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Jonathas Dias de Sousa determinação do limite de liquidez e limite de plasticidade Palmas – TO 2015 Jonathas Dias de Sousa determinação do limite de liquidez e limite de plasticidade Relatório apresentado como requisito parcial para formação de nota alusiva a G1, referente à unidade curricular Mecânica dos Solos, do curso de Engenharia Civil, ministrada pela Prof.ª Jacqueline Henrique. Orientadora: Prof.ª Jacqueline Henrique INTRODUÇÃO O estudo prévio das características de um solo onde será implantada uma obra ou de onde será retirado material para aterros é a garantia de sucesso na construção de qualquer empreendimento. Obras de terra são em maioria de infraestrutura, ou seja, quando bem executadas garantem durabilidade, estabilidade e gastos desnecessários posteriormente com reparos ou combates a patologias. Segundo Caputo (1988, p. 52), A plasticidade é normalmente definida como uma propriedade dos solos, que consiste na maior ou menor capacidade de serem eles moldados, sob certas condições de umidade, sem variação de volume. Trata-se de uma das mais importantes propriedades da argila. O mesmo autor define liquidez como o momento onde o solo com alto teor de umidade passa a se comportar como um líquido denso. Definir os limites de liquidez e limite de plasticidade é encontrar o teor de umidade onde ocorre a transição de líquido para plástico e de plástico para semi-sólido, respectivamente. Conhecer esses limites nos ajuda a entender o comportamento do solo conforme a umidade é alterada. Isso é importante para a escolha de fundações adequadas, cálculos de taludes e barragens, determinação conveniente de umidade para compactação de solos em construção de rodovias, entre outras inúmeras soluções para engenharia. OBJETIVO Determinar o limite de liquidez conforme estabelecido na NBR 6459/1984. E determinar o limite de plasticidade conforme NBR 7180/1984. ENSAIOS Limite de Liquidez A determinação do teor de umidade da amostra a 25 golpes no aparelho Casagrande é o limite de liquidez do mesmo. Para obtenção deste valor faz-se determinações com golpes próximos a 25 para mais e para menos e depois analisado o gráfico representante desses dados. O ensaio ocorreu no dia 10 de setembro de 2015, no laboratório de solos do Centro Universitário Luterano de Palmas, sob a supervisão do técnico de laboratório Miller e a professora Jacqueline Henrique. Materiais e Equipamentos 200 g de solo, conforme NBR 6457/86; Agua; Aparelho Casagrande Cadinho; Cinzel; Espátula. Procedimentos de Execução do Ensaio Com os 200 g de solo dentro do cadinho iniciou-se o processo de umidificação da amostra. Após mexer com a espátula até o aspecto um pouco moldável da amostra, colocou-se parte dela na concha do aparelho Casagrande, nivelando-a com auxilio da espátula. Passou-se o cinzel ao meio da amostra sobre a concha deixando à vista o fundo metálico. Nivelaram-se as rebarbas formadas com a espátula e iniciou-se o golpeamento girando a manivela do aparelho Casagrande. Cada golpe foi contado e o processo terminou com a união mínima do vão criado pelo cinzel (Figura 01). Figura 01 – Aparelho Casagrande com amostra fechada após os golpes. Retirou-se imediatamente a parte onde ocorreu a união, coloco-a em um capsula e peso-a, anotando-se a massa inicial e a quantidade de golpes. A amostra que restou no aparelho retornou-a para o cadinho e acrescentou-se um pouco mais de água, para assim, alterar a umidade anterior. Após a nova umidificação, repetiu-se todo o processo anterior. Ao todo foram feitos cinco processos completos desde a alteração da umidade a pesagem das capsulas. Após a ultima pesagem colocou-se as capsulas na estufa para secagem e calcularmos posteriormente o teor de umidade em cada uma. Análise de Dados Após pesagem e secagem em estufa encontramos os dados da tabela a seguir: LIMITE DE LIQUIDEZ CÁPULAS 1 2 3 4 5 Massa úmida + Cápsula (g) 47,9 49,1 43,0 49,5 45,4 Massa seca + Cápsula (g) 42,9 43,5 33,6 38,1 34,1 Massa Cápsula (g) 15,4 17,4 12,2 17,5 17,6 Tabela 01 – Tabela de dados para análise. Aplicou-se a fórmula para obtenção do teor de umidade individual de cada cápsula: Onde: é o teor de umidade (%); é a massa do solo úmido ou inicial (g); é a massa seca ou final (g); é a massa da cápsula (g). Como resultado dos teores de umidade, obtivemos a tabela a seguir: LIMITE DE LIQUIDEZ CÁPULAS 1 2 3 4 5 Massa úmida + Cápsula (g) 47,9 49,1 43,0 49,5 45,4 Massa seca + Cápsula (g) 42,9 43,5 33,6 38,1 34,1 Massa Cápsula (g) 15,4 17,4 12,2 17,5 17,6 Teor de umidade (%) 18,2 21,5 43,9 55,3 68,5 Numero de Golpes 40 33 26 21 13 Tabela 02 – Teores de umidade por cápsula. O limite de liquidez pode ser estabelecido substituindo x na equação de ajuste linear onde os pares ordenados (x,y) são respectivamente número de golpes e teor de umidade. Após ajuste linear a equação a seguir foi encontrada: Onde: é o limite de liquidez (%); é o numero de golpes. Outra forma de encontrar o limite de liquidez é através da fórmula: Onde: é o limite de liquidez (%); é o teor de umidade por cápsula. é o numero de golpes para cada teor. Obs.: os resultados obtidos pela formula são valores individuais sendo necessário efetuar uma média simples dos valores, achando assim o valor do limite de liquidez. A NBR 6459/1984 diz que para obtenção do resultado de limite de liquidez deve-se construir um gráfico com ordenadas em escala logarítmica, sendo essas o numero de golpes e as abcissas, em escala aritmética, o teor de umidade. Colocam-se os dados e traça-se uma reta mais próximo possível dos pontos. Em seguida traça-se uma reta do número de golpes igual a 25 até a reta feita anteriormente, ligasse a abcissa correspondente e encontra-se o valor de LL (Figura 02). Figura 02 – Limite de liquidez pelo método do gráfico. Resultados e Discussão Como resultado da analise dos dados colhidos, obtivemos para o ajuste linear o limite de liquidez de 44,65 %, para a média dos resultados individuais 40,61 % e para a análise do gráfico 42 %. Os resultados apresentados foram diferentes, isso mostra o quanto o método escolhido para calcular pode interferir significativamente o resultado. Conclusão Por não apresentar nenhum problema na execução do procedimento do ensaio concluímos que o mesmo é valido com resultado de limite de liquidez de 42 %, já que este foi o valor obtido através do cálculo citado pela NBR 6459/84. Limite de Plasticidade O teor de umidade da amostra quando esta passa a apresentar fissuras ao ser moldada em formato cilíndrico com diâmetro de 3 mm e comprimento de 10 cm é o limite de plasticidade de um solo. O ensaio ocorreu no dia 10 de setembro de 2015, no laboratório de solos do Centro Universitário Luterano de Palmas, sob a supervisão do técnico de laboratório Miller e a professora Jacqueline Henrique. Materiais e Equipamentos 200 g de solo, conforme NBR 6457/86; Agua; Cadinho; Espátula; Gabarito cilíndrico para comparação; Placa de vidro de superfície esmerilhada. Procedimentos de Execução do Ensaio Umidificou-se a amostra de solo no cadinho mexendo com a espátula até obter uma consistência moldável. Depositou-se parte da amostra sobre a placa de vidro e com a palma das mãos começou-se a modelar até obter um cilindro de espessura igual ao gabarito, 3 mm, e com fissuras (Figura 03). Cortou-se o cilindro moldado com o mesmo tamanho do gabarito e o depositou em uma cápsula pesando-a logo em seguida. Foram feitos 5 moldes, molhando sempre que necessário a amostra de solo, para manter resultados de teor de umidade próximos, já que a umidade relativa do ar no dia 10 de setembro de 2015 na cidade Palmas-TO estava baixa. As cápsulas foram levadas para secagem em estufapor 24h. Figura 03 – Amostra sendo moldada com a palma da mão. Análise de Dados Após secagem em estufa tivemos como resultado a tabela a seguir: LIMITE DE PLASTICIDADE CÁPULAS 1 2 3 4 5 Massa úmida + Cápsula (g) 9,7 9,6 9,8 10 9,6 Massa seca + Cápsula (g) 9,5 9,4 9,5 9,6 9,4 Massa Cápsula (g) 8,2 8,1 8,2 8,5 8,0 Tabela 03 – Resultado de massa seca por cápsula. Aplicou-se a fórmula para obtenção do teor de umidade individual de cada cápsula: Onde: é o teor de umidade (%); é a massa do solo úmido ou inicial (g); é a massa seca ou final (g); é a massa da cápsula (g). Como resultado dos teores de umidade, obtivemos a tabela a seguir: LIMITE DE PLASTICIDADE CÁPULAS 1 2 3 4 5 Massa úmida + Cápsula (g) 9,7 9,6 9,8 10 9,6 Massa seca + Cápsula (g) 9,5 9,4 9,5 9,6 9,4 Massa Cápsula (g) 8,2 8,1 8,2 8,5 8,0 Teor de umidade (%) 15,4 15,4 23,1 36,4 15,9 Tabela 04 – Limites de plasticidade individuais. Para a obtenção do limite de plasticidade faz-se a média simples dos teores de umidade individuais, entretanto, a NBR 7180/1984 diz que o resultado individual não pode diferir em mais de 5 % da média e que a quantidade mínima de amostras para validação do ensaio não pode ser inferior a 3. Resultados e Discussão Após realização da media simples de todos os teores de umidade encontramos o valor de 21,4 % de limite de plasticidade, entretanto, os resultados individuais não poderiam diferencia em mais que 1,62 % em relação a média. Ocorreu que todos os resultados tiveram diferença maior que essa. Para conseguirmos obter o valor para o limite de plasticidade respeitando o normatizado pela NBR, pegamos os valores das capsulas 1, 2 e 5. Com a média simples obtivemos 15,6 %, podendo agora a diferença ser de até 0,778 %. Todos os valores foram inferiores a esse. Portanto o limite de plasticidade é de 15,6 %. Conclusão Por não apresentar nenhum problema na execução do procedimento do ensaio e por ter sido respeitado todos os critérios estabelecidos pela NBR 7180/1984, concluímos que o mesmo é valido com resultado de limite de plasticidade de 15,6 %. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com posse dos limites de liquidez e limite de plasticidade podemos definir o índice de plasticidade (IP). O índice de plasticidade é o espaço onde o solo se comporta plasticamente e é resultado da formula abaixo: Substituindo, Conforme verificado, o índice de plasticidade do solo é de 26,4 %. De acordo com a classificação, solos com IP maior que 15% são classificados como solo altamente plástico. Portanto o solo estudado apresenta características de solo altamente plástico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Amostras de solo – Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização – NBR 6457. Rio de Janeiro, 1986. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Solo – Determinação do limite de liquidez – NBR 6459. Rio de Janeiro, 1984. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Solo – Determinação do limite de plasticidade – NBR 7180. Rio de Janeiro, 1984. CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações: Fundamentos. 6. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1988. 2 v. FIORI, Alberto Pio; CARMIGNANI, Luigi. Fundamentos de mecânica dos solos e das rochas. 2. ed. Curitiba: Ufpr, 2009. 602 p. ORTIGÃO, J. A. R.. Introdução à mecânica dos solos dos estados críticos. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1995. 378 p.
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