Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIDADE - 6 ESCOAMENTOS EM MEIOS POROSOS 1 – EXTRAÇÃO DE ÁGUA DO SUBSOLO: Destacam-se as seguintes aplicações na engenharia civil: - Rebaixamento de lençóis; - Drenagens de pântanos; - Abastecimentos de água para usos: . Público; . Industrial; . Agricultura; . Pecuária; . Piscicultura e outros. 2 – QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS: - A ação da filtração lenta geralmente resulta em características fisicas compativeis com os padrões de potabilidade. Via de regra, não há necessidade de tratamento. - Geralmente são isentas de micro-organismos que estão presentes nas águas superficiais. - Sob o aspécto químico, podem conter sais solúveis impróprios para o consumo. 3 – FORMAÇÕES GEOLÓGICAS E AS POSSIBILIDADES DOS AQUÍFEROS: • Rochas ígneas: Estruturas maciças. A água está contida em falhas, fissuras ou fendas. • Rochas eruptivas: De origem vulcânica. A água é armazenada em fraturas ou em vazios. • Rochas sedimentares: - Calcáreos: Maciços impermeáveis. - Folhelhos: Resultantes da consolidação de argilas. São impermeáveis - Arenitos: Formados por partículas de areia fina. São permeáveis - Conglomerados: Formações homogêneas de pedregulhos consolidados. São permeáveis - Metafórficas: Resultantes das transformações da rochas ígneas 4 – CICLO HIDROLÓGICO: • O movimento constante da água constitui o ciclo hidrológico. - Se encontra em estado sólido nas geleiras; - Em estado liquido nos mares, rios e subsolo - Em estado gasoso na atmosfera. • A terra recebe continuamente energia solar suficiente para elevar em 1,94 º C, a temperatura de 1 grama de água por minuto em cada cm² de área. ∆Ө = 1,94º C t = 1 min. 1 g • O sol funciona como um grande destilador que evapora constantemente as águas dos oceanos; • Na atmosfera esse vapôr de água se condensa formando as nuvens; • As nuvens são arrastadas pelos ventos, caminham grandes distancias desaguam sobre os continentes. 2.1 • Durante as precipitações: - Uma parte se evapora imediatamente. - Outra parte é interceptada pelas vegetações. - O restante atinge as superfícies dos terrenos e das águas. - A água que atinge o solo, escoa (deflúvio) ou infiltra (percola). - A água infiltrada no solo percola pelas camadas permeáveis e ocupa os vazios formando as reservas subterrâneas. Figuras 1.1 –– 1.3 5 – INVENTÁRIO GLOBAL DOS VOLUMES DE ÁGUA: - Uso da água: ANA – 2001 - Os quadros 1.1 e 1.2 apresentam o inventário global das águas doce e salgada do planeta. - Maneiras de utilizar a água - fig: Ana - Variações do consumo de água – fig: Flutuação 6 – ÁGUAS SUBTERRÂNEAS: . Movimenta-se com velocidades baixíssimas, muitas vezes < 1 m/dia. . Estão armazenadas a até 10.000 m de profundidade. . Por razões práticas, são exploradas a até 800 m. Maiores cidades brasileiras abastecidas por poços artesianos: - Natal: 250.000 hb; 225 m³/h - Terezina: 200.000 hb; 180 m³/h - Ribeirão Preto: 200.000 hb; 180 m³/h Um poço que produz 50 m³/h é um bom aquífero; Um poço que produz 100 m³/h é um aquífero muito bom; Na GV, nossos aquíferos produzem ± 5 m³/h. Aquífero Guarani: - Estende-se por 1,2 milhões de km² - Tem 45 quatrilhões de litros de água - 70% dele está contido no Brasil - Abrange os estados: MT, MS, GO, MG, SP, PR, SC, RS 7 – AQUÍFEROS: Um solo para ser considerado como aquífero, não deve somente conter água em seus vazios; Deve também permitir que essa água possa movimentar-se e ser retirada atraves de drenos e poços. Um aquífero pode ser: Freático, Artesiano ou mixto fig 2.2 7.1 – AQUÍFERO FREÁTICO: . O lençol d’água se encontra, com a sua superfície livre, sob a ação da atmosfera; . São parcialmente saturados de água, cuja base é uma camada impermeável ou semi-permeável; . Seu topo é limitado pela superfície livre da água – superfície freática. Sob a pressão atmosférica. . Funciona com um conduto livre. Fig. 7.2 7.2 – AQUÍFERO ARTESIANO: A água nele contida encontra-se confinada por camadas impermeáveis. Sujeita a pressão maior do que a atmosférica; Enquanto que um poço freático o NA coincide com o nivel do lençol; num poço artesiano o NA poderá atingir qualquer cota; Quando a descarga d’água ultrapassa o nível da boca do poço, tem-se um poço artesiano “jorrante”. Fig 7.3 Funciona como um conduto forçado. A alimentação de um aquífero artesiano ocorre na região onde sua formação encontra a superfície do terreno; Essa região de contato com a superfície pode ocorrer a uma distancia considerável do local onde o poço foi perfurado; Assim, as condições climáticas, geológicas e hidrogeológicas observadas na área de perfuração do poço, não retratam as suas reais características 8 – PROPRIEDADES DOS MATERIAIS POROSOS: 8.1 – Porosidade (p): existente em uma amostra de solo. Fig 7.1 𝒑 = ∀𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐𝒔÷ ∀𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝒔𝒐𝒍𝒐 𝒙 𝟏𝟎𝟎 • Determina-se a porosidade de uma amostra de solo, medindo-se a quantidade de água capaz de saturá-lo. quadro 7.1 . Alta porosidade: p > 20% . Média porosidade: 5% < p < 20% . Baixa porosidade: p < 5% • Contudo, um bom aquífero não deve apenas conter água (ter alta porosidade); deve também permitir que a água se movimente e seja extraída. 8.2 – Suprimento Específico (Se): . Também denominado “produção específica” ou “porosidade específica”. . É a de um aquífero pela ação da gravidade – fig.2.8 𝑺𝒆 = ∀𝒅𝒓𝒆𝒏𝒂𝒅𝒐 ÷ ∀𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝒔𝒐𝒍𝒐 𝒙 𝟏𝟎𝟎 . Fenômenos como: forças capilares e tensões superficiais impedem a drenagem de toda a água contida nos interstícios de um aquífero. . O quadro 5.2 apresenta valores de suprimentos específicos. . Verifica-se que a argila, embora apresente uma grande porosidade (p = 55%), possui um reduzido suprimento específico (Se = 3%). Não é um bom aquífero. Tem dificuldade para liberar água. . Já a areia grossa, apresenta uma boa porosidade (p = 40%), e um bom suprimento específico (Se = 20%). É um bom aquífero. Exemplo 1: Um aquífero constituído de areia fina, tem uma superfície livre de 50 km² e uma espessura de 12 m. Estimar as quantidades de água armazenada e disponível nesse aquífero. Sabe-se que para a Areia fina: p = 30% e Se = 10% (quadro 7.1 e 5,2) . Quantidade de água armazenada: p = {V vazios ÷ V aquífero} x 100 30 = {V vazios ÷ 50 x 1000 x 1000 x 12} x 100 30 = {V vazios ÷ 6.000.000} V vazios = V armazenado = 180 milhões de m³ . Quantidade de água disponível: Se = {V drenado ÷ V aquífero} x 100 10 = {V vazios ÷ 6.000.000} V drenado = V disponível = 60 milhões de m³ 8.3 – Coeficiente de Armazenamento (S) – Definições: . . . Exprime a capacidade de armazenamento útil de um aquífero por unidade de área horizontal. . Representa a volume de água que efetivamente entra ou sai do aquífero por unidade de área e por variação unitária do nível piezométrico. { V ÷ A.h} = {m³/m².m} . É uma fração adimensional que representa o volume de água liberado por um prisma vertical do aquífero, com base unitária e altura equivalente a espessura do aquífero, quando se verifica um abaixamento de 1,00 m. Fig 5.2 . Para lençois freáticos: S = 0,01 a 0,35 . Para lençois artesianos: S = 0,00001 a 0,001 8.4 – Coeficiente de Permeabilidade (P) - Definições: - Representa a facilidade de um aquífero permitir a movimentação de água. - Para que a água se movimente de um ponto para outro, é necessário que haja uma diferença de pressão entre esses pontos. - É a quantidade de água que passa através de uma seção unitária quando a perda de carga unitária (gradiente) for hf = 1. (fig 5.4) - “P” é expresso em (vazão / área): (m³/dia . m²). . - O coeficiente de permeabilidade (P) depende do tamanho das partículas dos solos granulares; ou do tamanho das fendas em solos rochosos. - Esse coeficiente não dependesomente da porosidade do solo. - As agilas embora com alta porosidade > 50%, são bem impermeáveis. - Ao contrário, os arenitos com 15% de porosidade são muito permeáveis. - O quadro 5.3 apresenta os coeficientes de permeabilidade segundo Casagrande. 8.5 – Coeficiente de Transmissibilidade (T) - Definições: . . Representa a vazão de água que escoa numa faixa de espessura (m) e largura igual a unidade, quando o gradiente hidráulico for hf = 1. (fig 5.4). . Assim, tem-se: T: {m . (m³/m².dia)} “T” é expresso em (m²/h) ou (m²/dia). . Valores referencias para “T”: T < 0,50 m³/h.m: aquíferos apropriados para uso domésticos individuais; T > 5,00 m³/h.m : aquíferos apropriados para abastecimento publico. 9 – Lei de Darcy A velocidade de escoamento da água através de um aquífero saturado é proporcional à diferença de pressão hidráulica nos extremos e inversamente proporcional à distancia entre esses pontos. fig: 2.9 𝒗 ~ 𝒉𝟏 − 𝒉𝟐 ÷ 𝒅 Ou: 𝒗 = 𝑷 𝒙 𝒉𝟏 − 𝒉𝟐 ÷ 𝒅 Sendo: v: velocidade de escoamento; h: pressões nos pontos extremos; d: distancia entre os pontos extremos; P: coeficiente de permeabilidade - Essa lei é aplicada para escoamento laminar. - Em meios porosos o escoamento laminar ocorre quando o Re < 10. - Isso geralmente se verificar, pois as velocidades das águas nos aquíferos são muito baixas. - Sendo: 𝑄 = 𝑣 𝑥 𝑆(seção) - Tem-se: 𝑄 = 𝑆 𝑥 𝑃 𝑥 ℎ1 − ℎ2 ÷ 𝑑 - Ou: - “P” é expresso em (ℓ/dia.m²) ou (m³/m².dia) - “P” é uma velocidade. 9.1 – Medição do Coeficiente de Permeabilidade: - Pode ser medido em laboratório com o auxílio de um permeâmetro. Fig 2.10 - Para a sua obtenção, observa-se a quantidade de água que atravessa constantemente uma amostra de solo poroso, em um certo intervalo de tempo, sob um determinado diferencial de pressão. - Conhecendo-se: . Vazão do fluxo: Q . Seção transversal do aparelho: S . Gradiente hidráulico: I = {(h1 – h2) ÷ ℓ} - Obtêm-se: 𝑷 = 𝑸 ÷ 𝑺 𝒙 𝑰 Exercício – 2: Utilizando um permeâmetro de carga constante, com uma seção circular de Φ = 500 mm, com dois piezometros distantes de 0,5 m, obteve-se os seguintes dados: - Leitura no piezometro 1 = 1,50 m - Leitura no piezometro 2 = 0,90 m - Vazão constante Q = 0,10 ℓ/s Determinar o coeficiente de permeabilidade (P). P = Q ÷ (S . I) Q = 0,10 ℓ/s = 8,64 m³/dia S = π . Φ² ÷ 4 = π . 0,5² ÷ 4 = 0,196 m² I = {(h1 – h2) ÷ ℓ} = {(1,5 – 0,9) ÷ 0,5} = 1,20 m/m P = 8,64 ÷ (0,196 . 1,2) P = 36,7 m/dia Ou (que segundo o quadro 5.3 A. Casagrande é um bom aquífero, composto de areia limpa ou mistura de areia limpa + pedregulho) Exercicio – 3: Um lençol freático com espessura de 3,70 m é constituído de um material granular, cuja permeabilidade medida em laboratório é 43 m/dia. Entre dois pontos situados na mesma linha de corrente, distantes de 20 m, verifica-se um desnível da superfície do lençol de 1,26 m. Calcular a vazão de escoamento em uma faixa de 1 m de largura. Fig f Q = P . S . (h1 – h2) ÷ ℓ P: 43 m/dia S: 3,7 x 1,0 = 3,7 m² h1 – h2 = 1,26 m ℓ = 20 m Q = 43 m/dia . 3,7 m² . (1,26 m) ÷ 20 m Q = 10 m³/dia 10 – Hidráulica de Poços: 10.1 – Nível estático do poço (NE): É o nível de equilibrio da água no poço, quando ainda não há bombeamento. Fig. 7.9 10.2 – Nível dinâmico do poço (ND): É o nível de água no poço, em um determinado instante, quando a bomba está em operação. Fig. 7.9 10.3 – Nível dinâmico de equilíbrio (NDE): O nível dinâmico de equilíbrio ocorre quando a vazão de bombeamento do poço se iguala à sua vazão de alimentação. Nessa situação o nível dinâmico está estabilizado. Nota: Os níveis estático e dinâmico são medidos a partir da “boca do poço” (superfície do solo) 10.4 – Abaixamento ou depressão (s): Quando o bombeamento começa, o nível d’água abaixa no próprio poço e na sua vizinhança. fig 5.8 A queda do nível d’água é denominada . O maior abaixamento ocorre no próprio poço. O abaixamento decresce quando se afasta do poço. Tornando-se nulo a uma grande distancia. O abaixamento é medido a partir do nível estático. fig 5.3 10.5 – Cone de Depressão: É o lugar geométrico dos pontos de abaixamento de um aquífero. Quando um poço está sendo bombeado, forma-se em torno dele um cone de depressão com o seu vértice voltado para o fundo do poço. fig 5.5 Quando um poço está sendo bombeado a água se dirige para ele, vinda de todas as direções. fig 5.1 A velocidade de escoamento da água cresce a medida em que se aproxima do poço bombeado. fig 5.1 Em consequencia, há um aumento da velocidade e da perda de carga unitária. Como resultado, a superfície rebaixada da água apresenta uma inclinação crescente no sentido do poço em forma de cone. 10.6 – Raio de Influência (R): É a distancia do centro do poço bombeado até o limite do cone de depressão. O limite do cone de depressão coincide com o ponto onde a curva de depressão tangencia a linha do nível estático do poço. A situação de equilíbrio dinâmico ocorre quando o cone de depressão cessa de crescer. fig 5.2 11 – Fórmulas do Regime de Equilíbrio: São aplicadas quando se estabelece o nível dinâmico de equilíbrio. Deduzidas por Thiem (1906) a partir de simplificações introduzidas nas fómulas de Dupuit (1863). Hipóteses simplificadoras introduzidas por Thiem: i) Aquífero homogênio, infinito e isotrópico (mesma propriedades físicas); ii) O poço penetra toda a espessura do aquífero; iii) Coeficiente de permeabilidade constante; iv) Fluxo laminar (Lei de Darcy); v) Linhas de fluxo radiais; vi) Nível dinâmico de equilibrio (Qbombeada = Qalimentação) 11.1 – Fórmula para Poços Freáticos (Thiem) – Regime Equilibrado: - O aquífero funciona como se fosse um conjunto de cilindros – todos concentricos, contribuindo para o centro do poço bombeado. - De uma seção genérica afastada de um raio (r), tem-se a seguinte contribuição: 𝑄 = 𝐴 . 𝑣 𝐴 = 2 . 𝜋 . 𝑟 . ℎ (área da seção de um cilindro de raio (r) e altura (h) que é a espessura do aquífero no ponto). 𝑣 = 𝑃 . 𝑑ℎ 𝑑𝑟 (velocidade do fluxo no aquífero, Lei de Darcy) Portanto: 𝑄 = 2 . 𝜋 . 𝑟 . ℎ . 𝑃 𝑑ℎ 𝑑𝑟 Preparando a equação diferencial tem-se: 𝑄 . 𝑑𝑟 𝑟 = 2 . 𝜋 . ℎ . 𝑃 . 𝑑ℎ Resolvendo a equação diferencial tem-se: 𝑄 . 𝑑𝑟 𝑟 = 2. 𝜋. ℎ. 𝑃. 𝑑ℎ Estabelecendo os limites: Para: 𝑟 = 𝑟𝑝 → ℎ = ℎ𝑝 Para: 𝑟 = 𝑅 → ℎ = 𝐻 𝑟𝑝 𝑅 𝑄 . 𝑑𝑟 𝑟 = ℎ𝑝 𝐻 2 . 𝜋 . ℎ . 𝑃 . 𝑑ℎ Sendo: Q e P = constantes, tem-se. 𝑄. [𝐿𝑟]𝑟𝑝 𝑅 = 2. 𝜋. 𝑃. [ ℎ² 2 ]ℎ𝑝 𝐻 𝑄. 𝐿𝑅 − 𝐿𝑟𝑝 = 𝜋. 𝑃. (𝐻2 − ℎ𝑝 2) 𝑄 = 𝜋. 𝑃. ( 𝐻2 − ℎ𝑝 2 𝐿 𝑅 𝑟𝑝 ) 𝑄 = 𝜋. 𝑃. ( 𝐻2 − ℎ𝑝 2 2,3. 𝑙𝑜𝑔 𝑅 𝑟𝑝 ) Esta equação também pode ser aplicada para dois poços de observação instalados no local da exploração. Ficando: Onde: h2 e h1 → alturas de água medidas nos poços 2 e 1 r2 e r1 → distancias dos poços 2 e 1 ao bombeado Ou seja: Ao invéz de avaliar o próprio poço bombeado e o ponto extremo do cone (distancia R); avaliar o comportamento de poços auxiliares. 11.2 – Fórmula p/ Poços Artesianos (Thiem) – Regime Equilibrado: - O aquífero funciona como se fosse um conjunto de cilindros – todos concentricos, contribuindo para o centro do poço bombeado. - De uma seção genérica afastada de um raio (r), tem-se a seguinte contribuição: 𝑄 = 𝐴 . 𝑣 𝐴 = 2 . 𝜋 . 𝑟 .𝑚 (área da seção de um cilindro de raio (r) e altura (m) que é a espessura do aquífero). 𝑣 = 𝑃 . 𝑑ℎ 𝑑𝑟 (velocidade do fluxo no aquífero, Lei de Darcy) Portanto: 𝑄 = 2 . 𝜋 . 𝑟 .𝑚 . 𝑃 𝑑ℎ 𝑑𝑟 Preparando a equação diferencial tem-se: 𝑄 . 𝑑𝑟 𝑟 = 2 . 𝜋 .𝑚 . 𝑃 . 𝑑ℎ Resolvendo a equação diferencial tem-se: 𝑄 . 𝑑𝑟 𝑟 = 2. 𝜋.𝑚. 𝑃. 𝑑ℎ Estabelecendoos limites: Para: 𝑟 = 𝑟𝑝 → ℎ = ℎ𝑝 Para: 𝑟 = 𝑅 → ℎ = 𝐻 𝑟𝑝 𝑅 𝑄 . 𝑑𝑟 𝑟 = ℎ𝑝 𝐻 2 . 𝜋 .𝑚 . 𝑃 . 𝑑ℎ Sendo: Q, m e P = constantes, tem-se. 𝑄. [𝐿𝑟]𝑟𝑝 𝑅 = 2. 𝜋. 𝑃.𝑚. [ℎ]ℎ𝑝 𝐻 𝑄. 𝐿𝑅 − 𝐿𝑟𝑝 = 2. 𝜋. 𝑃.𝑚. (𝐻 − ℎ𝑝) 𝑄 = 2. 𝜋. 𝑃.𝑚. [ (𝐻−ℎ𝑝) 𝐿 𝑅 𝑟 𝑝 ] 𝑄 = 2. 𝜋. 𝑃.𝑚. [ (𝐻−ℎ𝑝) 2,3.𝑙𝑜𝑔 𝑅 𝑟 𝑝 ] Esta equação também pode ser aplicada para dois poços de observação instalados no local da exploração. Ficando: Onde: h2 e h1 → alturas de água medidas nos poços 2 e 1 r2 e r1 → distancias dos poços 2 e 1 ao bombeado Ou seja: Ao invéz de avaliar o próprio poço bombeado e o ponto extremo do cone (distancia R); avaliar o comportamento de poços auxiliares. Nas equações de Thiem utilizamos as seguintes unidades: Q: vazão (m³/h) P: coef. de permeabilidade (m/h) hp: altura de água no poço durante o bombeamento (m) rp: raio do poço bombeado (m) R: raio de influência do cone de depressão (m) H: altura estática no fundo do aquífero (m) m: espessura do aquífero (artesiano) (m) 11.3 – Cálculo da Permeabilidade de um Aquífero: - A determinação do coeficiente de permeabilidade de um aquífero, pode ser obtida em laboratório por meio de permeâmetros ou diretamente no campo. - Para obtenção desse coeficiente, no campo, utilizam-se poços de observação conf. fig. A e B. - Procedem-se os testes de bombeamento e registram-se os dados necessários para resolver as equações. - Este procedimento, permite a obtenção de uma permeabilidade média do aquífero, geralmente satisfatória. 11.3.1 – P/ Aquífero Freático – Regime de Equlíbrio: 11.3.2 – P/ Aquífero Artesiano – Regime de Equlíbrio: Sendo: Q: vazão (m³/h) P: coef. de permeabilidade (m/h) h1: espessura saturada no poço mais próximo do bombeado (m) h2: espessura saturada no poço mais afastado do bombeado (m) r1: distancia do poço de observação mais próximo do bombeado (m) r2: distancia do poço de observação mais afastado do bombeado (m) m: espessura do aquífero (artesiano) (m) Exercício – 4: Um poço com diâmetro de 2,00 m foi executado em uma região cujo aquífero freático apresentou uma permeabilidade P = 40 m/dia. Verificou-se no local que a espessura estática desse aquífero é de 5,00 m, que quando bombeado o seu nível desceu 3,00 m, e nessa situação estimou-se que o seu raio de influência foi de cerca de 30,00 m. Calcular a vazão que está sendo extraída desse poço supondo o “Regime de Equilíbrio”. Exercício – 5: Um poço freático com diâmetro 300 mm, está implantado em uma região cujo aquífero contém uma camada saturada estática de 15,00 m de espessura. Quando operava com uma vazão de 30,00 m³/h verificou-se em dois poços de observação situados a 5,00 m e 30,00 m, abaixamentos de 5,00 m e 3,00 m respectivamente. Calcular o coeficiente de permeabilidade desse aquífero, supondo o “Regime de Equilíbrio”. Exercício – 6: Em um poço artesiano com diâmetro 200 mm, registra-se inicialmente uma lâmina d’água de 30,00 m. Quando a vazão de bombeamento foi de 30,00 m³/h, verificou-se em 2 poços de observação distantes 10,00 m e 30,00 m abaixamentos de 8,00 m e 4,00 m respectivamente. Calcular o coeficiênte de permeabilidade desse aquífero, que tem uma espessura de 10,00 m, supondo “Regime de Equilíbrio” Solução do exercício – 6 Solução do exercício – 5 Solução do exercício – 4 Fig. “A” Fig. “B” 56 57 FLUTUAÇÃO HORÁRIA DE CONSUMO DE ÁGUA
Compartilhar