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Fontes de Direito

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4ª AULA – FONTES DO DIREITO
	Aquilo que alimento o Direito, o que compõe o Direito.
Fontes formais: 
São os modos de manifestação do Direito mediante os quais o jurista conhece e descreve o fenômeno jurídico. 
Estatais: fontes de Direito que passam pelo Estado.
	Norma jurídica: criado pelo poder legislativo ou pelo poder executivo.
	Jurisprudência/sentenças: criado pelo poder judiciário.
	Tratados internacionais:
Não-Estatais:
Fontes de Direito que não passam pelo Estado. Pode ser uma relação privada de compra e venda de um celular usado, por exemplo, entre apenas duas pessoas.
	Costume jurídico:
	Direito científico (doutrina): opiniões de autores.
	Convenções: convenção de condomínio.
	Negócio jurídico: contrato de compra e venda. Regras estabelecidas entre o comprador e o vendedor (juros, multas, número de vezes, etc.).
Fontes Materiais: é o conjunto de valores e de circunstâncias sociais, que contribuem para a formação do conteúdo das normas jurídicas. Exemplo: História, Religião, Política, Economia, etc.
NORMA JURÍDICA
	
Lei constitucional: é norma de maior validade (importância) jurídica. Prevalece sobre as demais normas vigentes. A atual Constituição Federal (CF) foi promulgada em 5 de outubro de 1988, significa que temos apenas uma norma constitucional vigente em cada país. A primeira constituição foi em 1824 enquanto o Brasil era uma monarquia. A próxima foi em 1891, dois anos após a proclamação da república. Na era Vargas 1934, a outra constituição. Depois em 1937, 1946, 1967 e 1988. 7 constituições até então. A atual constituição tem 250 artigos, dentre eles, princípios fundamentais do estado, quais os órgãos do poder executivo, legislativo e judiciário, princípio da isonomia, direito a saúde, direito a educação, direito à moradia, etc.
Na pirâmide de Kelsen: a CF é a que tem mais validade, as demais normas devem obediência ao texto da CF. Junto dele está o Decreto 6949/09, decreto de deficientes.
Normas supralegais: se o tratado for internacional e sobre direitos humanos anteriores a 2004 entra como normas supralegais.
Na pirâmide de Kelsen: estão abaixo da CF e acima das demais leis e decretos. 
Lei complementar: alusiva à estrutura estatal ou aos serviços do estado, constituindo as leis de organização básica, cuja matéria está prevista na CF, tem o dever de complementar a CF. Sua aprovação é por Quórum qualificada. 
Obs: 81 senadores e 531 deputados. Lei complementar deve ser aprovada por maioria absoluta (Quórum qualificada). Exemplo: Lei complementar 140 de 2011 que disciplina quando é a união, estado, DF ou município vai agir em algum caso.
Na pirâmide de Kelsen: as Leis complementares estão logo abaixo das normas supralegais, as demais devem obedecer a ela. 
Lei ordinária: é aquela que cria, altera, extingue direitos. Lei ordinária é por maioria simples/relativa (Quórum não-qualificada), maioria dos presentes. Exemplo: lei de cotas, código civil, código de defesa do consumidor, código de defesa ambiental, etc. Tem iniciativa de algum dos representantes do poder legislativo ou executivo. 
Na pirâmide de Kelsen: está logo abaixo às Leis complementares, junto às leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas e decreto legislativos, todas as demais leis devem respeito a ela. 
Lei delegada: quando o congresso nacional, por meio de resolução delega ao presidente da república o poder de legislar sobre um determinado tema. (Artigo 68, Parágrafo 2º).
Na pirâmide de Kelsen: está junto a lei ordinária, medidas provisórias e os decretos legislativos, todas as demais leis devem respeito a ela.
Medida provisória: são normas elaboradas pelo presidente da república, no exercício de competência constitucional e substituem o antigo decreto lei. Tem força de lei e serve para casos de relevância e urgência, e devem ser submetidas de imediato ao Congresso Nacional. O poder executivo é quem faz as medias provisórias. Artigo 62).
Na pirâmide de Kelsen: tem o mesmo patamar de valor das leis delegadas, porém, tem um prazo de vigência: 60 + 60 dias. Todas as demais leis devem respeito a ela. 
Decreto legislativo: é a norma aprovada por maioria simples do congresso para ratificar (confirmar) tratados internacionais. Exemplo: o Brasil vai assinar um tratado internacional com 50 países da ONU. A partir de que ele assina ele tem que se comprometer com aquilo que ele assinou. Pega-se o texto assinado, mandam para o congresso nacional e o legislativo vai aprovar por maioria simples e vai criar um decreto legislativo, a partir de então está valendo o tratado. Isso ocorre porque normas de outros países passam a ter força dentro do território nacional.
Na pirâmide de Kelsen: está junto a medida provisória, leis delegadas e leis ordinárias, todas as demais devem respeito a ela.
Decreto regulamentar: serve para regulamentar o texto de uma lei ordinária. Exemplo: temos uma lei da mata atlântica que é a lei 11.428 de 2006, que diz que a exploração a eventual exploração de árvores nativas ocorre sem necessidade... para isso tem um decreto regulamentar que regulamente tal lei.
Na pirâmide de Kelsen: está junto ao decreto autônomo, todas as demais devem respeito a ela.
Decreto autônomo: é aquele que é expedido diretamente pelo Executivo e não tem a finalidade de regulamentar a matéria. Exemplo: decretação de estado de sítio e de estado de defesa. É quando o poder executivo intervém no país, em situação de guerra e demais situações críticas do país, onde o estado não consegue mais interferir. (A partir do Artigo 136 da constituição).
Na pirâmide de Kelsen: os decretos estão logo abaixo das medidas provisórias, leis ordinárias, leis delegadas e decretos legislativos, todas as demais devem respeito a ela.
	
	Além dessas temos: Resoluções, portarias, instruções normativas e circulares.
	Normas primárias: Constitucional Federal, Leis complementares, Leis delegadas, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias e Decretos Legislativos. 
	Normas secundárias: são normas expedidas pelo poder executivo, não passam pelo poder legislativo. São elas: Decretos autônomos e Leis regulamentares.
	Normas administrativas: portarias, resoluções, instruções normativas e circulares. São complementações das leis secundárias.
PROCESSO LEGISLATIVO
	O processo de criação das leis (cada tipo de lei com a sua particularidade). 
INICIATIVA: é quem apresenta o projeto. Apresentação do projeto de lei. Quem o faz: deputados e senadores. O poder executivo também pode encaminhar ao Congresso Nacional o projeto de lei. Ex: um deputado tem um projeto de lei, a lei será discutida pela câmera de deputados, depois para o senado, depois para ser sancionada. Se um senador apresentar projeto de lei, ela primeira será votada pelo senado federal e depois passa pela câmara dos deputados. 
DISCUSSÃO: discussão acontece nas comissões específicas, não no plenário. Depois disso, passa pela Comissão de constituição e justiça, ela avalia se essa norma está de acordo com a constituição.
DELIBERAÇÃO: é a votação da norma. Depois de ser votado nas duas casas, irá para o Executivo sancionar. 
SANÇÃO: é a aprovação da norma. Pode ser vetado: parte, inteiro, um artigo, etc. O veto deve ter justificativa. A palavra final é do legislativo, pois o processo legislativo é do processo legislativo.
PROMULGAÇÃO: é o ato pelo qual o poder executivo autentica a lei, atestando sua existência, ordenando sua aplicação e cumprimento. A norma entra em vigor quando for promulgada.
PUBLICAÇÃO: tornar isso público para a sociedade. Elas são publicadas no Diário Oficial da União.
JURISPRUDÊNCIA
Conceito: é o conjunto de decisões uniformes e constantes dos tribunais, resultantes da aplicação de normas a casos semelhantes, constituindo uma norma geral aplicável a todas as hipóteses similares e idênticas. O juiz de 1ª instância não está obrigado a seguir a jurisprudência. Nos dias atuais, a Jurisprudência é considerada mais importante que uma norma jurídica. A jurisprudência é a interpretação da lei.
Súmulavinculante: é a jurisprudência do STF que é de obediência obrigatória.
Súmula não-vinculante: não é obrigatória a seguir.
TRATADOS INTERNACIONAIS
	São os acordos que o Brasil assina com outros países.
DIREITO CONSUETUDINÁRIO OU COSTUME JURÍDICO
	É uma norma que deriva da longa prática uniforme ou da geral e constante repetição de dado comportamento sob a convicção de que corresponde a uma necessidade jurídica. É a prática reiterada de certo hábito em certa comunidade. No Brasil, o costume é fonte secundária de Direito. 
ESPÉCIES DE COSTUME: 
Secundum legem (...) previsto na lei: alguns costumes estão previstos na lei. Ex: Artigo 569, II C.C.
Praeter legem: supre a lei quando a lei não diz nada sobre o costume. 
Contra legem: contra a lei. Ex: pode ser um costume, mas ele está contrário a lei, exceto, que uma vez ela fosse lei e agora já não é mais.
DOUTRINA JURÍDICA OU ATIVIDADE CIENTÍFICO-JURÍDICA
	É o resultado do pensamento sistematizado sobre determinado problema, com a finalidade de ensinar, ou seja, um pensamento tido como correto por determinado ponto de vista. A opinião com base científica, estudada. Doutrina é um trabalho de alguém que leu a lei e escreve sobre ela.
PREENCHIMENTO DAS LACUNAS
	Quando a lei não diz nada, a jurisprudência está dividida e a doutrina não escreveu sobre, então temos uma lacuna.
Princípios gerais do Direito: depois da Segunda Guerra, surgiu a Hermenêutica Jurídica que interpreta as leis. Com isso, através da interpretação da lei, cria-se princípio de direito. Ex: princípio da isonomia, o princípio da igualdade localizado no Artigo 5º da CF, que diz que existe a igualdade de todos perante a lei. Princípio da legalidade: ninguém será obrigado a fazer alguma coisa se não for em virtude de lei. A lei não diz que não podemos conversar em sala de aula. Os princípios são: explícitos quando derivam da lei e quando não derivam da lei são implícitos. Princípio tem força normativa. 
Analogia: Ex: é quando aplica-se um caso parecido para resolver um problema. Ex: quando não se acha solução nem em norma jurídica, jurisprudência e nem em costume, etc. Mas em outro lugar tem um caso parecido já julgado. Nesse caso, usa-se o mesmo princípio de julgamento para julgar esse caso.
Equidade: buscar a justiça no preenchimento das lacunas. Ex: quando se está com dúvida, busca-se a justiça para o preenchimento da justiça como fonte do direito.

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