Cárcere Feminino

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CÁRCERE FEMININO E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
As mulheres no Brasil passam por diversos problemas no cenário degradante que é o sistema carcerário brasileiro. Problemas estes que estão ligados ora por mazelas e dificuldades relativas ao próprio sistema carcerário, no tocante a higiene pessoal, infra-estrutura, dignidade da pessoa humana, além das questões específicas relacionadas ao gênero feminino que precisam de tratamento especial como é o caso da gestação e da maternidade, assunto a ser abordado mais adiante no presente trabalho. 
Ao longo dos anos durante o constante processo de desenvolvimento e aprimoramento do direito brasileiro, medidas legais foram adotadas para evitar ou, ao menos, amenizar as mazelas do sistema penitenciário visando concretizar garantias mínimas às mulheres que se encontram aprisionadas.
Código de Processo Penal 
A primeira limitou-se à busca: 
“Art. 249.  A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.” 
E, a segunda, uma menção referente a internação em estabelecimentos próprio: 
Art. 766.  A internação das mulheres será feita em estabelecimento próprio ou em seção especial.”
Lei de Execuções Penais – Lei 7.210 DE 1984 
“Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. 
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.” 
Lei de Execuções Penais – Lei 7.210 DE 1984 
“Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato. 
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado.” 
Lei de Execuções Penais – Lei 7.210 DE 1984 
“Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso. 
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal.” 
Lei de Execuções Penais – Lei 7.210 DE 1984 
“Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. 
§ 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2º deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas. 
... 
Art. 89.  Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa.” 
Lei de Execuções Penais – Lei 7.210 DE 1984 
Existem muitas mulheres que ingressam nos estabelecimentos prisionais já grávidas, e outras que engravidam após estarem inseridas no sistema prisional. Ciente desta situação o ordenamento jurídico brasileiro buscou dar um tratamento diferenciado às mulheres gestantes tratando especificamente sobre tal questão com o disposto incluído pela Lei nº 11.942, de 2009:  
“Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. 
§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.” 
Ainda que pequenas e não abrangendo todos os problemas que a mulher enfrenta no cárcere precário brasileiro, os artigos supracitados já se configuram como parte contributiva da legislação brasileira para buscar amenizar os problemas vividos pelas mulheres nas penitenciárias no tocante a Lei de Execuções Penais.