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Resenha Crítica de A origem da Família da propriedade privada e do estado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CURSO DE HISTÓRIA
PRÉ-HISTÓRIA
PROFESSORA: ANA CATARINA PEREGRINO TORRES RAMOS
ALUNO: MATHEUS PHELIPE MAMEDE LOPES DA LUZ
A ORIGEM DA FAMÍLIA, DA PROPRIEDADE PRIVADA E DO ESTADO
Recife
2013
Matheus Phelipe Mamede Lopes da Luz
A ORIGEM DA FAMÍLIA, DA PROPRIEDADE PRIVADA E DO ESTADO
 Resenha crítica apresentada como atividade complementar
 Para a disciplina de Pré-História, pelo Curso de História da
 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ministrada
 pela professora doutora Ana Catarina Ramos.
 
Recife
2013
A ORIGEM DA FAMÍLIA, DA PROPRIEDADE PRIVADA E DO ESTADO
ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade privada e do Estado.
Esta obra, que tem por autor, o consagrado teórico, Friedrich Engels, nesta obra Engels usa de todo seu conhecimento para exemplificar as relações que vem permeando a sociedade desde sua fundação, Engels como um dos fundadores do Socialismo Científico, expõe e propõe argumentos que tentam validar seu ponto de visa histórico na atualidade da época de publicação desta obra, que é o ano de 1884. . 
A Origem da família, da propriedade privada e do estado é tida como uma das obras de maior importância teórica da história, pela forma em que Engels aborda as características de sua sociedade e de vários antepassados que teriam influenciado nessa formação, pela junção de sua dialética expositiva com uma grande proposição de questões que aguçam o desenvolvimento acerca das origens da sociedade alemã no final do século XIX, todo o contexto exposto por Engels é refletido como imprescindível para o entendimento da época, e das novas e antigas questões que tomavam o governo e a sociedade. 
Todo esse contexto científico, e as proposições das práticas do famoso Socialismo Científico são abordados nas sessenta e cincos páginas da obra divididas em: Estágios Pré-históricos de Cultura; Estado Selvagem; A Barbárie; A Família; A Família Punaluana; A Família Sindiásmica; A Família Monogâmica; A Gens Iroquesa; A Gens Grega; Gênese do Estado Ateniense; A Gens e o Estado em Roma; As Gens entre os Celtas e entre os Germanos; A Formação do Estado entre os Germanos; Barbárie e Civilização.
Remontando estudos anteriores feitos por Lewis Henry Morgan, Engels trata paralelamente o crescimento da família a evolução do conhecimento humano, o tratamento do conhecimento se dá pela manutenção das fontes históricas e científicas, os estudos remontam três épocas principais, o Estado selvagem, a barbárie e a civilização. O estado selvagem se subdivide em três fases (inferior, média e superior), a fase inferior se caracteriza por um estado transitório, onde os homens viviam num estado em que dividiam o território com feras animais e lutavam por sua sobrevivência, um dos marcos iniciais foi o controle do fogo para ajudar na sobrevivência, e uma nova dieta alimentar (o peixe se tornou um dos principais alimentos) que propiciava ao homem se deslocar por novos territórios em outras costas que ofereceriam o mesmo alimento, a migração por esses territórios também é comprovada graças a quantidade de instrumentos primitivos de pedras que eram usados por esses povos, eles se encontram em boa parte dos caminhos migratórios, segundo Engels, diferentemente da fase inferior, ainda sobrevivem povos que vieram dos caminhos da fase média, estes são os polinésios e os australianos, a fase superior traz para o jogo novas invenções humanas, como o arco e a flecha, e em consequência disso, a caça se torna mais apurada e mais constante, permitindo assim uma nova fonte de alimentação para os homens, também já são encontrados vestígios de residências fixadas em somente um local, fato que não era possível anteriormente graças ao nomadismo dos bandos antigos, podemos concluir as três fases citando que as invenções foram de extrema importância para a sobrevivência da espécie, o domínio do fogo e a invenção do arco e flecha , deram inicio a uma grande alavancada nos instrumentos e meios de sobrevivência humanos, e pode se dizer que sem essa alavancada, a espécie não teria ultrapassado a fase inicial de sua história. 
Engels descreve a fase da Barbárie com duas divisões, a fase inferior e a fase superior, o início da fase inferior se dá com o uso da cerâmica pelos povos antigos, e nessa fase que os povos começaram a realmente sentir as distinções climáticas entre os dois grandes continentes, o continente oriental remontava muito bem um dos pontos da fase inferior da Barbárie, a domesticação de animais, e o cultivo de cereais, com essa diferença climática pode se presumir desse ponto as diferenças de costumes entre povos orientais e ocidentais, no lado oeste os indíos americanos da época inferior da barbárie já cultivavam o milho, e tinham suas aldeias e meios de sobrevivência, andando mais um pouco no mapa, vemos que os indíos mexicanos possuíam incríveis sistemas de irrigação para a época, e possuíam avançadas técnicas para o cultivo do milho, e trabalhavam com ferramentas de pedras e alguns metais que facilitavam o seu cotidiano, já citada anteriormente a domesticação de animais e o cultivo de cereais teve amplo destaque no lado leste, foi onde surgiu a vida pastoril, graças as enormes quantidades de rebanhos presentes no território, e a alimentação provinda de carne e leite provocou outros tipos de costumes e outras necessidades para esses povos, estes que já possuíam uma grande diferença se comparados com seus vizinhos do oeste. O marco inicial da fase superior da barbárie se dá com as fundições do ferro, é um marco que desencadeia os eventos de maior importância da história humana, o início das civilizações e a invenção da escrita, essa fase em termos de avanço consegue superar a junção de todo os progressos anteriores registrados, e é uma fase que apenas se desenvolve na parte oriental da terra, é incrível o nível de conhecimento que é passado com o desenvolvimento da escrita, e esse conhecimento influenciou diretamente na nova conquista do homem com a fundição do ferro, as novas armas e ferramentas que conseguiram um desenvolvimento tecnológico inimaginável para a época. 
Engels descreve suscintamente diversos tipos de relações de parentesco tanto na idade contemporânea, quanto na idade antiga, e traz relações entre elas, pois, ele demonstra o surgimento da família no âmbito social. Engels traz a importância dos laços consanguíneos, não são apenas os nomes que relacionam a família, mas, a importância e o dever de responsabilidade que surge entre as pessoas que compartilham do mesmo laço familiar, nesse ponto, são abordados o sistema de família poligâmico e monogâmico, durante a história do homem, a poligamia era considerada uma ação totalmente comum e cotidiana (ação que ainda persiste em algumas partes do globo), os estudos de Morgan descrevem que no começo da civilização houve um grande ímpeto reprodutivo do homem e isso que constitui o sistema poligâmico, e com o tempo e a evolução dos meios morais da sociedade, esse ímpeto ia se transformando em novos costumes que se baseavam em apenas o casamento com uma mulher, e isso viria a transformar radicalmente o núcleo da família, com isso Engels traz a proposta de dividir algumas etapas históricas na formação da família, onde ele trata como uma progressão para a tal “evolução” dos laços de parentesco até a sua atualidade. 
Durante a história da família, uma das principais mudanças de costumes (e consequentemente uma das mais difíceis) foi o impedimento das relações sexuais entre os irmãos da mesma família, esse já era um costume muito difundido por todo o globo, e essa restrição de relações também chegou até os primos de terceiro grau, a explicação para essa manutenção do costume era de que as famíliasmais tradicionais queriam preservar suas riquezas dentro da própria família e consequentemente faziam com que seus filhos casassem e deixasse a linhagem preservada, mesmo com essa alteração de costume, o seio familiar continuava muito primitivo, pois, os homens ainda continuavam com costumes antigos, porém, esse sistema começa a se assemelhar com o sistema americano que teve um ápice no século XIX e perdura até hoje, onde toda aquela responsabilidade entre as pessoas do mesmo grupo familiar também se aplica aos parentes que são conquistados com os casamentos de uma família com outra, toda a responsabilidade e o laço de mutualismo se estende. Esse tipo de família ficou caracteriza por Engels, como a família Punaluana, onde foram dados os primeiros pontos que viriam a se desenvolver para constituir os laços mutualistas e algumas das características que possuiriam as famílias do século XIX (época do escrito de Friedrich Engels). 
Engels cita outra família, a família Sindiásmica que provoca mais derrubada de barreiras, o homem apesar de não se casar mais com seus parentes consanguíneos, ainda possuía uma gama de esposas, e uma preferida, isso transmitia um tipo de choque para as comunidades eclesiásticas da época, estas preteriam por um casamento monogâmico e um maior estreitamento dos laços familiares, segundo Engels, a família Sindiásmica não conseguiu reprimir o lar onde a mulher era a principal participante do clã familiar, essa família era citada por Engels como a família Comunista, pondo em prática esses estudos nas partes da América, Engels diz que enquanto na parte norte há uma disseminação da família Sindiásmica, na América do Sul há uma grande variedade de grupos familiares, que vão de grupos com um sistema familiar considerado primitivo pelo mesmo, e outros que seriam aplicados no futuro por algumas civilizações. Engels traz um gigantesco panorama para exemplificar suas concepções acerca da família Sindiásmica, com suas ramificações e evoluções, o que pode ser concluído é que ao longo dos anos onde perdurou esse tipo de organização familiar, foram postas inúmeras restrições aos costumes do homem antigo, o costume que recebe maior atenção do autor, é a poligamia por parte do homem, e no final de suas explicações acerca do tema entra na discussão a Poliandria, que é quando a mulher possui ligação com diversos maridos, lembrando que com a Poliandria a mulher ainda não consegue o mesmo papel social do homem que praticava a poligamia, o homem ainda continuava no centro do clã familiar. 
Surge à família Monogâmica, no tempo médio de evolução da família Sindiásmica, com um proposito de promover a evolução da sociedade, e um total domínio do homem, da figura paterna na sociedade, e a partir desse ponto, o homem apenas poderia ter uma única esposa, e não aquela gama com uma esposa principal, junto com esses novos pontos, surgem às leis acerca da infidelidade feminina, o marido ainda continuava com um intenso controle de sua esposa, enquanto mesmo com os novos costumes que permeavam a sociedade, o homem ainda continuava com outras mulheres, enquanto existiam leis para coibir a infidelidade feminina, a masculina acabava por ser totalmente aceitável pela sociedade. Engels faz uma breve distinção entre os Dóricos e Jônios (Gregos), os Dóricos que refletem na estrutura de Esparta demonstravam um nível menos evoluído ligado à família, ainda predominava a família Sindiásmica, enquanto os Jônios influenciaram na estrutura de Atenas, onde segundo Engels o nível de família era mais avançado, e há uma ideia ligada a mulher como representante das atividades ligada a casa, enquanto o homem ficava responsável pela sobrevivência direta do grupo familiar ligado ao clã. Podemos dizer que o casamento monogâmico na antiguidade não se relacionava a uma ligação amorosa, ou por sentimentos de união e companheirismo, ainda era um casamento ligado a interesses sociais, sem contar em toda responsabilidade de dar continuidade a um clã, esses são os primeiros passos para a formação da família criada pelo casamento monogâmico que temos na atualidade. 
Mesmo com a implantação da família monogâmica, diversas contradições e antagonismos rodeavam as sociedades antigas sobre essa nova forma de vivência, com o passar dos anos na antiguidade, já verificamos a maior liberdade da mulher (como em Roma), ainda persistiam leis que colocavam os homens no principal estreito da sociedade, Engels complementa dizendo que a monogamia se revestiu de diversas camadas ao longo dessa evolução, e Engels destrincha inúmeros fatores para a caracterização desses novos revestimentos, com o passar dos anos, a ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) e as constituições vigentes conseguiram delimitar tipos de famílias ideais ao estado, as antigas leis foram reforçadas para a construção de uma moral, de novos padrões sociais. Durante toda a explanação de Engels ainda há espaço para uma exemplificação de Gens feita por Morgan, Morgan divide uma tribo antiga da América do norte em dez Gens, e estes seriam os Gens indígenas, cada Gens possui uma característica acerca da constituição e dos costumes cotidianos dos indígenas americanos, Engels faz questão de frisar em tópicos maiores características indígenas, como a constituição da Fratria, onde os líderes dos grupos indígenas eram responsáveis pela manutenção dos costumes, e sobrevivência do bando. 
Engels continua sua explanação com os Gens Gregos, ainda há o uso das antigas distinções entre os Atenienses e os Espartanos, e nos Gens Gregos aparecem características como criações de cemitérios, a repartição de heranças, o uso da propriedade comum, os direitos e deveres do casamento, proibição dos casamentos provindos dos mesmos familiares, e a extrema importância da descendência paterna, todas essas características estão diretamente ligadas com a atualidade de Engels, principalmente no que diz respeito à importância da descendência. Friedrich toma uma ponte dos Gens Gregos para os meios de construção do estado grego, o autor usa como exemplo as famílias, os grupos sociais da localidade e como eles contribuíram para marcar as características e os meios éticos e morais da Grécia Antiga.
Engels percorre praticamente toda a história da Grécia antiga, focando em pontos estruturais e continuando com sutis comparações de características com a Alemanha do século XIX, o mesmo traz números de habitantes e mostra pontos das tribos em forma de elucidar a sua participação nas guerras e disputas internas, Engels exemplifica uma classe, os camponeses e seu papel na formação da renda das sociedades gregas, e traz novas formas de exposição, expondo características do governo do grego Clístenes e da antiga democracia grega. 
A Gens romana é considerada muito semelhante a Gens grega, ambas apresentavam um nível desenvolvido de relações políticas e eram organizadas segundo leis e costumes considerados evoluídos por Engels, desde a fundação da cidade a Gens romana já possuía um grande número de costumes a serem seguidos (em torno de nove leis formavam uma constituição), um fato importante é o de que algumas dessas leis ainda remontavam os costumes de tribos americanas, outros destaques são dados a continuidade do poder paterno e toda a importância que era dada a figura do homem na sociedade (apesar que houve significativos avanços no campo feminino com a cultura romana). Com o passar dos anos e uma tendência romana de incrementar o seu poderoso exército, a constituição foi se moldando e trazendo novas leis que contribuíam para os guerreiros, as guerras também mudavam o panorama das famílias, principalmente na questão dos longos anos que os maridos passavam fora (e as diversas mortes que ocorriam) com isso, as mulheres recebiam o direito de se casar novamente, caso o marido morresse em batalha. Para concluir sua obra Engels ainda ressalta mais dois Gens, O Celta e o Germano, com sua didática ele aborda uma parcela histórica desses grupos, desde sua formação, e seus avanços territoriais, e futuras consolidações, por serem grupospresentes na Europa, é possível caracterizar semelhanças de alguns costumes entre ambos, mas, sem poder generalizar como no caso da dicotomia Grécia-Roma, onde a semelhança era muito grande. 
A recomendação para essa obra é de fundamental ponto para os estudantes das ciências humanas, ou, estudantes de todas as formações, apesar do vocábulo de Engels ser rebuscado, suas ideias se apresentam de formas diretas e listadas, e sua abordagem didática é de extrema força, pois, aglomera fatos históricos, sociais e políticos que são interligados a sociedade que é tratada na questão, apesar do livro possuir quase duzentos anos, sua expressão ainda traz diversos questionamentos. 
Friedrich Engels foi um dos maiores estudiosos do século XIX, mundialmente conhecido por suas obras acerca do Socialismo Científico, e por sua parceria om Karl Marx, publicou diversas obras com essa temática política, e com enfoques diretos na economia e no desenvolvimento das sociedades. 
	
Graduando do curso de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 1º Período.

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