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Manual de Trabalho de Curso Curso Superior Bacharelado em Biomedicina Sumário 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3 2. ORIENTAÇÕES GERAIS ........................................................................................................... 4 3. O QUE SIGNIFICA PENSAR CIENTIFICAMENTE? ............................................................. 6 4. PLANEJANDO E EXECUTANDO O TC ................................................................................... 7 5. O QUE É UM ARTIGO CIENTÍFICO? .................................................................................... 8 6. IMPORTÂNCIA E PAPEL DO(A) ORIENTADOR(A) DE TRABALHO DE CURSO .......... 10 7. DICAS IMPORTANTES PARA ANTES DE COMEÇAR – PASSOS DA PESQUISA ....... 11 8. COMO SE ORGANIZA UM TRABALHO DE CURSO? ....................................................... 11 9. A LINGUAGEM DO ARTIGO CIENTÍFICO ............................................................................ 30 10. AVALIAÇÃO DO TRABALHO (ETAPAS 1 E 2 – PROJETO E PRODUÇÃO) ................ 32 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (DESTE MANUAL) ..................................................... 36 12. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 37 ANEXO 1 .......................................................................................................................................... 39 ANEXO 2 .......................................................................................................................................... 40 ANEXO 3 .......................................................................................................................................... 42 ANEXO 4.......................................................................................................................................... 56 3 “Afinal, o que é um cientista, então? Ele é um homem curioso que olha através dos olhos de uma fechadura, a fechadura da natureza, tentando saber o que está acontecendo.” Jacques Yves Cousteau 1. INTRODUÇÃO O Trabalho de Curso (TC) visa proporcionar aos(às) alunos(as) a vivência na busca de informações confiáveis nas base de dados online (PubMed (National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino-Americana) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), em associação com seu conhecimento adquirido durante o curso, e ainda exercitar o(a) aluno(a) compilar dados e a argumentar, atividade ligada ao desenvolvimento acadêmico dos(as) alunos(as) de graduação. O Trabalho de Curso busca ampliar os conhecimentos em relação a temas abordados durante o curso, permitindo aos(às) alunos(as) a escolha pelo aprimoramento em algo que seja de seu interesse pessoal. É, portanto, uma experiência acadêmica orientada, vivenciada por alunos(as) que estiverem regularmente matriculados(as) no curso de graduação em Biomedicina. O Trabalho de Curso é um dos requisitos obrigatórios para a conclusão do curso de graduação. São objetivos do Trabalho de Curso: I. Sistematizar o conhecimento adquirido no decorrer do curso. II. Subsidiar o processo de ensino, contribuindo para a realimentação dos conteúdos programáticos das disciplinas integrantes do currículo. III. Garantir a abordagem científica de temas relacionados à prática profissional, inserida na dinâmica da realidade local, regional e nacional. IV. Possibilitar ao(à) estudante o desenvolvimento de sua capacidade científica por meio de realização de experiência de pesquisa, inter-relacionando o aprendizado teórico à prática, dando-lhe condições para a publicação de artigos e trabalhos científicos. 4 O trabalho a ser desenvolvido deve ser autêntico e sem plágio e sobre o tema escolhido pelo(a) aluno(a). Há, no entanto, exigências em relação à organização do trabalho, coerência e coesão textuais, pesquisa e desenvolvimento do conteúdo. Esperamos que, durante a elaboração do Trabalho de Curso, o(a) aluno(a) demonstre maturidade acadêmica quanto à possibilidade de unir conceitos práticos e teóricos, visando aplicar o conjunto de conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação nas diferentes disciplinas. Assim, acreditamos que o(a) aluno(a), ao escolher o tema de pesquisa, faça-o livre e conscientemente, pois, somente dessa forma, o prazer estará presente, garantindo um resultado satisfatório, gerando, além de seu crescimento acadêmico, um texto criativo e interessante para outros leitores com o mesmo interesse. Admitimos que o Trabalho de Curso ofereça ao(à) aluno(a) a possibilidade de articular os conhecimentos desenvolvidos ao longo da graduação nas diferentes disciplinas que compõem a matriz curricular do curso de Biomedicina e que seja também considerado pelo(a) aluno(a) como uma etapa antecessora a possíveis cursos de especialização, mestrado e doutorado. 2. ORIENTAÇÕES GERAIS O Trabalho de Curso é um trabalho científico a ser realizado por alunos(as) que estiverem regularmente matriculados no semestre em que tal componente curricular é oferecido, ou seja, no 7º semestre com a disciplina de Projeto Técnico-científico Interdisciplinar 1, e no 8º semestre com a disciplina de Produção Técnico-científica Interdisciplinar 2. O Trabalho de Curso é, portanto, realizado em duas etapas, nas disciplinas de 7º e 8º semestres a saber: Projeto Técnico-científico Interdisciplinar (PTCI 1): etapa realizada quando o(a) aluno(a) está matriculado no 7º semestre de curso. Nessa etapa, o(a) aluno(a) elabora uma proposta inicial de pesquisa de acordo com o cronograma de execução, visando à execução e à conclusão do Trabalho de Curso na 2ª etapa denominada de PTCI 2. 5 Produção Técnico-científica Interdisciplinar (PTCI 2): etapa realizada quando o(a) aluno(a) se encontra matriculado no 8º semestre e após ter concluído as etapas do PTCI-1. Nessa etapa, o(a) aluno(a) dará sequência ao trabalho iniciado na 1ª etapa e apresenta ao término do semestre letivo o Trabalho de Curso finalizado. Todo(a) aluno(a) deverá, obrigatoriamente, participar de todas as etapas do desenvolvimento do trabalho de pesquisa, orientação, redação, entrega e apresentação; sendo, portanto, de responsabilidade total do(a) aluno(a) a execução do projeto e finalização do Trabalho de Curso. A partir da etapa de seleção e justificativa da escolha do tema, o trabalho será encaminhado a um dos docentes designados, previamente, pela Coordenação do Curso, para que avalie e possa colaborar com a escolha e melhor direcionamento do tema. O(A) professor(a) designado para tal função exercerá o papel de professor(a) orientador(a). Orientadores(as) e alunos(as) manterão contato e se comunicarão para as devidas orientações e esclarecimentos sobre as etapas de postagens a serem realizadas no sistema nas suas inúmeras fases. A frequência e a regularidade dessas postagens serão controladas pelo(a) professor(a) orientador(a) e todos(as) os(as) alunos(as) deverão tomar ciência das tarefas a serem cumpridas no período que transcorrerá entre uma postagem e outra. É igualmente importante que todos(as) os(as) alunos(as) observem e sigam à risca o calendário de postagem, estando cientes que a não postagem e uma postagem incorreta poderão acarretar em prejuízo no processo de orientação e diminuição na nota final atribuída. A elaboração do Trabalho de Curso deverá ser realizada INDIVIDUALMENTE, NÃO SERÃO ACEITOS TRABALHOS EM GRUPO. 6 3. O QUE SIGNIFICA PENSAR CIENTIFICAMENTE? Ao afirmarmos que um Trabalho de Curso é um trabalho acadêmico, técnico-científico, estamos, de certa forma, dizendo que esse trabalho tem características diferenciadas e que seu público-alvo se encontra na comunidade científica. Quem avalia e atribui relevância aos trabalhos científicos são leitores acostumados a trabalhar com pesquisa e a pensarem: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1004720/. Rouhi, R.; Jafari, M.; Kasaei, S.; Keshavarzian, P. Benign and malignant breast tumors classification based on region growing and CNN segmentation. Expert Systems with Applications, v. 42, n. 3, p. 990-1002, 2015. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0957417414005594. Rubtsova, S. N.; Zhitnyak, I. Y.; Gloushankova, N. A. Phenotypic Plasticity of Cancer Cells Based on Remodeling of the Actin Cytoskeleton and Adhesive Structures. Int J Mol Sci., v. 22, n. 4, p. 1821, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33673054/. Ruggiero, C.; Lalli, E. Targeting the cytoskeleton against metastatic dissemination. Cancer Metastasis Rev., v. 40, n. 1, p. 89-140, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33471283/. Sanghvi-Shah, R.; Weber, G. F. Intermediate Filaments at the Junction of Mechanotransduction, Migration, and Development. Frontiers in Cell and Developmental Biology, v. 5, 2017. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fcell.2017.00081/full. Seetharaman, S.; Etienne-Manneville, S. Cytoskeletal Crosstalk in Cell Migration. Trends Cell Biol., v. 30, n. 9, p. 720-735, 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32674938/. Svitkina, T. The Actin Cytoskeleton and Actin-Based Motility. Cold Spring Harb Perspect Biol., v. 10, n. 1, p. a018267, 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29295889/. Taneja, N. et al. Focal adhesions control cleavage furrow shape and spindle tilt during mitosis. Sci. Rep., v. 6, p. 29846, 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/305450398_Focal_adhesions_control_ cleavage_furrow_shape_and_spindle_tilt_during_mitosis. http://www.manole.com.br/oncologia-multiprofissional-bases-para-assistencia/p http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1004720/ http://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0957417414005594 http://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fcell.2017.00081/full 13 Tarini, S. Tumors: Benign and Malignant. Canc Therapy & Oncol Int J., v. 10, n. 3, p. 555790, 2018. Disponível em: https://juniperpublishers.com/ctoij/CTOIJ.MS.ID.555790.php. Tlsty, T. D.; Coussens, L. M. Tumor stroma and regulation of cancer development. Annu Rev Pathol., v. 1, p. 119-150, 2006. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18039110/. Uroz, M.; Wistorf, S.; Serra-Picamal, X. et al. Regulation of cell cycle progression by cell-cell and cell-matrix forces. Nat Cell Biol., v. 20, n. 6, p. 646-654, 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29802405/. Venning, F.A.; Wullkopf, L.; Erler, J. T. Targeting ECM Disrupts Cancer Progression. Front Oncol., v. 5, p. 224, 2015. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26539408/. Vianay, B.; Senger, F.; Alamos, S. et al. Variation in traction forces during cell cycle progression. Biol Cell., v. 110, n. 4, p. 91-96, 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29388708/ Whatcott, C. J.; Diep, C. H.; Jiang, P. et al. Desmoplasia in Primary Tumors and Metastatic Lesions of Pancreatic Cancer. Clin Cancer Res., v. 21, n. 15, p. 3561- 3568, 2015. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25695692/. Wong, P. P.; Demircioglu, F.; Ghazaly, E. et al. Dual-action combination therapy enhances angiogenesis while reducing tumor growth and spread. Cancer Cell., v. 27, n. 1, p. 123-137, 2015. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25584895/. Yennek, S.; Burute, M.; Théry, M.; Tajbakhsh, S. Cell adhesion geometry regulates non-random DNA segregation and asymmetric cell fates in mouse skeletal muscle stem cells. Cell Rep., v. 7, n. 4, p. 961-970, 2014. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24836002/. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26539408/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24836002/ ANEXO 4 – MODELO DE PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA PARA TCC-2 15 [NOME DA UNIVERSIDADE] ICS – Instituto de Ciência da Saúde NOME DO ALUNO RA O PAPEL DO CITOESQUELETO NO AMBIENTE TUMORAL SÃO PAULO 2022 NOME DO ALUNO RA O PAPEL DO CITOESQUELETO NO AMBIENTE TUMORAL Trabalho Final de Conclusão de Curso apresentado à [NOME DA UNIVERSIDADE] como requisito para obtenção do título de bacharel em Biomedicina. São Paulo, 05 de novembro de 2022 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. (Orientador) [NOME DA UNIVERSIDADE] / / Prof. Dr. Flávio Buratii Gonçalves [NOME DA UNIVERSIDADE] RESUMO Introdução: O citoesqueleto é responsável por diversas funções dentro da célula, transporte intracelular, aderência, deslocamento, divisão e morfologia celular. A partir desse princípio, baseando-se em arcabouço científico pode-se afirmar a correlação dessa estrutura, muitas vezes associada ao microambiente tumoral (MAT), com a evolução de neoplasias. Objetivos: Com isso, o presente trabalho tem o propósito revisar o papel do citoesqueleto no ambiente tumoral e correlacionar o tipo de neoplasia, patogenicidade e morfologia com o comportamento dessa estrutura. Materiais e Métodos: Para isso, foram utilizados artigos científicos publicados nas bases de dados online PubMed (National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino-Americana) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), bem como dados do Instituto Nacional do Câncer. Resultados e Discussão: Os rearranjos do citoesqueleto definem três regiões principais da célula durante a migração: a frente da célula (lamelipódio), o corpo da célula (lamela) e a parte de trás da célula. A formação de um lamelipódio e a extensão da borda de ataque ocorre através de forças protrusivas geradas pela polimerização da actina na frente da célula. Esses desempenham um papel crucial no estabelecimento e manutenção da polaridade celular, definindo assim a direcionalidade durante migração. Conclusão: Ao final, com todo o arcabouço científico existente, pode-se afirmar a forte correlação do aumento da atividade do citoesqueleto em tumores. Apesar desse achado ser longevo, como descrito por Rogers em 1992, evidencias atuais sustentam a modulação mais expressiva do citoesqueleto, oriunda de microRNAs, que afetam diretamente os fatores de transcrição de moléculas, tais quais contribuem para invasão e motilidade celular. Com esses dados se justifica a crescente pesquisa em mecanismos que inibam ou desfavoreçam a atividade do citoesqueleto em tumores. Palavras-chave: Neoplasia; citoesqueleto; microambiente tumoral. SUMÁRIO RESUMO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5 1.1. A relevância do Citoesqueleto ............................................................ 6 2. JUSTIFICATIVA 3. OBJETIVOS ......................................................................................................... 7 3.1. Objetivo geral ..................................................................................... 7 3.2. Objetivos específicos .......................................................................... 7 4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 8 5. RESULTADOS ..................................................................................................... 8 5.1. Citoesqueleto ...................................................................................... 8 5.1.1. Filamentos de actina ..................................................................... 8 5.1.2. Microtúbulos .................................................................................. 9 5.1.3. Filamentos intermediários............................................................ 10 5.2. Atuação do citoesqueleto em tumores .............................................. 11 6. DISCUSSÃO ...................................................................................................... 16 7. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 18 1. INTRODUÇÃO Estima-se que um quinto da população mundial morrerá de câncer, uma das doenças mais graves e comuns que atingem o ser humano. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), a incidência estimada de todas as neoplasias, exceto pele não melanoma, no Brasil para 2022 é de 239.430 casos novos (Buoncervello; Maccari; Ascione et al., 2019; Mu; Najafi, 2021). A neoplasia é considerada uma síndrome complexa, com diversos mecanismos relacionando-se entre si1. Por conta dessa intrincada relação há diversas perspectivas a serem abordadas: fator imunológico, processos inflamatórios, características morfológicas, microambiente tumoral (MAT) (Buoncervello; Maccari; Ascione et al., 2019; Mu; Najafi, 2021). Os tumores são caracterizados por apresentarem morfologia ou mecanismos aberrantes; incapazes de completar as suas funções, são danosos as estruturas locais e até a homeostasia do organismo (Goodman, 2007). O microambiente tumoral apesar de desempenhar o papel de inibição do tumor pode estimular a ocorrência de neoplasias malignas (Goodman, 2007; Figueiredo, 2019). As neoplasias são segmentadas em duas categorias. As benignas, com células limitadas por uma lâmina basal, sem capacidade de invadir outros tecidos, mas com capacidade de comprimir canais e órgãos (Patel, 2020). Apesar da estrutura ser menos nociva, certos tumores podem desenvolver características malignas, portanto, esses geralmente são removidos cirurgicamente (Patel, 2020; Tarini, 2018). Quanto a sua origem temos neoplasias originárias no tecido mesenquimal, os sarcomas, que incluem os tecidos conectivo, ósseo, cartilaginoso e adiposo, bem como as neoplasias vasculares e musculares (Rodrigues, 2016). A maior parte dos tumores em seres humanos são formados a partir do tecido epitelial, podendo ser classificados de acordo com sua origem em células glandulares ou escamosas. Os carcinomas podem ser classificados de acordo com o sistema TNM, o qual avaliam importantes características da massa neoplásica. Em que a letra “T” representa o tamanho do tumor primário, “N” o comprometimento por metástases de linfonodos regionais e “M” a presença de metástases (Rodrigues, 2016; Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2021). 6 No microambiente tumoral, a resposta imune envolvida é complexa e, nas fases iniciais, a ação do sistema imunológico é de defesa, atuando como resistência ao desenvolvimento do câncer. Mas, assim que é ativado, o microambiente e todos os fatores relacionados a ele atuam de maneira favorável ao câncer, promovendo seu crescimento, e transição para um fenótipo mesenquimal, cuja característica morfológica passa a ser de uma célula mesenquimal, seguida pela capacidade de invasão (Rodrigues, 2016; Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2021). As neoplasias malignas, não apresentam delimitação e possuem propriedades metastáticas, têm característica de invadir tecidos vizinhos e migrar para órgãos distantes, por meio da corrente sanguínea e sistema linfático; apresentando assim, maior malignidade (Patel, 2020; Tarini, 2018). Dessa forma, o tumor pode ser classificado por sua segmentação e segregação do tecido adjacente (Rouhi; Jafari; Kasaei; Keshavarzian, 2015). 1.1 . A relevância do Citoesqueleto Nesse contexto, a correlação das estruturas celulares com as respectivas patogenicidades das neoplasias faz-se relevante. No que tange esse princípio, o citoesqueleto torna-se importantíssimo, não só pela sua função na divisão celular, como também o seu papel na locomoção e adesão do tecido neoplásico maligno (Fife; McCarroll; Kavallaris, 2017). O citoesqueleto é uma estrutura formada por microfilamentos (filamento de actina), microtúbulo e filamento intermediário. As suas composições e variações são tão versáteis que exercem o papel de morfologia celular, transporte intracelular, aderência e deslocamento celular (Fife; McCarroll; Kavallaris, 2017; Fletcher; Mullins; 2010; Ruggiero; Lalli, 2021; Rogers; Morris; Blake, 1992). Dessa forma, o citoesqueleto coopera para a homeostasia do organismo, por meio de diversos mecanismo. Essa estrutura, essencial para o metabolismo e conformação celular, é fundamental para a persistência e estabilização das variadas anomalias celulares, não cancerosas ou cancerosas, como ocorre na metástase (Buoncervello; Maccari; Ascione et al., 2019; Li; Wang, 2020). 7 O citoesqueleto é sensibilizado por forças extracelulares, essas forças mecânicas são traduzidas para as vias de sinalização intracelular, pode-se assim influenciar o comportamento celular. Como esse induz a mecânica celular, é capaz de modular eventos nucleares, traduzindo a força mecânica em eventos bioquímicos (Li; Wang, 2020; Nourse; Pathak, 2017). Os alvos terapêuticos que inibem o desenvolvimento do citoesqueleto ou inibem a comunicação efetiva entre o meio extracelular e intracelular, inibindo eventos nucleares, são promissores como tratamentos em células cancerígenas em ratos, como o inibidor da ativação do Rho GTPase (Ruggiero; Lalli, 2021). 2. JUSTIFICATIVA Tumores são sistemas complexos compostos não só por células neoplásicas, mas também pelo microambiente tumoral. E este microambiente é composto por células estromais, bem como componentes de matriz extracelular e o citoesqueleto; os quais têm mostrado uma grande influência para o desenvolvimento tumoral. Desta forma, o propósito deste trabalho foi correlacionar o papel do citoesqueleto no comportamento tumoral e sua contribuição para o avanço da doença, podendo amparar novas perspectivas de recursos terapêuticos. 3. OBJETIVOS 3.1 . Objetivo geral O presente trabalho teve como propósito revisar o papel do citoesqueleto no ambiente tumoral e correlacionar o tipo de neoplasia, patogenicidade e morfologia com o comportamento dessa estrutura. 3.2 . Objetivos específicos 3.2.1 Caracterizar as moléculas que compõe o citoesqueleto. 3.2.2 Traçar um perfil sobre o microambiente celular normal e tumoral. 3.2.3 Relacionar a sinalização do citoesqueleto com as células neoplásicas. 3.2.4 Correlacionar o tipo de neoplasia, patogenicidade e morfologia com o comportamento do citoesqueleto. 3.2.5 Identificar possíveis alvos terapêuticos baseados no citoesqueleto. 8 4. MATERIAIS E MÉTODOS Para desenvolvimento deste estudo foram utilizados artigos científicos publicados nas bases de dados online PubMed (National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino-Americana) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), bem como dados do Instituto Nacional do Câncer. Para a pesquisa foram utilizados os descritores: “cytoskeleton” em conjunto com “microenvironment”, “mechanical tumor” e/ou “cancer metastasis”. Os artigos em língua inglesa foram interpretados e traduzidos livremente. Os critérios para seleção dos trabalhos são: (1) terem sido publicados nos anos 1992 até o primeiro trimestre de 2022; e (2) terem correlação com os objetivos e relevância na área de estudo. 5. RESULTADOS 5.1 Citoesqueleto O citoesqueleto é constituído por proteínas que formam blocos, tais blocos podem ser adicionados ou retirados para alongar ou encurtar o filamento. Essa polimerização pode ocorrer de diversas formas, ocasionando em propriedades distintas que dependem de como os blocos são acondicionados (Fletcher; Mullins, 2010). Não apenasa disposição das proteínas altera a função da estrutura, mas a sua composição, tendo em vista a diferença entre as suas características, como o tempo entre a polimerização de cada tipo de cadeia polipeptídica (Fletcher; Mullins, 2010). 9 Como visto anteriormente o citoesqueleto é composto por três estruturas: filamentos de actina (microfilamentos), microtúbulos e filamentos intermediários. A seguir, com arcabouço teórico, elucida-se e aprofunda-se nas conformações, característica e funções de cada estrutura. 5.1.1 Filamentos de actina A actina é o componente mais abrangente do citoesqueleto. Essa proteína é encontrada principalmente em duas conformações, em forma globular (G-actina) ou formato filamentoso (F-actina). Para polimerizar a F-actina o monômero de G-actina interage com outro a sua frente e atrás, cabeça-cauda, como também ao seu lado (Mehrafrooz; Shamloo, 2011). No monômero de actina existe uma fenda central, formando assim dois domínios compostos por 375 aminoácidos cada. A fenda é relevante por comportar ATP ou ADP com um íon de Magnésio (Mg2+) ou Calcio (Ca2+), característica que desempenha um papel importante na estabilização da proteína (Li; Wang, 2020). Desse modo, a G-actina é separada em três grupos, agregados de ATP-G-actina, agregados de ADP-G-actina e monômero de actina sem nucleação. O diferente tipo de nucleação dessa estrutura altera a dinâmica molecular (Svitkina, 2018). O filamento de actina é helicoidal formado por uma cadeia simples de monômeros descritos acima e possui o diâmetro aproximado de 7nm. Além disso, pode conter filamentos filhos. Um complexo Arp2/3 é responsável por ligar-se ao filamento mãe para criar ramos de F-actina (Mehrafrooz; Shamloo, 2018). O polímero de f-actina tem polaridade, tendo em vista que os monômeros são sempre orientados na mesma direção, um terminal positivo e outro negativo. O crescimento pode ocorrer em ambas as extremidades, mas a positiva apresenta cinco a dez vezes mais velocidade que a extremidade negativa (Svitkina, 2018). A polimerização do filamento de actina é comumente associado a dinamismo, por conta da sua velocidade acelerada, está associado a funções de motilidade celular e movimento de algumas organelas (Mehrafrooz; Shamloo, 2018). 10 5.1.2 Microtúbulos Os microtúbulos têm o diâmetro de aproximadamente 25nm. São compostos por moléculas globulares de tubulinas: α-tubulina e β-tubulina, os dímeros de α- tubulina com a β-tubulina são formados genericamente de 13 protofilamentos (Janke; Magiera, 2020) MM. Além disso, há mais 3 tipos de tubulinas em humanos, γ-tubulina, δ-tubulina e ε-tubulina. A γ-tubulina concentra-se no centrossomo, onde desempenha um papel crítico na iniciação montagem de microtúbulos. A δ e ε tubulina, são localizadas nos centríolos (Alvarado-Kristensson, 2018). Os protofilamentos, que são compostos por dímeros de tubulina, são dispostos paralelamente, cabeça-cauda, igualmente os filamentos de actina. Dessa forma, esses possuem polarização, o terminal negativo e o terminal positivo. Tanto a α- tubulina, quanto a β-tubulina ligam-se ao GTP, que funciona de forma análoga ao ATP ligado à actina para regular a polimerização. Em particular, o GTP ligado à β-tubulina, ao ser hidrolisado em GDP a molécula se torna instável e ocorre a rápida despolimerização (Alushin; Lander; Kellogg; Zhang; Baker; Nogales, 2014). Os microtúbulos não funcionam sozinhos. Eles interagem com uma gama diversificada de microtúbulos proteínas (MAPs), tais quais influenciam sua dinâmica de polimerização ou despolimerização. Alguns MAPs ligam-se especificamente às extremidades positivas ou as extremidades negativas dos microtúbulos para controlá- lo, como ocorre com outras estruturas celulares (Janke; Magiera, 2020). Durante toda à rede de microtúbulos, os MAPs são ligados, auxiliam na estabilidade e dinâmica dos microtúbulos. Como também, possuem funções adicionais que, na maioria dos casos, continuam a ser explorados (Janke, Magiera, 2020). 5.1.3 Filamentos intermediários Os Filamentos intermediários (IFs) formam densas redes citoesquelética filamentosas presentes na maioria das células animais. Diferente dos filamentos de actina e microtúbulos, que são formados por apenas algumas isoformas de actina ou tubulina na maioria dos tipos de células, a composição dos IFs varia drasticamente de 11 um tipo de célula para outro. Desse modo, dependendo do tipo de célula e estado de diferenciação, IFs são compostos por uma ou várias proteínas das 70 proteínas IFs, como as queratinas e vimentina (Seetharaman; Etienne-Manneville, 2020; Etienne- Manneville, 2018). Embora as proteínas IFs possam variar amplamente em sequência e tamanho, todas essas proteínas são caracterizadas por um domínio central alfa-helicoidal (domínio de haste) dividido em três segmentos de comprimento conservado que contêm sequências hidrofóbicas (Chernyatina; Guzenko; Strelkov, 2015; Herrmann; Aebi, 2016). Além disso, as partes iniciais e finais do domínio bastonete são conservadas em todas as proteínas IFs, e as mutações pontuais nessas regiões são capazes de alterar a organização e dinâmica deles (Chernyatina; Guzenko; Strelkov, 2015). Com base em seu padrão de expressão, estrutura e identidade de sequência, as proteínas dos filamentos intermediários são classificadas em seis famílias de genes diferente. As do tipo I são queratinas ácidas com 28 genes em humanos. As tipo II são queratinas básicas com 26 genes em humanos. As tipo III, Intermediário de homodimerização filamentos, alguma capacidade de heterodimerização, como as vimentina, desmina, GFAP. As tipo IV, expressa primordialmente em neurônios e músculos, como os Neurofilamentos e Nestinas. As tipo V, filamentos intermediários nucleares, as laminas. As tipo VI, são filamentos intermediários composta de laminas que residem no núcleo (Tipo V) (Herrmann; Aebi, 2016; Sanghvi-Shah; Weber, 2016). Os dímeros de proteína de filamento intermediário citoplasmático se associam lateralmente de forma antiparalela para formar tetrâmeros. Uma vez formados, os tetrâmeros se alinham ainda mais para formar a unidade e posteriormente sofrem compactação radial para produzir filamentos não polares de 10 nm filamentos de comprimento (ULF's). Além disso, fatores que regulam e facilitam processos como corte, recozimento e troca de subunidades são amplamente desconhecidos e os mecanismos moleculares subjacentes exigem mais atenção, dada a dinâmica de montagem díspar in vitro em comparação com in vivo (Sanghvi-Shah; Weber, 2016). 12 Dessa forma, como os mecanismos responsáveis pela dispersão, funções e diversidade dos IFs são poucos elucidados se comparado com os filamentos de actina e microtúbulos, espera-se encontrar proteínas de ligação que modulam a polimerização (Sanghvi-Shah; Weber, 2016). 5.2 . Atuação do citoesqueleto em tumores A migração de células mesenquimais envolve cinco etapas: (1) estabelecimento da polaridade frente-traseira, (2) borda de ataque extensão, (3) a formação de novas adesões e sua renovação, (4) contração do corpo celular e (5) retração traseira. E as três redes do citoesqueleto, actina, microtúbulos e filamentos intermediários polarizam na direção da migração (Seetharaman; Etienne-Manneville, 2020). 13 Ref.: Tang, Y.; He, Y.; Zhang, P. et al. LncRNAs regulate the cytoskeleton and related Rho/ROCK signaling in cancer metastasis. Mol Cancer., v. 17, p. 77, 2018. Os rearranjos do citoesqueleto definem três regiões principais da célula durante a migração: a frente da célula (lamelipódio), o corpo da célula (lamela) e a parte de trás da célula. A formação de um lamelipódio e a extensão da borda de ataque ocorre através de forças protrusivas geradas pela polimerização da actina na frente da célula. Os MTs desempenhamum papel crucial no estabelecimento e manutenção da polaridade celular, definindo assim a direcionalidade durante migração (Seetharaman; Etienne-Manneville, 2020). Células epiteliais podem adquirir um fenótipo mesenquimal chamado de transição epitélio-mesênquima (conhecido em inglês como epitelial-mesenchymal 14 transition, EMT). Este processo envolve a perda da polaridade celular e estabilidade das adesões célula-célula, adquirindo capacidade de migração. Esta Transição epitélio-mesênquima é um processo natural em várias condições fisiológicas como durante o desenvolvimento embrionário e reparo tecidual. Patologicamente, este atua na fibrose tissular e na progressão do câncer (Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2021). O tumor primário inicialmente exibe características epiteliais, contudo para que ocorra a metástase, as células do carcinoma desenvolvem uma transição mais indiferenciada, com um fenótipo mesenquimal cuja característica é a perda de adesão entre as células, e supressão de barreiras como a lâmina basal, a fim de realizar a migração entre os tecidos (Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2021). Durante este processo ocorre a perda da polaridade mediada pela perda dos receptores de adesão transmembrana E-caderina cujos domínios citoplasmáticos ligam-se a membros da família de proteínas catenina, que se ligam diretamente aos filamentos de actina do citoesqueleto, promovendo a ruptura das junções aderentes. Além disso, existe perda do feixe de actina circunferencial que sustenta a integridade celular o qual é rompido; favorecendo a polimerização de novo de actina que leva ao aparecimento de lamelipódios dinâmicos que são o motor da atividade migratória e invasiva das células neoplásicas (Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2021; Gerasymchuk; Hubiernatorova; Domanskyi, 2020). A EMT pode ser ativada por vias de sinalização de TGFβ (Transforming Growth Fator Beta), EGF (Fator de Crescimento Epidermal), HGF (Fator de Crescimento de Hepatócitos), FGF (Fator de Crescimento de Fibroblastos), Wnt e IGF (Fator de Crescimento Semelhante à Insulina), e sinais do microambiente tumoral (como macrófagos ou fibroblastos associados ao câncer) e hipóxia Rubtsova, Zhitnyak, Gloushankova, 2021; Gerasymchuk; Hubiernatorova; Domanskyi, 2020). Em muitos tipos de câncer, esses sinais ativam fatores de transcrição, os quais foram detectados em vários carcinomas invasivos – SNAIL, SLUG, TWIST1, ZEB1 e ZEB2. Tais genes regulam negativamente a expressão de genes associados ao fenótipo epitelial como E-caderina, ocludina, citoqueratinas e induzem a expressão de 15 genes que sustentam o fenótipo mesenquimal como N-caderina, vimentina, fibronectina, certas integrinas e metaloproteinases de matriz (MMPs) (Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2021; Gerasymchuk; Hubiernatorova; Domanskyi, 2020). Outros dados apontam ainda que os microRNAs podem afetar diretamente os fatores de transcrição e moléculas a montante na mesma via de sinalização de maneira a contribuir para invasão e motilidade. Membros da família microRNA-200 estão envolvidos na regulação do crescimento celular e migração via filamina, uma proteína importante para a organização do filamento de actina, e RhoGDIA, necessário para a dinâmica do citoesqueleto (Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2021; Gerasymchuk; Hubiernatorova; Domanskyi, 2020). Uma característica definidora de malignidade é a perda de dependência de adesão de proliferação, o que implica que os mecanismos que normalmente controlam a coordenação entre adesão e divisão celular são subvertidas. Nesse contexto, muitos tumores se desenvolvem em um contexto tecidual altamente rígido, que tem o potencial interferir com as mudanças morfológicas cuidadosamente controladas que ocorrem durante a mitose (Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2021; Jeong; Hwang; Magae; Chang, 2020). O microambiente estromal de muitos carcinomas é caracterizado por uma resposta desmoplásica densa. Essa conexão é melhor estabelecida na mama, onde densidade mamográfica, intermediária e alta, têm sido associadas a um elevado risco de recorrência local. Um alto índice estromal no pâncreas e o adenocarcinoma colorretal também se correlaciona inversamente com a sobrevida (Pickup; Mouw; Weaver, 2014; Tlsty; Coussens, 2006). A rigidez estromal é controlada por uma combinação de estimulação da deposição de matriz extracelular (MEC) e reticulação covalente. Algumas das moléculas de MEC mais abundantes e as enzimas de ligação cruzada da MEC estão elevadas no estroma tumoral e se correlacionam com o mau prognóstico do paciente (Whatcott; Diep; Jiang et al.; 2015; Eckert; Fisher; Grun; Adhikary; Xu; Kerr, 2015). 16 Por outro lado, a inibição ou reversão dessas alterações reduz o crescimento do tumor e aumenta a sobrevivência em modelos animais. Como a destruição enzimática de hialuronano, deleção genética da ligação de colágeno integrina a11b1, inibição farmacológica de lisil oxidase (LOX), knockdown da transglutaminase tecidual e indução de quiescência estromal usando o receptor de vitamina D, ligando calcipotriol (Venning; Wullkopf; Erler, 2015; Jones; Zha; Humphries, 2019). Para a maioria das células em organismos multicelulares, a ancoragem MEC tem dependência do crescimento celular normal e a propensão de células tumorais para evitar este requisito foram estabelecidas por muitas décadas. Durante a fase do ciclo celular, a sinalização de adesão sustentada é necessária para iniciar a síntese de DNA e suprimir apoptose (Meredith Jr; Fazeli; Schwartz, 1993; Frisch; Ruoslahti, 1997). A simetria esférica, apesar dos riscos para a integridade do tecido, parece permitir o alto grau de precisão necessária para captura e divisão de cromossomos em orientação ao plano (Lancaster; Le Berre; Dimitracopoulos et al., 2013). Adesão persistente e não arredondamento prolonga a divisão e aumenta a aneuploidia. Aneuploidia é uma característica comum do câncer humano, sugerindo que sua origem pode ser não apenas genética, mas também devido a um microambiente físico aberrante e a capacidade de células para interpretar este ambiente via integrina de sinalização de adesão (Yennek; Burute; Théry; Tajbakhsh, 2014). Além da identificação de crescimento dependente de ancoragem em células normais e a influência da adesão na mitose, muito pouco se sabe sobre como os complexos de adesão, se são regulados durante a progressão do ciclo celular ou como a sinalização de adesão influencia a transição entre as fases do ciclo celular. À medida que as células progridem a Fase S, a área do complexo de adesão aumenta ao longo da formação de fibras robustas de estresse de actina (Uroz; Wistorf; Serra-Picamal, et al. 2018). E logo após, a adesão área complexa diminui e as fibras de tensão se desmontam quando células entram em G2 (Uroz; Wistorf; Serra-Picamal et al., 2018). Essas mudanças nos complexos de adesão se correlacionam ao citoesqueleto com 17 mudanças nas forças de tração observado em células que progridem através do ciclo celular e com a observação de que em monocamadas epiteliais, células a tensão é diminuída em G2 várias horas antes da mitose (Uroz; Wistorf; Serra-Picamal et al., 2018; Vianay; Senger; Alamos et al., 2018). Uma série de proteínas que regulam os complexos de adesão e o citoesqueleto de actina fazem contribuições importantes para a divisão; como a ativação de RhoA e a promoção da contratilidade dependente de miosina são necessárias para que ocorra o arredondamento das células mitóticas e a citocinese (Taneja et al., 2016). Além disso, a atividade da formina é necessária para manter a actina cortical nas células mitóticas. Com isso, a maquinaria de actomiosina, que regula a adesão complexos a serem redistribuídos e reciclados para uso durante a mitose, onde a geração de uma morfologia redonda é críticapara posicionamento do fuso e captura de cromossomos. Dessa forma, evita-se a redução nos complexos de adesão observados em G2 o que leva a menos células entrando em mitose e células aberrantes em divisão, destacando que essas mudanças na adesão e o citoesqueleto são eventos chave que ocorrem na G2 em preparação para a entrada na mitose (Vianay; Senger; Alamos et al., 2018; Taneja et al., 2016). 6. DISCUSSÃO Tratamento com gencitabina em combinação com tratamento com hialuronidase, receptor de vitamina D agonismo ou inibição de LOX resulta em aumento da sobrevida global em modelos de camundongos. Estudos recentes implicam um papel direto para a MEC na resistência à terapêutica de pequenas moléculas através efeitos em fibroblastos estromais. Assim, enquanto se estabelece que os agentes antiadesivos são eficazes em conjunto com outros regimes de tratamento, a normalização estromal oferece uma via adicional para a terapia (Miller; Morton; Pinese et al., 2015; Michl; Gress, 2012). Associação de ciclina A2 com CDK1 requer fosforilação de CDK1 pela quinase ativadora de CDK (CAK), um complexo de CDK7 com ciclina H, então é possível que CAK reproduza um papel na regulação de complexos de adesão (Guilluy; 18 Swaminathan; Garcia-Mata; O'Brien; Superfine; Burridge, 2011). Além disso, Rho GTPases Reguladores GTPase complexo de adesão reguladores de actina. Um candidato potencial para isso é o Rho GEF GEF-H1, que desempenha um papel na facilitação da força transdução através de complexos de adesão e é fosforilado por CDK1 durante a citocinese, embora dada a alta aceitação do CDK1, é provável que haja uma série de proteínas alvo que são capazes de influenciar este processo (Guilluy; Swaminathan; Garcia-Mata; O'Brien; Superfine; Burridge, 2011; Hirata; Girotti; Viros et al., 2015). A inibição da atividade da FAK quinase leva a uma redução na proliferação e fosforilação e ativação de FAK aumentam à medida que as células entram na fase S; no entanto, se FAK subsequentemente influencia a progressão do ciclo celular ainda não foi determinada. É, portanto, possível que os eventos de sinalização ativados a jusante do complexo de adesão formação são capazes de influenciar diretamente os fatores que mediar a transição de S para G2 (Abdollahi; Griggs; Zieher et al., 2005). Como a ciclina B1–CDK1 conduz a desmontagem de resíduos complexos de adesão após a entrada mitótica permanece pouco compreendido, embora vários componentes de adesão tenham mostrados serem fosforilados durante a mitose. A fosforilação é revertida após a citocinese para permitir propagação de células filhas. Isso sugere que ciclina ativa B1-CDK1 empreende um programa de adesão fosforilação de proteínas complexas que conduzem a uma rápida desmontagem (Jones; Zha; Humphries, 2019; Wong; Demircioglu; Ghazaly et al., 2015). A indução de complexos de adesão e fibras de estresse de actina pode influenciar subsequentemente a progressão através da fase S e em G2 promovendo eventos de sinalização que regulam esse processo. Como os fatores de transcrição YAP/TAZ e SRF/MAL, que são ativados por tensão celular, e um aumento na razão de actina F/G, respectivamente. Essas vias podem, dessa forma, ser ativadas na fase S para facilitar expressão de genes-alvo envolvidos no ciclo celular de progressão. Alternativamente, essas mudanças nos complexos de adesão e actina podem influenciar a transcrição gênica exercendo força sobre o núcleo e alterando a 19 mecânica nuclear (Jones; Zha; Humphries, 2019; Dupont; Morsut; Aragona et al., 2011). 7. CONCLUSÃO De fato, com todo o arcabouço científico existente, pode-se afirmar a forte correlação do aumento da atividade do citoesqueleto em tumores. Apesar desse achado ser longevo, como descrito por Rogers em 1992, evidencias atuais sustentam a modulação mais expressiva do citoesqueleto, oriunda de microRNAs, que afetam diretamente os fatores de transcrição de moléculas, tais quais contribuem para invasão e motilidade celular. Com esses dados se justifica a crescente pesquisa em mecanismos que inibam ou desfavoreçam a atividade do citoesqueleto em tumores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Abdollahi, A.; Griggs, D.W.; Zieher, H. et al. Inhibition of alpha(v)beta3 integrin survival signaling enhances antiangiogenic and antitumor effects of radiotherapy. 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Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25584895/Yennek, S.; Burute, M.; Théry, M.; Tajbakhsh, S. Cell adhesion geometry regulates non-random DNA segregation and asymmetric cell fates in mouse skeletal muscle stem cells. Cell Rep., v. 7, n. 4, p. 961-970, 2014. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24836002/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26539408/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24836002/e raciocinar cientificamente, mas o que isso significa? É dotado de comportamento científico o(a) aluno(a) que demonstra preocupação com a qualidade dos questionamentos que faz em relação ao foco de seu trabalho, que estabelece metas para os procedimentos de pesquisa, que não se satisfaz com conclusões do senso comum, mas está sempre em busca de explicar e analisar os dados de sua pesquisa. Comportar-se cientificamente significa ser criterioso com as conclusões, fundamentando- as em um referencial teórico ou empírico bem selecionado e pertinente ao tema. Significa, acima de tudo, “ter uma visão relativa dos fenômenos e não absoluta, ou seja, estabelecer relações entre fenômenos e não os conceber como fenômenos isolados de um contexto” (Hübner, 1998). Assim, admitimos que os(as) alunos(as), ao elaborarem seu Trabalho de Curso, primem pela qualidade acadêmico-científica de seus textos, sendo criteriosos o bastante para que os resultados de seus trabalhos sejam validados na comunidade científica. Espera-se que produzam textos coerentes, isentos de julgamentos pessoais e sim de acordo com os dados obtidos cientificamente, com tomada de posições equilibradas e fundamentadas. 7 4. PLANEJANDO E EXECUTANDO O TC Durante o tempo previsto para a pesquisa e a elaboração do Trabalho de Curso, muitas atividades precisarão ser desenvolvidas e é fundamental que cada aluno(a) escolha diferentes maneiras para se organizar. Para facilitar, elencamos algumas das atividades que deverão ser realizadas durante a execução de um Trabalho de Curso, sendo elas: 1. Leitura e fichamento dos textos. 2. Pesquisas em bases de dados de produções científicas. 3. Elaboração de pequenos trechos do referencial teórico, com o propósito de auxiliar o dicente a reescrever e estabelecer características para o texto final do artigo. Esperamos que, ao longo do desenvolvimento do Trabalho de Curso, o(a) aluno(a) desenvolva estratégias de aprendizagem que possam colaborar com o resultado final. ATENÇÃO!!! Ao longo das duas etapas destinadas à elaboração do Trabalho de Curso, o(a) aluno(a) deverá cumprir as seguintes etapas/diretrizes: � comunicação regular com o(a) orientador(a) pelos chats e fóruns para orientações; � entrega de partes do trabalho, de acordo com as solicitações do(a) professor(a) orientador(a) e do(a) professor(a) coordenador(a) do curso, atendendo ao cronograma de postagens; � para alunos(as) regulares ocorrerão quatro postagens, e para alunos(as) em dependência, três postagens; � para alunos(as) em DP de projeto, o tema poderá ser diferente do trabalho reprovado; já para alunos(as) que foram reprovados na etapa de Produção (PTCI II), o trabalho deverá ser totalmente inédito; 8 � postagens obedecendo o cronograma divulgado no AVA, inclusive a postagem da versão final; � respeitar as normas para confecção do trabalho (as quais serão discutidas mais adiante); � entrega dos exemplares em sua versão final postada em sistema. A seguir, algumas dicas que podem ser úteis para a elaboração do trabalho para finalização do curso: 1. Elabore um resumo, contendo os aspectos mais importantes apresentados nas aulas gravadas ou nas orientações dadas pelo(a) professor(a). 2. Mantenha um arquivo ou caderno/diário para registro de todas as possíveis citações consideradas relevantes para o trabalho, bem como a referência bibliográfica correspondente. 3. Elabore diários de leitura de todos os textos lidos e considerados relevantes para o embasamento teórico da monografia (faça um resumo de cada material lido). 4. Trabalhe sempre com a versão corrigida do trabalho e a nova versão, pois isso oferece tanto ao(à) orientador(a) quanto aos próprios(as) alunos(as) a possibilidade de relembrar os comentários já realizados em etapas e orientações anteriores. 5. O QUE É UM ARTIGO CIENTÍFICO? Os artigos científicos são uma produção textual com os principais resultados de uma pesquisa acadêmica. Em geral, são publicados em revistas científicas, que são veículos que exigem um formato mais direto e conciso. O conteúdo costuma ser mais crítico em relação às ideias discutidas. Os artigos científicos são aqueles que seguem o método científico ao buscar conclusões em respostas. Eles são responsáveis pela maior parte da criação de conhecimento e tecnologia, ainda que sejam muito focados em repetições de processos e adaptações de ideias de outros. 9 5.1. Classificação da pesquisa conforme os procedimentos técnicos Segundo Souza et al. (2013), a pesquisa pode ser considerada como a aquisição de novos conhecimentos, geralmente envolven do experimentação e, também, atividades que poderiam ser denominadas de censo, levantamento de dados ou coleta de informações. Cada tipo de pesquisa tem um porquê e para cada tipo existem certas etapas específicas que devem ser seguidas (Souza et al., 2013). A pesquisa pode ser classificada segundo vários critérios, abordaremos aqui dois tipos: a) Pesquisa bibliográfica: é a busca sistemática de conhecimento sobre o assunto, do que já existe, o que os diferentes autores já discutiram, propuseram ou realizaram. Elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e, atualmente, com material disponibilizado na Internet. Exemplo: Que tipos de programas de educação ambiental já existem no RS? Como são os procedimentos já usados? Onde ocorrem esses programas? Quais foram os resultados da implantação desses programas? b) Pesquisa experimental: está relacionada a experimentar, gerar inovações, testar materiais, elaborar e formular novos elementos, simular eventos, fazer estudos de laboratório, estudos com protótipos, estudos de amostras criteriosas (JUNG, 2004). Para ser pesquisa experimental, precisa apresentar as propriedades: manipulação das variáveis; amostragem aleatória; coleta de dados imparcial e controle das variáveis pelo pesquisador (GIL, 2002). Exemplo: Influência da vitamina D aplicada por via intratumoral na proliferação de células tumorais de carcinoma ductal invasivo mamário humano. Na disciplina de Projeto técnico-científico interdisciplinar o(a) aluno(a) é convidado(a) a elaborar um trabalho de conclusão de curso no formato de uma revisão bibliográfica. Mas como seria esse tipo de trabalho? A monografia dentro dos moldes de um artigo de revisão têm por função provar ou desacreditar o que foi originalmente descrito em um artigo de outro tipo. Em geral, é um relatório de uma repetição da mesma experiência realizada anteriormente, de forma a testar se os resultados serão os mesmos. 10 Então, é necessário que o artigo aborde temas relevantes para a comunidade científica. Os artigos científicos são fundamentais para a disseminação e a democratização do conhecimento, já que pesquisadores de diversos locais do Brasil e do mundo saberão o que está sendo feito e pensado em relação a determinado assunto. Para elaboração do TC, sugerimos a organização do trabalho conforme será descrito no capítulo 8 deste manual item 8.1. 6. IMPORTÂNCIA E PAPEL DO(A) ORIENTADOR(A) DE TRABALHO DE CURSO O(A) professor(a) orientador(a), no processo de orientação do Trabalho de Curso, atua acompanhando o(a) aluno(a) nas discussões sobre o tema escolhido, auxiliando-o(a) em relação às leituras e à bibliografia indicadas a fim de dar sustentação teórica ao trabalho. Algumas características são fundamentais ao(à) professor(a) designado(a) como orientador(a) de Trabalho de Curso: � o(a) professor(a) orientador(a) precisa ser um incentivador(a) do(a) aluno(a), motivando-o(a) para que elabore um trabalho criativo; � o(a) professor(a) orientador(a) precisa estabelecer, ao longo do período, tarefas claras e objetivas ao(a) aluno(a); � o(a) professor(a) orientador(a) poderá sugerir leituras ao(a) aluno(a); � o(a) professor(a) orientador(a) poderá indicar ao(a) aluno(a) as modificações a serem efetuadas no trabalho,porém nunca redigir trechos do trabalho. É importante ressaltar que um Trabalho de Curso é um momento de construção de conhecimentos e exige, portanto, que orientando(a) e orientador(a) mantenham um relacionamento cordial e de confiança mútua, assumindo cada qual o seu papel. O exercício 11 que se espera na elaboração de um Trabalho de Curso tem características dialógicas, isto é, orientando(a) e orientador(a) têm espaço e voz nas discussões, em busca de transformar os conhecimentos já adquiridos. Espera-se que as decisões a respeito do trabalho sejam tomadas com maturidade e sempre de forma compartilhada. 7. DICAS IMPORTANTES PARA ANTES DE COMEÇAR – PASSOS DA PESQUISA Dependendo do tema e/ou do texto escolhido, o trabalho poderá caracterizar-se como pesquisa analítico-bibliográfica ou pesquisa de campo de dados públicos (como os dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde no Brasil, o DATASUS), que por serem dados públicos, também conhecidos como dados abertos, são informações que podem ser usadas, reutilizadas e redistribuídas livremente por qualquer pessoa sem necessidade de serem submetidos ao Comitê de Ética em Pesquisa. É importante, nesse sentido, atuar eticamente, em especial quando a atividade envolver seres humanos, pois, exceto com dados abertos, toda pesquisa envolvendo seres humanos deve ser submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa. 8. COMO SE ORGANIZA UM TRABALHO DE CURSO? O Trabalho de Curso dar-se-á como um trabalho de revisão e deverá ser organizado e entregue de acordo com as seguintes normativas: � capa; � elementos pré-textuais ou preliminares; � elementos textuais; � elementos pós-textuais. 12 8.1 Elementos que compõem o Trabalho de Curso Após o(a) aluno(a) ter cursado a disciplina Projeto Técnico-científico Interdisciplinar no no 7º semestre, a sequência do trabalho dar-se-á na disciplina de Produção Técnico- científica Interdisciplinar que deverá ser cursada no semestre em que a disciplina estiver sendo oferecida, ou seja, no 8º semestre. Como o tema de investigação e diversos outros aspectos da pesquisa já foram definidos durante a disciplina Projeto Técnico-científico Interdisciplinar (PTCI 1) que é a 1ª etapa, o(a) aluno(a) continuará a desenvolvê-lo, agora atendendo ao que se solicita na etapa 2, objetivando a finalização e entrega do Trabalho de Curso final. O(A) aluno(a) também será acompanhado nessa 2ª etapa pelo(a) professor(a) orientador(a) que lhe oferecerá os subsídios para que bem possa prosseguir com seus estudos. O(A) aluno(a) deverá estar atento ao calendário de postagens, bem como a cada uma das fases requeridas para cada período, de forma que o(a) professor(a) possa efetuar sua orientação. Nessa 2ª etapa é chegado o momento de o(a) aluno(a) desenvolver com mais propriedade, e maior profundidade, o tema escolhido. Na forma de artigo científico, o Trabalho de Curso deverá ser apresentado seguindo os elementos destacados a seguir: ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS: � CAPA (seguir modelo) � CONTRACAPA (SEM OS DADOS DA BANCA EXAMINADORA) (seguir modelo) � RESUMO � SUMÁRIO ELEMENTOS TEXTUAIS � Introdução. � Justificativa. � Objetivos. � Metodologia. 13 Elementos pós-textuais � Referências bibliográficas. Para facilitar os elementos a serem apresentados em cada entrega observar a descrição nos anexos. O anexo 1 é referente às etapas do Projeto Técnico-científico Interdisciplinar (PTCI 1) e o anexo 2 descreverá os itens constantes na Produção Técnico-científica Interdisciplinar. 8.1.1 Elementos pré-textuais Cada um dos elementos a seguir deverá ser indicado em folha distinta. a) Capa Contém elementos que auxiliam na identificação do trabalho como: � Nome da Instituição de Ensino. � Departamento: Instituto de Ciências da Saúde. � Nome e RA do(a) aluno(a). � Título e subtítulo do trabalho. � Local e ano de produção do trabalho. � Margens: sup. – 3 cm; inf. – 2 cm; esq. – 3 cm; dir. – 2,5 cm. 14 Fonte: adaptado de: www.abnt.org.br 15 b) Folha de rosto ou contracapa Contém os elementos mais significativos relativos à identificação dos indicados na capa e mais alguns secundários importantes para identificação do trabalho, além de apresentar a finalidade acadêmica do estudo seguindo o exemplo para PTC1 (Projeto) e PTC2 (Produção). Seguir a distribuição do texto, com pequenas modificações: � alto da página: nome do autor; � centro, acima da página: título do trabalho; � à direita, abaixo do título: explicação sobre a natureza do trabalho. Se PTCI 1 (Projeto) – 7º semestre: usar texto a seguir (ver modelo) “Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a [NOME DA UNIVERSIDADE] como requisito para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina.” Se PTCI 2 (Produção) – 8º semestre: usar texto a seguir (ver modelo) “Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a [NOME DA UNIVERSIDADE] como requisito para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina”: � Local e data. � Dados da Banca Examinadora (se projeto [PTCI1], não deve constar) – obrigatório apenas nos TC finalizados (PTCI 2, na última postagem, com o nome do(a) orientador(a) e do coordenador do curso Prof. Dr. Flávio Buratti Gonçalves). � Margens: sup. – 3 cm; inf. – 2 cm; esq. – 3 cm; dir. – 2,5 cm. 16 Fonte: adaptado de: www.abnt.org.br 17 Fonte: adaptado de ABNT(www.abnt.org.br) 18 c) Resumo Na sequência apresenta-se o resumo, e as palavras-chave (descritores) na língua vernácula, conforme modelo que segue: Introdução: O congelamento de embriões tem se tornado uma opção cada vez mais procurada por casais que enfrentam problemas de infertilidade no Brasil. A técnica de reprodução assistida conhecida como fertilização in vitro é a principal responsável pelo aumento dessa demanda. A eficácia do congelamento de embriões é comprovada por diversos estudos científicos, que mostram taxas de sucesso semelhantes às da transferência de embriões frescos. Além disso, a possibilidade de congelar e armazenar embriões excedentes para uso futuro tem sido um fator decisivo na escolha dessa técnica pelos pacientes. Objetivos: O objetivo principal deste trabalho é descrever os dados epidemiológicos acerca da procura de congelamento de embriões, além de explicar sobre os procedimentos de Reprodução assistida e legislação pertinente. Materiais e métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, retrospectiva, que será realizada através de análises de dados obtidos do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), uma ferramenta de monitoramento e análise da reprodução humana assistida no Brasil da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Será realizado um estudo quantitativo sobre os números de embriões congelados nos últimos anos. Resultados esperados: Espera-se ressaltar a demanda para produção e implantação de embriões congelados e o importante avanço tecnológico na Reprodução assistida. Palavras-chave: congelamento, embriões, RHA, infertilidade. 19 Essa é uma página importante do trabalho monográfico. É ela que, em um primeiro momento, convida o leitor a mergulhar no texto apresentado. Deve ser um texto conciso, com, aproximadamente, 300 palavras – em fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento entrelinhas simples, em que o autor apresenta uma síntese do conteúdo do trabalho, destacando os aspectos mais relevantes, a metodologia e a fundamentação teórica que darão sustentação às discussões apresentadas. O resumo visa a fornecer ao leitor elementos que lhe permitam decidir sobre ler ou não o trabalho, em função da relevância para seu próprio contexto. O resumo deve ser escrito na língua em que está redigido o trabalho, organizado por meio de frases e nunca em tópicos enumerados. Omita detalhes e discussões. Use uma linguagem científica adequada. Corrija ortografia, gramática, pontuação e concordância. Após o texto do resumo,deverão aparecer as palavras-chave (descritores) sugeridas pelo autor como referência do trabalho em meio eletrônico. Após o resumo será adicionado o Sumário. Vide exemplo abaixo referente ao projeto: SUMÁRIO Resumo 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................5 2. JUSTIFICATIVA............................................................................................................6 3. OBJETIVOS...................................................................................................................7 4. MATERIAIS E MÉTODOS..........................................................................................8 5. RESULTADOS ESPERADOS......................................................................................9 6. REFERÊNCIAS...............................................................................................................12 8.1.2 Elementos textuais d) Introdução Iniciada em uma nova página, a introdução da monografia merece atenção especial do autor. Muitas vezes, ela é considerada de pouca importância, mas é exatamente nessa 20 seção que todo o conteúdo do trabalho é apresentado ao leitor. Duas páginas deverão ser reservadas para a introdução e é aí que o autor delimitará o assunto sobre o qual versará o trabalho. Em cada parágrafo do texto deve-se ter a citação (preferencialmente indireta) com pelo menos duas referências. Na introdução do artigo, o autor deve apresentar: � No primeiro parágrafo, o(a) aluno(a) abordará os dados epidemiológicos sobre o tema do trabalho: � Epidemiologia: colocar dados recentes de incidência e prevalência da doença (de preferência no Brasil). � É uma doença que acomete mais homens ou mulheres? � Tem alguma faixa etária que é preferencialmente afetada? � Segundo parágrafo: conceituar o assunto a ser abordado, caso seja uma patologia, conceituá-la. Nesse caso, o terceiro parágrafo seria a etiologia da doença: o que causa a doença? (vírus, fungo, genética, bactéria, parasitas). � A delimitação do assunto, isto é, a extensão e a profundidade com que o trabalho tratará o assunto escolhido. e) Justificativa da escolha do tema, evidenciando sua importância para o contexto no qual se encontra inserido. Vale lembrar que justificar a escolha de um tema não significa dar a ele importância incomensurável e enaltecer sua complexidade de forma exagerada, mas apontar como esse estudo pode ser fator contribuinte para o desenvolvimento da área em que se encontra inserido, ainda que não se proponha a ser conclusivo. Carmo-Neto (1996) nos oferece algumas pistas para construirmos as justificativas de nosso trabalho: 21 � Por que mais um trabalho sobre esse tema? � Em que este é diferente dos outros? � Por que essa diferença é relevante? � O que o leitor vai encontrar de interessante, de substancial e atrativo em meu trabalho? Fazer um parágrafo único com cerca de 10 linhas sem referências. f) Objetivos O objetivo é o problema a ser resolvido, a pergunta do trabalho. É importante que se restrinja o campo, pois, quanto mais curto, sucinto, circunscrito estiver o objeto, melhor e com mais segurança se trabalha. Vamos utilizar os objetivos em um tópico separado e da seguinte forma: Objetivo geral (relacionados ao tema – contexto-macro) e objetivos específicos (relacionados ao assunto escolhido – contexto-micro). Alguns verbos a serem utilizados estão descritos abaixo (Souza et al., 2013): � Verbos sobre conhecimento: definir, reconhecer, recitar, identificar, compreender, examinar, mostrar, coletar e listar. � Verbos sobre compreensão: traduzir, interpretar, explicar, descrever, resumir e demonstrar. � Verbos sobre análise: relacionar, diferenciar, classificar, arranjar, estruturar, interpretar, organizar, categorizar, comparar, investigar. Exemplo de objetivos de um projeto: OBJETIVOS Objetivo Geral 22 � Analisar as taxas de congelamentos de embriões nos últimos anos. Objetivos específicos � Evidenciar as causas da criopreservação de embriões. � Explicar os procedimentos de Reprodução Humana Assistida e seu avanço. � Discutir as legislações atuais sobre as técnicas de Reprodução Humana no Brasil. g) Metodologia Neste capítulo, a Metodologia, que também é chamada de Materiais e Métodos, é a descrição da estratégia a ser adotada, onde constam todos os passos e procedimentos adotados para realizar a pesquisa e atingir os objetivos. É neste momento que devem ser feitas as opções e definições com relação ao tipo de pesquisa e suas etapas. Quando, na metodologia, o autor explicita claramente os procedimentos escolhidos para a condução da pesquisa, ou seja, a descrição detalhada de como será feita a pesquisa (como os dados serão coletados, questionários, entrevistas, amostras e etc) e de como será feita a análise dos dados que serão obtidos. O leitor – mesmo que não conheça a teoria na qual o trabalho está sustentado – é capaz de compreender os resultados de sua análise de dados. Pressupõe-se também que, quando a metodologia é apresentada de maneira clara, objetiva e detalhada, outros pesquisadores podem replicar o trabalho. Exemplo: MATERIAIS E MÉTODOS (Base de dados, como exemplo, o DATASUS) Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, retrospectiva, que será realizada através de análises de dados que serão obtidos a partir de um acesso no departamento de informática (DATASUS), do governo federal do Brasil, dos censos demográficos obtidos no banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e dos dados de 23 saneamento básico obtidos no Sistema nacional de informações sobre saneamento do Governo Federal do Brasil (SNIS). Para desenvolvimento deste estudo também serão utilizados artigos científicos publicados nas bases de dados online PubMed (National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino-Americana) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online). Os descritores utilizados serão: “neoplasia mamária” em conjunto com “subtipos moleculares”, “prognóstico” e/ou “tratamento”. Os artigos em língua inglesa serão interpretados e traduzidos livremente. Os critérios para seleção dos trabalhos são: (1) terem sido publicados nos anos 2019, 2020, até o primeiro trimestre de 2025; e (2) terem correlação com os objetivos e relevância na área de estudo”. Análise dos dados Após a obtenção dos dados, eles serão foram organizados em planilhas no programa Excel da Microsoft® com posterior análise estatística de determinação de percentagem a partir dos valores absolutos. h) Resultados esperados (somente para PTCI, 1ª etapa do trabalho de conclusão) De forma bastante direta, a hipótese do trabalho acadêmico ou resultados esperados é uma afirmativa que busca responder ao problema (objetivo) de pesquisa. Em outras palavras, é uma afirmação que pode ser desafiada ao longo da pesquisa. Isso porque as hipóteses orientam o andamento do trabalho, sempre na tentativa de testá-la para que, ao final, na conclusão do trabalho, seja possível confirmá-la ou afastá-la. Você pode entender a hipótese da pesquisa como aquelas teorias que você cria em relação ao enredo e aos personagens de uma série que você gosta. Você faz diversas suposições de como vai ser o final da série, não é mesmo? Pois bem. A hipótese da pesquisa tem essa característica: olhe para ela como uma possibilidade que, depois do desenvolvimento do trabalho, você pode comprovar ou não. 24 Podem ser elencadas várias hipóteses que na etapa 2 (Produção) poderão ou não serem comprovadas, porém todas deverão ser pesquisadas a fim de comprovação ou não, ou seja, uma vez que uma hipótese é elencada, no seu trabalho 2 de TCC, na etapa de resultados deverá apresentar se tais hipóteses foram comprovadas ou refutadas da maneira com base no material ou pesquisa realizada. Exemplo: RESULTADOS ESPERADOS (Ex.: 1)Este trabalho espera mostrar de forma clara e objetiva a importância do diagnóstico precoce do câncer de tireoide, juntamente com a técnica de punção aspirativa por agulha fina. Avaliando assim o emprego da técnica, as inovações e a fisiopatologia do câncer de tireoide. RESULTADOS ESPERADOS (Ex.: 2) Espera-se mostrar os métodos utilizados pela perícia criminal para auxiliar a justiça na elucidação dos casos de criminais utilizando dos conhecimentos de biologia molecular e genética para identificação humana através da análise de DNA, assim como sua importância para o setor jurídico. i) Resultados (somente para Produção Técnica, 2ª etapa do trabalho de conclusão) Os resultados, ou ainda, desenvolvimento é a parte mais extensa do trabalho (este fará parte da produção técnica científica interdisciplinar). Deve ser elaborado de forma a conter o relato das etapas do projeto, tais como: apresentação e interpretação dos dados, além de referencial teórico, gráficos, tabelas, figuras, entre outros. Pode ser dividido seções e subseções que variam em função da natureza do conteúdo. Os dados, analisados à luz da teoria apresentada na fundamentação teórica, estarão à mercê dos argumentos do autor que trabalha com critérios de coerência e coesão na elaboração 25 do texto, aspectos muito importantes para dar validade científica ao trabalho apresentado. Para isso, ele recorrerá a explicações, análises, esclarecimentos de ambiguidades, descrições, que ofereçam ao leitor condições de compreender o encaminhamento do raciocínio na busca por comprovações do aspecto pesquisado j) Discussão (somente para Produção Técnico, 2ª etapa do trabalho de conclusão) O capítulo de discussão é, fundamentalmente, um capítulo pautado em debates e questionamentos. O(A) aluno(a) irá ressaltar se os resultados obtidos estão em concordância ou discordância com os dados de outros autores, ou seja, com os dados da literatura. Assim, o pesquisador precisa estar preparado para responder seus próprios porquês e apresentar essas respostas com clareza, pois serão elas, quando bem fundamentadas, que farão emergir os resultados da pesquisa. Não se deve esquecer que todas as ideias de outros autores devem ter seus respectivos nomes citados no texto, ou seja, não esquecer as citações das referências. E ainda que deve prevalecer relevância das informações discutidas. Vale lembrar ainda que o capítulo de discussão dos resultados requer do pesquisador a habilidade de tecer uma rede de significados que perpassem as informações, os dados, as teorias apresentadas no decorrer da monografia. É o momento de assumir posicionamentos e buscar a integração teoria/prática, em direção ao objetivo proposto no início do trabalho. Esse fator é o mais relevante em se tratando de aferir os resultados da pesquisa e avaliar o seu significado para o crescimento do conhecimento científico (Severino, 2002). k) Conclusão ou Considerações finais (somente para Produção Técnico, 2ª etapa do trabalho de conclusão) A conclusão apresenta importância fundamental, ela seria uma “resposta” à pergunta do trabalho formulada pelos objetivos. Deve deve ser breve e exata, concisa e convincente. Escreva como seus resultados podem contribuir para o entendimento do tema. 26 Ela contém considerações e síntese a respeito das análises, apresentando aspectos convergentes e/ou divergentes observados ao longo do desenvolvimento do trabalho, além de comentários sobre sua aplicabilidade e contribuição. Exemplo: CONCLUSÃO Os resultados obtidos neste trabalho mostram que, a análise da FIV no Brasil nos anos de 2020, 2021 e 2022, juntamente com os ensaios clínicos relacionados à reprodução humana, revela um cenário dinâmico e em constante evolução. Durante esse período, observamos um interesse crescente na pesquisa clínica voltada para a FIV, refletindo a importância contínua atribuída a essa área da medicina reprodutiva. Em termos de prática clínica, a FIV no Brasil demonstrou uma capacidade notável de ajudar casais a superar desafios de infertilidade. O país continuou a aprimorar suas técnicas e protocolos, tornando a FIV uma opção acessível e eficaz. Quanto aos ensaios clínicos relacionados à reprodução humana, ficou evidente um compromisso com a pesquisa contínua para aprimorar as taxas de sucesso e a segurança dos procedimentos de FIV. O envolvimento de profissionais de saúde e pesquisadores em estudos clínicos reflete a importância de aprimorar a qualidade dos cuidados de saúde reprodutiva no Brasil. 8.1.3 Elementos pós-textuais Os elementos pós-textuais, também denominados elementos referenciais, compreendem a referência bibliográfica, os anexos e os apêndices, quando necessários. Esses são elementos orientadores para os leitores, que a eles recorrem, sempre que, no decorrer da leitura do corpo do trabalho, houver indicações que lhes suscitem a curiosidade ou que possam auxiliar na compreensão da caminhada do pesquisador. 27 l) Referências bibliográficas A exigência, em qualquer publicação científica, é que seja elaborada uma seção de referências bibliográficas. No entanto, é importante que o autor conheça a diferença entre referências bibliográficas e bibliografia. Referências bibliográficas se referem às obras (livros, artigos impressos ou presentes em fontes eletrônicas) que foram citadas no corpo do trabalho. Isso significa que, ao fazer uso das vozes de diferentes autores, quer textualmente, quer parafraseando-os, o autor da monografia deve citá-los no corpo do trabalho e referenciá-los na seção referências bibliográficas. Bibliografia é usada como referencial em ementas de cursos ou em textos para uso didático, inclui todas as obras lidas e estudadas pelo autor, para a elaboração do texto em questão. As citações estão diretamente relacionadas às referências bibliográficas. Exemplos – Normas da ABNT (2023): 1) A indicação de autoria de pessoa física deve ser realizada entre parênteses e em letras maiúsculas e minúsculas. (Freire, 1982) (Sartori; Debastiani; Oliveira, 2022) 2) A indicação de autoria jurídica deve ser realizada entre parênteses e pela sigla ou nome completo, em letras maiúsculas e minúsculas. Recomenda-se que as siglas sejam grafadas em letras maiúsculas. 28 Exemplo: (PUCRS, 2023) (Organização das Nações Unidas, 2023, p. 15) 3) A indicação de autoria governamental deve ser realizada pela jurisdição ou nome do órgão superior, em letras maiúsculas e minúsculas, entre parênteses. Exemplo: (Rio Grande do Sul, 2020) (Banco Central do Brasil, 2023) 4) Em indicação de autoria de citação com mais de três autores, é opcional o uso da expressão et al. para reduzir o texto, mesmo que na referência constem todos os autores. Exemplo no texto: (Araújo; Magnus; Selbach; Debastiani; Handke, 2021) OU (Araújo et al., 2021) Exemplo nas referências: ARAÚJO, Débora Kraemer de; MAGNUS, Ana Paula Medeiros; SELBACH, Clarissa Jesinska; DEBASTIANI, Aline Matte; HANDKE, Fernanda Becker. O papel social das bibliotecas universitárias: iniciativas da Biblioteca Central Irmão José Otão da PUCRS. Páginas a&b, Porto, série 3, n. 16, p. 97-118, 2021. Disponível em: https://ojs.letras.up.pt/index.php/ paginasaeb/article/view/10887/10175. Acesso em: 26 jul. 2023. 29 LEMBRE-SE: IMPORTANTE NA ETAPA DE PTCI 1 (PROJETO) DEVERÁ SER ENTREGUE, AO FINAL DO SEMESTRE LETIVO, O TRABALHO CONTENDO OS SEGUINTES ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS: CAPA (seguir modelo) CONTRACAPA (SEM OS DADOS DA BANCA EXAMINADORA) (seguir modelo) RESUMO SUMÁRIO TEXTUAIS: INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVA, OBJETIVOS, METODOLOGIA RESULTADOS ESPERADOS PÓS-TEXTUAIS: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (conforme exemplos) Obs.: os itens – Resultados, Discussão e Conclusão devem fazer parte de PTCI2, ou seja, nesta etapa, o trabalho deverá ser completo. NA ETAPA DE PTCI 2 (PRODUÇÃO) DEVERÃO SER ENTREGUES TODOS OS ITENS FINALIZADOS E REVISADOS PARA AVALIAÇÃO. O TRABALHODEVERÁ CONTER NO MÍNIMO 15 (QUINZE) PÁGINAS, EXCLUINDO-SE A CAPA E AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (FORA DESSE PADRÃO, O TRABALHO SOMENTE SERÁ ACEITO COM ANUÊNCIA DO(A) PROFESSOR(A) ORIENTADOR(A)). 30 9. A LINGUAGEM DO ARTIGO CIENTÍFICO Uma discussão relevante para a elaboração do texto diz respeito à escolha da pessoa do discurso. A monografia de conclusão do curso de Biomedicina acontece na linguagem científica, o autor deve redigir o texto na voz passiva – será observado, será elaborado –, na terceira pessoa do singular com o pronome se, ou por expressões como o presente estudo, a presente pesquisa. Há, ainda, a opção de desenvolver o texto em primeira pessoa do plural, considerando-se que o trabalho tenha sido desenvolvido pelo(a) aluno(a) e por seu(sua) orientador(a) (não recomendado). É possível perceber que a linguagem caminha por diferentes tipos de discurso, com marcas ora expositivas, ora narrativas, percorrendo a descrição, a análise e a crítica (Brandão, 2001). 9.1 Linguagem expositiva A linguagem expositiva se caracteriza pelo discurso teórico presente tanto na introdução quanto na fundamentação teórica. A exposição exige que o autor seja objetivo, que apresente os conceitos teóricos relevantes ao trabalho, atribuindo a ele próprio ou a outros autores a responsabilidade enunciativa. Segundo Brandão (2001, p. 30): “Essa função ‘objetiva’ não impede, entretanto, que seja permeada de elementos analíticos, argumentativos ou críticos. Em verdade, a participação do pesquisador se concretiza – o que não é pouco – desde a seleção do material, isto é, quando faz os recortes teóricos, criativos ou críticos incorporados em seu texto e no modo como distingue esses dados ‘objetivos’ das suas próprias interpretações sobre eles. Embora, rigorosamente falando, não exista em estado ‘puro’, podemos chamar de ‘objetiva’ aquela linguagem que procura apreender os fatos ou outra linguagem em seus próprios elementos constitutivos, independentes de interpretação do pesquisador e ‘subjetiva’ aquela linguagem que expressa reflexões pessoais, opiniões ou propostas do pesquisador, devidamente fundamentadas e não confundidas com afirmações que apenas denunciam reações afetivas de agrado ou desagrado”. 31 9.2 Linguagem descritiva A linguagem descritiva se caracteriza pelos relatos fortemente presentes na metodologia. Nesse capítulo, o autor é convidado a detalhar os fatos relacionados ao contexto de pesquisa e a todos os procedimentos que vão desde a escolha do corpus para estudo e/ou coleta de dados aos critérios escolhidos para análise. A linguagem descritiva pressupõe a ausência de julgamentos e juízos de valor por parte do autor. 9.3 Linguagem analítica A linguagem analítica caracteriza-se pelo uso da explicação e da argumentação. Nesse sentido, faz uso de relações lógicas entre os elementos que se encontram explícitos no texto e aqueles implícitos, mas provocadores de sentido em relação ao objetivo da pesquisa. É possível dizer que a linguagem analítica se presentifica com maior intensidade no capítulo de resultados e discussão, no qual são discutidos e sustentados os pontos de vista do autor do trabalho, à luz dos fundamentos teóricos selecionados. 9.4 Linguagem crítica A linguagem crítica se caracteriza pela emissão de opiniões e conclusões do autor, após o exaustivo questionamento a que submeteu os dados coletados ou o corpus de análise. Segundo Brandão (2001, p. 31): É pela linguagem crítica que o estudioso pode efetivamente contribuir para o avanço das ideias em relação a determinado campo do saber, apresentando reflexões originais, nascidas seja de novos enquadramentos a partir dos elementos já conhecidos, seja aprofundando ou ampliando os referenciais de pesquisa para aspectos ou setores ainda não considerados. 32 10. AVALIAÇÃO DO TRABALHO (ETAPAS 1 E 2 – PROJETO E PRODUÇÃO) Respeitando o calendário previamente estabelecido para o atual semestre letivo, deverão postar na etapa de Projeto Técnico-científico Interdisciplinar as etapas descritas no capítulo 8, item 8.1.3, e, na Produção Técnico-científica Interdisciplinar, o trabalho completo finalizado e revisado. Em cada uma das etapas, o trabalho será avaliado conforme os critérios descritos a seguir. Avaliação do Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (PTCI-1) Na avaliação do seu projeto de trabalho entregue no sistema serão levados em conta os seguintes quesitos: a) Participação do(a) aluno(a): 15% � cumprimento do cronograma de postagens; Cronograma de postagens para a disciplina regular Postagem Requisitos 1ª • Capa e contracapa (seguir modelo no manual). • Tema. • Objetivos (objetivo geral e objetivos específicos). 2ª Postar tudo o que foi solicitado para a postagem 1 e acrescentar: • Introdução teórica. • Justificativa P.S.: A ordem no projeto será capa e contracapa + tema, introdução teórica, justificativa, objetivos. 33 3ª Postar tudo o que foi solicitado para a postagem 1 e 2 e acrescentar na sequência: • Sumário. • Metodologia (revisão bibliográfica, apresentando as bases de pesquisa). • Resultados esperados. 4ª Postar tudo o que foi solicitado para as postagens 1, 2 e 3 e acrescentar: • Resumo. • Lista de todas as bibliografias utilizadas na construção do projeto nas normas da ABNT. OBS.: Para disciplina cursada em regime de dependência, acessar o cronograma em AVA > Conteúdos acadêmicos > PROJETO TÉCNICO CIENTÍFICO INTERDISCIPLINAR > Avisos: � disciplina do(a) aluno(a) na elaboração do projeto; � assiduidade na elaboração do projeto e na orientação (participação em fóruns e chats). b) Apresentação: 15% � aspectos formais; � redação do trabalho. c) Pesquisa bibliográfica: 70% � pertinência dos textos escolhidos; � leitura crítica dos textos; � redação adequada da introdução; � explanação minuciosa dos objetivos e da metodologia; � aprovação da comissão de ética em pesquisa (quando de pesquisa de campo). 34 Avaliação do Trabalho de Conclusão de Curso Finalizado (PTCI-2) Na avaliação do seu projeto de trabalho entregue no sistema serão levados em conta os seguintes quesitos: a) Participação do(a) aluno(a): 10% � cumprimento do cronograma; Cronograma de postagens para a disciplina regular: Postagem Mínimos requisitos 1ª Inserir o Projeto Final postado e validado na etapa de Projeto Técnico-científico com todos os itens abaixo, contudo atualizar a capa e remover os resultados esperados, manter: • Capa (atualizada) e contracapa (seguir modelo no manual). • Resumo. • Sumário. • Introdução teórica. • Justificativa. • Objetivos. • Metodologia. • Lista de todas as bibliografias utilizadas na construção do projeto nas normas da ABNT. Acrescentar na sequência: • Resultados parciais/totais da pesquisa bibliográfica realizada. 35 2ª Postar tudo o que foi solicitado para a postagem 1 e acrescentar na sequência: • Resultados (já finalizados). • Discussão dos resultados obtidos até o momento (Discussão parcial). 3ª Postar tudo o que foi solicitado para as postagens 1 e 2 e acrescentar na sequência: • Discussão já finalizada. • Conclusão. 4ª Postar tudo o que foi solicitado para a postagem 3 e acrescentar: • Resumo atualizado (com resultados, discussão e conclusão). • Lista atualizada de todas as bibliografias utilizadas na construção da produção ténica nas normas da ABNT. � disciplina do(a) aluno(a) na elaboração do projeto; � assiduidade na elaboração do artigo e na orientação (participação em fóruns e chats). b) Apresentação: 10% � aspectos formais; � redação do trabalho. c) Elaboração do trabalho: 50% � redação adequada de todos itens; � coesão e coerência; � argumentação sólida dos resultados; 36 � conclusões objetivas e condizentes com a proposta de estudo e apresentação de perspectivas futuras. d) Banca: 30% � Avaliará a capacidade de explanação e de arguição do discente, bem comoseu domínio do tema. A banca do trabalho de conclusão de curso ocorre no formato de perguntas relacionadas ao trabalho desenvolvido pelo discente (3 a 5 questões) enviadas via sistema de avaliação. O(a) aluno(a) em período estipulado pela coordenação pedagógica, após a última postagem e correção do trabalho, comparece ao pólo de matrícula e possui cerca de 1 hora para responder aos questionamentos realizados pela banca. O(A) discente poderá dispor de material de apoio impresso, como a produção técnica desenvolvida, os artigos de maior relevância do tema abordado, e livros para responder a esses questionamentos. 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (DESTE MANUAL) BRANDÃO, R. de O. Elementos de metodologia em nível de pós-graduação. Áreas de Letras. São Paulo: Humanitás; FFLCH/USP, 2001. CARMO-NETO, Dionísio. Metodologia científica para principiantes. 3. ed. Salvador: Universitária Americana, 1996. DIAS, R.; TRALDI, M. C. Monografia passo a passo. Campinas: Alínea, 1998. D’ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual. São Paulo: Atlas, 1999. GUIDIN, Márcia Lígia Di Roberto. Manual de TC – UNIP, 2003. HUBNER, M. M. Guia para elaboração de monografias e projetos de dissertação de mestrado e doutorado. São Paulo: Mackenzie, 1998. 37 LEFFA, V. J. Como produzir materiais para o ensino de línguas. Disponível em: http:// www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/prod_mat.pdf. Acesso em: 28 jun. 2013. MACHADO, Anna Rachel (notas de aula). Gênero Tese. LAEL – PUC-SP, 2001. SALOMON, Décio Vieira. Como fazer uma monografia. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 1997. VICTORIANO, B. A. D.; GARCIA, C. C. Produzindo monografia. São Paulo: Publisher Brasil, 1999. VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA. 2. ed. Rio de Janeiro: ABL/ Block/Imprensa Nacional, 1998. 12. BIBLIOGRAFIA BRANDÃO, R. de O. Elementos de metodologia em nível de pós-graduação. Áreas de Letras. São Paulo: Humanitás; FFLCH/USP, 2001. BRASILEIRO, M. E.; SILVA, L. C. S. Metodologia da pesquisa científica aplicada à Biomedicina. Goiânia: AB, 2011. BREVIDELLI, M. M.; DOMENICO, E. B. L. Trabalho de conclusão de curso: guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 4. ed. São Paulo: Iatria, 2013. DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2011. GIL, Carlos Antônio. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas. 2002. MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F.; GOMES, R. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 32. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. PEREIRA, J. C. R. Análise de dados qualitativos: estratégias metodológicas para as ciências da saúde, humanas e sociais. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2004. RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 38 SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2016. Souza, D. I.; Müller, D. M.;Fracassi, M. A. T.;Romeiro, S. B. B. Manual de orientações para projetos de pesquisa. Novo Hamburgo: FESLSVC, 2013. 39 ANEXO 1 A seguir é apresentado o descritivo do mínimo requerido em cada etapa de postagem do PTCI-1 (etapa de projeto de trabalho de conclusão de curso). As datas de chat com orientador(a) e os períodos de postagem deverão ser acompanhadas diretamente no AVA. Cronograma de Projeto Técnico-científico Postagem Chat Período de postagem Mínimos requisitos 1ª ------------- ------------- Capa e contracapa (seguir modelo no manual). Tema. Objetivos (objetivo geral e objetivos específicos). 2ª ------------- ------------- Postar tudo o que foi solicitado para a postagem 1 e acrescentar Introdução teórica. Justificativa PS.: A ordem no projeto será capa e contracapa + tema, introdução teórica, justificativa, objetivos. 3ª ------------- ------------- Postar tudo o que foi solicitado para a postagem 1 e 2 e acrescentar na sequência: Sumário. Metodologia (revisão bibliográfica, apresentando as bases de pesquisa). Resultados esperados. 4ª ------------- ------------- Postar tudo que foi solicitado para as postagens 1, 2 e 3 e acrescentar: Resumo. Lista de todas as bibliografias utilizadas na construção do projeto nas normas da ABNT. 40 ANEXO 2 A seguir é apresentado o descritivo do mínimo requerido em cada etapa de postagem do PTCI-2 (etapa de produção de trabalho de conclusão de curso). As datas de chat com orientador(a) e os períodos de postagem deverão ser acompanhados diretamente no AVA. Cronograma de Produção Técnico-científica Postagem Chat Período de postagem Mínimos requisitos 1ª ------------- ------------- Inserir o Projeto Final postado e validado na etapa de Projeto Técnico-científico com todos os itens abaixo, contudo atualizar a capa e remover os resultados esperados, manter: • Capa (atualizada) e contracapa (seguir modelo no manual). • Resumo. • Sumário. • Introdução teórica. • Justificativa. • Objetivos. • Metodologia. • Lista de todas as bibliografias utilizadas na construção do projeto nas normas da ABNT. Acrescentar na sequência: Resultados parciais/totais da pesquisa bibliográfica realizada. 41 2ª ------------- ------------- Postar tudo o que foi solicitado para a postagem 1 e acrescentar na sequência: • Resultados (já finalizados) • Discussão dos resultados obtidos até o momento (Discussão parcial). 3ª ------------- ------------- Postar tudo o que foi solicitado para as postagens 1 e 2 e acrescentar na sequência: • Discussão já finalizada. • Conclusão. 4ª ------------- ------------- Postar tudo o que foi solicitado para a postagem 3 e acrescentar: • Resumo atualizado (resultados, discussão e conclusão). • Lista atualizada de todas as bibliografias utilizadas na construção da produção ténica nas normas da ABNT. 42 ANEXO 3 – MODELO DE PROJETO TÉCNICO-CIENTÍFICO PARA TCC-1 [NOME DA UNIVERSIDADE] ICS – Instituto de Ciência da Saúde NOME DO ALUNO RA O PAPEL DO CITOESQUELETO NO AMBIENTE TUMORAL CIDADE 2022 NOME DO ALUNO RA O PAPEL DO CITOESQUELETO NO AMBIENTE TUMORAL Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à [NOME DA UNIVERSIDADE] como requisito para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina. São Paulo, 05 de novembro de 2022 RESUMO Introdução: O citoesqueleto é responsável por diversas funções dentro da célula, transporte intracelular, aderência, deslocamento, divisão e morfologia celular. A partir desse princípio, baseando-se em arcabouço científico pode-se afirmar a correlação dessa estrutura, muitas vezes associada ao microambiente tumoral (MAT), com a evolução de neoplasias. Objetivos: o presente trabalho tem o propósito revisar o papel do citoesqueleto no ambiente tumoral e correlacionar o tipo de neoplasia, patogenicidade e morfologia com o comportamento dessa estrutura. Materiais e Métodos: Para isso, foram utilizados artigos científicos publicados nas bases de dados online PubMed (National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino- Americana) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), bem como dados do Instituto Nacional do Câncer. Resultados esperados: Espera-se comprovar a contribuição do citoesqueleto para o aumento da atividade tumoral, e sustentar a hipótese sobre a modulação mais expressiva do citoesqueleto, oriunda de microRNAs, que afetam diretamente os fatores de transcrição de moléculas. Palavras-chave: Neoplasia; citoesqueleto; microambiente tumoral. SUMÁRIO RESUMO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5 1.1. A relevância do Citoesqueleto ............................................................ 6 2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................7 3. OBJETIVOS ......................................................................................................... 7 3.1. Objetivo geral ..................................................................................... 7 3.2. Objetivos específicos .......................................................................... 7 4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 8 5. RESULTADOS ESPERADOS .............................................................................. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 9 5 1. INTRODUÇÃO Estima-se que um quinto da população mundial morrerá de câncer, uma das doenças mais graves e comuns que atingem o ser humano. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), a incidência estimada de todas as neoplasias, exceto pele não melanoma, no Brasil para 2022 é de 239.430 casos novos (Buoncervello; Maccari; Ascione et al., 2019; Mu; Najafi, 2021). A neoplasia é considerada uma síndrome complexa, com diversos mecanismos relacionando-se entre si (Buoncervello; Maccari, Ascione et al, 2019. Por conta dessa intrincada relação há diversas perspectivas a serem abordadas: fator imunológico, processos inflamatórios, características morfológicas, microambiente tumoral (MAT) (Buoncervello; Maccari; Ascione et al., 2019; Mu; Najafi, 2021). Os tumores são caracterizados por apresentarem morfologia ou mecanismos aberrantes; incapazes de completar as suas funções, são danosos às estruturas locais e até à homeostasia do organismo (Goodman, 2007). O microambiente tumoral apesar de desempenhar o papel de inibição do tumor pode estimular a ocorrência de neoplasias malignas (Goodman, 2007; Figueiredo, 2019). As neoplasias são segmentadas em duas categorias. As benignas, com células limitadas por uma lâmina basal, sem capacidade de invadir outros tecidos, mas com capacidade de comprimir canais e órgãos (Patel, 2020). Apesar da estrutura ser menos nociva, certos tumores podem desenvolver características malignas, portanto, esses geralmente são removidos cirurgicamente (Patel, 2020; Tarini, 2018). Quanto à sua origem temos neoplasias originárias no tecido mesenquimal, os sarcomas, que incluem os tecidos conectivo, ósseo, cartilaginoso e adiposo, bem como as neoplasias vasculares e musculares (Rodrigues et al., 2016). A maior parte dos tumores em seres humanos são formados a partir do tecido epitelial, podendo ser classificados de acordo com sua origem em células glandulares ou escamosas. Os carcinomas podem ser classificados de acordo com o sistema TNM, o qual avaliam importantes características da massa neoplásica. Em que a letra “T” representa o tamanho do tumor primário, “N” o comprometimento por metástases de linfonodos regionais e “M” a presença de metástases (Rodrigues et al., 2016; Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2015). 6 No microambiente tumoral, a resposta imune envolvida é complexa e, nas fases iniciais, a ação do sistema imunológico é de defesa, atuando como resistência ao desenvolvimento do câncer. Mas, assim que é ativado, o microambiente e todos os fatores relacionados a ele atuam de maneira favorável ao câncer, promovendo seu crescimento, e transição para um fenótipo mesenquimal, cuja característica morfológica passa a ser de uma célula mesenquimal, seguida pela capacidade de invasão (Rodrigues et al., 2016; Rubtsova; Zhitnyak; Gloushankova, 2015). As neoplasias malignas, não apresentam delimitação e possuem propriedades metastáticas, têm característica de invadir tecidos vizinhos e migrar para órgãos distantes, por meio da corrente sanguínea e sistema linfático; apresentando assim, maior malignidade (Patel, 2020; Tarini, 2018). Dessa forma, o tumor pode ser classificado por sua segmentação e segregação do tecido adjacente (Rouhi; Jafari; Kasaei; Keshavarzian, 2015). 1.1. A relevância do Citoesqueleto Nesse contexto, a correlação das estruturas celulares com as respectivas patogenicidades das neoplasias faz-se relevante. No que tange esse princípio, o citoesqueleto torna-se importantíssimo, não só pela sua função na divisão celular, como também o seu papel na locomoção e adesão do tecido neoplásico maligno (Fife; McCarroll; Kavallaris, 2017). O citoesqueleto é uma estrutura formada por microfilamentos (filamento de actina), microtúbulo e filamento intermediário. As suas composições e variações são tão versáteis que exercem o papel de morfologia celular, transporte intracelular, aderência e deslocamento celular (Fife; McCarroll; Kavallaris, 2017; Fletcher; Mullins; 2010; Ruggiero; Lalli, 2021; Rogers; Morris; Blake, 1992). Dessa forma, o citoesqueleto coopera para a homeostasia do organismo, por meio de diversos mecanismo. Essa estrutura, essencial para o metabolismo e conformação celular, é fundamental para a persistência e estabilização das variadas anomalias celulares, não cancerosas ou cancerosas, como ocorre na metástase (Buoncervello; Maccari; Ascione et al, 2019; Li; Wang, 2020). 7 O citoesqueleto é sensibilizado por forças extracelulares, essas forças mecânicas são traduzidas para as vias de sinalização intracelular, pode-se assim influenciar o comportamento celular. Como esse induz a mecânica celular, é capaz de modular eventos nucleares, traduzindo a força mecânica em eventos bioquímicos (Li; Wang; 2020; Nourse; Pathak, 2017). Os alvos terapêuticos que inibem o desenvolvimento do citoesqueleto ou inibem a comunicação efetiva entre o meio extracelular e intracelular, inibindo eventos nucleares, são promissores como tratamentos em células cancerígenas em ratos, como o inibidor da ativação do Rho GTPase (Ruggiero; Lalli, 2021). 2. JUSTIFICATIVA Tumores são sistemas complexos compostos não só por células neoplásicas, mas também pelo microambiente tumoral. E este microambiente é composto por células estromais, bem como componentes de matriz extracelular e o citoesqueleto; os quais têm mostrado uma grande influência para o desenvolvimento tumoral. Desta forma, o propósito deste trabalho foi correlacionar o papel do citoesqueleto no comportamento tumoral e sua contribuição para o avanço da doença, podendo amparar novas perspectivas de recursos terapêuticos. 3. OBJETIVOS 3.1 . Objetivo geral O presente trabalho teve como propósito revisar o papel do citoesqueleto no ambiente tumoral e correlacionar o tipo de neoplasia, patogenicidade e morfologia com o comportamento dessa estrutura. 3.1. Objetivos específicos • Caracterizar as moléculas que compõe o citoesqueleto. • Traçar um perfil sobre o microambiente celular normal e tumoral. • Relacionar a sinalização do citoesqueleto com as células neoplásicas. • Correlacionar o tipo de neoplasia, patogenicidade e morfologia com o comportamento do citoesqueleto. • Identificar possíveis alvos terapêuticos baseados no citoesqueleto. 8 4. MATERIAIS E MÉTODOS Para desenvolvimento deste estudo serão utilizados artigos científicos publicados nas bases de dados online PubMed (National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino-Americana) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), bem como dados do Instituto Nacional do Câncer. Para a pesquisa foram utilizados os descritores: “cytoskeleton” em conjunto com “microenvironment”, “mechanical tumor” e/ou “cancer metastasis”. Os artigos em língua inglesa foram interpretados e traduzidos livremente. Os critérios para seleção dos trabalhos são: (1) terem sido publicados nos anos 1992 até o primeiro trimestre de 2022; e (2) terem correlação com os objetivos e relevância na área de estudo. 5. RESULTADOS ESPERADOS Espera-se comprovar a contribuição do citoesqueleto para o aumento da atividade tumoral, e sustentar a hipótese sobre a modulação mais expressivado citoesqueleto, oriunda de microRNAs, que afetam diretamente os fatores de transcrição de moléculas. 9 1 0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Abdollahi, A.; Griggs, D.W.; Zieher, H. et al. Inhibition of alpha(v)beta3 integrin survival signaling enhances antiangiogenic and antitumor effects of radiotherapy. Clin Cancer Res., v. 11, n. 17, p. 6270-6279, 2005. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16144931/ Alvarado-Kristensson, M. γ-tubulin as a signal-transducing molecule and meshwork with therapeutic potential. Sig Transduct Target Ther, v. 3, n. 24, 2018. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41392-018-0021-x. Alushin, G. M.; Lander, G. C.; Kellogg, E. H.; Zhang, R.; Baker, D.; Nogales, E. High- resolution microtubule structures reveal the structural transitions in αβ- tubulin upon GTP hydrolysis. Cell., v. 157, n. 5, p. 1117-1129, 2014. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24855948/. Buoncervello, M.; Maccari, S.; Ascione B et al. Inflammatory cytokines associated with cancer growth induce mitochondria and cytoskeleton alterations in cardiomyocytes. J Cell Physiol., v. 234, n. 11, p. 20453-20468, 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6767566/. Chernyatina, A. A.; Guzenko, D.; Strelkov, S. V. Intermediate filament structure: the bottom-up approach. 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