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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Nulidades e Recursos 
 
 
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 “O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas formas de enxergar o mundo” 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL III 
PLANO DE ENSINO 
 Nulidades – Art. 563 a 573 CPP 
 Espécies de nulidades: Absolutas e Relativas 
 Atos Processuais Viciados: a) Inexistente; b) Irregulares; c) Nulos 
 Nulidades em espécie: Art. 564 CPP 
 Teoria Geral dos Recursos: 
 Recursos em espécie: 
 Recurso em sentido estrito (RESE) 
 Apelação 
 Protesto por novo Júri 
 Embargos de Declaração 
 Revisão Criminal 
 Carta Testemunhável 
 Embargos infringentes 
 Recurso Ordinário Constitucional 
 Recurso Especial 
 Mandado de Segurança em Matéria Penal 
 Recurso Extraordinário 
 Habeas Corpus 
 
 
 
 
 
NÃO SE ESQUEÇA DE ESTAR COM O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL EM MÃOS 
 
 
 
 
 
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Nulidades – Art. 563 a 573 CPP 
Os atos processuais são realizados por aqueles que intervêm no processo: Partes, Juiz, Peritos, Policiais, etc 
Os Atos processuais devem realizar-se em consonância com a Lei, ou serão passíveis de nulidade 
Ex.: Houve a audiência e o réu não compareceu para o interrogatório, depois da audiência é juntado um 
atestado que ele estava gravemente doente. Desta forma, mesmo que não ocorreu o interrogatório do réu, 
com a justificativa da ausência, o ato será decretado nulo e o interrogatório poderá ser feito a qualquer tempo 
OBS.: Caso não haja o comparecimento do réu e nem uma justificativa, a inexistência do interrogatório 
poderá comprometer todo o processo e o réu estará frito! 
Conceito de Nulidade: É a sanção aplicável ao 
ato processual ou ao processo se realizado com a 
inobservância da forma devida 
 
Natureza Jurídica: Para maioria dos autores é 
vício ou defeito, constituindo-se numa imperfeição 
que forma o ato ou o processo ineficaz. Para 
alguns autores é uma sanção que considera o ato 
ou processo irregular como não realizado 
Princípios norteadores das nulidades 
Esses princípios têm caído bastante em concursos e provas da OAB: 
Princípio do Prejuízo ou Princípio “pas de nullité 
sans grief” – Art. 563 CPP 
Não existe nulidade, desde que o ato, ainda que 
realizado sem obediência da forma, NÃO resulte em 
prejuízo para uma das partes. Ex.: Art. 564, incs. I e II 
Princípio da Tipicidade das Formas 
O CPP prevê como deve ser praticado os atos 
processuais e sua inobservância afronta a norma 
processual – Art. 564, IV CPP 
Princípio da Instrumentalidade 
Se o processo ou o ato, mesmo contendo defeito 
acidental atingir seus fins sem prejuízo para as partes, a 
nulidade não será aplicada – Art. 566 e 572, II CPP 
Princípio da Permanência da Eficácia dos Atos 
Processuais 
O ato processual produz efeitos até que outro ato o 
declare inválido – Art. 573 e parágrafos CPP 
Princípio da Restrição Processual à Decretação da 
Invalidade 
Só poderá ser decretada a invalidade, se a norma 
processual tiver previsto instrumento para decretá-la, no 
momento que a Lei permitir 
Princípio da Alegação Adequada 
Não sendo nulidade absoluta, sua arguição depende da 
vontade e manifestação das partes, devendo ser 
alegada na primeira oportunidade, sob pena de 
preclusão 
Princípio da Conservação (ou Nulidade Derivada) 
Quando a nulidade é aplicada, só alcançará o ato 
inválido e os que dele decorrerem ou dependam 
como efeito, permanecendo os demais atos – Art. 573, 
§1 CPP. Ex.: Nulidade dos atos do júri pelas respostas 
erradas dadas aos quesitos 
Princípios da Convalidação 
Se o ato anulável não for arguido no momento oportuno, 
pela preclusão ele é convalidado e permanece – Art. 
572, incs. I, II e III CPP 
Princípio da Formação da Certeza 
Não se declara a nulidade do ato que não houver 
influído na apuração da verdade – Art. 566 CPP 
Princípio do Interesse 
Só a parte prejudicada pode arguir a nulidade – Art. 565 
CPP 
 
 
Analisando melhor os Princípios: 
Se um determinado ato, sendo mal feito, traga prejuízo para alguma das partes, diante do princípio do 
prejuízo, a parte prejudicada poderá pedir a nulidade 
Se um determinado ato não seguir as formalidades, a parte prejudicada também poderá pedir a nulidade, 
diante do princípio da tipicidade das formas 
Assim que for declarada a nulidade, seja de um ato ou de um processo inteiro, tudo irá sumir e começará o 
ato/processo do início, segundo o princípio da permanência da eficácia dos atos processuais 
Nulidades não podem ser inventadas, só são possíveis as nulidades previstas no CPP, isso ocorre diante 
do princípio da restrição processual à decretação da invalidade 
 
Espécies de Nulidades 
ABSOLUTAS 
Art. 564, I a III, a, b, c, e, f, i, j, k, l, m, n, o e p 
As outras letras do artigo são nulidades relativas  
Não há preclusão – Podem ser arguidas a qualquer 
tempo, ainda que haja trânsito em julgado, 
obedecidas as regras dos arts 565 e 569 CPP 
Pode ser declarada em qualquer fase processual e 
a qualquer momento. Mesmo que ocorra o trânsito 
em julgado da sentença e seja arguida, por 
exemplo, a suspensão do Juiz, poderá ocorrer a 
nulidade por causa dessa suspensão 
Tanto o Juiz como as partes podem arguir 
RELATIVAS 
Art. 572, 568, 569 e 570 CPP 
Não são declaradas de oficio pelo Juiz, são 
arguidas pelas partes para o Juiz declarar a 
nulidade. Só pode arguir a nulidade a parte que 
está sendo prejudicada 
Assim que a parte verificar a nulidade, deve 
alegar, pois ocorre a preclusão. Sendo assim 
deve alegar na primeira oportunidade 
 
 
 
 
Sistemas de Nulidades 
FORMALISTA 
Rígido à formalidade. Toda violação a prescrição 
legal acarreta a inviabilidade dos atos processuais 
São as nulidades absolutas 
INSTRUMENTALISTA 
NÃO possui a rigidez do sistema formalista, dando 
valor à finalidade do ato e não sua forma 
São as nulidades relativas 
OBS.: O CPP adota os 2 Sistemas 
 
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Atos Processuais Viciados: 
São atos que fazem acontecer a nulidade 
INEXISTENTE 
Ato não realizado 
 
IRREGULARES 
Não corresponde à forma 
exigida em Lei 
NULOS 
Quando decretada a nulidade do 
ato pelo Juiz (ato imperfeito) 
 
Ato Inexistente 
Sua atipicidade o torna impotente para produzir consequências jurídicas, sem necessidade de 
provimento judicial para que se torne ineficaz (Ex.: Sentença sem a assinatura do Juiz competente) 
A inexistência pode ser Material ou Jurídica: 
 Inexistência Material – O ato que não foi realizado, ele não existe. Ex.: Crime que deixou vestígio e 
não foi realizado o exame de corpo de delito (direto ou indireto) – Haverá nulidade (Art. 564, III, b 
CPP). Anulando-se o processo e não o exame, afinal, ele não foi feito 
 Inexistência Jurídica – O ato foi realizado, mas desprovido de elementos essenciais de sua 
constituição. Ex.: Agente vivo e extinta a punibilidade por morte 
 
Ato Irregular 
É o ato que não gera prejuízo quando seu objetivo é atingido, portanto, não haverá nulidade. Em outras 
palavras, o ato foi praticado, mas não trouxe prejuízo, desta forma não será anulado 
Ex.: Apresentação de alegações finais por memoriais escritos no Procedimento Sumário 
 
Ato Nulo 
É o ato que produz efeitos enquanto não sofrer a sanção da ineficácia. Se possível, o ato nulo pode ser 
renovado ou retificado 
Ex.: Se o Juiz observa que o MP não interveio quando do depoimento da testemunha, anulará o ato e 
determinará renovação.o Juiz nota que no depoimento da testemunha o advogado estava presente, mas não 
assinou o termo, determinará que seja o ato retificado,colhendo apenas a assinatura faltante 
A Qualidade do Defeito determina o tipo de invalidade: 
Se a exigência é imposta pela Lei, em função do interesse público, a nulidade será ABSOLUTA 
Se a exigência descumprida é imposta pela Lei no interesse da parte, a nulidade será RELATIVA 
 
 
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Arguição de Nulidade 
Art. 571 CPP – No caso de nulidade relativa, ela deverá ser arguida na primeira oportunidade pela parte que 
verificar o prejuízo, sob pena de convalidação do ato (saneamento), especialmente se ele atinge a sua 
finalidade 
Desta forma, nesse artigo tem as oportunidades de arguição de nulidade relativa que deverão ser realizadas 
por aquele que está praticando o prejuízo 
Havendo prejuízo no caso de nulidade absoluta, esta pode ser arguida pelas partes a qualquer tempo, 
inclusive após trânsito em julgado da Sentença, através de habeas corpus ou revisão criminal, podendo 
ainda ser decretada de ofício pelo Juiz (Ex.: Se o Juiz das execuções verificar a possibilidade da nulidade 
absoluta, ele poderá arguir) 
Se o dano for para a acusação e a nulidade de convalidou-se, não será possível o conhecimento de ofício, 
se a própria acusação não arguiu a nulidade, pois, se assim fosse possível se daria a “reformatio in pejuz” 
(Súmula 160 STF) 
Parte final do art. 563 CPP – Princípios do interesse: 
Art. 565, 1ª parte CPP – Causa à nulidade ou concorrência para que ocorra 
Art. 565, 2º parte CPP – Interesse da parte contrária 
Efeitos: Art. 573 CPP – Se a nulidade relativa NÃO estiver sanada, deve o Juiz determinar sua nulidade e 
corrigir (repetir) o ato 
Formas de Sanabilidade das Nulidades: 
 Suprimento: Se o ato não tiver sido praticado 
ou contiver omissões 
 Ratificação: Validam-se os atos que 
dependam de confirmação – Art. 568 CPP 
 Retificação: Correção ou emenda de atos 
defeituosos 
 
Tratando-se de nulidade absoluta, alguns atos serão impossíveis de corrigir, acarretando a nulidade de 
todo o processo 
 
Art. 573, §1º e §2º CPP – NULIDADES DERIVADAS 
São nulos os atos concomitantes, posteriores ou mesmo anterior ao ato viciado. Abrange o princípio dos 
frutos envenenados. Ex.: Será nula toda a sessão do Júri, se houve vício nas respostas aos quesitos 
Há de se evitar a invalidação (nulidade) desnecessária do ato ou processo 
 
 
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Teoria Geral dos Recursos 
Recurso – Palavra de origem latina: “Recursus res”, que significa retrocesso 
É o pedido voluntário, previsto em Lei, destinado à obtenção da reforma de uma Decisão Judicial, 
encaminhando, em regra, a um Órgão Jurisdicional de grau imediatamente superior, dentro do mesmo 
processo 
Casos em que os Recursos não serão Voluntários: 
Art. 574 CPP – Recurso de Ofício: Anômalo ou Necessário 
Não corresponde necessariamente a Recurso, já que NÃO é proposto voluntariamente, mas de forma 
OBRIGATÓRIA pelo Juiz, nas situações descritas: 
 Sentença que conceder Habeas Corpus 
 Sentença que absolver o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou 
isente o réu de pena, nos termos do art. 411 CPP 
Procedimentos: Dada sua peculiaridade, NÃO se exige do Juiz que venha a arrazoar o Recurso de ofício, 
bem como não está sujeito à preclusão, pois o Tribunal deve conhecê-lo a qualquer tempo, podendo 
inclusive, avocá-lo 
OBS.: Art. 416 CPP – Da sentença de impronúncia ou de absolvição sumária o Juiz irá recorrer de ofício, 
porém, também cabe as partes apelar 
Art. 575 CPP – Responsabilidade do funcionário: Não há prejuízo para o réu 
 
Princípios dos Recursos 
Esses princípios são tão utilizados que são considerados características comuns a todos os Recursos: 
 
Princípio da Fungibilidade 
Consiste na admissibilidade de um Recurso ao invés de outro, desde que preenchidos os pressupostos 
legais. Para cada situação há um recurso específico, devendo-se observar as seguintes condições para 
se admitir a fungibilidade: 
 Que a troca não demostre erro grosseiro, ou seja, o Recurso não pode ser impertinente, pois não 
se poderá interpor recurso, quando escancaradamente, se admite outro. Ex.: Recuso de Apelação 
contra Decisão que rejeitou a denúncia (Hipótese prevista no art. 581, I CPP: Cabe RESE) 
 Que não fique demonstrada má-fé – Ocorre quando a parte perde o prazo do Recurso cabível, e 
tenta interpor outro. Ex.: Embargos Infringentes (Art. 609, § único CPP (10 dias) ao invés da 
apelação – Art. 593 CPP (5 dias)) 
 
 
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Princípio da Unicidade 
Existe um Recurso para cada situação de sucumbência 
 
Princípio da Sucumbência 
É o gravame imposto a quem perde a causa e, portanto, tem o interesse em recorrer 
 
Pressupostos dos Recursos em Geral 
São as exigências para propositura. Ex.: Cabimento, tempestividade, etc 
Pressupostos Objetivos: 
 Cabimento: O Recurso deve estar previsto em Lei. Ex.: Inexiste no processo penal o agravo de 
instrumento 
 Adequação: Para cada espécie de Decisão, caberá um Recurso. NÃO É ABSOLUTO, tendo em vista o 
Principio da Fungibilidade 
 Tempestividade: O Recurso deve ser interposto no prazo legal 
 Regularidade Procedimental: Observação das normas legais (formalidades) para interposição do 
Recurso 
 Inexistência de Fato Impeditivo: Somente o MP NÃO pode renunciar ao Direito de recorrer. A 
renúncia deverá ser expressa. No caso do próprio MP se convencer da absolvição do réu, ele poderá 
NÃO recorrer, pois ele mesmo concorda com a Decisão 
 Extintivo do Direito de Recorrer: Haverá desistência pela manifestação expressa de não prosseguir 
no Recurso interposto. O MP não poderá 
Haverá deserção quando não for realizado pagamento de custas processuais exigidas. No Estado de 
São Paulo será cabível conforme disposto no art. 4º, §9º, letra b da Lei Estadual 11.608/03 
 
Efeitos: Devolutivo, Suspensivo, Extensivo (No caso de vários réus, se somente um apelar, todos serão 
beneficiados pelo recurso, porém, em caso de interesse pessoal no Recurso, somente o apelante será 
beneficiado) e Regressivo, Iterativo ou Diferido (Possibilidade do Juiz de 1ª Instância voltar atrás em sua 
Decisão, esse efeito acontece somente no RESE. OBS.: É como uma retratação do Processo Civil) 
 
 
 
 
 
 
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Recursos em Espécies 
 
1. Recurso em Sentido 
Estrito (RESE) 
Arts. 581 a 592 CPP 
2. Apelação 
Arts. 593 a 603 CPP 
3. Protesto por novo 
Júri 
REVOGADO pela Lei nº 
11.689/08. Era descrito 
nos arts. 607 a 608 CPP 
4. Embargos de 
Declaração 
Arts. 619 e 620 CPP 
5. Revisão Criminal 
Arts. 621 a 631 CPP 
6. Carta Testemunhável 
Arts. 639 a 646 CPP 
7. Embargos 
Infringentes 
Art 609, §único CPP 
8. Recurso Ordinário 
Constitucional 
Arts. 102, inc. II, Art. 
105, inc. II da CF 
9. Recurso Especial 
Art. 105, inc. III da CF 
10. Mandado de 
Segurança em Matéria 
Penal 
Art. 5º, inc. LXIX da CF 
11. Recurso 
Extraordinário 
Art. 102, inc. III da CF 
12. Habeas Corpus 
Arts. 647 a 667 CPP

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