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METALOGRAFIA Prof. Édison Pedroso Kolton Plano de Ensino EMENTA Ensaios mecânicos, Metalografia, Transformação de fases, Tratamentos termoquímicos, Corrosão Solidificação Unidade 1 / Ensaios Mecânicos 1.1. Ensaios de Dureza; 1.2. Ensaios de tração; 1.3. Transição Ductil - Frágil Unidade 2 / Metalografia 2.1.Conceitos Gerais; 2.2. Macrografia - Preparação de amostras metalográficas; 2.2.1. Corte; 2.2.2. Lixamento; 2.2.3. Polimento; 2.2.4. Reativos, 2.2.5. Técnicas e interpretação para análise metalografica; 2.2.6. Impressão de Baumann; 2.3. Micrografia - Preparação de amostras metalográficas; 2.3.1. Corte; 2.3.2. Embutimento 2.3.3. Lixamento; 2.3.4. Polimento; 2.3.5. Reativos, 2.3.6. Técnicas e interpretação para análise metalográfica; 2.3.6.1. Determinação de fases metálicas; 2.3.6.2. Presença de inclusões; 2.3.6.3. Metalografia quantitativa; 2.3.6.4. Fotomicrografias; Unidade 3/ Transformação de Fase 3.1. Diagrama de fases Fe-C: Austenitização; 3.1.1. Crescimento de grão; 3.1.2. Decomposição da austenita durante resfriamento dos aços; 3.2. Diagrama de fases Fe-C: Curvas TTT; 3.2.1. Efeitos dos elementos de liga; 3.2.2. decomposição da austenita durante resfriamento rápido; 3.3. Diagrama de fases Fe-C: Transformação bainítica; 3.4. Diagrama de fases Fe-C: Transformação martensítica e revenimento, termodinâmica 3.5. Aços Inoxidáveis; 3.5.1. Propriedades; 3.5.2. Aplicações; 3.5.3. Mercado; 3.5.4. Famílias e microestrutura; 3.6. Aços Ferramentas; 3.6.1. propriedades; 3.6.2. Aplicações; 3.6.3. Mercado; 3.6.4. Classes; 3.6.5. Processamento termo-mecânico e microestrutura; 3.7. Ferros Fundidos brancos de alta resistência ao desgaste; 3.7.1. Propriedades; 3.7.2. Aplicações; 3.7.3. Mercado; 3.7.4. Classes 3.7.5. Tratamento Térmico e microestrutura 3.8. Ligas de alumínio 3.8.1. Propriedades; 3.8.2. Aplicações; 3.8.3. Mercado; 3.8.4. Classes; 3.8.5. Processamentos e microestruturas; 3.8.6. Ligas de alumínio endurecíveis por precipitação; 3.9. Ligas de cobre; 3.9.1. Propriedades; 3.9.2. Aplicações; 3.9.3. Mercado; 3.9.4. Classes; 3.9.5. Processamento e microestrutura; 3.10. Ligas de titânio; 3.10.1. Propriedades; 3.10.2. Aplicações; 3.10.3. Mercado; 3.10.3. Classes; 3.10.4. Processamentos termo-mecânico e microestrutura; 3.11. Superligas de níquel; 3.11.1. Propriedades; 3.11.2. Aplicações; 3.11.3. Mercado; 3.11.4. Classes; 3.11.5. Processamentos termo-mecânico e microestrutura; 3.12. Tratamentos de superfície. Unidade 4 /Tratamento Termoquímicos 4.1. Carbonetação; 4.2. Nitretação Unidade 5 / Corrosão 5.1. Definições; 5.2. Mecanismo básicos de corrosão; 5.3. Proteção contra corrosão. Unidade 6 / Solidificação 6.1. Defeitos em peças fundidas; 6.2. Adição de inoculantes e seu efeito na microestrutura; 6.3. Aspectos macroestruturais das peças fundidas Bibliografia Básica: 1- COLPAERT, H. Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns. São Paulo: Ed. Edgard Blucher Ltda., 1974. 2- CHIAVERINI, V. Aços e Ferros Fundidos. São Paulo: ABM, 1979. 3- VAN VLACK, L. R. Princípios de Ciências e Tecnologia dos Materiais. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1984. 4- GENTIL, Y. Corrosão. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Dois S.A. 1982. 5- CAMPOS FILHO, M. P. & DAVIES, G. J. Solidificação e Fundição de Metais e suas Ligas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. 1978. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1- CHIAVERINI, V. 1- Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas, 2a. ed. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 1987. 2- Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. Colpaert, Humbertus. São Paulo: Ed. E. Blucher, 2002. 3- AMERICAN SOCIETY FOR METALS. ASM Handbook, 10th edition, 1991. 4- Ensaios dos materiais d, A. Garcia, J.A. Spim e C.A. Santos , Rio de janeiro: Ed. LTC, 2000. Ensaios Mecânicos Ensaio de Dureza • Medida de resistência à penetração(ou ao risco)neles de uma substância mais dura. • Varia com o método empregado(propriedade empírica). Exemplos: Metais: mede-se profundidade e largura da indentação. Cerâmicos: mede-se microfissuras da identação. • Caráter estático; fáceis de efetuar e se realizam com rapidez,sem deteriorar a peça que se ensaia. Diferentes tipos de ensaios de dureza A palavra dureza pode ter vários significados: • na Metalurgia considera-se dureza como a resistência à deformação plástica permanente; • na Mecânica é a resistência à penetração de um material duro no outro. INTRODUÇÃO • A dureza é uma propriedade mecânica que consiste em uma medida da resistência de uma material a uma deformação plástica localizada. INTRODUÇÃO A dureza é a capacidade do material de: • resistir ao risco; • ser deformado plasticamente; • ser cortado; • absorver energia no impacto; • resistir ao desgaste. DEFINIÇÃO O Ensaio de Dureza pode ser dividido em: • por risco (Mohs); • penetração (Brinell, Rockwell, Vickers, Knoop); • choque MANEIRA DE EXECUÇÃO DO ENSAIO • O primeiro método padronizado de ensaio de dureza foi baseado no processo de riscagem de minerais padrões, desenvolvido por Mohs, em 1822. DUREZA MOHS 1: talco 6: feldspato 2: gipsita 7: quartzo 3: calcita 8: topázio 4: fluorita 9: safira 5: apatita 10: diamante DUREZA MOHS (RISCO) D U R E Z A D U R E Z A • A maioria dos metais apresenta durezas Mohs 4 e 8, e pequenas diferenças de dureza não são acusadas por este método. Por exemplo, um aço dúctil corresponde a uma dureza de 6 Mohs, a mesma dureza Mohs de um aço temperado. DESVANTAGENS DA ESCALA MOHS DUREZA BRINELL • Consiste em comprimir lentamente uma esfera de aço temperado, de diâmetro D, sobre uma superfície plana, polida e limpa de um metal, por meio de uma carga F, durante um tempo t, produzindo uma calota esférica de diâmetro d. DUREZA BRINELL DUREZA BRINELL d • A superfície da amostra em que será feita a medida da dureza deve estar plana, limpa e paralela à base de apoio da máquina de ensaio. PREPARAÇÃO DA AMOSTRA E PENETRADOR • Os penetradores são esferas de aço ou de carboneto de tungstênio com diferentes diâmetros. DUREZA BRINELL 22C D-D.D Q2.102,0 S Q HBWou HBS π d CÁLCULO DA DUREZA BRINELL Carga aplicada (Q em kgf ou N) Área da impressão (Sc) Diâmetro da esfera (D) e da impressão (d) Obs: 10 N ≈ 1,02 kgf • EXEMPLO: Uma amostra foi submetida a um ensaio de dureza Brinell no qual se usou uma esfera de 2,5 mm de diâmetro e aplicou-se uma carga de 187,5 kgf. As medidas dos diâmetros de impressão foram de 1 mm. Qual a dureza do material ensaiado? CÁLCULO DA DUREZA BRINELL DUREZA BRINELL O ensaio padronizado, proposto por Brinell, é realizado com carga de 3.000 kgf e esfera de 10 mm de diâmetro, de aço temperado. Porém, usando cargas e esferas diferentes, é possível chegar ao mesmo valor de dureza, desde que se observem algumas condições: F (carga) → 0,25.D < d < 0,5.D , ideal d = 0,375.D DUREZA BRINELL • Para obter o diâmetro de impressão dentro do intervalo anterior, deve-se manter constante a relação entre a carga (F) e o diâmetro ao quadrado da esfera do penetrador (D2), ou seja, a relação: DUREZA BRINELL Fator de carga • Para padronizar o ensaio, fatores de carga foramfixados. O quadro a seguir mostra os principais fatores de carga utilizados e as respectivas faixas de dureza e indicações do material. DUREZA BRINELL • O diâmetro da esfera é determinado em função da espessura do corpo de prova ensaiado. No caso da norma brasileira, a espessura mínima do material ensaiado deve ser 17 vezes a profundidade da calota. DUREZA BRINELL • O quadro a seguir mostra os diâmetros de esfera mais usados e os valores de carga para cada caso, em função do fator de carga escolhido. DUREZA BRINELL • Uma empresa comprou um lote de chapas de aço carbono com a seguinte especificação: espessura: 4 mm, dureza Brinell (HB): 180. Essas chapas devem ser submetidas ao ensaio de dureza Brinell para confirmar se estão de acordo com as especificações. • Essas chapas podem ser ensaiadas com a esfera de 10 mm? EXEMPLO A espessura do material ensaiado (no mínimo) = 17.p De acordo com a tabela F/D2 = 30 (aço-carbono) → F = 3000 kgf → 180 = 3000 / .10.p → p = 0,53 mm Espessura mínima = 17 . 0,53 = 9,01 mm Resposta: As chapas de 4 mm não podem ser ensaiadas com esfera de 10 mm. EXEMPLO A execução do ensaio de dureza Brinell consiste em: • Preparar uma superfície plana na amostra; • Colocar e fixar a amostra na mesa da máquina; • Aplicar manualmente a pré-carga; • Acionar o dispositivo para liberação da carga principal; DUREZA BRINELL • Retirar a carga; • Ler o tamanho da impressão; • Usar a tabela para converter os dados dos ensaios para dureza Brinell. DUREZA BRINELL Representação da dureza Brinell: XXX HBS D/Q/t ou XXX HBW D/Q/t XXX: valor da dureza Brinell da amostra; HBS: para ensaio com uma esfera de aço; HBW para esfera de tungstênio; D: diâmetro da esfera; Q: carga de compressão da esfera em kgf; t: tempo de aplicação da carga em segundo. DUREZA BRINELL EXEMPLO: 400 HBS 5/500/30 • Dureza Brinell: 400 • Esfera de aço • Diâmetro 5mm • Carga de 500 kgf • Tempo de 30 s DUREZA BRINELL • Aço laminado: R 0,36 HB • Aço fundido: R 0,3 à 04 HB • Ferro fundido cinzento: R 0,1 HB • Cu-Zn: R 0,41HB • Liga Cu: R 0,52HB • Liga Al: R 0,40HB Exemplo Determinar a resistência à ruptura do aço carbono laminado , se sua dureza Brinell constitui 120 unidades: Solução: R 0,36 HB =0,36 x 120 = 43,2 kg/mm 2. RELAÇÃO DUREZA X RESISTÊNCIA À RUPTURA O baixo custo do equipamento para medida de dureza Brinell. É usado especialmente para avaliação de dureza de metais não ferrosos, ferro fundido, aço, produtos siderúrgicos em geral e de peças não temperadas; É o único ensaio utilizado e aceito para ensaios em metais que não tenham estrutura interna uniforme (materiais heterogêneos); É feito em equipamento de fácil operação. VANTAGENS DA DUREZA BRINELL • A possibilidade de se cometer erro no momento da medida dos diâmetros das impressões. DESVANTAGENS DA DUREZA BRINELL • A impressão da esfera na amostra é maior que a dos outros métodos de ensaio de dureza, por isso é a mais adequada para medir materiais heterogêneos, que têm a estrutura formada por duas ou mais fases de dureza muito discrepantes (ferros fundidos, bronzes etc); DESVANTAGENS DA DUREZA BRINELL • O uso deste ensaio é limitado pela esfera empregada. Usando-se esferas de aço temperado só é possível medir dureza até 500 HB, pois durezas maiores danificariam a esfera. • A recuperação elástica é uma fonte de erros, pois o diâmetro da impressão não é o mesmo quando a esfera está em contato com o metal e depois de aliviada a carga. Isto é mais sensível quanto mais duro for o metal, Fig. 1. DESVANTAGENS DA DUREZA BRINELL • O ensaio não deve ser realizado em superfícies cilíndricas com raio de curvatura menor que 5 vezes o diâmetro da esfera, pode haver escoamento lateral do material e a dureza medida será menor que a real, Fig. 2. DESVANTAGENS DA DUREZA BRINELL DESVANTAGENS DA DUREZA BRINELL Figura 1 – Recuperação elástica Figura 2 – Escoamento lateral (r < 5.D) Proposto em 1922, levando o nome do seu criador, é o processo mais utilizado no mundo, devido à rapidez, à facilidade de execução, isenção de erros humanos, facilidade em detectar pequenas diferenças de durezas e pequeno tamanho da impressão. Este método apresenta algumas vantagens em relação ao ensaio Brinell, pois permite avaliar a dureza de metais diversos, desde os mais moles até os mais duros. DUREZA ROCKWELL DUREZA ROCKWELL Aço temperado Cone de diamante • Penetrador de diamante: DUREZA ROCKWELL MÁQUINA DE ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL • Neste método, a carga do ensaio é aplicada em etapas, ou seja, primeiro se aplica uma pré-carga, para garantir um contato firme entre o penetrador e o material ensaiado, e depois aplica-se a carga do ensaio propriamente dita. • A leitura do grau de dureza é feita diretamente num mostrador acoplado à máquina de ensaio, de acordo com uma escala predeterminada, adequada à faixa de dureza do material. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DESCRIÇÃO DO PROCESSO Cone de diamante Aço temperado 1º Passo – Aproximar a superfície do corpo de prova do penetrador. DESCRIÇÃO DO PROCESSO 2º Passo – Submeter o corpo de prova a Uma pré- carga (carga menor). DESCRIÇÃO DO PROCESSO 3º Passo – Aplicar a carga maior até o ponteiro parar. DESCRIÇÃO DO PROCESSO 4º Passo – Retirar a carga maior e fazer a leitura do valor indicado no mostrador, na escala apropriada. DESCRIÇÃO DO PROCESSO ESCALA DE DUREZA ROCKWELL ESCALA DE DUREZA ROCKWELL • A superfície da amostra deve ser lixada para eliminar alguma irregularidade que possa ocasionar erros; • A primeira leitura do ensaio de dureza Rockwell deve ser desprezada, porque a primeira impressão serve apenas para ajustar bem o penetrador na máquina; PREPARAÇÃO DA AMOSTRA PARA O ENSAIO • Se a superfície da amostra não for plana, deve- se fazer uma correção no valor de dureza encontrado. A dureza Rockwell é baseada na profundidade e não na área; • A espessura mínima da amostra para o ensaio de dureza Rockwell é dez vezes a profundidade da impressão. PREPARAÇÃO DA AMOSTRA PARA O ENSAIO • A execução do ensaio de dureza Rockwell consiste em: • Aplicação da pré-carga; • Aplicação da carga principal; • Retirada da carga; • Leitura da dureza. DUREZA ROCKWELL • Representação da dureza Rockwell: • 64 HRC: dureza Rockwell de 64 na escala C • 50 HR15N: dureza Rockwell superficial de 50 na escala 15 N DUREZA ROCKWELL • A profundidade que o penetrador vai atingir durante o ensaio é importante para definir a espessura mínima do corpo de prova. De modo geral, a espessura mínima do corpo de prova deve ser 17 vezes a profundidade atingida pelo penetrador. DUREZA ROCKWELL Penetrador de diamante: HR normal: P = 0,002 x (100 - HR) HR superficial: P = 0,001 x (100 - HR) Penetrador esférico: HR normal: P = 0,002 x (130 - HR) HR superficial: P = 0,001 x (100 - HR) • Ensaio de dureza Rockwell avanço em relação ao ensaio Brinell, já que possibilitou avaliar a dureza de vários metais,que antes não podiam ser ensaiados quanto à dureza. VANTAGENS DA DUREZA ROCKWELL • Suas escalas não têm continuidade. Por isso, materiais que apresentam dureza no limite de uma escala e no início de outra não podem ser comparados entre si quanto à dureza; • Não tem relação com o valor de resistência à tração, como acontece no ensaio Brinell. DESVANTAGENS DA DUREZA ROCKWELL • Este método leva em conta a relação ideal entre o diâmetro da esfera do penetrador Brinell e o diâmetro da calota esférica obtida, e vai além porque utiliza outro tipo de penetrador, que possibilita medir qualquer valor de dureza, incluindo desde os materiais mais duros até os mais moles. DUREZA VICKERS • A dureza Vickers se baseia na resistência que o material oferece à penetração de uma pirâmide de diamante de base quadrada e ângulo entre faces de 136º, sob uma determinada carga. DUREZA VICKERS • A máquina que faz o ensaio Vickers não fornece o valor da área de impressão da pirâmide, mas permite obter, por meio de um microscópio acoplado, as medidas das diagonais (d1 e d2) formadas pelos vértices opostos da base da pirâmide. DUREZA VICKERS DUREZA VICKERS DUREZA VICKERS [mm] F [kgf] Representação da dureza Vickers: XXX HV Q/t • XXX: valor da dureza Vickers da amostra; • HV: dureza Vickers; • Q: carga de compressão da esfera em kgf; • t: tempo de aplicação da carga em segundo. DUREZA VICKERS EQUIPAMENTO PARA ENSAIO DE DUREZA VICKERS • Polimento até a lixa 1.000 ou com alumina; • Fixação da amostra na máquina de ensaio; • Seleção da carga a ser aplicada; • Seleção do tempo de aplicação. ROTEIRO PARA O ENSAIO DE DUREZA VICKERS Acionamento do dispositivo para aplicar a carga; Medida das diagonais do quadrado impresso; Cálculo da média das diagonais da impressão; Tabelas de conversão do tamanho da impressão na dureza. ROTEIRO PARA O ENSAIO DE DUREZA VICKERS ANOMALIA DE DUREZA VICKERS Escala contínua de dureza, medindo todas as gamas de valores de dureza numa única escala; Impressões extremamente pequenas que não inutilizam a peça; Possibilita grande precisão de medida; O penetrador, por ser de diamante, é praticamente indeformável; VANTAGENS DA DUREZA VICKERS • Utiliza apenas uma escala de dureza; • Possível a medida de todos os valores de dureza encontrados nos diversos materiais; • Este ensaio aplica-se a materiais de qualquer espessura, e pode também ser usado para medir durezas superficiais; VANTAGENS DA DUREZA VICKERS Por outro lado, devem-se tomar cuidados especiais para evitar erros de medida ou de aplicação de carga, que alteram muito os valores reais de dureza. A preparação do corpo de prova para microdureza deve ser feita, obrigatoriamente, por metalografia, utilizando- se, de preferência, o polimento eletrolítico, para evitar o encruamento superficial; DESVANTAGENS DA DUREZA VICKERS • Quando se usam cargas menores do que 300 gf, pode haver recuperação elástica, dificultando a medida das diagonais; • A máquina de dureza Vickers requer aferição constante, pois qualquer erro na velocidade de aplicação da carga traz grandes diferenças nos valores de dureza. DESVANTAGENS DA DUREZA VICKERS • A diferença entre o ensaio de dureza convencional e o de microdureza está na intensidade da carga usada para comprimir o penetrador. • A marca deixada na superfície da amostra pelo penetrador da máquina de ensaio de microdureza somente é visível no microscópio. MICRODUREZA VICKERS E KNOOP • Determinação da dureza das camadas finas de revestimento; • Determinação da dureza de constituintes individuais de uma microestrutura, de materiais frágeis, de peças pequeníssimas ou extremamente finas; • É aplicável a todos os tipos de materiais e não apenas aos metais. APLICAÇÕES • Utiliza o mesmo método de ensaio da dureza Vickers convencional. MICRODUREZA VICKERS • Penetrador na forma de pirâmide alongada. MICRODUREZA KNOOP MODELOS DE MÁQUINAS DE ENSAIO DE MICRODUREZA • A amostra deve ter uma superfície plana e polida para permitir a visualização da marca; • Qualquer movimento da amostra durante a aplicação da carga pode danificar o penetrador; • Quanto melhor o polimento da amostra mais fácil a leitura das dimensões da impressão por meio de um microscópio acoplado ao equipamento. REALIZAÇÃO DO ENSAIO • Para o cálculo da dureza Knoop (HK) usa-se as expressões abaixo: PRINCÍPIO E CÁLCULO DA MICRODUREZA (KNOOP) 22 07028,0 mmp L Q cL Q A Q HK 2 229,14 mL Q HK onde Ap é a área da indentação projetada (mm 2), Q é a carga aplicada em gf, Lm é a diagonal maior da impressão em micrômetro, “c” é uma constante do penetrador que relaciona a área da deformação com o comprimento diagonal maior do penetrador. • Emprega-se a mesma equação usada na dureza Vickers e o resultado obtido na expressão abaixo também deve ser multiplicado por 1.000, pois a carga Q também é em gramas-força e o valor do comprimento da marca ( L ) é em micrometro. PRINCÍPIO E CÁLCULO DA MICRODUREZA (VICKERS) 2 8544,1 D Q HV • O esclerômetro mede a dureza superficial do concreto e a correlaciona com a resistência à compressão desse concreto. • É muito usado em obras em execução, para avaliar a resistência de concretos cujos corpos de prova padrão deram resultado abaixo do esperado. • Também é usado para estimar a resistência do concreto de obras antigas . ESCLERÔMETRO ESCLERÔMETRO ENSAIO DE TRAÇÃO • O ensaio de tração pode ser usado para avaliar diversas propriedades mecânicas dos materiais que são importantes em projetos. • Um ensaio de tração leva vários minutos para ser realizado e é um ensaio destrutivo, ou seja, a amostra é deformada até a ruptura. ENSAIO DE TRAÇÃO A tensão de engenharia é definida pela relação: σ = F (MPa = 106 N/m2; psi) A0 F = carga instantânea aplicada em uma direção perpendicular à área do corpo-de-prova. A0 = área da seção reta original antes da aplicação de qualquer carga. TENSÃO DE ENGENHARIA • A deformação de engenharia é definida de acordo com a expressão: ε = li – l0 = ∆l (m/m; mm/mm; %) l0 l0 • l0 = comprimento original antes de qualquer carga ser aplicada. • li = comprimento instantâneo. • ∆l = alongamento ou variação no comprimento a um dado instante, em referência ao comprimento original. DEFORMAÇÃO DE ENGENHARIA DEFORMAÇÃO • Para a maioria dos metais que são submetidos a uma tensão de tração em níveis relativamente baixos, a tensão e a deformação são proporcionais entre si, de acordo com a relação: σ = E ε (LEI DE HOOKE) • E = constante de proporcionalidade, módulo de elasticidade ou módulo de Young (GPa = 109 N/m2 = 103 MPa). COMPORTAMENTO TENSÃO-DEFORMAÇÃO Módulo de Elasticidade: - Metais: • Entre 45 GPa (magnésio) e 407 GPa (tungstênio). - Cerâmicos: • Entre 70 e 500 GPa. - Polímeros: • Entre 0,007 e 4 GPa. COMPORTAMENTO TENSÃO-DEFORMAÇÃO DEFORMAÇÃO ELÁSTICA Deformação elástica: processo de deformação no qual a tensão e a deformação são proporcionais.A inclinação desse segmento linear corresponde ao módulo de elasticidade E. Esse módulo corresponde à rigidez do material, ou seja, à resistência do material à deformação elástica. DEFORMAÇÃO T E N S Ã O CARGA DESCARGA COEFICIENTE ANGULAR = MÓDULO DE ELASTICIDADE DEFORMAÇÃO ELÁSTICA • Quanto maior o módulo de elasticidade, mais rígido será o material. • A deformação elástica não é permanente, quando a carga aplicada é liberada, a peça retorna à sua forma original. DEFORMAÇÃO T E N S Ã O CARGA DESCARGA COEFICIENTE ANGULAR = MÓDULO DE ELASTICIDADE • Em escala atômica, a deformação elástica macroscópica é manifestada na forma de pequenas alterações no espaçamento interatômico e na extensão das ligações interatômicas. • Como consequência, a magnitude do módulo de elasticidade representa uma medida da resistência à separação exibida por átomos/íons/moléculas adjacentes, ou seja, as forças de ligação interatômicas. DEFORMAÇÃO ELÁSTICA • As diferenças nos valores para os módulos de elasticidade de metais, cerâmicos e polímeros são uma consequência direta dos diferentes tipos de ligações atômicas existentes nesses três tipos de materiais. • O módulo de elasticidade tende a diminuir com o aumento da temperatura. DEFORMAÇÃO ELÁSTICA • 1) Um pedaço de cobre originalmente com 305 mm de comprimento é puxado em tração com uma tensão de 276 MPa. O módulo de elasticidade do cobre é de 110 GPa. Se a sua deformação é inteiramente elástica, qual será o alongamento resultante? EXEMPLO • σ = E ε (regime elástico) • ε = li – l0 = ∆l l0 l0 • σ = E ∆l l0 • ∆l = σ l0 = (276 MPa) (305mm) = 0,77 mm E 110 x 103 MPa RESPOSTA • Existem alguns materiais (ferro fundido cinzento, concreto e muitos polímeros) para os quais essa porção elástica da curva tensão-deformação não é linear. • Sendo assim, não é possível determinar o módulo de elasticidade através da Lei de Hooke. • Para esse comportamento não-linear, utiliza-se normalmente um módulo tangencial ou um módulo secante. COMPORTAMENTO NÃO-LINEAR COMPORTAMENTO NÃO-LINEAR MÓDULO TANGENCIAL (EM σ2) MÓDULO SECANTE (ENTRE A ORIGEM E σ1) T E N S Ã O DEFORMAÇÃO • O módulo tangencial é tomado como sendo a inclinação (coeficiente angular) da curva tensão- deformação em um nível de tensão específico. • O módulo secante representa a inclinação (coeficiente angular) de uma secante tirada desde a origem até algum ponto específico sobre a curva. COMPORTAMENTO NÃO-LINEAR • Quando uma tensão de tração é imposta sobre o material, um alongamento elástico e a sua deformação correspondente εz resultam na direção da tensão aplicada. • A partir desse alongamento, contrações nas direções x e y aparecem perpendicular à tensão que é aplicada, de onde determina-se as deformações compressivas εx e εy. PROPRIEDADES ELÁSTICAS DOS MATERIAIS PROPRIEDADES ELÁSTICAS DOS MATERIAIS • Se a tensão aplicada for uniaxial (direção z) e o material for isotrópico, então εx = εy. • O coeficiente de Poisson, representado por ν, é definido como sendo a razão entre as deformações lateral e axial: ν = - εx = - εy εz εz PROPRIEDADES ELÁSTICAS DOS MATERIAIS • O sinal negativo na equação serve para que o coeficiente de Poisson seja sempre positivo, uma vez que εx e εz terão sempre sinais opostos. • Teoricamente, o coeficiente de Poisson para materiais isotrópicos deve ser de 1/4. • O valor máximo para ν (ou aquele valor para o qual não existe qualquer alteração líquida de volume) é de 0,50. PROPRIEDADES ELÁSTICAS DOS MATERIAIS • Para materiais isotrópicos, os módulos de cisalhamento e de elasticidade estão relacionados entre si com o coeficiente de Poisson através da expressão: E = 2G(1+ ν) • Para a maioria dos metais, G equivale a aproximadamente 0,4E. PROPRIEDADES ELÁSTICAS DOS MATERIAIS • 2) Uma tensão de tração deve ser aplicada ao longo do eixo do comprimento de um bastão cilíndrico de latão com diâmetro de 10 mm. O coeficiente de Poisson é de 0,34 para o latão e o módulo de elasticidade é de 97 GPa. Determinar a magnitude da carga necessária para produzir uma alteração de 2,5 x 10-3 mm no diâmetro do bastão se a deformação for puramente elástica. εz = li – l0 = ∆l l0 l0 εx = di – d0 = ∆d d0 d0 EXEMPLO EXEMPLO • εx = di – d0 = ∆d = 2,5 x 10-3 mm = -2,5 x 10-4 • d0 d0 10mm • ν = - εx → εz = - εx = -(-2,5 x 10-4) =7,35 x 10-4 • εz ν 0,34 • σ = E εz = (97 x 103 MPa) (7,35 x 10-4) = 71,3 Mpa • σ = F → F = σ A0 = σ (d0/2)2π • A0 • F = (71,3 x 106 N/m2)(10 x 10-3m / 2)2 π =5600 N RESPOSTA Para a maioria dos materiais metálicos, o regime de deformação elástica persiste até deformações de aproximadamente 0,005. De uma perspectiva atômica, a deformação plástica corresponde à quebra de ligações com os átomos vizinhos originais e em seguida formação de novas ligações com novos átomos vizinhos. A deformação permanente em metais ocorre por meio do escorregamento, que envolve o movimento de discordâncias. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA LIMITE DE ESCOAMENTO SUPERIOR LIMITE DE ESCOAMENTO INFERIOR T E N S Ã O DEFORMAÇÃO DEFORMAÇÃO T E N S Ã O • Limite de proporcionalidade: ponto de escoamento onde ocorre o afastamento inicial da linearidade na curva tensão-deformação (ponto P). • Tensão limite de escoamento (σ1 OU σY ): uma linha paralela à porção elástica é construída a partir de uma pré-deformação específica, geralmente de 0,002. ESCOAMENTO E LIMITE DE ESCOAMENTO • Para materiais que possuem a região elástica não- linear (ferro fundido cinzento, concreto), não é possível obter a tensão de escoamento a partir de uma pré-deformação. • Sendo assim, a tensão limite de escoamento é definida como a tensão necessária para produzir uma determinada quantidade de deformação (por exemplo, ε = 0,005). ESCOAMENTO E LIMITE DE ESCOAMENTO • Limite de resistência à tração (LRT): é a tensão no ponto máximo da curva tensão-deformação de engenharia. • O LRT corresponde à tensão máxima que pode ser suportada por uma estrutura que se encontra sob tração. • Resistência à fratura: corresponde à tensão aplicada no momento em que ocorre a fratura. LIMITE DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO E RESISTÊNCIA À FRATURA CURVA TENSÃO-DEFORMAÇÃO LRT T E N S Ã O DEFORMAÇÃO • Quando a resistência de um metal é citada para fins de projeto, a tensão limite de escoamento é o parâmetro utilizado. TENSÃO PARA PROJETO 3) A partir do comportamento tensão-deformação em tração para um corpo-de-prova de latão mostrado na figura, determinar o seguinte: a) O módulo de elasticidade b) A tensão limite de escoamento a um nível de pré- deformação de 0,002. c) A carga máxima que pode ser suportada por um corpo-de- prova cilíndrico com um diâmetro original de 12,8 mm. d) A variação no comprimento de um corpo-de-prova que tinha originalmente 250mm de comprimento e que foi submetido a uma tensão de traçãode 345 MPa. EXEMPLO • a) O módulo de elasticidade: • σ = E ε • E = ∆σ / ∆ε • E = (σ2 – σ1) / (ε2 – ε1) • E = (150 – 0) / (0,0016 – 0) • E = 93.780 MPa = 93,8 GPa RESPOSTA • b) A tensão limite de escoamento a um nível de pré- deformação de 0,002. • Interseção da linha que passa pela pré-deformação de 0,002 com a curva tensão-deformação. • Tensão limite de escoamento = 250 MPa. RESPOSTA • c) A carga máxima que pode ser suportada por um corpo-de-prova cilíndrico com um diâmetro original de 12,8 mm. • σ = F • A0 • F = σ A0 = σ (d0/2)2π • F = (450 x 106 N/m2) (12,8 x 10-3 m /2)2π • F = 57900 N RESPOSTA d) A variação no comprimento de um corpo-de-prova que tinha originalmente 250mm de comprimento e que foi submetido a uma tensão de tração de 345 MPa. Ponto A da curva: deformação = 0,06 ε = ∆l l0 ∆l = ε l0 ∆l = (0,06) (250mm) = 15 mm RESPOSTA • Ductilidade: representa uma medida do grau de deformação plástica que foi suportado até o momento da fratura. • Um material que experimenta um pequena ou nenhuma deformação plástica até o momento da fratura é chamado de frágil. DUCTILIDADE DUCTILIDADE DÚCTIL FRÁGIL T E N S Ã O DEFORMAÇÃO A ductilidade pode ser expressa quantitativamente como: - Alongamento percentual AL% = (lf – l0 ) x 100 l0 - Redução percentual da área (coeficiente percentual da fratura) RA% = (A0 – Af ) x 100 A0 DUCTILIDADE Importância da ductilidade: - Fornece uma indicação ao projetista do grau segundo o qual uma estrutura irá se deformar de maneira plástica antes de sofrer uma fratura. - Especifica o grau de deformação permissível durante as operações de fabricação. Os materias frágeis geralmente possuem uma deformação de fratura inferior a aproximadamente 5%. DUCTILIDADE • Resiliência: é a capacidade de um material de absorver energia quando ele é deformado elasticamente e depois, com a remoção da carga, recuperar essa energia. • Propriedade associada: módulo de resiliência Ur: representa a energia de deformação por unidade de volume exigida para tensionar um material desde um estado com ausência de carga até a sua tensão limite de escoamento. RESILIÊNCIA • Módulo de resiliência: área sob a curva tensão-deformação de engenharia até o escoamento: • Ur = ½ σy εy (J/m3, Pa) Ur = ½ σy (σy /E) = σy2 /2E RESILIÊNCIA DEFORM AÇÃO T E N S Ã O • Tenacidade: termo mecânico usado em vários contextos, representa uma medida da habilidade de um material para absorver energia até sua fratura. • É representada pela área sob a curva tensão- deformação até o ponto da fratura. • Sua unidade é a mesma de resiliência (energia por unidade de volume do material). TENACIDADE TENACIDADE DÚCTIL DEFORMAÇÃO T E N S Ã O FRÁGIL TRANFORMAÇÃO DE UNIDADES Metalografia é o estudo da morfologia e estrutura dos metais. A metalografia é uma área da materialografia que além do estudo dos materiais metálicos, compreende a plastografia (materiais plásticos ou poliméricos) e a ceramografia(materiais cerâmicos). Para a realização da análise, o plano de interesse da amostra é cortado, lixado, polido e atacada com reagente químico, de modo a revelar as interfaces entre os diferentes constituintes que compõe o metal. Referências bibliográficas COLPAERT. Hubertus. Metalografia dos produtos comuns. 4. ed. revista e atualizada por COSTA E SILVA, André Luiz V. São Paulo: Editora Blucher, 2008. Microscopia, analise feita em um microscópio com aumentos que normalmente são 50X, 100X, 200X, 500X, 1000X, 1500X e 2500X. Este tipo de análise é realizada em microscópios específicos, conhecidos como "microscópios metalográficos" ou "microscópios metalúrgicos". Este tipo de microscópio possui baixo campo focal, permitindo apenas a observação de superfícies perfeitamente planas e polidas. Em razão disto, a preparação metalográfica tem grande importância na qualidade de uma análise Estes microscópios, em geral, possuem sistemas de fotografia integrados, que permitem o registro das análises realizadas. Macroscopia, análise feita a olho nu, lupa ou com utilização de microscópios estéreos (que favorecem a profundidade de foco e dão, portanto, visão tridimensional da área observada) com aumentos que podem variar de 5x a 64X. Através das análises macrográficas e das análises micrográficas é possível a determinação de diversas características do material, inclusive a determinação das causas de fraturas, desgastes prematuros e outros tipos de falhas. Corte: a amostra a ser analisada deve ser cortada de forma a não sofrer alterações pelo método de corte. Usa-se o método a frio, em geral serras, para o corte primário, ou seja, para se separar a porção aproximada que será analisada. Na sequencia, usa-se um equipamento denominado "Cut-Off" que faz um corte mais preciso, utilizando-se de um fino disco abrasivo e farta refrigeração, a fim de não provocar alterações por calor na amostra. Embutimento metalográfico: o processo de embutimento metalográfico pode ser dividido em dois grupos, embutimento a quente no qual é utilizado baquelite e uma embutidora metalográfica e o embutimento a frio que são utilizados dois produtos resina e catalisador, ambos os métodos visam obter a amostra embutida para conseguir um bom resultado na preparação metalográfica. Lixamento: são utilizadas lixas do tipo "Lixa d'água", fixadas em discos rotativos. Normalmente inicia-se o lixamento com a lixa de granulometria 220, seguida pelas lixas 320, 400 e 600. Em alguns casos usa-se lixas mais finas que a lixa 600, chegando-se a 1000 ou 1200. Todo o processo de lixamento é feito sob refrigeração com água. Polimento: a etapa do polimento é executada em geral com panos especiais, colados à pratos giratórios, sobre os quais são depositadas pequenas quantidades de abrasivos. Estes abrasivos variam em função do tipo de metal que está sendo preparado. Os mais comuns são, o óxido de alumínio (alumina) e a pasta de diamante. Durante o polimento a amostra também é refrigerada, com a utilização de álcool ou agentes refrigerantes específicos. Ataque químico: há uma enorme variedade de ataques químicos para diferentes tipos de metais e situações. Em geral, o ataque é feito por imersão da amostra, durante um período de aproximadamente 20 segundos, assim a microestrutura é revelada. Um dos reagentes mais usados é o NITAL, (ácido nítrico e álcool), que funciona para a grande maioria dos metais ferrosos. Para mais detalhes, há a norma ASTM E 250, que dispõe sobre as corretas técnicas de Metalografia. Etapas da preparação da amostra Metalografia qualitativa Consiste apenas em observar a microestrutura, determinando-se quais são os microconstituintes que a compõe. Os microconstituintes variam de acordo com o tipo de liga analisada e de acordo com os tratamentos térmicos, tratamentos mecânicos, processos de fabricação e outros processos a que o material haja sido submetido. Para os aços, os principais constituintes são : ferrita: composta por ferro e baixíssimo teor de carbono; perlita: composta por ferro e cerca de 0,8% de carbono; martensita: resultante de tratamentos térmicos de têmpera; austenita: constituinte básico dos aços inoxidáveis. Metalografia quantitativa O objetivo da metalografia quantitativa é determinar o tamanho médio dos grãos, a porcentagem de cada fase constituintedo material, a forma e o tipo de inclusões não metálicas, a forma e o tipo da grafite, no caso de ferros fundidos e outros dados específicos de cada liga. Com estes dados, é possível identificar uma liga, prever o comportamento mecânico e o método como o material foi processado. Este tipo de análise pode ser feito através da observação direta da amostra, utilizando uma ocular padronizada, ou de forma experimental, através do Método Planimérico de Jeffries e do Método dos Interceptos de Heyn. Os métodos experimentais podem ser utilizados de forma manual e de forma automatizada, através de um sistema computadorizado de análise de imagens. Grão (metalurgia) Grão adjacentes geralmente possuem diferentes orientações cristalográficas e um contorno de grão em comum e, durante a deformação plástica, o escorregamento ou o deslocamento de discordânicas devem ocorrer neste contorno, de um grão A para outro B. • O contorno de grão funciona como uma barreira a estes deslocamentos, por duas razões: Como os dois grãos possuem diferentes orientações cristalográficas, a discordância, ao passar do grão A para o B, precisa alterar sua direção de deslocamento, o que se torna mais difícil a medida que as desorientações aumentam. •A disordem atômica nos contornos de grão resultam na discontinuidade dos planos de escorregamento entre um grão e outro. Assim, um material com grãos mais finos possui maior dureza e resistência mecânica do que um material com grãos grosseiros, pois os primeiros possuem maior número de contornos de grão. Grão (metalurgia) Para muitos materiais, a tensão mínima de escoamento varia com o tamanho de grão de acordo com a seguinte relação: Nesta expressão, chamada de equação de Hall-Petch, “σy” é o limite de escoamento, “d” é o tamanho médio do grão e “σ0” e “ky” são constantes particulares do material. Além disso, a diminuição tamanho dos grãos também eleva a dureza de várias ligas, sendo possível escrever outra relação empírica da seguinte forma: onde “Hy” é a dureza, “d” é o tamanho médio dos grãos e “H0” e “ky” são constantes particulares do material. Grão (metalurgia) Por exemplo, o aço liga 4340 recozido (aquecido a 810°C e resfriado a uma taxa de 11°C por hora) possui uma tensão de escoamento de aproximadamente 470 MPa e uma dureza de 17 HRC. Este mesmo aço, se passar por um processo de normalização apresenta tensão de escoamento de cerca de 860 MPa e dureza de 40 HRC.
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