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Apresentação1 Positivismo

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Sociologia e Direito na Teoria Durkheimiana
Professor Hélio Vinícius Valeriano Furtado
Sociologia e Direito na Teoria Durkheimiana
David Émile Durkhein nasceu dia 15 de abril de 1858 na França.
Foi o intelectual responsável por elevar a sociologia ao patamar de Ciência, inclusive se tornando uma disciplina acadêmica.
Durkheim e o Direito
Quais foram as 3 principais contribuições de Durkheim para o campo do direito?
A definição do direito como fenômeno social.
A teoria sobre a pena.
E a concepção de crime.
Ordem e Progresso
Ordem: garantir o bom funcionamento da sociedade, a harmonia social, inibir conflitos sociais, greves, manifestações.
Progresso: sociedade industrial, exaltação da ciência e da tecnologia.
Contexto histórico:
O cientificismo do século XVIII
Séc XVIII – Revolução Industrial;
Nova mentalidade;
A ciência é considerada o único conhecimento possível, tornando-se o novo Deus da humanidade. 
Influencias de Durkheim – Auguste Comte
O positivismo foi a primeira corrente teórica a pensar questões sociais, dando origem ao que conhecemos hoje por Sociologia. Tal corrente teórica procurava resolver os conflitos sociais por meio da exaltação a coesão, a harmonia natural entre os indivíduos, ao bem-estar do todo social. 
Influencias de Durkheim – Auguste Comte
Comte via na Sociologia uma restauradora da ordem social, sendo responsável por encontrar respostas para os problemas sociais advindos da sociedade que surgia: a sociedade capitalista.
Influencias de Durkheim – Auguste Comte
O positivismo derivou do cientificismo, isto é, da crença no poder exclusivo e absoluto da razão humana em conhecer a realidade.
O pensamento positivista buscava analisar a sociedade como a mesma objetividade das ciências naturais, haja visto que tais ciências haviam obtido respeito da sociedade.
Influencias de Durkheim – Auguste Comte
Comte afirma que apenas uma elite teria capacidade de desenvolver a parte frontal do cérebro, sede da faculdade superior, e conclui que a maioria dos seres humanos devem ser moldados e dirigidos a fim de garantir “o progresso dentro da ordem”.
Você lembra de ter visto o lema “Ordem e Progresso” em algum lugar? 
Influencias de Durkheim – Auguste Comte
“Nenhum grande progresso pode efetivamente se realizar se não tende finalmente para a evidente consolidação da ordem”.
O que é Fato Social para Durkheim?
Para Émile Durkheim, fatos sociais são "coisas". São maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo, e dotadas de um poder coercitivo. São fatos sociais: regras jurídicas, morais, dogmas religiosos, sistemas financeiros, maneiras de agir, costumes, etc.
O que é Fato Social para Durkheim?
Em seu livro As regras do método Sociológico, o autor define que o objeto de estudo da sociologia é o fato social, que são maneira de agir, de pensar, de sentir compartilhadas por uma pluralidade de indivíduos e que, de certo modo, impõem-se a nós, que nos constrangem, a pensar e sentir dessa maneira.
O que é Fato Social para Durkheim?
Esse caráter de constrangimento, de coerção, de imposição não vem do fato de que somos coagidos pela força física, como se alguém tivesse apontando uma arma para nossa cabeça.
 Sentimos esse caráter coercitivo porque os fatos sociais não são criações individuais, mas criações coletivas, portanto não coincidem plenamente com nossos desejos.
A natureza humana é dupla: é individual e , mesmo tempo, social.
O que é Fato Social para Durkheim?
Desde o berço, moldamos a nossa personalidade a partir de um jogo de forças entre aquilo que é inerente a nosso ser biológico e psíquico e aquele modo de ser, de falar, de rir, de pensar que existe ao nosso redor.
O preço de negar tudo isso seria ter um tipo de conduta não aceita ou não compreendida pelos que nos cercam, os quais por sua vez, não nos aceitariam como membros do grupo.
Durkheim e o Direito
Feito essas considerações gerais, podemos começar a nos aproximar mais das contribuições de Durkheim para o Direito.
Durkheim entende o Direito como um fato social, aliás, um dos mais importantes que seria a forma de objetivação dessas representações coletivas , isto é, ideias que são compartilhadas por uma pluralidade de indivíduos. 
Durkheim e o Direito
O direito é um fato social, ou seja, uma criação social, tem uma finalidade social e é na própria vida social que encontra sua fundamentação, sua justificativa.
No ambito da sociologia Durkheimiana a razão de ser do direito não é a justiça, mas a continuidade da existência coletiva. 
Durkheim e o Direito
Evidentemente, a justiça não é um elemento desprezado, mas algo que só tem sentido enquanto um ideal social que congrega as consciências individuais em torno de um dever-ser comum.
O teórico valoriza a moral, para ele a moral define o domínio do bem e do mal, do certo e do errado, do justo e do injusto, do que devemos e do que não devemos fazer.
Durkheim e o Direito
Na perspectiva de Durkheim, aderir a uma moral é aderir ao ideal social que ela representa( a sociedade).
Portanto aderir a uma moral não é apenas obedecer a um conjunto de regras, mas é, sobretudo, aderir a certo ideal social. É acreditar que determinado conjunto de valores são bons e desejáveis. 
Durkheim e o Direito
De um lado a moral é um conjunto de regras bem definidas que prescrevem a nossa conduta. É nesse sentido que, segundo Durkheim, a moral aparece a nós como um dever que constrange a nossa vontade, pois ela é um fato social.
Durkheim e o Direito
Mas isso não quer dizer que as regras não sejam importantes. As regras são esses ideais convertidos em prescrições de conduta.
Por exemplo, ao ideal da vida humana como algo inviolável corresponde à regra de não cometer homicídio, da proibição da tortura, ou do fato do Estado torna-se cada vez mais responsável por garantir a saúde a seus cidadãos. 
Durkheim e o Direito
A regra é a forma de uniformizar as conduta na medida do possível, para garantir que o ideal social seja respeitado.
Durkheim e o Direito
A sanção para Durkheim é a ação mediadora exercida pela sociedade sobre o agente que infringiu a regra.
No caso de um assassinato as conseguencias que recairão sobre aquele que o cometeu serão mediadas pelas sanções morais e ou jurídicas: reprovação, exclusão do convívio social.
Solidariedade Orgânica
A solidariedade mecânica é característica das sociedades ditas "primitivas" ou "arcaicas", ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. 
Nestas sociedades, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais necessários a subsistência do grupo. São justamente essa correspondência de valores que irão assegurar a coesão social.
Solidariedade Orgânica
De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferenciação individual e social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência de cada indivíduo é mais acentuada.
Solidariedade Orgânica
A divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se expressa nas diferentes profissões e variedade das atividades industriais. Durkheim emprega alguns conceitos das ciências naturais, em particular da biologia (muito em uso na época em que ele começou seus estudos sociológicos) com objetivo de fazer uma comparação entre a diferenciação crescente sobre a qual se assenta a solidariedade orgânica.
Solidariedade Orgânica
Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também
o grau de interdependência entre os indivíduos.
Solidariedade Orgânica
Para garantir a coesão social, portanto, onde predomina a solidariedade orgânica, a coesão social não está assentada em crenças e valores sociais, religiosos, na tradição ou nos costumes compartilhados, mas nos códigos e regras de conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam em normas jurídicas: isto é, o Direito.
Durkheim e o Direito
Os argumentos sobre a pena
A sanção é uma reação predeterminada a uma ação, que pode ser tanto positiva quanto negativa. A reação positiva é sempre uma reação de aprovação, que muitas vezes implica em alguma forma de recompensa. Porém a sua forma mais evidente é geralmente a sanção negativa, na medida que consiste numa reação mais ostensiva do que a positiva. 
Durkheim e o Direito
Os argumentos sobre a pena
Tal sanção negativa, isto é, uma reação de desaprovação do ato que infringiu a regra, é chamada de punição ou, em termos mais técnicos, pena.
Durkheim e o Direito
Os argumentos sobre a pena
A natureza da pena não mudou essencialmente, tudo o que se pode dizer hoje é que a necessidade de vingança está mais bem dirigida do que ontem.
Durkheim e o Direito
Os argumentos sobre a pena
O direito tem o importante papel de guardião dos valores sociais mais importantes, dotados até mesmo de certa sacralidade, porque é expressão de uma consciência coletiva. 
Essa reação mais passional por parte da sociedade, e que adquire uma forma mais racionalizada no âmbito das regras jurídicas, é facilmente percebida diante de casos que geram maior comoção por parte da sociedade, precisamente porque representam uma ameaça a valores que estão dentre os mais sagrados, por exemplo a relação de afeto e proteção que se espera entre pais e filhos.
Durkheim e o Direito
Os argumentos sobre a pena
Dentre os episódios relativamente recentes que provocaram uma reação de natureza explicitamente passional em nível nacional, podemos recordar o Caso Richthofen e o Caso Nardoni.
Durkheim e o Direito
Os argumentos sobre a pena
Para Durkheim a pena não é justificada pelo seu caráter puramente retributivo, embora a necessidade de vingança esteja na base de sua motivação mais aparente, nem puramente preventivo.
A pena não serve, ou só serve de maneira muito secundária, para corrigir o culpado ou intimidar possíveis imitadores; desse duplo ponto de vista, sua eficácia é justamente duvidosa e, em todo caso, medíocre. Sua verdadeira função é manter intacta a coesão social, mantendo toda vitalidade da consciência coletiva.
Durkheim e o Direito
Os argumentos sobre a pena
Em suma, no que se refere à sua função, o sentido da pena é o de restituir o respeito a lei, é lembrar aos indivíduos que aquele ideal no qual acreditavam continua valendo, que aquele sistema não foi ameaçado e que a regra continua a ter autoridade.
Serve, por exemplo, como afirmação de que a constituição que regulamenta e protege a vida dos indivíduos no contexto do Estado de Direito não foi descartada. 
Considerações sobre a pena
A pena só poderia ter alguma eficácia sobre aqueles que não manifestam certa tendência para o crime, mas muito pouco sobre aqueles predispostos a isso, afinal o castigo é o risco profissional do delinqüente. 
O significado social do crime
O crime não é apenas a lesão de interesses, inclusive consideráveis, é uma ofensa a uma autoridade de certa forma transcendente.

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