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Plano de Ensino_Análise de Custos_2012.doc
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
PLANO DE ENSINO DE ANÁLISE DE CUSTOS
Segundo Gil (1994, p. 34) o plano de ensino é constituído da “previsão das atividades a serem desenvolvidas ao longo de um ano ou semestre. Constitui, portanto, um marco de referência para as ações do professor voltadas para o alcance dos objetivos da disciplina”.
		PLANO DE ENSINO
IDENTIFICAÇÃO
Semestre: 1º				 Nome da Disciplina: CTB1026-Análise de Custos 
Profª.: DS. Marivane Vestena Rossato
2. CARGA HORÁRIA: 60 horas
Número de Créditos: 04 (Aulas teóricas: 04)
3. CARACTERÍSTICAS DO CURSO: Curso de Graduação em Ciências Contábeis (Bacharelado)
4. OBJETIVO 
 Analisar processos e sistemas de custos, para informações, visando às decisões gerenciais.
5. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
UNIDADE 1 – INFORMAÇÕES DE CUSTOS
1.1 - Custo: instrumento do processo decisório.
1.2 - Custos para otimização dos resultados.
1.3 - Fatores que interferem no preço de venda.
UNIDADE 2 – O SISTEMA DE CUSTEIO BASEADO NAS ATIVIDADES
2.1 - Deficiências dos sistemas tradicionais.
2.2 - Estrutura do sistema de custos baseado nas atividades.
2.3 - Vantagens do custeio baseado nas atividades.
2.4 - Análise das diferenças na comparação dos custos de outros sistemas.
UNIDADE 3 – ANÁLISE DOS SISTEMAS DE CUSTEIO
3.1 - Problemas com sistemas de custos.
3.2 - Os sintomas indicadores de problemas com os sistemas de custos.
3.3 - As doenças congênitas dos sistemas de custos.
UNIDADE 4 – GESTÃO DE CUSTOS E QUALIDADE
4.1 - A busca da qualidade.
4.2 - Total Quality Management – TQM.
4.3 - Medidas de desempenho.
4.4 - Custo de qualidade.
4.5 - Avaliação estratégica de custos para análise de rentabilidade.
UNIDADE 5 – CUSTO-PADRÃO
5.1 - Análise das variações de materiais e mão-de-obra.
5.2 - Análise das variações de custos indiretos. (SEGUE)
5.3 - Contabilização do custo-padrão.
PROGRAMA: (continuação)
UNIDADE 6 – AS RELAÇÕES DO CUSTO COM O VOLUME E O LUCRO
6.1 - Análise do Ponto de Equilíbrio.
6.2 - Análise marginal e análise diferencial.
6.3 - Análise da relação custo-volume-lucro.
6.4 - Efeitos das alterações na relação custo-volume-lucro.
UNIDADE 7 – ANÁLISES DIVERSAS
7.1 - Análise da margem operacional e do lucro bruto.
7.2 - Análise do ganho marginal.
7.3 - Cálculo da análise da margem de segurança operacional.
7.4 - Alavancagem operacional.
7.5 - Análise do custo e remuneração do capital aplicado.
7.6 - Efeitos da inflação sobre os custos.
6 – ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM
 Aulas expositivas conduzidas pelo professor;
6.2 Exercícios e fornecimento de casos práticos para soluções individuais ou em pequenos grupos;
6.3 Seminários desenvolvidos em grupos, a partir de uma prévia definição da questão da pesquisa, sendo apresentados por um grupo e debatidos por outro;
6.4 Estudo e leitura complementar individual ou em pequenos grupos.
 
7 – RECURSOS INSTRUCIONAIS
7.1 Lousa; Data-show; Retroprojetor e Outros.
8 – ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO 
8.1 Pela observação do grau de interesse do aluno no aprendizado;
8.2 Pelo acompanhamento nas resoluções dos exercícios e nas atividades propostas (estudos de casos, seminários, trabalhos)
8.3 Resultado da realização de provas individuais. 
9- BIBLIOGRAFIA PARA O PLANO DE ENSINO 
9.1 Bibliografia Básica
PEREZ Jr., José Hernandez; OLIVEIRA, Luís Martins de; COSTA, Rogério Guedes. Gestão estratégica de custos. São Paulo: Atlas, 2006.
SANTOS, Joel J. Análise de custos. São Paulo: Atlas, 2005.
WERNKE, Rodney. Gestão de custos: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2001.
Bibliografia Complementar
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.
JOHNSON, H. Thomas; KAPLAN, Robert S. Contabilidade gerencial. Rio de Janeiro: Campus, 1993.
Exercícios de revisão.doc
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Exercícios de Revisão – ANÁLISE DE CUSTOS
Aponte 2 benefícios a nível gerencial que são proporcionados às indústrias e prestadoras de serviços pelo processo de DEPARTAMENTALIZAÇÃO.
Em que consiste o Mapa de Localização de Custos? Aponte vantagens à empresa proporcionadas pela sua implantação e operacionalização.
Descreva sobre a utilidade da Taxa pré-determinada de CIF em um processo industrial.
Diferencie a produção Contínua e Por Ordem, essencialmente quanto ao Custeamento das unidades fabricadas.
Qual é a distinção principal dos CO-PRODUTOS, SUBPRODUTOS E SUCATAS?
Como ocorre a apropriação dos custos à produção quando se utiliza o Custeio por Absorção e quando se utiliza o Custeio Variável? Qual é o Sistema de Custeio que atualmente não é aceito pelo Fisco e equipe de Auditores Independentes? Apresente algumas razões.
Responda em que consiste a ferramenta do Custo-Padrão? 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Exercícios de Revisão – ANÁLISE DE CUSTOS
Aponte 2 benefícios a nível gerencial que são proporcionados às indústrias e prestadoras de serviços pelo processo de DEPARTAMENTALIZAÇÃO.
Em que consiste o Mapa de Localização de Custos? Aponte vantagens à empresa proporcionadas pela sua implantação e operacionalização.
Descreva sobre a utilidade da Taxa pré-determinada de CIF em um processo industrial.
Diferencie a produção Contínua e Por Ordem, essencialmente quanto ao Custeamento das unidades fabricadas.
Qual é a distinção principal dos CO-PRODUTOS, SUBPRODUTOS E SUCATAS?
Como ocorre a apropriação dos custos à produção quando se utiliza o Custeio por Absorção e quando se utiliza o Custeio Variável? Qual é o Sistema de Custeio que atualmente não é aceito pelo Fisco e equipe de Auditores Independentes? Apresente algumas razões.
Responda em que consiste a ferramenta do Custo-Padrão? 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Exercícios de Revisão – ANÁLISE DE CUSTOS
Aponte 2 benefícios a nível gerencial que são proporcionados às indústrias e prestadoras de serviços pelo processo de DEPARTAMENTALIZAÇÃO.
Em que consiste o Mapa de Localização de Custos? Aponte vantagens à empresa proporcionadas pela sua implantação e operacionalização.
Descreva sobre a utilidade da Taxa Pré-Determinada de CIF em um processo industrial.
Diferencie a produção Contínua e Por Ordem, essencialmente quanto ao Custeamento das unidades fabricadas.
Qual é a distinção principal dos CO-PRODUTOS, SUBPRODUTOS E SUCATAS?
Como ocorre a apropriação dos custos à produção quando se utiliza o Custeio por Absorção e quando se utiliza o Custeio Variável? Qual é o Sistema de Custeio que atualmente não é aceito pelo Fisco e equipe de Auditores Independentes? Apresente algumas razões.
Responda em que consiste a ferramenta do Custo-Padrão? 
Introdução à Análise de Custos.doc
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: ANÁLISE DE CUSTOS
INTRODUÇÃO 
Qualquer atividade que manipule valores e volumes necessita de controle de custo, que nada mais é do que a verdadeira contabilidade, e de Análise de Custos, que foi colocada de propósito, pois não basta controle sem a respectiva análise, a fim de se concluir e avaliar o desempenho como subsídio para novas decisões. Se o empresário não souber nos dias atuais, e de forma instantânea, se os negócios estão sendo realizados com lucro, certamente, no mesmo momento acionará outros instrumentos gerenciais para imediatamente incrementar as vendas ou tomará decisões drásticas para a redução de custos.
A análise de custos, no sentido amplo, tem por finalidade mostrar os caminhos a serem percorridos na prática da gestão profissional de um negócio (SANTOS, 2005). O mesmo autor enfatiza que a ausência de informações e análise de custos e resultados, em qualquer entidade, nos dias atuais, poderá resultar em fracasso do negócio. É primordial a administração das empresas se municiar
de informações de planejamento e controle de custos e lucros para enfrentar os concorrentes que comercializam produtos semelhantes no mercado.
Para gerenciar com sucesso um negócio, acredita-se que as seguintes informações sejam necessárias:
controle das vendas diárias e acumuladas no mês por produto e consolidado;
custo e ganho marginal por produto e acumulado;
vendas planejadas mês a mês e do ano;
ponto de equilíbrio, isto é o nível mínimo de vendas desejado;
custo estrutural fixo, mês a mês e do ano;
formação de preços de vendas;
análise do mix visando a maximização de lucro;
lucro operacional planejado e real;
análise da eficiência de uso de mão-de-obra e materiais, etc.
2. EXEMPLO ILUSTRATIVO DE ANÁLISE DE CUSTOS E RESULTADOS
	A Cia. de Produtos Diferenciados (CPD) planejou a seguinte estrutura de custos, capacidade instalada e preços para a venda de seu produto PD:
a) custo estrutural fixo médio mensal → R$100.000,00;
b) capacidade instalada, em unidade → 10.000;
c) custo marginal médio, por unidade vendida → R$20,00;
d) preço bruto de venda, por unidade R$ 40,00.
Calcular o lucro operacional, operando-se com os seguintes volumes:
zero unidade de vendas;
1 (uma) unidade de vendas;
2 (duas) unidades de vendas;
5.000 (cinco mil) unidades de vendas;
10.000 (dez mil) unidades de vendas.
RESULTADOS COMPARATIVOS (EM R$1,00)
		Volumes
		0
		1
		2
		5.000
		10.000
		Preço de venda por unidade
		40
		40
		40
		40
		40
		Custo Marginal por unidade
		20
		20
		20
		20
		20
		Receita Bruta Total (RB)
		0
		40
		80
		200.000
		400.000
		(-) Custo Marginal Total (CM)
		0
		-20
		-40
		-100.000
		-200.000
		Lucro Marginal (LM)
		0
		20
		40
		100.000
		200.000
		(-) Custo Estrutural Fixo (CEF)
		-100.000
		-100.000
		-100.000
		-100.000
		-100.000
		Lucro Operacional (LO)
		-100.000
		-99.980
		-99.960
		0
		100.000
Conclusões sobre os resultados obtidos:
se a empresa CPD operar com “zero” de volume de vendas, logicamente não incorrerá em nenhum custo marginal , como taxas de comissões sobre vendas, matéria-prima ou mercadoria, impostos sobre vendas etc. Seu resultado nessa circunstância será de R$ 100 mil negativos (prejuízo) que corresponderá exatamente ao custo estrutural fixo de sua capacidade instalada para 10.000 unidades do produto CP;
se a empresa operar com a venda de apenas uma unidade de produto, seu resultado será igual ao lucro marginal de uma unidade, que, deduzido do CEF, resultará em um prejuízo de R$99.980,00;
se as vendas forem de duas unidades o prejuízo será de R$99.960,00;
se a empresa operar com a venda de 5.000 unidades, o CEF corresponderá ao total do lucro marginal e, portanto, o lucro será nulo;
se a meta de vendas de 10.000 unidades for atingida, o lucro marginal será de R4200.000,00, suficiente para cobrir o CEF de R$100.000,00 e gerar o lucro de R$100.000,00
Torna-se importante o planejamento da capacidade máxima operacional consoante a demanda das vendas, a fim de poder aquilatar com maior precisão os custos marginais e estruturais incorridos e necessários. Supondo que haja uma planta industrial com maquinários instalados para produzir 10.000 unidades de produtos, mas em determinado momento ajustou sua capacidade de mão-de-obra apenas para 7.000 unidades, que é a demanda esperada de mercado, o cálculo de seus custos deve ser norteado e convertido para a capacidade total de 10.000 unidades, no planejamento, a fim de não repassar ineficiência e custos da ociosidade para os preços e não prejudicar a concorrência dos produtos no mercado ou rever os custos para redução da capacidade instalada para patamares inferiores.
3. ANÁLISE DE RESULTADO DIÁRIO DE VENDAS
	
	A análise e acompanhamento diário de vendas deve ser tarefa obrigatória da Administração da empresa, pois o relatório correspondente municiará as decisões gerenciais e deve conter:
a) meta de faturamento e volume de venda/mês;
b) meta de lucro marginal e CEF planejado para cada mês;
c) vendas realizadas por dia e acumuladas em dinheiro e volume;
d) lucro marginal realizado do dia e acumulado do mês;
e) volume realizado de vendas do dia e do mês.
O modelo ilustrativo reproduzido, de forma simplificada, contém o acompanhamento diário de vendas e lucro marginal realizados, comparados às metas extraídas do planejamento e controle do lucro anual:
* faturamento das vendas → R$400.000,00/mês;
* lucro marginal → R$200.000,00/mês;
* custo estrutural fixo (CEF) → R$100.000,00/mês.
O relatório de desempenho de vendas diárias conterá os seguintes campos:
a) mês e ano de referência;
b) coluna discriminando o dia de cada mês;
c) coluna para registrar as vendas diárias;
d) coluna para registrar as vendas acumuladas do mês;
e) coluna para o registro em porcentagem da meta alcançada;
f) coluna para registrar o lucro marginal realizado do dia e acumulado do mês;
g) coluna para o registro da porcentagem da meta alcançada.
Análise do relatório
1. Ponto de equilíbrio:
	Uma das finalidades do “relatório de desempenho de vendas” é justamente saber o dia do mês em que os “custos totais” estão cobertos pelas “receitas totais”. A partir desse instante acontece o equilíbrio e a receita total é igual ao custo total, e portanto o lucro será nulo. Esse fato aconteceu no relatório referido exatamente no dia 16/05/XX. A partir do dia 17/05 as vendas começam a contribuir para a formação do lucro.
2. Vendas planejadas:
	Ficaram em 2,7% abaixo da meta planejada. As causas prováveis deverão ser investigadas (atrasos na entrega, falta de matérias-primas, ineficiência da equipe de vendas, etc.).
3. Lucro marginal:
	Ficou 4,3% abaixo da expectativa. As causas prováveis devem ser investigadas (embarque de produtos com menor lucro marginal, elevação de preços de matérias-primas, desperdícios, etc.).
 Fonte: Santos (2005).
O gráfico mostra que os produtos embarcados para os clientes no dia 16/05 resultaram em redução do lucro marginal – não mantiveram a proporcionalidade dos outros dias com a receita de vendas.
RELATÓRIO COMPLETO DE DESEMPENHO DAS VENDAS
 
 Fonte: Santos (2005).
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UNIDADE I_Informações de Custos.doc
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ANÁLISE DE CUSTOS
UNIDADE I – INFORMAÇÕES DE CUSTOS
O custo como instrumento do processo decisório
1. Introdução
	A contabilidade de custos surgiu com o aparecimento das empresas industriais (revolução industrial), tendo por objetivo calcular os custos dos produtos fabricados. Antes disso, os artigos normalmente eram produzidos por artesãos que, via de regra, não constituíam pessoas jurídicas. O resultado era obtido subtraindo-se o custo das mercadorias vendidas da receita obtida pela empresa. Desse lucro (bruto), eram ainda deduzidas as despesas incorridas com o funcionamento da empresa. Assim,
	Com o aparecimento das empresas industriais, a apuração do resultado do período continuou sendo efetuada da mesma forma que para as empresas comerciais, apenas mudando a denominação “custos das mercadorias vendidas” para “custos dos produtos vendidos” (CPV).
	Dessa maneira, o custo dos produtos vendidos não era conhecido, pois os produtos não mais eram comprados prontos, mas fabricados pela empresa a partir de vários insumos (materiais, itens prontos, pessoal, equipamentos, energia). Nessa situação, em que vários itens são consumidos para a confecção dos produtos, o cálculo dos custos dos produtos fabricados (e vendidos) não é tão simples.
	Com o crescimento das empresas e do conseqüente aumento da complexidade do sistema produtivo, constatou-se que as informações fornecidas pela contabilidade de custos eram potencialmente úteis como auxílio gerencial, extrapolando a mera determinação contábil do resultado do período.
Os sistemas de custos podem auxiliar a gerência da empresa basicamente de duas maneiras: auxiliando o controle e as tomadas de decisões. Quando ao controle, os custos podem indicar, por exemplo, onde podem estar ocorrendo problemas ou situações não-previstas, por meio de comparações com padrões e orçamentos. Informações de custos são também bastante úteis para fornecer subsídios a diversos processos decisórios importantes à administração das empresas.
	Ressalta-se que o ambiente concorrencial em que as empresas estão inseridas muda continuadamente, modificando constantemente a quantidade e a qualidade das informações demandadas pelas empresas. Isto, aliado ao fato de que o uso da contabilidade de custos em sua nova função (auxílio gerencial) é relativamente recente, faz com que haja permanente e rápido aprimoramento nos procedimentos da contabilidade de custos.
	Assim, será enfatizado o uso gerencial dos custos.
2. Alteração nos estoques
	Conforme Bornia (2002), os custos dos produtos vendidos são iguais aos custos do período. Isto é verdade desde que não haja variação nos estoques da empresa. Se houver, há necessidade de considerarmos tais variações no diversos estoques existentes. A Figura 1 mostra os estoques envolvidos no processo produtivo e os insumos utilizados na produção de uma empresa industrial, que é o caso mais complexo nesta análise.
Figura 1. Estoques da empresa industrial
Fonte: Bornia(2002).
	Observam-se na Figura 1 três tipos de estoques: de materiais (matéria-prima), de produtos em processo e de produtos acabados. O estoque de matéria-prima refere-se aos itens cuja produção ainda não foi iniciada, o de produtos em processo diz respeito àqueles itens que, embora tenham sofrido transformações, não foram terminados e o de produtos acabados envolve os produtos já prontos para a venda, embora ainda não vendidos.
	Dessa maneira, o custo dos produtos vendidos não é igual ao custo dos produtos fabricados se houver variação no inventário de produtos acabados. Neste caso, o custo dos produtos vendidos pode ser encontrado considerando-se a expressão a seguir:
	Inventário inicial de produtos acabados
(+)	Custo dos produtos fabricados
(-)	Inventário final de produtos acabados
	Custo dos produtos vendidos
	
	O custo dos produtos fabricados equivale aos custos do período, isto é, ao valor dos insumos consumidos para se obter a produção, desde que não haja variação nos estoques de produtos em processo. Se isto ocorrer, o mesmo procedimento anterior deve ser adotado, utilizando-se a seguinte equação:
	Inventário inicial de produtos em processo
(+)	Custos do período
(-) 	Inventário final de produtos em processo
	Custo dos produtos fabricados
	Com a determinação dos custos do período, chega-se ao custo dos produtos fabricados e ao resultado do período. No entanto, uma das parcelas dos custos dos períodos é o custo de matéria-prima. Com a existência de estoques de matéria-prima, o mesmo procedimento é aplicado para a apuração destes custos.
	Inventário inicial de matéria-prima
(+)	Compras de MP do período
(-)	Inventário final de matéria-prima
	Custo de MP
	Dessa maneira, quando há alteração nos níveis de inventário, esses procedimentos levam à determinação do custo dos produtos vendidos, de acordo com o esquema apresentado na Figura 1, sendo que todo o raciocínio está sintetizado na Figura 2.
Figura 2. Esquema básico da contabilidade de custos
Fonte: Bornia (2002).
3. Definições para a Análise de Custos
	Serão apresentados alguns conceitos importantes para o entendimento da nomenclatura a ser utilizado no decorrer no trabalho de análise de custos.
3.1 Custo de Fabricação
	De acordo com Bornia (2002), custo de fabricação é o valor dos insumos usados na fabricação dos produtos da empresa. Exemplos desses insumos são: materiais, trabalho humano, energia elétrica, máquinas e equipamentos, entre outros.
	O custo de fabricação diferencia-se do gasto pelo fato de que este último refere-se aos insumos adquiridos enquanto que o custo está relacionado com os insumos efetivamente utilizados. Se a empresa compra 1.000 unidades de matéria-prima, mas só usa 800 unidades no período, o gasto equivale às 1.000 unidades, mas os custos são o montante relativo às 800 unidades utilizadas.
	Os custos de fabricação estão relacionados com a fabricação dos produtos, sendo normalmente divididos em Matéria-Prima (MP), Mão-de-Obra Direta (MOD) e Custos Indiretos de Fabricação (CIF).
3.2 Custo Gerencial
	De acordo com Bornia (2002), custo gerencial é o valor dos insumos (bens e serviços) utilizados pela empresa. Portanto, os custos gerenciais englobam os custos de fabricação, assim como as despesas. Pode, dessa maneira, ser decomposto em:
	
	O termo CIF englobará também as despesas, a não ser que haja uma diferenciação explícita.
3.3 Perda e desperdício
	A perda normalmente é vista como o valor dos insumos consumidos de forma anormal. As perdas são separadas dos custos, não sendo incorporadas nos estoques. 
	Já, o desperdício é o esforço econômico que não agrega valor ao produto da empresa nem serve para suportar diretamente o trabalho efetivo. Esse conceito é mais abrangente do que o anterior, pois além das perdas anormais engloba as ineficiências normais do processo.
Exemplo:
Um processo trabalha comumente com um índice de 1% de peças defeituosas e, em um dado período, 5% dos itens produzidos foram defeituosos. A perda anormal equivale a 4%, enquanto os desperdícios totalizam 5%.
	A separação entre desperdícios normais e anormais é interessante porque os desperdícios anormais podem ser eliminados no curto prazo (não deveriam ter ocorrido considerando-se o sistema produtivo presente), ao passo que os normais devem ser atacados no longo prazo, dentro de um contexto de melhoria do sistema produtivo.
	O custo ideal, por sua vez, é o valor dos insumos utilizados eficientemente pela empresa (os recursos utilizados de forma ineficiente são os desperdícios).
3.4 Investimentos
	De acordo com Bornia (2002), investimento é o valor dos insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período, mas que poderão ser empregados em períodos futuros. 
4. Classificação dos custos para a Análise de Custos
	Muitos conceitos são utilizados para se diferenciar custos. Aqui serão definidos os principais termos usados para classificar os custos.
	Num primeiro momento, é relevante diferenciar o custo total do custo unitário. O custo total é o montante despendido no período para fabricar todos os produtos; o custo unitário é o custo para se fabricar uma unidade do produto.
4.1 Classificação pela variabilidade
	A classificação dos custos considerando sua relação com o volume de produção, divide-os em custos fixos e variáveis. Os custos fixos são os que independem do nível de atividade da empresa no curto prazo, ou seja, não variam com alterações no volume de produção como o salário do gerente, por exemplo. Os custos variáveis, ao contrário, estão intimamente relacionados com a produção, isto é, crescem com o aumento do nível de atividade da empresa, como os custos de matéria-prima, por exemplo. A Figura 3 apresenta o modelo proposto por essa classificação.
Figura 3. Divisão dos custos em fixos e variáveis
Fonte: Bornia (2002).
	A separação dos custos em fixos e variáveis é o fundamento do que se denomina custos para a tomada de decisões, fornecendo muitos subsídios importantes para as deci​sões da empresa. Esta categorização está condicionada a um período de tempo, que seria o horizonte de planejamento da decisão a ser apoiada pelas informações sobre custos. Custos que são fixos considerando-se um certo período podem variar em um prazo maior. Por exemplo, o custo de mão-de-obra direta pode ser fixo se tomado um mês como base, mas será variável caso seja considerado um semestre, pois a empresa poderá admitir ou demitir pessoal neste período. Se o prazo for suficientemente
longo, todos os custos tornam-se variáveis.
Parte dos desperdícios está relacionada aos custos fixos, que são despendidos inde​pendentemente da produção ou da utilização dos recursos. O tratamento dado aos cus​tos fixos é determinado pelo princípio de custeio utilizado.
4.2 Classificação pela facilidade de alocação
Outra classificação bastante importante para as tomadas de decisões é a separação dos custos em diretos e indiretos, de acordo com a facilidade de identificação dos mes​mos com um produto, processo, centro de trabalho ou qualquer outro objeto.
Custos diretos são aqueles facilmente relacionados com as unidades de alocação de custos (produtos, processos, setores, clientes etc). Exemplos de custos diretos em rela​ção aos produtos são a matéria-prima e a mão-de-obra direta. A alocação e a análise desses custos são relativamente simples.
Os custos indiretos não podem ser facilmente atribuídos às unidades, necessitando de alocações para isso. Exemplos de custos indiretos em relação aos produtos são a mão-de-obra indireta e o aluguel. As alocações causam a maior parte das dificuldades e defi​ciências dos sistemas de custos, pois não são simples e podem ser feitas por vários critérios. A problemática da alocação dos custos indiretos aos produtos e análise dos mesmos dá origem ao que denomina-se métodos de custeio.
Em empresas modernas, os custos indiretos estão se tornando cada vez mais importantes, fazendo com que a discussão sobre a alocação desses custos tenha relevância} crescente.
4.3 Classificação pelo auxílio à tomada de decisões
Os custos podem ainda ser classificados considerando-se sua relevância para uma determinada tomada de decisão. Custos relevantes são aqueles que se alteram dependendo da decisão tomada, e custos não-relevantes são os que independem da decisão tomada.
Assim, os custos realmente importantes como subsídio à tomada de decisões são os relevantes; os outros não precisam ser considerados. Esta classificação é feita considerando-se uma decisão a ser tomada, sendo válida apenas para aquela decisão. Caso se tenha outra decisão em mente, a classificação pode ser outra, isto é, custos relevantes para um tipo de decisão podem não ser relevantes para outro e vice-versa.
4.4 Classificação pela facilidade de eliminação
	Os custos fixos elimináveis, ou evitáveis, são aqueles que podem ser eliminados em curto prazo caso a empresa encerre temporariamente suas atividades. Como exemplo, pode-se citar salários, aluguéis e energia elétrica.
Os custos fixos não-elimináveis, ao contrário, não são passíveis de eliminação a curto prazo. Entre estes, incluem-se as depreciações de instalações, impostos sobre a proprie​dade, parte da segurança e outros.
Na verdade, esta classificação pode ser feita tomando-se como base outra decisão que não o encerramento temporário da empresa, tal como a paralisação de uma linha de produtos. Essa classificação é útil para se analisar a possibilidade de suspensão temporária das atividades da empresa.
4.5 Outras definições
Os custos de oportunidade são custos que não representam o consumo dos insumos pela empresa, mas o quanto alguém deixou de ganhar pelo fato de ter optado por um investimento ao invés de por outro. Portanto, o que realmente se está fazendo é compa​rar dois investimentos diferentes. No Brasil, são custos não-contábeis, isto é, não são aceitos pela contabilidade oficial.
Por exemplo, se uma pessoa que ganha um salário de R$1.000,00/mês largar o emprego para montar um novo negócio, estes R$1.000,00/mês representam um custo de oportunida​de.
Custos desembolsados são pagamentos efetuados no presente, como pagamento de funcionários, aluguéis e energia. Custos não-desembolsados são custos que não exigem o desembolso de dinheiro, como, por exemplo, a depreciação de máquinas. 
Os custos de transformação são a soma dos custos de mão-de-obra direta com os custos indiretos de fabricação.
	Venda
(-)	Custo das Mercadorias Vendidas
	Lucro Bruto
(-) 	Despesas administrativas
(-)	Despesas comerciais
(-)	Despesas financeiras
	Lucro Líquido	
	Venda
(-)	Custo dos Produtos Vendidos
	Lucro Bruto
(-) 	Despesas administrativas
(-)	Despesas comerciais
(-)	Despesas financeiras
	Lucro Líquido	
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