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Remédios constitucionais

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Remédios constitucionais:
As garantias vem recebendo da doutrina e jurisprudência a denominação de remédios constitucionais. Segundo Jose Afonso da silva, os remédios constitucionais são assim definidos:
“ são os meios postos a disposição dos indivíduos e cidadãos para provocar a intervenção das autoridades competentes, visando a sanar, corrigir ilegalidade e abuso de poder em prejuízo de direitos e interesses individuais.”
A constituição inclui entre as garantias individuais o direito de petição, habeas corpus, o mandado de segurança, o mandado de injunção, o habeas data, a ação popular.
Estes são instrumentos destinados a assegurar o gozo de direitos violados ou em vias de ser violados ou simplesmente não atendidos
Mandado de segurança
Conceito: É o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual ou universalidade reconhecida por lei , para a proteção de direito individual ou coletivo, liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
Natureza processual: o mandado de segurança é ação civil de rito sumário especial. Qualquer que seja a origem ou natureza do ato impugnado o mandado de segurança sempre será processado em ação civil, no Juízo competente.
A Constituição contempla das formas de mandado de segurança: mandado de sengurança individual, previsto no art 5°,LXIX, tal como previram as Constituições anteriores desde 1934, com finalidade de proteger o direito subjetivo individual liquido e certo; e o mandado de segurança coletivo previsto no art. 5°,LXX, que bisca garantir o direito subjetivo coletivo.
Mandado de segurança individual
Objeto de mandado de segurança: será sempre de ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo de direito individual ou coletivo, liquido e certo, do impetrante.
Dispõe a Constituição, art.5°, LXIX: conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsavel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade puvlica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Publico.
Busca amparar o direito pessoal liquido e certo. Senso que só o próprio titular desse direito tem legitimidade para impetrar o mandado de segurança individual, que é opoonivel contra qualquer autoridade publica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições puvlica,s com o objetivo de corrigir ato ou omissão ilegal ou decorrente de abuso de poder. 
No conceito de Hely Lopes Meirelles o conceito de liquido e certo é o que apresenta manifesto na sua existência, buscando delimitar na sua extensão e apto a ser exercido no momento da impetração. Por outras palavras o direito invocado para ser amparabel por mandado de segurança, há de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante; se a sua existência for duvidosa se a sua extensão ainda não estiver delimitada; se o seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não rende ensejo a segurança, embora possa ser defendido por outros meios judiciais”. 
Assim o mandado de segurança é um remédio constitucional, com natureza civil, posto a disposição de titulares de direito liquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão por ato ou omissão de autoridade publica ou agente de pessoa jurídica no ezercicio de atribuições do poder publico.
Mandado de Segurança Coletivo
A Constituição institui o mandado de segurança coletivo no art. 5°, LXX, que pode ser impetrado por:
Partido político com representação no congresso nacional;
B) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento pelo menos a um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Conceito: O mandado de segurança coletivo assenta-se em dois elementos: um, institucional, caracterizado pela atribuição da legitimação processual a instituições associativas para a defesa de interesses de seus membros ou associados; outro, objetivo, consubstanciado no uso do remédio para a defesa de interesses coletivos.
 Sua primeira característica encontra-se no reconhecimento de legitimação para agir a uma entidade ou instituição de uma coletividade. Segundo Celso Agricola Barbi a legitimação dessas entidades de classe associativas se destina “a reclamar direitos subjetivos individuais dos membros dos sintdicatos e dos associados de entidades de classe e associações”.
Outra questão é saber se as associações podem impetrar mandado de segurança coletivo sem autorização ou se precisam desta, tal como prevê em geral no disposto no art 5, XXI, segundo o qual “ as entidades associativas quando expressamente autorizadas, tem legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente”. A regra geral prevalece em todos os casos em que se reclama o direito subjetivo individual dos associados
Podemos concluir sobre mandado de segurança coletivo que o requisito de direito liquido e certo sempre será exigido quando a entidade impetra o mandado de segurança coletivo na defesa de interesse coletivo de seus membros e quando os partidos políticos impetrarem-no na defesa de interesse coletivo difuso exigem-se ao menos a ilegalidade e a lesão do interesse fundamental
Habeas corpus:
O habeas corpus é, antes de tudo, uma ordem judicial. Na gênese das garantias fundamentais do direito do homem ocupa o primeiro lugar, pois inaugurou o rol dos instrumentos que asseguram as liberdades publicas. 
Foi o primeiro remédio a integrar as conquistas liberais. Denota-se sua presença antes mesmo da Magna Carta de 1215. Mas foi esta que lhe deu a primeira formulação escrita. No inicio não era vinculado a idéia de liberdade de locomoção, mas ao conceito do due process of Law. Era usado até mesmo na matéria civil; ,aos tarde, ainda na Inglaterra, adquiriu varias modalidades:.Era então meio de levar alguém perante o tribunal. O “habeas corpus amendment act” de 1679 é o que configurou, com mais precisão como um remédio destinado a assegurar a liberdade dos súditos e prevenir os encarceramentos em ultramar. 
No Brasil , não ingressou na constituição do império, formalmente, mas por Pontes de Miranda é de opinião que estava implicitamente previsto. Formalmente, foi instituído no Codigo de Processo Criminal de 1832 (art.340). Constitucionalizou-se por meio do §22 do art 72 da Constituição de 1891, em termos amplos, que deu margem a doutrina brasileira do habeas corpus, que concebia como médio tutelar dos direitos subjetivos de qualquer natureza, conforme a seguinte lição de Rui Barbosa:
“Logo o habeas corpus hoje não esta circunscrito aos casos de constrangimento corporal: o habeas corpus hoje se estende a todos os casos em que um direito nosso, qualquer direito, estiver ameaçado, manietado, impossibilitado no seu exercício pela intervenção de um abuso de poder ou de uma ilegalidade”.
Disso decorria que as violações de direitos civis estavam sujeitas a correção pelo habeas corpus. A emenda constitucional de 1926, contudo, limitou o seu cabimento a proteção da liberdade de locomoção, com um enunciado essencialmente idêntico ao que consta hoje no art. 5°, LXVIII 
É pois, um remédio destinado a tutelar o direito da liberdade, locomoção, liberdade de ir, vir, parar e ficar. Tem natureza de ação constitucional penal.
Objeto: sendo seu o objeto a defesa da liberdade física ameaçada ou impedida
Requisitos: O autor só pode ser pessoa física, podendo impetrá-lo para si ou terceiro, o ato ilegal ou abusivo tem que impedir ou ameaçar o direito de locomoção, o ato deve ser proveniente de autoridade pública.
Finalidade: tem por fim impedir que a autoridade pública que ameace ou impeça o direito de ir, vir, ficar e estar de alguma pessoa. Tem fins: preventivos ( Ocorre quando o remédio é aplicado antes da lesão) ou repressivos (neste caso, o remédio é aplicado após o abuso ou ilegalidade)
Conceito: Assim podemos conceituar como : o meio constitucional posto a disposição de toda pessoa física, para proteção da liberdade de locomoção ameaçada ou abastada, por ilegalidade ou abuso de poder
Habeas Data
Previsto no art5°, LXXII 
“conceder-se-a habeas data:
Para assegurar o conhecimento de informações relativas a pessoa do impetrante constantes de registros ou bancos de dados de entidades gobernamentais ou de caráter publico;
Para a retificação de dados, quando não se prefira faze-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.”
No sentido literal significa “tenha dado”. Em sentido jurídico, é também uma ordem, assim concebida pela assembléia nacional constituinte de 1988, para tutela da honra, tranqüilidade, do patrimônio, da vida privada, entre outros valores, contra atentados porventura praticados por organismos públicos ou de caráter público, na anotação e registro de informações acerca das pessoas.
Conceito: É o meio constitucional posto a disposição da pessoa física ou jurídica para lhe asegurar o conhecimento de registros concernentes ao postulante e constanttes de repartições publicas ou particulares acessíveis ao puvlico, assegurando quando necessária a retificação de seus dados
Espécies: há duas espécies: o preventivo e o corretivo. O primeiro é previsto na alínea “a” do inciso, que visa assegurar o conhecimento da informação. E preventivo na medida em que previne, acautela, evita. O conhecimento dos dados tranqüiliza a pessoa interessada, prevenindo demanda inútil de seus dados estiver corretos e não atentarem contra diretio do interessado. O seugunddo preconizado na alínea “B” do inciso , que visa a retificação da informação incorreta, incerta.
O Habeas data é um remédio constitucional que tem por objeto proteger a esfera intima dos indivíduos contra: usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; a introdução nesses registros de dados sensíveis; e conservação de dados falsos ou com fins diversos dos autorizados em lei. 
Objeto: visa o habeas data a assegurar o acesso da pessoa jurídica ou física aos registros de informações concernentes a pessoa e suas atividades, para possibilitar a retificação de tais informações, caso necessário . 
Com isso podemos entender que o habeas data implica o reconhecimento do direito de conhecer, do direito de correção de subtração ou anulação, e de agregação sobre os dados depositados num fichário eletrônico. Esse elenco de faculdades, que derivam do principio de acesso aos bancos de dados, constitui a denominada “liberdade informática” ou direito ao controle dos dados que respeitam ao próprio individuo. 
Mandado de Injunção 
É uma nova garantia instituída no art. 5°, LXXI: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, a soberania e a cidadania.”
Constitui um remédio ou ação constitucional posto a disposição de quem se considere titular de qalquer daqueles direitos, liberdades ou prerrogativas inviáveis por falta de norma regulamentadora exigida ou suposta pela constituição. Sua principal finalidade consiste assim em conferir imediata aplicabilidade a norma constitucional portadora daqueles direitos e prerrogativas, inerte em virtude ausência de regulamentação.
Os pressupostos do remédio são: a falta de norma regulamentadora do direito, liberdade ou prerrogativa reclamada; ser impetrante beneficiário direto do direito, liberdade ou prerrogativa que postula em juízo.
O mandado de injunção tem, portanto, por finalidade realizar concretamente em favor do impetrante o direito, liberdade ou prerrogativa, sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável seu exercício. Não visa obter regulamentação prevista na norma constitucional. Não é função do mandado de injunção pedir a expedição da norma regulamentadora, pois ele não é sucedâneo da ação de inconstitucionalidade por omissão.
Referencias Bibliográficas:
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2005.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Consititucional. 12°ed.São Paulo: Malheiros, 2008
LENZA, Pedro.DIREITO CONSTITUCIONAL ESQUMATIZADO.12°ed, Saraiva,2008

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