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M I N I S T É R I O D A E D U C A Ç Ã O
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
DEPARTAMENTO DE DIREITO
Campus Universitário - Morro do Cruzeiro – DEDIR
35400-000 - Ouro Preto - MG - Brasil
Fone (31) 3559-1545
�
Direito do Trabalho I
Prof. Amauri César Alves
 Fiama Vitória de Souza Assis
Resumo do Texto “Função Capitalista do Direito do Trabalho no Brasil”
O direito do trabalho no Brasil, além de desenvolver importância prática na concretização do princípio da dignidade da pessoa, tem uma função capitalista, que garante a proteção dos empregadores nessa seara. 
Afirmação do Direito do Trabalho como instrumento de concretização do Princípio Constitucional da Dignidade da Pessoa Humana.
É essencial a tutela do Direito sobre os direitos trabalhistas visando proteger o empregado frente ao empregador, visto que, no sistema capitalista, esse é hipossuficiente e requer maiores cuidados para que não tenha suas garantias constitucionais negadas.
Uma das funções básicas do direito do trabalho é propiciar melhoria das condições de pactuação de força produtiva. PATAMAR CIVILIZATÓRIO MÍNIMO.
A intervenção do Estado nas relações trabalhistas é essencial para conferir ao cidadão trabalhador um conjunto de direitos básicos, sem os quais não pode haver licitamente contratação de emprego.
Não é correta a afirmação de que o direito do trabalho atrapalha o Brasil e o tira da competitividade no mercado mundial, vez que este sistema jurídico é comum a quase todos os países capitalistas ocidentais.
2. Construção Histórica do Direito do Trabalho no Brasil em síntese: cenário de pouca pressão social e singelos avanços.
O primeiro marco que possibilitou a inserção do direito do trabalho no Brasil foi a abolição da escravidão em 1988. Com o fim da escravidão, desponta a necessidade de um trabalho livre e hegemônico, o que possibilitou o desenvolvimento de uma legislação esparsa entre 1888 e 1930. (Ideia liberal de contratação de trabalho, não cabia ao Estado intervir nas relações entre particulares).
Entretanto, o liberalismo não trouxe respostas satisfatórias a classe trabalhadora que não se sentia livre para contratar, vez que necessitava de um emprego, enquanto os empregadores possuíam diversos instrumentos para fazer valer a sua vontade. Isso tudo acarretou em exploração da classe trabalhadora, com jornadas de trabalho altas, exploração de mulheres e crianças, e um ambiente de trabalho opressor e desprotegido.
Foi com a atuação justrabalhista de Getúlio Vargas e com as pressões de algumas classes de trabalhadores industriais espalhadas pelo Brasil, que surgiu no Brasil a criação da normatização trabalhista.
As primeiras leis não rompiam totalmente com o liberalismo, mas já garantiam melhores condições de trabalho, trazendo regas mínimas de respeito como limite de idade, aposentadoria, férias, limite de jornada e outras.
Entre 1930 e 1945 o Brasil passou pela institucionalização do direito do Trabalho. A ver de 30 foi o marco para o desenvolvimento do dir do trabalho no Brasil. Não se trata de uma revolução popular, mas sim de uma mudança de governo, onde se tirou o poder das oligarquias e transferiu-o para um governo centralizado autoritário e populista com pretensões capitalistas e foco nas industrializações.
Os trabalhadores, contemplados desde então com regras básicas de proteção ao contrato, passaram a buscar essencialmente a preservação de seus direitos, sem uma clara e organizada movimentação social no sentido do questionamento do sistema capitalista no Brasil.
Em 1943, surge a consolidação das leis de trabalho. Em 1988, a CF traz avanços consideráveis para a classe trabalhadora. 
3. Funções (clássicas) do Direito do Trabalho.
O direito do trabalho é: dimensão dos dir. humanos; instrumento de concretização do princípio constitucional d dignidade da pessoa humana e o meio mais eficaz de distribuição de renda no sistema capitalista.
O Professor Maurício Godinho Delgado, em consonância com as particularidades atuais das relações socioeconômicas de prestação laborativa, destaca quatro funções do Direito do Trabalho: melhoria das condições de pactuação da força produtiva; modernizante e progressista; civilizatória e democrática e, por fim, sua função política conservadora
Assim, depreende-se que a função do Direito do Trabalho é corrigir as desigualdades sociais existentes entre empregados e empregadores, além de ser garantia de existência digna dos trabalhadores e de reprodução do sistema capitalista em condições civilizadas. 
4. Função Capitalista do Direito do Trabalho.
Pode-se dizer que a proteção trabalhista seria um mal necessário do ponto de vista do capitalista, talvez um subproduto a ser suportado pelas elites para a manutenção do status quo através do Direito do Trabalho.
4.1. Manutenção do status quo no modelo legislado brasileiro.
Tanto a classe trabalhadora quanto os empregadores têm a intenção que se mantenha o modelo legislado brasileiro, pois têm medo de que futuras mudanças possam ser prejudiciais.
O risco do desemprego torna o trabalhador brasileiro individualista, ocupado cotidianamente em defender seu posto de trabalho mesmo que para isso tenha que abrir mão de parte de sua dignidade ou de uma melhor qualidade de vida. 
4.2. “Culpabilização do Direito do Trabalho” e crises econômicas: discursos retóricos.
No Brasil, é comum jogar-se a culpa de crises no Direito do Trabalho. Delegando para este toda a causa do mal funcionamento do sistema capitalista. Na década de 90, essa culpabilização do direito do trabalho teve seu ápice. 
Entretanto, fato é que, mesmo colocando o direito do trabalho como “vilão” de uma sociedade capitalista, os empregadores ainda preferem não eliminar a legislação trabalhista, pois essa ruptura não seria muito vantajosa para o sistema capitalista, pois a eliminação do modo atual significaria a implantação de um novo, seja qual for, caracterizado por incerteza.
Assim, a ameaça de ruptura do modelo legislado de Direito do Trabalho no Brasil é parte integrante do processo de culpabilização implementado e sempre renovado, mas não passa de retórica tendente a imobilizar a classe trabalhadora que, sempre preocupada em manter seus conteúdos protetivos mínimos, acaba por manter o status quo.
4.3. Ausência de concretização de Direitos Fundamentais no âmbito das relações trabalhistas.
 Muitos direitos trabalhistas foram garantidos na CF 88, mas ate hoje alguns deles não foram implementados, o que causa estranheza, já que trata-se de direitos fundamentais assegurados aos cidadãos.
Enquanto o Poder Judiciário não reconhecer o óbvio, poderá ser visto como engrenagem essencial para a preponderância da função capitalista do Direito do Trabalho em detrimento de seu conteúdo eminentemente protetivo do trabalhador, ainda que assim não se aperceba.
4.4. Falência de Regras Constitucionais Trabalhistas.
Além dos direitos fundamentais, outras regras constitucionais também vem sendo feridas por uma interpretação errônea do poder judiciário.
Isso pode ser visto com o que vem acontecendo na regra do salário mínimo, com o limite mínimo de jornada.
A quem interessa a falência de regras constitucionais protetivas? O Direito do Trabalho, nos termos acima expostos, milita claramente em favor dos patrões, que encontram brechas e subterfúgios para descumprir direitos fundamentais, o que é um problema sério para a realização da proteção preconizada. Se tal ramo jurídico especializado não cuida de realizar plenamente as regras constitucionais em seu âmbito, é forçoso concluir que os interesses patronais acabam por reduzir o patamar civilizatório mínimo construído para a proteção da parte hipossuficiente da relação empregatícia.
4.5. Jurisprudência retrospectiva do TST.
Inicialmente a Súmula 85 do TST, que em seus incisos I, II e III[48] contraria o disposto no artigo 7º, inciso XIII da Constituição da República, que deve ser interpretado como definidor de limites para a exploraçãodiária e semanal de trabalho. Em seu inciso I a Súmula 85 permite a compensação de jornada por acordo individual escrito, sendo certo que o dispositivo constitucional citado exige negociação coletiva. Segue em seu inciso II com previsão de que o acordo individual possibilita a compensação de horários, desde que não haja norma coletiva em sentido contrário, desconhecendo que há regra constitucional contrária. Por fim, em seu inciso III, permite a Súmula 85 compensação de jornada tácita, em total desconformidade com a norma constitucional.
O Direito do Trabalho, como conjunto de regras, princípios e institutos voltados à regulamentação das relações de venda de força produtiva, embora tenha também função capitalista, deve ser um instrumento essencial de afirmação fática e jurídica dos preceitos fundamentais consagrados constitucionalmente
4.6. Vantagens patronais justrabalhistas em essência.
As principais vantagens advindas ao empregador em decorrência do Direito do Trabalho e que revelam claramente sua função capitalista são a previsibilidade, a planificação da concorrência e a fixação de mercado consumidor interno, pontos sensíveis e que permitem perceber uma lógica interna do sistema justrabalhista e que permite a perpetuação das elites no poder.
 Precarizar a contratação de emprego significa, em última análise, retirar consumidores do mercado e, consequentemente, enfraquecer o sistema capitalista, o que não é, obviamente, a pretensão do empresário que raciocina de modo coerente e lógico. Também por isso o Direito do Trabalho interessa diretamente aos empregadores, pois sua função capitalista permite a reprodução do lucro em patamares sempre elevados.
5. Conclusão.

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