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Panorama Energético Mundial

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Aula 2 24/02/2010
Panorama Energético Mundial
Os principais insumos energéticos usados pela indústria no mundo são o petróleo, o gás
natural e o carvão. Esses insumos têm apresentado elevadas taxas de crescimento do consumo, devido, principalmente, ao desempenho das economias emergentes, lideradas
pela China e pela Índia.
O crescimento acelerado da demanda, aliado à instabilidade política nas regiões produtoras de petróleo e gás natural e às pressões pela redução das emissões dos gases causadores do “efeito estufa”, traz preocupações sobre o equacionamento da oferta de energia e seu impacto nos preços.
Segurança de suprimento e meio ambiente transformaram a energia em tema crítico. Dez países concentram 85% das reservas mundiais de petróleo e boa parte desses países estão envolvidos em turbulências geopolíticas. 
A gasolina e o óleo diesel são responsáveis por quase toda a energia consumida no setor de transportes que, por sua vez, contribui com 25% das emissões dos gases de “efeito estufa” dos países industrializados.
Quanto ao gás natural, 58% das reservas mundiais estão concentradas em apenas três países: Rússia, Catar e Irã. A tendência de “comoditização” do produto, embora contribua para diversificar as fontes de suprimento, faz que os preços de petróleo e do gás tendam a se igualar. Dado que o petróleo ainda é a fonte economicamente dominante, isto significa que a volatilidade dos preços do petróleo tenderá a “contaminar” os preços do gás natural.
O carvão é responsável por 25% do consumo mundial de energia. Desta parcela, dois terços são usados para geração de eletricidade, e quase todo o restante para uso industrial. As reservas mundiais de carvão são gigantescas, quase 3,5 vezes maior que as de petróleo e de gás natural. Cerca de dois terços destas reservas estão localizadas em apenas quatro países: Rússia, Estados Unidos, China e Índia.
A maior vulnerabilidade geopolítica está na área do petróleo. As principais alternativas de redução da dependência do petróleo são: substituição por biocombustíveis e redução do consumo veicular.
A insegurança energética em âmbito mundial deverá persistir ou até piorar, o que poderá elevar os preços do petróleo e do gás natural. Além disso, deverá haver maior pressão pública para medidas de mitigação dos problemas ambientais, tais como a contratação compulsória de energias alternativas e a mistura obrigatória de biocombustíveis aos energéticos tradicionais. Estas medidas deverão aumentar ainda mais os preços da energia.
A posição do País no setor energético
Apesar das dificuldades conjunturais de abastecimento, especialmente restrições no suprimento de gás natural e atrasos no cronograma de construção de centrais geradoras, o Brasil está bem posicionado no setor energético, valendo destacar os seguintes pontos:
• Participação de fontes renováveis – a participação de fontes renováveis na matriz energética brasileira é três vezes maior que a média mundial. Há possibilidade de manter as fontes tradicionais (hidroeletricidade), e ainda aumentar a participação de novas fontes renováveis: a co-geração a biomassa e o biodiesel.
• Integração dos setores energéticos – o primeiro exemplo é a transformação de usinas de açúcar e álcool em complexos de bioenergia, com produção integrada de açúcar, de álcool, de eletricidade, de créditos de carbono e (em alguns casos) de biodiesel. O segundo é a integração dos setores de infra-estrutura e de produção de eletricidade e gás. A rede de transmissão e os reservatórios das usinas hidroelétricas podem ser usados como infra-estrutura virtual de transporte e armazenamento de gás natural.
• Segurança energética e integração regional – o Brasil encontra-se em situação quase ideal de segurança energética, com auto-suficiência em petróleo, gás natural e produção de energia elétrica. Esta segurança pode, e deve, ser usada para promover a integração energética da região sul-americana, com base em novo modelo institucional e comercial que otimize os benefícios econômicos e permita, ao mesmo tempo, reduzir os riscos geopolíticos por meio da diversificação das parcerias.
A posição geográfica do País e a possibilidade de integração das redes de eletricidade e de gás permitem que o Brasil se transforme em um pólo importante neste processo de integração.
A combinação destes fatores torna o País muito atraente para investimentos externos e possibilita o aumento da competitividade da indústria. Aproveitar estas oportunidades é tarefa complexa, e traz desafios importantes nas áreas da política energética, desenvolvimento institucional e política ambiental

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