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O HOMEM DE VOCAÇÃO POLÍTICA
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A preocupação com as questões sociais são constantes na humanidade. O estudo de sua conduta vem evoluindo desde a antiguidade, com diversas teorias e aplicações, para tanto a ética torna-se fundamental em todas as áreas. 
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A Política em nosso país é algo questionado e questionador, uma vez que ela está sistematizada com ações de maus políticos, que usufruem de verbas públicas para fins pessoais. Mesmo assim, não há de se esquecer de que o homem é um ser essencialmente político, repleto de ações de caráter político, motivado por ações ideológicas.
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No Brasil, o “poder” tem sua configuração única, isto é, à vontade e a busca pelo poder permeou e ainda permeia a natureza do homem e suas ações. Porém, não podemos esquecer que há algumas ações que descaracterizam todo o legítimo significado de democracia e política.
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Mediante o exposto, o presente trabalho tem como objetivo estimular a reflexão sobre as atitudes do homem público, mais precisamente o político, e os reflexos de suas ações nas concepções dos indivíduos. Querendo ou não, a política faz parte da nossa vida, é ela que determina nosso presente bem como nosso futuro, haja vista, as mudanças econômicas, tecnológicas e sociais, princípios éticos de uma sociedade que podem e devem evoluir segundo os valores, os quais sofrem mutações.
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É imprescindível, nos dias atuais, verificar e conhecer os conflitos entre ética e política, focando as formas como o poder político interfere nas relações sociais, deturpando valores morais da sociedade, manipulando-a, onde deveriam usar o poder para defender os direitos de cidadania. Para tanto se faz necessário conhecer dois tipos de políticos: os que vivem da política e os que vivem para a política. Os que são éticos convictos e os que são éticos responsáveis. Aqueles que desejam dedicar-se a política, especialmente a política como vocação, estes precisam estar preparados para compreender os paradoxos éticos. 
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Necessitamos elencar por que há falta de ética na política e, por que a impunidade vem caracterizando cada vez mais nosso modelo político. No vídeo, faz-se necessário analisar o ato político, responsabilidade da obra, comportamento do homem público brasileiro, quando os elegemos delegamos poderes, quais são as atitudes destes homens quando estão no poder, como deixarão suas marcas. O bom político deve ter consciência de que é pago com o dinheiro dos nossos impostos para conduzir as políticas públicas, de forma igualitária, é fazer o que é certo, não precisa dizer que fez, pois sua obrigação é fazer.
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Todo homem é um ser político por natureza, e a história revela isso, pois a vida em sociedade exige relação de aproximação, acordos, regras, condutas, limites e um amplo conjunto de valores e normas. Sendo assim, a política se define como a arte de governar, abrangendo todas as espécies de atividades diretivas autônomas. Todos nós fazemos política constantemente em nossas ações, quando planejamos estratégias, formulamos as maneiras pelas quais agimos. Estamos diariamente construindo, analisando nossas ações, pensando de uma forma individual, mas interagimos com os outros, com o grupo, assim nossas ações acontecem de forma coletiva. Então, percebe-se que a política é uma arte essencial na vida em sociedade, a qual o conjunto de esforços feitos em vista a participar do poder ou influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado.
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Todo homem que se entrega à política, aspira ao poder. Na maioria das vezes a empresa política se põe necessariamente como uma empresa de interesses. Surge então, o dilema fundamental: seguir a sua convicção pessoal ou tomar decisões impostas pelas circunstâncias. As decisões políticas não são tomadas livremente, o político tem em conta uma série de condicionamentos que tornam impraticáveis certas ações que correspondem a um juízo de valor pessoal.
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O cenário brasileiro assombra e indigna a população, dadas às denúncias e constatações de malversação da máquina pública. Vive-se um grande caos político que nos envergonha, envergonha os honestos e justos, aos que labutam para viver com dignidade e continuam apostando, de quatro em quatro anos, numa pessoa que “parece” ser melhor. A cada quatro anos mudam-se os slogans, o povo se ilude e acredita em mudanças, porém o descaso continua. Os que estão no poder hoje aplaudem os “erros”, a corrupção, os apadrinhamentos a que condenavam nas gestões anteriores.
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Atualmente, este drama requer dos protagonistas um talento especial e uma sensibilidade igualmente especial que os faz parecer verdadeiros. Estes artistas, profissionais da política, procuram por todos os meios influenciar de diversas formas e continuamente, o destino da sociedade onde estão inseridos. Dessa forma a política passa a ser uma grande encenação, com um grande e admirável elenco, cujos objetivos são despertar os sentimentos de veneração e medo, ao mesmo tempo, despertar piedade daqueles espectadores que são indignamente enganados, e levados pela ingenuidade e natural ilusão.
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Na ótica socratiana, o sentimento de piedade, possibilitava a catarse, que é a purificação, a purgação nos espectadores. Aos nossos dias, podemos dizer que é através da tragédia cômica, apresentada pelos nossos artistas políticos, ou grandes estrelas da política, e o povo espectadores passivos à encenação falaciosa. Hoje, essa catarse é muito nociva, pois transforma em decepção o desejo de viver, num país honesto de ações positivas e éticas.
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A discussão ética remonta a antiguidade grega. Filósofos buscavam produzir um conhecimento capaz de fornecer respostas absolutas para todos os tipos de questionamento humano.
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De acordo com Miguel Reale:
“... não é a Doutrina da Ação em geral, mas propriamente a Doutrina da Conduta, da ação inseparável de sua razão ou critério de medida, de sua norma, mediante a qual se expressa teologicamente um valor. A Ética é, em suma, a teoria da conduta, o qual equivale a dizer: teoria normativa da ação.” (Miguel REALE, Filosofia do Direito, vol. I Tomo II, p.346).
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Max Weber estabeleceu, em princípios do século XIX, a distinção entre Ética da Convicção, o conjunto de normas e valores que orientam o comportamento do político na sua esfera privada, e Ética da Responsabilidade representa o conjunto de normas e valores que orientam a decisão do político a partir de sua posição como governante ou legislador. Para Weber, quanto maior o grau de inserção de determinado político na arena política, maior o afastamento das suas convicções pessoais. Quando não se tem firmeza do caráter, quando não se é ético de verdade é fácil ser corrompido. Sócrates diz: “que é mais fácil corromper do que persuadir.” É triste ver compra de favores, compra de amigos, compra de votos.
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Vemos assim que a Ética da convicção e a ética da responsabilidade, não se contrapõem, mas se completam e, em conjunto formam o homem autêntico, isto é, um homem que pode aspirar à “Vocação Política”. Aquele que esteja convencido de que não se abaterá, nem mesmo que o mundo, julgado do seu ponto de vista, se revele demasiado estúpido ou demasiado mesquinho para merecer o que ele pretende oferecer-lhe, aquele que permaneça capaz de dizer “a despeito de tudo!”, aquele e só aquele tem a vocação da política. O político vocacionado deve ser movido primordialmente pela ética da responsabilidade. Weber afirma ainda que: “a ética de fins últimos e a ética da responsabilidade, não são contrastes absolutos, mas antes suplementos, que só em uníssono constituem um homem genuíno, um homem que pode
ter a vocação para a política.”.
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A raiz da vocação está intimamente ligada ao tipo de dominação carismática. O homem não obedece ao líder carismático em virtude da tradição ou da lei, mas porque acreditam nele. Há três qualidades que fazem o político vocacionado: Paixão – dedicação apaixonada a uma causa, uma conduta responsável em torno de ideias e utopias; Senso de responsabilidade – guia da ação; Senso de proporções – o político deve ser capaz de conseguir distanciar-se dos problemas e analisa-los com a gravidade e sobriedade. Weber afirma que um dos desafios do político vocacionado é o de superar um inimigo bastante comum e demasiado humano: a vaidade vulgar. 
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Encontramos em nossa sociedade dois tipos de políticos: os que vivem para a política e os que vivem da política. O político que vive da política é aquele que não possui recursos materiais para sua subsistência para além dos recursos provindos da própria atividade política. Sua atuação pública se confunde uma luta não apenas por ideais comuns ou interesses de classes, mas também para conquista de meios de conseguir renda, o que de alguma forma prejudica a capacidade de distanciamento para análise racional dos problemas do seu cotidiano enquanto profissional da política. Já o político que vive para a política, representa o tipo ideal de atributos do político vocacionado, pois sua independência diante da remuneração própria da atividade política significa, também, uma independência de seus objetivos no decorrer da vida pública. Sua conduta está voltada para busca de prestígio, honra (como no vídeo: Sociologia Política), ideais ou até mesmo do “poder pelo poder”, mas não tomaria como prioridade as busca por recompensas financeiras em decorrência da profissão política, pois já disporia de recursos materiais suficientes. A abordagem ética da política apresenta uma série de peculiaridades. Weber sustenta que, na política, muitas vezes o “bem,” pode gerar o “mal”.
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No Brasil percebe-se que é bom ser político, principalmente pelos benefícios e pelas mordomias. As pessoas procuram ascensão social e circulação em extratos mais elevados da sociedade, somando-se a isso, ganhos com direito a foro privilegiado, verbas para exercícios das atividades profissionais.
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Todo homem político deve ter sua convicção, bem como é de fundamental importância que ele assuma as consequências de seus atos. Haja vista, que a ética da convicção parte do princípio de que se existe Lei, ela deve ser cumprida, custe o que custar e a Constituição para ser respeitada. Pensa-se que este seja o raciocínio dos Ministros quando da tomada de decisões. Por outro lado, se eles agissem segundo a Ética da Responsabilidade, mesmo considerando o caráter da inconstitucionalidade possivelmente mudasse sua decisão. A Ética da Responsabilidade o remeteria a um raciocínio de que não dá mais para aguentar tanta safadeza, tanta roubalheira, tanta sacanagem com o dinheiro do povo. A Lei precisa ser aplicada e o cenário político brasileiro precisa urgentemente de uma paisagem.
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Quem não entende a Ética da Responsabilidade não pode entender a ação política. Partidos de oposição frequentemente fingem que ignoram essa realidade e fazem uso de um discurso calcado em uma ética de convicção ou de valores. Uma vez no poder, são obrigados a se adequar à realidade e abandonar o discurso da convicção. 
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Para Maquiavel e Weber, na ética da responsabilidade serão morais as ações que forem úteis à comunidade, e imorais aquelas que a prejudicam, visando apenas interesses particulares. Pensa-se que na ética da responsabilidade, o que valida um ato é o resultado, e não a intenção. Para Destarte, podemos afirmar que a ética da responsabilidade corresponde às decisões tomadas por aqueles que, investidos no poder, tudo fazem para manter a harmonia social. A teoria do Mínimo Ético desenvolvida por diversos doutrinadores teve por maiores aperfeiçoados o expositor alemão Georg Jelinek, no final do século XIX e começo do seguinte, preceitua que o direito seria apenas o mínimo de Moral exigido para que a sociedade não se dilacerasse, para sobreviver e considera indispensável à paz social.
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Conforme afirma Ribeiro (1998), se queremos fazer alguma coisa para melhorar a situação, há que se construir ou resgatar a participação da sociedade nas questões de interesse público. A opinião da sociedade fundamentada no conhecimento dos problemas políticos e no acompanhamento das ações dos que estão exercendo os cargos públicos, deve ser à base do exercício da cidadania política, já que o povo deposita toda confiança nos seus representantes. Sendo assim, a opinião pública deve exercer o papel de agente controlador ou disciplinador dos homens que estão no poder, contra eventuais abusos.
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Toda ação política exige responsabilidade, seriedade, competência, interesse pelo bem comum e compromisso por parte dos políticos em geral, pois eles são os nossos representantes. Penso que, faz-se necessário, sem dúvida que aprofundemos nossos conhecimentos acerca da Ciência Política para acompanharmos as ações dos poderes públicos, participando ativamente da construção de uma sociedade mais justa e solidária, devemos também, tratar os políticos como funcionários que o são, escolhidos pelo povo para uma função pública, a qual deve ser fiscalizada por aqueles que os elegeram. 
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Torna-se essencial nos dias atuais, verificar os conflitos entre ética e a política, enfocando como o poder político interfere nas relações sociais, deturpando os valores morais da sociedade, através de mentiras, pois muitos políticos procuram apenas a autopromoção e a manipulação da sociedade. Promessas políticas feitas em período eleitoral para obtenção de vantagens, não são cumpridas. Alguns por falta de vontade política, outros por ineficiência ou falta de recursos financeiros do Estado.
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A palavra ética vem do grego “ethos” que significa o modo de ser, o caráter de cada indivíduo. Quando se discute a falta de ética, uma das primeiras palavras que vem à mente da maioria da população é a de um político, isso porque cada vez mais vem sendo mostrado pela imprensa, denúncias de corrupção e desvio de dinheiro em benefício dos próprios parlamentares. A falta de ética na política e a impunidade vêm caracterizando cada vez mais o poder do capitalismo e da burguesia, associados aos interesses políticos eleitoreiros que exercem sobre determinadas políticas de formação, política duvidosa.
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A divisão entre ética coletiva e ética individual sempre existiu, tendo sido dissecada teoricamente pelo Florentino Maquiavel. O filósofo, também político Norberto Bobbio diz que tal divisão é inevitável e constitui uma tensão estrutural da política. Grande parte da corrupção disseminada que afeta a vida pública e mesmo a sociedade brasileira, decorre dessa divisão bem como da dicotomia existente entre o poder e a responsabilidade dos partidos políticos. Neste momento da vida nacional, mais do que tudo o estudo da ética deve ser incrementado para dar continuidade ao processo de melhoria do serviço público brasileiro e, especificamente, nos servidores públicos e nos agentes políticos.
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Veem-se políticos colocando a moral e a ética em segundo plano, ou talvez não as coloque em plano algum. Pois, quando estão na disputa pelo poder, utilizam-se políticas de cunho social cedem espaço para as de cunho econômico, este é o caminho que induz com frequência à corrupção.
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Referimo-nos ao exposto, compreendendo bem como funciona a política no Brasil. Muitos homens públicos mesmo cometendo crimes contra sociedade se reelegem com facilidade. Percebe-se que mesmo com grande força, a opinião pública, esta é manipulada pelos
governantes.
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Carecemos de homens públicos vocacionados, que demonstrem agressividade, competitividade e uma boa dose de ambição e vaidade pessoal, mas carecemos também de outros valores, como solidariedade, da equidade e certamente o da justiça.
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