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1 Terceira Tarefa de Matemática - MAT020 Primeiro semestre de 2013 Responda às questões abaixo e justifique sua resposta. Descreva o seu raciocínio e explique o significado das equações ou funções que venham a ser utilizadas. Comente a intenção de cada procedimento. Questão um (BOLHA INFLACIONÁRIA) Alguns períodos inflacionários são chamados de “bolha”. Vamos descrever a variação do preço p(t) durante um momento inflacionário localizado. Uma bolha inflacionária segue o seguinte princípio: a taxa de variação da inflação sofre uma retração proporcional ao preço p(t) e outra retração proporcional à inflação p’(t). Em termos diferenciais temos que o preço durante o período de bolha inflacionária está sujeito à seguinte equação: p’’(t) + αp’(t) + kp(t) = P. (1) Em que α > 0 e k > 0 são as constantes de proporcionalidade e P > 0 é uma constante denominada preço de estabilidade. Vamos analisar as soluções da equação (1) no caso em que α = 2 e k = 1. Com estes valores a equação da bolha inflacionária é: p’’(t) + 2p’(t) + p(t) = P. (2) a) Verifique que p(t) = (At + B)e-t + P é solução de (2) quaisquer que sejam as constantes A e B. b) Calcule A e B sabendo-se que o preço inicial é p(0) = P e a inflação inicial é p’(0) = I. c) Esboce o gráfico de p(t) do item anterior. Comente e justifique indicando regiões de crescimento, concavidade, pontos de máximo e limites laterais e no infinito. Questão dois (EXCEDENTES DO CONSUMIDOR E DO PRODUTOR) Um feirante, empiricamente, traçou a seguinte curva de demanda e preço para suas vendas de tomate: se o preço for 1 real o quilo, consigo vender 100 quilos de tomates por dia; se o preço for 2 reais o quilo, consigo vender 70 quilos de tomates por dia; se o preço for 4 reais o quilo, consigo vender 50 quilos por dia; com o preço a 6 reais o quilo, vendo 30 quilos de tomates; se o quilo for 8 reais, consigo vender só 10 quilos de tomates por dia. Uma planilha ordenada nos mostra a dinâmica do preço em função da demanda: (10, 8); (30, 6); (50, 4); (70, 2); (100, 1). O preço de equilíbrio estabelecido em decorrência de situações que envolvem fornecedores (preço de mercado) é de pe = 2. Vemos que há sempre consumidores de tomate qualquer que seja o preço e que o consumo aumenta à medida que o preço abaixa. O aumento de consumo não 2 necessariamente implica em aumento de consumidores, visto que uma mesma pessoa pode passar a comprar mais em razão da queda do preço. O conceito que formularemos abaixo não leva em conta o aumento do número de consumidores, mas somente o aumento do consumo. Note que a curva de demanda e preço não nos fornece nenhuma informação sobre a quantidade de consumidores, temos apenas a informação quantitativa do consumo. Ressaltamos, porém, que em um comércio varejista, em geral o aumento do consumo acompanha de perto o aumento de consumidores: supõe-se que o produto comprado seja para consumo próprio. Neste comércio é quase certo que um aumento do preço elimina consumidores do mercado. O raciocínio seguinte é o fundamento do conceito que formularemos: um consumidor que compraria tomate ao preço de 6 reais o quilo está comprando ao preço de 2 reais, o que é barato para ele. Logo, quando este consumidor paga 2 reais em vez de 6, sobra-lhe dinheiro - um excedente econômico. Devemos medir a totalidade deste excedente. Vejamos, 10 quilos seriam vendidos ao preço de 8 reais, mas foram vendidos pelo preço de mercado, ou seja, 2 reais o quilo. Logo, o excedente econômico neste patamar foi de 10x8 - 10x2 = 60 reais. No próximo patamar temos um excedente de 30x4 = 120 reais e o último excedente é de 50x2 = 100. O total do excedente é, portanto, 60 + 120 + 100 = 280 reais. O exemplo elucida de maneira, digamos, simplista a dinâmica da economia social: quando o preço aumenta de 1 real para 2 reais, uma parcela da comunidade deixa de comprar tomate e cai na faixa de escassez. A parcela social que só consegue comprar quando o preço está no ponto de equilíbrio, esta parcela está no limite entre o consumo e a escassez. Aqueles que comprariam tomates com preços mais altos estão na faixa da riqueza, ou seja, abundância de consumo. Se o preço de equilíbrio subir, consumidores antes em abundância econômica passam a integrar a faixa limite de escassez e mais consumidores entram na escassez total. Se o preço de equilíbrio abaixar a faixa de escassez diminui. Este conceito foi abordado por Karl Marx e formalizado pelo economista inglês Alfred Marshall no início do Século XX. A finalidade era tentar explicar as razões da pobreza no mundo econômico. O excedente econômico denomina-se, na economia ortodoxa, “Total Welfare” ou Excedente Marshalliano. Precisamos agora passar do modelo discreto para o modelo contínuo, pois o modelo discreto não nos fornece informação para pequenas variações de preço. Imagine uma curva de demanda decrescente em forma de escada com pequenos degraus formando patamares horizontais. Cada patamar indica o preço pi. A demanda determinada pelo preço pi será indicada por ∆qi. Com esta notação o excedente econômico é calculado por um somatório: 1 n i i e e i E p q p q = = ∆ −∑ . Na equação acima, n é o número de degraus que estão antes do ponto de equilíbrio, a saber, (pe, qe). 3 O processo de passagem para o modelo contínuo consiste em fazer o número n de degraus tender para infinito diminuindo cada vez mais seu tamanho. Este limite é exatamente a integral da função p = D(q) entre zero e qe. Logo, o Excedente Econômico E é definido por: 0 ( ) eq e eE D q dq p q= −∫ . a) Em cada caso determine o preço de equilíbrio pe, o excedente do consumidor e o excedente do produtor, ambos no ponto de equilíbrio. i) 2 22( ) 131 ; ( ) 50 3 3 q qD q S q= − = + ii) 2 2( ) 65 ; ( ) 2 5 3 qD q q S q q= − = + + iii) ( ) 245 2 ; ( ) 5D q q S q q= − = + iv) 16 1( ) 3; ( ) 2 3 qD q S q q + = − = + b) Um fabricante de peças de máquinas estima que q unidades de certa peça serão vendidas se o preço unitário for p = 110 - q reais. O custo total para produzir estas q unidades é C(p) = q3 - 25q2 + 2q + 3000. i) Qual é o lucro obtido com a venda de q unidades a um preço unitário de p reais? ii) Para qual valor de q o lucro é máximo? iii) Determine o excedente do consumidor para o nível de produção correspondente ao lucro máximo. Questão três (EDUCATED PERSONS) a) Assistam às obras abaixo: i) Ópera “Carmen” de Georges Bizet. ii) Filme “Carmen de Godard” de Jean-Luc Godard. iii) Filme “Carmen” de Carlos Saura. Comentem estas obras destacando características da personalidade e conduta da personagem Carmen em cada uma delas. b) Leiam dois livros seminais: i) “Madame Bovary” de Gustave Flaubert. ii) “Anna Karenina” de Leo Tolstoy. (Anna Kariênina de Liev Tolstói). Tracem paralelos e obliqüidades entre Carmen, Bovary e Karenina. 4 c) Analisem o caso Ângela Diniz tendo em vista as três personagens do item anterior. Quem é o herói em cada um dos quatro enredos? d) Entrevistem um professor da área jurídica utilizando-se do questionário abaixo. i) Por que o abandono da “lei de talião” com a implementação da “privação da liberdade” é considerado vantagem evolutiva no contexto da filosofia do direito? ii) Por que não se aplica o "common law system" no Brasil? iii) A decisão: “todos são iguais perante a lei” é tão séria quanto declarar que Papai Noel deve existir porque, do contrário, estamos indo contra o direito à fantasia infantil. Matar um morador de rua drogado é a mesma coisa que matar um estudante universitário? Comente. iv) O sufrágio universal é uma deturpação do conceito pleno de cidadania ateniense a qual deveria vigorar até hoje - para ser cidadão não basta ter certidão de nascimento, tem que desempenhar um papel expressivo na sociedade. O problema é que na democracia estendida (sufrágio universal) dependemosda maioria, e esta é quase sempre estúpida. Não há nada de sagrado na “sabedoria do povo”. Comente. v) Por que usar o ridículo eufemismo “justiça” em vez de declarar firmemente “vingança institucionalizada”? Por que o termo vingança se tornou moralmente errado? vi) Por que não lembrar da frase de Winston Churchill: “quando falo com os eleitores, duvido da democracia”? vii) A ONU é uma mistura de circo com mensalão. Um cabide de emprego para países de Terceiro Mundo. Comente. viii) Inclusão social! Não deveríamos falar em inclusão subalterna? O ícone desta inclusão subalterna é o mordomo: ele não quer ser igual ao seu senhor e nem ter as coisas dele. Reconhece a superioridade moral e financeira de seu senhor e se orgulha do cargo de mordomo. Não tem posturas ridículas como a de um trocador de ônibus cujo sonho é ser o motorista, a empregada que quer ser patroa ou imitar a patroa, o pião de obra que quer passar férias na praia ou viajar, a classe média baixa que quer visitar Miami ou subir na Torre Eiffel. Comente. ix) O sistema jurídico não deveria se preocupar mais com atitudes eficazes e menos com atitudes morais e éticas em vez de ficar se chafurdando em leis brilhantes e inócuas? x) Por que o sistema jurídico não considera o exemplo histórico da gloriosa e eficaz Pax Romana? A crucificação de Cristo foi um exemplo da eficácia da Pax Romana! Por que não lemos mais David Hume e o historiador inglês Edmund Burke e menos o ingênuo e vaidoso Rousseau? __________________________________________________________________ . O criminoso é punido taliter, ou seja, talmente, de maneira igual ao dano causado ao outro. A punição era dada de acordo com a categoria social do criminoso e da vítima. (Lei de Talião)
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