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Noções Gerais HISTÓRICO 1) Revolução Industrial (1760) ☆ Ocorreram enormes mudanças nos meios de produção – produção em massa, e distribuição também, e consequentemente na vida da sociedade como um todo. O comércio sempre foi desenvolvido, as pessoas sempre se relacionavam comprando, vendendo e trocando coisas. Só que aconteceu um fenômeno chamado “revolução industrial” no qual mudou o contexto de produção, comercialização e de aquisição de produtos e de serviços. ☆ Migração do campo para a cidade – a insuficiência de serviços públicos + surgimento de dois grandes grupos: controladores dos meios de produção e os que se submetiam ao poder econômico do primeiro grupo → sociedade de consumo em massa. O que antes era feito manualmente e artesanalmente, com a revolução industrial, isso mudou, pois com o desenvolvimento da máquina começou a tomar conta do lugar do trabalho humano. Antes as atividades eram rurais e, com a revolução industrial, as pessoas migravam do campo para as cidades. ☆ Substituição dos produtos artesanais por industriais; produção em larga escala; desemprego; exclusão social; exploração da mão de obra (liberdade contratual); práticas fraudulentas no escoamento de produtos; marketing; aumento da competitividade (concorrência desleal). Com o desenvolvimento da indústria o trabalho humano foi substituído, aquilo que se usava várias pessoas para trabalhar foi trocado por máquinas. Apesar da produção em larga escala, acabou gerando desemprego e miséria. Foi observado que os produtos manuais estavam sendo substituídos por produtos industrializados, a força do trabalho humano foi substituída pelo trabalho das máquinas. Havia uma grande exploração de mão de obra e sem regras trabalhistas. Não se tinha normas de proteção de caráter trabalhista. Nessa época, vigia uma liberdade contratual exacerbada, chamada de autonomia da vontade, ou seja, bastava ter a vontade para realizar as contratações. Então, as pessoas se submetiam a qualquer coisa, pois não haviam regras, normas ou proteção, e todos tinham que sobreviver, havendo exploração de mão de obra, devido à falta de regulamentação. Além de que, nessa época, haviam práticas fraudulentas (ex: areia para pesar mais, prego nos alimentos), não se tinha proteção para as coisas que se consumia. ☆ Neste cenário, o direito privado tradicional mostrou-se ineficaz para tutelar os agentes econômicos vulneráveis: os consumidores. Na relação privada, sempre tinham partes mais fracas, era o empregado, aquele que consumia o produto, aquela criança que era colocada no meio de uma mina de carvão, aquele idoso que ia trabalhar, pois precisava sobreviver. Então, com a revolução industrial, apesar de todas as suas vantagens, houveram desvantagens, como a percepção de que tem pessoas que se submetem e que são mais vulneráveis em uma relação. Com isso, começou-se a falar em Estado Social. Com a revolução industrial, tivemos várias consequências que levaram o Estado a intervir minimamente nas relações privadas. Sendo o Estado Social o momento em que o poder público começa a agir para proteger esses vulneráveis. Tendo como objetivo trazer regras para proteger minimamente os trabalhadores, seja em uma relação de trabalho, seja em relação à sua remuneração. Começa-se a se preocupar com a melhoria dos produtos ofertados. Além da proteção ao meio ambiente. Quando se faz uma evolução histórica até os dias atuais, o foco era a revolução industrial, que foi o fator predominante e foi o primeiro momento que começa a se falar em normas. ☆ Início do séc XX: Estado Social – implicações: Estado Social é o Estado começando a intervir nas relações privadas voltadas para o bem estar social. a) garantia de condições mínimas de trabalho e remuneração. O Estado começa a agir no âmbito trabalhista com condições de trabalho e de remuneração. b) garantia de qualidade de produtos e serviços ao consumidor. O Estado começa a se preocupar com aquele que adquiri e consome os serviços. c) preocupação com questões ambientais. O Estado começa a se preocupar com o meio ambiente. Passagem no Tempo Revolução Industrial ☆ Passagem no tempo Saímos do domínio absoluto do Estado ao liberalismo (liberdade contratual ampla e irrestrita) até chegarmos no Estado intervindo nas relações privadas. Desse modo, a linha do tempo se dá com o absolutismo, onde o Estado dominava tudo, depois, há o liberalismo desenfreado ou liberdade contratual sem regras, onde bastava as pessoas se submeterem a uma jornada excessiva de trabalho. Até chegar o momento que o Estado começa a disciplinar as relações privadas, pois para proteger determinadas relações, o Poder Público deve agir para proteger e impedir determinadas situações, ou seja, voltado para o teor social. 2) Discurso do Presidente John Kennedy no Congresso norteamericano (1962) ☆ Direitos básicos o direito à segurança, o direito à informação, o direito de escolha e o direito a ser ouvido. Em 1962, John Kennedy deu seu discurso dizendo que “todos nós somos consumidores”. Ele defendia que o consumidor deveria ser ouvido, protegido e que deviam investir em melhores produtos em prol de todos. Foi elencado que os consumidores tem direitos básicos e que o fornecedor tem que respeitar e produzir melhores produtos para proteger o consumidor. Esse discurso foi tão emblemático que ficou marcado como o dia do consumidor. Alguns defendem que sua real intenção era alavancar a economia do país. Dizem as más línguas que ele foi estratégico, onde sua intenção era que se os fabricantes eram obrigados a fazerem melhores produtos e melhores serviços, eles vão vender mais e, com isso, a economia cresce. 3) Resolução da ONU nº 39/248, de 16 de abril de 1985 ☆ “Os consumidores se deparam com desequilíbrios em termos econômicos, níveis educacionais e poder aquisitivo”. A ONU edita vários padrões que os países devem adotar em suas legislações, só que principalmente reconhece que o consumidor é a parte mais vulnerável, que sofre esse desequilíbrio, impondo alguns padrões de conduta entre os países. Existem vários padrões que a ONU orienta os países na elaboração das suas legislações. a) a proteção dos consumidores frente aos riscos para sua saúde e segurança. Defende que o consumidor tem que ser protegido contra os riscos à sua saúde e segurança. b) a promoção e proteção dos interesses econômicos dos consumidores. Defende a proteção aos interesses econômicos. c) o acesso dos consumidores a uma informação adequada que lhes permita fazer eleições bem fundadas conforme os desejos e necessidades de cada qual. Defende informação adequada e clara. d) a educação do consumidor; incluída a educação sobre a repercussão ambiental, social e econômica que têm as eleições do consumidor. Defende a educação do consumidor. e) a possibilidade de compensação efetiva ao consumidor. f) a liberdade de constituir grupos ou outras organizações pertinentes de consumidores e a oportunidade para essas organizações de fazer ouvir suas opiniões nos processos de adoção de decisões que as afetem. g) a promoção de modalidades sustentáveis de consumo. 4) Lei 7.347/85: Lei de ação civil pública tutela jurisdicional Depois de 1962, outros países tinham suas legislações protetivas, mas o brasil ainda não tinha. O mais perto que se tinha era a lei de ação civil pública de 1985. ☆ Interesses difusos. O direito do consumidor é um direito difuso e coletivo. São aqueles direitos de terceira dimensão, de solidariedade e coletividade. 5) Constituição Federal de 1988 Mas eis que chegamos em um momento crucial com a Constituição Federal. O legislador constituinte não poupou esforços, em vários momentos do decorrer do teor constitucional foi mencionado a defesa do consumidor, dentre eles cabe citar principalmente esses três dispositivos: ☆ Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais – art. 5º, XXXII ☆ Título da Ordem Econômica e Financeira – art. 170, V: Estabelece como princípio básico, fundado na valorização do trabalho e da livre iniciativa, a defesa do consumidor. ☆ Art. 48, ADCT Ato das Disposições Constitucionais eles outorgados, tanto pela própria Constituição como pela legislação infraconstitucional. Todas elas precisam proteger o consumidor. Não precisa pedir autorização do Poder Público para desenvolver alguma atividade econômica. O Poder Público pode emitir normas e regras, mas não se confunde com autorização. A exigência é para que fosse em formato de Código e não só uma lei, e que fosse uma lei de proteção para tornar a lei mais justa e a relação de consumo mais equilibrada. F) Art. 48, ADCT ☆ “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará Código de Defesa do Consumidor.” É o Congresso Nacional, por se tratar de lei federal de incidência nacional, válida em todo território. Os Estados podem ter suas próprias regras quando se tratar de produção, consumo e responsabilidade por dano, mas o CDC é o mesmo. O CDC não veio em 120 dias, veio em 2 anos. CONSUMIDOR ☆ “Reconhecidamente vulnerável como receptor dos modelos de produção unilateralmente definidos e impostos pelo fornecedor.” ☆ Princípio da vulnerabilidade do consumidor expresso no artigo 4º, inciso I, CDC. FINALIDADE DO DIREITO DO CONSUMIDOR ☆ Massificação da produção, da contratação e do consumo. ☆ Não contato com o fabricante – contratos de adesão preestabelecidos pelos fornecedores. ☆ Alto poderio econômico dos fornecedores – abusos econômicos. ☆ Desnível econômico e educacional do consumidor. ☆ Consumidor em desvantagem (vulnerável). ☆ Finalidade do direito do consumidor: eliminar essa injusta desigualdade através de mecanismos legais. ☆ O direito do consumidor se funda na vulnerabilidade. Questão de Prova PERGUNTA * Qual a finalidade do CDC? * Na sua visão, a partir dos entendimentos constitucionais qual a finalidade do CDC? RESPOSTA Contratos, produção e consumos em larga escala trazem o efeito (fenômeno) chamado de massificação da produção (como acontece muito quando você vai abrir uma conta no banco) com esse fenômeno há uma maior probabilidade de falhas de defeitos e de danos, urge então diminuir esse desnível existente, já que o consumidor está em desvantagem e para eliminar, ou pelo menos diminuir, essa desigualdade é preciso trazer mecanismos protetivos. O CDC é uma lei que tem como finalidade proteger o consumidor trazendo regras para a relação de consumo. O consumidor também tem regras a cumprir, como é o caso do princípio da boa-fé objetiva que é recíproca, ele também tem deveres. Estado Absolutista Liberalismo desenfreado Intervenção mínima do Estado eles outorgados, tanto pela própria Constituição como pela legislação infraconstitucional. Todas elas precisam proteger o consumidor. Não precisa pedir autorização do Poder Público para desenvolver alguma atividade econômica. O Poder Público pode emitir normas e regras, mas não se confunde com autorização. A exigência é para que fosse em formato de Código e não só uma lei, e que fosse uma lei de proteção para tornar a lei mais justa e a relação de consumo mais equilibrada. F) Art. 48, ADCT ☆ “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará Código de Defesa do Consumidor.” É o Congresso Nacional, por se tratar de lei federal de incidência nacional, válida em todo território. Os Estados podem ter suas próprias regras quando se tratar de produção, consumo e responsabilidade por dano, mas o CDC é o mesmo. O CDC não veio em 120 dias, veio em 2 anos. CONSUMIDOR ☆ “Reconhecidamente vulnerável como receptor dos modelos de produção unilateralmente definidos e impostos pelo fornecedor.” ☆ Princípio da vulnerabilidade do consumidor expresso no artigo 4º, inciso I, CDC. FINALIDADE DO DIREITO DO CONSUMIDOR ☆ Massificação da produção, da contratação e do consumo. ☆ Não contato com o fabricante – contratos de adesão preestabelecidos pelos fornecedores. ☆ Alto poderio econômico dos fornecedores – abusos econômicos. ☆ Desnível econômico e educacional do consumidor. ☆ Consumidor em desvantagem (vulnerável). ☆ Finalidade do direito do consumidor: eliminar essa injusta desigualdade através de mecanismos legais. ☆ O direito do consumidor se funda na vulnerabilidade. Questão de Prova PERGUNTA * Qual a finalidade do CDC? * Na sua visão, a partir dos entendimentos constitucionais qual a finalidade do CDC? RESPOSTA Contratos, produção e consumos em larga escala trazem o efeito (fenômeno) chamado de massificação da produção (como acontece muito quando você vai abrir uma conta no banco) com esse fenômeno há uma maior probabilidade de falhas de defeitos e de danos, urge então diminuir esse desnível existente, já que o consumidor está em desvantagem e para eliminar, ou pelo menos diminuir, essa desigualdade é preciso trazer mecanismos protetivos. O CDC é uma lei que tem como finalidade proteger o consumidor trazendo regras para a relação de consumo. O consumidor também tem regras a cumprir, como é o caso do princípio da boa-fé objetiva que é recíproca, ele também tem deveres. Estado Absolutista Liberalismo desenfreado Intervenção mínima do Estado