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Caderno de Teoria Geral do Direito

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Bibliografia Básica:
- César Fiuza - Direito Civil
Curso Completo - Del Rey
- Código Civil
Bibliografia Complementar:
- Pietro Perlingieri
Perfis de Direito Civil Constitucional
- Luis Roberto Lorenzetti
Fundamentos do Direito Privado
- Livros coordenados por César Fiuza, Maria de Fátima Sá e Bruno Torquato
4 volumes - Direito Civil atualidades
Programa da Disciplina
I - Definição de Direito
Ramos do Direito
Fontes do Direito
II -  História do Direito Privado
III - Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LIDB)
Definição dos parâmetros de interpretação da aplicação da lei no tempo e no espaço
IV - Pessoa
A) Definição de pessoa
B) Personalidade civil
C) Nascituro (Sujeito de Direito)
D) Capacidade Civil plena, relativa e incapacidade
E) Tutela e curatela
F) Domicílio/Residência
G) Pessoa jurídica
Tipos - formas de constituição
Personalidade jurídica da P.J.
Desconsideração da Personalidade jurídica da P.J.
V - Crise do Direito
Constitucionalização do Direito
- Exercício - 10 pontos
VI - Bens e coisas
Definição e tipos
Primeira prova
25 pontos
Individual
Aberta
50 minutos para fazer
VII - Dos Fatos Jurídicos
1) Definição
2) Elementos de Formação
3) Ato jurídico
a) ato jurídico no sentido estrito
b) negócio jurídico
c) ato ilícito
4) Meios de Prova do ato jurídico
5) Condição, termo e encargo do negócio jurídico
6) Defeitos do negócio jurídico
7) Nulidade e Anulabilidade
Teoria das Nulidades
Exercício - 10 pontos
Segunda prova - 25 pontos
8) Ato ilícito
Global -> 30 pontos
Fechada; 10 questões
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I - Definição de Direito
- Conjunto de regras em busca de justiça
- Conjunto de normas vigentes no país
- Regulamento para trazer bem-estar as pessoas
- Manutenção do "Status Quo" da sociedade
- Exercício de PODER; esse poder pode ser exercido através de força, conhecimento, econômica e fé.
II - Fontes de Direito
Fontes primárias 
- Lei
- Costume (modifica a Lei)
Fontes secundárias
- Doutrina
- Jurisprudência 
- Analogia
- Equidade
- Princípios Gerais do Direito (boa fé, solidariedade, função social, legalidade, igualdade)
III - Ramos do Direito
Direito 
-> Internacional 
* Público - tratados internacionais entre países
* Privado - Tratados e LIDB
-> Nacional
* Pública 
- Direito Constitucional - regulamenta os poderes do estado, os deveres do cidadão etc
- Direito Administrativo - Regulamenta os limites do administrador público
- Direito Tributário - Forma de arrecadação para conseguir bem-estar
- Direito Processual - Trata dos processos
- Direito Penal
*Privada
- Direito Civil
- Direito Empresarial
- Direito do Consumidor
- Direito Ambiental
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História do Direito Privado
I - Primeiras manifestações
a) Código de Hamurabi
foi encontrado vestígios dele no Iraque/Irã. Talhado na pedra; extremamente dura; o indivíduo pagava as penas além da privação da liberdade, incluindo mutilações.
b) Código de Manu
Na Índia; já trazia uma organização social, coletiva. Tinha uma casta que ficava a cargo da manutenção da tribo.
II - Influência Romana (formação grega; os gregos clássicos)
II 1 - Realeza Romana (753 a.C. a 510 a.C)
a) organização social
- pater familias -> Pai, o responsável por tudo (econômica, social, definia os trabalhos dos filhos; pra ser pater famílias tinha que ser romano)
- plebe -> pagava imposto, pequeno comércio
- clientes -> poder aquisitivo maior; não era romano, era um povo vencido
- escravos
II 2 - República (510 a.C. a 27 a.C)
- melhor organização
- senado
- lei das XII tábuas -> primeiro "código" que apareceu no direito, com 3 pilares (família, obrigações e propriedade)
"marco do direito privado"
Família/obrigações/propriedade
Romano não virava escravo. No máximo ele era vendido aos árabes. Plebe e clientes poderiam virar escravos em caso de dívidas.
II 3 - Alto Império (27 a.C. a 284 d.C.)
- imperador
- consilium principis
notáveis eleitos pelo imperador
- senado
- organização no Estado
legados de Cesar (Governadores)
prefeitos (praefecti urbi)
II 4 - Baixo Império (284 d.C. a 584 d.C.)
monarquia - dois Césares
Ocidente - Milão
Maximiliano
Oriente - Bizâncio
Constantino (criou Constantinopla)
- Edito de Milão - liberdade do culto cristão (passou a ser a religião oficial)
- Constituição Concuto
Populos - Catolicismo
Religião oficial
- Corpus Juris Civilis (primeiro código civil; compilação das leis civis romanas)
Justiniano
III - Idade média
Queda do Império Romano
III 1 - Alta Idade Média
Três Civilizações
-Bizantina (Greco-judaico cristã)
-Árabe islâmica
-Latino-romano judaico cristã (romanos e germanos)
Direito costumeiro
Breviário de Alárico -> primeira legislação dos godos, visigodos
III 2 - Baixa Idade Média
- Absolutismo
- Glosadores  (Hugo Grócio) -> oriundos da primeira faculdade de direito (Universidade de Bolonha)
A interpretação da lei começou com os glosadores (hermenêutica). Antes os códigos eram lidos de forma literal (interpretação literal).
Continuação da História do Direito Privado
IV - Revolução Francesa
"Era dos Códigos" (corpo de leis num mesmo lugar)
Código da Prússia 1759
Código francês 1804 -> código de Napoleão; é em uma toada só
Código alemão  (BGB) -> separou a lei em duas partes
Crítica de Savigny
"Fossilização do Direito" ->  o direito é dinâmico, ele não pode ficar restrito a um livro. Assim, restringe a interpretação do direito (crítica de Savigny).
V - História do Direito Privado no Brasil
a) Utilização das leis portuguesas
Ordenações do Reino
Ordenações Afonsinas, Filipinas e Manuelinas
* 1850 - Código Civil Português -> ou seja, revogaram as ordenações
De 1850 a 1916, nós utilizamos uma lei revogada (as ordenações do Rei). Ou seja, por 66 anos.
b) 1822 - Independência
Criação dos cursos jurídicos no Brasil
1828 - Faculdade de Direito de Olinda (Pernambuco)
Faculdade de Direito do Largo do São Francisco em São Paulo (SP)
c) 1857 - Teixeira de Freitas
Consolidação das leis do Governo Imperial
Livro dividido em 2:
- parte geral (pessoas - coisas - fatos jurídicos)
- parte especial (três partes)
* primeira - direitos pessoais (família e relações civis)
* segunda - direitos reais
* terceiro - inacabado
Velez Sarfield - Código Argentino (ele pegou o esboço de código de Teixeira de Freitas, seu amigo, e o fez para a Argentina)
d) 1881 - Felicio dos Santos - apontamentos anteprojeto de código
e) 1889 - Coelho Rodrigues
República
Livro sobre obrigações
Direito família e sucessões
f) Min. Campos Sales
Governo Epitácio Pessoa
Indicou Clóvis Bevilaqua
8 meses elaborou o projeto
- Rui Barbosa revisor no Senado -> era conservador; assim, tirou o que ele não queria de avançado
- Código Civil 1916
Primeiro Código Civil brasileiro
g) 1941 - Orozimbo Nonato
Anteprojeto obrigações
h) 1965 - Caio Mário da Silva Pereira e Orlando Gomes
i) 1969 - Miguel Reale
Projeto votado em 10/01/2002
Lei 10406 - Vigência a partir 10/01/2003
Segundo Código Civil brasileiro
Norma constitucional como base de interpretação principiológica do direito civil
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO
Princípios são ordens de otimização, pilares que possibilitam a aplicação ampla de uma norma.
Direito civil tem preocupação com o patrimônio, com a maneira de como você se junta a outra (matrimônio) e com o lado econômico.
Princípio da dignidade da pessoa (Art 1°, item III)
Princípio da boa fé
Princípio da função social da propriedade (socialização da propriedade)
Princípio da função social do contrato
princípio é uma norma de adoção como conduta, como pilar.
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Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LIDB) - Decreto lei 4657 de 4/9/1942
Aplicação da lei no tempo e no espaço:
I Parte - Aplicação da lei no tempo (dentro da soberania nacional)
art 1° ao art 6°
1) art 1°: "Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada..."
"Vacatio Legis" -> tempo que ela é criada até que seja oficialmente publicada (usada)
2) art 2°: "Não se destinando a vigência temporária, a lei terá vigor até que outra modifique ou rovogue". Modificação ou revogação expressa ("fica revogada a lei tal...") ou tácita (quando a lei anterior deixa de ser válida; se a lei nova trata do mesmo assunto da lei velha, prevalece a lei nova)
3) art 3°: Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece". Princípio da obrigatoriedade. Princípio da igualdade.
Todos são iguais perante a lei.
4) art 4°: "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e osprincípios gerais de direito. 
Para ver se a lei foi omissa, é necessário fazer uma interpretação hermenêutica.
5) art 5°: "Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum.
- Constitucionalizacão
6) art 6°: "A lei terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e acoisa julgada.
Ato jurídico perfeito: ação humana, feito por uma pessoa com capacidade (que podia fazê-lo) e com efeito legal. Ou seja, já terminou (por ser perfeito). 
Coisa julgada: sentença judicial que não cabe recurso.
II Parte - Aplicação da lei no espaço (em conflito de lei com países estrangeiros)
O Brasil leva em conta dois parâmetros  (domicílio e lex loci)
art 7° ao art 19°
1) art 7° - Lei do domicílio
Personalidade, nome, capacidade e direitos de família
Um brasileiro casado com uma japonesa, residentes no Chile. A lei que prevalece é a chilena. Caso eles casem num consulado brasileiro, a lei que prevalecerá será a brasileira.
2) art 8° - Bens
Lei do local onde está situado ("lex loci")
3) art 9° - Obrigações (contratos)
- "Lex loci"
4) art 10° - Sucessão
Lei do domicílio do falecido (aonde ele morava)
5) Art 11° - Pessoas jurídicas (empresas)
"Lex loci"; lei de onde elas são constituídas que as regem
6) art 12° - "É competente a autoridade judiciária brasileira quando o réu for domiciliado no Brasil ou aqui tiver de cumprir a obrigação".
7) art 13° e art 14°
Meios de prova admitidos (testemunha, documentos públicos e privados, confissão, perícia e comparação)
8) art 15° e art 16°
Aplicação de sentença no Brasil proferida no estrangeiro. Homologada no STJ (Superior Tribunal de Justiça)
Homologar é referendar (confirmar).
9) art 17°
Respeito a soberania nacional, ordem nacional e bons costumes
10) art 18°
Atos consulares e sua eficácia (registrar nascimento, óbito, casamento, tirar passaporte).
A Constitucionalização e a Crise do Direito
I - Constitucionalização do Direito Privado é um processo de interpretação e aplicação do Direito que utiliza como base os princípios jurídicos que estão na Constituição Federal. Princípios jurídicos são pilares de sustentação do Direito para garantir segurança jurídica ao cidadão.
II - Crise do Direito
A crise traz vários questionamentos; é uma crise de movimento, de ação, em busca de uma melhor harmonia.
II 1 - Crise no Sistema (em todo sistema jurídico)
O código estava fechado, mas começou a se abrir, pois o Direito é dinâmico, houve a influência de microssistemas (como o Estatuto da Criança, o Código do Consumidor, o Estatuto da terra). Ele ficou aberto, com a dignidade do homem sendo o ponto principal.
Sistema fechado.        Sistema aberto.
código.                  ->      Homem.
Lei <-   <-  <- Influência dos microssistemas
II 2 - Crise dos institutos
Com a crise do Direito e sua nova interpretação, os institutos jurídicos estão sendo redefinidos.
Família-> Entidade familiar (nova visão das relações familiares)
Contratos e Propriedade Privada -> visão à luz da função social
Autonomia da vontade -> autonomia privada (Estado passa a tutelar; ele te protege)
II 3 - Crise da Interpretação
Da exegese às teorias da argumentação (interpretação hermenêutica)
1) "Era dos Códigos"
Escola exegética
"A lei é a solução"
Escola literal e histórica
2) Pensamento sociológico
Augusto Comte
Formalismo - a vontade do Estado prevalece sobre a do indivíduo
3) Positivismo
- Kelsen
Norma do Estado
É superior
Hierarquia de leis
4) Discussão do método de interpretação para se ter segurança jurídica e justiça - Recaséns Riches
Eleger a norma; adequar a norma ao fato e escolher o método.
5) Perelman - "Nova Retórica"
"Escolha do auditório ideal"
Raciocínio analítico - "Convencer"
6) Teoria da Argumentação
Robert Alexy (interpretação ampla do direito), Dworkin (utilitarismo), Habermas
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Pessoa(persona:máscara; individualização de um ente humano)
É uma ficção jurídica, é o marco teórico do direito privado.
- Marco teórico do Direito Privado. Ficção jurídica que dará base para toda formação do Direito Civil.
- Pessoa natural (pessoa física)
- Pessoas jurídicas (empresas, sociedades)
Art 1°CC: "Toda pessoa é sujeito de direitos e deveres na ordem civil".
Para ser pessoa, tem que ser sujeito de direitos e de deveres.
Teorias a respeito da existência da pessoa:
1°- Teoria Natalista: pessoa existe a partir do nascimento com vida; não traz interpretação
2°- Teoria Conceptualista: pessoa existe desde a concepção; traz interpretação
Personalidade Civil : sujeito de direitos e deveres -> pessoa
Art 2°CC: "A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro."
Nascituro não é pessoa porque ainda não nasceu e porque só tem direitos (sem deveres). Para o nascituro, considerou-se a teoria conceptualista. Para a personalidade civil, considerou-se a teoria natalista.
STF -> Concepção é o momento em que o óvulo fecundado está em desenvolvimento no endométrio da mãe.
Responsabilidade sobre o ato jurídico praticado se chama CAPACIDADE.
Art 3°- CC: "São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos (16)
II - os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário discernimento para prática desses atos. (Perícia médica)
III - os que mesmo por causa transitória não puderem exprimir sua vontade -(Curatela)
Quem responde pelos menores de 16 anos são os pais (o pai e a mãe).
Os pais representam os filhos menores. Na falta deles (não existência), os tutores (sanguíneos, afetivos ou nomeados pelo juiz). Não tendo tutor -> curador.
Art 4°- CC: "São incapazes relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
II - os ébrios, os viciados em tóxico e os que por deficiência mental tenham o discernimento reduzido
III - os excepcionais sem desenvolvimento mental completo
IV - os pródigos (interdição) -> os que dilapidam o patrimônio
Art 5°- CC: "A menoridade cessa aos dezoito anos (18) completos quando a pessoa fica habilitada à pratica de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único: cessará para os menores à incapacidade:
I - emancipação -> ato praticado dos pais - concessão dos pais ao menor
Escritura de emancipação - cartório de notas
Averbação (registro) da escritura no cartório de registro civil
II - Casamento
III - Pelo exercício do emprego público efetivo (concursada)
IV - Colação de grau em curso de ensino superior
V - Estabelecimento comercial com renda própria ou tiver renda própria suficiente para aquele ato.
Fim da personalidade da pessoa
I - Morte
II - Ausência (art 7°CC) (é a presunção da perda da personalidade)
Ausente é toda a pessoa que desaparece sem deixar pista. Ninguém consegue precisar se está viva ou morta. É presunção do fim da personalidade.
III - Esquema do processo de ausência  (art 22 e segs CC); Pessoa desaparece (ausência) -> Qualquer pessoa interessada  (credores; herdeiros) ou o Ministério Público fazem um requerimento ao juiz para que este declare a ausência imediata -> Possibilidade de utilização do patrimônio do ausente -> Passado 1 ano da arrecadação do patrimônio do ausente se ele não tiver
nomeado representante legal ou 3 anos se ele tiver nomeado representante legal é aberta SUCESSÃO PROVISÓRIA (partilha dos bens provisoriamente; se o ausente voltar, tudo tem que voltar pra ele-> 10 anos após SUCESSÃO DEFINITIVA; os herdeiros ausentes têm 20 anos para requererem seu quinhão (sua parte na herança).
Tutela e Curatela
Tutela (o tutor pode aceitar ou não o cargo) - art 1728 CC
Filhos menores são tutelados
- Falecimento dos pais (ausência)
- Pais decaíram do poder familiar (sentença judicial)
- Pais nomearem em conjunto
Curatela - Pessoas capazes que perdem a capacidade do discernimento.
Domicílio e Residência
Brasil e Alemanha fazem esta distinção.
Residência é o local onde a pessoa se fixa ainda que temporariamente.
Elemento objetivo -> lugar
Domicílio -> local onde a pessoa se fixa com vontade de estar ali em definitivo.
Dois elementos - lugar e vontade (animus definitivo)
Casos que a lei fixa o domicílio:
1) indivíduo possui mais de uma residência. Será o domicílio qualquer uma delas.
2) indivíduo não possui residência. Domicílio será onde ele for encontrado.
3) domicílio geral - fixado pelas partes
domicílio legal - incapazes (representantes ) e funcionários públicos.
Registro das pessoas (art 9°CC)
Registramos:
I - Nascimento, casamento e óbito (registro civil)
Nome (oficialmente chamado de prenome) - nome da família (mãe) - nome da família (pai)
Nome é imutável
II - Emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz
III - Interdição por incapacidade absoluta ou relativa
IV - A sentença declaratória de ausência e de morte presumida
Averbação (nota de atenção, modificação registrada) art 10° CC
a) Separação judicial, divórcio, anulação de casamento e restabelecimento da união conjugal
b) Reconhecimento de filiação
c) Adoção
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Direitos da Personalidade (tem uma ligação com a constitucionalização do direito, eles são interpretados sob o olhar da Constituição, eles protegem direitos que dizem respeito à dignidade, é pilar constitucional a dignidade da pessoa; também tem relação com a crise do direito - crise do sistema -, onde o homem virou o centro da interpretação; sistema aberto)
Direitos inerentes à tutela da dignidade da pessoa. (Art.11 ao Art. 21 CC)
Criação da lei que foi disciplinada no Código Civil de 2002.
Direito à vida, imagem, nome, escritos, intimidade, proteção ao ato médico, corpo, psiqué.
Base doutrinária dos direitos da personalidade:
- Cristianismo (dignidade da pessoa)
- Jusnaturalismo (direitos inatos)
- Iluminismo (valoriza o homem em relação ao Estado)
Para aplicação dos direitos da personalidade, adotou-se a teoria monista. Significa dizer que todos esses direitos são tratados de forma igual.
A teoria pluralista, por sua vez, dá para cada direito um tratamento legal.
O Brasil adota a teoria monista.
Art.11 CC
Direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis. Não podem sofrer limitação o seu exercício.
Art.12 CC
Cesse a ameaça ou a lesão cabe indenização de direitos da personalidade.
Art.13 CC
Salvo com exigência médica, é proibido diminuição permanente da integridade física.
Art.14 CC
Doação do corpo para depois da morte; gratuita
Art.15 CC
Ato médico - intervenção cirúrgica -> necessita de autorização (da pessoa que sofrerá a cirurgia)
Art. 16, 17, 18 e 19 CC
Nome e do pseudônimo (apelido)
Art.20 CC
Imagem, escritos e da voz
Art.21 CC
Vida privada - intimidade
Pessoa Jurídica
I - Ficção jurídica criada por lei para disciplinar as relações de pessoas e de patrimônio.
Temos as pessoas jurídicas de Direito Público, interno ou externo e de Direito Privado.
A) Pessoas jurídicas de Direito (Público) Interno (Art 41 CC)
1 - União (Brasil)
2 - Estados (cuidam de habitação, segurança, saúde, educação, de forma direta), Distrito Federal e territórios
3 - Municípios
4 - Autarquias (criada em função da possibilidade de agir indiretamente - criam entes para executar funções que o Estado deveria executar)
Inclusive as associações públicas
5 - Demais entidades de caráter público criadas por lei.
B) Pessoa jurídica de Direito Público Externo (art 42 CC) (são criadas pelos Tratados Internacionais)
Estados estrangeiros e as regulamentadas pelo Direito Internacional Público.
C) Pessoa jurídica de Direito Privado (art 44 CC)
1 - Associações (pessoas; sem fim econômico, mas não significa que não tenha lucro)
2 - Sociedades (pessoas; com fim econômico)
3 - Fundações (patrimônio; sem fim econômico)
4 - Organizações religiosas (finalidade religiosa)
5 - Partidos políticos (finalidade política)
II - As associações (art 53 ao art 61 CC)
Pessoa jurídica de pessoas para fins não econômicos. São regulamentadas por um estatuto que definirá seus objetivos.
Características:
a) União de pessoas
b) Não tem finalidade econômica
c) Reguladas por um estatuto
d) No estatuto há previsão de uma assembleia geral que servirá para destituir os administradores e alterar o estatuto (1/2 mais um - o quorum - para mudar o estatuto)
e) Na dissolução o que restar do patrimônio será destinado a outra entidade de fim não econômico indicada no estatuto.
f) Art 54 do CC determina o que deve ter no estatuto da associação. Esta será registrada no cartório de títulos e documentos.
III - Fundações  (art 62 a 69 do CC) (elas têm isenção tributária, não pagam IPTU, por exemplo)
São pessoas jurídicas sem fim econômico criadas por doação patrimonial por escritura pública ou testamento.
Características:
a) São constituídas por lei somente para fins religiosos, morais, culturais ou assistenciais
b) Deverão possuir bens suficientes para sua finalidade
c) São reguladas por estatuto
d) São fiscalizadas pelo Ministério Público
e) Tem especificidades para mudar o estatuto (art 67 CC)
ONGs (Organização Não-Governamental) e OCIPs (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público)> são associações, fundações, organizações ou partidos políticos (ou seja, não visam fim econômico). ONG é uma distinção jurídica que ela recebe. Elas pagam menos impostos.
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Personalidade jurídica da pessoa jurídica
A pessoa jurídica é um ente jurídico criado por lei com nome próprio, registro próprio; estatuto próprio(regulamenta a pessoa jurídica) e principalmente patrimônio independente de seus membros (nome dela é um direito da personalidade; não se pode difamar o nome de uma pessoa jurídica, nem seus membros)
Tem suas ações independentes como comprar, vender e transacionar. Responde pelos atos (que tem repercussão econômica) praticados. Assim, se praticar algum ato condenável que caiba indenização, arcará com o prejuízo com seu patrimônio.
Teoria da desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica (desconsidero que ela não tem essa unidade, e então cobro dos sócios, do administrador público)
I - Caso Salomon - Século XIX - Inglaterra
ele tinha uma empresa; ele tomou dinheiro emprestado do banco e colocou sua mulher como dona da empresa, para não pagar o banco; então ele foi levado a uma decisão judicial; depois desta, criou-se a desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica.
II - Art 50 do CC de 2002
"Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial (criação de empresa off-shore, de empresa fantasma etc), pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica."
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Coisas e bens
Bem é tudo aquilo que é útil às pessoas (gênero).
Coisa é todo o bem econômico dotado de existência autônoma (individualizada), capaz de ser subordinado ao domínio das pessoas.
Três são os requisitos para que um bem seja coisa:
1) individualização
2) valor econômico
3) subordinação jurídica. O bem deve estar subordinado
a pessoa
Classificação
Ia - Bens considerados em si mesmos
1 - Bens corpóreos (corpo físico) e incorpóreos (criação do intelecto)
2 - Bens móveis e imóveis
2.1- Bens móveis
São os que tem movimento próprio ou podem ser removidos de um lugar a outro por força alheia sem que a mesma não altere a sua essência ou sua destinação econômica.
2.1.1 - Semoventes - animais
2.1.2 - Móveis por natureza
Ex.: cadeira, automóvel
2.1.3 - Móveis por força de lei (a lei diz que são móveis)
Eletricidade, direitos reais sobre bens móveis (penhor) e direitos pessoais de caráter patrimonial. Ex.: crédito no banco.
2.1.4 - Móveis por antecipação (antecipadamente são móveis; precisam de individualização)
As árvores e o material da construção das edificações
2.1.5 - Móveis em situação especial
Aviões e navios  (hipoteca -> garantia real de bens de coisa imóvel)
2.2 - Bens imóveis
2.2.1 - Bens imóveis por natureza
Solo e suas adjacências naturais
2.2.2 - Bens imóveis por força de lei
Hipoteca e os direitos de um processo de sucessão
2.2.3 - Bens imóveis por acessão física
Colocados pelo homem. Ex.: edificações e sementes no solo.
2.2.4 - Bens fungíveis e infungíveis (art 85 CC)
Fungível é aquele que pode ser substituído por outro de mesma espécie, quantidade e qualidade. Somente móveis.
3 - Bens consumíveis e inconsumíveis  (art 86 CC)
Bens móveis cujo uso importe em destruição imediata
Obs.: Por convenção (costume), um produto exposto na vitrine de uma loja é consumível. Ao ser vendido se torna inconsumível.
4 - Bens divisível e indivisível
Divisível é aquele que pode ser fracionado em porções distintas, iguais, sem alterar sua substância, uso a que se destina ou diminuição considerável do valor.
5 - Bens singulares e coletivos (depende da referência)
Singular é um bem único, individualizado.
Coletivo são vários reunidos.
IIa - Bens reciprocamente considerados
Principal e acessório
Principal é aquele que existe em si mesmo - ex.: terreno
Acessório depende do principal. Ex.: edificação no terreno
Nos acessórios temos:
a) frutos - utilidade periódica
b) produtos - utilidade extraída que diminui sua quantidade
c) benfeitorias - obra realizada na coisa para manutenção são as benfeitorias necessárias; para melhoria são as úteis e as para aformozeamento são voluptuárias.
IIIa - Bens em relação às pessoas
Públicos (pertence ao Estado) e privados (pertence ao indivíduo)
IVa - Bens considerados em relação a sua comercialidade
Bens no comércio (comercializados) e fora do comércio (intransferíveis, impenhoráveis)
Patrimônio - complexo de direitos e obrigações de uma pessoa suscetível a avaliação econômica
Patrimônio líquido é a diminuição dos direitos pelas obrigações.
Bem de Família
Lei 8009/1990 e arts 1711 e segs CC
"O imóvel residencial próprio do casal ou entidade familiar é impenhorável por dívida contraída pelo cônjuge, pais ou filhos que sejam seus proprietários."
Art 1711 CC: "Podem os cônjuges ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse 1/3 do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre impenhorabilidade de imóvel residencial estabelecidas em lei especial."
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I - Constitucionalização do Direito
Processo de adoção de princípios jurídicos (Constituição) como pilares de interpretação da norma jurídica para a análise de situações concretas, buscando segurança jurídica
Princípios são pilares de interpretação
- Princípio da dignidade da pessoa
- Solidarismo social
- Boa fé
- Função social (contrato e propriedade)
Estão elencados do art.1° e art 5°.
II - Crise do Direito
- Sistema fechado (Código) - aberto (homem)
- Interpretação - exegese - hermenêutica
- Institutos
III - História
- Hamurabi
- Imperio romano
- Lei das XII tábuas
- Código de Justiniano
...
- Direito português
- Direito brasileiro
Desenvolvimento da história no Brasil
IV - LIDB - 1946
- Interpretação da aplicação da lei
- Parâmetros de aplicação da lei (eficácia)
- Aplicação no tempo
- Momento de validade da lei ("Salvo disposição contrária..."
- Aplicação da lei -> ninguém se escusa...
* Fim social
* Analogia, equidade, princípios gerais de Direito
* Ato jurídico - Direito adquirido - coisa julgada
2nda Parte - LIDB
Aplicação da lei no espaço
Resolver os conflitos de adoção da lei quando as partes envolvidas são uma do Direito brasileiro e a outra do Direito estrangeiro.
Parâmetros -> Lei do domicílio e "Lex Loc"
IV - Pessoa - ficção jurídica
Marco teórico - parâmetro
Teoria natalista - Personalidade civil da pessoa - COMEÇA DO NASCIMENTO COM VIDA
Ficção jurídica - Nascituro - Teoria Conceptualista - STF definiu que concepção é o óvulo fecundado em desenvolvimento no ventre da mãe
Responsabilidade sobre os atos praticados -> CAPACIDADE
Incapacidade -> pessoa é representada pelos pais; na falta deles, um tutor
Relativamente capazes -> são assistidos pelos pais ou curadores
Parâmetro para a capacidade é a IDADE (18 anos). Mas existem exceções.
Direitos da personalidade -> direitos que estão ligados ao direito à vida, à imagem, ao nome, etc (constitucionalização do direito); se violados, cabe indenização. Tem intenção econômica (direito privado).
Ela responde pelo o que ela pratica no domicílio, que é o local onde a pessoa tem vontade definitiva de estar (animus).
Fim da personalidade da pessoa -> morte ou ausência (presunção do fim da personalidade; é de matéria econômica)
Pessoa jurídica -> ficção jurídica criada pela lei; ela tem personalidade jurídica
2 tipos:
de direito público: interno (definido pela Constituição) e externo (tratados internacionais)
de direito privado: já está na lei, e ela define a forma de constituição da pessoa jurídica
Personalidade jurídica da pessoa jurídica:
o ente jurídico tem autonomia de ação; estatuto próprio (parâmetros -> sede, sócios, direitos e deveres, administração e assembleia), nome próprio, patrimônio próprio, registro próprio.
Ela pode praticar todos os atos da vida civil, exceto os que são exclusivos da pessoa. Pode comprar, vender, emprestar, assimar contrato.
PJ - sofre um processo de desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica (parâmetros definidos no art.50 do CC)
Judicial
Fato jurídico
Acontecimento natural ou humano que cria, modifica e extingue direitos e obrigações às pessoas.
Fato jurídico:
- Natural -> nascer, morrer, tempestade
- Participação humana (ATO JURÍDICO) ->
* ato jurídico no sentido estrito: cumprindo a lei no sentido estrito; como se eu estivesse cumprindo uma formalidade legal; o elemento vontade é de cumprimento da lei; ex: registro do nascimento
* negócio jurídico: é quando eu assino um contrato de compra e venda, por exemplo.
* ato ilícito: é quando eu pratico uma vontade ilícita; tem a ver com dano econômico
A lei determina os elementos de validade do ato jurídico (art 186 CC)
- Capacidade do agente
- Licitude do objeto
- Forma da lei
- Possibilidade
Classificação
1) Gratuitos (doação)
Onerosos (compra e venda)
2) Unilateral
- uma vontade (testamento)
Bilateral (contrato)
Plurilateral (formação de uma associação)
3) Principal - existe em si (contrato)
Acessório - contrato com procuração
4) Formal (estrito)
Informal (legal)
5) Impessoal (para qualquer pessoa)
"Intuitu personae" (para pessoa específica)
6) Inter-vivos (entre vivos) ex: doação
Causa mortis (depois da morte) ex: testamento
Fato jurídico:
- natural
* nascer
* morrer
* evento natural com repercussão econômica
- humano (vontade)
Ato jurídico (fato jurídico humano):
- ato jurídico no sentido estrito (cumprir a lei)
- negócio jurídico (vontade)
- ato ilícito (ato viciado)
Fato jurídico
Acontecimento natural ou humano que cria, modifica e extingue direitos e obrigações às pessoas. Tem repercussão econômica.
Fato jurídico:
- Natural -> nascer, morrer, tempestade
- Participação humana (ATO JURÍDICO) ->
* ato jurídico no sentido estrito: cumprindo a lei no sentido estrito; como se eu estivesse cumprindo uma formalidade legal; o elemento vontade é de cumprimento da lei; ex: registro do nascimento
* negócio jurídico: é quando eu assino um contrato de compra e venda, por exemplo.
* ato ilícito: é quando eu pratico uma vontade ilícita; tem a ver com dano econômico
A lei determina os elementos de validade do ato jurídico (art 186 CC)
- Capacidade do agente
- Licitude do objeto
- Forma da lei
- Possibilidade
Classificação
1) Gratuitos (doação)
Onerosos (compra e venda)
2) Unilateral
- uma vontade (testamento)
Bilateral (contrato)
Plurilateral (formação de uma associação)
3) Principal - existe em si (contrato)
Acessório - contrato com procuração
4) Formal (estrito)
Informal (legal)
5) Impessoal (para qualquer pessoa)
"Intuitu personae" (para pessoa específica)
6) Inter-vivos (entre vivos) ex: doação
Causa mortis (depois da morte) ex: testamento
Fato jurídico:
- natural
* nascer
* morrer
* evento natural com repercussão econômica
- humano (vontade)
Ato jurídico (fato jurídico humano):
- ato jurídico no sentido estrito (cumprir a lei)
- negócio jurídico (vontade)
- ato ilícito (ato viciado)
Modalidades do ato jurídico
Situações acidentais que modificam a eficácia do ato jurídico.
I - Condição (art.121CC) vincula o negocio jurídico a evento futuro e incerto.
A condição pode ser:
a) causal (quase impossível): ex: ganhar na loteria
b) condição simplesmente potestativa fica no arbítrio da vontade de uma pessoa
Ex: se eu mudar para Lisboa...
c) condição puramente potestativa não é aceita em nosso ordenamento como disposto no art.122 CC. Vontade absoluta da parte.
Ex: toda vez que eu quiser eu aumento o aluguel.
d) condição mista: ato jurídico subordinado à vontade do agente e de uma terceira pessoa.
Ex: vendo meu lote de terreno se meu vizinho também vender.
II - Termo ou ato jurídico a termo (art 131 CC)
Termo é aquele que tem início e/ou fim determinado preciso. Evento futuro certo.
Ex: a mensalidade da Puc/mg
O prazo (art.132 CC) é um termo. É o lapso de tempo entre o termo inicial e o termo final.
Regras para se contar o prazo:
1) não se conta o primeiro dia e sim o último.
2) se o prazo tiver início no sábado, no domingo ou feriado passa a ser contado no primeiro dia subsequente.
3) se o prazo terminar no sábado, no domingo ou em feriado terminará no primeiro dia subsequente.
III - Ato jurídico modal ou encargo
Ato jurídico que vem vinculado a uma obrigação, um encargo a ser cumprido pela pessoa beneficiada. (a pessoa aceita se quiser)
Relação jurídica de Direito Privado
Segurança jurídica é vínculo que o Direito estabelece entre pessoas ou grupos, atribuindo-lhes poderes (direitos) e deveres (obrigações). Perlingieri define a relação jurídica como a regulamentação de interesses.
É vínculo jurídico estabelecido com segurança jurídica. Savigny diz: "Toda relação jurídica aparece-nos como relação de pessoa a pessoa determinada por uma regra jurídica". (Licitude)
Espécies de Relação Jurídica
1) relações jurídicas de personalidade (diz respeito aos direitos da personalidade)
2) relações jurídicas de Direito de Família
3) relações jurídicas patrimoniais
As relações jurídicas patrimoniais são as relativas às obrigações (contratos) e às de direitos reais (posse e propriedade).
As relações jurídicas nascem, modificam-se e extinguem-se por efeito de acontecimentos que tem eficácia no Direito, denominados fatos jurídicos.
Meios de prova no Direito Privado
1 - confissão
2 - documentos (públicos e privados)
3 - testemunhas
4 - perícia (técnica)
5 - presunção - processos lógicos que se sustentam na experiência. Relação que se estabelece de fatos passados para provar fatos presentes. Pode ser:
- Iuris tantum (admitem prova contrária)
- Iuris et deiure (não admite prova contrária)
Defeitos do Negócio Jurídico
Defeitos são anomalias na formação da vontade ou na declaração da vontade; são vícios que poderão fazer com que o negócio jurídico seja nulo ou anulável.
São os seguintes:
I) erro ou ignorância (tem que ser demonstrado; o Código do Consumidor protege essa ignorância)
Praticar o negocio jurídico com total desconhecimento
II) dolo - praticar o negócio jurídico utilizando artifício ou expediente malicioso (má fé). Há também o "dolus bonus" que é um exagero.
III) coação: praticar o negócio jurídico sob constrangimento ou ameaça.
IV) Estado de perigo: praticar o ato ou assumir ônus exagerado em função de situação de perigo.
V) Lesão: praticar um ato se obrigando a prestação desproporcional a obrigação a ser cumprida. (Juros leoninos -> acima do permitido)
VI) Fraude contra credores:
Alberto (credor) -> Dúilio (devedor) -> Teodoro (terceiro)
Ação repersecutória: consegue anular caso seja provado que Dúilio e Teodoro estavam macumunados.
(Ação pauliana)
VII) Simulação: declaração enganosa da vontade visando produzir efeito diverso ao indicado. Disformidade consciente realizada. Fenômeno da aparência.
O direito penal vê porque o indivíduo agiu assim, enquanto o direito civil não se preocupa com o nexo causal, e sim com o resultado.
Invalidade do Negócio Jurídico
Poderá o negócio jurídico ser nulo ou anulável. Será nulo se afetar os elementos de validade do negócio jurídico ou se a lei determinar. Será anulável nos vícios sanáveis se os envolvidos concordarem. Em ambos os casos terá uma sentença judicial.
Nulidade e Anulabilidade do negócio jurídico
1) Nulidade
Diz o Art.166 do CC:
"É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz.
II - for ilícito, impossível ou indeterminado o seu objeto.
III - o motivo determinante comum a ambas as partes for ilícito.
IV - não revestir a forma prescrita em lei.
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para sua validade.
VI - tiver por objeto fraudar a lei imperativa.
VII - a lei taxativamente o declare nulo, ou proibir-lhe a prática sem cominar sanção."
Art.167 CC: "É nulo o negócio jurídico simulado mas subsistirá o que se dissimulou se válido for na substância e forma."
2) Anulabilidade
Art.171 CC - Além dos casos expressamente declarados é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
3) Críticas à teoria das nulidades
1a) um ato somente pode ser dito nulo após sentença judicial (sentença declaratória).
2a) a doutrina adotada para declaração da nulidade tem efeito diferente em razão dos vícios. Quando analisa os chamados vícios graves relativos à existência deste opera "ex tunc" (desde o nascimento). Todavia, quando são os defeitos leves, anuláveis, opera "ex nunc" (desde a sentença)
Atos ilícitos
I - Art.186 CC: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária (dolo), negligência ou imprudência (culpa), violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral (dano pode ser material ou moral), comete ato ilícito."
- antijuridicidade
- dano
- nexo causao
Ação ou omissão -> nexo entre causa e efeito -> dano material ou moral
Excludentes:
a) legítima defesa
b) estado de necessidade
c) caso fortuito ou força maior
d) estrito cumprimento do dever legal
II - Abuso de Direito
Art.187 CC: "Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico e social, pela boa fé ou pelos bons costumes."
Abuso de Direito é ilícito
III - Enriquecimento ilícito (é um ato ilícito)
Arts. 884 a 886 CC
resquisitos:
a) diminuição patrimonial do lesado com aumento patrimonial do beneficiado sem justificação legal.
b) relação entre o empobrecimento de um indivíduo e o enriquecimento do outro.
Fato jurídico -> ato jurídico -> ato jurídico no sentido
estrito, negócio jurídico ou ato ilícito
Revisão:
Fato jurídico (acontecimento que cria, modifica e extingue direitos e obrigações)
O fato jurídico está intimamente ligado à personalidade jurídica, quando ele for natural (nascer/morrer)
O fato jurídico, quando estiver ligado à vontade, é ato jurídico (precisa ter agente capaz, ser lícito, ter forma - prevista/não proibida - e possível)
Relação jurídica (tem a ver com a crise do Direito -> constitucionalização do Direito -> adoção de princípios jurídicos (boa fé, função social, etc)
- Direitos pessoais
- Direito familiar (foi redefinido; é entidade familiar)
- Patrimoniais
* contratos -> redefinição -> da autonomia plena da vontade/autonomia privada passa a ter o Estado tutelando a vontade
* direitos reais (posse/propriedade)
Atos jurídicos podem ser:
- ato jurídico no sentido estrito (seguir a lei)
- negócio jurídico (modificam a eficácia do ato jurídico)
- ato ilícito
Eficácia do negócio jurídico
a) condição
Futura e incerta
b) termo
início/fim
Situação precisa
Espaço de tempo entre o termo inicial e final -> prazo
c) obrigação a cumprir (encargo)
Negócio jurídico viciado/defeituoso
Prova -> confissão, testemunhas, documentos (públicos e privados), perícia e presunção (interpretação; pode admitir prova contrária ou não)
Iuris tantum (prova contrária)
Iuris et iure (não admite prova contrária)
Vícios de negócio jurídico (podem ser anulados; tem a ver com a vontade) -> Erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo, fraude contra credores
Simulação e defeitos nos elementos de validade do negócio jurídico (capacidade, licitude, forma e possibilidade) -> podem ser nulos, pois tem a ver com sua existência
Nulidade ou anulabilidade (tem de provar e ter uma sentença)
Sentença judicial -> não tem o mesmo efeito para as situações de nulidade e anulabilidade
Sentença anulável -> ex nunc (desde a sentença)
Sentenca nula -> ex tunc (desde o nascimento)

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