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Explorando o Universo: dos quarks aos quasares - Lista de exerc´ıcios 1) Quais os tipos de aglomerados estelares? Existem dois tipos de aglomerados estelares: aglomerados abertos e aglom- erados globulares. 2) Quais as caracter´ısticas de cada um dos tipos? Aglomerados abertos: Possuem dezenas a poucos milhares de estrelas, suas idades variam de muito jovens (1 milha˜o de anos) ate´ relativamente velhos (alguns bilho˜es de anos). Encontram-se no disco da gala´xia. Ex.: Pleiades e Hyades. Aglomerados globulares: Possuem dezenas de milhares a 1 milha˜o de estre- las, suas idades variam entre alguns bilho˜es de anos ate´ mais de 10 bilho˜es de anos. Encontram-se geralmente no Halo e no Bojo da Gala´xia. Ex.: Oˆmega Centauri e 47Tucanae. 3) Que tipo de informac¸a˜o podemos obter do estudo de aglomera- dos? O efeito de mudanc¸a de um diagrama HR com a idade do aglomerado e´ um instrumento poderoso para os modelos de evoluc¸a˜o estelar. Com o aux´ılio de um computador, podemos acompanhar as mudanc¸as sofridas por estrelas de va´rias massas ao longo do tempo, tais como previstas por um modelo evo- lutivo. Um diagrama HR teo´rico pode enta˜o ser constru´ıdo para diferentes idades. As observac¸o˜es dos diagramas dos aglomerados podem enta˜o ser con- frontadas com as previso˜es do modelo, permitindo assim testar a validade deste u´ltimo e, em u´ltima ana´lise, de nossa compreensa˜o de como estrelas evoluem e dos processos f´ısicos em seus interiores que causam esta evoluc¸a˜o. 4) Que propriedades teˆm as estrelas que nascem em aglomerados? Quando as estrelas nascem do mesmo aglomerado formaram-se da mesma nuvem de ga´s e portanto, teˆm a mesma idade, a mesma composic¸a˜o qu´ımica e, aproximadamente, a mesma distaˆncia. 5) De que forma podemos estimar a idade de aglomerados este- lares? Como todas as estrelas de um aglomerado se formam ao mesmo tempo, to- das teˆm a mesma idade. Um aglomerado muito jovem tera´ um diagrama HR contendo estrelas T-Tauri evoluindo para a sequ¨eˆncia principal. A` medida em que passa o tempo, as estrelas de maior massa, no topo da sequ¨eˆncia prin- cipal, evoluem e se tornam supergigantes vermelhas. Dessa forma, quanto mais velho o aglomerado, menor a extensa˜o da parte superior da sequ¨eˆncia principal. Ale´m disso, maior sera´ o nu´mero de estrelas gigantes e supergi- gantes vermelhas na parte superior direita do diagrama HR.Conhecidas as 1 posic¸o˜es do ”turn-off”para va´rios aglomerados, podemos estimar suas idades. As idades dos aglomerados e das estrelas em geral, juntamente com sua posic¸a˜o no interior da nossa Gala´xia, por seu turno, permite-nos entender melhor como esta u´ltima se formou. Ao fazermos isso, conclu´ımos que os aglomerados mais velhos sa˜o os globulares e que estes esta˜o distribu´ıdos em um halo aproximadamente esfe´rico em torno do centro da Gala´xia. Ja´ os aglomerados abertos, que sa˜o mais jovens, se encontram no plano do disco, ao longo dos brac¸os espirais. 6) Como as estrelas se distribuem em termos de massa e luminosi- dade? 0.08 < M < 0.45 Msol (laranja) – ana˜s vermelhas (pouco luminosas, baixas temperaturas superficiais e cor avermelhada) 0.45 < M < 10 Msol (amarela) 10 < M < 25 Msol (azul fraca) 25 < M < 100 Msol (azul forte) – supergigantes azuis (alta luminosidade, alta temperatura e cor azulada). A luminosidade aumenta com a massa da estrela. 7) De que forma as estrelas manteˆm seu equil´ıbrio? Durante a fase de evoluc¸a˜o, que dura 90 por cento do tempo total de vida das estrelas, elas se manteˆm em equil´ıbrio hidrosta´tico (balanc¸o entre gravidade (auto gravitac¸a˜o) e forc¸as de pressa˜o interna). Portanto, se o planeta na˜o esta´ nem se expandindo nem se contraindo, ele tem que obedecer a equac¸a˜o do equil´ıbrio hidrosta´tico, ou seja, em cada ponto, o peso das camadas supe- riores e´ balanceado pela forc¸a de pressa˜o das camadas inferiores. 8) Descreva de forma resumida o processo de formac¸a˜o de estrelas. Estrelas se formam dentro de concentrac¸o˜es relativamente densas de ga´s e poeira interestelar conhecidas como nuvens moleculares. Sa˜o regio˜es extrema- mente frias (10 a 20 K), pro´ximas do zero absoluto. A essas temperaturas, gases se tornam moleculares, ou seja, os a´tomos se agrupam para formar mole´culas. CO e H2 sa˜o as mole´culas mais comuns nas nuvens de ga´s inter- estelar. A baixa temperatura tambe´m favorece a aglomerac¸a˜o do ga´s a den- sidades mais altas. Quando a densidade atinge um valor limite, estrelas se formam. A formac¸a˜o estelar inicia quando as regio˜es mais densas das nuvens moleculares colapsam sob a ac¸a˜o de sua pro´pria gravidade. A medida que colapsam, as regio˜es centrais se fragmentam em pedac¸os, esses fragmentos enta˜o, formam as protoestrelas. O disco em rotac¸a˜o evolui mais lentamente e forma um sistema planeta´rio. Mate´ria continua a cair em direc¸a˜o a` pro- toestrela, aumentando enormemente seu tamanho. A queda de mate´ria em dirac¸a˜o ao centro e´ interrompida quando iniciam-se as reac¸o˜es de fusa˜o nu- clear no centro da protoestrela, o que produz um forte vento de radiac¸a˜o e part´ıculas a partir da mesma. Quando a pressa˜o no interior da protoestrela e´ 2 suficientemente grande para conter o colapso, ela se torna uma protoestrela esta´vel. Mate´ria continua a cair sobre a protoestrela. Apo´s alguns milho˜es de anos, reac¸o˜es de fusa˜o termonuclear iniciam-se em seu centro. Um forte vento estelar (radiac¸a˜o e part´ıculas) e´ produzido, dando fim assim a` queda de ga´s em direc¸a˜o ao centro. A protoestrela agora e´ considerada uma estrela jovem, ja´ que sua massa na˜o mais se altera e sua evoluc¸a˜o esta´ definida. 9) Descreva de forma resumida o processo de evoluc¸a˜o de estrelas. O destino final das estrelas, depois de consumirem todo seu combust´ıvel nu- clear, depende de duas coisas: se a estrela faz parte de um sistema bina´rio ou mu´ltiplo e de sua massa inicial. Se a estrela faz parte de um sistema bina´rio ou mu´ltiplo, sua evoluc¸a˜o depende somente de sua massa inicial. Se a estrela iniciar sua vida com massa menor que 0.8 MSol, a idade do Universo ainda na˜o e´ suficiente para esta estrela ter evolu´ıdo ale´m da sequeˆncia principal. Quanto menos massivas, mais lenta e´ a evoluc¸a˜o de uma estrela. Se a estrela iniciar com massa entre 0.8 e 10 MSol, apo´s consumir o hidrogeˆnio no centro, a estrela passara´ pela fase de gigante e depois de supergigante, ejetara´ uma nebulosa planeta´ria e terminara´ sua vida como uma ana˜ branca, com massa da ordem de 0.6 MSol, e raio de cerca de 10 000 km. Se a estrela iniciar sua vida com massa entre 10 e 25 MSol, apo´s a fase de supergigante, ela ejetara´ a maior parte de sua massa em uma explosa˜o de supernova, e terminara´ sua vida como uma estrela de neˆutrons, com uma temperatura superficial acima de 1 milha˜o de graus Kelvin, massa de cerca de 1.4 MSol, e raio de cerca de 20 km. Se esta estrela possuir campo magne´tico forte, ela emitira´ luz direcionada em um cone em volta dos polos magne´ticos, como um farol, e sera´ um pulsar. Se a estrela iniciar sua vida com massa entre 25 e 100 MSol, apo´s a fase de supernova, restara´ um buraco negro, com massa da ordem de 6 MSol, e raio do horizonte menor que 1 km. Se a estrela iniciar sua vida com massa acima de 100 MSol, ela ejetara´ a maior parte de sua massa ainda na sequeˆncia principal, por pressa˜o de radiac¸a˜o, e depois evoluira´ como uma estrela de ate´ 100 MSol. 10) Qual a fonte de energia do Sol? A energia do Sol prove´m da fusa˜o nuclear (atualmente de hidrogeˆnio em he´lio). 11) E´ poss´ıvel viajar ate´ outras estrelas? Justifique sua resposta. Devido a`s grandes distaˆncias interestelares, e a` limitac¸a˜o da velocidade a velocidades menores que a velocidade da luz pela relatividade de Einstein, na˜o e´ poss´ıvel viajar ate´ outras estrelas e seus poss´ıveis planetas. 12) Por que os cientistas na˜o acreditam em viajantes de outros planetas?Devido a`s distaˆncias enormes e gastos energe´ticos envolvidos, e´ muito im- prova´vel que existam viajantes de outros planetas dispostos a gastar quanti- dades fanta´sticas de tempo e energia para chegar ate´ a Terra. 3 13) Existe vida inteligente em outro planeta do sistema solar ale´m da Terra? Justifique sua resposta. Os seres inteligentes produzem manifestac¸o˜es artificiais, como as ondas eletro- magne´ticas moduladas em amplitude (AM) ou frequeˆncia (FM) produzidas pelos terra´queos para transmitir informac¸a˜o (sinais com estrutura lo´gica). Acreditando que poss´ıveis seres extra-terrestres inteligentes se manifestam de maneira similar, desde 1960 se usam radiotelesco´pios para tentar cap- tar sinais deles. Esta busca leva a sigla SETI, do ingleˆs Search for Extra- Terrestrial Inteligence, ou Busca de Inteligeˆncia Extra-Terrestre. Ate´ hoje, na˜o houve nenhuma detecc¸a˜o, mas esta busca se baseia em emisso˜es mod- uladas de ra´dio, que produzimos aqui na Terra somente no u´ltimo se´culo. Hoje em dia, as transmisso˜es de dados por ondas eletromagne´ticas esta´ sendo superada por transporte de informac¸a˜o por fibras o´pticas, que na˜o sa˜o per- cept´ıveis a distaˆncias interestelares (portanto, talvez exista vida inteligente em outro planeta). 14) Como sa˜o gerados os elementos qu´ımicos no interior das estre- las? Sa˜o gerados atrave´s de reac¸o˜es nucleares e ejetados nas exploso˜es de super- novas. 15) O que e´ a equac¸a˜o de Drake? Qual a sua importaˆncia? A estimativa do nu´mero N de civilizac¸o˜es na nossa Gala´xia pode ser discutida com o aux´ılio da equac¸a˜o de Drake, proposta em 1961 pelo Dr. Frank Drake, enta˜o astroˆnomo no National Radio Astronomy Observatory in Green Bank, Estados Unidos, e atual presidente do SETI Institute: N = fpfvfifcN˙Tt onde fp e´ a frac¸a˜o prova´vel de estrelas que teˆm planetas (menor que 1 6 , fv e´ a frac¸a˜o prova´vel de planetas que abrigam vida, fi e´ a frac¸a˜o prova´vel de planetas que abrigam vida e desenvolveram formas de vida inteligente, fc e´ a frac¸a˜o prova´vel de planetas que abrigam vida inteligente e que desen- volveram civilizac¸o˜es tecnolo´gicas com comunicac¸a˜o eletromagne´tica, N˙ e´ a taxa de formac¸a˜o de estrelas na Gala´xia, e Tt e´ o tempo prova´vel de durac¸a˜o de uma civilizac¸a˜o tecnolo´gica. A equac¸a˜o de Drake pode ser usada para estimar a distaˆncia de uma estrela com civilizac¸a˜o tecnolo´gica. 16) Quantos planetas fora do Sistema Solar ja´ foram descobertos? Descobertos e confirmados sa˜o mais de 500 planetas, sendo que este nu´mero total esta´ mudando a cada dia. 17) Quais as te´cnicas usadas para estas descobertas? Astrometria: esta e´ a te´cnica pioneira de detecc¸a˜o de planetas extra-solares, mesmo que o primeiro planeta na˜o tenha sido descoberto por esta te´cnica. 4 Atrave´s de medidas precisas de posic¸a˜o da estrela, pode-se inferir a presenc¸a de atrac¸a˜o gravitacional de um corpo (planeta) orbitando a estrela. Este efeito na˜o sera´ medido se a o´rbita do planeta for de perfil. Existem limitac¸o˜es devido a dificuldade se medidas astrome´tricas com precisa˜o suficiente para detectar perturbac¸o˜es causadas por planetas. Velocidade radial: esta e´ a principal te´cnica de utilizada para a busca de plan- etas extra-solares. Esta te´cnica usa o efeito Doppler como princ´ıpio, pois o que se mede sa˜o os desvios para os comprimentos de onda vermelho e azuis das linhas de absorc¸a˜o da estrela hospedeira. Este deslocamento pode ser causado pela presenc¸a de um ou mais planetas orbitando a estrela. Quanto maior o planeta e mais pro´ximo o mesmo estiver da estrela, maior sera´ o efeito medido na estrela. Quanto menor for a estrela, maior sera´ o efeito gravitacional ”sentido”pela estrela pela presenc¸a do planeta. Portanto, com este me´todo e´ mais fa´cil detectar planetas gigantes (tipo Ju´piter) pro´ximos das estrelas. A diferenc¸a para o me´todo de astrometria e´ que o anterior mede posic¸a˜o e esta te´cnica mede a velocidade. Traˆnsito: segunda te´cnica de maior sucesso. Quando um planeta passa em frente a estrela, a luminosidade da mesma e´ diminu´ıda, uma vez que o planeta ”cobre”uma frac¸a˜o da estrela. A dificuldade desta te´cnica e´ que detecta-se 1 traˆnsito a cada 50 mil estrelas que sa˜o observadas. A grande vantagem desta te´cnica e´ que esta e´ a u´nica capaz de medir o raio do planeta. Utilizando algum me´todo complementar para determinar a massa do planeta (ex.: ve- locidade radial), pode-se determinar caracter´ısticas como a densidade me´dia do planeta. Imageamento direto: esta e´ a te´cnica de detectar fo´tons do planeta direta- mente. A dificuldade desta te´cnica e´ que a luminosidade da estrela hospedeira e´ muito maior que a do planeta. Seria como querer detectar a luz refletida de um espelho de banheiro colocado ao lado de um canha˜o de luz estando o ob- servador a uma distaˆncia de alguns quiloˆmetros. Atualmente, busca-se fazer o imageamento de estrelas jovens, pois as mesmas teriam planetas tambe´m jovens, os quais ainda estariam em contrac¸a˜o. Logo, a luminosidade destes planetas e´ maior e ele tem maior probabilidade de ser detectado. Microlentes: este me´todo usa a magnificac¸a˜o da passagem do planeta em frente a estrela. O maior problema deste me´todo e´ que o evento de micro- lentes na˜o se repete, enta˜o e´ necessa´rio que haja confirmac¸a˜o simultaˆnea do evento. Tempo de Viagem da Luz: este me´todo mede a diferenc¸a no tempo de viagem da luz quando a estrela esta´ de um lado do centro de massa e do outro, em relac¸a˜o a` Terra. 18) Quais as caracter´ısticas t´ıpicas destes planetas, em termos de tamanho e distaˆncia ao seu Sol? 5 Os planetas extra-solares sa˜o, na maioria, planetas tipo Ju´piter-quente, pois sa˜o de tamanhos compara´veis ao de Ju´piter e esta˜o bastante pro´ximos da estrela hospedeira. Com uma base de dados de 26 anos (desde 1995), atual- mente, e´ poss´ıvel detectar planetas localizados ate´ distaˆncias em que Ju´piter se encontra (5 UA). 19) Que percentagem destes e´ semelhante a` Terra? Zero. Nenhum planeta igual a` Terra foi descoberto, mas nos u´ltimos 3 anos planetas terrestres comec¸aram a ser detectados. 20) Quantos planetas extra-solares ja´ foram detectados diretamente? Ja´ ha´ alguns poucos planetas confirmados por imageamento direto. As grandes dificuldades sa˜o o modelamento da massa do corpo detectado e a confirmac¸a˜o de que o corpo esteja gravitacionalmente ligado a` estrela hos- pedeira. 21) Cite cinco descritores caracter´ısticos do planeta Terra. A´gua l´ıquida na superf´ıcie, calor adequado, existeˆncia de oxigeˆnio e de dio´xido de carbono, existeˆncia de vida. 22) Descreva as categorias ou tipos de planetas no Sistema Solar. Planetas inferiores: Mercu´rio e Veˆnus. Teˆm o´rbitas menores do que a o´rbita da Terra. Os dois planetas esta˜o sempre muito pro´ximos do Sol, alcanc¸ando o ma´ximo afastamento angular em relac¸a˜o ao Sol de 28◦ no caso de Mercu´rio, e 47◦, no caso de Veˆnus. Por essa raza˜o, eles so´ sa˜o vis´ıveis ao anoitecer, logo apo´s o poˆr do Sol (astro vespertino), ou ao amanhecer, logo antes do nascer do Sol (astro matutino). Planetas superiores: Marte, Ju´piter, Saturno, Urano e Netuno. Teˆm o´rbitas maiores do que a Terra. Podem estar a qualquer distaˆncia angular do Sol, podendo ser observados no meio da noite. Ale´m disso, podem ser classificados da seguinte maneira: Terrestres: Mercu´rio, Veˆnus, Terra e Marte. Tem pequena massa, tamanho pequeno, alta densidade, pequena distaˆncia ao Sol, sua composic¸a˜o qu´ımica e´ rochas e metais pesados, silicatos, o´xidos, Ni, Fe e possuem poucos ou nen- hum sate´lite. Jovianos: Ju´piter, Saturno, Urano e Netuno. Tem grande massa, grande tamanho, baixa densidade, sa˜o formados por elementos leves como H, He, a´gua, CO2, metano e amoˆnia e possuem muitos sate´lites. 23) Por que o processo de craterizac¸a˜o e´ menos vis´ıvel emalguns planetas? As crateras aparecem em todos os planetas terrestres e em quase todos os sate´lites do Sistema Solar. Elas podem ter origem vulcaˆnica ou de impacto. As crateras vulcaˆnicas sa˜o em geral menores e mais fundas do que as de im- pacto. Na Terra, a maioria das crateras existentes sa˜o de origem vulcaˆnica, uma vez que a atividade interna da Terra, assim como a erosa˜o, apagaram 6 grande parte dos efeitos de impactos ocorridos na e´poca em que muitos cor- pos residuais do processo de formac¸a˜o povoavam o Sistema Solar. Mas na Lua, Mercu´rio e Marte, as crateras de impacto sa˜o dominantes. As recentes observac¸o˜es com radar da superf´ıcie de Veˆnus mostraram que esse planeta tambe´m tem crateras, mas ainda na˜o se sabe sua principal origem. O nu´mero de crateras de impacto numa superf´ıcie nos permite estimar a sua idade, pois o nu´mero de crateras e´ proporcional ao tempo decorrido desde que a superf´ıcie foi exposta. Portanto, em um dado planeta, o terreno mais craterado sera´ sempre o mais antigo. 24) Que evideˆncias indicam que, se houver vida em Marte, ela tem, ou teria diferenc¸as importantes se comparada a` vida na Terra? Tipo de atmosfera, temperatura e pressa˜o. 25) O que torna Titan, sate´lite de Saturno, ta˜o interessante? Ele possui uma atmosfera que e´ mais densa do que as de Mercu´rio, Terra, Marte e Pluta˜o. A pressa˜o atmosfe´rica perto da superf´ıcie e´ cerca de 60% maior do que a da Terra. O ar em Titan e´ predominantemente composto de nitrogeˆnio e outros elementos, como hidrocarbonetos, que da˜o a Titan sua cor laranja. Estes hidrocarbonetos sa˜o os essenciais na construc¸a˜o de aminoa´cidos necessa´rios para a formac¸a˜o de vida. Os cientistas acreditam que o ambiente de Titan pode ser semelhante ao da Terra antes que da vida iniciar o depo´sito de oxigeˆnio. Por outro lado, os cientistas acreditam que existem lagos de etano que conteˆm metano dissolvido. O metano, atrave´s da fotoqu´ımica, e´ convertido em etano, acetileno, etileno, e (quando combinado com azoto) cianeto de hidrogeˆnio. O u´ltimo e´ uma mole´cula especialmente importante, pois e´ essencial na construc¸a˜o de aminoa´cidos. 26) O GPS que usa triangulac¸o˜es com sinais de sate´lites para de- terminar coordenadas geogra´ficas esta´ matando a astronomia de posic¸a˜o e a astronomia esfe´rica? Na˜o. 27) Quais os 3 principais movimentos reais da Terra e quais seus efeitos aparentes na esfera celeste? Translac¸a˜o: E´ o movimento que a Terra realiza em torno do Sol. As estac¸o˜es do ano esta˜o relacionadas ao movimento de translac¸a˜o terrestre. Rotac¸a˜o: E´ a revoluc¸a˜o da Terra sobre seu pro´prio eixo (imagina´rio). Os dias e as noites sa˜o consequeˆncia do movimento de rotac¸a˜o da Terra. Precessa˜o: A Terra na˜o e´ perfeitamente esfe´rica, mas achatada nos polos e bojuda no Equador. Por causa disso, as forc¸as diferenciais tendem a na˜o ape- nas achata´-la ainda mais, mas tambe´m a endireitar o seu eixo, alinhando-o com o eixo da ecl´ıptica. Portanto, os polos celestes na˜o ocupam uma posic¸a˜o fixa no ce´u, cada polo celeste se move lentamente em torno do respectivo polo da ecl´ıptica, descrevendo uma circunfereˆncia em torno dele. O movimento 7 de precessa˜o da Terra e´ conhecido como precessa˜o dos equino´cios, porque, devido a ele, os equino´cios (ponto vernal e ponto outonal) se deslocam ao longo da ecl´ıptica no sentido de ir ao encontro do Sol. 28) Um observador olha a esfera celeste de um dado local da Terra. Qual os elementos (retas, pontos, c´ırculos, etc) relacionados a` es- fera que sa˜o fundamentais para os sistemas de coordenadas: a) equatorial celeste: Ascensa˜o reta (α) ou (AR): aˆngulo medido sobre o equador, com origem no meridiano que passa pelo ponto de A´ries, e fim no meridiano do astro. A ascensa˜o reta varia entre 0 h e 24 h (ou entre 0◦ e 360◦) aumentando para leste. O ponto de A´ries, tambe´m chamado ponto Gama (γ), ou Ponto Vernal, e´ um ponto do equador, ocupado pelo Sol no equino´cio de primavera do hemisfe´rio norte (mais ou menos em 22 de marc¸o). Declinac¸a˜o (δ): aˆngulo medido sobre o meridiano do astro, com origem no equador e extremidade no astro. A declinac¸a˜o varia entre -90◦ e +90◦. O complemento da declinac¸a˜o se chama distaˆncia polar (∆). Delta varia de 0◦ a 180◦. O sistema equatorial celeste e´ fixo na esfera celeste, e portanto suas coorde- nadas na˜o dependem do lugar e instante de observac¸a˜o. A ascensa˜o reta e a declinac¸a˜o de um astro permanecem praticamente constantes por longos per´ıodos de tempo. b) equatorial terrestre: Nesse sistema, o plano fundamental continua sendo o Equador, mas a coor- denada medida ao longo do Equador na˜o e´ mais a ascensa˜o reta, mas sim uma coordenada na˜o constante chamada aˆngulo hora´rio. A outra coordenada continua sendo a declinac¸a˜o. Aˆngulo hora´rio (H): aˆngulo medido sobre o Equador, com origem no merid- iano local e extremidade no meridiano do astro. Varia entre -12 h e + 12 h. O sinal negativo indica que o astro esta´ a leste do meridiano, e o sinal positivo indica que ele esta´ a oeste do meridiano. c) horizontal: Esse sistema utiliza como plano fundamental o Horizonte Celeste. As coor- denadas horizontais sa˜o azimute e altura. Azimute (A): e´ o aˆngulo medido sobre o horizonte, no sentido hora´rio, com origem no Norte e fim no c´ırculo vertical do astro. O azimute varia entre 0◦ e 360◦. Altura (h): e´ o aˆngulo medido sobre o c´ırculo vertical do astro, com origem no horizonte e fim no astro. A altura varia entre -90◦ e +90◦. O comple- mento da altura se chama distaˆncia zenital (z). Assim, a distaˆncia zenital e´ o aˆngulo medido sobre o c´ırculo vertical do astro, com origem no zeˆnite e fim 8 no astro. A distaˆncia zenital varia entre 0◦ e 180◦. Definic¸a˜o astronoˆmica de latitude: A latitude de um lugar e´ igual a` altura do polo elevado. O sistema horizontal e´ um sistema local, no sentido de que e´ fixo na Terra. As coordenadas azimute e altura (ou azimute e distaˆncia zenital) dependem do lugar e do instante da observac¸a˜o, e na˜o sa˜o caracter´ısticas do astro. 29) O que sa˜o a ecl´ıptica, os equino´cios e os solst´ıcios? O que de- terminam no nosso dia-a-dia? Ecl´ıptica: e´ o caminho aparente do Sol no ce´u durante o ano. A Ecl´ıptica e´ um c´ırculo ma´ximo que tem uma inclinac¸a˜o de 23◦27’ em relac¸a˜o ao Equador Celeste. E´ essa inclinac¸a˜o que causa as Estac¸o˜es do ano. Equino´cios: Aproximadamente em 21 de Marc¸o, o sol cruza o Equador, indo do Hemisfe´rio Sul para o Hemisfe´rio Norte e aproximadamente em 23 de Setembro, o sol cruza o Equador, indo do Hemisfe´rio Norte para o Hem- isfe´rio Sul. Os raios solares incidem diretamente sobre o Equador terrestre, fazendo com que o dia claro tenha a mesma durac¸a˜o da noite em toda a Terra. Nas datas dos equino´cios, os raios solares incidentes em qualquer ponto da Terra descrevem, ao longo do dia, uma linha perfeitamente reta, que e´ a linha leste-oeste. Consequentemente, nessas datas o sol nasce exatamente no ponto cardeal leste e se po˜e exatamente no ponto cardeal-oeste. Solst´ıcios: Aproximadamente em 22 de Junho, o sol esta´ na ma´xima de- clinac¸a˜o norte, incidindo diretamente na regia˜o do Tro´pico de Caˆncer na Terra. O dia enta˜o e´ mais curto no Hemisfe´rio Sul e mais longo no Hem- isfe´rio Norte. Aproximadamente em 22 de Dezembro, o sol esta´ na ma´xima declinac¸a˜o sul, incidindo diretamente na regia˜o do Tro´pico de Caprico´rnio na Terra, como consequeˆncia, o dia e´ mais longo no Hemisfe´rio Sul e mais curto no Hemisfe´rio Norte. 30) Se voceˆ sofrer abduc¸a˜o por alien´ıgenas e for abandonado em um planeta desconhecido, como podera´ estabelecer sua latitude para informa´-la aos hero´is do resgate? Qual o problema de estabelecer a longitude? Pode-se estabelecer a latitude medindo o aˆngulo ao longo do meridiano do lugar, com origem no equador e extremidade do lugar. Na˜o e´poss´ıvel uti- lizar a longitude porque ela e´ o aˆngulo medido ao longo do equador da Terra, tendo origem em um meridiano de refereˆncia, e extremidade no meridiano do lugar. 31) Usando um planeta´rio virtual, verifique quantos dias por ano o Sol passa na constelac¸a˜o de seu signo (verifique se coincidem com as datas no horo´scopo de seu jornal preferido). Qual a de´cima terceira constelac¸a˜o percorrida pelo Sol ao longo do ano (ale´m daquelas do zod´ıaco astrolo´gico)? 9 O Sol passa 28 dias pela constelac¸a˜o de Caprico´rnio. A de´cima terceira constelac¸a˜o percorrida pelo Sol ao longo do ano e´ a de Ofiu´co, de 1 a 18 de Dezembro (durac¸a˜o de 18 dias). 32) Quais sa˜os os valores aproximados do raio da Terra, do Sistema Solar e da Gala´xia? Raio da Terra: 6370 km Raio do Sistema Solar: 1 ano-luz = 1016 m Raio da Gala´xia: 50 000 anos-luz 33) Quais sa˜o as distaˆncias aproximadas do Sol, da estrela mais pro´xima (qual e´ ela?), do centro da Via La´ctea, das Nuvens de Magalha˜es, da gala´xia de Androˆmeda, do centro do Aglomerado de Virgem? A estrela mais pro´xima e´ a Pro´xima Centauri. dSol−Centauri = 4.2 anos-luz dSol−V iaLa´ctea ≈ 26000 anos-luz dSol−NuvensdeMagalha˜es = 150000 anos-luz dSol−Androˆmeda = 2 milho˜es de anos-luz dSol−AglomeradodeV irgem = 50 milho˜es de anos-luz 34) Quais sa˜o os me´todos usados para determinac¸a˜o das distaˆncias acima? Paralaxe: estrelas pro´ximas Radar: Sistema Solar pro´ximo 35) Como se determina a estrutura em grande escala do Universo? Utilizando a Lei de Hubble, e´ poss´ıvel estudar a distribuic¸a˜o espacial de gala´xias no Universo. A formac¸a˜o de estruturas em grandes escalas esta´ di- retamente ligada a`s condic¸o˜es encontradas nos primeiros esta´gios de formac¸a˜o do Universo. 36) O que sa˜o lentes gravitacionais? Sa˜o efeitos gravitacionais onde ha´ um campo gravitacional forte. O espac¸o se curva e a luz segue trajeto´ria igualmente curva em torno de objeto massivo. 37) O que e´ a radiac¸a˜o de fundo de micro-ondas? E´ o sinal eletromagne´tico proveniente das regio˜es mais distantes do Universo. 38) Quais sa˜o os constituintes do Universo e suas proporc¸o˜es? Energia escura (70%), mate´ria escura (26%), H e He livres (4%). 39) Qual e´ o limite observa´vel do Universo? O limite observa´vel do Universo e´ de 13.7 · 109 anos-luz. 40) Qual e´ a idade do Universo? A idade do Universo e´ de aproximadamente 13.78 G anos. 41) Por que dizemos que quando olhamos longe no Universo pode- mos dizer que estamos olhando o passado do Universo? Porque quanto maior a distaˆncia, mais a luz demora para chegar ate´ no´s, 10 assim, mais tempo demoramos para adquirir os dados. Logo, quando os re- cebemos, ja´ sa˜o do passado. 11
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