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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Departamento Acadêmico de Química - DAQ RELATÓRIO DE EXPERIMENTO TERMOQUÍMICA Amanda Miranda Santos Glória Evelyn Gomes Costa Xavier Outubro-2021 Salvador-Bahia 1 1. APRESENTAÇÃO: Este relatório descreve as atividades desenvolvidas por Amanda Miranda Santos e Glória Evelyn Gomes Costa Xavier, alunas do curso de Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, da turma 8821, no âmbito da parte experimental da disciplina Química II prática, durante a 3ª unidade em 2021. Serão descritos os objetivos, a parte experimental, os resultados e discussões, e as conclusões referentes ao experimento intitulado “Termoquímica". Salvador, 22 de Outubro de 2021. Amanda Miranda Santos Glória Evelyn Gomes Costa Xavier Outubro-2021 2 Salvador-Bahia 2. OBJETIVOS: ➢ Diferenciar processos endotérmicos e exotérmicos; ➢ Determinar a capacidade calorífico de um calorímetro; ➢ Determinar o calor de uma reação de neutralização. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Parte I. Dissolução Exotérmica e Endotérmica: Em dois tubos de ensaio diferentes foram adicionados, respectivamente, hidróxido de sódio (NaOH) sólido e cloreto de amônio (NH4Cl), logo em seguida foi introduzido termômetro em ambos os tubos onde a temperatura inicial do tubo 1 era de 25°C e no tubo 2 era de 24°C e adicionou-se água destilada.[1] Tubo 1 contendo hidróxido de sódio: NaOH(s) + H2O(l) → Na+(aq) + OH-(aq) + calor Após a adição da água foi possível observar um grande aumento na temperatura, de 25°C para acima de 50°C, logo, trata-se de um processo exotérmico devido ao grande aumento da temperatura nesse sistema. Dessa forma, a energia cinética aumenta e consequentemente a energia potencial diminui.[2] No decurso da dissolução, dois processos são endotérmico, onde ocorre a absorção de energia para quebrar as ligações iônicas do hidróxido de sódio sólido e das ligações de hidrogênio presentes na água, porém também há o processo exotérmico que é a formação das interações íon- dipolo dos íons em solução Na+ e OH- com a moléculas de água, ocorrendo a solvatação desses íons e a liberação de energia. Assim, conclui-se que essa é uma dissolução de processo exotérmico pois a energia liberada na etapa de solvatação é maior é que a energia absorvida durante a ruptura das ligações do hidróxido de sódio. Tubo 2 contendo cloreto de amônio: NH4Cl(s) + H2O(l) → NH4 +(aq) + Cl-(aq) A temperatura do sistema foi de 24°C para 17°C após a adição da água destilada, com a variação de -7°C, ou seja, com a diminuição da temperatura refere-se a um processo endotérmico, em que deve ser atribuída a uma diminuição da energia cinética das partículas e consequentemente aumentando a energia potencial.[2] Como dito anteriormente, a dissolução envolve dois processos endotérmicos, onde ocorre a quebra das ligações iônicas do soluto e das ligações de hidrogênio da água, e um processo 3 exotérmico, onde acontece a formação das interações íon-dipolo no cloreto de amônio aquoso, uma vez que tanto os cátions amônio (NH4 +) quanto os ânions cloreto (Cl-) interagem com as moléculas polares da água, sendo solvatados por elas.[2] Em tese, a energia absorvida para a quebra das ligações é maior do que a energia liberada na formação das interações, dessa forma, trata-se de uma dissolução de processo endotérmico. Parte II. Reações Exotérmica e Endotérmica: Reação Exotérmica: Adicionou-se uma certa quantidade de glicerina a 4 comprimidos de permanganato de potássio macerados (com a finalidade de aumentar a superfície de contato), em seguida notou-se a formação de uma chama. 14KMnO4 + 4C3H5(OH)3 → 7K2CO3 + 7Mn2O3 + 5CO2 + 16H2O Tendo em vista esses fatores, conclui-se que ocorreu uma reação exotérmica, que por sua vez é uma reação que ocorre liberação de energia em forma de calor. O permanganato de potássio é um forte agente oxidante e consequentemente sucedeu-se na oxidação da glicerina, produzindo CO2 e H2O, semelhante a um indício de reação de combustão. Reação Endotérmica: Adicionou-se uma pequena porção de água dentro de um balão e em seguida encheu-se com ar. Posteriormente, o balão foi aquecido sobre a chama de uma vela. A água que está contida no balão possui uma alta capacidade calorifica, ou seja, ela absorve calor com facilidade. O balão que é feito de borracha, quando submetido a chama da vela não estoura. Isso ocorre por que a água absorve o calor que é concedido pela chama da vela, impedindo que a temperatura da borracha aumente e as interações estabelecidas pela borracha sejam enfraquecidas, em outras palavras, a borracha não derrete, dessa forma o balão não estoura. Sendo assim, conclui-se que ocorreu uma reação endotérmica, quando há absorção de energia em forma de calor. Parte III. Determinação da capacidade calorífica do calorímetro: Inicialmente, mediu-se 100mL de água, adicionou-se esta quantidade em um calorímetro de alumínio que logo em seguida foi agitado e anotou-se o valor da temperatura e a massa da água. Foi medido 100mL de água quente onde a mesma foi aquecida até cerca de 50°C, essa quantidade de água quente foi adicionada ao calorímetro juntamente com a água em temperatura ambiente, em seguida registrou-se o valor da temperatura final.[3] 4 Para determinar a capacidade calorífica do calorímetro, ou seja, a quantidade de calor que o mesmo recebe para variar sua temperatura em 1°C, utilizou-se a mistura da água em temperaturas distintas, onde se obteve os dados:[3] Tabela 1: Capacidade calorífica do calorímetro. Substância Massa Calor específico (cal/g°C) Temperatura inicial (°C) Temperatura final (°C) ΔT Água fria 99,70 g 1 cal/g°C 25,4°C 36,2°C 10,8°C Água quente 98,56 g 1 cal/g°C 54,5°C -18,3°C Observação: Para saber a massa específica da água na temperatura de 54,5°C foi necessário consultar uma tabela em que se tem os valores de densidade da água entre 0 e 100°C.[4] 55°C= 985,65 kg/m3 → 0,98565 g/mL (convertendo para g/mL) Posteriormente foi necessário saber quantas gramas de água tem em 100mL: 1mL ---- 0,98565 g/mL 100mL ---- x = 98,565 g/mL A água em temperatura ambiente adicionada ao calorímetro possuía uma temperatura de x°C e em seguida, ao agitar vagarosamente o calorímetro, a temperatura da água se igualou a temperatura do ambiente que possui uma temperatura de 24,5°C . A água quente com uma temperatura de 50°C foi adicionada ao calorímetro que anteriormente já estava com a água de temperatura ambiente, logo após o calorímetro foi agitado. Observou-se então que a temperatura da água diminuiu para 36,2 °C. De acordo com os dados observados no experimento, nota-se que o calorímetro possui a capacidade de fazer com que a água fria com uma temperatura de 24,5 °C quando misturada com a água quente que possui uma temperatura de 54,2 °C entrem em equilíbrio termodinâmico. Utilizando a fórmula Q= m.c.ΔT e considerando que o calor que a água em temperatura ambiente de 25,4°C absorveu no calorímetro é igual ao calor liberado pela água quente, tem-se a equação: C.ΔT + m1.c1.ΔT + m2.c2.ΔT= 0 Onde C é a capacidade calorífica do calorímetro, ΔT é a variação de temperatura, m é a massa da substância utilizada e c, o calor específico da substância. Dessa forma, foi possível calcular a capacidade calorífica do calorímetro: C.(10,8) + 99,70.1.(10,8) + 98,56.1.(-18,3)= 0 C.10,8 + 1076,76 – 1803,64= 0 5 10,8C – 726,88= 0 C= 726,88 ÷ 10,8= 67,30 cal/°C De acordo com os cálculos acima , a capacidade calorífica do calorímetroé de 67,30 cal/°C. Parte IV. Determinação do calor de neutralização da reação entre HCl e NaOH: Inicialmente, mediu-se 80mL da solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,5 M e 80mL da solução de ácido clorídrico (HCl) 0,5 M, anotou-se o valor da temperatura de ambas as soluções. Logo em seguida foi adicionado essas quantidades em um calorímetro de vidro e agitou-se o mesmo até a temperatura ficar constante. Por fim, mediu-se a temperatura da mistura.[5] Reação de neutralização: HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l) Tabela 2: Calor de neutralização. Reação de neutralização C1 Temperatur a do ácido Temperatur a da base Temperatur a da mistura ΔTácid o ΔTbas e HCl(aq)+NaOH(a q) 48,11cal/° C 24,1°C 23,7°C 30,3°C 6,2°C 6,6°C Para determinar o calor de neutralização é necessário saber a variação de entalpia, que é dada por ΔHR=ΔHI – ΔHF, onde ΔHI representa o calor trocado entre os reagentes (ΔHI = QR1 + QCal + QR2) e ΔHF representa o calor envolvido após a mistura dos reagentes (ΔHF = QMist = mmist . cmist . (T-T1) ). Uma vez que o reagente 1 encontra-se dentro do calorímetro teremos ainda que QR1 = mR1.cR1 . (T-T1) e QCal = CCal.(T-T1). Para o reagente 2 temos QR2 = mR2 . cR2 . (T- T2).[6] QR1 = 1.0,5.(30,3 - 23,7) = 3,3 kj/mol QR2 = 1.0,5.(30,3 - 24,1) = 3,1 kj/mol ∆HF = 30,3. 2.1.(30,3 - 23,7) = 399,96 kj/mol Qcal = 48,11. (30,3 - 23,7) = 317,53 kj/mol 6 ∆HI = 3,3 + 317,53 + 3,1= 323,93 kj/mol ∆HR = 323,93 - 399,96 = -76,03 kj/mol Ao realizar o experimento notou-se exatamente que após a mistura dos reagentes a temperatura aumentou para 30,3 °C. O ácido clorídrico (HCl) e o hidróxido de sódio (NaOH) ao reagirem, formam cloreto de sódio (NaCl) e água (H2O) e o valor da entalpia de neutralização deverá ser um valor negativo. Foram feitos os cálculos após o experimento, a fim de se encontrar a entalpia de neutralização. O valor encontrado foi igual a -76,03 kj/mol, entretanto esse valor encontrado não é igual ao valor teórico encontrado na literatura, que é aproximadamente -55,84 kj/mol. Supõe-se que o valor de entalpia de neutralização encontrado não foi igual ao teórico, devido ao calorímetro que supostamente poderia está descalibrado e também pode ter ocorrido troca de calor dos reagentes com o ambiente. É possível afirmar que, observando os dados obtidos e os dados da literatura essa reação de neutralização é exotérmica, pois o valor encontrado do calor de neutralização é de -76,03 KJ/mol (∆H