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Artigo Formação, impasses e desafios na engenharia

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Formação, impasses e desafios na área da ENGENHARIA.
Danilo Profires Costa Ferreira
João Paulo de Souza dos Santos
Júlia Maia dos Santos
Maycon Rodrigues[1: Graduandos no curso de Engenharia Mecânica- MULTIVIX Faculdade Norte capixaba de São Mateus-ES]
Resumo
O Brasil é um país que vem crescendo muito ao longo dos anos e juntamente com esse crescimento vem a necessidade de formar mais engenheiros aptos a ajudar no desenvolvimento cientifico de muitas empresas nacionais. A demanda por profissionais da área aumenta deixando o mercado escasso quando é levada em conta a precariedade de formar profissionais devido ao nível de dificuldade que é exigido no decorrer do curso. Com isso o Brasil tem tido um déficit se comparado a outros países que investem na formação de novos engenheiros e sua defasagem pode leva-lo a pensar em outras soluções como a criação do programa “mais engenheiros”. Na obtenção dos dados utilizou-se como instrumento metodológico pesquisas em sites especializados, para que fosse possível alcançar o pleno conhecimentos dos fatos aqui abordados.
Palavras-chave: Como é o curso. Demanda no mercado. Necessidade de formar mais engenheiros.
Abstract
Brazil is a country that has grown a lot over the years and with this growth comes the need to train more apt to help in scientific development engineers from many national companies. The demand for professionals increases leaving the scarce market is taken into account when the precariousness of training professionals due to the level of difficulty that is required during the course. With this, Brazil has had a deficit compared to other countries that invest in training new engineers and its lag can lead you to think of other solutions such as the creation of the program "more engineers". In obtaining the data was used as a methodological tool in specialized research sites, it was possible to achieve full knowledge of the facts discussed here.
KEYWORDS: How is the course. Demand in the market. Need to train more engineers.
1. Introdução
O presente documento tem como ideia principal comentar sobre o curso de engenharia em seu contexto geral, não especificando nenhuma área, mas abrangendo de forma contundente nossa visão sobre assuntos polêmicos e desafiadores deste horizonte.
O termo engenharia segundo o dicionário Michaels pode ser definido como “ Arte de aplicar os conhecimentos científicos á invenção, aperfeiçoamento ou utilização da técnicas industriais em todas as suas determinações”.
Esta palavra atrai muitas pessoas ao curso e por trás dela existem inúmeros fatores que enchem os olhos das pessoas para tal função.
Contudo, as dificuldades que são encontradas no decorrer do curso tem que ser levados em conta, pois segundo a Abenge, 43% dos estudantes desistem do curso logo nos primeiros períodos.
2. SALÁRIO DE UM ENGENHEIRO
Existe um grande paradoxo atualmente entre os recém-formados e os noticiários que mostram o salário dos profissionais da área.
O CREA(Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia) define o salário de um engenheiro com um piso de 8 salários mínimos que equivale a R$ 5.414,00. No entanto, existe um grande problema quando se trata dos recém- formados. As empresas exigem para a contratação experiência anterior, inglês fluente e experiência em liderança. É fato que quem acabou de sair da faculdade em sua maioria não tem esses três requisitos básicos, com isso, esse profissional acaba ficando caro para as empresas, pois sabe-se que o serviço é de extrema seriedade e a inexperiência pode acarretar grandes problemas e riscos.
Flávio Pavan, gerente de projetos e pesquisa, faz semestralmente levantamentos de remuneração de engenheiros em todo Brasil. Segundo ele: “Em vez de contratar, pagando o piso fiscalizado pelo CREA, um recém-formado que ainda não ganhou toda a experiência que precisa para tomar decisões técnicas, as empresas optam por buscar no mercado profissionais mais maduros e contratá-los por 8 mil reais, por exemplo”.
O problema é que as empresas tem dificuldade em contratar novatos, enquanto isso a mídia prefere falar que falta a mão de obra.
Para suprir essa enorme carência de profissionais experientes, o governo quer trazer ao Brasil um programa que tem causado muita polêmica entre os engenheiros.
3. Explicando o programa mais engenheiros
O Brasil passa hoje por um dilema na questão de infraestrutura protagonizado pelas prefeituras: A dificuldade de encontrar engenheiros.
Para a liberação de verbas ao município é necessário um projeto assinado pelo profissional da área e encontra-se aí a dificuldade das prefeituras.
Evidenciado o problema, o governo vem buscando medidas para soluciona-lo. Uma das medidas que já foi tomada e está em vigor foi a criação do programa ciências sem fronteiras, que promove o intercâmbio de alunos brasileiros de graduação e pós-graduação no exterior, proporcionando novas experiências, qualificação e especialização de engenheiros e outros formandos. 
Marcelo Neri, ministro de assuntos estratégicos, diz que “o ideal não é ter mais, porém melhores engenheiros dispostos a trabalhar em áreas carentes desses profissionais.”
Outra sugestão que está sendo analisada pelo governo, que assim como o mais médicos é a implantação do programa mais engenheiro. A ideia é importar profissionais formados e qualificados para trabalhar no interior do país que são mais atingidos pela escassez de especialistas.
Antes de qualquer afirmação ou posição oficial do governo a medida gera repudio da classe. Os profissionais da área afirmam que essa não é uma solução viável para a falta de engenheiros. A categoria alega que não há reconhecimento do serviço público, pois não pagam o equivalente ao piso salarial da classe, dessa forma, não se interessam em atuar como funcionários do estado. 
De fato o programa mais engenheiros é uma medida que irá suprir a curto prazo uma questão que tem urgência em ser resolvida. É necessário a valorização do profissional e o incentivo à formação de novos engenheiros e conter a evasão dos alunos no período de graduação são meios eficazes para preencher esse transtorno do sistema.
4. Índice de evasão no curso
Grande parte dos alunos ao findar o ensino médio, tem como objetivo ingressar em alguma faculdade. Muitos escolhem o curso de engenharia por ser uma área promissora ou por se identificarem com as ciências exatas. Porém, cursar engenharia não é tão fácil como no ensino básico.
O rigor exigido no curso leva muitos à desistência, e foi diante disso que com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP realizou-se uma pesquisa para demostrar o número de evasão nas universidades do país. 
Os estudos mostraram que de 2001 a 2011, as vagas nos cursos de engenharia triplicaram, porém, os índices de evasão indicam que nem metade concluíram o curso. Segundo a Confederação Nacional da indústria (CNI) aproximadamente 55,59% dos estudantes desistiram.
O estudo mostrou ainda, que no ano de 2006 foram realizadas 105.101 matrículas, mas em 2011, que seria o ano da formatura apenas 44.761 se formaram. No total entre 2001 e 2011, 328 mil novos engenheiros entraram no mercado.
4.1 hÁ MOTIVOS QUE EXPLIQUEM ESSA EVASÃO?
Os cursos de engenharia são um dos mais disputados no país, mas infelizmente existem muitos alunos que tem o desejo de cursa-lo, passam no vestibular e logo nos primeiros anos abandonam o curso.
Uma das principais razões do abandono é a dificuldade nas matérias de cálculo e física. Essas acompanham o estudante em grande parte do curso. Porém, o ensino médio não prepara o aluno ao nível que é exigido na engenharia, o que faz existir um grande abismo que separa a qualidade do ensino médio com a do superior.
Outro grande problema é o valor das mensalidades no ensino superior privado. Variam de 800 a 1.200 reais em média. Muitos não conseguem conciliar a rotina de trabalho para pagar o curso e ainda ter que estudar para não reprovar nas piores matérias. Mesmo com o auxilio do FIES (Programade financiamento estudantil) alguns alunos não suportam a rotina pesada de estudos exigidos nas faculdades.
E ainda tem os casos dos bolsistas de faculdades privadas que tem uma exigência muito maior, não podendo reprovar em 75% das matérias cursadas, o que é quase inevitável quando se trata de engenharia. Muitos perdem a bolsa por não atingirem as metas do governo.
O fato é que precisa-se urgentemente de engenheiros no mercado, e alguém tem que intervir de alguma maneira para que o curso fique mais palatável ao estudante e assim diminuam os percentuais de defasagem no país.
5. Brasil em comparação com o BRICS
BRICS é um grupo de países emergentes composto por: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Esse bloco econômico foi criado no ano de 2001 no intuito de reunir grandes potencias que se encontravam em pleno desenvolvimento. Atualmente, 21% do PIB mundial pertencem a eles e representam 42% da população mundial. Apesar de o Brasil estar nesse grupo, existem muitos fatores que o deixa abaixo dos índices se comparado com os outros, inclusive na área da formação de engenheiros.
Não é por falta de vagas nas instituições que o Brasil não forma mais engenheiros. As públicas e privadas poderiam formar por ano em média 90 mil. Porém, esse número não passa de 40 mil. A China e a Índia formam respectivamente 650 e 220 mil profissionais anualmente. 
Sabe-se que existe uma ligação muito forte entre o desenvolvimento industrial e tecnológico de um país com o número de engenheiros que ele é capaz de formar. Toda inovação em diversos setores passam pelas mãos de um engenheiro. Seu trabalho é essencial para que o desenvolvimento seja de fato visível no mercado. Portanto, o Brasil necessita avançar muito nesse quesito para que haja uma maior competitividade com as outras grandes potencias que regem o mundo.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A engenharia tem sido muito cobiçada atualmente, mas alguns impasses ainda rondam a área, pois, não basta a vontade de entrar no curso, tem que suportar as dificuldades nas matérias exatas e nos casos das faculdades privadas, o alto valor da mensalidade que faz muitos desistirem. E para os que conseguem terminar, ainda precisam de experiência para entrar no mercado de trabalho. Sem falar no governo que prefere importar mais engenheiros a montar programas de especialização para os recém-formados.
Nota-se que mesmo com um crescimento do número de alunos nos cursos de engenharia pelo país, ainda há uma escassez de engenheiros, e isso se reflete principalmente nas prefeituras que são as mais prejudicadas. A valorização do profissional por parte do serviço público é o primeiro passo a ser tomado para suprir a necessidade dos municípios.
Outro passo é dar oportunidade de experiência aos recém-formados que é exigido por muitas empresas. Além disso, estas também exigem especialização, dessa forma, é necessário que as mesmas ofereçam cursos de aperfeiçoamento aos contratados.
Atualmente um dos principais problemas enfrentado pelo país é o alto índice de evasão dos graduandos em engenharia que se dá principalmente pela má qualidade do ensino base, antes de chegar ao ensino superior. Segundo a ABENGE (Associação Brasileira de Educação de Engenharia) o índice de defasagem é de 43%. Portanto, é necessário melhorar a qualidade do ensino fundamental e médio e oferecer aulas de reforço nas faculdades (como já é realizada em algumas instituições), humanizando o curso para os alunos dando-lhes condições básicas de concluir o ensino superior. 
Se o Brasil deseja atingir um alto patamar em desenvolvimento, inovações e tecnologia e se assemelhar aos países do BRICS, este deve investir pesadamente, desde a formação até a entrada dos profissionais no mercado de trabalho, melhorando a qualidade dos cursos e implantando políticas públicas que visam ter no solo brasileiro não só maior quantidade, mas também engenheiros de qualidade.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MIKAL, Eduardo. Entendendo a falta de engenheiros no mercado. 2014. Disponível em <http://blogdaengenharia.com/entendendo-falta-de-engenheiros-mercado/> Acesso em: 14 nov.2014.
PATI, Camila. Os salários dos engenheiros no Brasil.2014. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/quanto-ganham-os-engenheiros-no-brasil > Acesso em: 14 nov. 2014.
SANTOS, Altair. Falta de engenheiros pode comprometer crescimento. 2011. Disponível em: <http://www.cimentoitambe.com.br/falta-de-engenheiros-pode-comprometer-crescimento/ > Acesso em: 14 nov. 2014.
SILVA FILHO, Roberto Leal Lobo. Para que devem ser formados novos engenheiros?. Disponível em: <http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,artigo-para-que-devem-ser-formados-os-novos-engenheiros,838027> Acesso em: 14 nov. 2014.
SIMAS, Anna. Brasil tem déficit de 40 mil engenheiros. 2012. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vidauniversidade/carreira/conteudo.phtml?id=1237253 > Acesso em: 14 nov. 2014.

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