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METODOLOGIA 
DO VOLEIBOL
Ana Paula Maurilia 
dos Santos
As regras oficiais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Aplicar as regras oficiais da Federação Internacional de Voleibol (FIVB).
  Identificar as mudanças que ocorreram nas regras do voleibol.
  Definir as responsabilidades de cada um dos membros da equipe de 
arbitragem envolvidos em uma partida de voleibol.
Introdução
O voleibol é um esporte praticado por duas equipes em uma quadra 
de jogo retangular dividida por uma rede. Há muitas versões do jogo 
disponíveis, cada uma delas adaptada aos diferentes praticantes. O co-
nhecimento das regras oficiais do voleibol é imprescindível no processo 
de aprendizagem da modalidade.
Neste capítulo, você vai compreender a evolução das regras do volei-
bol nos últimos anos e as principais regras vigentes nos dias atuais. Tais 
regulamentos vão desde as dimensões da quadra e dos equipamentos 
à responsabilidade de cada um dos membros da equipe de arbitragem.
As principais regras
Delimitação da quadra e seus equipamentos
A partida de voleibol ocorre em uma quadra de jogo retangular (18 × 9 m) 
e simétrica, circundada por uma zona livre de, no mínimo, três metros de 
largura e espaço aéreo livre de, no mínimo, sete metros de altura. A quadra é 
delimitada por duas linhas laterais e duas linhas de fundo, é dividida ao meio 
por uma linha central (que divide esse espaço em duas áreas de 9 × 9 m), na 
qual é colocada a rede na posição vertical (altura de 2,43 m para homens e de 
2,24 m para mulheres). A rede possui um metro de altura por 9,5 a 10 m de 
comprimento (com 25 a 50 cm adicionais além das faixas), é constituída por 
malhas quadradas pretas com 10 cm de lado. 
Duas faixas brancas são tensionadas verticalmente à rede e colocadas no 
prolongamento acima de cada linha lateral e são consideradas partes integrantes 
da rede, assim como as antenas (varas flexíveis com 1,8 m de comprimento 
e 10 mm de diâmetro, amarradas de forma a tangenciar a parte externa de 
cada faixa lateral). Vale ressaltar que o que sustenta a rede são os postes, com 
2,55 m de altura são colocados a 0,5 m a 1 m de cada linha lateral. Além da 
rede, o outro equipamento de jogo é a bola (com circunferência de 65 a 67 cm, 
peso de 260 a 280 g, com pressão interna de 4,26 a 4,61 psi) (FÉDÉRATION 
INTERNATIONALE DE VOLLEYBALL, 2016), feita de couro ou de couro 
sintético. 
As linhas da quadra devem possuir 5 cm de largura e ter cor clara, diferente 
da cor do piso da quadra. Em cada meia-quadra há uma linha de ataque, traçada 
a 3 m de distância do eixo central, marcando a zona de frente (limitada pelo 
eixo da linha central e a extremidade posterior da linha de ataque). A zona 
de saque situa-se atrás de cada linha de fundo e é a área (de 9 m) da qual o 
atleta deverá realizar o saque. Há também a zona de substituição (delimitada 
pelo prolongamento imaginário de ambas as linhas de ataque até a mesa do 
apontador) e a zona de troca do líbero (parte da zona livre no lado do banco 
das equipes, limitada pela extensão da linha de ataque até a linha de fundo).
Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012) descrevem brevemente como se dá a prática 
do voleibol: a disputa ocorre entre duas equipes compostas por seis jogadores 
(em quadra), podendo ter, no máximo seis reservas. O jogo consiste em golpear 
a bola de forma que ela passe sobre a rede em direção ao campo adversário, 
objetivando marcar ponto quando a bola tocar o solo adversário. Cada jogada 
é iniciada por um saque, realizado por um jogador posicionado na linha de 
fundo da quadra (jogador que está ocupando a posição 1). O saque deverá 
passar por cima da rede e a equipe que recebe o saque deverá enviar a bola 
de volta ao campo daquele que sacou, considerando as seguintes condições:
  dar, no máximo, três toques na bola; 
  realizar toques com jogadores alternados;
  não conduzir ou segurar a bola durante a execução do toque;
  impedir que a bola toque o solo de seu campo de jogo. 
Composição das equipes
A composição máxima de uma equipe em uma partida são 12 jogadores. Entre 
eles deverá haver pelo menos um líbero e um capitão. O capitão exerce função 
fundamental na representação da equipe, uma vez que é o único jogador que 
As regras oficiais2
poderá falar com o árbitro, participar dos sorteios e responder pela equipe em 
formalidades. Seis jogadores são necessários para iniciar a disputa de cada 
set, e esses são denominados os titulares da equipe (FÉDÉRATION INTER-
NATIONALE DE VOLLEYBALL, 2016). Além dos jogadores, uma equipe 
é composta também pela comissão técnica (um técnico e até dois assistentes 
técnicos) e o corpo médico (um fi sioterapeuta e um médico).
Entre os 12 jogadores que compõem a equipe, deve ser escolhido um jogador para 
ser o líbero e outro para ser o capitão. É importante salientar que devem ser jogadores 
diferentes, isto é, o líbero não pode ser o capitão, nem o capitão da equipe pode exercer 
a função de líbero. Em caso de lesão do líbero, a equipe pode indicar qualquer outro 
jogador que não esteja em quadra para cumprir sua função e o líbero machucado 
não pode voltar a atuar na partida.
Quanto à localização da equipe, os jogadores que não estão jogando per-
manecerão sentados no banco ou na área de aquecimento de sua equipe com 
o técnico e os demais membros.
Os responsáveis pela conduta e pela disciplina dos jogadores são o capitão e 
o técnico. Antes da partida, o capitão assina a súmula e representa sua equipe 
no sorteio; durante a partida e enquanto estiver em quadra, ele é o capitão no 
jogo. Quando a bola não estiver em jogo, somente o capitão no jogo poderá 
dirigir-se ao árbitro para solicitar explicações sobre a interpretação das regras, 
para trocar uniformes, ver o posicionamento da equipe, checar o piso, a rede 
e a bola, etc.
Conduta dos participantes
Em relação à conduta dos participantes, alguns pontos devem ser destacados: 
o cumprimento e o reconhecimento das regras do voleibol são necessários a 
todos os jogadores, que deverão aceitar as decisões do árbitro com espírito 
esportivo e sem contestação. O esclarecimento em caso de dúvida só pode ser 
realizado pelo capitão da equipe. Deve haver uma atitude respeitosa e cortês 
com todos os envolvidos na partida (árbitros, outras autoridades, adversários, 
companheiros de equipe e espectadores). Vale ressaltar que a comunicação 
entre os jogadores é permitida durante o jogo.
3As regras oficiais
Posições em quadra
Os seis titulares, ao entrar em quadra, deverão ocupar uma das posições na 
quadra. Esse posicionamento inicial indica a ordem de rotação dos jogadores 
na quadra. As posições dos jogadores em quadra são numeradas de modo 
que os três jogadores que fi cam ao longo da extensão da rede formando a 
linha de frente, ocupam as posições 4 (frente-esquerda), 3 (frente-central) e 2 
(frente-direita); já os outros três formam a linha de trás, ocupando as posições 
5 (traseira esquerda), 6 (traseira central) e 1 (traseira direita).
Quando a equipe receptora ganha o direito de sacar, os jogadores avançam 
uma posição no sentido horário: jogador da posição 2 avança para a posição 1 
para realizar o saque, jogador da 1 retorna para a posição 6, assim por diante. As 
posições não mudam, devem ser mantidas durante todo o set (FÉDÉRATION 
INTERNATIONALE DE VOLLEYBALL, 2016). Esse rodízio obrigatório 
permite que cada jogador tenha que ocupar uma das seis posições da quadra, 
fato que implica, pelo menos em tese, que os jogadores dominem todos os 
fundamentos do jogo (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012).
É importante compreender que o sentido em que as posições são enumeradas na 
quadra e a direção do sentido do rodízio são diferentes, isto é, enquanto a contagem 
das posições é feita no sentindo anti-horário, a movimentação do rodízio é feita no 
sentido horário. A Figura 1, a seguir, ilustra as duas situações. 
Figura 1. Posições na quadra e sentido da rotação.
Fonte: FIVB (2016).
4 3 2
165As regras oficiais4
Cada jogador deverá manter o posicionamento, respeitando as relações 
entre si (considerando quem está ao seu lado direito ou esquerdo e a sua 
frente ou atrás, de acordo com o lugar ocupado em quadra). Somente os 
jogadores da linha de ataque (posições 4,3,2) podem participar normalmente 
das jogadas de rede (bloqueio e ataque), e os jogadores da posição 5, 6, e 1, 
poderão participar da defesa. É possível certo deslocamento das posições, 
desde que mantidas as correspondências — por exemplo, o jogador 1 deve 
estar sempre à direita do jogador 6 e atrás do jogador 2, conforme a Figura 
1 (FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE VOLLEYBALL, 2016). As 
posições dos jogadores são determinadas de acordo com a colocação de 
seus pés no solo e a proximidade deles em relação às linhas da quadra. 
Vale ressaltar que, após o golpe do saque, os jogadores poderão se mover 
livremente dentro de sua quadra, assim como na zona livre, respeitando as 
regras de jogadas ofensivas/defensivas. 
Marcar um ponto, vencer um set e a partida
Uma equipe marca um ponto caso consiga fazer a bola tocar a quadra adversá-
ria; quando a equipe adversária comete uma falta ou quando é penalizada. O 
ponto não é marcado quando a bola vai para fora. A “bola fora” ocorre quando 
todas as partes da bola que entram em contato com o solo estão completamente 
fora das linhas de delimitação da quadra. 
Vencerá um set (exceto o quinto, por seu caráter decisivo), a equipe que 
alcançar primeiro a marca de 25 pontos, com uma diferença mínima de dois 
pontos. Em caso de empate em 24 × 24, o set prossegue até que a diferença 
de dois pontos seja atingida (26 × 24, 27 × 25). O quinto set é jogado até 15 
pontos, considerando-se a vantagem mínima de dois pontos a partir do décimo 
quarto ponto.
Vencerá a partida a equipe que vencer três sets. Quando ocorrer empate 
em sets por 2 × 2, o quinto set, de caráter decisivo, será jogado até que uma 
das equipes alcance a marca de 15 pontos, com uma diferença mínima de 
dois pontos.
Situações de jogo
São consideradas situações de jogo:
  bola em jogo — é considerada a partir do momento em que o sacador 
golpeia a bola, após a autorização de saque dada pelo primeiro árbitro;
5As regras oficiais
  bola fora do jogo — momento em que há a ocorrência ou o cometimento 
de uma falta e, na ausência desta, ao soar do apito;
  bola dentro — quando, em qualquer momento de seu contato com o 
solo, alguma parte da bola toca a quadra de jogo, incluindo as linhas 
de delimitação;
  bola fora — quando todas as partes da bola que entram em contato 
com o solo estão completamente fora das linhas de demarcação da 
quadra; quando toca algum objeto fora da quadra do jogo, a antena, o 
poste, as cordas de sustentação e as faixas laterais da rede. Quando a 
bola cruza o plano vertical da rede por fora do espaço de cruzamento, 
ou quando cruza completamente o espaço inferior abaixo da rede, é 
considerada bola fora.
Início do jogo e ordem dos saques
A equipe que inicia sacando no primeiro e no quinto set é determinada por 
sorteio. A bola estará em jogo a partir do saque, e é classifi cada como fora de 
jogo, no encerramento do rally. Os demais sets começarão com o saque da 
equipe que iniciou sendo a receptora no set anterior. Quando a equipe sacadora 
vence o rally, o sacador voltará a sacar e quando a equipe receptora vence, 
esta ganha o direito de sacar e realiza o rodízio antes do saque. Quem sempre 
saca é o jogador que se encontra na posição 1. O sacador tem oito segundos e 
apenas uma tentativa para executar o saque. Ele não poderá pisar na quadra 
de jogo nem fora da zona de saque.
Cada equipe deve atuar dentro dos limites de sua própria área de espaço de 
jogo, mas a bola pode ser recuperada mesmo além de sua própria zona livre.
Contato com a bola
Um toque é qualquer contato com a bola realizado por um jogador em jogo. 
É permitido, por equipe, até três toques na bola (além do toque do bloqueio, 
que não é contabilizado para contagem), toda vez que a bola é enviada à 
sua própria quadra. Se mais de três toques são utilizados, a equipe comete 
a falta chamada quatro toques. Não é permitido o jogador tocar duas vezes 
consecutivas na bola, exceto em caso de bloqueio e primeiro toque da equipe.
Na hipótese de dois (ou três) jogadores da mesma equipe tocarem a bola 
simultaneamente, serão contados dois (ou três) toques (exceto no bloqueio). Se 
As regras oficiais6
eles tentam atingir a bola, mas somente um a toca, conta-se um toque. Uma 
colisão entre jogadores não caracteriza falta. Qualquer parte do corpo dos 
jogadores poderá ser tocada pela bola — que pode ser rebatida em qualquer 
direção — desde que ela não seja lançada ou retida nessa ação. Vale ressaltar 
também que, ao cruzar a rede, a bola poderá tocá-la, se for enviada para a 
rede, pode ser recuperada dentro do limite de três toques da equipe. Uma 
curiosidade é que, se a bola rasgar as malhas da rede ou a desarmar, o rally 
é cancelado e repetido.
Interrupções durante o jogo
As únicas interrupções regulares no jogo são substituições e tempo de descanso. 
A substituição é quando um jogador entra no jogo para ocupar a posição de 
outro jogador que deve deixar a quadra naquele momento. Cada equipe poderá 
solicitar até seis substituições por set e até dois tempos de descanso com 
duração de 30 segundos cada. Em competições internacionais, além dessas 
duas categorias de interrupções, são adicionados dois tempos técnicos de 1 
minuto cada, quando uma equipe atinge o oitavo e o décimo sexto ponto, mas 
isso ocorre apenas nos quatro primeiros sets. Os intervalos entre os sets têm a 
duração de três minutos, no qual há a troca do lado da quadra entre as equipes.
Qualquer ação imprópria de uma equipe que faça com que haja o atraso 
do reinício do jogo caracteriza um retardamento e geram punições. São elas: 
  prolongar uma interrupção regular; 
  prolongar uma interrupção após receber instruções para retomar o jogo; 
  solicitar uma substituição ilegal;
  repetir uma solicitação indevida; 
  retardar o andamento do jogo. 
São consideradas interrupções excepcionais no jogo alguma lesão ou mal 
súbito. Na ocorrência de acidentes sérios, o rally deverá ser jogado novamente. 
Caso um jogador contundido não possa ser substituído, um tempo de recupe-
ração de três minutos será concedido a ele apenas uma vez na mesma partida; 
caso ele não se recupere, sua equipe é declarada incompleta.
7As regras oficiais
Penetrações e contatos
É permitido penetrar no espaço adversário sob a rede, desde que isso não 
interfi ra na jogada do adversário. É proibido o toque no adversário durante 
o jogo, tampouco na bola enquanto não estiver ocorrendo a ação do ataque. 
Toda ação de enviar a bola para a quadra adversária é considerada um toque 
de ataque, exceto o saque. 
O solo adversário não poderá ser tocado quando a bola estiver em jogo, 
porém pode-se entrar na quadra adversária depois que a bola estiver fora de 
jogo. Invasões com os pés e com as mãos são exceções e são consideradas 
apenas quando esses membros estiverem totalmente em contato com o solo 
adversário. Por exemplo, se o pé de um jogador de rede penetrar, completa-
mente, na quadra adversária, será considerado falta. 
Após um golpe de ataque, é permitido ao jogador passar as mãos além da 
rede, desde que o contato com a bola tenha ocorrido dentro do seu próprio 
espaço de jogo. Não é permitido o contato dos jogadores com a rede ou com 
as antenas durante uma ação do jogo.
Bloqueio
São permitidos contatos consecutivos por um ou mais bloqueadores, desde que 
ocorram durante essa ação. Ao bloquear, o jogador pode colocar suas mãos 
e braços além da rede, desde que isso não interfi ra na jogada do adversário. 
Desse modo, é proibido tocar a bola além da rede até o adversário executar 
um golpe de ataque. Um contato de bloqueio não conta como um toque da 
equipe, assim, após o contato do bloqueio, a equipe tem direito a três toques 
para retorno da bola, sendo queo primeiro toque após o bloqueio pode ser 
realizado por qualquer jogador, inclusive aquele que tocou a bola nessa jogada 
bloqueadora. Vale lembrar que é proibido bloquear o saque adversário.
As regras oficiais8
O jogador líbero
Cada equipe tem o direito a designar, entre os 12 jogadores, até dois jogadores 
especialistas em defesa: os líberos. Nas competições mundiais e oficiais da FIVB, quando 
há mais do que 12 jogadores registrados na súmula, é obrigatório ter dois líberos na 
relação da equipe, registrados na súmula antes do início da partida, posicionados nas 
linhas especiais reservadas para isso. Apenas um líbero de cada vez pode atuar em 
quadra. O que estiver em jogo é o líbero atuante e, na presença de outro líbero, ele 
será o segundo líbero da equipe.
Esse jogador especialista em defesa poderá efetuar a troca com qualquer jogador 
que ocupe uma posição da linha de trás. Sua atuação é restrita às posições da linha 
de trás, não é permitido completar um golpe de ataque, de qualquer parte da quadra 
ou da zona livre, se, no momento do contato com a bola, esta esteja totalmente acima 
do bordo superior da rede. 
Outras particularidades da atuação desse jogador são:
  o líbero não realiza o saque e nem o bloqueio ou sua tentativa;
  trocas efetuadas com o líbero não contam como substituições;
  caso o líbero seja expulso ou desqualificado, poderá ser trocado imediatamente 
pelo segundo líbero. Caso a equipe tenha apenas um, ela terá direito a fazer uma 
redesignação.
Até o momento foram reunidas informações importantes para se com-
preender como funciona o jogo de voleibol. Pelo fato de o voleibol exigir um 
elevado esforço tático e estratégico, o entendimento das regras do voleibol se 
torna essencial aos jogadores e aos futuros professores de Educação Física. As 
regras do voleibol têm sofrido bastantes mudanças ao longo dos anos. Essas 
são as regras que estão em vigor nos dias atuais, e para serem estabelecidas, 
passaram por constantes transformações e adaptações.
A evolução das regras do voleibol
Desde a criação do voleibol, as mudanças nas regras do jogo têm ocorrido 
de forma constante. É um dos esportes que mais aceitam modifi cações com 
o intuito de tornar o jogo mais dinâmico, mais agradável ao público, menos 
extenuante para os jogadores e mais interessante para a transmissão dos jogos 
pela mídia (BIZZOCCHI, 2016). 
9As regras oficiais
A inclusão do jogador líbero no jogo de voleibol, em 1998, foi conside-
rada uma alteração significativa nas regras e uma mudança de fundamental 
importância para o voleibol moderno. O objetivo dessa inclusão foi dar mais 
dinâmica ao jogo e obter melhorias nas ações defensiva/ofensiva, elevando 
as habilidades técnicas e táticas, tornando-se muito eficaz no contra-ataque 
(BELLENDIER, 2003).
Neste mesmo ano, a FIVB modificou a contagem de pontos nas partidas: 
a contagem tradicional que estipulava o limite de 15 pontos nos sets, com 
vantagem, passou a ser de 25 pontos corridos, sem vantagem (tie-break). Com 
isso, cada disputa de bola começou a valer ponto. Essa foi a cartada mais ousada 
da FIVB para reduzir a duração das partidas, na necessidade de transformar 
o jogo de voleibol em um produto atraente para as transmissões televisivas.
O Quadro 1 apresenta as principais transformações das regras do voleibol.
1895 Jogo disputado em 9 pontos, sem número de participantes 
determinados. O jogador precisava colocar um pé sobre a linha 
no momento do saque e tinha direito a duas tentativas.
1902 O jogo terminava em 21 pontos. O saque era dado com a mão aberta 
ou com o punho. Se a bola caísse na linha, passaria a ser considerada 
dentro. Foi eliminado o drible e permitido tocar duas vezes na bola.
1912 Foram implementados novos tamanhos de quadra. A 
disputa era fixada em dois sets por partida. O rodízio foi 
introduzido e foi proibido golpear a bola com o punho. O 
peso da bola diminuiu e a circunferência aumentou.
1918 Foi estabelecido que árbitro poderia voltar o saque. A altura da rede 
foi aumentada e o saque não poderia tocá-la. O auxílio de outro 
jogador para que o saque passasse da rede foi proibido, assim como 
tocar a bola na quadra adversária por sob a rede. O set passou a ser 
de 15 pontos e o limite de jogadores de cada lado passou para 6. 
1920 Foram validados quaisquer toques acima da cintura. Foi instituída 
a linha central e proibida a invasão da quadra adversária. Os toques 
foram limitados a três e as medidas da quadra foram alteradas para 
as atuais (18 × 9 m). Foi determinado que o set só terminaria em 
15 pontos se houvesse diferença de dois pontos entre os times.
 Quadro 1. A evolução das regras do voleibol 
(Continua)
As regras oficiais10
 Fonte: Adaptado de Bizzocchi (2016). 
1924 Foram instituídas as primeiras regras oficiais 
para competições entre mulheres.
1970 As antenas passaram a limitar o espaço aéreo em 9,40 m.
1972 A arbitragem passou a ser mais complacente no contato 
com a bola em situação de dificuldades dos jogadores.
1976 O espaço entre as antenas foi reduzido para 9 m e o toque no bloqueio 
não foi mais considerado como o primeiro dos três toques permitidos.
1982 Foi instituído menos rigor no contato duplo na recepção e defesa.
1984 O bloqueio do saque foi proibido.
1988 O set foi limitado a 17 pontos e o tie-break foi criado.
Foi permitido que a bola tocasse qualquer parte 
acima dos joelhos na recepção ou na defesa.
1992 A zona de saque foi aumentada para 9 m e foi permitido 
que a bola tocasse qualquer parte do corpo.
1996 Foi permitida a recuperação da bola quando cruzasse a rede por 
fora das antenas e o toque da quadra adversária com as mãos.
1998 Os quatro primeiros sets passariam a ser jogados em tie-
break até 25 pontos ou até que se abrissem dois pontos de 
vantagem. Neste ano ocorreu também a inclusão do líbero.
2006 Foi delimitado do espaço do técnico próximo da 
quadra e decretado o fim da bola presa.
 Quadro 1. A evolução das regras do voleibol 
(Continuação)
11As regras oficiais
Algumas modificações nas regras podem não ser tão benéficas para os seus praticantes. 
Para Guimarães (2000, p. 27), “[...] ao diminuir o tempo de jogo com a nova forma de 
pontuar, criou-se maior desgaste emocional e maior estresse dos seus praticantes 
pela ausência da possibilidade de recuperar o erro cometido como era permitido 
no regulamento anterior”. Confira no artigo intitulado O “Tie Break” Como Fator de 
Dificuldade na Aprendizagem das Habilidades Motoras do Voleibol em Indivíduos Praticantes 
da Categoria Mirim, o ponto de vista do autor.
https://goo.gl/gvCcCZ
Como podemos perceber, com o advento da FIVB, em 1947, houve uma 
reestruturação das regras que buscou a unificação das várias versões e um 
maior dinamismo ao esporte. Até meados da década de 1980, as diversas 
mudanças na regra tinham o intuito de modernizar cada vez mais o esporte. 
A partir daí, verificamos que, as modificações e as adaptações ocorrem pela 
necessidade de transformar o jogo de voleibol em um produto atraente para as 
transmissões televisivas, mesmo que isso possa gerar um desgaste emocional 
aos seus praticantes. Para que exista o voleibol espetáculo, é necessário um 
conjunto de elementos. Veja a seguir a composição da equipe de arbitragem e 
como se dá a aplicação das condutas impróprias e as possíveis punições que 
possam vir a ocorrer durante uma partida de voleibol. 
Equipe de arbitragem e suas atribuições
Composição da equipe de arbitragem
A uma equipe de arbitragem é composta pelo primeiro e pelo segundo árbitro, 
pelo apontador, pelo apontador assistente e por dois juízes de linha. A Figura 
2 apresenta a localização da equipe de arbitragem e de seus assistentes.
As regras oficiais12
Figura 2. Localização da equipe de arbitragem e de seus assistentes.
Fonte: Adaptada de FIVB (2016, p. 19).
2
4
4
5
3
A
/A
S
6
1
JL
2
JL
2A 1A
1A = Primeiro árbitro
= Segundo árbitro
= Apontador/Apontador assistente
= Juízes de Linha (números 1-4 ou 1-2)
= Boleiros(números 1-6)
= Enxugadores
JL
JL
4
3
2
2
2A
A/AS
Primeiro árbitro e segundo árbitro
Somente eles podem apitar durante o jogo. As decisões do primeiro árbitro são 
soberanas e atuam sobre a dinâmica do jogo. O primeiro árbitro se posiciona 
sobre uma cadeira colocada atrás de um dos postes de sustentação da rede e 
é ele quem realiza as seguintes ações:
  autorização do saque e encerramento dos rallies;
  realização das sinalizações quando ocorrer alguma irregularidade;
  verificação das condições da quadra e de seus equipamentos (rede e 
bola);
13As regras oficiais
  controle do aquecimento dos atletas;
  realização do sorteio inicial do jogo (equipe que inicia sacando no 
primeiro e no quinto sets) (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). 
O segundo árbitro é o assistente do primeiro. É ele quem assina as invasões, 
as bolas que cruzam a rede por fora ou que tocam a antena do seu lado da 
quadra. Ele atua ao lado do poste, fora da quadra, no lado oposto e de frente 
para o primeiro árbitro e tem também suas funções específicas, como:
  auxílio ao trabalho do apontador;
  relacionamento com a comissão técnica e atletas do banco de reservas;
  autorização das substituições e solicitações de tempo;
  controle e fiscalização da ordem de saque;
  sinalização (com apito) quando há o contato do jogador com a rede ou 
com a antena, já que sua atuação é ao lado do poste (BOJIKIAN, J.; 
BOJIKIAN, L., 2012). 
Apontador
 É o apontador que preenche a súmula do jogo. Antes da partida, ele registra 
os dados do jogo (nomes das equipes, data, local, nome e número dos atletas, 
assinatura dos capitães e dos técnicos), anota as formações iniciais de cada 
equipe e confere se o placar eletrônico acompanha corretamente a contagem 
dos pontos. Controla a ordem do saque e avisa o árbitro sobre a ocorrência 
de irregularidades. Informa o árbitro, nos fi nais de cada set, quando o oitavo 
ponto é marcado (para que a troca de lado da quadra seja providenciada) e 
registra as sanções, advertências e penalidades. Anota o placar fi nal, assina 
e colhe a assinatura dos árbitros e dos capitães. O apontador desempenha 
suas funções sentado na mesa do apontador, no lado oposto e de frente para 
o primeiro árbitro.
Apontador assistente 
O apontador assistente desempenha suas funções sentado ao lado do apontador 
na respectiva mesa. Essa função existe apenas nas competições mundiais e 
ofi ciais da FIVB. 
As regras oficiais14
Dois juízes de linha 
Os juízes de linha controlam a linha de fundo e a lateral do lado em que se 
posicionam. São eles que sinalizam as “bolas dentro ou fora”, irregularidades 
cometidas relacionadas à bola e as faltas cometidas pelo sacador na área de 
saque. Em jogos internacionais, atuam quatro juízes de linha.
Aplicação de condutas impróprias e punições
Cabe à arbitragem gerar as punições, que serão aplicadas quando houver 
condutas antidesportivas ou a intenção de retardar o reinício da partida. Os 
requisitos de conduta desportiva por parte dos atletas envolvem o cumprimento 
das regras ofi ciais de voleibol, bem como o respeito e a aceitação das decisões 
dos árbitros com espírito esportivo ( fair play), de forma cortês, não somente 
com os árbitros, mas também com outras autoridades. Em caso de dúvida, 
somente o capitão em jogo poderá solicitar esclarecimentos. 
Conduta imprópria
A conduta imprópria dos integrantes uma equipe em relação às autoridades, 
oponentes, colegas de equipe ou espectadores, é classifi cada de acordo com 
a seriedade da ofensa:
  conduta rude — a primeira conduta de ação contrária às boas maneiras 
ou aos princípios morais é punida com perda do rally; a segunda, leva 
o atleta reincidente à expulsão, e a terceira, à desqualificação; 
  conduta ofensiva — palavras ou gestos insultantes ou difamantes são 
punidos com expulsão; a segunda conduta é punida com desqualificação;
  agressão — o ataque físico real ou tentativa de agressão são punidos 
com desqualificação; vale ressaltar que a desqualificação e a expulsão 
não acarretam perda do rally.
Condutas impróprias menores não estão sujeitas a sanções e caberá ao 
primeiro árbitro evitar que as equipes se aproximem do nível de sanção. A 
conduta, nesse caso, será uma advertência verbal por meio do capitão da 
equipe e, em um segundo momento, o capitão recebe um cartão amarelo, 
que representa um alerta de que o atleta foi advertido (e, por extensão, a sua 
equipe) e alcançou o nível de sanção naquela partida.
15As regras oficiais
Punições
Dependendo da seriedade da falta, as punições a serem aplicadas e registradas 
na súmula, de acordo com o julgamento do primeiro árbitro, são representadas 
em uma escala de punição:
  penalidade — primeira conduta rude na partida por qualquer integrante 
da equipe é punida com um ponto e saque para o adversário;
  expulsão — um atleta que é punido com expulsão não jogará pelo 
tempo restante do set e deve ser substituído imediatamente; a primeira 
conduta ofensiva do atleta é punida com expulsão sem qualquer outra 
consequência; a segunda conduta rude, na mesma partida, realizada pelo 
mesmo atleta, é punida com expulsão, sem qualquer outra consequência;
  desqualificação — o atleta que é punido com desqualificação deve 
deixar a área de controle da competição pelo restante da partida e 
deve ser substituído imediatamente sem qualquer outra consequência; 
o primeiro ataque físico ou ameaça de agressão, bem como a segunda 
conduta ofensiva, na mesma partida, realizada pelo mesmo atleta da 
equipe, além da terceira conduta rude, na mesma partida, pelo mesmo 
atleta da equipe, é sancionada pela desqualificação sem qualquer outra 
consequência.
Nos casos de retardamento do início da partida, a primeira ocorrência 
é punida com advertência para a equipe em geral, e os subsequentes, com 
penalidade, independentemente de o jogador que tenha provocado o atraso, e 
quando há condutas antidesportivas. 
Sinais oficiais
Os árbitros indicam, por meio de sinais manuais, a razão do apito, cujas 
principais marcações sinalizadas são: 
  bola dentro;
  bola fora;
  bola tocada;
  volta o saque;
  dois toques;
  quatro toques;
  condução;
As regras oficiais16
  ataque de defensor;
  bloqueio irregular/barreira;
  pisada do sacador na linha/invasão;
  toque na rede;
  retardamento de jogo;
  tempo de descanso;
  substituição;
  oito segundos;
  erro de rodízio;
  vencedor do rally;
  final de set ou de jogo.
Essas sinalizações são realizadas pelo árbitro principal (aquele que fica em 
posição elevada), que, embora seja auxiliado pelos demais companheiros de 
arbitragem, é o responsável pela palavra final e, como consequência, aquele 
que informa, por meio de sinal, qual é o resultado da jogada. 
As situações de jogo que são mais recorrentes são também, aquelas em 
que o sinal oficial do árbitro é reproduzido mais vezes, por exemplo, quando 
a bola toca o chão da quadra durante uma disputa normal de ponto, caso a 
bola tenha tocado no lado de dentro da quadra, o árbitro sinaliza com uma das 
mãos estendidas para a frente, na altura da linha da cintura, com as palmas 
para baixo; já quando a bola tocou o lado externo da quadra, os dois braços são 
levantados acima da cabeça, com as palmas das mãos viradas para seu rosto.
Após identificado se a bola foi dentro ou fora ou, ainda, durante qual-
quer pontuação, o árbitro indica a equipe que venceu o rally e que pontuou, 
apontando para a linha de saque do time que fez o ponto usando o braço que 
corresponde ao lado da quadra. Isto é, se a equipe posicionada do lado esquerdo 
do árbitro pontuou, ele utiliza o braço esquerdo para sinalização. 
Outra infração cometida com frequência é a falta por dois toques, isto é, 
quando o jogador toca duas vezes seguidas na bola, seja de forma intencional 
ou não. Nesse caso, o rally é encerrado e a sinalização do árbitro é feita com 
o levantamento da mão acima da altura da cabeça, com o dedo médio e o 
indicador levantados, indicando o numeraldois.
Por fim, ao final do set ou ao final da partida, a última sinalização do 
árbitro é feita com o cruzamento dos braços na frente do peito, formando um 
X com os braços, indicando, assim, que o set e/ou a partida chegou ao fim. 
Como vimos, desde a criação do voleibol, as mudanças nas regras do jogo 
têm ocorrido de maneira constante. A partir de meados da década de 1980 até 
a atualidade, a paixão pelo voleibol dá vez ao business: 
17As regras oficiais
Partidas com uma duração menor para adequação à grade, bolas coloridas 
permitindo uma melhor visualização pelos telespectadores, um jogador es-
pecialista na defesa para aumentar o tempo do rally, maior interatividade dos 
técnicos junto aos atletas e o tempo técnico foram algumas das mudanças 
propostas para a melhoria do espetáculo junto à TV, que com todo o seu 
poderio econômico, é um grande parceiro do desenvolvimento deste esporte 
no mundo. (SANTOS NETO, 2004, documento on-line). 
Por fim, observando essas transformações, fica clara a importância do 
entendimento das regras para a atuação do profissional de educação física da 
educação escolar ao alto rendimento. Pela gama de possibilidades de temati-
zação do voleibol, a compreensão das regras torna-se ponto de partida para 
novas possíveis adaptações do voleibol a outras finalidades. Por exemplo, 
o professor pode modificar, além da altura da rede, o peso e o tamanho da 
bola, o número de jogadores, o número de toques, o sistema tático, além de 
outras variáveis inerentes às regras do voleibol. Desse modo, a prática desse 
esporte é possibilitada a diferentes públicos (crianças, idosos, pessoas com 
deficiência), seja por meio de competições ou apenas de jogos recreativos, 
com o intuito de facilitar o acesso ao esporte e contrapor a ideia midiática do 
voleibol espetáculo.
BELLENDIER, J. Una visión analítico-descriptiva del Mundial de Voleibol ‘Argentina 
2002’. EFDeportes, Buenos Aires, año 9, n. 60, Mayo 2003.
BIZZOCCHI, C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. 5. ed. São Paulo: 
Manole, 2016. 
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. 4. ed. Guarulhos: Phorte, 2008.
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voleibol: 2017-2020. 2016. Disponível em: . Acesso em: 8 dez. 2018.
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SANTOS NETO, S. C. A evolução das regras visando o espetáculo no voleibol. EFDesportes. 
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