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Módulo de Macroeconomia e Economia Brasileira - Direito - 2012.2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB 
DCHTCAMPUS XIX – CAMAÇARI 
Graduação em Direito 
Disciplina: Economia Brasielira
Prof. Mestre Manoel Messias Santos de Oliveira
2011.2
Noções Básicas de Macroeconomia 
e
Economia Brasileira
Sumario
1. Macroeconomia
2. Economia Brasileira
1. MACROECONOMIA
“A macroeconomia trata do comportamento da economia como um todo - de períodos de
prosperidade e de períodos de recessão. Trata das flutuações do produto agregado, das
taxas de variação dos preços e dos níveis de emprego. Focaliza os aspectos
macroeconômicos e as variáveis que os afetam. Trata-se de tópicos relevantes - é, assim,
fascinante e ao mesmo tempo um desafio, à medida que reduz os complexos detalhes da
economia a sua essência manipulável. Em macroeconomia, negligenciamos os pormenores
do comportamento de unidades econômicas individuais e tratamos do desempenho geral.
Há um custo nesta abstração: pormenores omitidos são às vezes importantes. Mas há uma
vantagem: a compreensão das interações vitais entre os mercados agregativamente
considerados.”
(R. Dornbusch e S. Fischer)
O significado e as condições do equilíbrio macroeconômico estão de tal maneira difundidos que sua
percepção já não se limita mais aos fechados círculos do conhecimento econômico. Os meios de
comunicação dão relevância às taxas de crescimento do PIB, às variações dos índices de preços,
às taxas de desemprego e a muitos outros indicadores de desempenho global da economia. São,
contudo, pouco conhecidas as relações entre esses indicadores e as razões pelas quais não são
atingidos simultaneamente os objetivos macroeconômicos ligados aos mesmos.
Os efeitos produzidos pelo desempenho da economia como um todo são facilmente percebidos -
eles afetam a vida dos cidadãos. O desemprego crescente, a inflação alta e persistente, os
desequilíbrios agudos e crônicos no balanço geral das transações externas e as baixas taxas
internas de crescimento são resultados que se refletem de forma negativa em praticamente todos
os aspectos da vida de uma nação - e projetam sua imagem no exterior. A economia é um
termômetro.
As causas dos padrões desiguais de desempenho, as razões dos conflitos entre alguns dos
objetivos da política macroeconômica, os meios que se podem mobilizar na gestão da economia
como um todo, as igualdades fundamentais e as relações entre as principais variáveis que definem
o macroequilíbrio são os temas centrais de que se ocupa a macroeconomia.
A Teoria Macroeconômica ganhou grande impulso, a partir da década de 30, com Keynes, que
inclusive é considerado e seu fundador. Evidentemente, os economistas anteriores a Keynes
sempre tiveram preocupações a respeito do desempenho da economia no seu agregado.
Entretanto, a linha predominante dos economistas acreditava que as economias de mercado
tinham a capacidade de, sem a interferência do governo, utilizar de maneira eficiente todos os
recursos disponíveis, ou seja, produzir a nível de pleno emprego desses recursos.
Políticas Econômicas
Os objetivos da política macroeconômica: produto agregado, emprego, preços e transações
externas.
1 - Crescimento Econômico. O objetivo principal da atividade econômica é proporcionar um
volume de bens e serviços finais capaz de atender à necessidades e à aspirações da população.
Define-se, então, como primeiro objetivo da gestão macroeconômica a geração de um produto
agregado tão próximo quanto possível da plena capacidade da economia. Busca-se também que
as taxas de crescimento do produto ao longo do tempo sejam as mais altas possível, a fim de que
sejam atendidas as aspirações crescentes da população e estendidos os benefícios da
prosperidade econômica a todas as camadas sociais.
O objetivo, desde que outros aspectos macroeconômicos não sejam prioritários, é promover o
crescimento do produto a taxas superiores às do crescimento demográfico, expandindo-se desta
forma a produção per capita de bens e serviços finais.
2 - Alto nível de Emprego. Outro objetivo macroeconômico relevante é reduzir para os mais
baixos níveis possíveis as taxas de desemprego do fator trabalho. Conceitualmente, a taxa de
desemprego é determinada pela distância relativa entre a força de trabalho empregada e os
contingentes demográficos das faixas etárias aptas para o exercício das atividades produtivas.
Há vários tipos de desemprego. A primeira distinção é entre desemprego voluntário e involuntário.
São desempregados voluntários os indivíduos que vivem de rendimentos decorrentes de fatores de
produção de sua propriedade, estudantes que acumulam capital humano para posterior ingresso no
mercado de trabalho ou os membros de unidades familiares dedicados aos afazeres do lar. Do
ponto de vista do desempenho global da economia, este tipo de desemprego não é preocupante,
nem objeto de políticas macroeconômicas, posto que na maioria dos casos resulta de preferências
individuais. O problema é a redução do desemprego involuntário, isto é do contingente que procura
oportunidades ocupacionais, aceita os padrões vigentes de remuneração, mas permanece
desempregado. Ainda pior é a perda do emprego por contingentes que se encontravam
empregados, aumentado as taxas de desemprego involuntário.
A existência ou o aumento do desemprego involuntário é geralmente atribuível a razões cíclicas ou
estruturais. O desemprego cíclico decorre de flutuações da procura agregada ou de movimentos
sazonais de produção. Já o desemprego estrutural relaciona-se com a estagnação da economia,
com o insucesso de políticas macroeconômicas ou com o desajuste crônico entre a oferta e a
procura pelo fator trabalho. Pode resultar também de novos processos de produção, mais
fortemente fundamentados em uso intensivo de capital e em tecnologias avançadas, substitutas de
mão-de-obra.
A redução do desemprego involuntário dos tipos cíclico e estrutural é um dos mais importantes
objetivos da política macroeconômica, haja vista o desconforto social e as suas conseqüências
perversas. Ocorre que os desempregados nem sempre conseguem reempregar-se percebendo as
mesmas remunerações que tinham antes, com a retomada do crescimento econômico. Novos
contingentes que passam a integrar as faixas etárias produtivas podem estar dispostos a trabalhar
por menores remunerações. Desta forma, os objetivos macroeconômicos relacionados ao emprego
não se limitam a manter ou a reduzir as taxas do desemprego corrente, mas também à expansão
das oportunidades ocupacionais, a fim de que os novos contingentes sejam absorvidos sem
provocar movimentos estruturais de baixa na remuneração do fator trabalho.
Teoricamente, não há incompatibilidade entre a expansão do produto agregado e os objetivos
ligados à sustentação e à expansão do emprego. São dois objetivos interconsistentes. Todavia,
podem ocorrer movimentos estruturais nos processos de produção, geralmente resultantes de
pressões para redução de custos, com vistas à maior competitividade das empresas, que
comprometem as relações funcionais teóricas entre produto agregado e emprego. Estabelecem-se,
assim, dificuldades efetivas para conciliação desses dois objetivos macroeconômicos: sem
competitividade as empresas não conseguem manter os empregos que criaram; mas para ser
competitivas são compelidas a aprimorar seus processos operacionais e a substituir a força de
trabalho por novos recursos tecnológicos de produção e de gestão.
3 - Estabilidade nos Preços. A estabilidade geral dos preços e o equilíbrio estrutural entre os
preços relativos dos diferentes bens e serviços constitui o terceiro objetivo macroeconômico. A
estabilidade se verifica quando, em mercados livres, os índices de variaçãode preços ficam
próximos de zero; o equilíbrio estrutural entre preços ocorre quando permanecem razoavelmente
simétricos ao longo do tempo os índices de preços pagos e recebidos. Mudanças em estruturas
relativas de preços ou variações agudas e persistentes nos índices sinalizam desequilíbrios
macroeconômicos indesejáveis. Inflações ou deflações altas indicam que alguma coisa não vai bem
com o desempenho global da economia. Tanto uma situação quanto outra demandam medidas
corretivas.
Tanto a inflação crônica quanto o desemprego involuntário alto e em expansão são perversos do
ponto de vista econômico e social. Quando uma dessas categorias de desequilíbrio ocorre, a
pobreza se agrava, instalando-se situações críticas de desconforto que tendem a generalizar-se.
Ainda assim, quase sempre se impõem escolhas: os meios que se empregam para estabilizar os
preços podem conflitar com os que se empregam para promover a expansão do produto e do
emprego. 
4 - Equilíbrio nas transações externas. O quarto objetivo macroeconômico relevante é o
equilíbrio das transações externas. A diferença entre exportações e importações de mercadorias e
serviços é um dos fluxos da procura agregada. Logo, tem tudo a ver com os níveis de emprego e
com os índices de preços, bem como com a sustentação ou com o crescimento do produto
agregado. Apenas em casos deliberados, os gestores da política macroeconômica podem induzir
a situações de desequilíbrio em transações externas, sustentando déficits ou superávits nos saldos
correntes comerciais e de serviços. Desequilíbrios nesses fluxos exigem compensações nas
demais variáveis que compõem a procura agregada - ou o sistema todo se desequilibrará.
No Balanço de Pagamentos existem três principais componentes a serem verificados: balança
comercial (Exportações – Importações), balança de serviços (serviços e rendas) e movimentos de
capital. 
A estrutura do BP a partir de 2001, exigido pelo FMI é o seguinte:
I – Conta corrente
a) Balança Comercial
b) Serviços
c) Rendas (serviços de fatores)
d) Transferências Unilaterais correntes
II – Conta Capital
III – Conta Financeira
1) Investimento Direto
2) Investimentos em Carteira
3) Derivativos
4) Outros Investimentos
IV – Variação as Reservas Internacionais
Principais Relações Macroeconômicas
Para um melhor entendimento dos efeitos das políticas econômicas sobre a economia como um
todo é importante ter conhecimentos básicos de algumas variáveis que mais influenciam na vida
cotidiana das pessoas comuns da sociedade e das empresas. Demanda agregada, oferta
agregada, origem e destino da renda nacional e o investimento e sua relação com a taxa de juros.
PIB – soma dos de todos produtos e serviços gerados dentro do território nacional.
Atividade Econômica pode ser medida de três formas: ótica da produção (PIB), ótica da despesa
(lado da demanda ou seja, o lado dos agentes que compram a produção) e a ótica da renda (lado
da remuneração dos fatores de produção).
DEMANDA (Dispêndio) = Oferta agregada (produto) = RENDA
Demanda agregada (Da) corresponde aos dispêndios globais de um país, num determinado ano, e
é composta pelos seguintes elementos: Consumo Agregado (C), o investimento privado (I), os
gastos públicos (G) e as exportações (E) ou seja:
Da = C + I + G + E.
Consumo agregado: compras de bens de consumo pelas famílias
Investimento privado: investimentos das empresas nas compras de bens de capital e equipamentos
Gastos públicos: despesas do governo
Oferta agregada (Sa ) é composta da produção nacional (Y) mais as importações (M), isto é:
As = Y + M
Renda Nacional (Y) origina-se de todas as remunerações, que são os salários, lucros, juros e
aluguéis.
O destino dessa renda será: (C) consumir, (S) poupar, (T) pagar impostos isto é:
Y = C + S + T
A identidade Macroeconômica fica dessa forma: 
Y + M = C+I+G+E ou seja: Y = C + I + G + (E – M) 
A producao interna ( Y ) que é igual a renda nacional ( Y ) deve igualar-se ao que é “consumido”
por brasileiros e Governo, investido por empresas e também ao saldo líquido da balança
comercial (diferença entre exportação e importação). Como a importacao compõe a oferta
agregada, parte da demanda agregada é atendida pelas importações. Também assim a demanda
agregada é composta por exportações brasileiras (que na verdade representam a demanda de
estrageiros por produto do Brasil).
Principais pontos (resumos)
• Macroeconomia tenta explicar as relações entre os agregados econômicos como consumo
total, poupança global, investimento total , renda nacional, nível de emprego e preços,
inflação. Busca estimar o nível da atividade econômica.
• Produto Nacional é analisado em três óticas:
a) Fluxo de produção
b) Fluxo da renda
c) Fluxo dos dispêndios
• Ate 1930: A mcroeconomia era resumida no modelo de equilíbrio geral (teoria clássica). A
Lei de Say “a oferta gera sua própria procura”, e assim a flutuação das taxas de juros e a
flexibilidade dos preços e remunerações sempre garantiriam a manutenção da economia em
pleno emprego. Depois da Grande depressão: Keynes rejeita a teoria clássica ( Sa = Da)
pois a crise provou a possibilidade de desajuste ( Sa > Da) e promove a Revolucao
Keynesiana: Pleno emprego dependem da Demanda agregada e esse controle pode ser
exercido pela intervenção das autoridades governamentais.
Para Keynes, o Governo, de maneira exógena, poderá interferir em alguma variável da equação
macroeconômica. Se pode elevar a renda nacional e o emprego em momentos de recessão se o
governo implementar políticas compensatórias capaz de suprir deficiências no investimento e no
consumo.
Assim, se estuda os componentes da demanda agregada [Y = C + I + G + (E – M)] e seus
respectivos determinantes, que são entre outros, a renda e a taxa de juros, impostos e a taxa de
cambio. 
Tanto o Consumo como a Poupança (que é a renda não consumida) dependem da renda, sendo
que o consumo aumenta a taxa decrescentes com a renda ( ou seja, quando a renda se eleva, o
consumo também cresce, embora não na mesma proporção), enquanto a poupança aumenta a
taxa crescentes.
A função investimento, que é, sem duvidas um dos fundamentos da procura agregada, mostra que
o investimento privado é uma função inversa (relação negativa) da taxa de juros. Ou seja, uma
queda nos juros estimula os empresários a investirem e vice-versa. 
Para que a demanda agregada absorva a totalidade da produção, é importante que a despesa em
bens de investimento venha preencher o eventual afastamento entre a oferta global e a despesa
em bens de consumo. A decisão de investir não depende da poupança disponível da comunidade,
mas da taxa de juros, que por sua vez depende da relação entre oferta e procura por moeda. A
decisão de investir afeta, em curto prazo, o nível de produção e de empregos. 
Assim a taxa de juros (que afeta o investimento e a demanda especulativa por moeda) e o nível de
renda (que afeta o consumo, a poupança e a demanda por moeda, por motivos de transação e
precaução) são duas variáveis centrais no modelo macroeconômico keynesiano, na determinação
do equilíbrio nos dois mercados: o de produtos e o monetário.
No nível macroeconômico, o governo dispõe de instrumentos de política economia, tais como:
política fiscal, monetária, cambial e de rendas, a fim de atingir objetivos como crescimento do PIB,
pleno emprego, inflação baixa, juros baixos, investimentos em expansão e equilíbrio no balanço de
pagamentos.
Para Keynes, o emprego é função da procura agregada, pois somente esta induz o volume de
produção (oferta global) e, por conseguinte, o emprego requerido, ou seja, um dado volume de
produção requer uma certa quantidade de mão-de-obra.
2.3 Instrumentos de política econômica
Os instrumentos de política econômica sãovariáveis-meio que se mobilizam para o atendimento
dos objetivos de expansão do produto e do emprego, a estabilidade dos preços e o equilíbrio das
transações externas. Dividem-se em quatro grupos: 
1) política fiscal (receita e gastos públicos), 
2) política monetária (juros e controle da oferta de moeda),
3) política cambial (cambio, tarifas e quotas) e de relações econômicas externas e 
4) política de rendas(controle de preços e salários).
Existem conflitos entre a obtenção de mais de um objetivo e a utilização de certas medidas de
obtenção destes objetivos. Por exemplo, o objetivo de crescimento do PIB pode se chocar com as
metas de taxas de inflação baixa ou mesmo a obtenção de redução de impostos pode causas
aumento da dívida pública.
Política fiscal. 
Reporta-se ao manejo dos orçamentos do governo, tanto do lado dos dispêndios quanto no lado
das receitas.
Os dispêndios governamentais, de consumo e de investimentos, são dois importantes
componentes da procura agregada. Desta forma, têm muito a ver com a sustentação do produto
agregado e do nível de emprego. Já os dispêndios com transferências vão incorporar-se à renda
disponível das unidades familiares, aumentando sua capacidade efetiva de dispêndio ou de
poupança.
Por seu turno, os subsídios modificam preços de produtos finais, interferindo indiretamente nos
níveis efetivos de dispêndios dos agentes privados.
A contrapartida desses dispêndios é a tributação direta ou indireta. Enquanto os dispêndios do
governo exercem efeitos expansionistas sobre a renda, a produção e o emprego, os tributos
exercem efeitos contracionistas.
 São instrumentos fiscais:
1. Os dispêndios do governo: consumo, investimentos, transferências, subsídios.
2. A tributação: tributos diretos e tributos indiretos.
A política fiscal endente-se como a atuação do Governo no que diz respeito à arrecadação de
impostos (receitas) e aos gastos públicos. Reporta-se ao manejo dos orçamentos do governo, tanto
do lado dos dispêndios quanto no lado das receitas.
O gastos - Os gastos são basicamente dois tipos: despesas correntes [consumo (folha, energia, e
materiais) , transferências (despesas com o setor privado sem contraprestação de bens ou
serviços, a exemplo de assistência social, previdência), juros (dívida interna e externa), e
subsídios(para produtores e/ou consumidores)] e despesas de investimento.
No Brasil o peso maior nos gastos são (que são despesas correntes): 
a) Juros da dívida interna e externa (Dívida pública (interna e externa) está em torno de
41% do PIB, cerca de R$ 1,1 trilhão – junho/2008 – Agência Brasil)
b) Despesa com pessoal da União: R$ 115 bi (5% do PIB)
c) Déficit da Previdência (em 2007 fechou no negativo: R$ 46,004 bilhões,
aproximadamente 1,75% do PIB – Previdência (em 2007): "gasto como proporção do
PIB" de 11,7% - R$199.365,3 bi. 
(Para comparar: Brasil (11,7%) do PIB, Itália (17,6%), Ucrânia (15,4%) e Uruguai (15%). 
 
 Fonte: Governo Federal, 2008
Os dispêndios governamentais, referentes a Investimento em 2007 foram de aproximadamente R$
7 bi que implica em menos de 0,5% do PIB.
As despesas governamentais com consumo e de investimentos, são dois importantes componentes
da procura agregada. Desta forma, têm muito a ver com a sustentação do produto agregado e do
nível de emprego. Já os dispêndios com transferências vão incorporar-se à renda disponível das
unidades familiares, aumentando sua capacidade efetiva de dispêndio ou de poupança.
Por seu turno, os subsídios modificam preços de produtos finais, interferindo indiretamente nos
níveis efetivos de dispêndios dos agentes privados.
A Receita : A contrapartida desses dispêndios é a tributação direta ou indireta. Enquanto os
dispêndios do governo exercem efeitos expansionistas sobre a renda, a produção e o emprego, os
tributos exercem efeitos contracionistas.
A tributação: tributos diretos e tributos indiretos.
Impostos Diretos (incidem diretamente sobre a renda e a propriedade, como IR, IPVA, IPTU e ITR)
representam um percentual bem menor da receita do Brasil comparado aos países desenvolvidos.
Impostos Indiretos (gerados na produção, consumo e venda, como IPI, ICMS,, Finsocial e PIS)
correspondem a 60% da receita tributária (2003), enquanto nos industrializados é de apenas
27,5%. 
Nossa estrutura tributária é fortemente regressiva (classe de menor renda pagam
proporcionalmente mais ), ao contrário do que ocorre em outros países do mundo.
Curva de Laffer: Alíquota versus Arrecadação
Arthur Lafer: economista que estudou as relações entre valor do imposto e sua efetiva arrecadação.
Na taxa zero de alíquota, a arrecadação do governo é zero. Quando essa taxa sobe, sobe também
a arrecadação, até certo ponto. A partir de determinado nível aumentos na alíquota fará decrescer
a arrecadação.
O estímulo a sonegação e/ou evasão fiscal e tamb’m o desestímulo a atividade econômica.
Alíquota de impostos (%)
 Arrecadação tributaria (R$)
 Ao A máx.
Déficit Público: Excesso da despesa (gastos) em relação as receitas (arrecadação) do governo.
Limitações na política fiscal:
• Volume de arrecadação depende da estrutura vigente
• Despesas fixas (obrigatórias)
• Possível vinculação entre receitas de impostos e de gastos específicos
Dívida pública interna :⇒estoque de títulos públicos ainda não pagos
Restrição orçamentária⇒depende do volume da dívida atual, custo do serviço da dívida e fluxo
presente e futuro
Títulos Federais: Emitidos e garantidos pela União, e normalmente trazem indicados o prazo, do
resgate e a taxa de juros incidente. No Brasil os mais comuns são a LTN (Letra do Tesouro
Nacional), LFTN (Letra Financeira do TN) NBC- E (Nota do Banco Central do Brasil). Ambos
buscam cobrir déficit, realizar antecipação de receita ou realização de política monetária.
LFTS: letras financeiras do tesourto⇒ emitidos pelo tn e pagam valor de face mais selic
LTN’S: emitido pelo tn pagam valor fixo negociado pelo valor presente: 
Ex. R$ 1.000,00 face ⇒ se juros de 25% é negociado por r$ 800,00
Cambiais: emitidos pelo TN ou Bacen, com valor do resgate fixo mais a variação do câmbio
Como se calcula a restrição orçamentária?
to
t máx.
A restrição é determinada pelo montante dos superávits futuros que o setor privado acredita poder
gerar o governo
Soluções para o endividamento:
⇒ aumentar impostos
⇒ reduzir gastos
⇒ emitir moeda 
⇒ dar o calote
O efeito da Política fiscal sobre a economia
A arrecadação incide sobre o nível de demanda ao influir na renda disponível que os indivíduos
poderão destinar ao consumo e poupança.
Quanto maior forem os impostos , menor será a renda disponível e menor será o consumo.
Gastos públicos são diretamente ligados a demanda agregada. Quanto maior for o gasto, maior
será a demanda agregada.
Em geral, governos gastam mais do que arrecadam (déficit público). Há três conceitos de déficit:v
Primário →leva em conta os gastos e as receitas, sem considerar os juros que o governo tem de
pagar sobre suas dívidas
Operacional→incluem a despesa com juros
Nominal→ leva em conta a inflação e a correção cambial
Política monetária.
 O instrumento básico desse instrumento de política econômica é o controle da oferta de moeda,
que define a liquidez da economia como um todo. O controle da moeda é complementado pelo
contingenciamento das operações de crédito, que também exerce efeitos sobre a liquidez e os
juros. A contração da oferta de moeda pode provocar a elevação da taxa de juros, contraindo os
dispêndios de consumo e de investimento dos agentes privados e refletindo-se nos níveisgerais de
preços. A contração do crédito pode atuar na mesma direção. Contrariamente, a expansão real da
oferta monetária, à medida que reduz os níveis reais dos juros, pode atuar na direção oposta,
estimulando os níveis do dispêndio agregado, interno e externo, dos agentes privados. E por essa
via atuar sobre os níveis agregados de emprego.
Composição Monetária (tipos de moeda – M1, M2, M3, M4) : 
• Papel-moeda em poder do público PMPP
• Depósitos a vista no sistema bancário DVSB
• Depósitos a vista nos bancos comerciais DVBC
• Depósitos a vista nas caixas econômicas DVCE
• Depósitos a vista nos bancos múltiplos DVBM
• Títulos da dívida pública TDP
• Federal TDPF
• Estadual / Municipal TDPEM
• Depósitos em caderneta de poupança DCP 
• Títulos de emissão do sistema financeiro TSF 
• M1 = PMPP + (DVBC + DVCE + DVBM) 
• M2 = M1 + (TDPF + TDPEM) 
• M3 = M2 + DCP
• M4 = M3 + TSF
No lado da demanda por moeda temos: 
A procura por moeda é definida por três motivos: 
a) Motivo transação. A moeda é uma provisão temporal de poder de compra. Todos os
agentes econômicos a empregam como meio de pagamento. A procura por moeda que
atende às finalidades transacionais é uma função da renda agregada.
b) Motivo precaução. A retenção de saldos precaucionais de moeda é destinada a atender
às incertezas do futuro. Este componente da procura por moeda é também função da
renda agregada. 
c) Motivo especulação. Os agentes econômicos mantêm ainda saldos monetários na
expectativa de ganhos especulativos, com a compra de ativos reais e financeiros. A maior
parte dos saldos monetários retidos para finalidades especulativas é derivada direta das
expectativas de variação futura das taxas de juros.
Continuando o debate o sobre oferta de moeda, apresentemos os instrumentos monetários:
� Emissões: 
O Bacen tem o monopólio das emissões. 
� Reservas Compulsórias:
Os bancos guardam certa parcela de seus depósitos no Bacen para atender as
necessidades de caixa e de compensação de cheques. (reservas voluntárias). Mas o
Bacen obriga os bancos comerciais a reter uma parcela dos depósitos como depósitos
obrigatórios.
Reservas dos bancos comerciais: 
Caixa (encaixe)forma moeda 
Depósito (reservas) voluntário 
Depósito compulsório (maior taxa de compulsório, menor será a disponibilidade de dinheiro para
empréstimo ao público e isso fará os juros subirem. Do contrário, menor taxa de compulsório, maior
quantidade de moeda disponível, menor taxa de juros.
Assim, para uma política econômica expansionista, necessitará uma prática de taxas
menores para o compulsório.
A taxa de reservas compulsórias é um instrumento de alta eficácia para controlar o processo de
multiplicação da moeda escritural e, desta forma, a expansão dos meios de pagamento. O aumento
das reservas compulsórias contrai a proporção dos depósitos a vista que os bancos destinarão a
operações de empréstimo, enquanto a redução dessas reservas atua em direção oposta, liberando
maior volume de recursos para o financiamento do setor real da economia.
À medida que se expandem as exigências de reservas compulsórias, a compressão da capacidade
operacional dos bancos contrai, por um lado, os movimentos de multiplicação da moeda bancária;
por outro lado, eleva os níveis da taxa de juros que os bancos passarão a praticar. A variação dos
juros para mais é uma resposta do sistema bancário à expansão das reservas compulsórias: o
aumento dos juros busca compensar as perdas operacionais decorrentes da contração das
operações ativas (empréstimos).
� Open Market: 
São operações que se realizam no mercado monetário, especialmente destinadas a regular, no dia-
a-dia a liquidez geral da economia. Atuam a curtíssimo prazo em dois sentidos, condicionando
diretamente o volume da oferta monetária e a taxa de juros. Nesse segmento de mercado atuam
primariamente o banco central e as instituições do sistema financeiro. Em situações de aperto de
liquidez, o banco central entra no mercado monetário comprando títulos quase-monetários que
integram o conceito M2 de oferta monetária; com isso, injeta papel-moeda na economia,
expandindo, desta forma, a oferta primária de moeda. Em situação oposta, quando as condições de
liquidez frouxa podem levar a níveis indesejáveis de aquecimento da economia, comprometendo a
estabilidade monetária, o mercado aberto é acionado em direção contracionista. Em vez de irrigar,
o banco central enxuga o mercado monetário, expandindo os juros e absorvendo papel-moeda com
a colocação líquida de títulos.
� Redescontos:
Estas operações caracterizam-se como contra partida dos recolhimentos compulsórios.
Denominam-se também empréstimos de liquidez. Trata-se de empréstimos que o banco central
concede, redescontando títulos de crédito que o setor real da economia descontou no sistema
bancário. Estas operações têm o caráter de socorro aos bancos, embora as taxas de juros
praticadas pelo banco central sejam usualmente punitivas. Ou seja, para que seja mantida a lógica
das operações bancárias, as taxas do redesconto são superiores àquelas cobradas pelos bancos
em suas operações ativas de desconto de títulos. É exatamente por ser um tipo de socorro punitivo
que as operações de redesconto atuam como instrumento de controle da oferta monetária, além de
configurarem uma garantia de segurança operacional e de liquidez para o sistema bancário como
um todo. Caso não houvessem operações desse tipo, os bancos seriam forçados a operar com
taxas bem maiores de reservas técnicas próprias; mas, ainda assim, os riscos envolvidos nas
operações bancárias seriam mais altos e a liquidez do sistema financeiro ficaria inteiramente
condicionada ao comportamento do público e dos próprios bancos.
� Controle do crédito
Trata-se de intervenções diretas do banco central no mercado de crédito. Neste sentido, é um
instrumento de controle da oferta monetária que se diferencia dos três anteriores (recolhimentos
compulsórios, redesconto e mercado aberto) em pelo menos três aspectos:
� Alcança as operações ativas de todo o subsistema de intermediação financeira
e todos os sub-segmentos de mercado em que se realiza a maior parte das
operações de crédito e financiamento.
• Condiciona diretamente, e não por vias indiretas, o volume e os custos das
aplicações do setor financeiro, direcionando-as para as categorias de fluxos do
setor real que sejam alinhadas à consecução dos objetivos da política econômica
como um todo.
1) Atua sobre o conceito mais abrangente de oferta monetária, M4.
Política cambial e de relações econômicas externas. Os instrumentos diretamente vinculados às
transações externas são:
� As intervenções no mercado cambial: neutralidade cambial; desvalorização
cambial; valorização cambial.
� A política de comércio: fixação de quotas; regime de proteções.
� O tratamento dado aos capitais externos de risco: condições de ingresso; remessa
de lucros.
Taxas de câmbio desvalorizadas, protecionismo e estímulo à entrada de capitais para
investimentos geralmente estimulam a procura agregada e impulsionam para cima o nível geral do
emprego. Mas tudo isso pode gerar focos inflacionários. Já o câmbio valorizado, a maior abertura
das fronteiras econômicas para entrada de produtos competitivos e o favorecimento seletivo de
empreendimentos externos para atuação em mercados pouco concorridos internamente podem ser
instrumentos de estabilização de preços; não obstante possam comprometer os níveis internos de
oferta agregada e de emprego.
 Estes instrumentos complementam a utilização de mecanismos fiscais, monetários e de crédito
na regulação das exportações líquidas e no equilíbrio das contas externas como um todo. Todos
eles guardam ligações com todos os objetivosmacroeconômicos. O produto agregado e os níveis
de emprego podem ser estimulados tanto por intervenções no mercado cambial, quanto pela
política de comércio, como ainda pelo tratamento dados aos capitais externos de risco. Taxas de
câmbio desvalorizadas, protecionismo e estímulo à entrada de capitais para investimentos
geralmente estimulam a procura agregada e impulsionam para cima o nível geral do emprego. Mas
tudo isto interfere também no nível geral de preços, podendo produzir focos inflacionários. Já o
câmbio valorizado, a maior abertura das fronteiras econômicas para entrada de produtos
competitivos e o favorecimento seletivo de empreendimentos externos para atuação em mercados
pouco concorridos internamente podem ser instrumentos de estabilização de preços, não obstante
possam comprometer os níveis internos de oferta agregada e de emprego. Também neste campo,
a direção em que os instrumentos serão empregados estará condicionada à hierarquização dos
objetivos macroeconômicos.
Políticas de rendas. Trata-se de um conjunto de intervenções diretas que geralmente
complementam a atuação dos instrumentos fiscais, monetários e cambiais. A denominação política
de rendas justifica-se pelos tipos predominantes de intervenções, como os controles diretos de
preços e os controles legais sobre salários e demais remunerações de fatores de produção.
Embora possam atuar também em direções expansionistas, as políticas de rendas geralmente são
mais utilizadas em programas de estabilização.
2 . Economia Brasileira
Estudar a economia brasileira para economistas pode significar o exercício e a oportunidade de ver
nos fatos, um laboratório sem comparações para as teorias econômicas e da economia política.
Para potenciais e efetivos empreendedores e gestores significa a oportunidade de entender o
ambiente externo de seu negócio, às vezes definidores únicos de seu sucesso ou seu fracasso, e,
em todos os casos, pelo menos significa uma parte considerável dos aspectos relevantes desse
desempenho.
Faremos um paralelo no tempo sobre o comportamento dessa economia até chegarmos ao
entendimento do cenário atual e sermos capazes de limitar os choques futuros.
Retrospectiva de quatro décadas
O Brasil foi o país do mundo que mais cresceu no período 1961 – 1980, sobretudo entre 68 e 73.
A década de 80, entretanto, foi marcada na história como a famosa “década perdida”, com altas
taxas de inflação, aumento do desemprego, da dívida externa e da queda da renda. 
A década de 90 foi marcada um processo de forte abertura comercial da economia, e, a partir de
1994, passamos a experimentar o tão sonhado o controle da inflação, a partir do Plano Real. O pais
aprendeu aos poucos a ser mais competitivo, o setor produtivo privado foi forçado a adotar novas
tecnologias para se tornar mais produtivo. O setor privado passou a fazer a chamada “lição de
casa” e o setor público avançou não tanto, a exceção da Lei de Responsabilidade Fiscal (fim dos
anos 90).
A dívida pública federal em 1993 era de R$ 60 bilhões. Em 2003 essa dívida tinha saltado para R$
900 bilhões. Em grande parte, este aumento se deu pela política de juros elevados para atração de
capitais externos de curto prazo, e em parte, devido a falta de reformas tributária e previdenciária, o
que força a necessidade de oferecer retornos muito elevados para que seja atraente ao investidor.
Numa retrospectiva da evolução num período que começa nos anos 60, temos pelo menos três
elementos marcantes:
5) Avanço do processo de industrialização orientado e coordenado pelo Estado;
6) Os problemas advindos da insuficiente capacidade de financiamento do desenvolvimento
econômico
7) A incapacidade de assegurar, paralelamente à performance econômica, a melhoria
substantiva da situação social
A crise de 30 fornece certo respaldo para uma proposta de desenvolvimento baseada no
fortalecimento do processo de industrialização e que o Estado getulista se apresenta como
instrumento de viabilização desse processo com a execução de um projeto nacional de
desenvolvimento.
Criação e fortalecimento de empresas estatais, bem como, uso de políticas cambiais , fiscais e
creditícias deram as condições necessárias do fortalecimento da industrialização. 
Com o Governo JK (1956/1960) presencia-se uma entrada maciça de recursos estrangeiros que
viabiliza a industria de bens de consumo durável e maquinas e equipamentos. Ampliação da malha
rodoviária e da oferta de energia, basicamente com recursos públicos, complementa as condições
necessárias no processo.
Final dos anos 60, a economia mundial passa a viver taxas favoráveis de crescimento econômico
que ajudaram e muito as condições internas da economia brasileira.
Apesar dos choques do petróleo em 73 e 79, a década de 70 é chamada de “década do milagre”. O
modelo de desenvolvimento caracterizado como Modelo de substituição de importações, no qual a
industrialização se vale dos possíveis estrangulamentos externos e contando com a proteção
relativa do mercado interno, via controles diretos ou indiretos de importação. 
Anos 80, com a crise da dívida externa, provocada pelo aumento dos juros internacionais o Brasil
vive período de inflação alta e ao mesmo tempo recessão, ao que podemos chamar de
estaginflação.
Os planos de estabilização Plano Cruzado, Plano Bresser, e Plano Verão foram aplicados entre
1986 e 1989. O Plano Collor, em 1990, foi baseado em medidas heterodoxas (redução drástica da
oferta de moeda via interferência nos direitos de saques em poupanças, contas e aplicações, no
chamado seqüestro de liquidez). Todos tiveram resultados insatisfatórios, baseados em
congelamento de preços, quebra de contratos, mudança de moeda, alteração de regras de
indexação e outras medidas. 
O Plano de Governo Collor incluía também um processo de abertura comercial, com redução de
alíquotas incidentes nos bens importados, visando o aumento da competitividade. Alem disso
houve um forte esforço de desregulamentação, implementação do programa de privatizações das
estatais e abertura do mercado financeiro global.
O Plano Real se valeu de um conjunto de instrumentos complexos que o credenciou ao ucesso
pleno do que se refere seu objetivo estabilizador. O ajuste fiscal provisório, indexação total da
economia a uma unidade de conta, a Unidade Real de valor, com alinhamento dos preços relativos,
e a reforma monetária. Mas também e de forma fundamental, teve contribuição também a
consolidação da abertura comercial, a valorização do real em relação ao dólar, que possibilitou a
entrada de importados, segurando a inflação interna. No período inicial houve altos déficits
comerciais no Balanço, e que foi possível a convivência com essa realidade por conta de altos
fluxos de capital de curto de prazo, devido as altas taxas de juros.
O Desenvolvimento Econômico Brasileiro após a década de 50
Período de 1961 – 1973 
Foi um período de forte crescimento acelerado, onde o Brasil, que tinha um PIB de US$ 14 bilhões
em 1960, viveu taxa de crescimento médio de 8% (entre 68 e 73 crescemos a uma media de 11%).
Nesse período a divida externa liquida não cresceu muito pois exportávamos num ritmo suficiente
para gerar divisas e pagar os débitos. O desemprego quase não existia.
 
Período de 1973 – 1979
O primeiro choque do petróleo elevou o barril de US$ 2,5 para US$ 12,5 em 1973. Isso debilitou
nossas contas externas elevando a nossa dívida. Obras polemicas e até equivocadas do setor
publico e o excesso de crescimento que geraram gargalos na economia e prejudicou o
desempenho no médio e longo prazo. Em 472 anos de historia contraímos US$ 9,5 bilhoes em
divida externa. Em apenas 7 anos (1972-1979) aumentamos a nossa divida em US$ 40 bilhoes.Período: Década de 80 – a década perdida
Com o segundo choque do petróleo em 1979 (com preços que saltaram para mais de US$ 30,00
por barril) provoca uma reação americana de elevar drasticamente as taxas de juros. Esse dois
fatos anos ajudaram nos resultados negativos da década de 80 para o Brasil. De positivo podemos
mencionar o fortalecimento do Proálcool, que é uma resposta bem adequada a crise energética do
ponto de vista escassez de recursos e impacto ambiental.
Também na década de 80 vivenciamos uma redução nos preços das commodities (produtos
agrícolas) no mercado internacional em torno de um teço do valor, o que resultou em perda de
valores nas exportações.
Na década de 80 houve: 
Recessão
Desemprego
Aumento da dívida externa
Inflação
Queda na renda per capita
Anos 90: década das mudanças
As bases do capitalismo brasileiro começa a mudar radicalmente. Saímos de um modelo de alta
proteção ao produtor nacional, que gerou por muito tempo acomodação e falta de competitividade,
para um modelo de abertura aos produtos importados, forçando uma adaptação da classe
empresarial brasileira a um novo padrão de qualidade. 
A empresa para ser competitiva necessitava de:
• Ter maior produtividade e isso somente se alcança com tecnologia.
• Obter menor custo unitário (ou médio) – aumentando a produção com o mesmo custo
(aumento da produtividade)
• Alcançar melhor qualidade dos produtos
Nesse momento presenciamos cinco processos (que ainda estão em andamento) na economia
brasileira e que tem mudado o perfil dessa economia.
2) Globalização
3) Abertura da economia
4) Estabilização econômica
5) Privatização
6) Conscientização do consumidor brasileiro
A globalização foi o único fator externo, que não dependeu de decisão interna de governo nem da
sociedade brasileira. Isso provoca uma maior competição no meio empresarial com suas demais
implicações.
A abertura da economia foi decisivo para a obtenção da estabilidade econômica pois causou o
chamado choque da oferta (aumento das importações). Alem desse fator, vivenciamos um período
de fusões e incorporações.
A estabilidade econômica causou mudanças nas atitudes. No cenário de inflação ganhavam o
governo (arrecadação aumentava a cada dia - receitas indexadas e despesas não eram
indexadas), os oligopólios (com a economia fechada eles podiam aumentar os preços acima da
inflação e realizavam aplicações financeiras que garantiam lucros astronômicos) e os bancos
(ganhava com aplicações de recursos de que eles administravam e que sobre os quais não
precisavam pagar juros, como os depósitos à vista e pagamentos de contas – água luz, telefone)
A privatização significou uma arrecadação num período de 11 anos (1991 a 2002) de US$ 100
bilhões (segundo o BNDES). Esse dinheiro foi usado 90% com pagamento de dívidas e 10% com
área social (educação e saúde). Ressalte-se também o aumento da participação do capital
estrangeiro. Em 1995 eles tinham a participação de 4% e em 2002 já era de 40%.
A conscientização do consumidor brasileiro sobre seu valor no processo de mercado, embora numa
pesquisa em 2003 revelasse que apenas 5% tenha já feito uma leitura do Código do Consumidor,
esse consumidor já é mais exigente, reclama, devolve mercadorias, força uma prática de buscar
sempre a qualidade por parte dos fabricantes.
Apesar das dificuldades financeiras por que passa grande parte da população brasileira não
podemos negar que houve grandes transformações na década de 90 e até meados da primeira
década do século 21. 
Citaremos alguns: 
• Aumento da concorrência com a abertura econômica do país, que implicou em ganhos para
o consumidor
• Melhoria na qualidade de produtos a exemplo de automóveis (expansão da produção,
melhoria nos padrões e aumento de consumo)
• Preços da telefonia – Reduziu-se bem o custo do acesso ao serviço que já foi mais de R$
2.000,00. Hoje se tem o sérvio de linha gratuito, apenas com ainda alto preço das tarifas
que deve cair tão logo aumente a concorrência.
• Serviços bancários – Aumento do custo bancário (se cobra quase todos os serviços) mas
também aumentou a qualidade no serviço e aumento de opções de serviços (home banking,
caixas eletrônicos, acesso a internet.
• Supermercados – Diversificação, concorrência e presença de grandes grupos internacionais
no país
• Meios de comunicação – Mais acesso, maior diversidade.
• Aviação – Redução de preços devido a concorrência.
• Filosofia empresarial – A Abertura econômica forçou a competitividade e que aumenta a
qualidade e o respeito para com o consumidor
• Investimentos estrangeiros – No início da década de 90 o Brasil recebia US$ bilhão por ano.
Em 2003 essa média dos últimos 5 anos já era superior a US$ 20 bi.
• Educação – Maior o nível, mais avaliação, que força maiores investimentos das instituições
públicas e privadas
Problemas Estruturais Brasileiros
Os problemas estruturais podem ser os sociais, de infra-estrutura, tecnológicos e
econômicos.
Citaremos alguns:
• Distribuição de Terras – 43% das áreas rurais está nas mãos de 0,8% dos proprietários e
82% dos proprietários se espremem em apenas 13,1% da área (2004)
• Ineficiência – Altos custos de produção, baixa eficiência e muito desperdício (burocracia
privada)
• Baixo Investimento em tecnologia – No Japão esses investimentos é de US$ 600,00 /
habitante / ano; Alemanha: US$ 500,00 / habitante / ano; Nos EUA US$ 500,00 /
habitante / ano; no Brasil é de US$ 30,00 / habitante / ano.
• Educação – Crítica a situação e já é de muito longa data. No Brasil os gastos por
aluno/ano é de R$ 350,00 e nos EUA, por exemplo é de US$ 5.000 por aluno/ano. No
Japão, desde a revolução Meiji em 1906, todo jovem aos 15 anos já deveriam ter 9 anos
de estudo em tempo integral (08 as 17 h). No Brasil hoje o aluno nessa idade em média
tem menos de 4 anos de escola e ainda com apenas 3,5 horas por dia.
• Custo Brasil elevado – Custo Brasil é o conjunto de gastos em que as empresas que tem
plantas industriais e comerciais no Brasil incorrem e cujos valores são muito maiores do
que aqueles em que incorrem empresas semelhantes instaladas em outros países. Esses
custos são formados por infra-estrutura, tributos e questões monetárias (juros altos).
Peso da carga tributaria em relação ao PIB, em 2006
 
 Fonte: BCB, 2006
Indicadores da economia Brasileira
Indicadores devem ser entendidos como variáveis que sofrem influências das políticas
econômicas adotadas pelo governo. Separaremos em indicadores externos e internos.
Indicadores Internos: Inflação, PIB, Déficit Público, Dívida interna do setor público.
Indicadores Externos: Balança Comercial (diferença entre exportação e importação), balanço
de pagamentos (medição contábil de todas as transações econômicas do Brasil com o
restante do mundo), taxa de câmbio, investimentos estrangeiros e a dívida externa.
Vejamos alguns dados de inflação: 
IGP – 1999-2006 
 
Vejamos alguns dados sobre PIB do Brasil
O PIB (valor agregado de toda a riqueza gerada no país durante um período determinado, em geral
um ano) do Brasil em 2007 foi de R$ 2,6 trilhões, com um crescimento de 5,7% em relação a 2006.
 
 
 Média de crescimento do PIB em 25 anos – Fonte: BCB
Déficit Público
O déficit público é o saldo negativo entre gastos e arrecadação do governo. É muito importante que
acompanhemos esses dados devido ao fato que as formas de se cobrir déficit , tradicionalmente
conhecidas, sempre poderão ser prejudiciais a curto prazo e/ou médio prazo e/ou longo prazo. A
saber, em geral se pode cobrir déficit através de:
d) Emissões de moeda(gera pressão inflacionário – excesso de moeda)
e) Aumento da arrecadação (pode significar mais tributos)
f) Redução de gastos do governo (pode significar redução de investimentos públicos)
g) Calote (o preço será alto para todos nós, com a elevação do grau de risco do país e
empresas)
h) Emissão de mais títulos públicos (aumento da dívida e em geral subida de juros)
Dívida Interna
Esse problema vem se agravando devido a constante prática de refinanciamento do déficit através
de emissão de títulos públicos, que para empresas e pessoas se configuram em opções de
aplicação de recursos, pois oferecem retorno em juros sobre o capital.
Fonte: Banco Central
 Dívida externa pública
 
Fonte BCB, Set, 2008
Balança Comercial
É uma das contas do balanço pagamentos. Entendamos como balança comercial a diferença entre
o valor global das exportações e importações. Vivemos num período que podemos dizer ser de um
crescimento moderado nas exportações e um crescimento mais forte nas importações. Isso devido
ao processo de valorização do real frente ao dólar que somente começou a ser revertido (se é já
podemos dizer isso), a partir de meados de 2008.
 Dados de saldos na balança comercial: 2006-2007(Janeiro)
 
 Fonte: Bovespa
Balanço de Pagamentos
É o registro das transações de um país com o exterior, englobando mercadorias, serviços,
donativos e capitais. Haveres que um país tem a receber e obrigações a pagar. Alem da balança
comercial é composto também pela balança de serviços (ou conta de serviços) que engloba
remessas de lucros e dividendos, pagamento dos juros da dívida, despesas com fretes, seguros,
royalties pelo uso de marcas e patentes, compra de tecnologia, aluguel de filmes, direitos autorais
de livros, publicações, discos e programas de computador, além de receitas e gastos com projetos
de engenharia ou execução de obras. No Brasil, a balança de serviços (ou conta de serviços) é, por
tradição, deficitária por causa da remessa de lucros e o pagamento de juros. Além do mais, o país
freta navios e paga royalties pela compra de tecnologia. A combinação da balança comercial, da
balança de serviços e dos donativos recebidos resulta na chamada conta de transações correntes
do balanço de pagamentos. Se a conta de transações correntes der resultado positivo, o país
investe no exterior. Se, porém, o resultado for negativo, o país terá de receber o suficiente em
capitais estrangeiros ou ter reservas cambiais para cobrir a diferença. Na conta d e capital, ficam
contabilizadas as entradas e saídas de investimentos diretos estrangeiros, os financiamentos e o
pagamento da parte principal da dívida. Se a conta de capital for positiva e suficiente para cobrir a
conta de transações correntes, o balanço de pagamentos terá superávit, registrando-se, em
conseqüência, aumento das reservas cambiais. Se, entretanto, a conta de capital for insuficiente
para cobrir o resultado negativo da conta de transações correntes, o balanço de pagamentos terá
déficit, tornando-se necessário então que se tire a diferença das reservas cambiais ou que se deixe
de pagar alguém no exterior. O primeiro balanço de pagamentos oficial do Brasil foi correspondente
ao ano de 1947, elaborado em 1948, pela extinta SUMOC. A elaboração do balanço de
pagamentos é, nos dias que correm, atribuição específica do BCB.
Câmbio
A taxa de câmbio é Preço da moeda de um país em relação a outras moedas e ao ouro. Pode se
estabilizar a um nível fixo ou permitir que a moeda flutue. Neste caso, a taxa estará variando de
acordo com o mercado.
O câmbio não possui apenas o valor teórico de determinar preços comparativos entre moedas, mas
a função básica de exprimir a relação efetiva de troca entre diferentes países — a troca de moedas
é conseqüência das transações comerciais entre países. No Brasil, a rede bancária, liderada pelo
Banco do Brasil, é a intermediária nas transações cambiais. Os exportadores, ao receberem moeda
estrangeira, vendem-na aos bancos; e os bancos revendem essa moeda aos importadores para
que paguem as mercadorias compradas. Essas transações são sempre reguladas pelo governo,
que fixa os preços de compra e venda das moedas estrangeiras. 
Chamamos de política de câmbio livre aquele regime de operações do mercado de divisas sem
interferência das autoridades monetárias. A liberação da taxa cambial faz com que o valor das
moedas estrangeiras flutue de acordo com o interesse que despertam no mercado, segundo a
interação da oferta e da procura. O câmbio livre é também chamado de flutuante ou errático. As
flutuações da taxa cambial apresentam uma série de riscos, pois o mercado de divisas passa a
sofrer variações determinadas também por fatores políticos, sociais e até psicológicos.
Quando, por exemplo, um país sofre uma crise de liquidez, o regime de câmbio livre estimula a
especulação com moeda estrangeira, o que eleva excessivamente sua cotação e agrava sua
escassez. Da mesma forma, os importadores passam a utilizar maior quantidade de divisas (moeda
estrangeira) para suas compras, querendo evitar pagá-las mais caro com o avanço da crise, o que
agrava a crise de liquidez. 
Faremos aqui uma pequena menção ao câmbio paralelo (câmbio negro), explicitando que trata-se
de operações de compra e venda ilegais de moedas estrangeiras, acima das taxas oficiais, com o
objetivo de lucro. O mecanismo básico do câmbio negro consiste em obter divisas pela taxa oficial
(ou ligeiramente acima) e vendê-las ao preço vigente nas transações paralelas. O mercado paralelo
de divisas está mais sujeito a oscilações que o mercado oficial, pois o valor das transações
obedece estritamente aos mecanismos da oferta e da procura. 
Nos períodos que antecederam a desvalorização do cruzeiro, por exemplo, observou-se uma
demanda acentuada de moedas fortes, principalmente o dólar, ocasionando a escassez de divisas
no mercado. O câmbio negro intensifica-se quando o controle cambial se torna mais rígido,
geralmente em situações de crise no balanço de pagamentos. As transações ilegais são muito
variadas, incluindo desde a simples compra e venda de divisas entre particulares (turistas, em sua
maior parte) até complexas operações de transferência irregular de vultosas somas para o exterior,
as quais retornam depois ao país para estimular ainda mais a especulação de moedas
estrangeiras. Essas operações supõem a existência de redes de especuladores de divisas que
atuam em vários países, tendo às vezes a conivência de funcionários de instituições monetárias e
financeiras. 
Resumindo apresentemos alguns dados indicadores da economia brasileira 2007 (valores
aproximados):
PIB (Produto Interno Bruto) = R$ 2,6 trilhões 
Exportações brasileiras = US$ 160,6 bilhões
Importações brasileiras = US$ 120,6 bilhões
Dívida Externa brasileira = US$ 193 bilhões
Dívida Interna do Governo = R$ 1,17 trilhão (quase 50% do PIB)
Investimentos Estrangeiros no Brasil = média US$ 34,6 bilhões 
Produção de grãos no Brasil = 133 milhões de toneladas (6 % maior que em 2006)
 
 Taxas de Investimentos: economias emergentes selecionadas (2006)
 
 Fonte: BCB 
Informações adicionais sobre Inflação
Aqui faremos algumas considerações sobre o Problema da Inflação, utilizando da integra do texto
dos professores Carlos Antonio Luque e Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos, professores da
FEA / USP doutores em economia, conforme as publicações do livro Manual de Economia da USP.
 Conceito de inflação
A inflação pode ser conceituadacomo um aumento contínuo e generalizado no nível geral de
preços. Ou seja, os movimentos inflacionários representam elevações em todos os bens
produzidos pela economia e não meramente o aumento de um determinado preço. Outro aspecto
fundamental refere-se ao fato de que o fenômeno inflacionário exige a elevação contínua dos
preços durante um período de tempo, e não meramente uma elevação esporádica dos preços.
Dado que a inflação representa uma elevação dos preços monetários, ela significa que o valor real
da moeda é depreciado pelo processo inflacionário.
Assim, por definição, a inflação é um fenômeno monetário. Entretanto, como veremos adiante, isto
não significa que a sua solução passe simplesmente por um controle do estoque de moeda.
De início, podemos dizer que a inflação representa um conflito distributivo existente na economia,
mal administrada. Em outras palavras, a disputa dos diversos agentes econômicos pela distribuição
da renda representa a questão básica no fenômeno inflacionário. Dada a diversidade de agentes
econômicos existentes, o processo inflacionário pode estar acoplado a inúmeras facetas.
O exemplo mais típico, tradicionalmente enfatizado pelos monetaristas, refere-se ao desequilíbrio
financeiro do setor público, que induz a uma elevação do estoque de moeda em taxas acima do
crescimento do produto. No âmbito do conflito distributivo, poderíamos representar esse tipo de
inflação como decorrente de um conflito entre o setor privado e o setor público pela disputa do
produto. Nesta hipótese, caso o setor público reduza seus gastos e assim consiga evitar o
acréscimo de moeda, o problema inflacionário pode ser resolvido.
Entretanto, o processo inflacionário pode resultar de outros tipos de conflito distributivo. Um que
nos parece especialmente importante, especialmente para o caso da economia brasileira, refere-se
às relações entre salários e preços. Neste caso, o problema estaria centrado numa disputa pelo
produto entre trabalhadores e empresários que tornariam instáveis as relações entre salários e
preços.
Uma outra faceta ainda do processo inflacionário como representativo do conflito distributivo
poderia ser a associação da economia nacional com a internacional. No caso dos choques
externos, o que ocorre é um conflito distributivo desta natureza que também pode dar origem a um
processo inflacionário.
A partir do momento em que se configuram diversas facetas do processo inflacionário, percebe-se
a dificuldade de eliminá-lo, especialmente nos países nos quais o processo inflacionário representa
mais de um dos aspectos acima mencionados.
Efetivamente, não constitui uma tarefa simples sistematizar a análise do problema da inflação,
devido à evidência de que as fontes de inflação costumam diferir em função das condições de cada
país, ou de cada época. Assim, o processo inflacionário em países subdesenvolvidos tem
características diversas daquele de países desenvolvidos. Países com estruturas de mercado
oligopolizadas apresentam um comportamento de preços distinto do de países com estruturas mais
concorrenciais. As taxas de inflação também são afetadas pela forma de organização trabalhista de
um dado país, isto é, pelo poder de barganha de seus sindicatos. Ainda mais, países com maior
abertura ao comércio exterior tendem a "importar" e "exportar- inflação de forma mais acentuada
que países com pequena participação no comércio internacional.
Além de diferirem entre os vários países, deve ser ressaltado que as fontes de inflação também
podem ser diferenciadas para um mesmo país, mas em diferentes épocas e estágios de
desenvolvimento. 
Tendo em mente essas considerações, tentaremos sintetizar todos os aspectos mais relevantes
que cercam o problema da inflação. Agora, como se trata de um texto dirigido basicamente a
alunos de cursos introdutórios de economia, é evidente que o compromisso maior é com o alcance
didático. Nesse sentido, trata-se de um texto relativamente abrangente, mas que não se
aprofundará em discussões mais polêmicas, muito freqüentes nesse tema. 
Seguiremos a forma tradicional de análise, que classifica a inflação em função de seus fatores
causais. Assim, distinguem-se a inflação causada por elevações de custo e a inflação provocada
por pressões de demanda agregada.
Muitos consideram essa distinção apenas didática, mas é importante porque ela vai, em grande
parte, determinar a terapia mais adequada contra a inflação.
Antes, porém, vamos destacar as principais distorções provocadas por elevadas taxas de inflação.
Taxas de variação de preços – Inflação dos períodos 
 
Fonte: BOVESPA (consultas do IBGE, MDIC, BCB)
Causas clássicas de inflação
Como dissemos inicialmente, a inflação representa um conflito distributivo pela repartição do
produto não adequadamente administrado.
Tradicionalmente, a literatura econômica consagrou duas correntes básicas: a inflação provocada
pelo excesso de demanda agregada (inflação de demanda) e a inflação causada por elevações de
custos (inflação de custos).
Neste aspecto, podemos afirmar que, em sua maioria, os estudos que enfatizam a inflação de
demanda privilegiam o aspecto do conflito distributivo entre o setor público e o setor privado.
Admite-se que os déficits do governo, ao exigirem seu financiamento através da emissão de
moeda, originam o fenômeno inflacionário. Por outro lado, os analistas que privilegiam a inflação de
custos acabam por considerar os aspectos relacionados ao conflito distributivo associados à
elevação de algum preço em particular, importante no processo produtivo (por exemplo petróleo) ou
as relações entre salários e preços.
Veja o quadro da inflação no período 2003 a 2009
IPCA em 12 meses
 
Fonte BCB
Na elaboração desse material foram consultadas as seguintes publicações: 
3. Mendes, Judas Tadeu Grassi. Economia: Fundamentos e Aplicações – 2005 – Prentice Hall,
São Paulo 
4. Pinho, D. B., Vasconcelos, M. A. S. (2004) Manual de Economia. Cap. 4
5. Cardoso Eliana A. Economia Brasileira ao alcance de todos. Ed. Brasiliense, São Paulo-SP,
2003
Foram consultados os seguintes periódicos: 
Revista BOVESPA (trimestral), Jornal Folha de São Paulo (Folha Dinheiro), Gazeta Mercantil,
Valor Econômico

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