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ESTADO DA PARAÍBA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA DISCIPLINA DE DIREITO CONSTITUCIONAL I CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ALEX RODRIGUES DE LIMA Matrícula1420005386, turma “I”, 3º período. João Pessoa 2015 SUMÁRIO I. DA INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3 II. DAS HIPÓTESES GERADORAS DE INCONSTITUCIONALIDADE ....... 4 III. DO MOMENTO DA REALIZAÇÃO DO CONTROLE ................................ 4 IV. DOS SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE .......... 4 a) Abstrato: ................................................................................................................ 4 b) Concreto: ............................................................................................................... 5 V. DA LEGITIMIDADE PARA PROPOR A INCONSTITUCIONALIDADE .... 5 VI. DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA PROPOSTA DE INCONSTITUCIONALIDADE OU DECLARAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................................................................ 6 VII. DOS INSTRUMENTOS PARA PROPOR A INCONSTITUCIONALIDADE .................................................................................... 6 VIII. DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 6 3 I. DA INTRODUÇÃO O estudo do instituto do controle de constitucionalidade encontra respaldo na supremacia da Carta Política de 1988 sobre as demais normas do ordenamento jurídico pátrio. Os Estados, figuras abstratas, fruto da criação social, regulam-se por normas disciplinadoras do convívio social. No Estado moderno, produto de uma evolução que inicia no Estado Antigo e vai até os dias de hoje, convencionou-se a utilização de uma norma que tem por característica a supremacia em relação às demais normas do ordenamento jurídico. Trata-se da um texto normativo que se encontra acima de qualquer outra norma. Isto, pois, trata-se da norma que reflete os valores fundamentais de dada sociedade. Por gozar de tamanha supremacia, a constituição de um Estado não pode ser aviltada. As normas contidas no texto constitucional são a base do sistema jurídico e não é cabível que o legislador infraconstitucional edite atos contrários à mesma. Vê-se, portanto, a necessidade da mantença de tal impenetrabilidade. Para garantir esse status de superioridade da Norma Constitucional, se criou o “controle de constitucionalidade”, podendo ser conceituado como mecanismo por meio do qual se analisa se determino ato legislativo ou regulamentar está em harmonia com as disposições contidas no Texto Constitucional. As Normas Constitucionais são fundamentais, pois instauram um sistema jurídico, passando a ser o norte desse sistema. Como diz Hans Kelsen: O fundamento de validade de uma norma apenas pode ser a validade de uma outra norma. 1 Desse modo, uma norma infraconstitucional só terá validade se estiver lastreada na Carta Política de determinado Estado. A constituição de um Estado é o instrumento criador de todo um complexo normativo que deve ser harmônico. Isso significa dizer que a constituição é a nascente, a fonte, do poder normativo de um Estado, pois é dela que se retiram os nortes para a elaboração de atos legislativos. Por vezes, os poderes competentes para a elaboração de instrumentos de conduta [a norma] se afastam do dever de respeito à Norma Fundamental e, assim, acabam por produzir atos desconexos com a Constituição. Eis o memento no qual deve-se fazer valer a sua superioridade. Os poderes constituídos devem zelar pela constituição, à medida que devem afastar todo e qualquer ato que venha a ferir preceitos arraigados na Carta Fundamental. Como diz Kelsen, “A norma fundamental é a fonte comum da validade de 1 Kelsen, Hans, 1881-1973. Teoria pura do direito / Hans Kelsen ; [tradução João Baptista Machado]. 6ª ed. - São Paulo : Martins Fontes, 1998. Disponível em: < http://portalconservador.com/livros/Hans- Kelsen-Teoria-Pura-do-Direito.pdf> Acesso em: 08 de outubro de 2015. 4 todas as normas pertencentes a uma e mesma ordem normativa, o seu fundamento de validade comum.” 2 Nesse diapasão, tem-se a necessidade de proceder ao controle de constitucionalidade, pois a integridade e o respeito à Norma Fundamental são requisitos para a segurança jurídica de um Estado. É preciso, portanto, para que ocorra um controle de constitucionalidade, a existência de uma constituição e de um órgão dotado de competência para fazê-lo. II. DAS HIPÓTESES GERADORAS DE INCONSTITUCIONALIDADE A priori, é mister conceituar o que a vem a ser inconstitucionalidade. Pode- se dizer que inconstitucionalidade é a característica de ser contrário à Constituição. Portanto, é inconstitucional o ato legislativo ou normativo que está em condição de incompatibilidade com a Norma Fundamental. Inconstitucional é ser desconexo com as normas constitucionais. A inconstitucionalidade se dá por duas hipóteses: por ação [ Resulta de uma agir. É a elaboração de um ato legislativo ou ato normativo que contraria a Constituição. Pode ser formal ou material. É formal quando o vício de inconstitucionalidade se dá pela falta de competência do autor do ato ou por inobservância de formalidades previstas na CRFB. É material quando o próprio ato é contrário ao conteúdo das normas constitucionais] e por omissão[quando a falta de ato legislativo ou ato normativo, por omissão do legislador, torna certo direito inexequível.]. III. DO MOMENTO DA REALIZAÇÃO DO CONTROLE O controle pode ser prévio ou repressivo. É prévio quando o momento de sua execução se dá antes do ingresso do ato, eivado de inconstitucionalidade, no ordenamento jurídico. Este é exercido pelo Poder Executivo e Legislativo. É repressivo o controle quando o momento de sua execução se dá após o ingresso do ato, eivado de inconstitucionalidade, no ordenamento jurídico pátrio. IV. DOS SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Dois são os sistemas de controle da constitucionalidade: a) Abstrato: O que visa declarar a inconstitucionalidade ou constitucionalidade (ADC) de um ato legislativo ou normativo. Este é proposto diretamente ao Supremo Tribunal Federal. A decisão do STF tem efeito erga omnes. Se 2 Kelsen, Hans, 1881-1973. Teoria pura do direito / Hans Kelsen ; [tradução João Baptista Machado]. 6ª ed. - São Paulo : Martins Fontes, 1998. Disponível em: < http://portalconservador.com/livros/Hans- Kelsen-Teoria-Pura-do-Direito.pdf> Acesso em: 08 de outubro de 2015. 5 por ventura o STF declara o ato legislativo ou normativo inconstitucional, tal ato perde o vigor. b) Concreto: Chama-se de concreto o que visa arguir um direito individual ou coletivo. É arguido perante qualquer Juiz ou Tribunal. O efeito da decisão proferido pelo órgão Judicial é entre as partes da demanda. V. DA LEGITIMIDADE PARA PROPOR A INCONSTITUCIONALIDADE Em se tratando de controle difuso (concreto), é competente para arguir a inconstitucionalidade o interessado. Em se tratando de controle concentrado (abstrato), são competentes todos os órgão e entidades interessadas previstos no art. 103 da CRFB, in verbis: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - aMesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 6 IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. VI. DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA PROPOSTA DE INCONSTITUCIONALIDADE OU DECLARAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE Em se tratando de controle difuso, é competente qualquer órgão do Poder Judiciário. Isso significa que vai desde o Juiz Singular até o STF. Em se tratando de controle concentrado, apenas o Supremo Tribunal Federal poderá realizar seu julgamento. VII. DOS INSTRUMENTOS PARA PROPOR A INCONSTITUCIONALIDADE Em se tratando de controle difuso, pode-se propor a inconstitucionalidade por meio de um habeas corpus, mandado de segurança ou qualquer outra modalidade de ação. Em se tratando de controle concentrado, são instrumentos para propor a inconstitucionalidade ou propor a constitucionalidade: ADC, ADIn, ação de inconstitucionalidade por omissão, representação interventiva e arguição de descumprimento de preceito fundamental . VIII. DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS Vê-se, portanto, que o controle de constitucionalidade é um mecanismo por meio do qual se visa resguardar a supremacia das normas constitucionais. Isso é de suma importância para garantir a segurança jurídica do sistema normativo pátrio. Pode- se constatar a figura do princípio da presunção de constitucionalidade dos atos praticados pelos Poderes Constituídos. Isso quer dizer que todos os atos praticados pelos Poderes Constituídos gozam de presunção de constitucionalidade, ou seja, presume-se que todo ato está fundamentado na Constituição. Por vezes, os agentes públicos podem negligenciar e produzir atos incompatíveis com a Carta Fundamental e é nesse momento que se deve executar o controle. Nesse diapasão, constata-se que a Constituição é a norma fundamental de um Estado e contra a qual nada se pode criar.
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