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A ABORDAGEM ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO
	Neste conteúdo, serão apresentados os fatores que contribuíram para o surgimento da teoria estruturalista e a sua importância para a Administração. Neste sentido, veremos que essa corrente teórica representou certo avanço em relação à teoria burocrática de Max Weber, bem como teve uma aproximação com a teoria das relações humanas de Elton Mayo, ocasionando uma visão relativamente crítica da organização formal.
	No desenvolvimento dessas teorias, a abordagem estruturalista surgiu com o experimento de conceber a organização como um todo social complexo. Tendo isso em vista, você terá, neste conteúdo, a oportunidade de conhecer os principais conceitos relacionados a essa abordagem, de maneira a identificar suas importantes contribuições para a ciência da Administração.
· Conhecer os principais conceitos e representantes da abordagem estruturalista, assim como demonstrar suas características e contribuições para a ciência da administração;
· Analisar a importância e as origens da teoria estruturalista no contexto atual da administração das organizações;
· Analisar a atual sociedade de organizações; as tipologias organizacionais para estudos comparativos das organizações; os conflitos e sua influência na administração das atuais organizações.
TEORIA ESTRUTURALISTA
	Chiavenato (2014) afirma que, no fim da década de 1950, a teoria das relações humanas entrou em declínio. A oposição entre a teoria clássica e a teoria das relações humanas criou um impasse dentro da Administração que nem mesmo a teoria da burocracia teve condições de superar.
	Desse modo, a teoria estruturalista significou um desdobramento da teoria da burocracia, aproximando-se levemente da teoria das relações humanas e representando uma visão crítica da organização formal. Chiavenato (2014) apresenta a teoria estruturalista como uma corrente baseada na sociologia organizacional, que procura consolidar e expandir os horizontes da administração.
	Ainda de acordo com Chiavenato (2014, p.286), a origem da teoria estruturalista na administração teve como pressupostos:
· A oposição que surgiu entre a teoria clássica e a teoria das relações humanas: elas são incompatíveis entre si. Então, tornou-se necessária uma posição mais ampla, compreensiva e que integrasse os aspectos que eram considerados por uma e omitidos por outra, e vice-versa. A teoria estruturalista pretendeu ser uma síntese da teoria clássica (formal) e da teoria das relações humanas (informal), inspirando-se na abordagem de Max Weber e, até certo ponto, nos trabalhos de Karl Marx;
· A necessidade de visualizar a organização como uma unidade social grande e complexa: nessa unidade social grande e complexa, interagem grupos sociais que compartilham alguns objetivos da organização (como a viabilidade econômica), mas que podem incompatibilizar com outros (como a maneira de distribuir os lucros). Assim, o diálogo maior da teoria estruturalista foi com a teoria das relações humanas;
· A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no estudo das organizações: o estruturalismo sofreu forte influência da Filosofia, da Psicologia (Gestalt), da Antropologia (Claude Lévi-Strauss), da Matemática (Nicolas Bourbaki), e da Linguística, chegando até a teoria das organizações (Thompson, Etzioni e Blau);
· Novo conceito de estrutura: o conceito de estrutura é bastante antigo. Heráclito, nos primórdios da história da Filosofia, concebia os “logos” como uma unidade estrutural que domina o fluxo ininterrupto do devir, tornando-o inteligível. A estrutura é o conjunto formal de dois ou mais elementos, permanecendo inalterada mesmo nas mudanças. A mesma estrutura pode ser apontada em diferentes áreas, bem como a sua compreensão.
Para iniciar os nossos estudos e reflexões sobre o tema, observe a afirmação de Chiavenato (2014, p.256):
“EMBORA ESTIVESSE ESCRITO SOBRE A BUROCRACIA DÉCADAS ANTES, FOI SOMENTE COM A TRADUÇÃO DO ALEMÃO PARA O INGLÊS, EM 1947, QUE MAX WEBER – CONSIDERADO O FUNDADOR DO MOVIMENTO QUE SE INICIOU NA SOCIOLOGIA – PASSOU A SER CONHECIMENTO E DISCUTIDO NOS MEIOS ACADÊMICOS E EMPRESARIAIS. A ABORDAGEM ESTRUTURALISTA É UM MOVIMENTO QUE PROVOCOU O SURGUMENTO DA SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES E QUE IRIA CRITICAR E REORIENTAR OS CAMINHOS DA TEORIA ADMINISTRATIVA”.
	Para Taylor e Fayol, o homem era um ser econômico. Já para Elton Mayo, o homem seria um ser social. No entanto, para a teoria estruturalista, segundo Chiavenato (2014), o foco está voltado para o homem organizacional, ou seja, aquele que cumpre diferentes papéis, em inúmeras organizações. De acordo com Chiavenato (2014), para ser bem-sucedido, esse homem organizacional precisa ter as seguintes características:
· FLEXIBILIDADE: para enfrentar as mudanças bruscas e a adversidade de papéis/funções, bem como novos relacionamentos;
· TOLERÂNCIA EMOCIONAL: por causa do desgaste do enfrentamento dos conflitos gerados por necessidades individuais e organizacional;
· CAPACIDADE DE ADIAR AS RECOMPENSAS: compensar o trabalho rotineiro em detrimento de preferências e vocações pessoais;
· PERMANENTE DESEJO DE REALIZAÇÃO: garantir a conformidade das normas que controlam e asseguram o acesso às posições de carreira dentro da organização.
APRECIAÇÃO CRÍTICA DA TEORIA
ESTRUTURALISTA
- Convergência de abordagens divergentes
- Ampliação da abordagem
- Dupla tendência teórica
- Análise organizacional mais ampla
- Inadequação das tipologias organizacionais
- Teoria da crise, transição, mudança
CONFLITOS ORGANIZACIONAIS
- Conhecimetno x hierarquia
- Coordenação x comunicação livre
- Disciplina burocrática x especialização
- Planejamento centralizado x iniciativa
- Linha x assessoria (staff)
- Visão da situação futura
- Fonte de legitimidade
- Padrões de desempenho
- Unidades de medidas
OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS
SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÕES
ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES
(abordagem múltipla)
- Organização formal x informal
- Recompensas materiais x sociais
- Enfoque racional x natural
- Níveis de organização
- Diversidade de organizações
- Análise interorganizacionais
TIPOLOGIAS DE ORGANIZAÇÕES
- Coercitivas - Interesses comerciais
- Utilitárias - Estado
- Normativas 
- Benefícios mútuos
- Interesses comerciais
- Etapa da natureza
- Etapa do trabalho
- Etapa do capital 
- Etapa da organização
 Lacombe e Heilborn (2015) afirmam que a teoria estruturalista surgiu a partir de críticas relacionadas à rigidez e à impessoalidade da teoria da burocracia, que tendia a transformar as organizações em sistemas fechados.
ORGANIZAÇÕES CONTEMPORÂNEAS
Para os estruturalistas, a sociedade moderna e industrializada é uma sociedade de organizações, das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. De acordo com Chiavenato (2014, p. 288):
“Essas organizações são diferenciadas e requerem dos seus participantes determinadas características de personalidade que permitem a participação simultânea das pessoas em várias organizações, nas quais os papéis desempenhados variam. O estruturalismo ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais – iniciado pela teoria das relações humanas – para as interações entre as organizações sociais. Da mesma forma como os grupos sociais interagem entre si, as organizações também interagem entre si”.
As organizações constituem a forma dominante de instituição da sociedade moderna, em que predomina uma manifestação altamente especializada e interdependente, caracterizada por um crescente padrão de vida. As organizações permeiam todos os aspectos da vida moderna e envolvem a participação de numerosas pessoas. Cada organização é limitada por recursos escassos e, por isso, não pode tirar vantagens de todas as oportunidades que surgem. É dessa realidade que surge o problema de determinar a melhor alocação de recursos. A eficiência é obtida quando a organização aplica seus recursos naquela alternativa que produz melhores resultados. (CHIAVENATO, 2014, p. 290).
A teoria estruturalista
concentra-se no estudo das organizações, na sua estrutura interna e na sua interação com outras. As organizações são contempladas por um conjunto de relações sociais estáveis e deliberadamente criadas, com a explícita intenção de alcançar objetivos ou propósitos. Assim, a organização é uma unidade social dentro da qual as pessoas alcançam relações estáveis entre si, no sentido de facilitar o alcance de um conjunto de objetivos ou metas. (CHIAVENATO, 2014).
Ainda de acordo com Chiavenato (2014), as organizações passaram por um processo de desenvolvimento ao longo de quatro etapas:
· DA NATUREZA: os elementos da natureza eram a base única de subsistência da humanidade. O papel do capital e do trabalho era irrelevante nessa etapa inicial da história da civilização;
· DO TRABALHO: a partir da natureza, surgiu um fator perturbador que iniciou uma verdadeira revolução no desenvolvimento da humanidade: o trabalho. Elementos naturais passaram a ser transformados pelo trabalho e, rapidamente, passaram a condicionar as formas de organização da sociedade;
· DO CAPITAL: o capital prevaleceu sobre a natureza e o trabalho, tornando-se um dos fatores básicos da vida social;
· DA ORGANIZAÇÃO: nessa etapa, a natureza, o trabalho e o capital se submetiam à organização que sempre existiu, mas de forma rudimentar. A partir desse momento, a organização passou a revelar um caráter independente em relação às outras etapas, utilizando-se deles para alcançar seus objetivos.
No próximo tópico, conheceremos mais profundamente o conceito de organização formal e informal.
AS ORGANIZAÇÕES
Chiavenato (2014) afirma que, de acordo com a abordagem estruturalista, as organizações são sistemas complexos, e suas características são permanentes. Elas possuem uma estrutura interna e interagem com outras, em um contexto no qual são criadas como unidades sociais, intencionalmente construídas e reconstruídas, para que assim possam atingir objetivos específicos.
Por sua vez, Lacombe e Heilborn (2015, p. 21) explicam que as organizações são a forma que assume toda associação humana para atingir um objetivo comum. Edgard Schein (apud Lacombe, 2006, p. 118) define as organizações como a “coordenação racional das atividades de certo número de pessoas, que desejam alcançar um objetivo comum e explícito, mediante a divisão das funções e do trabalho, por meio da hierarquização da autoridade e da responsabilidade”.
A teoria clássica caracteriza o “homo economicus”. Já a teoria das relações humanas e a teoria estruturalista focalizam o “homem social”, que desempenha diferentes papéis, em várias organizações. (CHIAVENATO, 2014). Nesse contexto, temos, então, o modelo de organização formal e o modelo de organização informal.
· ORGANIZAÇÃO FORMAL: O padrão de organização é determinado pela administração, assim como o esquema de divisão de trabalho, o poder de controle, regras e regulamentos de salários e o controle de qualidade. Exemplo: empresas mais conservadoras que, ao longo do tempo, no mercado, passam a ter algumas características peculiares, tais como prêmios e punições.
· ORGANIZAÇÃO INFORMAL: O padrão de organização é determinado pela administração, assim como o esquema de divisão de trabalho, o poder de controle, regras e regulamentos de salários e o controle de qualidade. Exemplo: empresas mais conservadoras que, ao longo do tempo, no mercado, passam a ter algumas características peculiares, tais como prêmios e punições.
Nos próximos tópicos, vamos perceber que o equilíbrio entre as duas formas de organização (formal e informal) resultou em uma análise mais aprofundada das organizações.
A ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES
Sobre a análise das organizações, Chiavenato (2014, p. 291) explica:  
“Os estruturalistas utilizam, para estudar as organizações, uma análise organizacional mais ampla do que a de qualquer teoria anterior, pois pretendem conciliar a teoria clássica e a teoria das relações humanas, baseando-se, também, na teoria da burocracia”.
Chiavenato (2014) relata ainda que a análise das organizações, do ponto de vista estruturalista, é realizada a partir de uma abordagem múltipla, que envolve principalmente:
· ORGANIZAÇÃO FORMAL E INFORMAL: como ponto de equilíbrio entre os clássicos mecanicistas (formais) e os humanistas (informais);
· RECOMPENSAS MATERIAIS E SOCIAIS: significam o uso de recompensas salariais e tudo que possa ser incluído nos símbolos de posição/status;
· DIFERENTES ENFOQUES DA ORGANIZAÇÃO: organizações segundo duas diferentes concepções: modelo racional e modelo do sistema natural;
· NÍVEIS DA ORGANIZAÇÃO: as organizações se caracterizam por uma hierarquia de autoridade e pela diferenciação de poder, desdobrando-se em três níveis: institucional (mais elevado), gerencial (intermediário) e técnico ou operacional (mais baixo);
· DIVERSIDADE DE ORGANIZAÇÕES: ampliação do campo de análise das organizações, a fim de expandir a classificação que existia nas teorias anteriores;
· ANÁLISE INTERORGANIZACIONAL: tornou-se significativa a partir da crescente complexidade ambiental e da interdependência das organizações.
TIPOLOGIA DE ORGANIZAÇÕES
Nunca haverá duas organizações idênticas, elas sempre serão díspares e apresentarão grande multiplicidade. Porém, podem apresentar algumas características que permitem classificá-las em certos grupos ou tipologias, denominadas tipologias de organizações. Para facilitar a análise comparativa das organizações, muitos estudiosos do estruturalismo desenvolveram tipologias de organizações (CHIAVENATO, 2014).
Como já mencionado, Chiavenato (2014, p. 286) afirma que o estruturalismo sofreu forte influência da Filosofia, da Psicologia (Gestalt), da Antropologia (Nicolas Bourbaki) e da Linguística, chegando até a teoria das organizações (Thompson, Etzioni e Blau). No âmbito das ciências sociais, teve influência das ideias de Lévi-Strauss (estruturalismo abstrato), de Gurwitch e Radcliff-Brown (estruturalismo concreto) e de Karl Marx (estruturalismo dialético). Vamos estudar com mais detalhes algumas delas:
· Tipologia de Etzioni: definiu uma tipologia das organizações, classificando-a com base no uso e no significado da obediência. É muito utilizada devido à consideração sobre os sistemas psicossociais das organizações. No entanto, não dá muita importância à estrutura, à tecnologia e ao ambiente externo.
No quadro a seguir, apresentamos um resumo da classificação das organizações, buscando capturar sua identidade caracterizadora (personalidade organizacional).
	ORGANIZAÇÕES
	PODER
	CONTROLE
	ENVOLVIMENTO
	EXEMPLOS
	Coercitivas
	Força física
	Prêmios ou punições
	Alienativo
	Campos de concentração
	Utilitárias
	Material
	Incentivos econômicos e vantagem desejada
	Calculista
	Comércio
	Normativas
	Consenso
	Objetivos e métodos da organização
	Moral
	Igrejas, universidades, hospitais, entre outros
· Tipologia de Blau e Scott: baseia-se nas dimensões comuns a várias organizações, ou seja, na interação das organizações com o meio externo. É importante lembrar que as organizações servem para proporcionar benefícios à comunidade/sociedade.
Segundo Chiavenato (2014), Blau e Scott apresentam uma tipologia de organizações voltada para esses benefícios, apresentando quatro categorias de participantes que se beneficiam com uma organização formal, a saber:
· Os próprios membros da organização;
· Os proprietários, dirigentes ou acionistas da organização;
· Os clientes da organização;
· O público em geral.
Chiavenato (2014) explica, ainda, os quatro tipos básicos de organização. Vamos conhecê-los a seguir.	
· ASSOCIAÇÕES DE BENEFÍCIOS MÚTUOS: Os beneficiários são os membros da organização. Exemplos: cooperativas, sindicatos, consórcios etc.;
· ORGANIZAÇÕES DE INTERESSE COMERCIAIS: Os proprietários e os acionistas são os principais beneficiários da organização. Exemplos: sociedade anônima ou empresas familiares;
· ORGANIZAÇÕES DE SERVIÇO: Um grupo de clientes é o beneficiário. Exemplos: hospitais, universidades, ONGs, organizações religiosas etc.;
· ORGANIZAÇÕES DE ESTADO: O beneficiário é o público em geral.
Exemplo: organização militar, Correios, segurança pública, saneamento básico etc.
OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS
Chiavenato (2014) informa que a definição de objetivos é intencional, mas nem sempre racional. Trata-se de um processo de interação entre a organização e o ambiente.
Os objetivos servem como unidade de medida para o estudioso de organizações, que tenta verificar e comparar sua produtividade. Eles são fundamentais para que a organização possa transformar seus ideais em realidade. Nesse sentido, Chiavenato (2014) chama a atenção para cinco categorias de objetivos organizacionais, a saber:
	1
	OBJETIVOS DA SOCIEDADE
	O ponto de referência é a sociedade em geral, preenchendo as necessidades da sociedade. Exemplo: manter a ordem pública. 
	2
	OBJETIVOS DE PRODUÇÃO
	O ponto de referência é o público que entra em contato com a organização. Exemplo: serviços a empresas. 
	3
	OBJETIVOS DE PRODUTOS
	O ponto de referência são as características de bens e serviços produzidos. Exemplo: ênfase na variedade de produtos. 
	4
	OBJETIVOS DERIVADOS
	O ponto de referência são os usos que a organização faz do poder originado na consecução de outros objetivos. Exemplo: serviços comunitários. 
Chiavenato (2014) informa também que as organizações podem alterar seus objetivos durante o processo de ajustamento a problemas e situações emergenciais e imprevisíveis. Essas alterações criam novas necessidades de mudanças, exigindo ajustes adicionais. Assim, fatores internos ou externos podem provocar mudanças nos objetivos organizacionais.
AMBIENTE ORGANIZACIONAL
As organizações existem em um contexto social, político e econômico, denominado de ambiente, dependendo umas das outras para seguir seu caminho e atingir seus objetivos. Essa interação, entre organização e ambiente, é fundamental para a compreensão do estruturalismo.
Os estruturalistas criticaram o fato de que conhecemos muito a respeito de interação entre pessoas, alguma coisa sobre interação entre grupos e pouquíssimo sobre interação entre organizações e seus ambientes. Os estruturalistas ultrapassaram as fronteiras da organização para ver o que existe externamente ao seu redor: as outras organizações que formam a sociedade. (CHIAVENATO, 2014).
Assim, o importante não é somente a análise organizacional, mas também a análise interorganizacional, que está voltada para as relações entre uma organização e outras organizações no ambiente externo. Para Chiavenato (2014), dois conceitos são importantes para a análise interorganizacional, a saber:
· Interdependência das organizações com a sociedade: toda organização depende de outras e da sociedade para poder sobreviver. Algumas consequências da interdependência das organizações são: mudanças frequentes nos objetivos organizacionais, influenciadas por mudanças no ambiente externo; e certo controle ambiental sobre a organização, o que limita a liberdade de agir;
· Conjunto organizacional: toda organização possui interações com uma cadeia de organizações em seu ambiente, formando um conjunto organizacional.
Com essas definições, os estruturalistas formaram um ciclo na teoria administrativa: o gradativo desprendimento daquilo que ocorre dentro das organizações para aquilo que ocorre fora delas. A ênfase sobre o ambiente começa aqui.
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
Os estruturalistas também desenvolveram conceitos de estratégia organizacional, quando começaram a focar no ambiente e nas suas relações com a organização, ou seja, a estratégia seria a maneira de a organização lidar com as adversidades desse ambiente, com o qual cada organização precisa desenvolver estratégias para lidar.
Essas estratégias foram definidas por Chiavenato (2014) como: competição, ajuste, coopção ou coalização.  
· Competição - Forma de rivalidade entre duas ou mais organizações, mediada por um terceiro grupo; no caso de uma indústria, o terceiro grupo pode ser o comprador ou o fornecedor;
· Ajuste (ou negociação) - Estratégia que busca negociações para um acordo quanto à troca de bens ou serviços entre duas ou mais organizações; é uma decisão sobre o comportamento futuro que for satisfatório para os envolvidos;
· Coopção (ou cooptação) - Processo para absorver novos elementos estranhos na liderança ou no esquema de tomada de decisão de uma organização, como um recurso para impedir ameaças externas à sua estabilidade ou existência;
· Coalização - Refere-se à combinação de duas ou mais organizações para um objetivo comum; agem como uma só com relação a determinados objetivos.
CONFLITOS ORGANIZACIONAIS
Para Chiavenato (2014, p. 304),
“Os estruturalistas discordam que haja harmonia de interesse entre patrões e empregados (como afirmava a teoria clássica) ou de que essa harmonia deva ser preservada pela administração, por meio uma atitude compreensiva e terapêutica (como afirmava a teoria das relações humanas). Para os estruturalistas, os conflitos – embora nem todos desejáveis – são elementos geradores de mudanças e da inovação na organização”.
Chiavenato (2014, p. 304) diz também que conflito e cooperação são elementos integrantes da vida em organização. Esses elementos são abordados pelas recentes teorias administrativas, o que não existia nas teorias anteriores, sendo hoje considerados da seguinte maneira: “cooperação e confronto como dois aspectos da atividade social, ou, melhor ainda, dois lados de uma mesma moeda”. (CHIAVENATO, 2014, p. 304). Para esse autor, “o propósito da administração deve ser o de obter cooperação e sanar os conflitos, ou seja, criar condições em que o conflito possa ser controlado e dirigido por canais úteis e produtivos”. (CHIAVENATO, 2014, p. 304).
INTERESSES DIFERENTES,
MAS NÃO NECESSARIAMENTE
INCOMPATÍVEIS
COMPLETA
INCOMPATIBILIDADE
DE INTERESSES
	RIVALIDADE E 
CONCORRÊNCIA
COLISÃO FRONTAL

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