrência grave na exploração do serviço de geração de energia elétrica que tenha contribuído para a degradação da qualidade e da 
continuidade desses serviços, acidente sério ou, ainda, risco para a segurança de pessoas, das instalações ou do meio ambiente.
A coleta de dados que subsidiam os trabalhos de fiscalização de operação e manutenção da SFG é fundamental para a tomada de de-
cisões quanto à conservação de bens e instalações de usinas geradoras. A ausência deste procedimento impossibilita detectar e notificar 
os agentes que negligenciem a manutenção ou adotem práticas inadequadas, além do risco de má gestão e conservação das estruturas 
civis, o que pode ocasionar consequências indesejáveis para a segurança e confiabilidade do sistema elétrico nacional e gerar desequilíbrio 
tanto para os aspectos socioeconômicos quanto ambientais. 
São exemplos de ocorrências graves: rompimento de barragens, galgamento das estruturas vertentes, inundação da casa de força, dani-
ficação dos equipamentos hidromecânicos, elétricos, mecânicos e termodinâmicos, emissão excessiva de gases tóxicos no meio ambiente, 
má gestão dos reservatórios e de seu entorno, com possível interrupção de atividades e fornecimento de energia no SIN, e acidentes com 
seres humanos.
A Fiscalização de Diagnóstico analisa os procedimentos de operação e manutenção das empresas de geração de energia elétrica no Bra-
sil, de forma clara e objetiva, de forma a apontar suas deficiências e potencialidades. A metodologia de coleta de dados está sistematizada 
em manual de procedimentos específico que contém formulário próprio desenvolvido para aquisição de informações a serem analisadas. 
Tal formulário foi estruturado contemplando áreas fundamentais, com desdobramentos diversos, com cerca de 280 registros relativos à 
operação e manutenção de usinas. A metodologia aplica-se a usinas em funcionamento e visa garantir o bom desempenho técnico das 
mesmas, mitigar a indisponibilidade de geração de energia elétrica e, com atuação preventiva, minimizar a ocorrência de falhas. 
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A lista de verificação do diagnóstico dos procedimentos de operação e manutenção em usinas geradoras de energia elétrica contempla, 
no mínimo, oito tópicos fundamentais:
a) Segurança patrimonial;
b) Comunicação com os centros de operação;
c) Controle da central;
d) Gestão da manutenção;
e) Recursos humanos;
f) Conservação e ergonomia;
g) Instruções; e
h) Manual de operação.
4.3 - FISCALIZAÇÃO ESPECÍFICA DE ENCARGOS SETORIAIS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS, OBRIGAÇÕES 
CONTRATUAIS E AGENTES DE OPERAÇÃO DO SISTEMA INTERLIGADO E COMERCIALIZAÇÃO NO SETOR ELÉTRICO
4.3.1 - Encargos Setoriais e Programas Governamentais
A SFG fiscaliza diversos encargos setoriais e programas governamentais relacionados ao setor de energia elétrica. A seguir, são apre-
sentados os principais deles. Vale dizer que, em virtude de alterações legislativas ou interesses de governo, poderão surgir novos focos de 
fiscalização ou a supressão dos objetos ora existentes. 
A - CCC
O subsídio ao consumo de combustíveis no Brasil foi estabelecido desde a Lei nº. 5.899, de 5 de julho de 1973, inciso III, art. 13, que 
dispõe sobre o rateio entre todas as empresas concessionárias das vantagens e do ônus decorrentes do consumo dos combustíveis fósseis 
para atender às necessidades do SIN oupor imposição do interesse, de acordo com critérios estabelecidos pelo Poder Executivo. 
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Em 1990, por meio da Portaria do Ministério da Infraestrutura nº. 895, de 29 de novembro de 1990, foi criado o GTON, coordenado pela 
ELETROBRÁS, no âmbito dos sistemas elétricos isolados da Região Norte e de regiões vizinhas, com a finalidade de apoiar as atividades 
relativas à operação e manutenção dos sistemas de geração, transmissão e distribuição, bem como de utilização e comercialização de 
energia elétrica, com vistas a melhorar as condições de suprimento e reduzir o custo de geração nesses sistemas elétricos.
O Decreto nº. 774, de 18 de março de 1993, que regulamenta a Lei nº. 8.631, de 4 de março de 1993, prescreve as providências sobre 
o rateio do custo de consumo de combustíveis fósseis e a composição das reservas financeiras para cobertura deste subsídio, que abrange 
a totalidade dos concessionários distribuidores de energia elétrica. Desde sua vigência, grande parte da capacidade instalada de geração 
termelétrica nacional passou a usufruir dos recursos da CCC. O mesmo Decreto também desdobrou a CCC em três subcontas: CCC Sul/
Sudeste/Centro-Oeste (CCC-S/SE/CO), CCC Norte/Nordeste (CCC-N/NE) e CCC dos Sistemas Isolados (CCC-ISOL).
Em função da evolução do mercado e de diretrizes governamentais, o arcabouço legal foi sendo alterado. A abrangência do benefício do 
subsídio foi reduzida gradativamente, com a manutenção deste auxílio apenas para os sistemas isolados, pelo prazo de 20 anos, a contar 
da publicação da Lei nº. 10.438/2002. Neste processo, a ANEEL, desde sua criação, atua na regulamentação e na fiscalização dos agentes 
que fazem a gestão e utilização dos recursos da CCC, para corroborar com o alcance da eficiência econômica e energética, a valorização 
do meio ambiente e a utilização de recursos energéticos locais, no intuito de, ao término do prazo estabelecido, atingir a sustentabilidade 
econômica da geração de energia elétrica nestes sistemas.
A.1 - A Fiscalização do Reembolso de Combustíveis pela CCC
A ELETROBRÁS22 tem a seu cargo, dentre outras atribuições, a coordenação do GTON23 e a elaboração do PAC, o qual deve ser sub-
metido até o dia 31 de outubro de cada ano à homologação da ANEEL24, para editar resolução que determina as quotas mensais a serem 
22 Decreto nº. 774, de 18 de março de 1993, arts. 24 e 25, e Resolução Normativa da ANEEL nº. 347, de 06 de janeiro de 2009, arts. 22 a 28.
23 Portaria MINFRA nº. 895, de 29 de novembro de 1990, II.
24 Resolução Normativa da ANEEL nº. 347/2009, art. 8º.
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recolhidas à CCC, os montantes de combustíveis a serem reembolsados pela ELETROBRÁS25, bem como as parcelas de parte do custo de 
empreendimentos que serão pagos por esta aos agentes que se sub-rogarem nos benefícios da CCC26.
Os agentes de distribuição e transmissão que atendem consumidores finais recolhem da tarifa, mensalmente, um valor equivalente a 
sua cota (proporcional ao mercado atendido por cada empresa). Esse fundo é administrado pela ELETROBRÁS e seu valor anual é definido 
pela ANEEL.
Além das atribuições supramencionadas e de outras estabelecidas na legislação aplicável, a ELETROBRÁS deverá:
a) Comunicar mensalmente à ANEEL o eventual inadimplemento de agentes no recolhimento das quotas mensais da CCC27;
b) Revisar, a seu critério, os custos dos combustíveis caso ocorra variação significativa em seus preços28, submetendo o PAC a uma nova 
homologação da ANEEL;
c) Considerar as variações da geração termelétrica prevista que representem alteração do orçamento anual da CCC e enviar o Plano de 
Operação e o PAC à ANEEL para homologação do novo valor, na forma de revisão global29;
d) Revisar, mensalmente, os programas de produção de energia elétrica, por UTE, e as quantidades de combustíveis que a concessio-
nária ou autorizada poderá consumir no mês subsequente30; e
25 Resolução Normativa da ANEEL nº. 347/2009, art. 10, caput e parágrafo único.
26 Lei nº. 9.648/1998, art. 11, § 4º; Resolução Normativa da ANEEL nº. 347/2009, art. 6º, inciso VI; e Resolução Normativa da ANEEL n° 146, de 14 de fevereiro de 2005.
27Decreto nº. 774/1993, art. 32, § 1º.
28 Resolução Normativa da ANEEL nº. 347/2009, art. 9º, inciso I.
29 Resolução Normativa da ANEEL nº. 347/2009, art. 9º, inciso II.
30 Resolução Normativa da ANEEL nº. 347/2009, art. 9º, § 2º.
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e) Suspender o pagamento das parcelas da sub-rogação da CCC do sistema isolado à central geradora que incorrer em indisponibilidade 
da geração por 15 ou mais dias, independentemente do motivo que a tenha provocado31.
No que diz respeito ao planejamento da operação das usinas dos Sistemas Isolados e sua verificação, a fiscalização da CCC é exe-
cutada tanto por intermédio dos relatórios disponibilizados pelo GTON e pela ELETROBRÁS quanto pelo acompanhamento de reuniões 
mensais do PMO do GTON, conduzidas pelo primeiro, nas quais são previstas as situações de operação dos respectivos sistemas, bem 
como verificados os montantes de energia previstos em comparação com aqueles efetivamente gerados e os quantitativos de combustí-
veis consumidos e a serem utilizados, em conformidade com o PAC. 
Quando encontradas inconsistências ou indícios de irregularidades, nos relatórios ou nas informações obtidas nessas reuniões, a 
fiscalização se desdobra em ações específicas, tais como: levantamento de dados, junto à ANEEL ou à respectiva Agência Reguladora 
Estadual, nos processos de fiscalização das usinas em foco e fiscalizações in loco nessas usinas, com solicitações de esclarecimento aos 
agentes.
As fiscalizações in loco, conduzidas diretamente pela ANEEL ou pelas Agências Reguladoras Estaduais conveniadas, são a principal 
forma de fiscalizar o uso final dos recursos da CCC destinados ao reembolso de combustíveis para o atendimento à geração termelétrica 
das comunidades do sistema isolado.
A.2 - A Fiscalização dos Empreendimentos Sub-rogados na CCC
A reestruturação do setor elétrico brasileiro introduziu novos conceitos de competição na geração de energia elétrica. A ampliação 
de exigências voltadas para a sustentabilidade dos meios de geração em termos técnicos e ambientais – relacionadas com a redução de 
emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera – e a necessidade de universalizar o suprimento de energia elétrica para a população 
brasileira motivaram a criação de incentivos ao desenvolvimento de alternativas de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis. 
A sub-rogação dos recursos da CCC para empreendimentos de geração a partir dessas fontes favorece a substituição do consumo de com-
bustíveis fósseis na geração de energia elétrica.
 31 Resolução Normativa da ANEEL nº. 146/2005, art. 13. 
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Poderão se sub-rogar nos benefícios da CCC, nos termos da legislação aplicável32, empreendimentos que substituam a geração ter-
melétrica que utilize derivado de petróleo, desloquem sua operação para atender ao incremento do mercado ou promovam a redução do 
dispêndio atual ou futuro da CCC dos sistemas isolados. São eles, a saber:
a) PCHs;
b) Geradores de energia elétrica a partir de fontes eólicas, solar, biomassa ou gás natural e sistema de transmissão ou distribuição 
associado;
c) Transmissores ou distribuidores de energia elétrica;
d) Transportadores de gás, na proporção de sua utilização para fins de geração de energia elétrica;
e) Empreendimentos com projeto de eficientização de UTE ou troca de combustível;
f) UHEs com concessão outorgadas, a serem implantadas inteiramente em sistema elétrico isolado e que substituam a geração ter-
melétrica a partir de derivados de petróleo, com teto de 120 MW médios para o somatório de todos os empreendimentos desse tipo 
sub-rogados; e
g) Outros empreendimentos

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