Prévia do material em texto
ESCOLA TÉCNICA EGÍDIO JOSÉ DA SILVA CURSO: TECNICO EM ENFERMAGEM Ana Clara Teixeira De Freitas Ana Cláudia Nunes Pardim Ellen Clara Oliveira Rocha Kamila Gomes Ribeiro Karine Rodrigues De Souza Maria Aparecida Ferreira Vanessa Pereira Nunes ARACNEISMO TEÓFILO OTONI/ MG 2023 ESCOLA TÉCNICA EGÍDIO JOSÉ DA SILVA CURSO: TECNICO EM ENFERMAGEM Ana Clara Teixeira De Freitas Ana Cláudia Nunes Pardim Ellen Clara Oliveira Rocha Kamila Gomes Ribeiro Karine Rodrigues De Souza Maria Aparecida Ferreira Vanessa Pereira Nunes ARACNEISMO Trabalho apresentado para obtenção de nota. Professora: Gizelly Duarte TEÓFILO OTONI/ MG 2023 RESUMO Os temores acerca dos aracnídeos sempre estiveram presentes no âmago dos Seres Humanos. Desde os tempos em que vivíamos nas cavernas, dividindo nossa moradia com tais seres, já temíamos sua existência. Através dos tempos, existem diversas citações desse temor em variados mitos e lendas ao redor do planeta. Esse simbolismo é encontrado nas mais diversas culturas geralmente representam os aracnídeos como seres horrendos que infestam nossos pesadelos. O araneísmo constitui um problema de saúde pública. Os gêneros Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus são referenciados na literatura como responsáveis por cerca de 81,0% dos acidentes causados por animais peçonhentos que ocorrem em nosso país, representando cerca de 5000 acidentes/ ano. Um dos principais fatores responsáveis pela ocorrência de acidentes com aracnídeos peçonhentos é a falta de conhecimento da população sobre a biologia desses animais, bem como sobre a prevenção de acidentes. SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................ 5 DESENVOLVIMENTO................................................................................................ 6 Principais aracnídeos causadores de acidentes no Brasil....................................6 Loxosceles spp. (Aranha-marrom)...........................................................................6 Phoneutria spp. (Aranha-armadeira)......................................................................10 Latrodectus spp. (Viúva-negra)..............................................................................12 A aranha caranguejeira (Mygalomorphae)............................................................14 MEDIDAS PREVENTIVAS........................................................................................15 REFERÊNCIAS.........................................................................................................17 5 INTRODUÇÃO Acidentes com animais peçonhentos constituem um grave problema para a Saúde Pública, e se tornam uma emergência clínica em vários países de climas tropicais, principalmente nos campos e áreas rurais (SILVA; ANDRADE; ABREU, 2015). Porém, as grandes cidades também oferecem uma variedade de nicho para abrigarem esses animais capazes de causar danos à saúde do homem (SANTANA; BARROS; SUCHARA, 2015). O termo peçonhento se refere aos animais que além de possuírem veneno, possuem estruturas especializadas que podem ser ferrões, dentes, ou espinhos que são capazes de inocular esse veneno no ser humano (FUNED, 2014) Entre os principais animais peçonhentos de interesse médico estão às serpentes, escorpiões e aranhas. O Araneísmo caracteriza o envenenamento causado pelas aranhas, onde no Brasil, as espécies de maior importância para a Saúde Pública e que podem causar acidentes graves em seres humanos estão distribuídas em três gêneros: Phoneutria (armadeiras), Loxosceles (aranha-marrom) e Latrodectus (viúva- negra). (SILVA; ANDRADE; ABREU, 2015; LISE; GARCIA, 2007). Os acidentes causados pelas aranhas do gênero Phoneutria ocorrem principalmente no período diurno, com frequência dentro das residências, e seu veneno atua sobre os canais de sódio, despolarizando fibras musculares e terminações do sistema nervoso autônomo (LISE; GARCIA, 2007; CUPO; MARQUES; HERING, 2003). As aranhas do gênero Loxosceles, popularmente conhecidas como aranhas- marrons, tem hábitos noturnos e por razão os acidentes ocorrem na maioria das vezes no período noturno. O veneno das aranhas Loxosceles possui atividades hemolíticas e dermonecrótica (LISE; GARCIA, 2007; CUPO; MARQUES; HERING, 2003). As aranhas do gênero Latrodectus (viúva-negra), as fêmeas são as únicas responsáveis pelos acidentes em humanos, não sendo agressivas. Contudo a picada ocorre somente quando espremidas contra o corpo da vítima, e seu veneno tem ação sobre o sistema nervoso autônomo, nas terminações nervosas sensitivas, provocando grande quadro doloroso no local da picada (FUNED, 2014; FUNASA, 2001). 6 DESENVOLVIMENTO Principais aracnídeos causadores de acidentes no Brasil Loxosceles spp. (Aranha-marrom) AÇÕES DO VENENO O mecanismo de ação do veneno loxoscélico resulta, principalmente, da atividade tipo esfingomielinase D, podendo ocasionar dermonecrose local (loxoscelismo cutâneo) e, mais raramente, hemólise intravascular (loxoscelismo cutâneo-hemolítico ou cutâneo- visceral). QUADRO CLÍNICO Loxoscelismo cutâneo: É o mais comumente observado; A picada é inicialmente pouco valorizada (dor de pequena intensidade); Nas primeiras horas pós-picada (2-8 horas): a lesão é geralmente incaracterística (edema leva e eritema no local da picada); Posteriormente, dentro das primeiras 12-24 horas, o local acometido pode evoluir com palidez mesclada com áreas equimóticas (“placa marmórea”), instalada sobre uma região endurada (empastamento doloroso, percebido a palpação), cercado por eritema de tamanho variável; Também podem ser observadas vesículas e/ou bolhas sobre a área endurada, com conteúdo sero-sanguinolento ou hemorrágico; algumas vezes, no início, o aspecto pode ser “herpetiforme”. A enduração e a dor em queimação se intensificam, acompanhando a progressão da placa marmórea e do eritema; A lesão cutânea tende a se estender gravitacionalmente, podendo evoluir para necrose seca que, quando destacada, pode deixar uma úlcera de profundidade e extensão variáveis, que pode levar semanas para cicatrizar. Mais raramente, pode ser observada uma forma predominantemente edematosa, principalmente quando a picada ocorre em áreas de tecido frouxo (ex. face). É comum a queixa de manifestações inespecíficas como febre, mal-estar geral, fraqueza, náusea, vômitos, mialgia; A presença de exantema do tipo morbiliforme ou escarlatiforme reforça a hipótese diagnóstica de loxoscelismo. 7 Loxoscelismo cutâneo-hemolítico (cutâneo-visceral): Forma mais grave do loxoscelismo, ocorrendo com maior freqüência nas regiões com predomínio da espécie Loxosceles laeta, como no estado de Santa Catarina. Hemólise intravascular, de intensidade variável, sem associação direta com a extensão da lesão cutânea, tendo como principais complicações a insuficiência renal aguda por necrose tubular; As manifestações clínicas (anemia, icterícia e hemoglobinúria) se instalam geralmente nas primeiras 24 horas pós - picada. Mais raramente, há descrição de pacientes que evoluem com coagulação intravascular disseminada (CIVD). MANIFESTAÇÕES LOCAL É comum a queixa de manifestações inespecíficas como febre, mal-estar geral, fraqueza, náusea, vômitos, mialgia; o A presença de exantema do tipo morbiliforme ou escarlatiforme reforça a hipótese diagnóstica de loxoscelismo. COMPLICAÇÕES E EXAMES Não há, na rotina, exames específicos para o diagnóstico; Hemograma completo visando acompanhamento de evolução para hemólise; Billirrubina Total e Frações (BTF) e Desidrogenase Lática (DHL); Caso o paciente evolua com hemólise, devem ser solicitados: hemograma completo, contagem de reticulócitos, dosagem da haptoglobina e de bilirrubinas, perfil renal (uréia, creatinina e eletrólitos), coagulograma, perfil hepático [transaminases e gama-glutamil transpeptidase (gama-GT)], enzimas musculares (creatinoquinase total e DHL), e sedimento urinário. TRATAMENTO Geral: Corticosteróides – A prednisona é a droga de escolha, na dose de 0,5- 1mg/kg/dia em crianças (máximo de 40mg/dia) e 40mg/dia em adultos, por via oral, durante períodos de 5 a 10 dias. Essa dose deve ser fracionada a cada 12 horas. Avaliar o risco/benefício da administração do corticosteróide especialmente em pacientes com diabetes, glaucoma, hipertireoidismo e úlcera péptica em atividade. 8 Analgésico – Em geral, a administração de dipirona (5-10mg/kg/dose, em crianças; 500mg/dose, em adultos) é suficiente para o controle da algia. Entretanto, em alguns casos a dor pode ser muito importante, sendo indicado o uso de medicamentos como a associação paracetamol-codeína (apresentações contendo 500 mg de paracetamol associadas à 7,5 ou 30 mg de codeína). As doses de paracetamol são as mesmas acima citadas. Em relação à codeína, as seguintes doses devem ser respeitadas: crianças, 0,5-1 mg/kg/ a cada 4 a 6 horas; adultos, 15-30 mg, no mesmo intervalo. Hidratação – Pacientes com a forma cutâneo-hemolítica devem ser mantidos com boa hidratação, tendo como objetivo uma adequada perfusão renal, a fim de prevenir a necrose tubular aguda. Nas formas hemolíticas que evoluem com insuficiência renal aguda, avaliar a necessidade de terapêutica dialítica, além da reposição de concentrados de hemácias em hemólises intensas. Tratamento da lesão dermonecrótica: Desde o início do quadro local, visto a desvitalização tecidual, o fundamental é a limpeza da lesão, visando prevenir a infecção secundária. O desbridamento da crosta necrótica deve ser realizado apenas quando houver a delimitação da mesma, o que costuma ocorrer após a segunda semana. A retirada da crosta necrótica muitas vezes resulta em úlcera com presença de fibrina, tecido gorduroso desvitalizado, podendo ser indicado o desbridamento químico. Em situações onde haja perda tecidual importante, avaliar a necessidade de enxerto ou correção de cicatrizes. Específico: Soroterapia o mais precocemente possível nos casos de loxoscelismo cutâneo grave e nos cutâneo-hemolíticos. Dados experimentais revelam que a eficácia da soroterapia é reduzida após 36 horas do acidente. No loxoscelismo-cutâneo, não há, até o momento, evidencias que o antiveneno (soroterapia) tenha alguma eficácia depois de 48 horas pós-picada. Em relação à forma cutâneo-hemolítica, a soroterapia está indicada a qualquer momento em que for diagnosticada a hemólise, independente do tempo decorrido pós-acidente. As recomendações 9 para a utilização do antiveneno dependem da classificação de gravidade e estão contidas no organograma apresentado a seguir. O tratamento específico pode ser realizado com o soro antiloxoscélico (SALox) e, na ausência deste, com soro antiaracnídico (SAA). PROAGNÓSTICO Na grande maioria dos casos é bom. O tempo necessário para cicatrização da úlcera, por segunda intenção, está relacionado à perda tecidual, podendo demorar meses para a cicatrização completa em casos de lesões extensas e profundas. Phoneutria spp. (Aranha-armadeira) AÇÕES DO VENENO O principal mecanismo de ação do veneno é neurotóxico, e está relacionado aos efeitos de ativação e retardo da inativação dos canais de Na+ dependentes de voltagem. 10 QUADRO CLÍNICO Leve: Dor, edema, eritema, irradiação, sudorese, parestesia, taquicardia e agitação secundárias à dor. Moderado: Manifestações locais associadas à sudorese, taquicardia, vômitos ocasionais, agitação, hipertensão arterial. (2 a 4 ampolas). Grave: Prostração, sudorese profusa, hipotensão, priapismo, diarreia, bradicardia, arritmias cardíacas, convulsões, cianose, edema pulmonar, choque. (5 a 10 ampolas). MANIFESTAÇÕES LOCAL Essencialmente, manifestações locais: dor, edema, eritema, irradiação, sudorese, parestesia. Eventualmente, taquicardia e agitação secundárias à dor. Quadro local podendo se associar à sudorese, taquicardia, vômitos ocasionais, agitação, hipertensão arterial. Além das manifestações acima: prostração, sudorese profusa, hipotensão, priapismo, diarréia, bradicardia, arritmias cardíacas, arritmias respiratórias, contraturas, convulsões, cianose, edema pulmonar, choque. COMPLICAÇÕES E EXAMES São escassas as informações referentes às alterações laboratoriais encontradas neste tipo de acidente. Há registro de leucocitose com neutrofilia, hiperglicemia discreta e acidose metabólica leve, possivelmente relacionadas ao aumento da atividade simpática. Nos casos graves é aconselhável avaliar o perfil laboratorial dos gases arteriais, glicemia e eletrólitos. Nos casos com edema pulmonar e/ou hipotensão/choque também devem ser realizadas a radiografia simples de tórax e ecocardiografia, visando uma melhor avaliação da função miocárdica. TRATAMENTO Geral: A principal abordagem terapêutica consiste na aplicação de procedimentos terapêuticos para alívio da dor como infiltração anestésica local, analgésicos 11 administrado por via oral ou sistêmica. A maioria dos pacientes que necessitam de anestesia local tem boa resposta com apenas uma infiltração. Infiltração anestésica: quando a dor é de forte intensidade, o bloqueio anestésico está indicado. Pode ser local ou troncular, e geralmente é realizada com lidocaína a 2% sem vasoconstritor, uma vez que a grande maioria das picadas ocorre nas extremidades. A dose preconizada para crianças é de 0,5-1 ml e, para adultos, de 1-4 ml, podendo ser repetida caso a dor não melhore, sendo excepcional o número de pacientes que requer três ou mais infiltrações. O efeito anestésico da lidocaína dura, em geral, de 2-8 horas, e a dose máxima não deve ultrapassar 7 mg/kg/dia. Analgesia: Caso o médico avalie que a dor apresentada é leve ou moderada (suportável), podem ser empregados analgésicos por via oral, como o paracetamol (crianças, 10/mg/kg/dose/ a cada 4 a 6 horas; adultos, 500 mg/dose, no mesmo intervalo) ou dipirona (crianças, 10 mg/kg/dose/6-6 horas; adultos, 500 mg/dose, no mesmo intervalo). Quando a dor é de forte intensidade e reincide mesmo após administração de duas infiltrações anestésicas, podem ser administrados analgésicos opióides de uso intravenoso, como o tramadol, na dose de 1-2 mg/kg (crianças) e 50-100 mg (adultos) e caso necessário, morfina intramuscular ou intravenosa, na dose de 0,1 a 0,2 mg/kg/dose a cada 4-6 horas para crianças e de 2,5 a 10 mg dose a cada 4-6 horas para adultos. Também pode ser indicada, desde que o paciente tenha mais de um ano de idade, não seja alcoólatra ou tenha insuficiência hepática, a associação paracetamol/codeína (apresentações contendo 500 mg de paracetamol associadas à 7,5 ou 30 mg de codeína). As doses de paracetamol são as mesmas acima citadas. Em relação à codeína, as seguintes doses devem ser respeitadas: crianças, 0,5-1 mg/kg/ a cada 4 a 6 horas; adultos, 15-30 mg, no mesmo intervalo. Após a alta, considerando que possa haver recorrência da dor, é prudente a prescrição de analgésicos nas primeiras 24- 48horas. Compressa morna ou imersão da região atingida em água morna também podem ser úteis como adjuvantes para o tratamento da dor. Específico: A soroterapia antiveneno, com soro antiaracnídico (SAA), está indicada em todos os casos graves, aliada a medidas de suporte vital, bem como em crianças (geralmente menores que 7 anos) com quadro moderado. Todos os pacientes 12 graves devem ser internados em unidade de cuidados intensivos para monitoramento dos distúrbioshemodinâmicos e respiratórios. PROAGNÓSTICO De maneira geral o prognóstico é muito bom, uma vez que são raros os casos graves. Latrodectus spp. (Viúva-negra) AÇÕES DO VENENO O veneno da viúva-negra é muito tóxico para o homem. Ele ataca o sistema nervoso provocando dores musculares muito intensas, náuseas, dor de cabeça e alterações cárdio-respiratórias, sendo mais grave em crianças e podendo causar acidentes fatais em pessoas sensíveis. QUADRO CLÍNICO O quadro clínico é dor no local da picada com intensidade variável, tipo mialgia, evoluindo para sensação de queimação (ocorrendo 15 a 60 min. após o acidente). 13 Lesões puntiformes com uma ou duas perfurações de 1 a 2mm e edema discreto no local da picada. Pode ocorrer Hiperestesia na área da picada, placa urticariforme e infartamento ganglionar. Frequentemente há ocorrência de tremores, contrações espasmódicas dos membros, sudorese local, ansiedade, excitabilidade, insônia, cefaléia, prurido, eritema de face e pescoço, dor no tórax com sensação de morte eminente, taquicardia inicial e hipertensão seguidas de bradicardia. MANIFESTAÇÕES LOCAL A dor é uma manifestação universalmente presente nas picadas deste gênero, costuma ocorrer no local da picada com irradiação para dorso, tórax e região abdominal. O seu aparecimento é gradual com piora progressiva em períodos de horas a dias, a irradiação da dor em membro para região superior é uma apresentação típica. Em pacientes com manifestações sistêmicas, a mialgia é a mais comum entre elas. Em pacientes com manifestações apenas locais recomendam-se os cuidados locais de limpeza e profilaxia antitetânica, se necessário. Vários tratamentos foram propostos incluindo analgésicos, antieméticos, benzodiazepínicos, antídotos, magnésio e cálcio. Existe pouca evidência de qualidade para validar o uso das diferentes medicações citadas, mas analgésicos, principalmente opioides, são utilizados frequentemente. Os benzodiazepínicos podem ser utilizados em casos de fasciculações ou espasmos musculares. A evidência para o uso de soro específico nestes pacientes é insuficiente para indicar a sua utilização. TRATAMENTO O tratamento só se dá através da aplicação de um soro específico anti-Latrodectus. O paciente melhora em cerca de 30 minutos até 3 horas após a aplicação do soro e deve permanecer hospitalizado por 24 horas. É administrado também doses de analgésicos e sedativos visando o bem estar do paciente. Os primeiros socorros são padrões para acidentes com animais peçonhentos:a vítima deve ser hidratada com água, e o local da picada deve permanecer elevado. O paciente localizado longe de centros urbanos deve-se encaminhar para o serviço de saúde mais próximo para administração do soro específico. Não se devem realizar torniquetes, cortes ou furos no local da picada. . https://www.infoescola.com/doencas/insonia/ https://www.infoescola.com/cardiologia/taquicardia/ https://www.infoescola.com/cardiologia/bradicardia/ 14 A aranha caranguejeira (Mygalomorphae) AÇÕES DO VENENO Podem provocar relaxamento da musculatura estriada em camundongos. Alguns gêneros apresentaram, em animais de laboratório, veneno com ação semelhante ao da Phoneutria. QUADRO CLÍNICO Dor no local da picada de pequena intensidade e curta duração, às vezes acompanhada de discreta hiperemia local. Não se conhece relato de acidentes graves. Do desprendimento dos pelos, ocorrem manifestações cutâneas e das vias respiratórias altas, provocadas por ação irritativa ou alérgica nos pacientes previamente sensibilizados. TRATAMENTO Anti-histamínico via oral, se necessário 15 MEDIDAS PREVENTIVAS Em Instituto Butantan (2005), são citados: Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas. Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada. Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto das casas. Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo. Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. Usar calçados e luvas de raspas de couro pode evitar acidentes. Vedar soleiras das portas e janelas ao escurecer, pois muitos desses animais têm hábitos noturnos. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas e telas nas janelas. Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques. Combater a proliferação de insetos para evitar o aparecimento das aranhas que deles se alimentam. 16 Afastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão. Inspecionar sapatos e tênis antes de calçá-los. Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos, coatis, entre outros (na zona rural). 17 REFERENCIAS: AZEVEDO, F. H. G. Sistemática e evolução das aranhas-armadeiras (Ctenidae: Phoneutria) a partir de evidências moleculares, morfológicas e ecológicas. 2012. 95 f. Dissertação de mestrado apresentada ao programa de pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre do Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2012. BRUSCA, R.C.; BRUSCA, G.J. Invertebrados. 2.ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2007. 1092p. DE SANTANA, P. T. V.; BARROS, O. J.; SUCHARA, A. E. Aspectos clínicos e epidemiológicos relacionados a acidentes com animais peçonhentos. Rev. Ciênc. Méd. Biol., Salvador, v. 14, n. 2, p. 153-159, mai./ago. 2015. FUNEB. Animais peçonhentos. Manual de publicação da Fundação Ezequiel Dias – FUNED. Belo Horizonte: março de 2014 FUNEB. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. Fundação Nacional de Saúde – FUNASA/Ministério da Saúde. Brasília, outubro de 2001. INSTITUTO BUTANTAN. Aracnídeos. São Paulo: Laboratório de artrópodes, 2005. 373p. LISE, F.; GARCIA, M. R. F. Epidemiologia do araneísmo no município de Chapecó, Santa Catarina, Brasil. Seminário: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 28, n. 2, p. 93-98, jul./dez. 2007 VON IHERING, R. Dicionário dos Animais do Brasil. 2.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2003, 587p. WEN, F. H. Escorpionismo e Araneísmo. São Paulo: Laboratório de artrópodes, 2005. 73p.