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Direito Alternativo como um movimento transformador da realidade social brasileira Igor Veloso Ribeiro “O homem não é a soma do que ele tem, mas a totalidade do que ainda não tem, do que pode ter.” Jean-Paul Sartre. RESUMO: Este artigo apresenta o Direito Alternativo como mais uma forma concreta de luta existente e posta à disposição daqueles que desejam combater a realidade social brasileira embebida de violência, exploração e miséria. Sob uma postura que comparte seus objetivos, o artigo estuda esse movimento apresentando a sua história, seu conteúdo teórico, sua ideologia, e efetuando algumas análises críticas. PALAVRAS CHAVES: Direito Alternativo; Justiça; Democracia; Movimentos sociais; Marxismo. ABSTRACT: This article introduces the Alternative Right as a factual way of strugle that exist and is set at disposal of those who desire combat the brasilian social reality absorbed by violence, exploration and misery. Under a posture that takes part of its purposes, the article studies this movement introducing its history, theory embasement, ideology, and at last, making some doctrine analysis through critics. KEYWORDS: Alternative Right; Justice; Democracy; Social movememts; Marxism. 2 1. Introdução. 2. Direito Alternativo como movimento. 3. Principais teorias que fundamentam o movimento alternativo brasileiro. 3.1. Os princípios gerais do Direito como limite do julgador – Amílton Bueno de Carvalho. 3.2. O novo paradigma jurídico como base nos movimentos sociais – Antônio Carlos Wolkmer. 3.3. O marxismo como fonte primária, não única, do Direito Alternativo – Edmundo Lima de Arruda Jr. 4. Outras considerações. 4.1. Qual o limite ao julgador? 4.1. O juiz deve se ater à lei? 4.2. Ainda críticas... 5. Conclusão. 6. Referências Bibliográficas. 1 – Introdução Direito alternativo é um movimento desviante em face à legalidade estatal, que bebe nas fontes do direito as quais não estejam ligadas ao Estado, às normas legislativas. Não coincide (ou não coincide de todo) o direito alternativo com a legalidade do Estado, pois, de outro modo, não lhe seria alternativa (não seria outro conteúdo: a palavra “alternativo” vem do latim alter, isto é, “outro”). Ou seja, direito alternativo só é tal pelo desvio, pela não-identificação, pela dessemelhança, em relação ao conteúdo da legislação estatal (conteúdo que também lhe é desviante e, portanto, lhe é também alternativo). Essa idéia de desvio é, de fato essencial à alternatividade jurídica. Com efeito, tal desvio não é de oposição ou luta entre um “direito informal (inoficial)” e um “direito formal (oficial)”, mas de um “sincretismo”, de maneira que entre eles existe uma “convivência contraditória”, existindo, assim, uma tensão dialética. Não se trata, simplesmente, pois, do uso alternativo (outro uso) das próprias leis do Estado, isto é, a interpretação delas que se procure fazer necessariamente no sentido do benefício geral, utilizando para isso de pequenas aberturas, existentes na prória legislação, e ampliando-se hermeneuticamente essas aberturas. Não é apenas o preater legem para benefício dos desprotegidos socialmente e economicamente, mas é o desvio aberto do sistema normativo estatal, é o contra legem – que se pode atuar explícita ou implicitamente, em nome da justiça social 1 . 1 “Justiça Social caracteriza-se por pretender corrigir as grandes distorções ocorridas em uma sociedade, diminuindo as distâncias e diferenças entre as diversas classes que a constituem. Objetivando a construção de 3 Para os alternativos se a coisa justa se opõe à lei positiva, não haveria a menor dificuldade em optar categoricamente pela primeira, porque, “de fato, toda a lei que contraria o justo natural carece de essência de juridicidade e não gera o dever de justiça, não vincula os indivíduos para os efeitos de respeito e obediência”2. Ademais, não se pode aceitar um conceito prévio de Justiça ( a Justiça por ser um valor e assim mutável de acordo com o contexto, não é um elemento científico, portanto não está no âmbito da juridicidade, outrossim, não devendo servir para informar, ler os fenômenos sociais), a ser utilizado, genericamente, por todos os juízes e para todos os casos a serem decididos. O princípio da justiça só pode ser entendido frente ao caso concreto, sendo um valor relativo a ser concretizado com fundamento na realidade vigente e não pode estar apartada das circunstâncias sociais e econômicas vividas pela população de um específico lugar e momento. Portanto, é na concretude que deve se verificar se ocorre ou não a Justiça. 2 – Direito Alternativo como movimento. Enfim, o que objetivamos agora não é traçar os limites epistemológicos do alternativismo juridico, mas apresentar um movimento que pretende ser mais uma forma de luta existente e posta à disposição daqueles desejos de permanecer degladiando-se contra a violência, a exploração, a miséria e todas as demais formas desabonadoras da pessoa humana, contra o status quo, a situação posta. A miséria existente no Brasil não é uma falha setorial do sistema capitalista responsável por sua forma de organização de vida. Bem ao contrário, é consequência dele. Neste país existem fatos reais envolvendo homens, mulheres e crianças, marcados pela mais absoluta desconsideração e crueldade, capazes de colocar em dúvida a própria existência, tanto de alguma racionalidade, quanto de qualquer solidariedade nos seres humanos. A culpa disso tudo não é exclusiva da classe política. Outras pessoas concretas, como empresários, latifundiários, representantes de multinacionais, também se beneficiam uma Sociedade Justa fundamentada sobre pressupostos naturais, isto é, baseada no Direito Natural, o que facilitaria a sua aceitação e assimilação por todos os povos cultos e incultos, civilizados ou não, uma vez que consideram o homem como o centro de seu estudo e desenvolvimento, nele reconhecendo direitos milenares de que é repositório (sic!), a dignidade a que faz jus e o respeito que deve merecer” MARINHO, Inezil Penna. O Direito natural como fundamento de uma teoria do direito justo e os pressupostos de uma sociedade justa. Brasília: Instituto de Direito Natural, 1979. p.48. 4 das relações geradoras de toda essa pobreza. São pessoas ricas, inteligentes, bem informadas e sabem muito bem o que fazem e o corolário de seu fazer. Possuem plena consciência de serem as condições de obtenção de suas riquezas a origem maior de toda pobreza e miséria existentes ao seu redor. Além da peversidade existente na sociedade civil, as instituições do Estado mais servem para aguçar que pacificar os conflitos sociais, estatuindo, assim, novas valas. O dinheiro público arrecadado por um sistema tributário injusto, incidente sobre a classe média e contra os trabalhadores, é distribuído, via corrupção, desmandos, benefícios, nepotismos, superfaturamentos, subfaturamentos, subsídios, mal uso dos bens públicos, e muitos outros meios, para um grupo de apadrinhados pelo poder, gente com capacidade de escandalosos desperdícios, tendo, muito perto das portas de suas casas milhares de pessoas que têm a miséria como pátria. A legislação não reprime semelhante prática e, em muitos casos, permite e mesmo a favorece. O Poder Judiciário, quando não age para beneficiar a essas gentes, garantindo seus privilégios excludentes que se vestem na forma normativa, mantêm-se inerte, administrando uma justiça seletiva, descompromissada com o mundo social. Cumprir a lei é a justificativa, mesmo atuando-se contra o próprio Estado de Direito 3 . A situação é calamitosa e está a exigir, há muitotempo, atitudes concretas em todos os meios sociais e organismos estatais, aí incluíndo o jurídico. O Direito Alternativo Brasileiro é uma atitude concreta assumida por um grupo de “Operários do Direito” contra uma realidade social considerada excludente. Algo havia de ser feito, urgia a necessidade de uma ação-reação. No campo da teoria do Direito, muitos equívocos foram cometidos, mas no campo da realidade social os acertos ultrapassam, em grande quantidade os erros. As propostas alternativas não buscam os privilégios, não se vinculam às elites. Seus membros, no tocante à auferição de vantagens pessoais e/ou profissionais, mais perdem do que ganham. Não são paladinos da justiça e não agem 2 OLIVEIRA, Gilberto Callado de. A verdadeira face do direito alternativo (introdução). Juruá: Curitiba, 2000. p.11. 3 “ ... Estado de Direito – sujeição do poder a princípios e regras jurídicas - , garantindo às pessoas e cidadãos liberdade, igualdade perante a lei e segurança.” CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional. p. 231 5 imbuídos de atitudes quixotescas. São homens e mulheres, comprometidos com a história de seu país e movidos por um objetivo comum. Talvez sejam todos sonhadores, mas ainda acreditam na possibilidade da transformação social e construção de novas formas de viver. Em termos teóricos, ou de elaboração de uma teoria jurídica alternativa, sempre existiram e ainda existem incertezas. Nesse aspecto, o tema pode ser visto sob o seguinte enfoque: de início, houve uma espécie de ira por parte dos juristas tradicionais, inclusive de alguns tidos como de esquerda, que passaram a atacar os juristas alternativos, qualificando- os de irresponsáveis, de despreparados sob o argumento de serem tais alternativistas geradores de insegurança jurídica. Com o desenvolvimento do movimento, muitos juristas, críticos em um primeiro momento, foram vendo a seriedade de seus objetivos e mudando de atitude, se não para adeptos, pelo menos, para a de respeito, mesmo sob fortes discordâncias ideológicas. As críticas continuaram. É o caso por exemplo, de juristas de extrema direita, pertecentes à Tradição, Família e Propriedade (TFP) 4 , para os quais o movimento alternativo está em colisão com a Doutrina Social Católica, por defender a luta de classes, o que é antinatural, um novo diabo. 5 De fato, os alternativos não estão de acordo com a divisão de classes. É certo partirem os alternativos de uma análise social que leva em conta a luta de classes, pois não aceitam o caráter natural dessas diferenças. Quanto à luta de classes e à concepção marxista do direito alternativo Clèmerson Merlin Cléve afirma que a doutrina jurídico alternativa é, na verdade, de inspiração marxista, pois obedece a um processo revolucionário cujo elemento dialético, o direito alternativo, apresenta-se como a antítese – e, depois, como superação - do direito tradicional. Seus teóricos introduzem as leis da dialética marxista na essência do próprio direito através da práxis, que é uma ação transformadora baseada na teoria dialética onde as decisões são uma práxis, decidir para transformar e não conservar, procurando explicá-lo 4 A TFP é o único grupo organizado que faz presente, rotineiramente, inclusive em revistas especializadas, sustentando argumentos contra o Direito Alternativo. 5 Inobstante não ser membro inscrito na T.F.P., o promotor de Justiça catarinense Gilberto de Callado de Oliveira defende seus postulados e com esta base ideológica escreveu o livro A verdadeira face do direito alternativo, supra citada, o único publicado especificamente para combater o movimento alternativo. 6 segundo o rítmo do materialismo histórico. O direito aparece assim como produto histórico, quando a sociedade humana se divide em classes antagônicas. E subsiste enquanto perdurar tal situação, enquanto ele for instrumento a serviço da classe dominante. Para eliminá-lo como sistema opressor abre-lhe um espaço de luta “orientado no sentido de reforçar o caráter libertador e democrático da juridicidade”6. A realidade jurídica brasileira embebida por uma teoria jurídica tradicional (conceituada como produção do cientificismo positivista) 7 insuficiente e limitada, porque se preocupa demasiadamente com a ordem estabelecida através dos valores segurança e certeza, típico de uma ordem burguesa do século XIX, com o ideal cartesiano (científico), tornou-se alvo de uma Teoria Crítica do Direito 8 insurgente e questionadora objetivando repensar e superar tal modelo, provocando uma autoconsciência dos agentes e dos grupos oprimidos que estão em desvantagem e/ou em desigualdade, que sofrem as injustiça por parte dos setores dominantes das classes ou elites privilegiadas, que buscam a superação de todo esse antagonismo social, em favor de uma sociedade de autonomia, autogestionária 9 . Tal pensamento jurídico crítico não pode desconhecer e deixar de embasar teoricamente o movimento alternativo - “a crítica jurídica de perspectiva dialética tem propiciado e favorecido empiricamente, no cotidiano do espaço societário e das instâncias institucionais, 6 CLÈVE, Clèmerson Merlin. Uso alternativo do direito e saber jurídico alternativo,em Lições de Direito Alternativo. 2ª ed. Acadêmica. São Paulo: 1992, vol. 1, p.118. 7 Cf. WOLKMER, Antônio Carlos. Introdução ao pensamento jurídico crítico. p.16. 8 “Enquanto o teórico “crítico” sabe dessa sua condição, o teórico “tradicional”, concebendo-se fora da dinâmica social e histórica, tem uma concepção distorcida de sua atividade científica e de sua função. Isso explica a posição política de um e outro. Enquanto esse último se resigna ao imobilismo e ao quietismo, justificando-o coma ideologia da neutralidade valorativa, o teórico não tradicional assume sua condição de analista e crítico da situação, procurando colaborar na intervenção e no redirecionamento do processo histórico em favor da emancipação dos homens em uma ordem social justa e igualitária.” FREITAG, Bárbara. A Teoria crítica : ontem e hoje. p.42. 9 “Pretendo ocupar-me do Direito como sociabilidade determinada, no marco mais amplo dos movimentos de constituição de uma sociedade de autonomia, que constitui uma nova cidadania como potência de liberação, fundadora da política como potência de liberação no interior de limites auto-estabelecidos. A cidadania como força jurídica e política que constitui o Direito e Política, sem passar pelas mediações idealizadas de um pensamento jurídico obcecado em transformar o Direito em um “idioma” de obrigação e obediência”.WARAT, Luís Alberto. O Direito e sua Linguagem. p.108 7 tendências ou variantes que se desdobram e ao mesmo tempo integram-se como o ‘Direito Alternativo’”.10 Tal tensão cognoscitiva sobre o que é, a função, e os valores que desempenha o direito, nestas correntes que se contrarestam, mostram quão palpitante é a discussão e a riqueza que se desenvolve a partir desta preocupação acerca do lugar do direito nos dias de hoje. Com efeito, as censuras mais incisivas estão sendo efetuadas por tais juristas tradicionais. Para eles, o Direito Alternativo é impraticável, porque não apresenta um método, uma teoria e coloca em xeque o Estado de Direito e a própria Democracia, alegando a instabilidade resultante da práxis alternativa. Buscou-se amenizar oimpacto dos ataques que o movimento alternativo tem sofrido. Muitos teóricos, então, lançaram-se em estudos para desenvolver um método ou uma teoria alternativa, capaz de responder às acusações e de fundamentar teoricamente, o movimento. Todos os ânimos principiam da concepção da crise do paradigma liberal legal e do próprio Direito, tendo em vista, como ele se apresenta inserido numa sociedade capitalista. 3 – Principais teorias que fundamentam o movimento alternativo brasileiro As teorias que mais se destacaram até o momento são: os princípios gerais do Direito como limite do julgador, apresentada por Amílton Bueno de Carvalho; o novo paradigma jurídico com base nos movimentos sociais, elaborada por Antônio Carlos Wolkmer; e a proposta apresentada por Edmundo Lima de Arruda Júnior, no intento de ser o marxismo o referencial teórico, a fonte primária do movimento, sem se confudirem. Estas sobressaem-se e merecem uma análise particularizada. 3.1– Os princípios gerais do Direito como limite do julgador – Amílton Bueno de Carvalho 10 FREITAG, Bárbara. A Teoria Crítica: ontem e hoje. p.101. 8 É notória a ineficiência do atual ordenamento jurídico nacional para dirimir a atual demanda por justiça social e, muito menos, de sua incompetência para resolver os problemas da população, através do uso da norma-regra que não possui um espectro albergador capaz de apresentar as respostas aptas aos problemas sociais que cada dia surgem mais complexos, atípicos e multidiciplinares quanto à sua compreensão. De modo que o exercício silogístico de hermenêutica tradicional não responde a contento, porque não possui identidade entre o preceito da norma-regra com a situação fática. Não podemos, entretanto, encarar essa desserventia como uma crise geral do Direito e/ou do paradigma liberal legal. Ocorre, possuir toda a burocracia judiciária graves problemas de legitimação (A maioria do brasileiros não confia na Justiça; não acredita na igualdade jurídica, acha que na prática de um mesmo crime serão tratados, pelo Poder Judiciário, de forma mais rigorosa, os negros em relação aos brancos e os pobres em relação aos ricos 11 ). Mesmo aos juristas defensores da ordem legal estabelecida e hegemônica fica difícil negar que o Direito Positivo não protege os interesses dos grupos minoritários, e como tal, excluídos. Em que pese o fato de a ordem vigente não praticar a justiça social (porque não gera inclusões, na medida em que não muda as estruturas), como deveria e deseja os juristas alternativos, não significa “uma profunda crise” e, muito menos, que esteja agonizando. Ao contrário, ele está sólido e cumprindo sua função. Na verdade, o fato de o sistema jurídico estar contextualizado na realidade capitalista e de sua ideologia liberal, nos faz desacreditar num possível fim próximo como resultado de sua profunda crise. Haja visto que, historicamente, os fatos e evidências demonstram o contrário, em analogia com o capitalismo, o Poder Judiciário se reinventa (O Poder Judiciário está se reciclando, contruindo novos fóruns, tribunais, modernizando-se, para enfrentar, a seu modo, as novas demandas). O capitalismo consegue se recompor e se reforça nessas crises. Portanto, há de se ver com muita cautela a tão propalada e muito esperada crise do paradigma liberal legal. Amílton Bueno de Carvalho desenvolve seu raciocínio sobre os Princípios Gerais do Direito, incluídos os Direitos Humanos, como limite ao julgador. Argumenta que o juiz 11 Cf. ANDRADE, Lédio Rosa de. Introdução ao Direito Alternativo Brasileiro. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1996. p.304. 9 alternativo deve usar alternativamente as normas, de forma constante, sempre que possível, favorecendo a maioria da população, ou seja, os pobres. Em não sendo possível, para consumar uma injustiça no caso concreto, deve romper com a legalidade para materializar a Justiça, pois a brutal realidade socioeconômica do Brasil assim autoriza. Assevera existirem muitos julgamentos contra a lei, sempre para favorecer os fortes. Então, o contrário deve ser feito. O juiz, segundo ele deve ter liberdade de julgar sem parâmetros, a seu juízo pessoal (Princípio do livre convencimento motivado). Os parâmetros são critérios concretos, contextualizados historicamente e orientados pelos princípios universais e gerais do jurídico, respeitando-se os Princípios Gerais do Direito. “O limite de atuação passou a ser outro, ultrapassando a legalidade estreita, para alcançar os princípios gerais do direito do mundo civilizado (aqui se incluindo os direitos humanos). E estes princípios são tidos como históricos, construídos pela sociedade civil na caminhada em busca da utopia vida em abundância para todos. Estes princípios servem de norte interpretativo de todo o fenômeno jurídico e dão conteúdo racional ao ato decisório.”12 (Grifo nosso) Apesar de ser, Amílton Bueno de Carvalho, teórico precursor do alternativismo no Brasil, sua teoria se mostra com alguns problemas epistemológicos, vejamos: o primeiro deles já na própria conceituação de Princípios Gerais do Direito. Afinal o que isso significa? A própria teoria jurídica acusada de dominante e opressora possui seus princípios gerais e, certamente Carvalho não fala deles. Afirmar serem os princípios históricos construídos pela sociedade civil também não diz muita coisa. A história da humanidade, e nela incluídos os Princípios Gerais do Direito, não é traçada pela sociedade civil, mas por grupos que dão curso forçado aos seus valores e idéias. Os Princípios Gerais não são oriundos de uma voluntè generàle de Rosseau, mas de quem detém e se apropria da riqueza material. Mesmo aceitando a autonomia e autodeterminação da sociedade civil, resta um outro problema: quem vai decidir quais os princípios criados por ela? Isso sempre foi tarefa 12 Ibid., p.124. 10 do dominantes 13 . Até mesmo os Direitos Humanos, realidade tão importante e pela qual se deve lutar para ver sua aplicação efetiva, é uma declaração patrocinada pela Organização das Nações Unidas, um órgão multinacional bem distante do povo, instituido para orientar a nova fase que o capitalismo teria que enfrentar no pós-guerra, a chamada guerra fria. Emblematizando o capitalismo, a Democracia e a luta pelos Direitos Humanos como elementos idênticos. “O Direito como um todo, os Princípios Gerais do Direito e o Sistema Normativo, não pode ser estudado, interpretado e/ou aplicado senão como produção do poder, mesmo sendo para fundamentar uma atividade jurídica, qualquer atividade jurídica que é, em primeira e em última instância, uma atividade política. Aí está a razão pela qual o sistema normativo ora protege, ora reprime um mesmo bem jurídico, como, por exemplo a liberdade.”14 Assim, eleger como referência os Princípios Gerais do Direito, acaba sendo repetição de velhas práticas, com fórmulas vazias. Trata-se de um equívoco que o Direito Alternativo não pode cometer ou, pelo menos, deve estar atento para todas estas implicações. 3.2 – O novo paradigma jurídico como base nos movimentos sociais – Antônio Carlos Wolkmer Wolkmer, crê que o modelo jurídico tradicional está submetido a uma crise de hegemonia. Não aceita o monismo jurídico e sugere uma mudança paradigmática no Direito, para construir um novo fundamento de validade e um espaço societário de auto- regulamentação autêntica. Propõe um “Direito Comunitário”, com fundamento em várias fontes de produção normativas. Busca pensar o fenômeno jurídico de forma diversa à 13 “ Quando vai se disciplinar uma determinada ordem de interesse social, a autoridade competente não caminha sem umroteiro predelineado, sem planejamento, sem definição prévia de propósitos. O ponto de partida para a composição de um ato legislativo deve ser o da seleção dos valores e princípios que se quer consagrar, que se quer infundir no ordenamento jurídico. Ciência que é, o Direito possui princípios estratificados pelo tempo e outros que vão se formando – in fieri. São os princípios que dão consistência ao edifício do Direito, enquanto os valores dão-lhe sentido. A qualidade da lei depende, entre outros fatores, dos princípios escolhidos pelo legislador.” (Grifo nosso)., NADER, Paulo. Introdoção ao Estudo do Direito. 19ª ed. Forense: Rio de Janeiro, 2000. p.194. 11 tradicional positivista, vendo nas lutas de classes e conquistas da sociedade, dos movimentos populares, uma nova “práxis” de formação do Direito. O Alternativo aparece como “novo Direito” e tal projeto passa, nos dias atuais, obrigatoriamente, “pela definição de uma racionalidade emancipatória, pelo questionamento dos valores e pela fundamentação de uma ética política da ‘práxis comunitária’, pela redescoberta de um ‘novo sujeito histórico’ e, finalmente, pelo reconhecimento dos movimentos e práticas sociais como geradoras do pluralismo jurídico”15. Assevera que a Justiça assume significado diverso, todavia, o sentido específico de Justiça Social é o que deve ser abraçado por esse “novo Direito”. Decerto que, para a formação desse “novo Direito” a participação de movimentos sociais é de vital importância, na medida em que, constituem uma fonte privilegiada de produção jurídica dentro do pluralismo jurídico. Entretanto, deixa claro que nem toda manifestação ou movimento social organizado é justo e legitímo, verbi gratia, o PCC (Primeiro Comando da Capital), Comando Vermelho, Ku-Klux-Klan. Sobre tal problema, afirma: “ A ausência de respeito à vida humana, de eticidade e do valor ‘justo’ esvazia a validade desses ‘direitos’ ou dessas práticas irracionais de ‘Justiça’. Portanto a legitimidade dos direitos produzidos pelos agentes coletivos emergentes dependem intimamente do ‘justo’, do ‘ético’ e do respeito à vida humana”16. Com efeito, após discutir as bases teóricas de seu processo de formação crítica, Wolkmer localiza o prosseguimento deste processo enquanto objetivo de “fundamentar a proposta de um direito novo, que, em contexto alternativo, possa se prestar ao projeto de ampliação popular de auto-exercitar a sua participação como agente determinante, ativo e soberano no encaminhamento de seus interesses e na direção de seu próprio destino”, assim desenvolvendo o pluralismo jurídico. O Movimento Sem-Terra é exemplo vivo de tal pluralismo, como novo sujeito constitutivo de direitos. 14 ANDRADE, Lédio Rosa de. Introdução ao Direito Alternativo Brasileiro. p.309. 15 WOLKMER, Antônio Carlos. Contribuição para o projeto da juridicidade alternativa. In Lições de Direito Alternativo 2. Op. cit., p. 31. 12 3.3 – O marxismo como fonte primária, não única, do Direito Alternativo – Edmundo Lima de Arruda Jr. Por último passemos à análise da tese do professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Edmundo Lima de Arruda Jr., em que assevera ser o marxismo fonte primária do Direito Alternativo, no entanto, não única. Com efeito que, ao se buscar construir epistemologicamente as diretrizes do Direito Alternativo não há motivos para aderir à doutrina marxista sob pena de dogmatizar o alternativismo jurídico, amarrar o movimento a uma determinada doutrina é limitá-lo aos seus adeptos, de modo que, pode-se extrair do marxismo seu método de análise da sociedade e suas críticas ao capitalismo, pois permite ilustrar que existe um sistema que somente sobrevive através de uma lógica de exploração, entretanto, “ servir de suporte teórico para fundamentar uma denúncia, não implica servir de delimitação teórica para o agir do jurista, mormente do juiz, o que nega qualquer necessidade de eleger o marxismo como fonte primária do Direito alternativo.”17 Edmundo Lima de Arruda Jr. afirma que não há uma ideologia que ofereça trânsito para todos, de maneira que, para os alternativistas, não existe mais que um objetivo comum, ao qual aderem os descontentes com a ordem estabelecida, sendo que tal adesão é justificada pelas mais diversas formas de ler o mundo, e não por seguirem determinada ideologia. O Direito, no entender do autor, é um fenômeno de poder, e por isso não possui um método perfeito, uma teoria neutra e não é uma ciência autônoma, no sentido de uma desvinculação das relações sociais. O Direito deve ser desmistificado e visto como realmente o é: regras de conduta oriundas do jogo de poder na sociedade, ou um fenômeno de exercício de poder de maneira normativa. É constituído por normas, por textos prescritivos, mas também, por um discurso 18 , praticado pelo juiz, pelo promotor, enfim, pelos operadores do direito, com o objetivo de ser certa e justa a distribuição de poder na 16 WOLMER, Antônio Carlos. Direito Comunitário Alternativo: elementos para um ordenamento teórico – prático. In Lições do direito alternativo 2. ob. cit., p. 133. 17 ANDRADE, Lédio Rosa de. ob. cit., p. 316. 18 Para Foucault o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas e os sistemas de dominação, mas sim, aquilo pelo qual se luta, é o poder pelo qual nos queremos apoderar. Cf. FOUCAULT, Michel. ob. cit. p. 7. 13 sociedade. No entanto, certifica que seu funcionamento pode ser regido por uma teoria aberta, sem prescrições morais prévias, sem intenções de perenidade e universalidade, relacionada com os fenômenos históricos, sociológicos, filosóficos, políticos, econômicos e ideológicos, inserida na dialética social. Assevera ainda que o Direito Alternativo não pode prescindir de uma teoria, mas deve afastar-se da fetichização jurídica. 4 – Outras considerações. 4.1 - Qual o limite ao julgador? Existem ainda outros pontos controversos que merecem consideração. Um deles, é justamente saber, quais os reais limites impostos ao julgador? Se se considerarmos que nossas pretensões quando em juízo estão vulneráveis a todo tipo de susceptibilidades, tais como, o humor do juiz no dia do julgamento, a troca de magistrado, o nervosismo das testemunhas, a classe social da parte, enfim, as contigências que passeiam pelo cotidiano de um fórum ou tribunal, percebemos que tais vicissitudes acabam com qualquer esperança de certeza e segurança jurídica, de modo que, todas as teorias desenvolvidas até o momento com o desejo de reponder tal questão são conhecidas por suas falhas, ambigüidades e falácias. Portanto, não é dificíl concluir que não há limites teóricos perfeitos, pois a lei (Direito Positivo) é sempre vista e aplicada politicamente. Veja o que comenta Andrade: “Não se trata da constatação genérica de estar o Direito vinculado à Política, mas sim, aos objetivos políticos perseguidos pela sentença, ao se decidir um caso concreto. A fonte alternativa do Direito está localizada nessa esfera política e nela deve-se trabalhar, mas compromissado com a miséria e a opressão. São, ainda, palavras subjetivas, mas podem servir de começo para uma prática de transformação (que já existe) e para uma teoria jurídica aberta e democrática.”19 É bastante conhecido o discurso jurídico hegemônico sobre a prática política da Ciência Jurídica. De fato, as leis são elaboradas obedecendo os mais variados jogos de conveniências. Conforme afirmou Ferdinand Lassale em 1862, uma Constituição é o19 Ob. cit. p. 321. 14 resultado das forças de interesses e poder. O mesmo pode ser dito sobre todo arcabouço jurídico estatal. Tal jurista teve a perspicácia de transmitir, em linguagem simples, o verdadeiro significado, não só de Constituição, mas de toda norma estatalmente produzida. “Esta é, em síntese, em essência, a Constituição de um país: a soma dos fatores reais do poder que regem uma nação. Mas que relação existe com o que vulgarmente chamamos Constituição? Com a Constituição jurídica? Não é difícil compreender a relação que ambos os conceitos guardam entre si. Juntam-se esses fatores reais do poder, os escrevemos em uma folhha de papel e eles adquirem expressão escrita. A partir desse momento, incorporados a um papel, não são simples fatores reais do poder, mas sim verdadeiro direito – instituições jurídicas. Quem atentar contra eles atenta contra a lei e por conseguinte é punido. Ninguém desconhece o processo que se segue para transformar esses escritos em fatores reais do poder, transformando-os dessa maneira em fatores jurídicos. Está claro que não apareça neles a declaração de que os senhores capitalistas, o industrial, a nobreza e o povo são um fragmento da Constituição, ou de banqueiro X é outro pedaço da mesma. Não isto se define de outra maneira, mais limpa, mais diplomática.”20 Portanto, por ilustração, no processo constituinte que elaborou a Constituição brasileira, muitos grupos organizados pressionaram os constituintes, de forma que, não se pode dizer que o texto constitucional, fruto de todas essas pressões, é científico, neutro, apolítico. Ao contrário, resulta do jogo de poder. Os interesses melhor organizados, com maior força de pressão, foram os mais beneficiados. No âmbito do Direito as coisas não se processam diferentemente, os operadores do Direito usam desses jogos de interesse (poder) para fazer valer os seus desideratos. Observe 15 que no Brasil, os julgadores mais reacionários se apegam, de forma extremamente legalista, às leis antigas, elaboradas, em sua maioria, sob ditaduras militares ( Código Comercial, Código Penal, parte especial e etc) e buscam restringir as normas modernas de conteúdo social e recheadas de normas gerais, abertas (CR/88, Código do Consumidor, ECA, Novo Código Civil e etc), enquanto os progressistas procuram ampliar ao máximo estes últimos textos legais, restringindo os antigos. Essa é a luta ideológica, de classes, dentro do Poder Judiciário e um caminho para a elaboração de uma teoria jurídica efetivamente alternativa. 4.2 - O juiz deve se ater à lei? Por certo que, outro ponto controverso trata da obediência à lei. O Direito Alternativo reconhece a sua importância, mesmo que sua aplicação continue condicionada ao caráter político. Entretanto, vimos que, o parlamento, em sua maioria, identificado com as classes ricas, pende em favor destas na elaboração normativa, o que permite a perpetuação de privilégios e injustiças. De maneira que, tal classe se torna como que imune aos textos normativos, como se houvesse um Estado anômico para alguns brasileiros. Tal impunidade se estende desde consumo de drogas, falcatruas financeiras, até mesmo assassinatos. Inbostante tal impunidade, observa-se que a dialética social já conquistou importantes prerrogativas para os que lutaram por seus direitos, todavia, há a necessidade da batalha pela sua efetividade e eficácia, em que pese, será decisiva a atuação não só dos juristas alternativos, mas de todos que sejam comprometidos com a democracia. Outro argumento versa que as normas legais servem como uma espécie de limite ao julgador, pelo menos teoricamente, mesmo não o sendo, de todo, na prática forense. Considerando que o juiz é a personificação da Justiça, e que diante da inobservância do direito, a ele incumbe dirimir os conflitos adequando as normas abstratas e todos os valores que as circundam tornando-as concretas, concluí-se que o julgador alternativo não necessita preterir os requisitos formais do Direito Positivo, em especial o processual. De modo que, o princípio da motivação das decisões torna-se um aliado na medida em que a preocupação é julgar de forma comprometida com uma proposta de vida social, mas, 20 LASSALE, Ferdinad. A essência da Constituição. p. 17 – 18. 16 também, de fundamentar tal decisão, para persuadir e para permitir seu cumprimento nos termos desejados, a fim de dar eficácia à política latente. 4.3 – Ainda críticas... Há de ser abordada forte crítica contra o Direito Alternativo, inclusive efetuada por muitos juristas progressistas e simpatizantes do movimento. Alegam ser a prática alternativa perigosa, pois voluntarista, permite aos juristas reacionários, de direita, também usarem o Direito para seus fins, colocando em risco o Estado de Direito e a própria Democracia. Ora, o Direito é dialético, e as normas e o discurso jurídico sempre tenderão para o lado hegemônico, realidade não criada pelos juristas alternativos. Estes combatem os atuais detentores do monopólio do discurso jurídico, da produção legislativa e da interpretação do Direito, porque são pessoas não identificadas com as massas populares. Portanto, se perigo existe, sua origem é anterior ao movimento, faz parte da própria Ciência Jurídica e não foi criado pelos alternativos. 5 - Conclusão Diante de todo o exposto, percebemos que o Direito Alternativo cada vez mais se destaca como um novo ramo do Direito, e como tal passa do plano meramente utópico para uma realidade viva e pujante, realidade esta que busca através do Direito e seus institutos tornar a “Justiça” mais engajada com a problemática social, mais célere, mais justa. Um exemplo concreto da busca por uma justiça alternativa é a disseminação dos Juizados Especiais, criadas com competência para o processo e julgamento de causas de reduzido valor econômico. Primeiro, com a promulgação da Lei Federal n. 7.244, de 7 de novembro de 1984, que regulamentava a criação e funcionamento dos Juizados Especiais de Pequenas Causas, depois tal lei foi revogada com a promulgação da Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995, que instituiu os Juizados Especiais, tanto no âmbito da jurisdição civil quanto no da jurisdição criminal, com competência para conciliação e julgamento, no campo da jurisdição civil, das causas cujo valor não exceda sessenta vezes o salário mínimo vigente, as enumeradas no art. 275, II, do nosso Codex procedimental, bem como nas ações de despejo para uso próprio e as possessórias sobre bens imóveis cujo valor não exceda a 17 quarenta salários mínimos. Sobre a matéria ora em tela veja o que assevera Ovídio Batista: “Estas justiças especiais, para as causas de reduzida expressão econômica, foram inspiradas nas experiências de outros povos, particularmente nas Small Claims Courts, existentes nos Estados Unidos da América, foram sugeridas pela Lei Federal, cabendo aos Estados cria-las ou não, segundo seus próprios critérios de conveniência, numa tentativa de introduzir no Brasil uma forma de justiça alternativa, despida do formalismo próprio das cortes de justiça ordinária, e de índole mais participativa e menos profissionalizada e burocrática, através da convocação de juízes não integrantes dos quadros do Poder Judiciário, e com o nítido sentido de justiça conciliadora, menos técnica e mais democrática.”21(Grifo nosso) O Direito Alternativo surge, então, como um bálsamo rejuvenescedor, injetável, nas veias senis, secas, sujas e obstruídas do Judiciário nacional, residindo, assim, em tal nota transformadora, sublime, e não obstante grandiosa, o desiderato de que a Justiça aconteça. Cabendo a nós, estudantes, professores, profissionais, enfim, operários do direito,tal busca incessante, através do nosso mais importante intrumento de trabalho e de luta, o argumento. Sem mais delongas, faço minhas as palavras de Carlos Augusto Pires Brandão, Juiz Federal no Piauí: “Não há mais espaço e tempo para centralismos políticos. O direito está sempre em construção, devendo as normas de convivência merecerem uma interpretação aberta. Os fluxos de informações, ao encurtar distâncias nas redes integradas de comunicação e interligar o mundo, quase em tempo real, atingem estruturas de segurança que dão sustentação à sociedade. Em meio a antagonismos de valores que integram em processos não-hierarquizados, a composição de conflito na Democracia só se legitima mediante atuação jurídica argumentativa, persuasiva, criativa e transformadora.”22 6 – Referências Bibliográficas 21 SILVA, Ovídio A. Baptista da. Curso de Processo Civil. vol. 1. Processo de Conhecimento. 6 ed. rev. e atual. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2002. Págs. 55, 56. 22 BRANDÃO, Carlos Augusto Pires. O intérprete na sociedade atual. Revista da Justiça Federal do Piauí, Teresina, 1 (1): 153, 154. 18 ANDRADE, Lédio Rosa de. Introdução ao direito alternativo brasileiro. 1ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1996. 341 p. ARRUDA JÚNIOR, Edmundo Lima de. Lições de direito alternativo 1. São Paulo: Acadêmica, 1992. 171 p. ________, Lições de direito alternativo 2. São Paulo: Acadêmica, 1992. 207 p. BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. 22 ed. atual. São Paulo: Saraiva, 2001. 515p. BRANDÃO, Carlos Augusto Pires. O intérprete na sociedade atual. Revista da Justiça Federal do Piauí, Teresina, 1 (1): 151-154, dez. 2000. CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito constitucional. 6 ed. Coimbra: Almedina, 1993. 1504 p. CARVALHO, Amílton Bueno de. Direito alternativo na jurisprudência. São Paulo: Acadêmica, 1993. 216 p. CASTRO, Celso Antônio Pinheiro de. 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Artigo intitulado “O DIREITO ALTERNATIVO COMO MOVIMENTO TRANSFORMADOR DA REALIDADE SOCIAL BRASILEIRA” publicado pela revista do Instituto Camillo Filho Scientia et Spes n. 6, ano III. 20
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