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ESCOLA TÉCNICA EGÍDIO JOSÉ DA SILVA 
CURSO: TECNICO EM ENFERMAGEM 
 
Ana Clara Teixeira De Freitas 
Ana Cláudia Nunes Pardim 
Ellen Clara Oliveira Rocha 
Kamila Gomes Ribeiro 
Karine Rodrigues De Souza 
Maria Aparecida Ferreira 
Vanessa Pereira Nunes 
 
 
 
 
ARACNEISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEÓFILO OTONI/ MG 
2023 
ESCOLA TÉCNICA EGÍDIO JOSÉ DA SILVA 
CURSO: TECNICO EM ENFERMAGEM 
 
 
Ana Clara Teixeira De Freitas 
Ana Cláudia Nunes Pardim 
Ellen Clara Oliveira Rocha 
Kamila Gomes Ribeiro 
Karine Rodrigues De Souza 
Maria Aparecida Ferreira 
Vanessa Pereira Nunes 
 
 
 
 
ARACNEISMO 
 
Trabalho apresentado para obtenção de nota. 
Professora: Gizelly Duarte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEÓFILO OTONI/ MG 
2023 
RESUMO 
Os temores acerca dos aracnídeos sempre estiveram presentes no âmago dos Seres 
Humanos. Desde os tempos em que vivíamos nas cavernas, dividindo nossa moradia 
com tais seres, já temíamos sua existência. Através dos tempos, existem diversas 
citações desse temor em variados mitos e lendas ao redor do planeta. Esse 
simbolismo é encontrado nas mais diversas culturas geralmente representam os 
aracnídeos como seres horrendos que infestam nossos pesadelos. O araneísmo 
constitui um problema de saúde pública. Os gêneros Phoneutria, Loxosceles e 
Latrodectus são referenciados na literatura como responsáveis por cerca de 81,0% 
dos acidentes causados por animais peçonhentos que ocorrem em nosso país, 
representando cerca de 5000 acidentes/ ano. Um dos principais fatores responsáveis 
pela ocorrência de acidentes com aracnídeos peçonhentos é a falta de conhecimento 
da população sobre a biologia desses animais, bem como sobre a prevenção de 
acidentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 5 
DESENVOLVIMENTO................................................................................................ 6 
Principais aracnídeos causadores de acidentes no Brasil....................................6 
Loxosceles spp. (Aranha-marrom)...........................................................................6 
Phoneutria spp. (Aranha-armadeira)......................................................................10 
Latrodectus spp. (Viúva-negra)..............................................................................12 
A aranha caranguejeira (Mygalomorphae)............................................................14 
MEDIDAS PREVENTIVAS........................................................................................15 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................17 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
Acidentes com animais peçonhentos constituem um grave problema para a 
Saúde Pública, e se tornam uma emergência clínica em vários países de climas 
tropicais, principalmente nos campos e áreas rurais (SILVA; ANDRADE; ABREU, 
2015). 
Porém, as grandes cidades também oferecem uma variedade de nicho para 
abrigarem esses animais capazes de causar danos à saúde do homem (SANTANA; 
BARROS; SUCHARA, 2015). 
O termo peçonhento se refere aos animais que além de possuírem veneno, 
possuem estruturas especializadas que podem ser ferrões, dentes, ou espinhos que 
são capazes de inocular esse veneno no ser humano (FUNED, 2014) Entre os 
principais animais peçonhentos de interesse médico estão às serpentes, escorpiões 
e aranhas. 
O Araneísmo caracteriza o envenenamento causado pelas aranhas, onde no 
Brasil, as espécies de maior importância para a Saúde Pública e que podem causar 
acidentes graves em seres humanos estão distribuídas em três 
gêneros: Phoneutria (armadeiras), Loxosceles (aranha-marrom) e Latrodectus (viúva-
negra). (SILVA; ANDRADE; ABREU, 2015; LISE; GARCIA, 2007). 
Os acidentes causados pelas aranhas do gênero Phoneutria ocorrem 
principalmente no período diurno, com frequência dentro das residências, e seu 
veneno atua sobre os canais de sódio, despolarizando fibras musculares e 
terminações do sistema nervoso autônomo (LISE; GARCIA, 2007; CUPO; MARQUES; 
HERING, 2003). 
As aranhas do gênero Loxosceles, popularmente conhecidas como aranhas-
marrons, tem hábitos noturnos e por razão os acidentes ocorrem na maioria das vezes 
no período noturno. O veneno das aranhas Loxosceles possui atividades hemolíticas 
e dermonecrótica (LISE; GARCIA, 2007; CUPO; MARQUES; HERING, 2003). 
As aranhas do gênero Latrodectus (viúva-negra), as fêmeas são as únicas 
responsáveis pelos acidentes em humanos, não sendo agressivas. Contudo a picada 
ocorre somente quando espremidas contra o corpo da vítima, e seu veneno tem ação 
sobre o sistema nervoso autônomo, nas terminações nervosas sensitivas, provocando 
grande quadro doloroso no local da picada (FUNED, 2014; FUNASA, 2001). 
 
6 
 
DESENVOLVIMENTO 
Principais aracnídeos causadores de acidentes no Brasil 
Loxosceles spp. (Aranha-marrom) 
 AÇÕES DO VENENO 
O mecanismo de ação do veneno loxoscélico resulta, principalmente, da atividade tipo 
esfingomielinase D, podendo ocasionar dermonecrose local (loxoscelismo cutâneo) e, 
mais raramente, hemólise intravascular (loxoscelismo cutâneo-hemolítico ou cutâneo-
visceral). 
 QUADRO CLÍNICO 
Loxoscelismo cutâneo: 
 É o mais comumente observado; 
 A picada é inicialmente pouco valorizada (dor de pequena intensidade); 
 Nas primeiras horas pós-picada (2-8 horas): a lesão é geralmente 
incaracterística (edema leva e eritema no local da picada); 
 Posteriormente, dentro das primeiras 12-24 horas, o local acometido pode 
evoluir com palidez mesclada com áreas equimóticas (“placa marmórea”), 
instalada sobre uma região endurada (empastamento doloroso, percebido a 
palpação), cercado por eritema de tamanho variável; 
 Também podem ser observadas vesículas e/ou bolhas sobre a área 
endurada, com conteúdo sero-sanguinolento ou hemorrágico; algumas vezes, 
no início, o aspecto pode ser “herpetiforme”. A enduração e a dor em 
queimação se intensificam, acompanhando a progressão da placa marmórea 
e do eritema; 
 A lesão cutânea tende a se estender gravitacionalmente, podendo evoluir para 
necrose seca que, quando destacada, pode deixar uma úlcera de profundidade 
e extensão variáveis, que pode levar semanas para cicatrizar. 
 Mais raramente, pode ser observada uma forma predominantemente 
edematosa, principalmente quando a picada ocorre em áreas de tecido frouxo 
(ex. face). 
 É comum a queixa de manifestações inespecíficas como febre, mal-estar 
geral, fraqueza, náusea, vômitos, mialgia; 
 A presença de exantema do tipo morbiliforme ou escarlatiforme reforça a 
hipótese diagnóstica de loxoscelismo. 
 
 
 
 
7 
 
 Loxoscelismo cutâneo-hemolítico (cutâneo-visceral): 
 Forma mais grave do loxoscelismo, ocorrendo com maior freqüência nas 
regiões com predomínio da espécie Loxosceles laeta, como no estado de 
Santa Catarina. 
 Hemólise intravascular, de intensidade variável, sem associação direta 
com a extensão da lesão cutânea, tendo como principais complicações a 
insuficiência renal aguda por necrose tubular; 
 As manifestações clínicas (anemia, icterícia e hemoglobinúria) se instalam 
geralmente nas primeiras 24 horas pós - picada. 
 Mais raramente, há descrição de pacientes que evoluem com coagulação 
intravascular disseminada (CIVD). 
 MANIFESTAÇÕES LOCAL 
É comum a queixa de manifestações inespecíficas como febre, mal-estar geral, 
fraqueza, náusea, vômitos, mialgia; o A presença de exantema do tipo morbiliforme 
ou escarlatiforme reforça a hipótese diagnóstica de loxoscelismo. 
 COMPLICAÇÕES E EXAMES 
 Não há, na rotina, exames específicos para o diagnóstico; 
 Hemograma completo visando acompanhamento de evolução para 
hemólise; Billirrubina Total e Frações (BTF) e Desidrogenase Lática (DHL); Caso o paciente evolua com hemólise, devem ser solicitados: hemograma 
completo, contagem de reticulócitos, dosagem da haptoglobina e de 
bilirrubinas, perfil renal (uréia, creatinina e eletrólitos), coagulograma, perfil 
hepático [transaminases e gama-glutamil transpeptidase (gama-GT)], 
enzimas musculares (creatinoquinase total e DHL), e sedimento urinário. 
 TRATAMENTO 
Geral: 
 Corticosteróides – A prednisona é a droga de escolha, na dose de 0,5-
1mg/kg/dia em crianças (máximo de 40mg/dia) e 40mg/dia em adultos, por via 
oral, durante períodos de 5 a 10 dias. Essa dose deve ser fracionada a cada 
12 horas. Avaliar o risco/benefício da administração do corticosteróide 
especialmente em pacientes com diabetes, glaucoma, hipertireoidismo e 
úlcera péptica em atividade. 
8 
 
 Analgésico – Em geral, a administração de dipirona (5-10mg/kg/dose, em 
crianças; 500mg/dose, em adultos) é suficiente para o controle da algia. 
Entretanto, em alguns casos a dor pode ser muito importante, sendo indicado 
o uso de medicamentos como a associação paracetamol-codeína 
(apresentações contendo 500 mg de paracetamol associadas à 7,5 ou 30 mg 
de codeína). As doses de paracetamol são as mesmas acima citadas. Em 
relação à codeína, as seguintes doses devem ser respeitadas: crianças, 0,5-1 
mg/kg/ a cada 4 a 6 horas; adultos, 15-30 mg, no mesmo intervalo. 
 Hidratação – Pacientes com a forma cutâneo-hemolítica devem ser mantidos 
com boa hidratação, tendo como objetivo uma adequada perfusão renal, a fim 
de prevenir a necrose tubular aguda. 
Nas formas hemolíticas que evoluem com insuficiência renal aguda, avaliar a 
necessidade de terapêutica dialítica, além da reposição de concentrados de 
hemácias em hemólises intensas. 
Tratamento da lesão dermonecrótica: 
 Desde o início do quadro local, visto a desvitalização tecidual, o fundamental é a 
limpeza da lesão, visando prevenir a infecção secundária. O desbridamento da 
crosta necrótica deve ser realizado apenas quando houver a delimitação da 
mesma, o que costuma ocorrer após a segunda semana. A retirada da crosta 
necrótica muitas vezes resulta em úlcera com presença de fibrina, tecido 
gorduroso desvitalizado, podendo ser indicado o desbridamento químico. Em 
situações onde haja perda tecidual importante, avaliar a necessidade de enxerto 
ou correção de cicatrizes. 
Específico: 
Soroterapia o mais precocemente possível nos casos de loxoscelismo cutâneo 
grave e nos cutâneo-hemolíticos. Dados experimentais revelam que a eficácia da 
soroterapia é reduzida após 36 horas do acidente. No loxoscelismo-cutâneo, não 
há, até o momento, evidencias que o antiveneno (soroterapia) tenha alguma 
eficácia depois de 48 horas pós-picada. Em relação à forma cutâneo-hemolítica, 
a soroterapia está indicada a qualquer momento em que for diagnosticada a 
hemólise, independente do tempo decorrido pós-acidente. As recomendações 
9 
 
para a utilização do antiveneno dependem da classificação de gravidade e estão 
contidas no organograma apresentado a seguir. O tratamento específico pode ser 
realizado com o soro antiloxoscélico (SALox) e, na ausência deste, com soro 
antiaracnídico (SAA). 
 PROAGNÓSTICO 
Na grande maioria dos casos é bom. O tempo necessário para cicatrização da 
úlcera, por segunda intenção, está relacionado à perda tecidual, podendo demorar 
meses para a cicatrização completa em casos de lesões extensas e profundas. 
 
 
 
 
Phoneutria spp. (Aranha-armadeira) 
 AÇÕES DO VENENO 
O principal mecanismo de ação do veneno é neurotóxico, e está relacionado aos 
efeitos de ativação e retardo da inativação dos canais de Na+ dependentes de 
voltagem. 
 
10 
 
 QUADRO CLÍNICO 
 Leve: Dor, edema, eritema, irradiação, sudorese, parestesia, taquicardia e 
agitação secundárias à dor. 
 Moderado: Manifestações locais associadas à sudorese, taquicardia, 
vômitos ocasionais, agitação, hipertensão arterial. (2 a 4 ampolas). 
 Grave: Prostração, sudorese profusa, hipotensão, priapismo, diarreia, 
bradicardia, arritmias cardíacas, convulsões, cianose, edema pulmonar, 
choque. (5 a 10 ampolas). 
 MANIFESTAÇÕES LOCAL 
 Essencialmente, manifestações locais: dor, edema, eritema, irradiação, 
sudorese, parestesia. Eventualmente, taquicardia e agitação secundárias à 
dor. 
 Quadro local podendo se associar à sudorese, taquicardia, vômitos 
ocasionais, agitação, hipertensão arterial. 
 Além das manifestações acima: prostração, sudorese profusa, hipotensão, 
priapismo, diarréia, bradicardia, arritmias cardíacas, arritmias respiratórias, 
contraturas, convulsões, cianose, edema pulmonar, choque. 
 COMPLICAÇÕES E EXAMES 
 São escassas as informações referentes às alterações laboratoriais 
encontradas neste tipo de acidente. Há registro de leucocitose com 
neutrofilia, hiperglicemia discreta e acidose metabólica leve, possivelmente 
relacionadas ao aumento da atividade simpática. 
 Nos casos graves é aconselhável avaliar o perfil laboratorial dos gases 
arteriais, glicemia e eletrólitos. Nos casos com edema pulmonar e/ou 
hipotensão/choque também devem ser realizadas a radiografia simples de 
tórax e ecocardiografia, visando uma melhor avaliação da função 
miocárdica. 
 TRATAMENTO 
Geral: 
A principal abordagem terapêutica consiste na aplicação de procedimentos 
terapêuticos para alívio da dor como infiltração anestésica local, analgésicos 
11 
 
administrado por via oral ou sistêmica. A maioria dos pacientes que necessitam de 
anestesia local tem boa resposta com apenas uma infiltração. 
Infiltração anestésica: quando a dor é de forte intensidade, o bloqueio anestésico 
está indicado. Pode ser local ou troncular, e geralmente é realizada com lidocaína 
a 2% sem vasoconstritor, uma vez que a grande maioria das picadas ocorre nas 
extremidades. A dose preconizada para crianças é de 0,5-1 ml e, para adultos, de 
1-4 ml, podendo ser repetida caso a dor não melhore, sendo excepcional o número 
de pacientes que requer três ou mais infiltrações. O efeito anestésico da lidocaína 
dura, em geral, de 2-8 horas, e a dose máxima não deve ultrapassar 7 mg/kg/dia. 
Analgesia: Caso o médico avalie que a dor apresentada é leve ou moderada 
(suportável), podem ser empregados analgésicos por via oral, como o paracetamol 
(crianças, 10/mg/kg/dose/ a cada 4 a 6 horas; adultos, 500 mg/dose, no mesmo 
intervalo) ou dipirona (crianças, 10 mg/kg/dose/6-6 horas; adultos, 500 mg/dose, 
no mesmo intervalo). Quando a dor é de forte intensidade e reincide mesmo após 
administração de duas infiltrações anestésicas, podem ser administrados 
analgésicos opióides de uso intravenoso, como o tramadol, na dose de 1-2 mg/kg 
(crianças) e 50-100 mg (adultos) e caso necessário, morfina intramuscular ou 
intravenosa, na dose de 0,1 a 0,2 mg/kg/dose a cada 4-6 horas para crianças e de 
2,5 a 10 mg dose a cada 4-6 horas para adultos. Também pode ser indicada, desde 
que o paciente tenha mais de um ano de idade, não seja alcoólatra ou tenha 
insuficiência hepática, a associação paracetamol/codeína (apresentações 
contendo 500 mg de paracetamol associadas à 7,5 ou 30 mg de codeína). As 
doses de paracetamol são as mesmas acima citadas. Em relação à codeína, as 
seguintes doses devem ser respeitadas: crianças, 0,5-1 mg/kg/ a cada 4 a 6 horas; 
adultos, 15-30 mg, no mesmo intervalo. Após a alta, considerando que possa haver 
recorrência da dor, é prudente a prescrição de analgésicos nas primeiras 24-
48horas. Compressa morna ou imersão da região atingida em água morna também 
podem ser úteis como adjuvantes para o tratamento da dor. 
Específico: 
A soroterapia antiveneno, com soro antiaracnídico (SAA), está indicada em todos 
os casos graves, aliada a medidas de suporte vital, bem como em crianças 
(geralmente menores que 7 anos) com quadro moderado. Todos os pacientes 
12 
 
graves devem ser internados em unidade de cuidados intensivos para 
monitoramento dos distúrbioshemodinâmicos e respiratórios. 
 PROAGNÓSTICO 
De maneira geral o prognóstico é muito bom, uma vez que são raros os casos 
graves. 
 
 
Latrodectus spp. (Viúva-negra) 
 AÇÕES DO VENENO 
O veneno da viúva-negra é muito tóxico para o homem. Ele ataca o sistema nervoso 
provocando dores musculares muito intensas, náuseas, dor de cabeça e alterações 
cárdio-respiratórias, sendo mais grave em crianças e podendo causar acidentes fatais 
em pessoas sensíveis. 
 QUADRO CLÍNICO 
O quadro clínico é dor no local da picada com intensidade variável, tipo mialgia, 
evoluindo para sensação de queimação (ocorrendo 15 a 60 min. após o acidente). 
13 
 
Lesões puntiformes com uma ou duas perfurações de 1 a 2mm e edema discreto no 
local da picada. Pode ocorrer Hiperestesia na área da picada, placa urticariforme e 
infartamento ganglionar. Frequentemente há ocorrência de tremores, contrações 
espasmódicas dos membros, sudorese local, ansiedade, excitabilidade, insônia, 
cefaléia, prurido, eritema de face e pescoço, dor no tórax com sensação de morte 
eminente, taquicardia inicial e hipertensão seguidas de bradicardia. 
 MANIFESTAÇÕES LOCAL 
A dor é uma manifestação universalmente presente nas picadas deste gênero, 
costuma ocorrer no local da picada com irradiação para dorso, tórax e região 
abdominal. O seu aparecimento é gradual com piora progressiva em períodos de 
horas a dias, a irradiação da dor em membro para região superior é uma apresentação 
típica. Em pacientes com manifestações sistêmicas, a mialgia é a mais comum entre 
elas. 
Em pacientes com manifestações apenas locais recomendam-se os cuidados locais 
de limpeza e profilaxia antitetânica, se necessário. Vários tratamentos foram 
propostos incluindo analgésicos, antieméticos, benzodiazepínicos, antídotos, 
magnésio e cálcio. Existe pouca evidência de qualidade para validar o uso das 
diferentes medicações citadas, mas analgésicos, principalmente opioides, são 
utilizados frequentemente. 
Os benzodiazepínicos podem ser utilizados em casos de fasciculações ou espasmos 
musculares. A evidência para o uso de soro específico nestes pacientes é insuficiente 
para indicar a sua utilização. 
 
 TRATAMENTO 
O tratamento só se dá através da aplicação de um soro específico anti-Latrodectus. 
O paciente melhora em cerca de 30 minutos até 3 horas após a aplicação do soro e 
deve permanecer hospitalizado por 24 horas. É administrado também doses de 
analgésicos e sedativos visando o bem estar do paciente. Os primeiros socorros são 
padrões para acidentes com animais peçonhentos:a vítima deve ser hidratada com 
água, e o local da picada deve permanecer elevado. O paciente localizado longe de 
centros urbanos deve-se encaminhar para o serviço de saúde mais próximo para 
administração do soro específico. Não se devem realizar torniquetes, cortes ou furos 
no local da picada. . 
https://www.infoescola.com/doencas/insonia/
https://www.infoescola.com/cardiologia/taquicardia/
https://www.infoescola.com/cardiologia/bradicardia/
14 
 
 
 
A aranha caranguejeira (Mygalomorphae) 
 AÇÕES DO VENENO 
Podem provocar relaxamento da musculatura estriada em camundongos. Alguns 
gêneros apresentaram, em animais de laboratório, veneno com ação semelhante ao 
da Phoneutria. 
 QUADRO CLÍNICO 
Dor no local da picada de pequena intensidade e curta duração, às vezes 
acompanhada de discreta hiperemia local. Não se conhece relato de acidentes 
graves. Do desprendimento dos pelos, ocorrem manifestações cutâneas e das vias 
respiratórias altas, provocadas por ação irritativa ou alérgica nos pacientes 
previamente sensibilizados. 
 TRATAMENTO 
 Anti-histamínico via oral, se necessário 
 
15 
 
 
 
MEDIDAS PREVENTIVAS 
Em Instituto Butantan (2005), são citados: 
 Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo 
doméstico, material de construção nas proximidades das casas. 
 Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e 
outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada. 
 Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a 
dois metros junto das casas. 
 Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas e escorpiões podem se 
esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo. 
 Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. 
 Usar calçados e luvas de raspas de couro pode evitar acidentes. 
 Vedar soleiras das portas e janelas ao escurecer, pois muitos desses animais têm 
hábitos noturnos. 
 Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, 
consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas e telas nas 
janelas. 
 Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques. 
 Combater a proliferação de insetos para evitar o aparecimento das aranhas que deles 
se alimentam. 
16 
 
 Afastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros 
encostem no chão. Inspecionar sapatos e tênis antes de calçá-los. 
 Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: aves de hábitos noturnos 
(coruja, joão-bobo), lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos, coatis, entre outros 
(na zona rural). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
REFERENCIAS: 
AZEVEDO, F. H. G. Sistemática e evolução das aranhas-armadeiras (Ctenidae: 
Phoneutria) a partir de evidências moleculares, morfológicas e ecológicas. 2012. 
95 f. Dissertação de mestrado apresentada ao programa de pós-graduação em 
Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre do Instituto de Ciências Biológicas, 
Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2012. 
BRUSCA, R.C.; BRUSCA, G.J. Invertebrados. 2.ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 
2007. 1092p. 
DE SANTANA, P. T. V.; BARROS, O. J.; SUCHARA, A. E. Aspectos clínicos e 
epidemiológicos relacionados a acidentes com animais peçonhentos. Rev. 
Ciênc. Méd. Biol., Salvador, v. 14, n. 2, p. 153-159, mai./ago. 2015. 
FUNEB. Animais peçonhentos. Manual de publicação da Fundação Ezequiel Dias – 
FUNED. Belo Horizonte: março de 2014 
FUNEB. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais 
peçonhentos. Fundação Nacional de Saúde – FUNASA/Ministério da Saúde. Brasília, 
outubro de 2001. 
INSTITUTO BUTANTAN. Aracnídeos. São Paulo: Laboratório de artrópodes, 2005. 
373p. 
LISE, F.; GARCIA, M. R. F. Epidemiologia do araneísmo no município de 
Chapecó, Santa Catarina, Brasil. Seminário: Ciências Biológicas e da Saúde, 
Londrina, v. 28, n. 2, p. 93-98, jul./dez. 2007 
VON IHERING, R. Dicionário dos Animais do Brasil. 2.ed. Rio de Janeiro: Difel, 
2003, 587p. 
WEN, F. H. Escorpionismo e Araneísmo. São Paulo: Laboratório de artrópodes, 
2005. 73p.

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