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w w w .bafisa .con i.b r VANDER BRUSSO DA SILVA i ÍHI D ireito ! Cq m e r A a l Para o comercialista italiano Ccsarc Vivantc. Direi to Comercial “é o ramo do Direito privado que tem por objeto regular as relações jurídicas que surgem do exer cício do comércio”. Diferencia-se dos demais ramos, sobretudo do Direito Civil, por suas características: a) cosmopolitismo: a matéria representa um fato uni versal e sem fronteiras; b) oncrosidadc: na atividade mercantil se desconhece a gratuidade; c) individualismo: o lucro está vinculado ao interesse individual: d) informalismo: por ser dinâmico e regular, dispensa o formalismo presente no Direito Civil; e) fragmentalismo: não apresenta um sistema jurídico completo, mas um complexo de normas. F o n tes d o D ire ito C om ercial a) Código Comercial; b) leis comerciais: c) Código Civil; d) usos e costumes comerciais. A t i v i d a d e E m p r e s a r i a l Segundo a Teoria da Empresa, "considera-se empre sário quem exerce profissionalmente atividade econô mica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços" (art. 966, CC). O empresário pode ser pessoa física (empresário individual) ou jurídica (sociedade empresária): em ambos os casos, são requisitos: a) profissional: o empresário deve exercer sua ativi dade de forma habitual, não esporádica: b) atividade: o empresário exerce uma atividade, que é a própria empresa; c) econômica: a busca do lucro na exploração da empresa; d) organizada: segundo Fabio Ulhoa Coelho, os fato res presentes na empresa são: o capital, a mão-de- obra, os insumos e a tecnologia; e) produção: a fabricação de mercadorias ou a presta ção de serviços; f) circulação: a intermediação de mercadorias ou de serviços. Condições para ser em presário a) maiores de 18 anos, no gozo de seus direitos civis: b) maiores de 16 e menores de 18 anos, desde que eman cipados. Não podem ser empresários a) militares da ativa das três Forças Armadas e das Polí cias Militares; b) funcionários públicos civis (União. Estados, Terri tórios e Municípios); c) magistrados: d) médicos, para o exercício simultâneo da medicina e farmácia, drogaria ou laboratório: e) estrangeiros não-residentes no pais: f) cônsules, salvo os nào-remunerados; g) corretores e leiloeiros; h) falidos, enquanto não reabilitados Importante - A proibição se limita ao exercício indi vidual do comércio, não se estendendo à participação em sociedade como acionista, quotista ou comanditário. Obrigações dos empresários Em niveis federal, estadual e municipal, o empresá rio deve: a) registrar-se na Junta Comercial; b) manter escrituração regular de seus negócios; c) levantar demonstrações contábeis periódicas. R e g i s t r o d e E m p r e s a O registro de empresas é regulado pela Lei 8.934 94 - Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercan tis, composto pelo Departamento Nacional do Regis tro do Comércio (DNRC) e pelas Juntas Comerciais. O DNRC integra o Ministério do Desenvolvimento. Indústria e Comércio Exterior, cuja finalidade consis te em supervisionar, orientar, normatizar. coordenar e fixar diretrizes básicas para a prática de atos registrá- rios a cargo da Junta Comercial. Ju n ta C om ercial E o órgão oficial encarregado da execução e admi nistração dos serviços de registro. Atos do registro 1. M atrícula e seu cancelamento Compreende os leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comer ciais, trapicheiros e administradores de armazéns. 2. Arquivamento - Refere-se à constituição, alteração, dissolução e extinção de sociedades empresárias, coo perativas. firmas individuais, atos relativos a consór cio e grupo de sociedade anônima, sociedades estran geiras. microemprcsas e demais documentos de inte resse do empresário ou da sociedade empresária. 3. Autenticação - Relaciona-se aos instrumentos de escrituração, dentre eles os livros contábeis, balan ços. demonstrações f nanceiras, etc. S o c ied ad e irreg u la r E aquela que não inscreve seus atos constitutivos no registro competente. Assim, a sociedade empresária, antes de iniciar suas atividades, deverá proceder ao registro de seu contrato social na Junta Comercial, e a sociedade simples, no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (art. 1. 150, CC). A falta de registro implica sanções de natureza admi nistrativa e judicial, uma vez que carecerá do direito de impetrar concordata, de requerer autofaléncia. Porém, por tratar-se de sociedade irregular, estará sujeita a falência. E sc ritu ração d o s livros O empresário e a sociedade empresária deverão adotar um sistema de contabilidade, mecanizado ou não. com base na escrituração uniforme de seus livros, de acordo com a documentação respectiva, devendo levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado (art. 1. 179, CC). Os livros comuns obrigatórios são: a) diário; b) registro de duplicatas (se houver vendas com prazo superior a 30 dias); c) registro de compras (pode ser substituído pelo regis tro de entrada de mercadorias); d) registro de inventário. O pequeno empresário está dispensado de manter escrituração comercial (Leis 8.864/94 e 9.317/%). valen do-se do livro-caixa e do inventário. E s t a b e l e c i m e n t o E m p r e s a r i a l É a reunião organizada dos bens corpóreos (balcões, mercadorias, maquinários. etc.) e incorpóreos (ponto, nome. marcas, etc.) para o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária (art. 1.142, CC). P o n to e lo cação com ercia l Ponto é o espaço fisico onde o empresário se estabele ce. constituindo um dos elementos incorpóreos do estabe lecimento comercial. Em virtude dos investimentos pelo empresário despendidos para sua organização, o ponto goza rá de proteção decorrente da Lei do Inquiiinato (8.245/91). N o m e E m p r e s a r i a l É a identificação do sujeito para o exercício da empre sa (art. I.155. CC). Não se confunde com a marca, pois esta representa um sinal de identificação perante o públi co consumidor de seus produtos ou serviços. E spécies d e n o m e a) Firma individual - E a própria assinatura do empre sário individual, tendo por base o nome civil (ex.: João Silva Comércio de Doces). b) Firma coletiva ou ra/ão social - Firma-se pelo nome dos sócios da sociedade (ex.: Silva, Peixoto & Cia. Comércio de Doces). c) Denominação - Identifica as sociedades por quotas de responsabilidade limitada e as sociedades por ações. É constituída por nome fantasia, devendo designar o objeto da sociedade. P r o p r i e d a d e In d u s t r i a l O direito industrial, regulado pela Lei 9.279/96, asse gura aos empresários os direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, em conformidade com a Cons tituição Federal (art. 5, XXIX). O órgão encarregado de proteger os direitos do empre sário é o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) - autarquia federal, sediada no Estado do Rio. B ens d a p ro p r ie d a d e in d u str ia l Compreendem a invenção, o modelo de utilidade, o desenho industrial e a marca. Patente É o documento que assegura ao autor o direito de propriedade industrial sobre uma invenção ou um mode lo de utilidade. Invenção e modelo de utilidade - A invenção é a criação de coisa nova. não compreendida no “estado da técnica" suscetível de aplicação industrial. Já o mode lo de utilidade consiste em qualquer modificação de forma ou disposição de objeto de uso prático já existen te, ou parte deste, de que resulte uma melhoria funcio nal em seu uso ou em sua fabricação. Requisitos para concessão: a) novidade: a invenção será considerada nova quando for desconhecida por todos, no Brasil ou no mundo: b) atividade inventiva: a invenção será dotada de ati vidadeinventiva sempre que. para um especialista no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica (art. 13, LPI); c) industriabilidade: de nada adiantaria a patente de uma invenção que não possa ser fabricada ou pro duzida (art. 15. LPI). A invenção não poderá ser obje to de patente quando decorrer contra a moral, os bons costumes, a segurança, etc. Vigência A patente de invenção terá validade de 20 anos. e a de modelo de utilidade, de 15 anos, con tados da data do depósito (art. 40, LPI). O prazo de vigência da invenção não poderá ser inferior a 10 anos. e o do modelo de utilidade, a 7 anos, contados da conces são. Decorrido o prazo de validade, o objeto cairá em domínio público, podendo qualquer um dele se utilizar. Registro E o documento que assegura ao autor o direito de pro priedade industrial sobre um desenho industrial ou marca. Desenho industrial - É a forma plástica ornamental de um objeto, ou o conjunto de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original a sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial (art. 95, LPI). Requisitos para registro: a) novidade: o desenho industrial será considerado novo quando não compreendido no "estado da técni ca” (art. 96, LPI); b) originalidade: será considerado original o desenho industrial quando dele resultar uma configuração visual distintiva em relação a outros objetos. O dese nho industrial não poderá ferir a moral, os bons cos tumes, a honra, a imagem, etc. Marca - É considerada um sinal distintivo, visual mente perceptível, de um produto ou serviço (art. 122. LPI). Sua função consiste em distinguir c identificar um produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim. a) Marca de certificação E utilizada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com deter minadas normas ou especificações técnicas (ex.: cer tificação ISO 9002 ). b) Marca coletiva - É usada para identificar produtos ou serviços advindos de membros de determinada entidade (ex.: "empresa amiga da criança”). Requisitos para registro: a) novidade relativa: a lei não exige novidade absolu ta, desde que a marca se apresente nova dentro da classe em que o requerente quer registrá-la; Resumao Jurídico b) não-colidência com marca notória: marcas conhe cidas em seu ramo de atividade gozam de proteção, mesmo se não forem registradas no Brasil, em v irtude da Convenção da União de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial. Em conformidade com os demais bens da propriedade industrial, a marca não poderá ser registrada quando decorrente de letra, alga rismo c data de forma isolada, indicação geográfica, etc. Vigência - O registro da marca tem prazo de vigên cia de 10 anos, contados da data da concessão do regis tro, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos: e a única modalidade de direito industrial prorrogável por prazo indeterminado. DIREITO SOCIETÁRIO As sociedades são classificadas como simples ou empresárias (art. 982, CC). As sociedades empresárias têm por objeto o exercício da empresa; as sociedades simples exercem uma atividade econômica ou não. porém não organizada. As sociedades empresárias adquirem personalidade jurídica com o registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial; as sociedades simples, por sua vez, quando dão inscrição no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas de sua sede. Sociedades não personificadas • Sociedade em comum Não tem seus atos consti tutivos inscritos no registro competente (Juntas Comerciais ou Cartórios de Pessoas Jurídicas). Os bens e dividas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum, ainda que irregular. A responsabilidade dos sócios será solidá ria e ilimitada pelas obrigações sociais. • Sociedade em conta de participação Não tem personalidade jurídica, não possui firma social nem se revela publicamente a terceiros. Nela figuram duas categorias de sócio: a) ostensivo: contrata em nome da sociedade, pos suindo responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais; b) participante: não contrata em nome da socieda de. de sorte que não possui responsabilidade pelas obrigações sociais, porém ficará limitado aos investimentos empregados na sociedade pelo sócio ostensivo, nos termos do contrato social. Sociedade personificada simples A sociedade simples será constituída mediante con trato por escrito, particular ou público, devendo conter, além das cláusulas livremente pactuadas entre os sócios: a) nome. nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas físicas; firma ou denominação, nacionalidade c sede dos sócios, se pessoas jurídicas; b) denominação, objeto social, sede e prazo de duração da sociedade; c) capital social em moeda corrente; d) a quota-parte de cada sócio no capital social e sua forma de integralizaçâo; e) as prestações de cada sócio no capital social, cuja contribuição refira-se a serviços; f) a administração da sociedade e os poderes c atribui ções de cada sócio; g) a participação de cada sócio nos lucros e perdas; h) forma de responsabilidade dos sócios (subsidiária ou não). Sociedade personificada empresária A sociedade empresária, como já mencionado, é a pes soa jurídica que explora a empresa, isto é. uma atividade eco nômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Pode ser classificada da seguinte maneira: 1. Quanto á responsabilidade dos sócios - Uma vez personificada a sociedade, os sócios, via de regra, não respondem pelas obrigações da sociedade enquan to não exaurido o patrimônio social: vale dizer, a res ponsabilidade dos sócios será subsidiária. A respon sabilidade dos sócios poderá ser: a) ilimitada: respondem de forma solidária e ilimi tada pelas obrigações sociais (ex.: sociedade em nome coletivo); b) limitada: respondem até certo limite da contri buição para o capital social (ex.: sociedades por ações e limitada): c) mista: alguns sócios respondem de forma ilimita da pelas obrigações da sociedade; outros, de forma limitada (ex.: sociedade em comandita simples). 2. Quanto à forma de constituição e dissolução: a) contratual: sociedade constituída e regulamenta da a partir de um contrato social (ex.: sociedades em nome coletivo, em comandita simples e limitada); b) institucional: regulamentada a partir de um esta tuto social (ex.: sociedades em comandita por ações e anônima). Sociedade em nom e coletivo E uma típica sociedade de pessoas, na qual todos os sócios têm responsabilidade solidária c ilimitada pelas obrigações sociais (art. 1.039, CC). Somente pessoas físicas podem participar, sejam empresárias ou não. A administração compete aos sócios, não admitindo dele gação de poderes a terceiros. Constituição Mediante contrato escrito, particular ou público, com cláusulas pactuadas pelos sócios, espe cificando: a) qualificação dos sócios; b) objeto social; c) sede; d) prazo de duração; e) capital social: f) contribuição de cada sócio (em bens ou serviços): g) participação nos lucros e perdas; h) indicação do gerente e suas atribuições. Dissolução A sociedade pode ser dissolvida: a) findo o prazo estipulado de sua duração: b)pela vontade unânime dos sócios; c) por deliberação da maioria absoluta dos sócios, quan do se tratar de sociedade por prazo indeterminado; d) por falta de pluralidade de sócios; e) por cassação de autorização para funcionar: f) por falência (art. 1.044, CC). Sociedade em com andita simples Nela há duas categorias de sócios: a) os comanditados: pessoas físicas com responsabili dade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais; b) os comanditários: pessoas físicas ou jurídicas com responsabilidadelimitada ao valor de sua quota (art. 1.045, CC). O sócio comanditário é mero prestador de capital e não participa da administração da sociedade. No entanto, poderá ser constituído procurador da socie dade com poderes especiais para realizar determina do negócio. Uma vez considerado sócio, tem direito de participar das deliberações e de fiscalizar as ope rações sociais. Dissolução A sociedade pode ser dissolvida: a) pelo vencimento do prazo de duração; b) por vontade unânime dos sócios; c) por deliberação da maioria dos sócios, quando se tra tar de sociedade constituída por prazo indeterminado: d) por falta de pluralidade de sócios, no prazo de 180 dias; e) por cassação de autorização para funcionar: f) por falência; g) por falta de uma das categorias de sócio por mais de 180 dias. SOCIEDADE LIMITADA________________ E considerada uma das sociedades mais usuais no Direito brasileiro, uma vez que a responsabilidade dos sócios está restrita ao valor de suas quotas, estabele cendo nítida separação entre o patrimônio da socieda de e o patrimônio pessoal dos sócios, que não podem ser atingidos pelas obrigações sociais. Capital social E a contribuição inicial dos sócios para a forma ção da sociedade. O ato inicial para a contribuição do capital social (ou subscrição) representa uma mani festação de vontade em tornar-se sócio da sociedade, podendo a subscrição ocorrer de imediato ou em até 180 dias. Responsabilidade dos sócios Limitada - Cada sócio responde pelo valor de sua quota-parte. mas todos são solidários pela integral iza- ção total do capital social (art. I052, CC). Ilimitada - O patrimônio dos sócios não pode ser alcançado por dividas contraídas pela sociedade, salvo quando da; a) existência de créditos tributários (art. 135. III. CTN): b) existência de créditos da Seguridade Social (art. 13, Lei 8.620/93); c) aplicação da Teoria da Desconsideração. Subsidiária Enquanto não esgotado o patrimônio social, não pode a execução recair sobre bens particu lares dos sócios (art. 1.024, CC). Deveres dos sócios a) integralizaçâo do capital social; b) lealdade: c) sigilo; d) informação. Direitos dos sócios a) participar no resultado social; b) contribuir para as deliberações sociais; c) fiscalizar a administração; d) retirar-se da sociedade. Adm inistração da sociedade Compete aos sócios determinados pelo contrato socta; ou a terceiros estranhos à sociedade. Assim, o adminis trador da sociedade limitada poderá ser sócio ou não nomeado em contrato ou em ato separado. Deliberações dos sócios As deliberações dos sócios serão computadas confor me a participação destes na sociedade, podendo ser rea lizadas em assembléia ou reunião de sócios. Assembléia - As decisões que comprometerem o funcionamento da sociedade limitada só podem se' tomadas em assembléia, regularmente convocada i art 1.071, CC). Esta é obrigatória quando o número de sócios for superior a 10: quando inferior ou igual a 10. os sócios poderão pactuar no contrato que matérias serão deliberadas em reunião de sócios. Tanto a assem bléia como a reunião poderão ser substituídas por um documento firmado entre os sócios. A assembléia instala-se em primeira convocação com o quorum de 3/4 do capital social, c em segunda. com qualquer número. A assembléia geral pode ser a) ordinária: realizada nos quatro primeiros meses a término de cada exercício anterior; b) extraordinária (arts. 1.071 e 1.076, CC): realizac- sempre que houver necessidade, para deliberar assun tos de interesse da sociedade. Instalada a assembléia, os sócios deverão observar o quorum de deliberação: a) para designação de administrador nào-sócio. enquan to não integralizado o capital social: aprovação unâ- mine; após sua integralizaçâo: no mínimo 2/3: b) para destituição de sócio administrador: 2/3; c) para modificação do contrato social, incorporação, fusão, dissolução: no mínimo 3/4; d) nomeação de administrador extra, bem como mu remuneração ou destituição e pedido de concordata 50% + 1 do capital: e) nos demais casos, na forma da lei: 50% + 1 dos pre sentes. Conselho fiscal - Composto, no mínimo, por tré - membros e respectivos suplentes, sócios ou não. elei tos em assembléia ordinária para apreciar as conta? dos administradores e deliberar sobre o balanço patri monial e o resultado econômico. Constitui órgão facultativo. Dissolução da sociedade lim itada A sociedade limitada pode ser dissolvida: a) vencido o prazo de duração, salvo se, vencido este. e sem oposição de sócio, nào entrar a sociedade eir. liquidação, caso cm que será prorrogada por prazo indeterminado; b)por consenso unânime dos sócios; c) por deliberação por maioria absoluta dos sócios, na sociedade por prazo indeterminado; d) por falta de pluralidade de sócios não reconstituída no prazo de 180 dias; e) por extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar (art. 1.087, CC). SOCIEDADE ANÔNIMA É regida pela Lei 6.404/76. usualmente utilizada para constituição de sociedade que necessita de gran des investimentos. Por disposição legal, será sempre mercantil, independentemente de seu objeto social (art. 2°, LSA). C apita l social Divide-se em ações, as quais representam valores mobiliários, que limitam a responsabilidade do acio nista. O limite desta é o preço de emissão (subscriçãoI C lassificação a) Sociedade anônima aberta - Seus valores mob: rios encontram-se em negociação no mercado de valores mobiliários, a cargo do mercado de balcão ou das bolsas de valores. b) Sociedade anônima fechada - Seus valores mobi liários não estão em negociação nesses mercado? (art. 4", LSA). Comissão de Valores M obiliários (CVM ) E uma autarquia federal, regulada pela Lei 6.385 ”6 que tem por função supervisionar e controlar o merca do de capitais no Brasil. M ercado de capitais Mercado primário - Opera a subscrição de valores mobiliários emitidos pela companhia. Mercado secundário - Opera a compra e venda de ações por intermédio das bolsas de valores. M ercado de balcão - Opera emissão de valores mobiliários de companhia aberta, perante terceiros, por meio de um banco. Integra tanto o mercado primário como o secundário. Bolsa de valores - Pessoa jurídica de direito priva do cuja função é ampliar o volume de negócios nos mercados de capitais, operando a compra e venda de ações ou de outros valores mobiliários. Constituição da sociedade anônim a A companhia poderá ser constituída por escritura pública ou particular, devendo em ambos os casos aten der a certos requisitos, dentre eles: a) subscrição, de pelo menos duas pessoas, de todas as ações cm que se divide o capital social; b) realização inicial de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro: c) efetivação do depósito da parte do capital em dinheiro no Banco do Brasil ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM; o valor da efetivação em dinhei ro poderá variar conforme o objeto da companhia. Ações Representam uma parcela do capital social da companhia. Aquele que adquirir uma ação será considerado acionista. As ações possuem valores mobiliários, emitidos pela pró pria companhia com a finalidade de captar investidores. Classificação quanto á natureza a) O rd inárias - Atribuem a seu titular os direitos comuns de um acionista, isto é, o direito a voto na assembléia geral. b) Preferenciais - Atribuem a seu titular certa vantagem, como o direito a dividendos mínimos de 10% acima dos atribuídos às ações ordinárias. c) De fruição São utilizadas para a amortização das ordinárias ou das preferenciais. A amortização con siste na distribuição aos acionistas, a título de ante cipação e sem redução do capital social, dos direitos a que fazem jus,em caso de liquidação da companhia. Classificação quanto à forma a) Nominativas - Ações em que se declara o nome de seu proprietário cm livro de registro de ações nominativas. b) Escriturais — Nelas não há emissão de certificado. São mantidas em conta de depósito, em nome de seus titulares, junto a uma instituição financeira. Principais valores m obiliários a) Partes beneficiárias - Sem valor nominal e estranhas ao capital social, dão direito de crédito eventual con tra a companhia na participação nos lucros, não podendo ser superior a 10%. b) Debêntures - Conferem a seu titular direito de cré dito contra a companhia emissora, podendo ser con versíveis em ações. c) Bônus de subscrição - Conferem o direito de pre ferência em subscrever novas ações. d) Commercial papers - São idênticos às debêntures, dife- nenciando-se pelo vencimento: o commercialpaper vence em 30 a 180 dias; a debênture, em 8 a 10 anos, em geral. Acionista É o titular de ação de uma companhia emissora. Seu dever principal é o de pagar o preço de emissão das ações que subscrever. Direitos essenciais dos acionistas: a) participação nos lucros sociais; b) participação no acervo da companhia, em caso de liquidação; c) fiscalização da gestão dos negócios sociais; d) direito de preferência na subscrição de novas ações ou valores mobiliários: e) direito de retirada ou recesso. Órgãos da sociedade anônim a Assembléia geral - Constitui um órgão deliberativo dos acionistas, podendo ser: a) ordinária: realizada nos quatro primeiros meses do exercicio seguinte, consiste basicamente em aprovar as contas relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro do ano anterior (art. 132, CC); b) extraordinária: realizada a qualquer momento, con forme o quorum de instalação (art. 135, CC). Quorum O quorum de instalação da assembléia em primeira convocação será de 1/4 do capital votan te, ou de 2/3 no caso de constar da ordem do dia a refor ma do estatuto social, e em segunda, qualquer número. O quorum de deliberação é a maioria, exceto quando a lei determina quorum qualificado (arts. 136 e 129, LSA). Diretoria É um órgão executivo composto, no míni mo, por dois membros, acionistas ou não, eleitos pelo conselho de administração ou pela assembléia geral, cuja finalidade, de modo geral é representar legalmente a sociedade. Conselho de administração É um órgão delibera tivo composto, no mínimo, por três membros acionis tas, eleitos pela assembléia geral com a finalidade de agi lizar a tomada de decisões (art. 140, LSA). É obrigató rio nas sociedades anônimas abertas, de capital autori zado ou de economia mista (arts. 138, § 2", e 235, LSA). Administradores - Nessa condição inserem-se os membros da diretoria e do conselho fiscal (art. 145, LSA), e devem ser pessoas físicas residentes no país, desde que legalmente não impedidas (art. 146, LSA). Assim, são deveres dos administradores: a) diligência ou cuidado com os negócios da sociedade; b) lealdade: c) informação: d) sigilo. Conselho fiscal É composto por, no mínimo, três membros e. no máximo, cinco, acionistas ou não (arts. 161 e 162. LSA). Sua função é convocar, fiscalizar, denunciar e examinar os documentos da administração. D e m o n straç õ es f in an c e ira s Ao fim de cada exercicio, compete à diretoria elaborar: a) balanço patrimonial; b) demonstração dos resultados; c) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; d) demonstração das origens e aplicações de recursos. Dissolução A dissolução da companhia poderá ocorrer: a) de pleno direito; b) por decisão judicial: c) por decisão de autoridade administrativa competente. Liquidação A liquidação da companhia pode ser: a) extrajudicial: determinada pelos órgãos da sociedade: b) judicial: determinada por decisão judicial. Extinção A sociedade se extingue: a) pelo encerramento da liquidação que se segue à dis solução: b )pela incorporação: c) pela fusão; d) pela cisão com versão de todo o patrimônio para outras sociedades; e) após a sentença declaratória de encerramento da falência. M odificação na e s t r u tu r a d a S/A a) Transformação - Ocorre quando a sociedade passa de um tipo societário para outro (art. 220, LSÁ). b) Incorporação - Ato pelo qual uma ou mais socieda des são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (art. 227, LSA). c) Fusão Operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma nova, que lhes sucede em todos os direitos c obrigações (art. 228, LSA). d) Cisão Ato em que a companhia transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades (constituídas para esse fim ou já existentes), extinguindo-se a primei ra cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se seu capital, se parcial (art. 229, LSA). SOCIEDADES COLIGADAS____________ Sociedades que, em suas relações de capital, são con troladas, filiadas ou de simples participação em outras sociedades (art. 1.097..CC). Sociedade filiada É aquela cujo capital de outra par ticipa com 10% ou mais, sem controlá-la (art. 1.099, CC). Sociedade de simples participação Consiste na sociedade cujo capital de outra participa com menos de 10%, com direito a voto (art. 1.100, CC). T í t u l o s d e C r é d i t o Para Vivante, título de crédito “é o documento neces sário ao exercício de um direito literal e autônomo nele mencionado”. Suas principais características são: a) literalidade: somente será considerado o que nele estiver escrito; b )eartu la rid ad e : é documentado por uma cártula (papel); para o possuidor exercitar os direitos decor rentes do crédito, é necessária sua apresentação; c) autonomia: representa uma independência nas rela ções obrigacionais que se firmam no próprio título. C lassificação d o s t í tu lo s d e c réd ito 1. Quanto ao modelo: a) livres: não existe um padrão definido para sua confecção, podendo ser emitidos de forma livre, observados os requisitos da lei (ex.: nota promis sória e letra de câmbio); b) vinculados: a lei atribuiu um padrão específico, não permitindo sua livre confecção (ex.: cheque e duplicata). 2. Quanto à estrutura: a) promessa de pagamento: o título apresenta duas relações jurídicas, o emitente - sacador - e o beneficiário - tomador (ex.: nota promissória): b) ordem de pagamento: título em que há três rela ções jurídicas: a do sacador - que dá a ordem: a do sacado - destinatário da ordem; e a do tomador beneficiário da ordem (ex.: cheque e duplicata). 3. Quanto à emissão: a) não causais: títulos cuja criação independe de uma origem específica (ex.: nota promissória e cheque); b) causais: necessitam de uma origem para sua cria ção (ex.: duplicata mercantil). 4. Quanto à circulação: a) ao portador: títulos em que o emitente não iden tifica seu beneficiário: encontram-se praticamen te abolidos desde o início dos anos 90; b) nominativos: títulos em que o emitente identifi ca o beneficiário, registrando-o em livro próprio (ex.: ações nominativas das S/A); c) à ordem: títulos passíveis de endosso, em branco (lança-se a assinatura sem indicar a favor de quem se endossa) ou em preto (endosso com indicação do nome do beneficiário). LETRA DE CÂMBIO____________________ Regulada pela Lei 57.663/66 e parcialmente pelo Decreto 2.044/08 (Lei Uniforme), é uma ordem de paga mento à vista ou a prazo pela qual o sacador dirige-se ao sacado para que este pague determinada importân cia a uma terceira pessoa. São partes da letra de câmbio: o sacador - aquele que dá a ordem para pagamento; o sacado a quem a ordem é dirigida: o tom ador - o beneficiário da ordem. Aceite - A letra de câmbio é uma ordem dc paga mento dada pelo sacador cm face do sacado. E este não é obrigado a obedecerà ordem contra sua vontade: somente após o ato do aceite o sacado estará vincula do ao cumprimento da obrigação cambial. Endosso - E o ato cambial pelo qual o credor de um título de crédito com cláusula “à ordem” transfe re seus direitos a uma terceira pessoa. Dessa forma, produzem-se dois efeitos: transferência e coobriga- ção. O endosso pode ser em branco ou em preto, devendo ser puro e simples, sendo nulo o endosso parcial (art. 12, LU). Cessão dc crédito - O portador do título cambia! pode não permitir sua circulação por endosso, inse rindo, assim, cláusula “não à ordem”. Contudo, o títu lo ainda poderá circular, utilizando-se da cessão civil, em que o cedente transfere o crédito a um terceiro, o cessionário. Aval É o ato cambial pelo qual o avalista se com promete a garantir o pagamento do título de crédito cm favor do avalizado. Ao contrário do endosso, o aval pode ser total ou parcial, isto é, o avalista garante o pagamento de toda a importância avalizada ou apenas de uma parte. Vencimento - É o ato cambial pelo qual se opera a exigibilidade da letra, podendo ocorrer: à vista - quan do o sacado recebe o titulo, devendo honrar, imediata mente, a obrigação; a certo termo da data - o venci mento começará a ser contado da emissão da letra: a certo termo da vista - o prazo para contagem do ven cimento ocorrerá somente a partir do visto ou do acei te do sacado; a dia certo quando as partes estipulam um dia certo e determinado para seu vencimento. A falta ou recusa de aceite, a falência do sacado ou a falência do aceitante poderão ensejar seu vencimen to por antecipação. Protesto - É o ato solene e formal pelo qual se com prova o descumprimento de uma obrigação. Encontra-se regulado pela Lei 9.492/97. Os prazos para protesto da letra de câmbio poderão variar conforme a obrigação assumida pelo devedor: por falta de aceite - a letra deve ser entregue a protesto, findo o prazo de apresentação para aceite, ou no dia seguinte, se o sacado a recebeu para aceite; por falta de pagamento a letra deve ser apresentada a protesto no prazo de dois dias úteis após seu vencimento. Ação cambial e prescrição - A ação cambial é um meio processual pelo qual o credor visa a satisfazer os direitos decorrentes dc um título. O portador da letra I deverá ingressar com a ação cambiai em tempo habd. sob pena de supressão do direito pelo decurso do lempo. Assim, o prazo prescricional sera: contra o aceitantc c seu avalista, de três anos. a contar do vencimento; contra os endossantes e seus avalistas e contra o sacador, de um ano, a contar do protes to; dos endossantes, uns contra os outros, e contra o sacador, de seis meses, a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado. NOTA PROMISSÓRIA_______________ E uma promessa direta dc pagamento dada pelo devedor em favor do credor. Quando emitida, ense ja duas relações jurídicas: emitente ou sacador - aquele que se compromete a pagar; beneficiário ou tom ador - aquele a quem assiste o direito de rece ber. Aplica-se à nota promissória a legislação da letra de câmbio, no que couber. Prazos p ara apresentação - A letra deve ser apresentada a protesto no prazo de dois dias úteis após seu vencimento. A inobserv ância do prazo acar retará a perda do direito contra os coobrigados, endossantes e seus avalistas. Ação cambial e prescrição - O prazo prescri cional para a propositura da ação cambial da nota promissória será: contra o emitente e seu avalista, de três anos, a contar do vencimento; contra os endos santes e seus avalistas, de um ano, a contar do pro testo; dos endossantes, uns contra os outros, e con tra o emitente, de seis meses, a contar do dia em que o endossante pagou a nota. CHEQUE_____________________________ É uma ordem dc pagamento à vista, emitida con tra um banco, mediante fundos disponíveis do emi tente, em poder do sacado, provenientes de depósi to ou dc contrato de abertura de crédito. Previsto na Lei 7.357/85 (Lei do Cheque), estabelece as seguin tes relações jurídicas: sacador ou emitente - aque le que dá a ordem; sacado ou banco - a quem a ordem é dirigida; tom ador ou portador - o bene ficiário da ordem. Aceite - O cheque não admite aceite, apesar dc ser uma ordem de pagamento, uma vez que o banco (sacado) não é o devedor da relação jurídica. Endosso - Assim como na letra dc câmbio e na nota promissória, o cheque admite endosso e produz os mesmos efeitos já vistos. Aval - O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mçsmo pelo signatário do título. M odalidades - Cheque visado - o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lança e assina, no verso do título, visto, certificado ou declaração de suficiência de fundos para fins de liquidação (só pode ser emitido de forma nomina tiva e não endossávcl - art. 7o, LC); cheque admi nistrativo é emitido pelo próprio sacado para liqui dação em uma de suas agências; cheque cruzado tem dois traços transversais e paralelos no anverso do título (art. 44. LC); cheque para se levar em conta — o emitente ou portador legitimado proíbe o pagamento do título em dinheiro, mediante inscri ção transversal, no verso do título, da cláusula “para ser creditado em conta”, ou outra equivalente. Prazo para apresentação - O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 dias, quando emitido na mesma praça, e 60 dias, quando emitido em praça diversa ou no exterior. Prazos para protesto - O cheque deverá scr apre sentado para protesto a cartório no prazo de 30 dias, a contar da emissão, quando emitido na mesma praça, e 60 dias. em praça diversa. Ação cambial e prescrição - A ação de execu ção do cheque prescreve em seis meses, contados da expiração do prazo de apresentação (art. 59, LC). Por sua vez, a ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra o outro prescreve em seis meses, contados do dia em que o obrigado efe tuou o pagamento ou do dia em que foi acionado. DUPLICATA Tituk> de crcdno de origem brasileira. Reguiada peto Lei 5.4'4 68 (Lei das Duplicata.'). tem a finalidade de documentar as operações mercantis. E um titulo cau sai. pois só pode ser emitida para documentar uma compra e venda mercantil ou uma prestação de sen i- ço. Representa uma ordem de pagamento que estabe lece as seguintes relações jurídicas: sacador ou vende dor; sacado ou comprador; tomador ou vendedor Aceite - A duplicata deverá ser enviada ao saca do para aceite, reconhecendo a exatidão das informa ções e da obrigação de pagar. O aceite é obrigatório; o devedor se obriga ao pagamento ainda que não assine a letra. O prazo para remessa da duplicata será de 30 dias, contados da emissão, quando emi tida pelo próprio sacador. O comprador poderá libe rar-se da obrigação de aceitar somente nas hipóteses previstas no art. 8" da LD: avaria ou não recebimen to das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mer cadorias, devidamente comprovados; divergência nos prazos ou nos preços ajustados. Endosso - A duplicata circula livremente, isto é, admite endosso e produz os mesmos efeitos da legis lação cambiária. Aval - O pagamento da duplicata poderá ser asse gurado por aval, sendo o avalista equiparado àque le cujo nome indicar. Prazo para protesto - A duplicata será entregue a cartório para protesto dentro de 30 dias, contados de seu vencimento. A duplicata é protcstável por: falta de aceite; falta de devolução; falta de pagamen to. O protesto será tirado conforme o caso, median te apresentação da duplicata, da triplicata ou por simples indicações do portador, na falta de devolução. Caso o portador não tire o protesto da duplicata em forma regular e dentro de 30 dias, contados da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso con tra os endossantes e seus avalistas (art. 13, § 4", LD). Duplicata de prestação de serviços - Os presta dores de serviços poderão emitir fatura e duplicata para documentar as obrigações assumidas entre o sacador e o sacado. C o n t r a t o s M e r c a n t i s São contratos que envolvem relação entre empre sários. Os contratos entre particulares, exceto os do trabalho, se submetem a dois regimes: civil e dc tute la de consumidores. Classificação dos contratos: a) unilateral: apenas uma das partes possui obriga ções (ex.: contrato de mútuo); b) bilateral: ambas as partes possuem obrigações (ex.: compra e venda mercantil); c) consensual: nasce da simples manifestação de vontade dos contratantes (ex.: o contrato de com- ■ pra e venda mercantil, o qual estará perfeito e aca bado logo que as partes acordem no preço, na coisa e nas condições); d) real: além da simples manifestação de vontade, é necessária a entrega da coisa (ex.: contrato de mútuo bancário); e) solene: firma-se a partir da emissão de um docu mento; f) comutativo: as partes conseguem prever como será executado (ex.: contrato de representação comercial); g) aleatório: as partes não conseguem prever, no início da contratação, como será executado (ex.: contrato de dívida dc jogo); h) típico: os direitos e deveres dos contratantes estão previstos em lei; i) atípico: os direitos e deveres dos contratantes não estão previstos em lei. Principais obrigações do vendedor: a) transferir o domínio da coisa; b) responder por vícios; e) responder por evicção. Principais obrigações do comprador: a) pagar o preço; b) receber a coisa. MODALIDADES DE COMPRA E VENDA MERCANTIL______________ Compra t venda pura e w m p l« -E a que produz seus efeitos mediante o eonsennmento das partes, as quais não se subordinam a qualquer ev ento posterior. Com pra e venda por atacado - O comprador adquire a mercadoria em grande escala, não a reven dendo em pequenas quantidades. C om pra e venda por varejo - O comprador adquire a mercadoria, mesmo que cm grande quan tidade, distribuindo-a em pequenas parcelas. Contrato de escambo E a mais antiga moda lidade de compra e venda. As partes trocam mer cadorias entre si. Contrato de consignação ou estimatório - O consignante entrega bens móveis ao consignatá- rio, que fica autorizado a vendê-los, pagando ao consignante o preço ajustado no prazo estabelecido, ou pode restituir a coisa consignada. Mútuo mercantil - Uma das partes empresta à outra coisa fungível, com a obrigação de restituí- la, quando reclamada, no mesmo gênero, quantida de e qualidade. O contrato assume o caráter mer cantil quando o mutuário for empresário e a coisa mutuada derive de causa mercantil. M andato m ercantil - Contrato em que um empresário (mandante) confia a determinada pes soa (m andatário) a gestão de um ou mais negó cios. A procuração é o instrumento do mandato. • Responsabilidades do mandante e do man datário - O mandante será responsável pelos atos praticados pelo mandatário se estes estiverem cm conformidade com os poderes a ele atribuídos. O mandatário responderá perante o mandante se exceder os poderes do mandato, causar prejuízos a terceiros ou incorrer em culpa, dolo, simulação e negligência. • Extinção do mandato mercantil - O manda to mercantil extingue-se: a) pela revogação ou pela renúncia; b) pela morte ou interdição dc uma das partes; c) pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes ou o mandatário a exercê-los; d) pelo término do prazo: e) pela conclusão do negócio. Comissão mercantil Contrato em que uma das partes (comissário) se obriga a praticar atos cm nome próprio, por conta de outra (comitente). • Responsabilidades do comissário - O comis sário não responde pela insolvência das partes com quem contratou, exceto nos casos de culpa ou sc do contrato constar a cláusula “dei crejere", pela qual o risco do dcscumprimento das obrigações transfe- re-sc do comitente para o comissário. • Extinção A comissão mercantil extinguc-sc: a) pela revogação ou pela renúncia; b) pela morte ou interdição de uma das partes; c) pela mudança de estado que inabilite o comitente a conferir os poderes ou o comissário a exercê-los; d) pelo término do prazo; e) pela conclusão do negócio. Representação comercial - Segundo Frans Mar tins, “entende-se por contrato de representação comercial aquele em que uma parte se obriga, mediante remuneração, a realizar negócios mercan tis, em caráter não eventual, em favor dc outra. A pes soa que se obriga a agenciar propostas ou pedidos em favor da outra tem o nome de representante comercial: aquela em favor de quem os negócios são agenciados é o representado '. • Rescisão do contrato - Quando firmado por prazo indeterminado, pode ser denunciado por qual quer uma das partes. Se existe há menos de seis meses, não cabc nenhuma indenização. Se vigora há mais tempo, só pode ser rescindido sem culpa das partes, mediante aviso prévio de 30 dias pelo interessado ou pagamento da indenização corres pondente, devidamente calculada pela média das comissões recebidas nos três últimos meses. Haven do culpa do representado, o valor mínimo devido ao representante será de 1/12 do total das comis sões recebidas durante o tempo de duração do con trato, acrescido de correção monetária. Contrato de agência - E aquele em que um dos contratantes (agente) assume, sem vínculos de dependência e em caráter não eventual, a obriga ção dc promover, à conta do outro (proponente), mediante retribuição, a realização de certos negócios em zona determinada. C ontrato de distribuição - É o contrato pelo qual o fabricante compromete-se a vender produ Resuma i Jurídico M< açc I mo me cor I do me açc Co púl der a): b)i i c) < A ç I Aqi As pré < a)< ( í b)l ( ( c)l i í ( a) 1 I b)l Pri a)l b) 1 d)l i t Ac I de\ açc 1 a)l b)| I c )i d)< < e)( Óri dos a) i b )( 1 f cm te, i ma 0<j lei i tos, com vantagens especiais, ao distribuidor, para revenda em zona determinada. Contrato de seguro Segundo o professor Fábio Ulhoa Coelho, “seguro é o contrato em que uma das partes (a sociedade seguradora) assume, mediante o reconhecimento do prêmio, a obrigação de garan tir interesse legítimo da outra (segurado), ou a ter ceiro (beneficiário). contra riscos predeterminados”. • Principais obrigações do segurado: a) pagar o prêmio: b) guardar, na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade a respeito do objeto, como das circunstâncias e declarações a ele concernentes; c) prestar informações verdadeiras e não omiti-las. quando necessárias para aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, sob pena de perder a garantia; d) não agravar intencionalmente o risco objeto do contrato, sob pena de perder o direito à garantia: e) comunicar ao segurador, imediatamente, o inciden te suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia: f) tomar providências para diminuir as conseqüên cias em caso de sinistro. • Principais obrigações do segurador: a) indenizar o segurado; b) guardar, na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade a respeito do objeto, como das circunstâncias e declarações a ele concernentes: c) reduzir o valor do prêmio, caso o segurado dimi nua o risco de forma considerável: d) pagar, em dinheiro, o prejuízo do risco assumido,salvo se convencionada a reposição da coisa; e) em caso dc mora no pagamento, acrescer a atua lização monetária. • Resseguro - Contrato pelo qual as seguradoras transferem parte do risco assumido às resseguradoras. Fiança mercantil — É o contrato cm que uma das partes (fiador) se obriga perante um credor a satis fazer o débito do devedor empresário (afiançado) caso este não o pague, desde que a obrigação deri ve de causa empresarial. O afiançado deve ser empre sário, e a obrigação assumida deriva de causalida de empresarial (art. 818, CC). Penhor mercantil — Segundo Frans Martins, “o penhor mercantil é o contrato segundo o qual uma pessoa dá a outra coisa móvel em segurança e garan tia do cumprimento de obrigação comercial”. A pes soa que oferece o bem tem o nome de dador ou devedor; a que recebe, credor pignoraticio. Franquia - Regulado pela Lei 8.955/94, é o con trato pelo qual uma das partes (franqueador) cede a outra (franqueado) o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclu siva ou semi-exclusiva dc produtos e serviços e, eventualmente, ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franquea dor. mediante remuneração. • Principais obrigações do franqueador: a) fornecer ao interessado franqueado a “circular de oferta de franquia", contendo as principais infor mações sobre seu negócio e essenciais à celebra ção do contrato de franquia empresarial; b) descrição detalhada da franquia, do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo fran queado; c) indicação do que é efetivamente oferecido ao fran queado pelo franqueador. no que se refere a super visão de rede, serviços de orientação e treinamen to do franqueado e de seus funcionários, auxílio na análise e escolha do ponto, layout e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado. • Principais obrigações do franqueado: a) pagamento da taxa de adesão: b) pagamento dc uma porcentagem do faturamento; c) venda de produtos exclusivos indicados pelo fran queador; d) venda de produtos conforme tabela de preços for necida pelo franqueador. Alienação fiduciária em garantia - E o contrato pelo qual se transfere ao credor o dominio resolúvel c a posse indireta do bem alienado, independentemen te da tradição efetiva do bem. tomando-se o alienan- te ou devedor possuidor direito e depositário do bem. Arrendamento mercantil ou leasing Regulado pela Lei 6.099/74 e pela Resolução do Banco Central 2.309/96, aproxima-se de um contrato dc locação, mas caracteriza-se por oferecer ao arrendatário, no término do prazo, a opção da compra do bem, sua devolução ou prorrogação do contrato. Pode ser lea- sinf; financeiro, ou financiamento para aquisição de bens - contrato em que não há valor residual expres sivo. caso o arrendatário faça a opção de compra do bem , ou leasin/; operacional contrato em que a empresa proprietária dá certos bens em arrendamen to à pessoa, mediante o pagamento de prestações determinadas, incumbindo-se de prestar assistência. Fa l ê n c i a É uma execução coletiva movida contra um deve dor, empresário ou sociedade empresária, atingindo seu patrimônio para uma venda forçada, partilhando o resultado, proporcionalmente, entre os credores. Elem entos do estado de falência Para a caracterização do estado de falência, é necessário que o devedor apresente-se insolvente. A insolvência ocorrerá quando os bens do devedor não forem suficientes para garantir as obrigações contraídas. No Brasil, a insolvência se presume: 1. Impontualidade - Não basta o devedor estar cm atraso; é preciso que sua impontualidade seja injustificada (art. Io, LF). 2. Prática de atos de falência - Caracteriza-se a falência (art. 2o, LF) se o empresário: a) executado, não paga, não deposita a importân cia ou não nomeia bens à penhora dentro do prazo legal; b) procede à liquidação precipitada ou lança mão de meios ruinosos ou fraudulentos para reali zar pagamentos; c) convoca credores e propõe dilaçào, remissão de créditos ou cessão de bens; d) por atos inequívocos, realiza ou tenta realizar negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não: e) transfere a terceiros seu estabelecimento sem o consentimento de todos os credores, salvo se ficar com bens suficientes para solver seu passivo; f) dá garantia real a algum credor sem ficar com bens livres e desembaraçados equivalentes a suas dívidas: g) abandona o estabelecimento, se esconde ou se ausenta sem deixar um representante habilita do para administrar o negócio e com recursos suficientes para pagar os credores. Sujeitos à falência A falência atinge o empresário e a sociedade empresária, bem como o espólio do devedor empre sário e aqueles que. embora expressamente proibi dos, exercem atividades empresariais. Autofalência O empresário que, sem relevante razão de direi to. não pagar no vencimento obrigação líquida deve. dentro de 30 dias, requerer ao juiz sua autofalência, expondo as causas e o estado de seus negócios. Legitim idade ativa Estão autorizados a requerer a execução coletiva: a) o próprio devedor empresário (autofalência); b) qualquer credor, se empresário ou provar a con dição de regular; c) o cônjuge sobrevivente: d) os herdeiros do devedor; e) o inventariante; f) o sócio ou acionista da sociedade; 9) o credor com garantia real, se a renunciar ou, que rendo mantê-la, se provar que os bens não che gam para a solução de seu crédito; h)o credor não domiciliado no Brasil, desde que preste caução. Hipóteses em que não será declarada a) falsidade do titulo; b) prescrição do direito; c) nulidade da obrigação ou do título: d) pagamento da dívida, embora depois do protesto, antes dc requerida a falência; e) requerimento de concordata preventiva anterior à citação; f) depósito judicial da importância executada; g) cessão do exercício há mais de dois anos, compro vada pelo distrato social devidamente registrado na Junta Comercial; h) qualquer motivo que extinga ou suspenda o cum primento da obrigação ou exclua o devedor do processo da falência; i) liquidação e partilha do ativo da sociedade anô nima; j) decorridos mais de um ano da morte do devedor. Responsabilidade dos sócios Os sócios solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações sociais não são atingidos pela falência, mas ficam sujeitos aos demais efeitos jurídicos que a sentença dcclaratória produza cm relação â sociedade falida. Em se tratando de cessão de quotas de sócio de responsabi lidade solidária, este ficará sujeito aos mesmos efei tos da sentença, salvo se afastado da sociedade há mais de dois anos ou se, na época, tinha solvido suas obrigações (art. 5o, LF). Como o sujeito de direitos c deveres é a sociedade empresária e não seus sócios, a falência atingirá somente aquela, mas produzirá efeitos também nestes, seja o administrador ou o'quo tista de sociedade limitada, seja o diretor ou acionis ta de S/A, c assim sucessivamente. Juízo falim entar O juízo competente para o processamento da falên cia será o do principal estabelecimento do devedor (art. 7°, LF). ou seja, o local onde o devedor contratou com o maior número de credores, seja matriz ou filial. Protesto Na falência, o protesto é sempre obrigatório. Mesmo titulos não sujeitos a protesto obrigatório devem ser levados a cartório para sua efetivação. Rito falim entar O processo falimentar segue ritos diferentes em razão do pedido. Se requerido pelo art. Io da LF (impon tualidade). o processamento ocorrerá nos termos do art. 11. Quando requerido pelo art. 2“ (atos de falência), o juiz prosseguirá conforme o art. 12. A principal dife rença entreeles está na defesa a ser alegada pelo deve dor: no primeiro caso, é possivel elidir a falência com o depósito; no segundo, não existe a possibilidade. Defesa do devedor im pontual Uma vez citado, o devedor poderá: a) depositar a importância equivalente a seu débito, sem contestar (extingue-se o processo de execução); b) depositar e apresentar defesa (também se extin gue o processo de execução); c) não depositar, limitando-se a apresentar defesa (terá, então, sua falência declarada - art. 11, LF). Sentença dedaratória Recebidas e cumpridas as diligências, o juiz, no prazo de 24 horas, proferirá a sentença, declarando ou não a falência (art. 14, LF). A sentença declaratória de falência desafia dois recursos: 1. o agravo por ins trumento contra a sentença fundada na impontualida de ou nos atos de falência (arts. 17 e 18, LF); 2. os embargos, que somente serão admitidos da sentença proferida com base na impontualidade (art. 18. LF). Recurso da sentença denegatória Na sentença denegatória de falência, o juiz apre ciou o mérito e julgou improcedente o pedido do credor. O recurso cabível será o de apelação. Term o legal Proferida a sentença, o juiz fixará o termo legal da falência, considerando suspeitos os atos pratica dos pelo falido. O termo legal poderá retroagir, no máximo. 60 dias, contados do primeiro protesto por falta de pagamento, do despacho ou requerimento inicial da falência ou da distribuição do pedido de concordata preventiva (art. 14. III. LF). Efeitos da sentença declaratória A sentença declaratória de falência produz uma série de efeitos. 1. Quanto aos direitos dos credores - Vencimento por antecipação, salvo aqueles por disposição legal. 2. Quanto à pessoa do falido - Impõe inúmeras obri gações, dentre as quais: depositar em cartório os livros obrigatórios para serem entregues ao sindi co; entregar, de pronto, todos os bens, livros, papéis e documentos ao sindico; prestar verbalmente ou por escrito as informações reclamadas pelo juiz, síndico, representante do Ministério Público e cre dores; auxiliar o síndico com zelo e lealdade. O falido, entretanto, tem o direito de: fiscalizar a administração da massa; requerer providências con servatórias dos bens arrecadados e o que for a bem de seus direitos e interesses; intervir, como assis tente, nos processos em que a massa seja parte ou interessada; e, se necessário, interpor recursos. 3. Quanto aos bens do falido - A falência atinge todos os bens do devedor, inclusive direitos e ações, tanto os existentes na época de sua decla ração como os que forem adquiridos no curso do Resumao Jurídico 4 K ■ B : « B ■ B fl < 4 4 B ■ B 1 < 4 processo (art. 39, LF), salvo os bens impenhoráveis e os bens inalienáveis. 4. Quanto aos contratos do falido Contratos unila terais (nos quais só uma das partes possui obriga ções) se resolvem com a falência - se o falido é deve dor, vencem por antecipação; se credor, permane cem inalterados. Contratos bilaterais não se resolvem com a falência e podem ser executados pelo síndico, se achar conveniente para a massa (art. 43, LF). Con tratos de conta-corrente, embora sejam bilaterais, se resolvem com a falência, devendo ser encerrados. Revogação de atos Alguns atos praticados pelo falido antes da falência poderão ser revogados, tenha ou não o contratante conhe cimento da situação econômica do falido. Sc revogados pelo juiz. os bens devem ser restituidos à massa, em espé cie. com todos os acessórios; em não sendo possível, deve rá o falido providenciar a indenização correspondente. Ação revocatória É instrumento adequado para reaver os bens transferidos a terceiros. Deve ser proposta pelo sindico dentro de 30 dias seguintes à publicação do aviso que dá início à liquidação; se não o for, poderá ser proposta por qualquer credor. Adm inistração da falência Será exercida pelo síndico, sob a imediata direção e superintendência do juiz (art. 59, LF). O síndico será escolhido entre os maiores credores do falido e seus principais deveres são: a) arrecadar os bens e livros do falido; b) administrar a massa falida; c) apresentar relatórios; d) preparar a verificação e classificação dos créditos; e) promover a liquidação do ativo: f) realizar o passivo. Restituição e em bargos O síndico, quando nomeado, providenciará a arre cadação dos bens do falido em favor da massa. Há situa ções em que parte desses bens encontra-se protegida por direito real ou decorrente de contrato. Uma vez arrecadados os bens, ensejarão o pedido de restituição ou embargos de terceiros pelo legítimo proprietário, mesmo que já alienados a terceiros (art. 76. LF). Assim, pode ser pedida a restituição quando seja devida em virtude de: a) direito real sobre a coisa; b) contrato; c) coisas vendidas a crédito e entregues ao falido nos 15 dias anteriores ao requerimento da falência ou da concordata, se ainda não alienadas pela massa; d) alienação fiduciária. Verificação dos créditos Na sentença declaratória da falência, o juiz marcará o prazo de, no mínimo, 10 e, no máximo, 20 dias para os credores habilitarem-se no processo falimentar. apre sentando em cartório as declarações e os documentos justificativos de seus créditos (art. 80, LF). Classificação dos créditos Os créditos são classificados conforme sua origem, na seguinte ordem: a) créditos por acidente de trabalho; b) créditos trabalhistas: c) créditos tributários; d) encargos da massa; e) dívidas da massa; f) créditos com direitos reais de garantia: g) créditos com privilégio especial sobre determinados bens: h) créditos com privilégio geral; i) créditos quirografários. Inquérito judicial Na fase de inquérito judicial, o síndico apresentará rela tório, em duas vias, expondo as causas da falência e o pro cedimento do falido antes e depois da sentença declaratória. especificando, se houver, os atos que constituem crime fali mentar, indicando os responsáveis. Os credores poderão, no prazo dc cinco dias, requerer o inquérito c o que entenderem conveniente para sua instrução. Findo o prazo, os autos serão levados à vista do representante do Ministério Público para que, dentro de três dias, se manifeste a respeito. Se não houver provas a realizar, ou realizadas as defe ridas, os autos serão feitos com vista ao representante do Ministério Público, que, no prazo de inco dias, pedirá sua apensação ao processo da falência ou oferecerá denún cia contra o falido ou os responsáveis (art. 108. LF). Se recebida a denúncia ou queixa, o juiz. em despacho fun damentado, determinará a remessa dos autos ao juízo criminal competente para instauração da ação penal. Liquidação Nessa fase ocorrerá a realização do ativo para paga mento do passivo do devedor falido. Encerram ento da falência Terminada a liquidação, com a venda dos bens c a distribuição proporcional do dinheiro, o síndico apre sentará em juízo seu terceiro e último relatório, pres tando contas de sua administração (art. 131, LF). O juiz encerrará, por sentença, o processo dc falência, que, salvo nos casos de força maior, devidamente com provado, não poderá exceder dc dois anos. a contar de sua declaração. Porém, para que o falido possa reabi litar-se à prática das atividades empresariais, ainda é necessário que sejam julgadas extintas suas obriga ções civis e penais. CONCORDATA A doutrina considera a concordata como um favor legal concedido ao devedor empresário ou sociedade empresária, oferecendo a estes uma remissão parcial ou a dilação do prazo de pagamento de suas obrigações. Modalidades Concordata preventiva - Seu objetivo é impedir o requerimento de falência por parte dos credores. Concordata suspensiva - Seu objetivo é suspender o processo de falência, permitindoao devedor retomar a administração de seus bens. Im pedim entos De acordo com o art. 140 da LF, não podem impe trar concordata: a) quem deixou de arquivar, registrar ou inscrever no registro do comércio os documentos e livros indispen sáveis ao exercício legal da atividade empresarial; b) quem deixou de requerer a autofalência no prazo dc 30 dias, contados do vencimento de obrigação líquida; c) condenado por crime falimentar, furto, roubo, apro priação indébita, estelionato e outras fraudes, con corrência desleal, falsidade, peculato, contrabando, crime contra o privilégio de investigação ou marcas de indústria c comércio ou crime contra a economia popular; d) quem, há menos dc cinco anos, houver impetrado igual favor ou não tiver cumprido concordata há mais tempo; e) quem não apresentar a quitação de todos os tributos relativos a sua atividade empresarial (art. 191, CTN). Créditos atingidos Se concedida, a concordata atingirá todos os credo res quirografários. comerciais ou civis, admitidos ou não ao passivo, residentes no país ou fora dele, ausen tes ou embargantes (art. 147, LF). Hipóteses de rescisão A concordata poderá ser rescindida pelo juiz se o devedor: a) não pagar as prestações nas épocas devidas; b) pagar antecipadamente a uns credores, com prejuízos ■ de outros; c) abandonar o estabelecimento empresarial; d) vender os bens do ativo a preço vil; e) for negligente na continuação de seu negócio. Concordata preventiva O devedor pode evitar a declaração da falência reque rendo ao juiz competente para decrctá-la que lhe seja concedida concordata preventiva. Condições para concessão - De acordo com o art. 158 da LF, não ocorrendo os impedimentos (art. 140. LF), cumpre ao devedor satisfazer as seguintes condi ções para fazer jus à concordata preventiva: a) exercer a atividade de comércio (empresarial) há mais de dois anos; b) possuir ativo cujo valor corresponda a mais de 50% de seu passivo quirografário; c) não ser falido ou, se o foi, estarem extintas suas res ponsabilidades: d) não ter titulo protestado por falta de pagamento; e) comprovar ao juiz a viabilidade de seu negócio. Formas de pagamento - Preenchidos tais requisitos, o devedor, em seu pedido de concordata preventiva, deve oferecer aos credores quirografários, por saldo de seus créditos, o pagamento no mínimo dc: a) 50%, se for à vista; b) 60% em seis meses; c) 75% em 12 meses; d) 90% em 18 meses, sendo 2/5 no primeiro ano; e) 100% em até 24 mcscs, sendo 2/5 no primeiro ano. Juntamente com a petição inicial, o devedor apre sentará os livros obrigatórios, que serão encerrados, por termos assinados pelo juiz. O escrivão, por ?ua vez, certificará nos autos a formalidade de encerra mento dos livros, os quais ficarão depositados em cartório para serem devolvidos ao devedor se defen da a concordata (art. 160, LF). Cabe ao devedor o recolhimento das custas e despesas processuais Se atendidos os requisitos, o juiz determinará que seja processado, proferindo despacho, o qual produz os seguintes efeitos: a )suspensão das ações; b) suspensão das prescrições: c) convocação dos credores interessados; d) nomeação do comissário; e) vencimento por antecipação. Concordata suspensiva O devedor falido pode requerer a suspensão da falên cia, impetrando a concordata suspensiva (art. 177, LF). O pedido deve ser feito cm cinco dias após o vencimen to do prazo para a entrega, em cartório, do relatório do síndico. Formas de pagamento - O devedor, em seu pedido deve oferecer aos credores quirografários, por saldo de seus créditos, o pagamento mínimo dc: a) 35%, se for à vista: b) 50%, se for a prazo, o qual não poderá exceder de dois anos, sendo 2/5 no primeiro ano. Atendidas as formalidades legais, o juiz mandara publicar cm edital, intimando os credores para que. em cinco dias. oponham seus embargos à concordata (arts 142 a 146, LF). Sc negada a concordata, o sindico pro videnciará a publicação do aviso de liquidação, para ini ciar a realização do ativo e pagamento do passivo. Encerram ento da concordata Pagos os credores e cumpridas as obrigações assu midas pelo concordatário, dev erá este requerer ao juiz que seja julgada cumprida a concordata, in s t r u in d o seu reque rimento com as respectivas provas. Apreciado o reque rimento, o juiz mandará publicar em edital, na impren sa oficial ou em outro jornal de grande circulação, mar cando o prazo de dez dias para eventuais reclamações do? interessados. Decorrido o prazo, o juiz julgará cumpri da ou não a concordata. Depois de ouvir o devedor e o representante do Ministério Público, prolatará sua sen tença. Da sentença que julgar cumprida a concordata cabe apelação e, da sentença que julgar não cumprida, pode o concordatário agravar do instrumento. Termina da a fase recursal, a sentença que julgar cumprida a con cordata declarará a extinção das responsabilidades do devedor, encerrando a falência. Resumão Jurídico A coleção Resumâo Jurfdico é um projeto editorial da Barros. Fischer & Associados Ltda. em parceria com o Exord Instituto de Orientação para Reciclagem em Direito DIREITO COMERCIAL 1* ed ição M aio 2004 Autor: Vander Brusso da Silva, advogado, mestre em E c ã Com unicação e Administração com ênfase em Direito pela Univer sidade São Marcos, onde leciona Direito Com ercial e Tributárvc professor do Instituto Exord. Arte: Mauricio Cioffi Revisão : Márcia Menin Resum ào Jurídico - Direito Comercial é uma publicação ca E -■ Físcher & Associados Ltda.. sob licença eoitorial do Instituto Exc/c Copyright €> 2004 Vander Brusso da Silva. Direitos desta edição reser vados para Barros. Fischer & Associados Ltda. Endereço: Rua Padre Garcia Velho. 73, cj. 22 Pinheiros. São Paulo, C E P 05421-030 Telefone/fax: 0 (xx)11 3034-0950 Site: www.bafisa.com .br E-m a i bafisa@ uol.com .br Exord: Av. Paulista. 1 71.7 - andar. - Tel.: 0 (xx )1 1 3372-250C Site: ww w.exord.com.br - E-mail: exord@exord.com .br Im pressão: Eskenazi Indústria Gráfica Ltda Acabamento: Badge Comercial d e Plásticos Ltda D istribu ição e vendas: Bafisa. tel 0 {xx)11 3034-0950 Atenção É expressam ente proibida a reprodu ção total ou parcial d o conteúdo desta p ublicação sem a prévia autorização d o editor. ISBN 0 5 -0 0 7 ^ -5 1 -3 7 8 8 5 8 8 7 4 95 1 1 f
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