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Ep31_Huxley

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Huxley – As Portas da Percepção.
As drogas são boas para você?
Pó, maconha, metanfetamina, xanax, crack, estimulantes e tranquilizantes. Como o ex-psicólogo de Harvard Timothy Leary dizia tão honestamente; “Se liga, fica tunado e sai fora” (Turn on, tune in, drop out). Mas anos antes de Hunter S. Thompson fazer uma viagem a Las Vegas cheio de “medo e delírio”, o filósofo e escritor inglês Aldous Huxley escreveu “As Portas da Percepção”; um ensaio em que ele alicia (touts) o uso de drogas psicotrópicas depois de testá-las em si mesmo. Mas a questão permanece: além de aplicações médicas, para que as drogas servem?
Na primavera de 1953, Huxley tomou o que ele descreveu como “quatro décimos de um grama de mescalina dissolvida em um copo de água” e se sentou para esperar pelos resultados. Depois disso ele escutou música clássica, percorreu através de uma coleção de pinturas, deu uma volta de carro, caminhou por um jardim, encarou as pernas de uma cadeira e suas calças, por extensos períodos de tempo e, mais importante, anotou toda a experiência. Ele descreve que “no estágio final da ausência de ego há um conhecimento obscuro, que tudo é um tudo, que tudo é na verdade cada. Isto é o mais perto que uma mente finita pode chegar jamais a perceber tudo que está acontecendo em todo lugar no universo”.
O que Aldous experimentou foi “perda do ego”, uma compreensão de si como impróprio. Uma compreensão da realidade que transcende a linguagem, o que ele chamou de “suchness of reality”; a experiência da realidade como é. Longe da linguagem que usamos para descrever a beleza de uma flor, a droga permitiu-lhe experienciar a essência não filtrada dos objetos – um tipo de espiada atrás da cortina, como ter acesso a uma linha de códigos de um jogo.
Para Huxley, assim é como devemos experienciar a realidade. Nós devíamos entender nossa conexão como uma entidade coletiva fora de “nós mesmos”; de que todos somos capazes de entender todo o conhecimento do universo. Mas em uma visão evolucionária, nosso sistema nervoso central considera este sentimento, ou viagem, perigosa, e por isso, filtra essa experiência. Como primeiramente somos animais que dependem da sobrevivência, não é de muita ajuda encarar, paralisado, as maravilhas da pétala de uma rosa, se um tigre está lhe perseguindo.
Mescalina, o agente ativo do Peiote, limita ou interrompe a função de filtro do sistema nervoso central, e abre a possibilidade de entender todas as coisas – ela cria um encontro com a mente livre (mind at large).
Huxley argumenta que o uso de drogas é um impulso ou desejo natural humano para escapar – serve como um descanso momentâneo do sofrimento do cotidiano. Drogas psicodélicas existem desde antes do inicio da civilização. A droga, como sacramento, é um dos componentes centrais de vários rituais religiosos ou espirituais. Huxley – e em alguns casos, tribos nativo-americanas – pensam que o Peyote é uma parte integrante de relações espirituais revigorantes. A experiência de Huxley em abrir uma porta no muro da percepção desafiou sua compreensão da importância das relações humanas, linguagem, e controle sobre o mundo em que vivemos.
-“A maioria dos homens e mulheres levam vidas no mínimo tão dolorosas, no máximo tão monótonas, pobres e limitadas, que o desejo de escapar, o desejo de transcender a si mesmo, ainda que apenas por alguns momentos, é e sempre foi um dos principais apetites da alma”. (Most men and women lead lives at the worst so painful, at the best so monotonous, poor and limited that the urge to escape, the longing to transcend themselves if only for a few moments, is and has always been one of the principal appetites of the soul. THE DOORS OF PERCEPTION AND HEAVEN AND HELL)
Mas nós somos educados para sermos tendenciosos sobre o uso de drogas, há um estigma contra a exploração do interior próprio. É visto com desdém, e considerado como não-científico. As pessoas preferem o estudo da linguagem, conceitos e racionalidade. Para Huxley, isto é uma falha no modo em que pensamos sobre a realidade, porque mesmo uma experiência alucinatória negativa tem a possibilidade de despedaçar sua concepção da vida de uma forma em pode torna-lo uma pessoa muito melhor. O medo de uma experiência negativa vale a pena perder a possibilidade de experimentar todo o conhecimento do universo?
Este texto pertence à Wisecrack –YouTube Channel e detém toda sua autoria. Esta versão é meramente uma tradução livre.

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