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E-book 1 DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL Íris Nery do Carmo Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 A SOCIEDADE E AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS ��4 O Fato social �����������������������������������������������������������������������������5 CULTURA E SOCIEDADE ��������������������������������������11 Etnocentrismo �������������������������������������������������������������������������16 Socialização ����������������������������������������������������������������������������16 Identidade ��������������������������������������������������������������������������������18 A EXCLUSÃO SOCIAL �������������������������������������������20 Classe social ���������������������������������������������������������������������������21 ESTADO E SOCIEDADE ���������������������������������������27 Democracia �����������������������������������������������������������������������������28 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������������� 33 SÍNTESE ��������������������������������������������������������������������34 2 INTRODUÇÃO Ao longo destes estudos, você aprenderá sobre a relação entre indivíduo e sociedade, assim como temas relacionados à cultura, exclusão social e de- sigualdades, a partir das contribuições das Ciências Humanas e Sociais� Para enriquecer a discussão, nossa abordagem terá como pano de fundo questões atuais de formação da sociedade contemporânea, levando em consideração a sua trajetória histórica� Além disso, observaremos como o Estado é uma ins- tituição própria da Modernidade Ocidental� Assentado no ideal iluminista de “liberdade, igualdade e frater- nidade”, a sua emergência marcou uma nova página frente às sociedades feudais e ao absolutismo� Daí provém a noção de cidadania, tão celebrada e reivin- dicada nos tempos atuais� 3 A SOCIEDADE E AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS Neste tópico, você conhecerá um pouco sobre o conceito de sociedade, desenvolvido a partir das seguintes indagações: como os indivíduos agem em sociedade? Como se relacionam com as normas sociais (tácitas e explícitas)? De que modo as ins- tituições sociais operam? Como as desigualdades sociais são produzidas (e contestadas)? Essas são algumas das questões que iremos discutir� A diversidade é uma característica fundamental das sociedades humanas� Ao longo do tempo e espa- ço, as configurações dos agrupamentos humanos assumem múltiplos formatos, pois estamos a todo momento tecendo, negociado e construindo relações – sejam elas de cunho político, social, cultural ou histórico� As sociedades podem adquirir contornos variados: rural, urbana, industrializada, agrária, sim- ples ou complexa, são alguns dos muitos adjetivos que podemos usar na sua caracterização� Nas próximas páginas, voltaremos nosso olhar para tais transformações, analisando as mudanças pelas quais passam os seres humanos vivendo em socie- dade. Verificaremos que a ideia de sociedade não é universal ou abstrata� Antes, ela sempre diz respeito a um determinado momento situado na história� Assim, o conceito de sociedade merece nossa aten- ção� Diferentemente dos demais animais, a espécie 4 humana caracteriza-se por sua capacidade simbólica, isto é, sua capacidade de produzir símbolos e atribuir significado ao mundo, sujeitos e coisas ao seu redor. Portanto, a sociedade não pode ser entendida sim- plesmente como um conjunto de indivíduos compar- tilhando certo território� Para além disso, a sociedade é tecida por instituições, normas e relações de poder que conformam determinada organização social� A complexidade da relação indivíduo-sociedade tem sido objeto de reflexão de uma série de autores des- de, pelo menos, o século 19� Entre eles, podemos citar pensadores clássicos da sociologia, como Karl Marx e Émile Durkheim, cujas reflexões serão intro- duzidas ao longo de nossos estudos� O Fato social A origem das Ciências Sociais, e especialmente da Sociologia, remete ao século 19� Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber elaboraram as bases desse campo de estudos, mobilizados intelectualmente pelas transformações sociais, políticas, econômi- cas e culturais então observadas na Europa, que passava por um período bastante agitado de tran- sição da Idade Média (sociedades agrárias) para a Modernidade (sociedades industriais)� Nesse sentido, a Revolução Francesa (1789) foi um acontecimento marcante, pois representou o fim do absolutismo e dos paradigmas que caracterizavam a Idade Média� Com o Iluminismo, ela abriu uma série 5 de possibilidades, especialmente importantes no que diz respeito ao desenvolvimento das ciências (incluindo a Sociologia)� Essa mudança de paradigma tirou a autoridade da Igreja e da religião para a explicação dos fenômenos humanos – abrindo espaço, portanto, para o estudo das sociedades humanas a partir de bases científicas e empíricas� Outro acontecimento fundamental foi a Revolução Industrial� Naquele momento, o surgimento da má- quina a vapor representou um novo domínio do ser humano sobre a natureza, que agora era transforma- da em mercadoria� Esse contexto propiciou o rápido crescimento das cidades, e a emergência de um novo grupo social: o proletariado� Todos esses elementos suscitaram o interesse de Marx, Durkheim e Weber que, cada um a seu modo, buscou elaborar compreensões sociológicas para explicar a nova organização social� O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) elaborou uma contribuição muito importante para pensar e definir a sociedade por meio do conceito de fato social, que ainda hoje tem a sua relevância� É um conceito que nos ajuda a pensar aquilo que chamamos de sociedade e os fenômenos que ca- racterizamos como “sociais”� Para Durkheim, as normas, convenções e constran- gimentos sociais modelam o indivíduo, e atuam de maneira independente à sua vontade� Sendo assim, 6 os fatos sociais são estruturas empiricamente obser- váveis, caracterizadas pela repetição e pela coerção que exercem sobre os indivíduos, moldando a suas ações� Portanto, na visão do autor, o fato social é anterior ao indivíduo� Em outras palavras, quando nascemos, encontramos um conjunto de normas e valores já estabelecidos pelas gerações anteriores e que são transmitidas às novas gerações por meio da educação� De acordo com essa perspectiva, cabe ao sociólogo investigar os “fatos sociais”� Essa ideia foi bastante inovadora na época, pois permitiu que as Ciências Sociais emergissem ao lado de outros campos disci- plinares mais estabelecidos naquele contexto, como as Ciências Naturais� O autor argumentou que os fatos sociais são obser- váveis, podendo ser registrados, analisados, explica- dos e sistematizados pelos pesquisadores� Com essa teoria do fato social, Durkheim angariou legitimidade para a sociologia nascente, dotando-a de objetividade (dentro dos parâmetros então vigentes no final do século 19)� Em síntese, as três características dos fatos sociais são: exterioridade (pois os fatos sociais, em grande parte, já estão vigentes na sociedade antes mesmo do nascimento dos indivíduos), coercitividade (pois os fatos sociais impõem constrangimentos sobre os indivíduos, independentemente das suas vontades pessoais) e generalidade (pois os fatos sociais se impõem para todos os participantes da sociedade, 7 em todas as suas esferas) (ALMEIDA, 2018)� São exemplos de fatos sociais as regras jurídicas, mo- rais, dogmas religiosos, sistemas financeiros etc. (CABRAL, 2004)� Em linhas gerais, Durkheim (1999) voltou seu traba- lho para temas como a ordem social, o consenso e a integração, tendo como eixo central a questão: o que une e mantém as pessoas em sociedade? Para ele, a coesão social está relacionada à “consciência coletiva”, que consiste em um sistema de valores, normas e crenças compartilhados coletivamente� Durkheim alegava que uma das ocupações dos so- ciólogos consistia em estudar os “determinantes sociais do comportamento”, tais como “deveres, leis, e costumes”que unem e mantêm as pessoas em sociedade� Um dos seus principais temas de estudo foi a solidariedade social, isto é, um sistema de va- lores, normas e crenças compartilhado entre todos os sujeitos (CABRAL, 2004)� O autor nutria uma visão pessimista sobre as socie- dades modernas industrializadas, nas quais a divisão do trabalho e a elevada especialização das funções colocaria em xeque a solidariedade, fragilizando a consciência coletiva e favorecendo o surgimento de conflitos. Para ele, quando a especialização de fun- ções em uma sociedade é muito elevada, o sentimen- to de interdependência fica comprometido. Assim, as sociedades industrializadas estão sujeitas a passar por um estado de anomia, gerado pelo excesso de individualismo e enfraquecimento dos vínculos� 8 SAIBA MAIS Uma das principais obras de Émile Durkheim é O suicídio, escrita em 1897� Nesse livro, o autor teve como preocupação principal a relação do indiví- duo com as normas e valores sociais� Ele partiu da hipótese de que as causas do suicídio estão associadas às condições sociais, contestando a ideia de que o ato seja resultado de condições psicológicas, de fatores biológicos ou hereditários� Analisando registros de taxas de suicídio nos paí- ses europeus, Durkheim argumentou que a falta de integração no grupo social é uma causa básica de suicídio� Segundo sua hipótese, o pertencimento a um grupo social coeso opera como uma barreira para o ato� Assim, o suicídio seria um fato social registrado em diversas sociedades� Observando o fenômeno, o autor chegou a uma classificação que compreende quatro tipos de suicídio: anômico, egoísta, fatalista e altruísta� A ocorrência e a pre- ponderância de um determinado tipo de suicídio em uma dada sociedade dependem, para o autor, da coesão social (CABRAL, 2004)� A partir das contribuições da sociologia de Durkheim, podemos entender o que são as instituições sociais� Instituições sociais como a religião, a escola, a famí- lia e o trabalho foram objeto de reflexão do autor por meio da teoria da ação social� É de valia mencionar o conceito de instituição: para Durkheim, “uma ins- tituição é um conjunto de normas e regras de vida 9 que se consolidam fora dos indivíduos e que as ge- rações transmitem umas às outras” (TOMAZI, et al, 2000, p� 18)� Por exemplo, a educação tem sido objeto de estudo da teoria social desde o século 19� Autores pioneiros como Durkheim contribuíram para a ampliação do entendimento acerca do tema� Para além de associar a educação à função de incutir nos jovens conjuntos de fatos e informações, ele chamou atenção para o papel de socialização da escola� A educação, nessa perspectiva, pode ser definida como a socialização da geração mais jovem pela geração mais velha� Ela exerce, assim, uma função muito importante para a comunidade e o bem-estar social� Nesse sentido, a educação pode tanto ser entendida de maneira mais restrita – como uma instituição voltada à transmissão de conhecimentos e habili- dades – quanto de forma mais ampla, definindo-se como um conjunto de práticas voltadas à formação do indivíduo no contexto de socialização coletiva� Na escola, as regras da ação coletiva são incorporadas pelos indivíduos� Podcast 1 10 CULTURA E SOCIEDADE Ao lado do conceito de sociedade, o conceito de cul- tura é também fundamental para os estudos socioló- gicos e antropológicos� Neste tópico, você conhecerá um pouco sobre esses dois conceitos e as relações entre eles� No senso comum, frequentemente empregamos a palavra cultura para designar comportamentos vis- tos como eruditos ou refinados. É comum ouvirmos frases acusatórias do tipo “Fulano não tem cultura”, significando que a pessoa em questão seria despro- vida de certos saberes e informações� No entanto, o conceito de cultura para a Sociologia é muito mais amplo� Para os sociólogos e antropó- logos, não há pessoas desprovidas de cultura, uma vez que ela é um aspecto intrínseco a todas as so- ciedades humanas� Mas como então conceituar a cultura? Podemos distinguir os conceitos de cultura e sociedade? Para Anthony Giddens (2005, p� 38), podemos con- ceituar a sociedade como um “sistema de inter-rela- ções que conecta os indivíduos uns com os outros”� Assim, podemos mencionar a sociedade francesa ou a sociedade brasileira, por exemplo� As sociedades podem ser formadas por milhões de pessoas ou por dezenas delas� Não existe sociedade sem cultura. Como afirma o autor, 11 sem cultura, não seríamos sequer ‘humanos’ no sentido em que comumente entendemos esse termo. Não teríamos línguas em que nos ex- pressar, nenhuma noção de autoconsciência e nossa habilidade de pensar ou raciocinar seria severamente limitada (GIDDENS, 2005, p. 38). Em linhas gerais, o conceito de cultura diz respeito aos modos de vida dos participantes de uma socie- dade ou de grupos dentro da sociedade� Isso inclui as crenças, normas, valores, leis e costumes de uma dada sociedade� Vale notar que, quando os sociólogos e antropólogos se referem à cultura, estão se referindo àqueles aspectos da sociedade que são aprendidos e ensinados de geração para geração (GIDDENS, 2005)� Essa é uma característica fundamental para entender as organizações sociais humanas� A cultura é formada por elementos culturais que são compartilhados pelos participantes da sociedade, tornando possível a comunicação e a relação entre eles� Ela compreende tanto aspectos tangíveis (como objetos, tecnologias, símbolos materiais) quanto aspectos intangíveis (como crenças, ideias, normas e valores) (GIDDENS, 2005)� Em todas as culturas encontramos ideias e parâme- tros que determinam o que é considerado apropriado, importante e desejável� Esses valores orientam o comportamento humano em meio às interações no mundo social� Por exemplo, um valor fundamental das sociedades ocidentais é a monogamia, isto é, 12 a ideia de ser fiel a um único parceiro amoroso e sexual� Os valores estão articulados às normas sociais, que operam em conjunto de forma a moldar o comporta- mento dos membros de uma cultura� Desse modo, podemos entender as normas como “regras de com- portamento que refletem ou incorporam os valores de uma cultura”� (GIDDENS, 2005, p� 38)� Voltando ao exemplo da monogamia: em nossa sociedade ocidental, as normas de união e matrimônio reco- nhecem apenas as relações monogâmicas, que são salvaguardadas legalmente (com uma série de direi- tos) e religiosamente� Podemos ainda mencionar outro exemplo: em uma cultura em que o conhecimento é muito valorizado, as normas culturais tendem a encorajar os estudantes a dedicarem tempo e energia ao estudo e apoiam os pais, que fazem sacrifícios para garantir a educação das crianças� A diversidade cultural é uma característica marcante das sociedades humanas� Os valores e normas so- frem uma grande variação por meio das culturas: há culturas que valorizam o individualismo e outras que dão mais destaque às necessidades comuns� Por exemplo: há culturas em que o ato de “colar” em uma prova contraria os valores associados à realização individual, ao trabalho duro e ao respeito às regras� Nesse contexto individualista, o ato de colar é con- siderado um ultraje� Em contrapartida, há culturas em que o ato de “colar” é visto como um modo de 13 ajudar um ao outro a passar em um exame, como uma estratégia coletiva de apoio mútuo, driblando a autoridade� Os valores e normas podem variar no interior de uma mesma sociedade� Por exemplo: certos grupos po- dem valorizar doutrinas religiosas tradicionais, ao passo que outros podem ressaltar a ciência e o pro- gresso do conhecimento científico. Além disso, os valores e as normas culturais po- dem ser transformados ao longo do tempo� Giddens (2005) lembra que diversas normas que hoje são con- sideradas naturais em nossas vidas – como casais vivendo juntos sem estarem casados – contrariavam valores perpetuados até pouco tempo atrás� Isso mostra que a cultura não é algoestático e imutável, pois está sempre em (re)construção� A diversidade cultural é visível na pluralidade de identidades, comportamentos, práticas e valores por meio dos diversos agrupamentos sociais� As práticas alimentares ilustram bem esse assunto: na nossa sociedade é comum o consumo de carne de animais como vacas, porcos e galinhas, enquanto o consumo de animais como insetos é considerado repulsivo� Em outras sociedades, no entanto, grilos e outros animais invertebrados podem ser conside- rados como uma iguaria valorizada� 14 Figura 1: Diversidade Cultural. Fonte: Pixabay Atualmente, a diversidade é um assunto central no debate contemporâneo� Ao longo da história, proces- sos como guerras, migrações, colonialismo, escravi- dão e a globalização provocaram o deslocamento de populações ao redor do globo, levando ao surgimen- to de sociedades multiculturais, isto é, sociedades “cuja população é feita de um número de grupos de diversas formações culturais, étnicas e linguísticas” (GIDDENS, 2005, p� 40)� SAIBA MAIS Se é correto afirmar que a cultura possui uma fun- ção importante, no sentido de perpetuar e reprodu- zir os valores e normas de uma dada sociedade, é igualmente válido afirmar que ela também propor- ciona oportunidades para a mudança social� Por exemplo, os movimentos de contracultura (como 15 é o caso do movimento hippie da década de 1960) são formados por grupos que recusam as nor- mas e os valores predominantes na sociedade, pautando novos modos de vida� Além deles, os movimentos sociais em geral são agentes pode- rosos de transformação no interior da sociedade� Etnocentrismo Quando julgamos outra cultura, comparando-a com a nossa, estamos praticando o etnocentrismo� O et- nocentrismo é o entendimento segundo o qual se julga que a maneira de ser e viver de um determina- do grupo é a correta e as demais seriam “erradas”, “aberrações” ou “exóticas”� Trata-se de uma postura evitada pelos sociólogos, que buscam estudar uma cultura nos termos de seus próprios valores e significados. Essa perspectiva é chamada de relativismo cultural, e consiste em “sus- pender suas próprias crenças culturais profundamen- te sustentadas e examinar uma situação de acordo com os padrões de outra cultura” (GIDDENS, 2005, p� 40)� O relativismo cultural nos convida a olhar o mundo a partir de outro ponto de vista� Socialização Como visto anteriormente, a cultura é algo que nós aprendemos (e ensinamos) ao longo da vida, desde a mais tenra idade� Chamamos de socialização o 16 processo pelo qual novos membros da sociedade (como as crianças) aprendem o modo de vida de sua sociedade, por meio da transmissão cultural� Mediante a socialização, a criança se transforma em uma pessoa autoconsciente e apta aos modos de vida da sua sociedade (GIDDENS, 2005)� Contudo, isso não significa que a socialização seja uma espécie de “programação cultural” na qual a criança assimila passivamente as influências ao seu redor� A criança, assim como os demais membros da sociedade, é um ser ativo, dotado de capacidade de questionamento� A socialização é um processo que dura a vida inteira e não só a infância� Graças a ela, o comportamento humano é modelado de forma ininterrupta pelas interações sociais, envolvendo diferentes agentes� Os agentes de socialização, segundo Giddens (2005), são “grupos ou contextos sociais em que ocorrem processos significativos de socialização”. Alguns autores dividem a socialização em duas fases: a socialização primária e a socialização secundária� A socialização primária é aquela que acontece na primeira infância� É o período no qual as crianças aprendem a língua e os padrões elementais de com- portamento que servem como base ao aprendizado posterior� Durante essa fase, a família é o principal agente de socialização� Já a socialização secundária ocorre quando outros agentes de socialização são encarregados das res- ponsabilidades que antes eram exclusivas da família� 17 As interações sociais na escola, nos grupos de pares, nas organizações, na mídia e no local de trabalho au- xiliam as pessoas a aprenderem as normas, crenças e valores que compõem os padrões da sua cultura� Identidade A identidade é algo que diz respeito a quem nós so- mos em relação aos outros� A compreensão que temos sobre quem somos é sempre mediada pelas classificações sociais. Aspectos como gênero, se- xualidade, raça, etnia, nacionalidade, classe social e geração são constitutivos da nossa identidade� Ou seja, são marcadores que situam o indivíduo em relação a outros que compartilham o mesmo atributo (GIDDENS, 2005)� São exemplos de identidades sociais: a professora, o sem-teto, o solteiro, o pai, o estudante, o brasileiro, o indígena, a mulher, o católico etc� Muitas vezes, no entanto, nós somos formados por múltiplas identi- dades que compreendem mais do que um atributo, refletindo as diversas dimensões da vida social: uma pessoa pode ser engenheira, mãe, evangélica, jovem e negra, por exemplo (GIDDENS, 2005)� Portanto, as identidades não são produto de uma es- colha deliberada dos indivíduos� Antes, elas possuem uma importante dimensão coletiva. Isso significa que as identidades são compartilhadas, baseadas em experiências comuns que marcam quem nós 18 somos e moldam a forma como nos relacionamos com o mundo� Muitas vezes, as identidades são uma base impor- tante para movimentos sociais, como o movimento antirracista, o movimento feminista, o movimento pelos direitos indígenas, entre outros� Esses movi- mentos lutam para que as experiências de ser mulher, negro ou indígena (por exemplo) sejam reconhecidas, respeitadas e livres de constrangimentos� 19 A EXCLUSÃO SOCIAL Em linhas gerais, o conceito de desigualdade social indica uma distribuição desigual do acesso a recur- sos materiais (renda, moradia, terra, entre outros) e simbólicos (informação, conhecimento e outros)� A desigualdade está diretamente associada à margi- nalização de grupos cujo acesso aos direitos funda- mentais básicos é frequentemente negado� Neste tópico, você conhecerá um pouco sobre o de- bate sociológico acerca das desigualdades sociais, quais são as suas causas e como elas são perpetu- adas em sociedades modernas, como a nossa� OS 20 PAÍSES MAIS DESIGUAIS DO MUNDO (2017) 1 África do Sul 2 Namíbia 3 Zâmbia 4 República Centro-Africana 5 Lesoto 6 Moçambique 7 Brasil 8 Botsuana 9 Suazilândia 10 Santa Lúcia 11 Guiné Bissau 12 Honduras 13 Panamá 14 Colômbia 15 Congo 20 OS 20 PAÍSES MAIS DESIGUAIS DO MUNDO (2017) 16 Paraguai 17 Costa Rica 18 Guatemala 19 Benin 20 Cabo Verde Tabela 1: Os 20 Países mais desiguais do Mundo. Fonte: Uol Podcast 2 Classe social De acordo com o Materialismo Histórico, fundado por Karl Marx e Friedrich Engels, o modo como o trabalho é exercido e organizado socialmente fornece a chave de compreensão das sociedades ao longo da história humana� Para Marx, a luta de classes é a força motriz da histó- ria, servindo em diversos momentos como propulsora de profundas transformações sociais. Os conflitos sociais, segundo o autor, estão diretamente relacio- nados à organização dos meios de produção� Nas sociedades capitalistas, o desenvolvimento his- tórico das forças produtivas causou uma série de injustiças e desigualdades� Com a urbanização e a predominância da propriedade privada, comunidades em diversas regiões do globo perderam as suas ter- ras. Isso significa que perderam também a sua fonte de subsistência, de modo que restou ao proletariado 21 apenas a venda da própria força de trabalho como forma de sobrevivência� Uma vez que, no capitalismo, os meios de produ- ção constituem a propriedade privada nas mãos de um pequeno grupo, isso gera uma repartição desi- gual dos resultados do trabalho na forma do lucro e da mais-valia, produzindo duas classes sociais entendidas como dois grupos antagônicos: pro- prietários (burguesia) e trabalhadores assalariados (proletariado)�Nesse sentido, a classe social corresponde à posição ocupada pelo indivíduo no interior das relações de produção: de um lado aqueles que detêm os meios de produção (como fábricas, terrenos, máquinas, equipamentos), e de outro, aqueles que possuem apenas a sua própria força de trabalho� Portanto, podemos considerar a classe social como um agrupamento de agentes sociais que se conflitam pela posição que ocupam no processo produtivo, quanto às relações de trabalho e à propriedade dos meios de produção� Anteriormente à consolidação do capitalismo, vi- gorava a produção mercantil simples dos artesãos e camponeses� Esse sistema de trocas pode ser representado da seguinte forma: M-D-M (onde “D” representa dinheiro e “M”, mercadoria)� O objetivo era a obtenção de valor de uso, uma vez que tinha como finalidade principal a subsistência. 22 Para explicar o modo de produção capitalista, Marx sintetiza a relação capital-trabalho na seguinte fór- mula: D-M-D (onde dinheiro é usado para produzir uma mercadoria que será vendida em troca de mais dinheiro)� Nesse processo de acumulação capitalista, existe primeiramente a transformação de dinheiro em mer- cadoria e, então, a retransformação de mercadoria em dinheiro� No capitalismo, essa troca só faz sen- tido se existir um ganho, ou seja, um acréscimo de valor (a mais-valia)� Sendo assim, os trabalhadores assalariados operam meios de produção e produzem novas mercadorias, criando valores excedentes� É importante lembrar que, como foi colocado acima, no modo de produção capitalista os trabalhadores são alijados dos meios de produção, restando ape- nas a possibilidade de vender a sua própria força de trabalho (que é transformada ela mesma em mer- cadoria)� Nesse contexto, a mais-valia corresponde ao valor que o trabalhador gera e pelo qual ele não é remunerado� Portanto, existe uma relação intrínseca entre capitalismo e mais valia, produzindo desigual- dades econômicas� O sociólogo Anthony Giddens lembra que, assis- tindo à consolidação do capitalismo europeu, Karl Marx nutria um sentimento de perplexidade frente às desigualdades produzidas por esse sistema� Ele faz a seguinte comparação entre a sociedade pré- -industrial aristocrática e a então nascente sociedade capitalista: 23 Embora antigamente os aristocratas vivessem uma vida cheia de luxos, completamente dife- rente daquela dos camponeses, as sociedades agrárias eram relativamente pobres. Mesmo se a aristocracia não tivesse existido, os padrões de vida seriam inevitavelmente parcos. Com o avan- ço da indústria moderna, entretanto, a riqueza é produzida em uma escala que ultrapassa tudo o que já foi visto anteriormente, mas o acesso dos trabalhadores à riqueza gerada pelo seu trabalho é pequeno. Continuam relativamente pobres, enquanto a riqueza acumulada pelo proprietário cresce. (GIDDENS, 2005, p. 236) FIQUE ATENTO Para Karl Marx, o desemprego é estrutural ao ca- pitalismo, o que significa que ele remonta aos pri- mórdios do capitalismo e permanece até então, às vezes expandindo-se e às vezes contraindo- -se, a depender das dinâmicas econômicas� Essa massa de trabalhadores sobrantes foi nomeada de “exército industrial de reserva”� Trata-se de um contingente de trabalhadores excedentes que, segundo a análise do autor, cumpre uma dupla função: a) manter ou reduzir os salários abaixo do valor suficiente para cumprir as necessidades de reprodução da classe trabalhadora; b) criar uma massa de pessoas dispostas a vender a sua força de trabalho de acordo com os ritmos e demandas do capitalismo (TRINDADE, 2017)� 24 A reestruturação produtiva e o século 21 A reconfiguração do mundo do trabalho na virada do século 21 trouxe graves consequências para os direitos dos trabalhadores. A flexibilização das nor- mas trabalhistas tem levado a um número crescente de trabalhadores autônomos, exercendo trabalhos temporários, informais, terceirizados e precários – isto é, sem garantias e direitos sociais. O enfraquecimento do poder de negociação dos sin- dicatos é uma consequência desse processo, signi- ficando o agravamento da assimetria entre a classe trabalhadora e o patronato� O final do século 20 assistiu ao esgotamento do modelo fordista de produção� O toyotismo se con- solida como uma resposta a essa crise� Essa nova reestruturação tem como fundamento a flexibiliza- ção da produção, isto é, a produção é orientada pela demanda do mercado� O toyotismo é sintetizado por estudiosos na expressão em inglês just in time� Uma das consequências desse processo é o esface- lamento dos direitos trabalhistas, levando a regimes de trabalho intermitente, terceirização, e informalida- de. Isso significa que a produção busca atender um mercado consumidor cada vez mais segmentado e complexo, em contraste com o paradigma fordista da produção massificada de bens e produtos (o qual predominou na primeira metade do século 20)� O toyotismo, então, afirma-se como modelo domi- nante na organização das empresas e nas relações 25 de trabalho� Isso ocorre em um momento em que o Estado de bem-estar social (do inglês Welfare State) entra em crise, sendo solapado pelo neoliberalismo� De acordo com a visão neoliberal, o livre mercado deve ser acompanhado pela menor intervenção e regulação estatal possível, isto é, uma prática eco- nômica e política centrada na liberdade dos atores econômicos� Em decorrência, defende-se a privatização de servi- ços como educação, saúde e demais serviços sociais aos quais todos os cidadãos deveriam ter acesso� No léxico neoliberal, esses serviços deixam de ser entendidos como direitos sociais, e passam a ser tra- tados como mercadorias, sendo ofertados de forma desigual, conforme a lógica do capital� Figura 2: Desigualdade e exclusão social. Fonte: Pixabay 26 ESTADO E SOCIEDADE Nas sociedades industriais, estamos habituados a viver em meio a populações compostas por milhões de pessoas, grande parte delas vivendo em zonas urbanas, onde se concentram os empregos� Neste tópico, você conhecerá um pouco sobre a relação entre Estado e sociedade, no contexto das socieda- des modernas, passando pelos diferentes tipos de regime político e o significado da democracia. Os sistemas políticos das sociedades modernas são chamados de Estados-Nações� O termo designa co- munidades políticas delimitadas por fronteiras que separam um estado-nação do outro� Nesse sistema, os governos nacionais detêm os poderes políticos e determinam as leis a serem aplicadas a todos os cidadãos que vivem no interior das suas fronteiras� O Brasil é um estado-nação, assim como a França, os Estados Unidos e grande parte dos países no mundo atual� Em linhas gerais, o conceito de Estado remete a um mecanismo político de governo que detém o domínio sobre determinado território, “cuja autoridade conta com o amparo de um sistema legal e da capacida- de de utilizar a força militar para implementar suas políticas” (GIDDENS, 2005, p� 342)� As principais características dos estados-nações são: soberania, cidadania e nacionalismo� A sobera- nia significa que o governo detém autoridade sobre 27 o território� Todos os estados-nações são estados soberanos� A cidadania consiste na igual distribuição de direitos e deveres� Nas sociedades modernas, são conside- rados cidadãos todos aqueles que vivem no interior das fronteiras daquele sistema político, possuindo direitos e deveres comuns� O nacionalismo está na raiz do surgimento dos es- tados-nações, e pode ser definido como “um con- junto de símbolos e convicções responsáveis pelo sentimento de pertencer a uma única comunidade política” (GIDDENS, 2005, p� 343)� Democracia Nas sociedades humanas, encontramos uma varieda- de de sistemas políticos ao longo da história� Ainda hoje observamos diferentes configurações políticas entre os países, como a monarquia, o autoritarismo e a democracia liberal (sobre a qual nos deteremos de forma mais detalhada)� A monarquia é um sistemapolítico que dominou grande parte dos países durante a Antiguidade e a Idade Média� Ela é caracterizada por uma única pes- soa (o rei ou a rainha) que lidera o regime político e detém um poder que lhe é transmitido de forma hereditária através das gerações de uma mesma família� A fonte de autoridade de uma monarquia não provém da lei, mas do costume� Atualmente, estados modernos – como a Grã-Bretanha – ainda possuem 28 monarcas, mas estes têm uma função, sobretudo simbólica� Em outros países, como na Arábia Saudita, o regime monárquico está em pleno vigor, com mo- narcas atuando de forma efetiva (GIDDENS, 2005)� Os estados autoritários têm como traço principal o repúdio e a repressão à participação dos cidadãos nas questões políticas� Como apontado por Giddens (2005, p� 344), “nessas sociedades, as necessidades e os interesses do Estado ganham prioridade sobre os dos cidadãos comuns, e nenhum mecanismo legal de resistência ao governo, ou para remover um líder do poder, é instituído”� Hoje, encontramos diversos países que têm governos autoritários, como é o caso de Kuwait, Myanmar, Rússia, entre outros� Atualmente, no entanto, grande parte dos estados modernos é republicana, o que significa dizer que os países aderem à democracia� A origem etimológica do termo “democracia” remete ao grego demokratia formado por demos (povo) e kra- tos (poder)� Assim, a ideia que está subentendida na palavra é a de que o povo deve ser responsável pelo seu próprio governo, ao invés de se sujeitar a uma autoridade que venha de cima, como os monarcas ou aristocratas (GIDDENS, 2005)� Não obstante, essa ideia não é tão simples como parece à primeira vista� Quem é o “povo”? Que tipo de participação é possibilitada a essas pessoas? Ao longo da história, essas questões foram abordadas de maneiras diversas� Por exemplo, na sociedade da Grécia Antiga, que serviu de berço à democracia mo- 29 derna, mulheres, escravos e crianças eram excluídos do sistema político, estando à margem do povo� No Brasil, por muito tempo, apenas os homens brancos donos de propriedades tinham direito à participação política� Portanto, a democracia assume formatos variados, a depender do contexto� Em linhas gerais, a democracia é normalmente en- tendida como o regime político mais apto, no que diz respeito a promover a igualdade política, de sal- vaguardar a liberdade e os direitos, e de favorecer o interesse e o bem comum� A democracia originada na Grécia antiga é chamada de democracia participativa� Naquele contexto, os indivíduos que eram considerados cidadãos – ou seja, uma pequena minoria social – congregavam- -se regularmente para tomar decisões acerca dos fatores que afetavam as suas vidas� Portanto, havia uma participação ativa dos cidadãos que decidiam diretamente a respeito das principais questões da- quela sociedade� No cenário recente, há diversos debates e discussões acerca da possibilidade de aplicação da democracia participativa nas sociedades modernas, dado o gran- de volume da sua população� Observamos algumas práticas decisórias que guardam certa similaridade com esse tipo de democracia, como é o caso dos plebiscitos� O tipo de regime democrático mais comum hoje é a democracia participativa� O termo designa os “sis- temas políticos nos quais as decisões que afetam a 30 comunidade não são tomadas pelo conjunto de seus membros, mas pelas pessoas que eles elegeram para essa finalidade” (GIDDENS, 2005, p. 344). No caso de governo federal, a democracia represen- tativa toma forma nas eleições para os membros do Congresso ou Parlamento� Ela também se faz presente nos níveis estadual e municipal em suas instâncias decisórias� É o atual modelo de sistema político adotado pelo Brasil, país que, ao longo da sua história, vivenciou períodos de governos autoritários, o que faz com que diversos autores considerem que temos uma democracia ainda bastante jovem� Um olhar mais crítico revela que as democracias têm encontrado uma série de paradoxos� Se, por um lado, trata-se de um regime que vem conquistando a maior parte dos países em todo o mundo, por outro, observamos também uma grande desilusão em rela- ção aos processos democráticos� Esses problemas estão presentes até mesmo em antigas democracias, como é o caso dos Estados Unidos� É cada vez maior o número de pessoas que se sen- tem insatisfeitas ou indiferentes com o sistema políti- co das democracias representativas� Um dos fatores que explicam esse panorama é a incapacidade dos governos nacionais regularem processos associados à economia mundial em contexto de globalização� Isso é visível na falta de controle dos estados-na- ções frente às grandes corporações empresariais (GIDDENS, 2005)� 31 Pesquisas mostram que os cidadãos exibem cada vez menos confiança em seus representantes polí- ticos e julgam que eles agem em interesse próprio, colocando o interesse do eleitorado em segundo plano� Além disso, os avanços das novas tecnolo- gias de informação e comunicação têm influenciado não só os regimes autoritários, como também as democracias� A maior oferta de informação ajuda a lançar luz sobre os caminhos antidemocráticos assumidos por governos democráticos, como as práticas de corrupção e acordos secretos travados por representantes políticos, causando indignação e desilusão� Na visão de Giddens, isso não significa que as pes- soas tenham perdido o interesse na democracia� Ele vê indícios de que há um crescimento no interesse na política que é canalizado em outras direções, para além dos partidos políticos� Como exemplo, cita os novos movimentos sociais e outras associações da sociedade civil que têm buscado alargar e aprofundar os modos de participação popular� 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para concluir, cabe retomar os argumentos principais desenvolvidos ao longo deste módulo, que tratou de conceitos-chave dos Estudos Sociais, como so- ciedade, cultura, desigualdade, exclusão, Estado e democracia� Assim, foi estudado que a cultura se refere aos mo- dos de vida dos membros de uma sociedade, de modo que não existe grupo ou sociedade sem cultura ou com mais cultura do que outra� As sociedades e culturas são organizadas a partir de diferentes nor- mas e valores que moldam os comportamentos dos seus membros, e, ao mesmo tempo, tais normas tam- bém estão sujeitas à mudança ao longo da história� Os movimentos sociais e a chamada contracultura têm um papel importante nessas dinâmicas� Tratando de mudança social, aprendemos que a democracia e os estados-nações são instituições sociais relativamente recentes na história humana, que ainda hoje carregam uma série de limitações no que diz respeito a garantir a efetivação dos di- reitos relativos à igualdade para todos os cidadãos� Juntos, esses conceitos fornecem uma ferramenta para a reflexão da nossa realidade social, fomen- tando também uma perspectiva crítica que instiga o questionamento daquilo que muitas vezes tomamos como natural, inato ou normal� 33 SÍNTESE Socialização primária Socialização secundária Socialização primária Socialização secundária DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL A sociedade e as instituições sociais • O fato social Cultura e Sociedade • Etnocentrismo • Identidade • Socialização A exclusão social • Classe social • Democracia Estado e Sociedade A origem das Ciências Sociais Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber Referências Bibliográficas & Consultadas ALMEIDA, F� O suicídio: contribuições de Émile Durkheim e Karl Marx para a compreensão desse fenômeno na contemporaneidade� Aurora, Marília, v�11, n� 1, pp� 119-138, Jan�/Jun�, 2018� ANGELONI, M� T� (Org�); 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