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CONT PÚB 2012.1 - PARTE 1

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CONTABILIDADE PÚBLICA
Conceitos Iniciais
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A matéria se aplica ao setor público? 
Não totalmente!
A compreensão do que seja o setor público é diferente dependendo do país ou organização que se manifeste.
“Considera-se como setor público não financeiro as administrações diretas, federal, estaduais e municipais; as administrações indiretas, o sistema público de previdência social e as empresas estatais não financeiras federais, estaduais e municipais, além da Itaipu Binacional.” (BACEN, 1999 p. 4). 
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CAMPO DE APLICAÇÃO
Entidades sem fins lucrativos, político administrativas, categorizadas pelo código civil como entidades públicas de direito público interno
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Distribuição das Entidades Governamentais na economia segundo a BACEN e Código Civil.
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CAMPO DE APLICAÇÃO
“A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados” . 
Art. 83 Lei 4320 /64. 
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Peculiaridades 
Orçamento: 
Enquanto nas instituições de direito privado o orçamento é facultativo, nas administrações governamentais ele é obrigatório, por força da constituição. 
Toda a contabilidade pública se estrutura em função da execução orçamentária, tornando o balanço orçamentário a peça mais importante da contabilidade governamental. 
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Peculiaridades 
Lucro: 
O lucro é a medida de desempenho do setor privado. O governo não está interessado em aumentar o seu patrimônio ou maximizar a sua riqueza. 
O interesse público é maximizar o serviço público prestado ao menor custo possível.
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Peculiaridades 
Vinculação entre Receitas e Despesas: 
No setor privado existe uma vinculação direta entre as despesas e as receitas obtidas. 
No governo não é possível determinar qual percentual da receita arrecadada vincula-se a uma determinada despesa, pois os impostos, a principal fonte de receitas governamentais, por definição não tem destinação específica. 
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Peculiaridades 
Princípios, legislação e tributação cruzada: 
Os principais ramos do direito que influenciam a contabilidade e o orçamento público são o direito financeiro e o direito administrativo. 
Os princípios de contabilidade são aplicáveis também ao setor público. 
No governo também não há a preocupação com aspectos de tributação da sua renda ou patrimônio. As entidades governamentais estão imunes a qualquer cobrança deste tipo conforme o art. 150 da CF. 
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Peculiaridades 
Legislação: 
A – Constituição Federal
B - Lei 4320/1964 – Institui normas de direito financeiro.
I - 	Normas gerais
II - 	Lei de orçamento
III - 	Proposta orçamentária
IV - 	Exercício financeiro
V - 	Créditos adicionais
VI - 	Execução do orçamento
VII -	Fundos especiais
VIII - 	Controle da execução orçamentária
IX - 	Contabilidade
X - 	Autarquias e outras entidades
XI - 	Disposições finais
XII - 	Utilização dos anexos
C – Decreto Lei nº 200 /1967 – Organização Administrativa do Estado.
D – Lei 8666/93 – Lei de Contratos e Licitações. Dispõe sobre as normas para aquisições de bens e serviços por parte dos órgãos governamentais.
E – Lei 10.520/02 – Modalidade Pregão de Licitação
F – Lei Complementar 101/ 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal
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Peculiaridades 
Ciclo operacional: 
No setor privado primeiro incorrem-se despesas para a geração da receita. 
No setor governamental arrecadam-se as receitas para então se efetuar as despesas. 
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Peculiaridades 
Produto final e Performance: 
O resultado no setor privado encontra-se a partir do faturamento de bens e serviços. 
No setor público existe a entrega de serviços à população, que não podem ser facilmente valorizados monetariamente. 
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FLUXO OPERACIONAL PRIVADO - SIMPLIFICADO
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FLUXO OPERACIONAL GOVERNAMENTAL
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CONTABILIDADE PÚBLICA
Administração Pública
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Administração Pública - Características
Características do Estado Brasileiro (CF art 1º):
Democrático
Federativo, ou seja, formado pela união de estados, municípios e distrito federal.
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Conceitos
A Nação é o conjunto de indivíduos que habitam o mesmo território, falam a mesma língua, tem os mesmo costumes e obedecem a mesma lei.
O Estado é a nação politicamente organizada.
Os elementos do Estado são:
O Povo – componente humano.
O Território – base física.
O Governo soberano – elemento de organização.
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Conceitos
Os Poderes manifestam a vontade do Estado.
Legislativo – exerce a atividade normativa, ou seja, elaborar a lei.
Executivo – converte a norma em ato concreto.
Judiciário – aplica a lei de forma coativa.
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Centralização e Descentralização
O Poder Executivo é subdividido, nos termos do art 4º do Dec. Lei 200/67 em:
Administração direta
Administração indireta
Autarquia
Empresa Pública
Sociedade de Economia Mista
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Centralização e Descentralização
Administração Direta:
Governos da União, estados e municípios.
Ministérios da União.
Secretarias de estado e municipais.
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Centralização e Descentralização
Administração Indireta:
Autarquia: 
Entidade de direito público, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, destinada a execução de atividades destacadas da administração direta.
Possui autonomia.
Responde diretamente pelos seus atos.
Ex. INSS, CRC, OAB, DNER, BACEN, CVM, Universidades Federais, CADE.
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Centralização e Descentralização
Administração Indireta:
Empresa Pública: 
Empresa de capital inteiramente público, dedicada a atividades econômicas, tendo, porém, personalidade jurídica de direito privado.
Ex. CEF,EMBRAPA, ECT, BNDES.
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Centralização e Descentralização
Administração Indireta:
Sociedade de Economia Mista:
Empresa de capital público e particular, com direção estatal e personalidade jurídica de direito privado.
Ex. BB, Eletrobrás, Brasil resseguros.
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Centralização e Descentralização
Fundos:
 Não constituem pessoa jurídica, mas entidade contábil. O fundo é o produto da destinação de receitas especificadas, que por intermédio de uma lei são destinadas ao atendimento de determinadas despesas. A regulamentação dos fundos está prevista no Titulo VII da Lei 4.320, do artigo 71 ao 74.
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Órgãos Públicos:
São as partes subordinadas aos poderes do Estado, onde se desdobra a estrutura administrativa de forma hierarquizada e descendente. 
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Órgãos Públicos:
O órgão é o centro de competência da atividade governamental, dividindo-se em unidades administrativas. 
Já estas unidades administrativas dividem-se em subunidades administrativas . 
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Órgãos Públicos:
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Controle político da burocracia (administração):
Nos órgãos governamentais os relacionamentos se estabelecem entre duas esferas de ação: a política e a administrativa através dos agentes públicos. 
Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. 
Os agentes normalmente desempenham funções do órgão no qual estão lotados, distribuídos entre os cargos de que são titulares, mas excepcionalmente podem exercer funções sem cargo. 
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Controle político da burocracia (administração):
O cargo ou a função pertence ao Estado e não ao agente que o exerce, razão pela qual o Estado pode suprimir ou alterar cargos e funções sem nenhuma ofensa aos direitos de seus titulares, como podem desaparecer os titulares sem extinção dos cargos e funções. 
Os cargos são lugares criados no órgão para serem providos por agentes que exercerão suas funções na forma legal. 
As funções são os encargos atribuídos aos órgãos, cargos e agentes. 
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Controle político da burocracia (administração):
Os agentes políticos são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. 
São as autoridades publicas supremas do Governo e da Administração na área de sua atuação,
pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites constitucionais e legais da jurisdição. 
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Agentes Políticos:
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Agentes administrativos:
Os agentes administrativos são todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas entidades autárquicas e fundacionais por relações profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade estatal a que servem. São investidos a título de emprego com retribuição pecuniária.
Os agentes administrativos não são membros de Poder do Estado, nem o representam, nem exercem atribuições políticas ou governamentais; são unicamente servidores públicos, com maior ou menor hierarquia, encargos ou responsabilidades profissionais dentro do órgão ou entidade a que servem, conforme o cargo, emprego ou a função em que estejam investidos.
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Agentes administrativos:
As modalidades de agentes administrativos, admitidas pela Constituição Federal são as seguintes:
 Servidores públicos concursados (art. 37, II);
Servidores públicos exercentes de cargos ou empregos em comissão, titulares de cargo ou emprego público (art. 37, V);
Servidores temporários, contratados por prazo determinado (art. 37, IX).
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Controle político da burocracia (administração):
O papel dos agentes públicos anteriormente descrito requer uma divisão entre os papéis de ambos que na pratica não é tão clara e independente. 
De acordo com os conceitos do direito administrativo e constitucional a divisão entre a política e administração seria mais ou menos assim: 
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Controle político da burocracia (administração):
Todavia, existem evidências que demonstram que os burocratas (agentes administrativos) freqüentemente se engajam na formulação da agenda de políticas públicas e na sua consecução, bem como, existem agentes políticos engajados no que seria competência dos agentes administrativos. Portanto, uma representação mais realista do relacionamento entre aqueles agentes seria esta: 
Metas
Ag. Político
Meios
Ag. Administrativos
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Controle político da burocracia (administração):
Metas
Ag. Políticos
Meios
Ag. Administrativos
Finalmente poderá ocorrer uma situação inversa e totalmente indesejável, na qual os agentes políticos interferem na execução dos serviços administrativos para a consecução dos fins que desejam, desprezando o papel técnico. 
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Federalismo
Existem Estados Unitários e Estados Federados.
O Estado Federal pode ser formado
por agregação – Argentina, E.U.A., busca o fortalecimento das entidades subnacionais.
por segregação – Brasil, busca o fortalecimento do governo central.
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Federalismo
A federação brasileira é composta por entidades estatais, em outras palavras, com autonomia política.
Essas entidades estatais são a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal. Outras entidades estatais são as autarquias, as fundações e as empresas governamentais.
Porém, não existe autonomia política sem que hajam recursos próprios. Portanto, existe um conjunto de elementos que garantem tal autonomia, denominado, federalismo fiscal.
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Federalismo Fiscal
Para garantir a autonomia dos entes federativos o federalismo fiscal compreende:
A discriminação constitucional das fontes de recursos.
As Funções de competência de cada membro.
A Determinação do Produto da arrecadação.
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CONTABILIDADE PÚBLICA
Planejamento Governamental
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Instrumentos de Planejamento Governamental
	Estão previstos na Constituição Federal, a partir do artigo 165 e se desdobram em:
 Plano Plurianual – PPA;
 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO;
 Lei do Orçamento Anual – LOA.
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Fluxo do Planejamento Governamental:
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Plano Plurianual
	
	É o plano estratégico, de médio prazo do governo, onde ficará evidenciado seu programa, enfatizando suas diretrizes, ações, bem como os objetivos a serem alcançados.
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Plano Plurianual - CF art. 165 § 1º
Estabelecerá:
 de forma regionalizada,
 as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal
 para as despesas de capital e
 outras dela decorrentes e 
 para os programas de duração continuada.
	
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Plano Plurianual
Diretrizes:
	São macro-objetivos que traçam a direção do planejamento. São detalhados em objetivos por meio de programas. As diretrizes fornecem as indicações necessárias para orientar as ações de uma entidade de forma estratégica.
	
	Exemplo: Erradicação do analfabetismo.
Programas:
	São os instrumentos da ação governamental. São mensurados por indicadores no PPA e visam a solução de um problema ou o atendimento de uma necessidade da sociedade.
	
	Exemplo: Programa de atendimento ao ensino fundamental
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Plano Plurianual
Objetivos:
	O objetivo constitui o detalhamento do programa. O objetivo do programa deverá ser atingido, contribuindo com outros objetivos para o cumprimento da diretriz. São os resultados pretendidos pela administração, os quais se alcançam por meio de ações.
	Exemplo: Garantir o acesso e permanência do aluno em sala de aula.
	
Ações:
	São as iniciativas a serem implementadas a fim de que se cumpram os objetivos.
	Exemplo: Capacitar Professores	
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Plano Plurianual:
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Plano Plurianual:
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Plano Plurianual - Prazos
O PPA deve ser elaborado durante o 1º ano de mandato do governante. Sua validade começa no 2º ano de mandato e vigora até o final do 1º ano de mandato do governante seguinte. 
 O Poder Legislativo tem até o dia 22 de dezembro do primeiro ano de mandato do executivo para aprovar o PPA, com ou sem vetos. 
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MEGAOBJETIVO
“Combater a fome visando a sua erradicação e promover a segurança alimentar e nutricional, garantindo o caráter de inserção e cidadania” 
Exemplo do
PPA Gov. Federal: 2004 - 2007
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Diretrizes – PPA Gov. Federal: 2004 - 2007
1. Garantia de acesso a alimentos, em quantidade e qualidade, aos grupos sociais em situação de risco alimentar, por meio de transferência de renda e, excepcionalmente, em espécie;
2. Incentivo, de forma sustentável e com ganhos progressivos de produtividade, à produção e à comercialização de alimentos básicos;
3. Combate ao desperdício na produção, armazenamento, transporte, comercialização e consumo de alimentos;
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Diretrizes – PPA Gov. Federal: 2004 - 2007
4. Promoção de ações emergenciais, econômica e ambientalmente sustentáveis, associadas a iniciativas estruturantes de segurança alimentar, econômica e
ambientalmente sustentáveis;
5. Regulação da oferta de alimentos mediante a formação e o manejo adequando de estoques governamentais;
6. Estímulo ao cooperativismo e ao associativismo;
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Diretrizes – PPA Gov. Federal: 2004 - 2007
7. Promoção da educação alimentar da população, contextualizada cultural e regionalmente;
8. Estabelecimento de políticas que direcionem as subvenções e subsídios direta e exclusivamente para o beneficiário final;
9. Valorização das características regionais no consumo e no abastecimento alimentar em âmbito local;
10. Disponibilização de financiamentos em volume e condições adequadas à sustentabilidade da agricultura familiar e dos pequenos negócios;
11. Priorização da aquisição de alimentos provenientes da agricultura familiar.
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Programa: Abastecimento Agroalimentar 
Objetivo:
	
	Contribuir para a expansão sustentável da produção por meio da geração de excedentes para a exportação e da atenuação das oscilações de preços recebidos pelos produtores rurais e formar e manter
estoques reguladores e estratégicos de produtos agropecuários para a regularidade do abastecimento interno e para a segurança alimentar e nutricional da população brasileira.
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Programa: Abastecimento Agroalimentar 
Público-alvo:
	
	Segmentos produtivos das cadeias do agronegócio, agricultores familiares, assentados da reforma agrária e famílias em situação de risco nutricional, comunidades tradicionais e do setor varejista.
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Ações do programa... 
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Lei de Diretrizes Orçamentárias
	
	É o instrumento intermediário que faz a conexão entre o planejamento de médio
prazo, estratégico (PPA) e as ações correntes do governo (LOA).
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L.D.O. - CF art. 165 § 2º
Compreenderá:
 as metas e prioridades da administração pública,
 incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente,
 orientará a elaboração da lei do orçamento anual
 disporá sobre alterações na política tributária e
 estabelecerá a política de aplicação das agências financiadoras oficiais de fomento.
	
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Lei de Diretrizes Orçamentárias:
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LDO - Prazos
	A LDO deve ser encaminhada ao Legislativo até 15 de abril de cada ano devendo ser aprovada com ou sem vetos até 17 de julho.
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LDO - Lei de Responsabilidade Fiscal
Outros objetivos:
 Garantir o equilíbrio das contas públicas
 Limitar a emissão de empenhos, evitando que uma situação deficitária perdure.
 Restringir a movimentação financeira, otimizando o fluxo de caixa. Um exemplo é a adoção de um cronograma de desembolso.
 Determinar a forma da apuração de custos e avaliação de desempenhos.
 Estabelecimento de regras e condições para a transferência de recursos para outros níveis ou esferas de governo e para a iniciativa privada.
 Forma de utilização da reserva de contingência.
 Normatizar e condicionar a inclusão de novos projetos no orçamento.
	
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LOA - CF art. 165 § 5º
Compreenderá:
 O orçamento fiscal,
 o orçamento de investimentos nas estatais,
 o orçamento da seguridade social.	
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LOA - CF art. 165 § 8º
“A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei.”
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LOA - Lei 4.320 art. 32
“Se não se receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei do Orçamento vigente.”
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LOA - Prazos
	No caso do governo federal o projeto de lei deve ser encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício – 31 de agosto – e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa – 22 de dezembro.
	No caso dos Estados e Municípios as Constituições e Leis Orgânicas disciplinarão tais prazos.
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Princípios Orçamentários
	Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e controle do orçamento, que estão definidas na Constituição, na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
	
	A Lei nº 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparência orçamentária (art. 2º):
	“A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade (contemplado também, na CF 1988”). 
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Princípio da Unidade
	
	Cada entidade de direito público deve possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma única política orçamentária e estruturado uniformemente. Assim, existe o orçamento da União, o de cada Estado e o de cada Município. 
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Princípio da Universalidade
	
	A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, ou seja, nenhuma instituição pública deve ficar fora do orçamento. 
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Princípio da Anualidade
	
	Estabelece um período limitado de tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa, ou seja, o orçamento deve compreender o período de um exercício, que corresponde ao ano fiscal.
	O art. 34 da Lei 4.320 estabelece que o exercício financeiro (orçamentário) corresponde ao ano civil.
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Outros Princípios
 Orçamento Bruto: “Todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução” (GIACOMONI);
 Discriminação ou Especialização: “[...] as receitas e as despesas devem aparecer no orçamento de maneira discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicação” (GIACOMONI);
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Outros Princípios
Não-afetação das Receitas: “[...] exigência de que as receitas não sofram vinculações [...]” (GIACOMONI) às despesas, sendo que, no Brasil esse princípio refere-se primordialmente a receita de impostos com algumas exceções, tais como: FPE, FPM, ações e serviços públicos de saúde, MDE, “[...] realização de atividades da administração tributária, [...] e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita [...] (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003a)” (BRASIL, 1988, Art. 167); 
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Outros Princípios
 Exclusividade: a lei do orçamento deverá conter somente matéria financeira, “Este princípio surgiu com o objetivo de impedir que a Lei de Orçamento [...] fosse utilizada como meio de aprovação de matérias outras que nada tinham que ver com questões financeiras” (GIACOMONI);
Equilíbrio: as despesas fixadas não deverão ser superiores a previsão das receitas.
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Outros Princípios
Clareza: “O orçamento público [...] deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível a todas as pessoas que, por força de ofício ou por interesse, precisam manipulá-lo” (GIACOMONI);
Publicidade: “[...] o orçamento público deve merecer ampla publicidade. [...] de forma que possibilitassem ao maior número possível de pessoas inteirar-se das realizações pretendidas pelas administrações públicas” (GIACOMONI);
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Outros Princípios
Exatidão: “A exatidão orçamentária [...] envolve questões técnicas e éticas. [...] deve existir grande preocupação com a realidade e com a efetiva capacidade do setor público de nela intervir de forma positiva por intermédio do orçamento.” (GIACOMONI);
Programação: trata-se da veiculação da programação das atividades governamentais ao orçamento, ligando o planejamento à gestão dos recursos, ou seja, é a conexão entre “[...] os objetivos e metas perseguidos [...]” pelo governo e os “[...] meios necessários para tal” (GIACOMONI). 
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Outros Princípios
Burkhead (1971, p. 140) esclarece que
“Êstes princípios podem ser úteis como meio de se estudar alguns aspectos do processo orçamentário. Se considerados, todavia, como mandamentos, são completamente irreais. Os Governos como excelentes sistemas orçamentários violam essas regras com bastante freqüência”. 
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Elaboração do Orçamento
	
O Orçamento é elaborado pelos três poderes da República e consolidado pelo Poder Executivo. 
	
Ele precisa ser equilibrado. Ou seja, não pode fixar despesas em valores superiores aos recursos disponíveis. Essa limitação obriga o governo a definir prioridades na aplicação dos recursos estimados. 
As metas para a elaboração da proposta orçamentária são definidas pelo Plano Plurianual (PPA) e priorizadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). 
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Elaboração do Orçamento
Com base na LDO, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, com a participação dos Ministérios (órgãos setoriais) e as unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário. 
Por determinação constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o projeto de lei do orçamento ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano. Acompanha a proposta uma mensagem do Presidente da República, na qual é feito um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas.
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Elaboração do Orçamento – 1ª etapa
Entre os meses de janeiro e maio, na Secretaria de Orçamento Federal - SOF, é desenvolvida a análise da série histórica da execução dos últimos exercícios, para definição dos limites de gastos por unidade orçamentária da União. 
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Elaboração do Orçamento – 2ª etapa
No mês de junho, os órgãos setoriais apresentam uma proposição detalhada relativa às suas programações em:
 atividades - envolvendo o montante de recursos necessários para assegurar a manutenção da execução das ações atualmente desenvolvidas para a prestação de serviços à comunidade;
 despesas obrigatórias - relativas a despesas
com pessoal, serviço da dívida, benefícios previdenciários. 
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Elaboração do Orçamento – 3ª etapa
Com a estimativa da Receita a ser arrecadada e o montante de gastos projetados para o exercício na 2ª etapa, define um limite adicional e o remete aos órgãos para complementar a sua programação orçamentária, compreendendo:
 expansão de atividades - os valores necessários para expansão dos serviços;
 projetos - gastos requeridos para aumento da capacidade física de atendimento ou inserção de uma ação nova nas atribuições dos órgãos.
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Elaboração do Orçamento – 4ª etapa
Formaliza o documento final elaborando todos os demonstrativos exigidos pela Lei Federal no 4.320/64 e pela Lei de Diretrizes Orçamentárias.
No Congresso, deputados e senadores discutem a proposta que o Executivo preparou, fazem as mudanças que consideram necessárias e votam o projeto. Até à Constituição de 1988, o Congresso apenas homologava o orçamento tal qual ele vinha do Executivo. A partir de 1988, deputados e senadores adquiriram o direito de emendar o orçamento, o que significa que os parlamentares podem propor alterações em programas e projetos apresentados pelo Poder Executivo, desde que sejam compatíveis com o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
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Elaboração do Orçamento – 4ª etapa
A Constituição determina que o Congresso deve votar o Orçamento até o encerramento da sessão legislativa de cada ano.
Depois da aprovação pelo Legislativo, o projeto é enviado ao Presidente da República para ser sancionado. Após a sanção, transforma-se em lei.
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Exercício em dupla
Prepare um Plano Plurianual (PPA) para o Município XYZ. a partir de 2007.
 O plano terá uma única diretriz. 
 Cada diretriz deverá conter dois programas. 
 Cada um dos programas deverá ser implementado por duas ações.
A média anual da arrecadação do Município XYZ tem sido:
 IPTU: 		$ 120.000 
 ISS: 		$ 80.000
Outras:		$ 30.000
As atividades e despesas obrigatórias do município tem sido:
 Pessoal: 		$ 110.000
 Previdência:	$ 50.000

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