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FICHAMENTO DO CODIGO CIVIL 11 A 21

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UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
2º Semestre A - Manhã
Patrícia Aparecida Silva – 11151100587
Gilmar da Silva Moura – 11151105215
Marcela dos Santos Pimentel – 11141104253
Ederaldo Gomes Paglioto – 11151505455
Thalyssa Marques Onófrio – 11151103463
Letícia Pacheco Damasceno – 11151105264
Eduardo Oliveira de Castro - 11151102341
FICHAMENTO DO CODIGO CIVIL – ARTIGOS 11 A 21
DIREITO CIVIL I
Professor Quintino Fleury
UMC
2015
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
JURISPRUDÊNCIA
Preenchidos os requisitos de admissibilidade do Agravo, passo à análise do Recurso Especial.
No que se refere à questão da violação aos direitos da personalidade e eventual reparação de dano, verifico que a insurgência carece de prequestionamento, uma vez que não foi analisada pelo Tribunal de origem.
Com efeito, o requisito do prequestionamento pressupõe prévio debate da questão pelo Tribunal de origem, à luz da legislação federal indicada, com emissão de juízo de valor acerca dos dispositivos legais apontados como violados.
Na hipótese dos autos, malgrado a oposição de embargos declaratórios, o Tribunal de origem não analisou, ainda que implicitamente, a aplicação do suscitado artigos 11 e 12 do Código Civil.
Desse modo, não tendo sido apreciada tal questão pelo Tribunal a quo, a despeito da oposição de embargos de declaração, aplicável, à espécie, o teor da Súmula n. 211/STJ, in verbis: "Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo”.
Nesse sentido:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. OFENSA AO ART. 535 DO CPC. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 284 DO STF, POR ANALOGIA. BENS PÚBLICOS. TERRENO DE MARINHA. ILEGALIDADE DO PROCEDIMENTO DEMARCATÓRIO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 211 DESTA CORTE SUPERIOR. REGISTRO IMOBILIÁRIO. CARACTERIZAÇÃO DO BEM COMO TERRENO DE MARINHA. MANDADO DE SEGURANÇA. VIA ADEQUADA. QUESTÃO MERAMENTE DE DIREITO. OPONIBILIDADE EM FACE DA UNIÃO. CARACTERIZAÇÃO DO BEM COMO PROPRIEDADE PARTICULAR. IMPOSSIBILIDADE. PROPRIEDADE PÚBLICA CONSTITUCIONALMENTE ASSEGURADA (CR/88, ART. 20, INC. VII).
(...) 2. A controvérsia acerca da ilegalidade do procedimento demarcatório na espécie, pela desobediência do rito específico previsto no Decreto-lei n. 9.760/46 - vale dizer: ausência de notificação pessoal dos recorrentes - não foi objeto de análise pela instância ordinária, mesmo após a oposição de embargos de declaração, razão pela qual aplica-se, no ponto, a Súmula n. 211 desta Corte Superior.
(...) 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, não provido. Julgamento submetido à sistemática do art. 543-C do CPC e à Resolução n. 8/2008.
(REsp 1.183.546/ES, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/09/2010, DJe 29/09/2010, destaque meu).
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
JURISPRUDÊNCIA
Edificio Solar das Hortencias - Sonia Maria Ramos de Carvalho Santos - Vistos. Ante a informação de quitação apresentada pelo credor (fls. 204), estando satisfeita a obrigação, JULGO EXTINTO o feito, com fulcro no art. 794, I, do CPC. Certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, observadas as formalidades legais. P.R.I.C. - ADV: CARLA MALUF ELIAS (OAB 110819/ SP), ANTONIO DA SILVA SANTOS JUNIOR (OAB 102601/SP), FERNANDO AZEM BURIHAN (OAB 217961/SP), SONIA MARIA RAMOS DE CARVALHO SANTOS (OAB 61529/SP), MARCO ANTONIO DE CARVALHO SANTOS (OAB 93671/SP), RENATO TAKAHASHI (OAB 180770/SP)
Processo 0003102-76.2000.8.26.0116 (116.01.2000.003102) - Procedimento Sumário - Despesas Condominiais - A.R.J. Associação Recanto do Jordao - Luiz Alberto Nunes Cabral - - Helcio Vicle da Silva - Beta Participações Ltda e outro - Vistos. Comprove o interessado (Beta 2) o trânsito em julgado da decisão. Após, conclusos. Int. - ADV: MARCOS AURELIO RIBEIRO (OAB 22974/SP), ALONSO SANTOS ALVARES (OAB 246387/SP), RICARDO NOGUEIRA PASCHOAL (OAB 296926/SP), CLAUDIO PIZZOLITO (OAB 58702/SP), MARIA HELENA LEITE RIBEIRO (OAB 63457/SP)
Processo 0003103-61.2000.8.26.0116 (116.01.2000.003103) - Procedimento Sumário - Despesas Condominiais - ARJ -Associação Recanto do Jordao - Espólio de Equibaldo Vieira dos Santos - Vistos. A manifestação espera é em termos de intimação do espólio (decisão de fls.999), para a qual concedo o derradeiro prazo de 10 (dez) dias. O silêncio - advirto, será interpretado como abandono da causa, ensejando a extinção do processo. Int. - ADV: CREUSA MARCAL LOPES (OAB 85505/ SP), THIAGO JOSE DINIZ SILVA (OAB 219908/SP), CLAUDIO PIZZOLITO (OAB 58702/SP), MARIA HELENA LEITE RIBEIRO (OAB 63457/SP), VALTER RAIMUNDO DA COSTA JUNIOR (OAB 108337/SP)
Processo 0003108-97.2011.8.26.0116 (116.01.2011.003108) - Procedimento Ordinário - Benefício Assistencial (Art. 203,V CF/88)- Espólio de Marcos Venicio Lemes Barbosa - Raphael Venicio Lemes Barbosa, representado p/sua mãe Rubia Aparecida S. Lemes Barbosa - Instituto Nacional de Seguro Social Inss - CERTIDÃO: CERTIFICO que decorreu o prazo de trinta dias deferido à fl. 187 e até a presente data não foi apresentado. NADA MAIS. O referido é verdade e dou fé. Em 15 de outubro de 2015. Eu, (Belª. Márcia Cândido da Silva), Escrevente Técnico Judiciário, digitei. Juiz (a) de Direito: Dr (a). Mateus Veloso Rodrigues Filho Vistos. Certifique o Cartório o trânsito em julgado da r. decisão de fl. 187. Após, cumpra-se o lá determinado (requisição de pagamento) nos valores apontados às fls. 180-181. Em seguida, nova vista ao INSS, conforme requerido à fl. 189. Em razão da presença de menor nos autos (fl. 169), ciência ao M.P. Intime-se. - ADV: LEONARDO MONTEIRO XEXÉO (OAB 184135/SP), FERNANDO BALDAN NETO (OAB 221199/SP), MARISE APARECIDA MARTINS (OAB 83127/SP), PAULO RUBENS BALDAN (OAB 288842/SP)
Processo 0003125-36.2011.8.26.0116 (116.01.2011.003125) - Ação Civil de Improbidade Administrativa - Improbidade Administrativa - Município de Campos do Jordão - Maria do Carmo de Camargo - - Jorge José Neto e outros - Vistos. Baixo os autos em cartório sem manifestação, em virtude do término de minha designação e tendo em vista a ausência de tempo hábil para apreciação. Campos do Jordao, 16 de outubro de 2015. - ADV: ELAINE MAZAIA CONDE SALVATI (OAB 240352/SP), LIDIA VALERIO MARZAGAO (OAB 107421/SP), MÁRCIO FUMIMARO FURUUCHI (OAB 159940/SP)
Processo 0003169-50.2014.8.26.0116 - Procedimento Ordinário - Reajustes e Revisões Específicos - Maria Eugenia Benito Lira - Vistos. À réplica. Sem prejuízo, especifiquem as partes as provas que pretendem produzir, em 05 (cinco) dias, justificando, objetivamente, a pertinência e relevância. Int. - ADV: MARIANA REIS CALDAS (OAB 313350/SP), RICARDO PAIES (OAB 310240/SP), LUIZ CLAUDIO HERCULANO DE PAULA SANTOS (OAB 307328/SP)
Processo 0003268-20.2014.8.26.0116 - Cautelar Inominada - Sustação de Protesto - Claudia Furtado - Vistos. Recolha o autor as despesas postais, em 10 (dez) dias (R$20,00 - guia FEDTJ, cód. 120-1). Após, cite-se (aviso de recebimento e mão própria). Int. - ADV: SÉRGIO HILSON DE ABREU LOURENÇO (OAB 167033/SP)
Processo 0003282-04.2014.8.26.0116 - Interdição - Tutela e Curatela - M.A.R. - Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a ação e decreto a interdição de Daniel Rodrigues de Souza, declarando-a absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, na forma dos artigos 5º, inciso II, e 454, § 1º, todos do Código Civil. Nomeio Maria Aparecida Rodrigues como curador definitivo, sob compromisso. Em obediência ao disposto no artigo 1.184, do Código de Processo Civil e no artigo 12, inciso
III, do Código Civil, deve a presente ser averbada no assento de nascimento do requerido e publicada pelo órgão oficial por três vezes. Sem custas, ante a gratuidade processual. Arbitro em 100% os honorários dos advogados nomeados. P.R.I.C. Campos do Jordao, 14 de outubro de 2015. - ADV: ELIAS NEJAR BADÚ MAHFUD (OAB 166697/SP)
Processo 0003341-89.2014.8.26.0116 - Procedimento Ordinário - Benefício Assistencial (Art. 203,V CF/88)- Maria Imaculada da Silva - Instituto Nacional do Seguro Social Inss - Vistos. Fls.53/55-66: acolho os quesitos formulados pelo INSS. Em relação ao assistente técnico, fica ao encargo do INSS comunicar a data da perícia e o local. Ciência à parte autora dos documentos juntados, em cinco dias (CPC, art. 398). Intime-se. - ADV: ANA CECILIA ALVES (OAB 248022/SP)
Processo 0003345-29.2014.8.26.0116 - Embargos à Execução - Valor da Execução / Cálculo / Atualização - Travessia Comercio Imp e Exportação Ltda Me - - Claudia Maria Andre Biagioni - - Luiz Gustavo Biagioni - Banco do Brasil S/A - Vistos. 1. Observo que a assistência judiciária - dever do Estado - somente pode ser concedida à parte que comprovar a insuficiência de recursos para postular em juízo. Com feito, o artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal, impõe como pressuposto para a concessão da assistência judiciária a comprovação da insuficiência de recursos, e, portanto, não basta, para obtenção do benefício da assistência judiciária, a simples declaração. O embargante litiga por meio de advogado constituído, demonstrando que está em condições de suportar os custos derivados da ação, sem prejuízo da própria mantença ou afetação do equilíbrio da sua economia doméstica, denunciando que não se enquadra na qualificação de juridicamente pobre. Assim, não pode ser agraciado com a gratuidade de justiça. No mais, o embargante não trouxe elemento probatório relevante (declarações de rendimentos ou declaração de isenção, comprovantes de despesas), de modo a autorizar a concessão do benefício. 2. Recebo a apelação somente no efeito devolutivo. 3. Comprove o apelante o recolhimento do preparo e do porte de remessa/retorno, em cinco dias, sob pena de deserção. Após, conclusos. Traslade-se cópia da r. Decisão de fls. 135-136/144 para os autos principais. Intime-se. - ADV: ADRIANO ATHALA DE OLIVEIRA SHCAIRA (OAB 140055/SP), CYBELE FALCO (OAB 334504/SP), MARCELO FERREIRA DE PAULO (OAB 250483/SP), FABIO SUGUIMOTO (OAB 190204/SP)
Processo 0003383-41.2014.8.26.0116 - Execução de Alimentos - Valor da Execução / Cálculo / Atualização - M.P.S.O. -H.O.J. - Vistos. 1 - Tendo em vista o pagamento noticiado pela exequente, JULGO EXTINTA a execução de alimentos, com fundamento no art. 794, inciso I, do Código de Processo Civil. 2 - Expeça-se alvará de soltura. 3 - Oficie-se como requerido à fl. 53, para desconto em folha de pagamento. 4 - Ciência ao M.P. 5 - Cumpridas as formalidades legais, ao arquivo. P.R.I.C. Campos do Jordao, 16 de outubro de 2015. - ADV: JONAS FAULIN DE SOUZA JUNIOR (OAB 223424/SP), RENATO TAKAHASHI (OAB 180770/SP)
Processo 0003418-35.2013.8.26.0116 (011.62.0130.003418) - Procedimento Ordinário - Despesas Condominiais - A R J Associação Recanto do Jordão - Flávio Zuasnabar Mena - - Walfrido de Carvalho Construtora e Comercial Ltda - Vistos. 1. (fls. 252/254) WALFRIDO DE CARVALHO CONSTRUTORA E COMERCIAL LTDA, qualificado nos autos, apresentou EMBARGOS DECLARATÓRIOS, aduzindo ocorrência de omissão na sentença proferida. Os embargos foram interpostos tempestivamente.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importa, diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
JURISPRUDÊNCIA 
sp 1144720 DF 2009/0113695-5
Ministro HUMBERTO MARTINS
03/12/2009
T2 - SEGUNDA TURMA
DJe 16/12/2009
Ementa
BIODIREITO – DIREITO À SAÚDE – ALVARÁ – TRANSPLANTE DE RIM AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC – AUTORIZAÇÃO JUDICIAL NECESSIDADE – OBJETOS SINDICÁVEIS PELO PODER JUDICIÁRIO:
INEXISTÊNCIA DE LESÃO À INTEGRIDADE FÍSICA DO DOADOR, NÃOOCORRÊNCIA DE COMÉRCIO OU DE QUALQUER TIPO DE CONTRAPRESTAÇÃO E POTENCIAL EFICÁCIA DO TRANSPLANTE DE RIM INEXISTÊNCIA DE REVOGAÇÃO DO § 3º DO ART. 15 DO DECRETO N.2.268/97 PELA LEI N. 10.211/01 QUE ALTEROU A REDAÇÃO DO CAPUT DO ART. 9º DA LEI N. 9.434/97. 1.
Inexiste violação do art. 535, II, do Código de Processo Civil quando o aresto recorrido adota fundamentação suficiente para dirimir a controvérsia, sendo desnecessária a manifestação expressa sobre todos os argumentos apresentados pelos litigantes. 2. A autorização judicial exigida no caput do artigo 9º da Lei n. 9.434/97 tem três objetivos: (I) impedir lesão à integridade física do doador; (II) impedir o comércio de órgãos ou qualquer tipo de contraprestação; e, (III) assegurar, na forma do § 3º do artigo 15 do Decreto n.2.268/97, potencial eficácia ao transplante de rim. 3. Todas as exigências proporcionais e razoáveis colocadas pelo Poder Legislativo e pelo Poder Executivo para evitar o comércio de órgão ou qualquer tipo de contraprestação e assegurar a potencial eficácia do transplante de rim (direito à saúde) são ratificadas pelo ordenamento jurídico pátrio. 4. É legal a exigência, para a retirada de rins, de comprovação de, pelo menos, quatro compatibilidades em relação aos antígenos leucocitários humanos (HLA), salvo entre cônjuges e consanguíneos, na linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive. 5. A Lei n. 10.211/01, ao alterar o caput do art. 9º da Lei n. 9.434/97, não revogou ou retirou a eficácia do § 3º do artigo 15 do Decreto n. 2.268/97, portanto correto o Tribunal de origem na aplicação da Lei e do Decreto. Recurso especial improvido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do (a) Sr (a). Ministro (a)-Relator (a)." Os Srs. Ministros Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques, Eliana Calmon e Castro Meira votaram com o Sr. Ministro Relator.
Referência: Disponível em:
<http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/8634612/recurso-especialesp1144720-df-2009-0113695-5-stj.html >. 
Acesso em: 14 set. 2015
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição o gratuita do próprio corpo, no todo ou da parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
JURISPRUDÊNCIA
Dados Gerais
Processo:1675792 MG 1.0000.00.167579-2/000(1)
Relator(a):PINHEIRO LAGO
Julgamento:19/12/2000
Publicação:16/02/2001
Ementa
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. Lei nº9434/97. Remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Doação. Gravação da expressão "não doador de órgãos e tecidos", na Carteira de Identidade Civil. Menor de dezoito anos. Exigência indevida de manifestação de vontade do menor pelo Instituto de Identificação através de representação ou assistência. Impossibilidade jurídica, para efeitos da lei em comento, vez que, para a disposição "post mortem"
de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, não têm os representantes ou os assistentes poderes legais para suprir a incapacidade. Manutenção da sentença.
DES. PINHEIRO LAGO – Relator
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. PINHEIRO LAGO: VOTO
Cuida a espécie de ação civil pública proposta pelo Ministério Público em face do Estado de Minas Gerais com pedido de liminar, consistente na cessação da imposição administrativa do Instituto de Identificação, em exigir dos menores de 18 (dezoito) anos de idade, no ato da expedição da carteira de identidade, que expressem sua vontade no sentido de serem ou não doadores, para os efeitos da Lei nº 9434/97, o que os obriga a comparecer àquele órgão acompanhados dos pais ou responsável, dado que só podem juridicamente
expressar suas vontades devidamente assistidos ou representados.
O Instituto de Identificação da Secretaria de Segurança Pública juntou parecer, fls. 20 a 27-TJ, acerca do procedimento adotado pelo órgão concluindo em suma que: "...o incapaz por lhe faltar condições para gozar um direito ou para exercê-lo, há de ser representado ou assistido pelos pais, ou por quem legalmente definido, e nesse sentido , observadas as formalidades, pode o menor ou incapaz, manifestar-se diante dos termos da lei, assistidos ou representados pelos pais, ou via suprimento judicial, através da tutela ou da curatela. A tutela como encargo civil conferido por lei, ou em virtude de suas disposições, tem como escopo administrar bens, proteger e dirigir a pessoa do menor, que não se acha sob a autoridade dos pais, sendo por isso um múnus público, ou seja, um ônus que a lei impõe em prol do menor, e a curatela se dispõe a administrar bens do menor, ausentes e incapazes, zelando pelos seus
interesses e direitos.
A teor da Lei nº 9434/97, o incapaz para requerer a carteira de identidade, deve estar representado ou assistido pelos pais ou por quem legalmente definido, em conformidade com a lei, para possibilitar a inserção da expressão“Não Doador de órgãos e tecidos”, ou consoante item IV do artigo 1º do decreto nº 2170, a expressão"Doador de Órgãos e Tecidos".
A Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude, fls. 38 a 43-TJ, entende que o procedimento adotado pela Secretaria de Segurança Pública não encontra respaldo jurídico na legislação vigente.
A Procuradoria-Geral do Estado apresentou contestação, fls. 63 a 67-TJ, em suma, impugnando in totum a presente ação. Requereu, a final, o indeferimento da liminar e extinção deste feito, sem julgamento do mérito, ou a decretação da nulidade dos atos após o despacho inicial da exordial, ou ainda, ad cautelam, fosse decretada a absoluta improcedência do presente feito com indeferimento de todos os pedidos iniciais.
O Magistrado de primeiro grau em seu decisum, fls. 74 a 77-TJ, entendendo presentes os pressupostos legais, concedeu liminar, determinando aos Exmos. Srs. Secretário de Estado da Segurança Pública e Diretor do Instituto de Identificação do Estado de Minas Gerais que se abstenham de exigir, no ato da expedição da carteira de identidade, a manifestação de vontade dos menores - absoluta ou relativamente incapazes, a respeito da doação de orgãos, tecidos ou partes do corpo, ainda que representados ou assistidos pelos pais ou responsáveis legais.
Parecer do Ministério Público, fls. 93 a 95-TJ, pela confirmação da decisão do Juiz a quo. O Ilustre Magistrado de Primeiro grau proferiu sentença às fls. 96 a 101-TJ, julgando procedente a ação, determinando, outrossim, a remessa dos autos a esta douta instância, por força do duplo grau de jurisdição obrigatório. A Procuradoria-Geral de Justiça, às fls.108 a 114- TJ, opina pela manutenção da r. sentença. É o relatório, decido.
Conheço da remessa necessária e do recurso voluntário, aos pressupostos de admissibilidade. Cuida-se de Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público em face do Estado de Minas Gerais, com pedido de liminar, objetivando a cessação da imposição administrativa do Instituto de Identificação, consistente em se exigir dos menores de 18 anos de idade, no ato da expedição da carteira de identidade, que expressem sua vontade no sentido de serem ou não doadores para os efeitos da Lei nº 9434/97, o que os obriga a comparecer àquele órgão acompanhados dos pais ou responsável, vez que só podem manifestar sua vontade devidamente assistidos ou representados. In casu, inadmissível a exigência do Instituto de Identificação, merecendo, pois, ser confirmada, in totum, a decisão do Juiz a quo. O equívoco do Instituto de Identificação reside justamente na impossibilidade de o representante do absolutamente, ou do assistente do relativamente incapaz, suprir-lhe a incapacidade por meio da emissão volitiva própria, vez que não tem os referidos a legitimidade necessária para efeito da lei em comento. 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
JURISPRUDÊNCIA
Ribeirão Preto. Hospital das Clínicas. Mioma uterino. Incontinência urinária. Histerectomia total (extração do útero). Procedimento de Burch. Dano funcional e sequelas permanentes. Retenção urinária. Erro médico. Falta de anuência expressa para a intervenção cirúrgica. – 1. Responsabilidade civil. Culpa administrativa. A culpa administrativa abrange os atos ilícitos da Administração e aqueles que se enquadram como 'falha do serviço', isto é, em que Administração não funcionou, funcionou mal ou funcionou tarde e implica em culpa subjetiva, com fundamento nos art. 15 e 159 do Código Civil (redação anterior; atual art. 186 do CC). – 2. Nexo de causalidade. Erro médico. Os elementos coligidos aos autos permitem concluir pela existência de nexo de causalidade entre o procedimento de Burch e a retenção urinária que passou a acometer a autora. A perícia confirmou a correção da indicação e realização do Procedimento de Burch, usualmente associado à histerectomia, e negou a existência de erro médico; afirmou também que a retenção urinária é sequela previsível do procedimento, conforme laudos oficiais emitidos por médicos ginecologista e urologista do IMESC. – 3. Causa de pedir. Alteração. Não se admite a alteração da causa de pedir depois de estabilizada a demanda; embora baseada principalmente no erro médico, a inicial menciona também a falta de informação dos procedimentos e da anuência da requente, permitindo o conhecimento da alegação posta como causa principal depois da feitora da perícia. – 4. Anuência. Intervenção cirúrgica. A ficha clínica indica que o procedimento foi definido em presença da autora; a cirurgia não foi realizada na data inicialmente marcada e sim na segunda, tendo a autora se apresentado voluntariamente nos dois dias. Não é crível, simplesmente, que nada lhe tenha sido dito a respeito ou que ignorasse o procedimento a ser feito. Não se exige que a ciência assuma forma própria, se de outro modo é demonstrada nos autos. Admitida a ciência do procedimento, não se demonstrou que a autora tenha sido advertida dos riscos da cirurgia e das possíveis sequelas; apenas por isso se vê presente a falha da administração e o dever de indenizar. – 5. Indenização. Dano moral. Tem-se o dano moral por demonstrado ante o dano funcional, as sequelas permanentes, o desgaste emocional e físico, a incerteza quanto ao restabelecimento, as cirurgias complementares. A indenização leva em conta a conduta do ofensor e da vítima e o dano sofrido, visando a advertir e compensar. Afastado o erro médico, a autarquia responde por culpa leve ou levíssima; a sequela era previsível e não foi negada à autora os meios para reversão, restando sequela de pequena monta que a autora optou ao final por não rever. É caso de redução do valor arbitrado pela sentença. – Procedência em parte. Recurso do réu provido em parte.
Art 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
JURISPRUDÊNCIA
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ÓBITO OCORRIDO EM 1999. UNIÃO ESTÁVEL. JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL. PROVA TESTEMUNHAL. QUALIDADE DE DEPENDENTE DA COMPANHEIRA. SEPARAÇÃO DE FATO. CONSERVAÇÃO DO ANTIGO ESTADO CIVIL. ART. 16 C/C 74 DA LEI8.213/91. APELAÇÃO PROVIDA. SENTENÇA REFORMADA TOTALMENTE. CONDENAÇÃO EM VERBA HONORÁRIA. SÚMULA 111/STJ.
1. A causa do indeferimento administrativo do benefício por parte do Apelado (INSS) foi a falta de qualidade de dependente da companheira (autora), ante ausência de provas acerca da vida em comum havida entre a mesma e o de cujus, de acordo com o documento de fls.
11. 2. Visando a comprovação de sua qualidade de dependente, a Apelante juntou aos autos cópia da Ação de Justificação (união estável) nº 2507/2000, proposta perante o Juízo de Direito da Comarca de José de Freitas-PI, na qual, em audiência do dia 12.07.2000, foram ouvidas
testemunhas às fls. 32/34. Outrossim, determinada pelo Juiz Federal da 2ª Vara do Piauí, foram ouvidas em juízo as testemunhas de fls. 109/110. Não se pode, portanto, negar-lhes o devido valor probante dos fatos alegados pela Apelante (autora), em face das declarações das testemunhas, acerca da existência da união estável, mantida por longo tempo, até o falecimento do ex-segurado. Precedentes: TRF 1ª Região - AG 1998.01.00.011240-1/DF, DJU de 30/09/2004, p.37; AC 2002.34.00.001447-0/DF, DJU de 15/12/2004, p. 61; AC 1998.01.00.086364-1/RO, DJU de 08.11.2007, p. 75. REsp 783.697"> REsp 783.697">STJ: REsp 783.697, 6ª Turma, Rel.: Ministro Nilson Naves, DJU de 09.10.2006, p. 372.
3. Sob outro aspecto, ainda que comprovado o estado civil de casada da Apelante (autora), concomitante com a união estável mantida com o falecido, tal fato não impede a mesma de obter a pensão pela morte de seu companheiro, eis que separada de fato do marido, conforme demonstrado nos autos. "Incensurabilidade da interpretação que recusa ser essencial a qualificação do companheirismo o fato de não ser casado o segurado.". (STJ/5ª Turma, REsp 54037, Rel.: Ministro José Dantas, DJU de 28.11.94, p. 32.634).
4. Apelação provida. Sentença reformada totalmente para, julgando-se procedente o pedido, condenar o INSS a conceder o benefício para a Apelante, desde a citação. Parcelas vencidas corrigidas e acrescidas de juros de mora.
5. Condenação do INSS em honorários advocatícios ao percentual arbitrado de 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, submetendo-se, ainda, a referida verba ao enunciado da Súmula nº 111/STJ.
Art.17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
JURISPRUDÊNCIA
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. DECISÃO QUE DECLAROU A PRESCRIÇÃO DO DIREITO DA AUTORA, COM BASE NO DISPOSTO NO ARTIGO 206, § 3º, DOCÓDIGO CIVIL, CONSIDERANDO COMO MARÇO INICIAL O DIA 2/12/1998, DATA DA ALIENAÇÃO PRATICADA PELA RÉ, IMPUTADA COMO ILÍCITA. ALEGAÇÃO DA AUTORA DE QUE O TERMO INICIAL DA CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL DEVE SER A PARTIR DO CONHECIMENTO DO FATO, OU SEJA, QUANDO DILIGENCIOU NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS, EM MEADOS DE 2007. IMPOSSIBILIDADE. VENDA DO IMÓVEL DEVIDAMENTE AVERBADA NA MATRÍCULA DESTE. DOCUMENTO REVESTIDO DE PUBLICIDADE DE ACORDO COM O DISPOSTO NO ARTIGO17, DA LEI 6.015/73. AUTORA QUE PODERIA TOMAR CONHECIMENTO DO ATO A QUALQUER TEMPO, ANTES DO DECURSO DO PRAZO PRESCRICIONAL. FALTA DE DILIGÊNCIA DESTA SOBRE A SITUAÇÃO DO IMÓVEL. ALEGADA APLICABILIDADE DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL PREVISTA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ANTE A COMPROVADA RELAÇÃO DE CONSUMO. INSUBSISTÊNCIA. EXORDIAL QUE SE RESTRINGE A REQUERER A REPARAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL, SEM QUALQUER PEDIDO DE RESCISÃO CONTRATUAL. CASO QUE NÃO SE ENQUADRA NAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ARTIGO 27 DA LEI CONSUMERISTA. CORRETA FOI A APLICAÇÃO DO CÓDIGO CIVILDIANTE DO PLEITO FORMULADO NA INICIAL COM ARRIMO NESTE DIPLOMA LEGAL. ILÍCITO OCORRIDO CINCO ANOS ANTES DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI N. 10.406/02. FRUIÇÃO DE MENOS DA METADE DO LAPSO TEMPORAL PREVISTO NO CÓDIGO DE 1916. NOVO PRAZO REDUZIDO PARA TRÊS ANOS. INTELIGÊNCIA DO ART. 206, § 3º, V, DO CÓDIGO CIVIL. TERMO A QUO ESTABELECIDO NA DATA DE ENTRADA EM VIGOR DO NOVO CÓDIGO CIVIL (11 DE JANEIRO DE 2003). AJUIZAMENTO DA DEMANDA TRÊS ANOS APÓS O TÉRMINO DO PRAZO PRESCRICIONAL. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.
1. Revestindo-se a ação de caráter pessoal, conta-se a prescrição da pretensão do autor a partir do ato ilícito imputado ao réu (CC, arts. 159 e 177), capaz de ensejar sua responsabilidade pelos danos dele resultantes.
2. O cômputo do prazo prescricional reduzido pelo Código Civil de 2002 se dá a partir da sua entrada em vigor, se até então não havia transcorrido pelo menos a metade do tempo previsto no diploma revogado.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
JURISPRUDÊNCIA
 Acordam os integrantes da 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná em negar provimento ao recurso de Jair Schmidt (apelação 2) e dar parcial provimento ao recurso de Mauril io Tibério (apelação 1) a fim de condenar Jair ao pagamento de indenização em 20% sobre o valor da causa pela l itigância de má-fé, além da multa de 1% já fixada na sentença. EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE E AÇÃO ORDINÁRIA DE RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM REINTEGRAÇÃO DE POSSE E PERDAS E DANOS - AÇÕES CONTRAPOSTAS DECIDIDAS POR SENTENÇA UNA - PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE JULGADO IMPROCEDENTE E PEDIDO DE RESCISÃO DE CONTRATO JULGADO PROCEDENTE EM PARTE. RECURSO DE JAIR SCHMIDT (APELAÇÃO 2): TESE DE QUE SE TRATA DE CONTRATO DE ARRENDAMENTO RURAL PURO E SIMPLES - IMPROCEDÊNCIA - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE PRODUÇÃO CELEBRADO ENTRE AS PARTES; ALEGADA AUSÊNCIA DE RESCISÃO CONTRATUAL E PRETENSÃO DE RESSARCIMENTO POR PERDAS E DANOS POR ESBULHO POSSESSÓRIO - JAIR QUE DEIXOU DE PAGAR A ÚLTIMA PARCELA DO AVENÇADO - RESCISÃO DO CONTRATO - ESBULHO POSSESSÓRIO PELO PRÓPRIO JAIR SCHMIDT QUE INVADIU A ROÇA DE MAURÍLIO SEM EFETIVAMENTE CUMPRIR A SUA PARTE DO CONTRATO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ CARACTERIZADA - NÃO COMPROVAÇÃO DA ALEGADA PRORROGAÇÃO DO VENCIMENTO DA ÚLTIMA PARCELA DO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA E DA ALEGADA CONTRATAÇÃO DE PRORROGAÇÃO DO ARRENDAMENTO COM O PRORIETÁRIO DA ÁREA. APELAÇÃO 2 NÃO PROVIDA.RECURSO DE MAURÍLIO TIBÉRIO (APELAÇÃO 1): PROCESSOS APENSOS - SENTENÇA UNA - APELAÇÃO ÚNICA EM FACE DE AMBOS OS PROCESSOS - NÃO NECESSIDADE DE PREPARO INDIVIDUAL PARA CADA PROCESSO - RECURSO QUE DEVE SER CONHECIDO; PEDIDO DE CONDENAÇÃO DE JAIR AO PAGAMENTO DE PERDAS E DANOS - IMPROCEDÊNCIA - PRETENSÃO CONTRÁRIA À DE RESCISÃO DO CONTRATO ACOLHIDA; INDENIZAÇÃO POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - PROCEDÊNCIA - PREJUÍZOS CAUSADOS POR JAIR AO ALTERAR A VERDADE DOS FATOS; ÔNUS SUCUMBENCIAIS MANTIDOS. APELAÇÃO 1 PROVIDA EM PARTE. (TJPR - 11ª C.Cível - AC - 994355-1 - Umuarama - Rel.: Rui Bacellar Filho - Unânime - - J. 21.10.2015).
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
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RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.( S ) : ADEGUIMAR ALVES MARTINS ADV.( A / S ) : LUCIANA RAMOS DE OLIVEIRA AGDO.( A / S ) : MUNICÍPIO DE ITUMBIARA PROC.( A / S)(ES ) : PROCURADOR -GERAL DO MUNICÍPIO DE ITUMBIARA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Às folhas 222 e 223, proferi a seguinte decisão: AGRAVO – JUÍZO DE RETRATAÇÃO – MATÉRIA CUJA REPERCUSSÃO GERAL FOI ADMITIDA – BAIXA À ORIGEM. 1. Por meio da decisão de folhas 184 e 185, neguei provimento ao agravo, apontando a ocorrência de afronta indireta à Carta da República e a necessidade de exame de matéria fática. O agravante, na minuta de folha 202 a 213, sustenta ter este Tribunal reconhecido a repercussão geral dos temas ora debatidos, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 563.708/MS, da relatoria da Ministra Cármen Lúcia. 2. Na interposição deste agravo, foram observados os pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita pelo Procurador-Geral do Município de Itumbiara, foi protocolada no prazo legal. Efetivamente, o Supremo, ao analisar o citado extraordinário, entendeu presente o requisito da repercussão geral na questão pertinente à interpretação do artigo 37, inciso XIV, do Diploma Maior, após a alteração feita pela Emenda Constitucional nº 19/1998. 3. Ante o quadro, reconsidero a decisão proferida. 4. Nesse sentido, haja vista o fato de o recurso veicular a mesma matéria, havendo a intimação do acórdão de origem ocorrido posteriormente à data em que iniciada a vigência do sistema da repercussão geral, bem como presente o objetivo maior do instituto – evitar que o Supremo, em prejuízo dos trabalhos, tenha o tempo tomado com questões repetidas –, determino a devolução do processo ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Faço-o com fundamento no artigo 328, parágrafo único, do Regimento
Interno deste Tribunal, para os efeitos do artigo 543-B do Código de Processo Civil. 5. Publiquem. O agravante, na minuta de folha 235 a 241, sustenta não versar o presente caso a mesma matéria cuja repercussão geral foi reconhecida no Recurso Extraordinário nº 563.708-5/MS, da relatoria da Ministra Cármen Lúcia. Aduz que no citado processo se discute tema relativo à base de cálculo do adicional por temo de serviço. No mais, defende a necessidade do exame de matéria fática, bem como a interpretação de normas legais. A parte agravada, apesar de intimada, não apresentou contraminuta (certidão de folha 246). É o relatório. 
V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) 
Na interposição deste agravo, observaram-se os pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita profissional da advocacia regularmente constituída (folha 175), foi protocolada no prazo legal. Conheço. Discute-se, na espécie, o acerto da conclusão adotada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em que se entendeu ser a remuneração total do servidor a base de cálculo para a incidência de adicional, tema sobre o qual versa o Recurso Extraordinário nº 563.708-5/MS, da relatoria da Ministra Cármen Lúcia. Esse o fato, impõe-se a observância do disposto no artigo 543 – B do Código de Processo Civil, uma vez que o reconhecimento do requisito da repercussão geral a certo tema implica o sobrestamento de novos processos até o pronunciamento do Plenário. Nesta óptica, para evitar a prolação de decisões conflitantes e estabelecer a segurança jurídica, mantenho a decisão de envio dos autos ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, tendo em vista a admissão da repercussão geral da matéria no Recurso Extraordinário nº 563.708-5/MS. Ante o quadro, desprovejo o regimental 
PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 794.392 PROCED. : GOIÁS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) : ADEGUIMAR ALVES MARTINS ADV.(A/S) : LUCIANA RAMOS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE ITUMBIARA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE ITUMBIARA Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. 1ª Turma, 13.3.2012. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Rosa Weber. Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Coordenadora 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
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Voto nº AC-14.638/15 Apelação nº 0148053-65.2010 10ª Câmara de Direito Público Apte: Unidas S/A Apdo: Fazenda Estadual Origem: Vara Exec Fiscais (Capital) Proc. nº 148.053/10 ou 7.586/10 Juiz: Felipe de Melo Franco EMBARGOS À EXECUÇÃO. IPVA. Empresa locadora de automóveis com sede no Estado de São Paulo e diversas filiais. Veículo registrado no Paraná, mas à disposição para locação em São Paulo. Domicílio tributário. CTN, art. 20. Código Civil, art. 75, § 1º. 1. Cerceamento de defesa. A embargante não requereu a produção de nenhum outro tipo de prova que não a documental e, por versarem os embargos questão de direito e fato, correto o julgamento com base no art. 17 da LF nº 6.830/80. A prova é exclusivamente documental e deveria ter instruído a inicial, a teor do art. 283 do CPC. No mais, a embargante manifestou-se sobre a contestação, oportunidade em que se limitou a requerer o julgamento da ação. Afasto a preliminar. 2. IPVA. Competência. A competência para instituição do IPVA é dos Estados e Distrito Federal, nos termos do artigo 155, III da CF. Ante a ausência de lei federal que estabeleça normas gerais sobre o tributo, o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que, com fundamento no art. 24, § 3º da CF e art. 34, § 3º do ADCT, os Estados e Distrito Federal estão legitimados a estabelecer o regramento do IPVA (AgR no RE nº 414.259-MG, Segunda Turma, Rel. Ministro Eros Grau, 14-8-2008). Nesses termos, o IPVA é devido no local onde o veículo deva ser registrado e licenciado, inscrito ou matriculado (LE nº 6.606/89, art. 2º), o que, nos termos do art. 120 da LF nº 9.503/97, se dará no município de domicílio ou residência e seu proprietário. 3. Domicílio tributário. O conceito de domicílio a ser utilizado é o da lei civil (CTN, art. 110), que no caso da embargante, por possuir diversas filiais, será considerado como tal aquele utilizado para os atos nele praticados (CC, art. 75, § 1º). O veículo objeto dos autos encontra-se registrado no Estado do Paraná, mas à disposição para locação em São Paulo, onde circula, polui, enfim, local onde é utilizado para os fins da PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Público Apelação nª 0148053-65.2010.8.26.0100 9 empresa. Deste modo, correta a cobrança do IPVA pelo Estado de São Paulo, devendo a sentença ser mantida por seus próprios fundamentos. Improcedência. Recurso da embargante desprovido. 1. A sentença de fls. 288/301, declarada a fls. 316/318, vol. 2 jugou improcedentes os embargos, determinando o prosseguimento da execução fiscal. Em face à sucumbência, condenou a embargante no pagamento das custas, despesas processuais e dos honorários de advogado fixados em 15% do valor do débito atualizado, substituindo-se o arbitramento anterior. Apela a embargante (fls. 323/355, vol. 2); alega preliminarmente (i) cerceamento de defesa, ante a necessidade de dilação probatória; foi apresentado fato impeditivo e modificativo do direito na contestação, sendo necessária a abertura da fase probatória para que se demonstre que o veículo pertence a estabelecimento da embargante em outro Estado e, por isso, estava lá cadastrado e licenciado; (ii) nulidade das comunicações de lançamento expedidas pelo Estado de São Paulo, visto que carecem dos requisitos mínimos de validade previstos no artigo 27 da LE nº 10.941/01: o registro da hora da expedição da comunicação; a descrição do fato gerador da obrigação e das circunstâncias que ocorreu; a indicação dos dispositivos normativos infringidos e dos relativos às penalidades cabíveis. No mérito diz que compete à União legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI) e, na inexistência de lei complementar, aplica-se o CTB, que prevê o registro do veículo no Município de domicílio ou residência do proprietário, e o licenciamento no local de registro (CTB, art. 120 e 130); o fato gerador do tributo é a propriedade do veículo e não a circulação do mesmo, e o imposto recolhido no Estado em que se encontra registrado e licenciado, não sendo exigível a cobrança feita pelo Estado de São Paulo; os estabelecimentos da embargante localizados em outras unidades da Federação configuram domicílios para todos PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Público Apelação nª 0148053-65.2010.8.26.0100 9 os fins, inclusive tributários, sendo que o fato do veículo circular por todo o país não desnatura o domicílio do proprietário; o lançamento foi realizado com base em presunções fáticas, através de atos administrativos discricionários, em fragrante violação ao art. 42 do CTN; a LE nº 13.296/08, que trouxe previsão expressa de cobrança de IPVA na hipótese de locação de veículo, entrou em vigor a partir de 1-1-2009, não sendo aplicável à hipótese; a situação denuncia um conhecido conflito de competência tributária entre os Estados Federativos, a ser definido pelo Judiciário, mas que, por força da regra do artigo 100 do CTN, não pode penalizar o contribuinte; os honorários advocatícios fixados em 15% sobre o valor da causa são excessivos e merecem redução, de modo a se adequarem ao disposto no art.
20, §§ 3º e 4º do CPC. Pede o provimento do recurso. Recurso tempestivo e preparado. Contrarrazões a fls. 388/402, vol. 2. É o relatório. 2. Cerceamento de defesa. O art. 17, parágrafo único da LF nº 6830/80 dispõe que não se realizará audiência, se os embargos versarem sobre matéria de direito, ou, sendo de direito e de fato, a prova for exclusivamente documental, caso em que o Juiz proferirá a sentença no prazo de 30 (trinta) dias. A embargante não foi requereu a produção de nenhum outro tipo de prova que não a documental e, por versarem os embargos questão de direito e fato, correto o julgamento com base neste dispositivo. A prova é exclusivamente documental e deveria ter instruído a inicial, a teor do art. 283 do CPC. No mais, a embargante manifestou-se sobre a contestação, oportunidade em que se limitou a requerer o julgamento da ação (fls. 256/284, vol. 2). Afasto a preliminar. PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Público Apelação nª 0148053-65.2010.8.26.0100 9 3. Notificação. Requisitos. Nos termos do artigo 13 da LE nº 10.941/01 as incorreções ou omissões do auto de infração não acarretarão sua nulidade, quando nele constarem elementos suficientes para se determinar com segurança a natureza da infração e a pessoa do infrator. Conforme se observa do Comunicado de Lançamento de IPVA de fls. 123, vol. 1, é possível aferir-se com clareza a natureza da infração, que consiste no não pagamento do IPVA referente ao veículo VW Gol, placa API-9490, bem como a pessoa do infrator, SAG DO BRASIL S/A. No mais, o documento indica o valor do imposto e as leis utilizadas para fins de cálculo dos juros e da multa moratória, não havendo que se falar em nulidade do auto de infração. 4. Fatos. Em 19-5-2008 agentes fiscais do Estado realizaram fiscalização no estabelecimento da autora, empresa dedicada à locação de veículos automotores, com sede no Estado de São Paulo e diversas filiais no país, onde constataram que a mesma mantinha cerca de cento e quarenta veículos para locação, mas emplacados em outra unidade da Federação (fls. 136/140). Em 25-6-2008 foi lavrado o AIIM nº 3.095.900 (fls. 125/134), por infração ao art. 2º da LE nº 6.606/89 c.c. artigo 120 da LF nº 9.503/97; em 25-6-2008 foi expedida a comunicação do lançamento do IPVA referente ao veículo marca VW, modelo Gol, placa API-9490, ano 2007, no valor de R$-1.043,95 (fls. 123); a empresa impugnou administrativamente a lavratura do auto de infração (fls. 169/189), sendo a pretensão indeferida em 29-11-2008 (190/200). O débito foi inscrito na dívida ativa em 15-10-2009 sob o nº 1.004.929.908 (fls. 72) e a execução fiscal ajuizada em 27-11-2009 (fls. 70). A executada opôs embargos à execução fiscal, aduzindo a nulidade do título executivo e a ilegalidade da cobrança. PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Público Apelação nª 0148053-65.2010.8.26.0100 9 5. A competência para instituição de imposto sobre a propriedade de veículos automotores é dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do artigo 155, III da Constituição Federal. Ante a ausência de lei federal que estabeleça normas gerais sobre o tributo, o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que, com fundamento no art. 24, § 3º da CF e art. 34, § 3º do ADCT, os Estados e Distrito Federal estão legitimados a estabelecer o regramento do IPVA (Agravo Regimental no Recurso Extraordinário nº 414.259- MG, Segunda Turma, Rel. Ministro Eros Grau, 14-8-2008). A LE nº 6.606 de 20-12-1989 foi editada no exercício dessa competência pelo Estado de São Paulo e não conflita com o Código de Trânsito Brasileiro. O IPVA será devido no local onde o veículo deva ser registrado e licenciado, inscrito ou matriculado (LE nº 6.606/89, art. 2º), o que, nos termos do art. 120 da LF nº 9.503/97, se dará no Município de domicílio ou residência e seu proprietário. A discussão reside em saber, portanto, qual a extensão do termo “domicílio” para fins de incidência do imposto; em outras palavras, é necessário definir qual o critério espacial adotado para incidência do IPVA. 6. O IPVA foi introduzido no ordenamento jurídico por meio da Emenda Constitucional nº 27 de 28-11-1985, depois da promulgação da LF nº 5.172 de 25-10-1966, não sendo a matéria regulamentada por esta lei. No entanto, o art. 11 do Código Tributário Nacional veda a alteração da definição, do conteúdo e alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, para definir e limitar competências tributárias. O conceito de domicílio a ser utilizado será, portanto, aquele da lei civil, onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Público Apelação nª 0148053-65.2010.8.26.0100 9 constitutivos (CC, art. 75, IV); e no caso pessoa jurídica possuir diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados (CC, art. 75, § 1º). A embargante, pessoa jurídica de direito privado, tem sede no Estado de São Paulo e possui filiais espalhadas pelo país; aplica-se a ela, portanto, o disposto no § 1º do at. 75 do Código Civil, sendo considerado como domicílio o local para os atos nele praticados. 7. Conforme disposto na sentença e não impugnado pela embargante: Com efeito, os atos praticados, o efetivo exercício da posse e propriedade sobre os veículos, ao que indicou as diligencias fiscais, eram praticados pelo estabelecimento situado no Aeroporto de Congonhas, neste Estado. A expressão “nele praticados” (aspecto espacial da prática de atos) confere sentido muito mais funcional do que se fosse a expressão “por ele praticados” (aspeto pessoal). [...] Assim, vista a regra do artigo 120 do Código Brasileiro de Trânsito, nota-se que ela apenas versa sobre a hipótese de um domicílio, havendo pluralidade de domicílios, dá congruência ao sistema e atende a finalidade do licenciamento conjugar a regra do art. 75, § 1º, do Código Civil com o artigo 104 e artigo 131, § 3º, do Código Brasileiro de Trânsito, para concluir que, para fins de licenciamento, havendo mais de um domicílio em lugares diferentes, será considerado domicílio aquele em que há circulação do veículo (finalidade do licenciamento, art. 104, CTB), pois estes são os atos relevantes ao licenciamento praticados no domicílio (art. 75, § 1º, CC). Não há no ordenamento faculdade à eleição do domicílio. Observo que o artigo 127, § 1º do Código Tributário Nacional segue a mesma linha do Código Civil ao privilegiar a situação dos bens ou da ocorrência dos atos e fatos PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Público Apelação nª 0148053-65.2010.8.26.0100 9 e, se aplicável, seria por analogia, pois a regra serve para a determinação do estabelecimento dentro de um mesmo âmbito de competência do ente fiscalizador e não como critério de fixação de competências. Aliás, não fosse assim, seria difícil aceitar a recepção do dispositivo que admitiria a eleição do ente federado que figuraria como sujeito ativo da relação tributaria, modulando-se a competência constitucional por meio de ato de vontade do contribuinte. Logo, seria o domicilio do proprietário o local para o registro e para o licenciamento, havendo mais de um domicilio, o licenciamento e registro deveriam se dar no domicílio (local) da circulação, se houver. [...] Reforça a convicção da correção do lançamento o fato de a embargante não conseguir juntar copia de contrato de locação dos veículos no local do emplacamento e de juntar em réplica e apenas em alguns casos, pois em vários casos não logrou obter um só contrato de locação fora deste Estado documentos de apenas uma ou outra locação, fora de São Paulo, representando dois ou três dias em um universo de quase mil dias, e ainda assim os contratos foram relativos a locações que teriam ocorrido posteriormente à fiscalização e autuação. Para agravar a carência de provas em
contrário, as avenças entre embargante e locatário estão materializadas em extrato que informa o rodizio na cidade de São Paulo e afirma que a relação entre as partes se rege de acordo com contrato registrado em Ofício de Registro de Títulos e Documentos desta Capital. Não se pode, ainda, desprezar que os veículos comprados pela embargante foram entregues em território paulista. Sobre todos os pontos de vista, devido o tributo à embargada. Resta evidente que a embargante, empresa dedicada à locação de veículos automotores com sede no Estado de São Paulo, registra os seus veículos em Estados diversos com o fim único de pagar tributo menor a alíquota de 4% cobrada pelo Estado de São Paulo é até 400% superior àquela cobrada em outros Estados da Federação , o que não pode prevalecer. O veículo objeto dos autos encontra-se registrado no Estado do Paraná, mas à disposição para locação em São Paulo, onde circula, polui, enfim, local onde é utilizado para PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Público Apelação nª 0148053-65.2010.8.26.0100 9 os fins da empresa. Deste modo, correta a cobrança do IPVA pelo Estado de São Paulo, devendo ser mantida por seus próprios fundamentos a bem fundamentada sentença proferida pelo Dr. Felipe de Melo Franco. 8. Verbas acessórias. O artigo 100 do Código Tributário Nacional dispõe que: Art. 100 - São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Parágrafo único: A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. A situação da embargante não se enquadra em nenhuma das hipóteses do dispositivo supracitado, não sendo possível a exclusão de penalidades, dos juros de mora e da correção monetária. 9. Honorários advocatícios. A embargante foi condenada a arcar honorários de advogado fixados em 15% do valor do débito atualizado, o qual perfazia R$-1.478,83 em maio de 2010; o valor não é excessivo e se coaduna com o disposto no art. 20 do CPC, porquanto fica mantido. O voto é pelo desprovimento do recurso da autora. 
TORRES DE CARVALHO
 Relator
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815)
JURISPRUDÊNCIA
Dados Gerais
	Processo:
	AC 10629130004688001 MG
	Relator(a):
	Wanderley Paiva
	Julgamento:
	30/04/2014
	Órgão Julgador:
	Câmaras Cíveis / 11ª CÂMARA CÍVEL
	Publicação:
	12/05/2014
Ementa
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - INSCRIÇÃO INDEVIDA DE NOME EM CADASTRO DE INADIMPLENTES - DEVER DE INDENIZAR - DANO MORAL - FIXAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO - TERMO INICIAL DE INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA - HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS - FIXAÇÃO SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO20, § 3º DO CPC - SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. Restando caracterizada a inclusão indevida do nome da parte autora no cadastro de inadimplentes, surge para a parte contrária o dever de indenizar, pois incorrendo em conduta ilícita é obrigada a ressarcir o dano moral a que deu causa, sendo este constatado pela simples negativação, nos termos de pacífica jurisprudência. Na valoração da verba indenizatória a título de danos morais, deve-se levar em conta a dupla finalidade da reparação, buscando um efeito repressivo e pedagógico e propiciar à vítima uma satisfação, sem que isto represente um enriquecimento sem causa. Em se tratando de indenização por dano moral, o termo inicial para a incidência dos juros de mora é a data do evento danoso, contudo, deve ser mantida a sentença nesse ponto sob pena de reformatio in pejus. A fixação do percentual dos honorários advocatícios deve se dar sobre o valor da condenação, e não do valor atribuído à causa, nos termos do § 3º do art. 20 do CPC. A condenação ao pagamento de indenização por danos morais em valor inferior ao postulado pela parte autora não configura a hipótese de sucumbência recíproca prevista no art. 21 do CPC, consoante o disposto na Súmula 326 do STJ. v.v. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - INCLUSÃO INDEVIDA NO CADASTRO DE INADIMPLENTES - INEXISTÊNCIA DE DÉBITO - QUANTUM INDENIZATÓRIO - MAJORAÇÃO - TERMO DE INCIDÊNCIA DOS JUROS MORATÓRIOS - MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA - SÚMULA 54 STJ - EVENTO DANOSO - AUSÊNCIA DE REFORMATIO IN PEJUS.
1. É pacífico o entendimento de que a sim ples inclusão indevida gera o direito à indenização por danos morais.
2. Para a quantificação do dano, são considerados os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, levando-se em conta o caráter compensatório para a vítima e o caráter puntivo para o agente.
3. Valor majorado.
4. De acordo com a jurisprudência, os juros moratórios constituem matéria de ordem pública.
5. Pode haver alteração do termo inicial de incidência, inclusive, de ofício.
6. Não há que se falar em reformatio in pejus.
7. Dado provimento ao primeiro recurso.
8. Negado provimento ao segundo recurso. (DESEMBARGADORA MARIZA DE MELO PORTO - VOGAL VENCIDA)
Decisão
SÚMULA: NEGAR PROVIMENTO AO PRIMEIRO RECURSO E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO SEGUNDO APELO, VENCIDA A DESEMBARGADORA VOGAL

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