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Resumo. Direito Ambiental - Curso Fórum (2015)

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Curso: TURMA REGULAR INTENSIVA ESPECIAL – Matéria: DIREITO AMBIENTAL – Prof: ANDRÉ QUEIROZ – 
Aula: 01 - Bloco: 1-4 
 
 
 
CURSO: TURMA REGULAR INTENSIVA ESPECIAL 
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
AULA 01 BLOCO: 1-4 
MATÉRIA: DIREITO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: DIREITO AMBIENTAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
 
 
 
 
 
Pontos: 
1. conceito e natureza jurídica do meio ambiente 
2. princípios 
3. controle das atividades 
4. competência 
5. responsabilidade civil, criminal e administrativa. 
6. licenciamento estudos ambientais 
 
 
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7. crimes ambientais 
 
1. conceito: 
 Artigo 225, caput, CRFB – “bem de uso comum do povo”. 
 
Artigo 99, CC/02 – classificação dos bens públicos: i- uso comum (acesso a esse bem é 
irrestrito. O uso é incondicionado. Não pode haver cobrança pelo seu uso. Ex.: rua, praça, praia 
etc.); ii – uso especial (o acesso pode ser restrito. ex.: prédio da policia federal, gabinete da 
prefeitura, maracanã (por enquanto), alguns museus etc. Pode haver cobrança. Uso pode ser 
restrito); iii- dominical (bens desafetados. É um bem que está sem destinação pública). 
 
Obs.: Praia – natureza jurídica – artigo 20, iii da CRFB/88. Bem público e pertence à União. 
 
Meio ambiente não é bem público. Divisão por biomas (ecossistemas com as mesmas 
características): pampas, pantanal, cerrado, mata Atlântica e Amazônia. 
 
O meio ambiente não pertence à administração pública. A lei fala que é ou a própria 
constituição fala. O meio ambiente pode até ser bem público se a lei disser ou a CF. 
 
Meio ambiente é um bem relevante de interesse público. Consequência: admite a 
intervenção do estado na propriedade privada. O estado pode intervir de forma drástica ou de 
forma branda (classificação de Diogo de Figueiredo Moreira Neto) (JSCF – supressiva ou 
restritiva). 
O ambiente é um bem de uso comum do povo. Ex.: parque nacional do Itatiaia é um bem 
público; praia é um bem público; a lei ou a CF disse isso. 
 
 
 
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Um rio na sua casa não é bem público. Existem áreas importantes para o meio ambiente 
que pertencem ao particular. 
 
O estado quando intervém de forma drástica o particular perde a propriedade. Na 
intervenção branda ou restritiva o particular não vai perde-la, mas ele vai ter uma restrição ao uso 
da propriedade. 
 
Ex.: sítio em Itaipava. Bem privado. É um bem particular, mas por ser um bem de interesse 
público o Estado vai restringir o uso (ex.: não pode desmatar). 
 
Seis formas de intervenção na propriedade pelo Estado: 
 
i- desapropriação: incide sobre bens imóveis; intervenção drástica. 
ii- requisição: incide sobre bens móveis; intervenção branda ou drástica. 
iii- ocupação temporária: intervenção branda. Ex.: zonas eleitorais (ocupa temporariamente 
a escola para no dia da eleição virar zona eleitoral). 
iv- servidão administrativa: intervenção branda. (ex.: servidão ambiental) 
v- tombamento: intervenção branda. Serve para proteção do patrimônio histórico, cultural, 
turística, paisagístico, arqueológico, artístico etc. Ex.: atividade cultural do Canecão foi tombada e 
não a faixada. 
Artigo 225, CF – todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
Vladmir passos – meio ambiente é essencial a sadia qualidade de vida. Visualizou cinco tipos de 
ambiente: natural; artificial (feito pelo homem. Ex.: paisagens artificias, monumentos artificiais...); 
intelectual (são todas as descobertas cientificas que melhoram a qualidade de vida do homem); 
histórico (só há uma sadia qualidade de vida um povo que tem memória. A memória é essencial a 
minha qualidade de vida; protegido pelo tombamento) e o ambiente do trabalho. 
 
 
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vi- limitação administrativa: sendo um bem particular o proprietário pode sofrer uma 
limitação administrativa. Propriedade privada de interesse público esse bem pode sofrer uma 
limitação administrativa. Ex.: por isso que não pode cortar uma árvore dentro da sua casa. 
 
Natureza jurídica do ambiente: 
 Ramos do direito público e do direito privado. Ramo do direito público é todo direito que 
rege a relação entre o estado e o particular. Ex.: penal, constitucional, etc. Ramo do direito 
privado é o que rege relações entre particulares. Ex.: empresarial, civil, etc. 
 
Direito ambiental? Não é público nem privado. O direito ambiental é chamado de direito 
transindividual/metaindividual. 
 
Luiz Paulo Cervincas – direito ambiental é ramo do direito público. Apesar de entender que 
o direito ambiental é um direito transindividual. 
 
 Direito transindividual – Sérgio de Mouro Amilton – é um ramo do direito que pertence a 
todos e a ninguém ao mesmo tempo. O direito ambiental é um direito que pertence a todos e a 
ninguém ao mesmo tempo. Por que? Pois é um direito que você tem não como um indivíduo, mas 
não como integrante da sociedade. Transindividual  i- difuso; ii- coletivo; iii- individual 
homogêneo. Protegidos através de ações coletivas. 
 
Direito difuso: titulares – são indeterminados e indetermináveis; objeto – indivisível, isto é, não 
pode definir a parcela de direito que cada um tem; e relação – é uma relação fática que une 
essas pessoas. Não há necessidade que haja uma relação jurídica entre elas. 
 
Natureza jurídica do meio ambiente – é direito difuso. Porque os titulares são indeterminados e 
indetermináveis. Todo mundo tem direito ao mesmo objeto. Existe uma relação fática entre essas 
pessoas. 
 
 
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Direitos coletivos: titulares – pessoas indeterminadas; objeto indivisível; relação jurídica-base. Ex.: 
recall de automóvel. 
 
Direito individual homogêneo – seus titulares são determinados, o objeto é divisível e a relação é 
fática. Ex.: prédio Palace II. Cada um tem a direito a uma indenização diferente. 
 
Artigo 225, §1º, III da CRFB – o poder público para proteger o meio ambiente pode criar as “áreas 
especialmente protegidas”. 
 
Quem cria uma área especialmente protegida? Poder público. Através de lei ou ato 
administrativo (ex.: decreto; resoluções). 
 
Suprimir ou reduzir uma área que já existe? Somente através de lei. (Artigo 225, §1º, III da 
CRFB. 
 
AGU (cespe): prefeito de determinado município do estado de Tocantins visualizando um 
interesse publico mediante decreto construí uma reserva extrativista. Criou mediante decreto. 
Pode criar, tudo certo. Após a criação do parque ele pede um parecer técnico do órgão 
competente, este emite um parecer dizendo que nem toda essa área pode ser reserva. O prefeito 
mediante decreto embasado num parecer técnico diminui a reserva. Não pode. É necessária a 
criação de uma lei para isso. 
 
 
 
 
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Aula: 02 - Bloco: 1-4 
 
 
 
CURSO: TURMA REGULAR INTENSIVA ESPECIAL 
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
AULA 02 BLOCO: 1-4 
MATÉRIA: DIREITO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: DIREITO AMBIENTAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
 
 
 
 
 
Unidades de conservação 
Lei 9.985/00(SNUC – sistema nacional de unidades de conservação) 
 
 Proteção integral – 
i- estação ecológica (preservar para fazer pesquisas científicas); 
ii- reserva biológica (serve para preservação da biodiversidade); 
 
iii- parque nacional (em razão das paisagens naturais. Beleza cênicas) ; 
 
 
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iv- refúgio vida silvestre (cria pois alguns animais se reproduzem em determinado local; 
v- monumento natural (determinada ação característica). 
 
Essas unidades de conservação podem ser em terreno público ou particular? 
 
Estação ecológica, reserva ecológica e parque nacional só em terras públicas. A lei diz que 
a criação depende da desapropriação do local. 
 
 Refúgio da vida silvestre e monumento natural podem ser em terras particulares. 
Intervenção branda. Ex.: reprodução de uma espécie nativa; ... 
 
 Uso sustentável – 
i- área de proteção ambiental (APA) – visualiza a ocupação do solo. Está preocupado 
com o desenvolvimento urbano. Tem que conter o desenvolvimento urbano. Também 
pode ser em terra particular. 
ii- área de relevante interesse ecológico (ARIE) – área que tem espécimes raras da flora. 
Também pode ser em terra particular. 
iii- reserva extrativista – protege a população tradicional. Só em terras públicas. Ex.: 
reserva extrativista dos seringueiros do Pará. 
iv- reserva desenvolvimento sustentável - proteção da população tradicional (a cultura 
delas é viver do extrativismo ou de algo diferente). Só em terras públicas. 
v- reserva de fauna – protege as espécimes de fauna em vias de preservação. Só em 
terras públicas. 
vi- floresta nacional – tem belezas cênicas e também preservar a biodiversidade. Só em 
terras públicas. 
vii- reserva particular do patrimônio nacional – pode ser em terras particulares. 
 
Está fora: reserva da biosfera – é muito ampla. Tem natureza de criação de modos 
autossustentáveis, preservação da espécimes alternativas, formas de energia... 
13 unidades de conservação 
 
 
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Para criar uma unidade de conservação precisa de um plano de manejo. 
 
Quem licencia? A princípio é o ente que criou a unidade de conservação (Menos APA). 
 
Ex.: Pode ter um refúgio da vida silvestre municipal, estadual ou federal. 
 
Essas unidades de conservação podem ser criadas pelo estado, município e união. Se tiver 
um parque nacional criado pela união quem vai licenciar é a união (exceto na APA). 
 
 Zona de amortecimento – fica no em torno de unidade de conservação. Serve para reduzir 
o impacto ambiental. 
 
 Corredores ecológicos – fluxo gênicos. 
 
 Intervenção humana – a diferença é que na unidade de conservação de proteção integral é 
isenção de interferência humana. O ser humano não pode interferir na propriedade (tem exceção: 
ex.: biólogo autorizado). Só para pessoas autorizadas e que utilize determinada técnica. 
 
 Racionalização - na unidade de conservação de uso sustentável a exploração é direta. Na 
de proteção integral só pode ser indireta. 
 
 
 
Áreas especialmente protegidas: 
 
 
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Vegetação – natural ou nativa. 
 
a) Área preservação permanente (APP) – 
 
Restinga; mata ciliar; encosta (45º de aclive); topo de morro – isso gera estabilidade. 
 
Obs.: Toda comunidade (favela) é irregular porque está em área de encosta. Essa vegetação é 
uma área de proteção permanente. 
 
Água em superfície é chamada de mananciais ex.: oceano, rio, lago ou lagoa; água subterrânea – 
lençol freático. 
 
b) Reserva legal – é uma imposição legal onde o legislador obrigou que mantivesse 
percentuais do verde. Pode desmatar nessas áreas, construir, explorar desde que respeito 
os percentuais. Amazônia – 80 % tem que ficar parada; cerrado 35%; demais 20%. Desses 
percentuais não conta as APP´s. 
 
Ex.: tem um terreno de 100 hectares. Na Amazônia legal. Dois rios cortando – área de 
preservação permanente. Se 20% corresponderem a APP eu tiro os 20% e sobra 80% do que 
sobrou eu tenho que preservar 80 do que sobrou. Do total tenho que preservar 64% do total do 
terreno desse exemplo. 
 
Pequena propriedade rural – chamada de economia de subsistência. Ex.: tem um lago, rio, 
vegetação de restinga. A lei fala que se pegar a vegetação de restinga e tirar pode ser que 
esvazie essa área economicamente. Na lei fala que pequenos lotes rurais de economia de 
subsistência esses percentuais podem ser alterados. 
 
 
 
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DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
AULA 03 BLOCO: 1-4 
MATÉRIA: DIREITO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: DIREITO AMBIENTAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
 
 
 
 
 
Como o poder público restringe o uso da propriedade? 
Art. 225, §1°, III, da CRFB/88: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo 
para as presentes e futuras gerações. 
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
 
 
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III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção; (Regulamento) 
O poder público pode criar áreas especialmente protegidas. 
Como podemos criar uma área especialmente protegida ou como que podemos ampliar uma 
área especialmente protegida já existente? Ela pode ser criada/ampliada por lei ou por ato 
administrativo (chefe do poder executivo por meio de decreto e resoluções do CONAMA). 
Todavia, para restrição ou supressão de uma área especialmente protegida só teremos a previsão 
de lei para tanto. 
Estas áreas são: 
1. Unidades de conservação (de proteção integral e de uso sustentável)  lei 9.985/00; 
2. Vegetação natural ou nativa  lei 12.651/12 (código florestal). Falamos em área de 
preservação permanente (área rural ou urbana) ou em reserva legal (só em área rural); 
3. Reservas indígenas  art. 231 da CRFB/88 e art. 20, XI, da CRFB/88. Como a terra 
pertencia à União, os índios têm a posse permanente das terras; 
4. Reservas quilombolas  art. 68 do ADCT deu a propriedade aos descendentes de 
escravos e que continuaram com as tradições naquelas áreas. 
 
Princípios 
Principio é o postulado, pensamentos, paradigmas que norteiam o estudo do ramo da 
ciência. 
Princípio da Prevenção: 
O meio ambiente é um direito difuso. O meio ambiente é um bem indisponível. O dano 
causado ao meio ambiente pode ser irreversível. 
Quando falamos em direito difuso temos que saber que ele é uma espécie de direito 
transindividual. Os titulares são pessoas indeterminadas e indetermináveis. O objeto é indivisível. 
A relação fática é que une os titulares e não uma relação jurídica. Não é um direito coletivo. No 
direito coletivo as pessoas são indeterminadas, mas podemser determináveis. No direito coletivo 
 
 
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o objeto é indivisível (é igual), mas as pessoas se unem através de uma relação jurídica (o que a 
doutrina chama de relação jurídica base). 
Estamos diante de um bem indisponível e assim não pode ser disposto. 
Se o dano é irreversível, o poder público tem sempre que evitar o dano ambiental. 
Prevenção tem a ver com o fato do poder publico evitar o dano ambiental. Prevenção é evitar. 
Como o poder público evita o dano ambiental? Ele exigirá os estudos ambientais e o 
licenciamento ambiental. O dano tem que ser evitado para toda atividade potencialmente 
poluidora que possa causar um significativo impacto ambiental. Ainda que a empresa não polua, 
mas o seu empreendimento tiver a capacidade para tanto teremos que ter o licenciamento. Se a 
exigência fosse para qualquer empreendimento seria criado um obstáculo à livre iniciativa (art. 
170 da CRFB/88). 
O principio da prevenção tem relação direta com atividades cujas consequências ambientais 
sejam conhecidas. O impacto ambiental é conhecido. Será conhecido através dos estudos 
ambientais e o licenciamento ambiental. 
 
Princípio da Precaução: 
Este princípio se relaciona com as atividades cujas consequências ambientais sejam 
desconhecidas. Aqui há dúvida e assim temos a proibição. Ex: alimentos transgênicos. Juntos 
com a proibição tem que fomentar os seus estudos. Ex: células tronco. 
O STJ ainda alega a diferença entre estes dois primeiros princípios com base no que a 
prevenção se relaciona não só com as consequências conhecidas, mas também com os impactos 
ambientais nas gerações presentes. Já a precaução guarda relação com impactos ambientais nas 
gerações futuras. 
A diferença, portanto, é que na prevenção faz-se licenciamento e estudos ambientais para 
saber as consequências presentes. A precaução tem relação com tecnologia, estudos 
tecnológicos, pois o que é desconhecido hoje poderá ser conhecido no futuro. 
O STJ menciona um e outro princípio pelo dizer de princípio da cautela. 
 
 
 
 
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Principio do Poluidor Pagador, Princípio do Usuário Pagador e Princípio do Protetor Recebedor: 
Estes três princípios tem vertente econômica. 
O que é internalização das externalidades? Externalidades são todas as decorrências 
naturais de uma atividade empresária, como por exemplo, uma empresa que para o conforto dos 
funcionários liga o ar condicionado. O fato de ligar o ar condicionado causa um impacto ambiental, 
um dano, porém é uma externalidade, é natural. A empresa terá o lucro com a sua atividade e 
sendo assim ela pagará pelo impacto ambiental (internalização). Sendo assim, a internalização da 
externalidade é o impacto que a empresa causa terá que ser pago por isso. 
O inciso VII do art. 4º da lei 9.938/81 fala que o individuo terá que pagar pelo uso de 
recursos ambiental com finalidades econômicas. 
Estes princípios são a pedra de toque entre o Direito Ambiental e o Direito Econômico. 
Para a configuração odo principio do usuário pagador é necessário haver o uso, enquanto 
que no princípio do poluidor pagador é necessário haver o dano ambiental. Quando há o dano 
temos que pensar na sua reparação e na indenização pecuniária. 
Estes princípios também servem para evitar o dano pagamento. 
Diferença entre recuperação e restauração: a recuperação ocorre quando o meio ambiente é 
colocado no estado quo antes. Na restauração, o meio ambiente fica da forma mais próxima 
possível do que era. 
O STJ assevera que o ideal é que não haja dano, mas se houver de maneira não proposital 
e com consequências brandas e se o poluidor reparar o dano de forma imediata e integral este 
não pagará a indenização pecuniária (ativismo judicial). 
O princípio do protetor recebedor está na lei 12.305/11 (lei dos resíduos sólidos). É a 
chamada economia inversa. Quando temos uma economia inversa aplicamos o principio do 
protetor recebedor. Quando fizer os estudos ambientais e quando se exigir o licenciamento as 
empresas têm que realizar os estudos e mecanismos da captação, transporte, acondicionamento 
e reciclagem (economia inversa). A responsabilidade do empresário não termina após a 
produção. 
 
 
 
 
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Princípio do Limite; Princípio do Equilíbrio; Princípio da Equidade Intergeracional 
Estes três princípios juntos formam o principio da sustentabilidade. 
Meio ambiente sustentável significa dizer em meio ambiente equilibrado. Equilíbrio entre 
poluição e desenvolvimento sócio econômico. 
Princípio do limite significa que o licenciamento só deve ser concedido para atividades 
poluidores em padrão aceitável. O principio da capacidade de suporte é uma melhoria do princípio 
do limite. A análise do padrão tem que ser variável, ou seja, existem lugares que a atividade será 
permitida por que a suporta e outras em que será proibida por não ter a capacidade de suporte. 
Mas isso pode ocasionar “bolsões de poluição”. 
O princípio do equilíbrio é uma ponderação. A proteção odo meio ambiente não é um direito 
absoluto porque temos que realizar a ponderação entre a poluição e o desenvolvimento sócio 
econômico que a empresa causará. 
A equidade intergeracional significa que o uso dos recursos do meio ambiente tem que 
respeitar as gerações futuras. 
 
 
 
 
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Aula: 04 - Bloco: 1-4 
 
 
 
CURSO: TURMA REGULAR INTENSIVA ESPECIAL 
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
AULA 04 BLOCO: 1-4 
MATÉRIA: DIREITO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: DIREITO AMBIENTAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
 
 
 
 
 
(continuação de princípios) 
Principio da função Sócio-ambiental da propriedade 
Estamos falando na verdade de direito urbanístico (H T R C: habitação, trabalho, recreação 
e circulação). Quando falamos na questão da cidade e função social da propriedade estamos 
preocupados com a forma com que as pessoas vão habitar na cidade, trabalhar, circular, etc. 
Art. 5º, XXII c/c XXIII, da CRFB/88: na verdade estamos falando de direito da propriedade. 
Garantida a propriedade está se garantindo o estado de direito. Gustavo Tepedino fala que a 
função da propriedade é cumprir com a sua função sócio ambiental. 
 
 
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O princípio da legalidade tem a ver com o estado de direito. A legitimidade tem a ver com o 
estado democrático (interesse público). Estado democrático de direito nada mais é do que o 
Estado regulado por leis que almejam o interesse público. Nelson Rosenvald fala que a defesa da 
propriedade é uma decorrência material da dignidade da pessoa humana. Celso Antônio Bandeira 
de Mello afirma que sempre que o Estado ofender direito do particular em razão da legalidade 
temos a chamada responsabilidade e toda vez que o Estado ofende o direito do particular em 
razão do interesse público temos a chamada responsividade. 
Art. 170: ordem econômica. VI: meio ambiente. 
Art. 186, I a IV e art. 182, §2º: propriedade rural e propriedade urbana. 
Quando falamos da propriedade urbana temos que ter o plano diretor municipal (lei 
municipal) em mente, que se baseará nas diretrizes gerais trazidas pela lei federal 10.257/01 
(Estatutoda Cidade). 
A propriedade rural tem que respeitar 4 aspectos: aproveitamento racional e adequado, 
relações trabalhistas, questões ambientais, e bem estar. 
Se a propriedade não cumpre coma função social o que acontecerá? Depende do tipo da 
propriedade, ou seja, se for rural ou urbana. Urbana: a indenização é feita com base em títulos da 
divida pública pagos em 10 anos. Rural: dívida agrária pagos em 20 anos. 
Fabio Konder comparado diz que temos dois tipos de justiças, pois quando falamos em valor 
justo falamos em justiça retributiva e justiça distributiva. A justiça retributiva é o valor de mercado. 
A distributiva não, pois nesta temos que pensar que aquela propriedade causou um prejuízo a 
sociedade e assim o Estado tem que indenizar uma parte deste prejuízo à sociedade. 
Art. 243: ainda que haja o respeito aos 4 aspectos e ao plano diretor estaremos diante da 
expropriação confiscatória. A CRFB fala em glebas. Teremos a expropriação confiscatória e como 
consequência o assentamento de colonos. Gleba é porção de terra. Gleba é propriedade rural ou 
urbana? O STF disse que temos que observar o princípio da razoabilidade, pois a desapropriação 
tem que ser contínua ou descontínua. 
 
 
 
 
 
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 Controle das atividades potencialmente poluidoras 
Poder legislativo 
Lembrar sempre do art. 49, XIV, XVI e XVII da CRFB/88. 
Atividade nuclear, exploração de terras indígenas, potenciais hidráulicas, recursos minerais, 
venda de terreno de área superior a 2.500 hectares. 
Atividade nuclear: art. 49, XIV, art. 225, §6º, art. 21, XXIII, art. 22, XXVI, art. 177, V. 
Terras indígenas: art. 49, XVI, art. 21, XI, art. 231, art. 109, XI. 
Potenciais hidráulicos: art. 20, VIII. 
Recursos minerais: art. 20, IX. 
 
 
 
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DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
AULA 05 BLOCO: 1-4 
MATÉRIA: DIREITO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: DIREITO AMBIENTAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
 
 
 
 
 
Art. 20, §1º: royalties. 
Temos uma compensação financeira para o respectivo Estado produtor. A ofensa disso seria 
em relação ao pacto federativo porque se ofende a autonomia orçamentária. 
A natureza jurídica dos royalties se é compensação financeira não pode ser encarada como 
participação nos lucros como alguns políticos estão entendendo. A compensação financeira é 
para compensar eventual dano ambiental. 
Quando se produz petróleo num Estado tem que investir em infra estrutura e este gasto será 
do Estado produtor. 
 
 
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Aula: 05 - Bloco: 1-4 
A CRFB já possui o esquema de divisão da riqueza do petróleo que é pelo art. 155, §2º, “g”, 
através do ICMS. Quem recebe o ICMS é o Estado de destino dos produtos feitos de origem do 
petróleo. 
Ao Congresso Nacional compete a autorização de alienação ode terras públicas com área 
superior a 2.500 hectares. Para isso tem que haver uma lei federal autorizativa e depois a 
desafetação da terra pública (não dar mais destinação pública ao bem). Transforma um bem 
público de uso especial em bem dominical. Os bens de uso comum possuem afetação máxima 
(Diogo de Figueiredo) e por isso não podem ser vendidos. Depois da desafetação tem que haver 
a avaliação prévia do bem. E posteriormente temos a licitação na forma de concorrência (art. 17 
da lei 8.666/93). 
 
Poder Executivo 
Como ele controla uma atividade potencialmente poluidora? 
O poder executivo controle através do exercício do poder de polícia ambiental (limitação do 
direito individual em prol do interesse coletivo). Este exercício terá os limites da legalidade e da 
dignidade da pessoa humana, que se restarem inexistentes teremos o chamado abuso de poder. 
O poder da polícia ambiental passa por fases: ordem, consentimento, fiscalização e sanção. 
 
Poder Judiciário 
O poder judiciário controle uma atividade potencialmente poluidora através da jurisdição. A 
jurisdição é inerte e assim precisa ser provocada. 
Como instrumentos temos a ação popular (art. 5º, LXXIII) e ação civil pública (art. 129, II).O 
legitimado para a ação popular é o cidadão. A ação popular serve anular ato lesivo ao patrimônio 
público, erário, probidade administrativa e ao meio ambiente. Sua sentença tem natureza 
desconstitutiva. Os legitimados da ação civil pública são as pessoas jurídicas de direito público, 
bem como as empresas públicas e sociedades de economia mista, MP e DP e associações que 
estejam constituídas há mais de um ano. Ingressam com uma ação civil publica para anular um 
ato lesivo bem como uma indenização e também adotar medidas assecuratórias (art. 475-J do 
CPC). 
 
 
 
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Aula: 05 - Bloco: 1-4 
Sociedade 
Estamos falando na verdade do MP que se utiliza do inquérito civil e do termo de 
ajustamento de conduta. 
Qual é a diferença do TAC para o CAC e para o termo de compromisso? 
O compromisso de ajustamento de conduta é a relação jurídica que existe entre o celebrante 
e o degradador. Esta relação jurídica tem que ser materializada pelo TAC (materialização do 
CAC). 
O TAC tem natureza jurídica de titulo executivo extrajudicial (art. 5º, §6º, da lei 7.397/85). 
Para celebrar TAC podem o MP, pessoas jurídicas de direito publico e a DP (para alguns). 
Qual a natureza jurídica do TAC celebrado no curso da ACP? Uma primeira posição afirma 
ser título executivo extrajudicial porque decorre da lei, ou seja, ope legis. Uma segunda corrente 
(Diddier) entente que todo acordo homologado judicialmente tem natureza jurídica de titulo 
executivo judicial. 
A homologação serve para dar eficácia executiva. 
 O TAC pode exigir obrigações não previstas na lei? Carvalhinho diz que sim desde que ele 
cumpra com a sua função social e tenha a sua homologação dada pelo juiz para dar-lhe eficácia 
executiva. 
O que fazer com a ACP quando celebrarmos um TAC? Uma primeira posição (Mazzilli) 
afirma que a ACP terá que ser suspensa porque só será extinta quando tivermos o cumprimento 
do TAC. Segunda posição afirma que a ACP será extinta porque caso o TAC não seja cumprido 
teremos a sua execução. Carvalhinho diz que será extinta pela perda superveniente do objeto da 
ACP. A posição mais correta é de Rogério Pacheco Alves e é no sentido de que será extinta pela 
falta de interesse de agir do MP. 
É possível um acordo no TAC? Sim, desde que verse sobre direito disponíveis. 
 
 
 
 
Matéria: DIREITO AMBIENTAL – Prof.: ANDRÉ QUEIROZ 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
MATÉRIA: COMPETÊNCIA. 
 
Indicações de bibliográficas: 
• Direito Ambiental, Paulo de Bessa Antunes, Editora Atlas. 
• Direito Ambiental, Paulo Affonso Machado. 
• Direito Ambiental Esquematizado, Editora Método. 
• Frederico Amado. 
• Luiz Paulo Servincas (não é muito aprofundado). 
 
Leis e artigos importantes: 
 ART. 23, 24, 30, 49 da CRFB/88. 
 Art. 2º, 3º da Lei 6.938/81. 
 Lei 11.107. 
 
 
Palavras-chave: 
 Ambiente, competência legislativa, fiscalizatória, licenciamento. 
 
 
TEMA: COMPETÊNCIA EM MATÉRIA AMBIENTAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
 
Contato: arqueiroz@globo.com 
 
Competência: 
 
Como os poderes controlam, assim como o MP. 
 
O poder executivo controlaatravés da polícia, dos órgãos do SISNAMA (L. 6.938). 
 
O Legislativo - ficar ligado no art. 49, XIV, LV e XVII. 
 
Poder judiciário - através de ação popular (o cidadão) e ação civil pública (MP). Nas ações 
podem ter pedido anulatório, condenatório, alguns sustentam haver litispendência, seguindo a 
primeira demanda. Na conexão segue a demanda do juízo prevento, e na continência onde 
houver o pedido mais amplo. 
 
1ª Corrente: se entende quem está entrando com a demanda é a sociedade, que visa anular o 
ato lesivo. 
2ª Corrente: outros autores entendem que é litispendência. 
 
 
Matéria: DIREITO AMBIENTAL – Prof.: ANDRÉ QUEIROZ 
3ª Corrente: entende que há continência e não litispendência, pois as partes seriam 
diferentes. 
4ª Corrente (Eros Grau): Entende que não há nada igual, para ele os processos correm 
separadamente. Ambas as ações estão na constituição, não haveria haver sentido em 
duas ações iguais na constituição. 
 
Natureza jurídica do TAC: Titulo executivo, há divergência se seria extrajudicial ou judicial. 
É cabível transacionar no TAC? A transação é uma forma indireta de adimplemento. 
 
 
 
Critérios: 
 
1. Legislar 
 
a) Hipóteses de competência exclusiva → atividade nuclear, questões indígenas potencial 
hidráulico e recursos minerais. Art. 49 da CRFB/88, autorização para explorar. 
b) Privativa → atividade nuclear, questões indígenas potencial hidráulico e recursos 
minerais. 
c) Comum → competência administrativa para mais de um ente. Quem possui é a União, 
Estados, DF e Municípios. Art. 23, I, III, V, VII, VIII, IX e XI da CRFB/88. O PU determina 
que haja norma de cooperação por meio de LC 140/2011, que determinam ser 
instrumento: 
a. Consórcios públicos – L.11.107. Nos consórcios os interessantes são 
convergentes, possui natureza de ato complexo. Os consórcios públicos só para 
pessoa jurídica de direito pública, nascendo outra pessoa jurídica. 
b. Convênios → pode celebrar com pessoa jurídica de direito privado. 
c. Fundos púbicos ou privados. Termo de parceria, contrato de gestão. 
d. Gestão bi ou tripartite. 
 
d) Concorrente → mais de um ente pode legislar. Artigo 24, I, VI (defesa do solo), VII e VIII 
da CRFB/88. Quem possui competência concorrente é a União, Estados e DF. O 
Município não legisla de forma concorrente. A União traça normas gerais, o Estado com 
normas regionais. 
e) Suplementar → competência do município para legislar em matéria ambiental. Art. 30, I 
e II da CRFB/88. 
f) Supletiva → art. 24, sempre que houver omissão na União a competência supletiva será 
dos Estados. 
 
Tanto na competência exclusiva como na competência privativa a determinada matéria é 
atribuída para apenas um único ente federativo. A diferença é que na competência exclusiva este 
ente possui atribuição de natureza administrativa enquanto que na privativa a atribuição possui 
natureza legislativa. 
 
Tanto na competência comum (art. 23 e todos incisos da CRFB/88) como na competência 
concorrente (art. 24 da CRFB/88) a CRFB atribui a competência a mais de um ente federativo 
simultaneamente. Na competência comum temos a atribuição administrativa enquanto que na 
competência concorrente temos a atribuição legislativa. 
 
O município só legisla se o assunto for de interesse local. Assim, possui competência 
suplementar art. 30, I e II, da CRFB/88. 
 
 
 
Matéria: DIREITO AMBIENTAL – Prof.: ANDRÉ QUEIROZ 
A competência supletiva está no art. 24. Sempre que houver omissão da União. Quem terá 
a competência supletiva serão os Estados. 
 
Consórcio público só pode ser celebrado entre pessoas de direito público enquanto que 
convênio pode ser celebrado com pessoas de direito privado (sistema S/OS). Temos o chamado 
termo de parceria. Temos o acordo de programa. Temos o contrato de gestão. 
 
No consórcio público nasce uma nova pessoa jurídica. Terá natureza de autarquia 
(autarquia multifederativa). 
 
Nos fundos públicos temos a administração feita pelo Ministério Público. Também temos 
fundos privados para a proteção do meio ambiente. 
 
Gestão bipartite → acumula função de município e estado. DF. 
 
Gestão tripartite → União, Estados e Municípios. 
 
 
2. Fiscalizar: 
 
Temos que analisar a preponderância do interesse. Na preponderância temos União, 
Estados, DF e Municípios. O poder fiscalizatório advém do poder da polícia que é ordem, 
consentimento, fiscalização e sanção. Quem fiscaliza é o poder executivo. 
 
 
3. Licenciar: 
 
No licenciamento não tem uma regra. No licenciamento temos a resolução 237/97 do 
CONAMA que estabelece critérios para o licenciamento ambiental. O critério utilizado é o do 
impacto ambiental. Se o impacto ambiental for nacional o licenciamento será da União e assim 
por diante. Também temos que nos preocupar com a titularidade do bem. se for atividade nuclear, 
terras indígenas, plataforma continental, zona econômica exclusiva, base militar teremos o 
licenciamento pela União. 
 
 
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Aula: 07 - Bloco: 1-4 
 
 
 
CURSO: TURMA REGULAR INTENSIVA ESPECIAL 
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL 
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AULA 07 BLOCO: 1-4 
MATÉRIA: DIREITO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: DIREITO AMBIENTAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
 
 
 
 
 
4. Autuar 
Tem que ser criado mecanismos de cooperação. Quando falamos em autuação falamos em 
sanção. Quem autuará será o ente que faz o licenciamento ambiental. O critério é quem faz o 
licenciamento ambiental. 
O art. 17 da LC 140/11 diz que quem autua será o ente que realizou o licenciamento. Quem 
lavra o auto é quem esta licenciando, mas não significa dizer que outros entes não podem impor 
uma multa. 
Art. 17, §1º da LC 140/11 fala que a sociedade também controla. 
 
 
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5. Crimes 
Art. 109, IV, IX e XI da CRFB/88. 
Inciso XI  disputa de terras indígenas. A súmula 91 do STJ falava que os crimes contra a 
fauna era competência da justiça federal. Esta súmula foi cancelada porque não fazia o menor 
sentido o STJ falar isso porque tratavam-se de crimes estaduais, sendo federais de modo 
excepcional. 
A titularidade do bem não interessa tanto pra a configuração da competência de crime 
ambiental. 
 
Responsabilidade 
É subdividida em responsabilidade criminal, civil e administrativa. 
A obrigação passa por dois momentos: should e o haftung. O should é o débito que só pode 
ser cobrada depois que houver a lesão ao direito de alguém. Só depois da lesão falamos em 
responsabilidade. No direito ambiental a lesão é ao direito difuso, pois todos foram lesionados. 
Responsabilidade Criminal 
Responsabilidade criminal da pessoa jurídica: responde por crimes ambientais? Sim. 
O art. 225, §3º da CRFB/88 diz que sim e o art. 173, §5 diz que admite crimes contra a 
ordem econômica, mas não temos lei regulamentando isso. 
Uma empresa responde por crimes ambientais? 
1ª posição: não. Porque o art. 225 §3º fala que a pessoa jurídica responderia apenas de 
forma administrativa. Conduta é para pessoa física e responde criminalmente, e atividade que 
desempenha é pessoa jurídica e se sujeita a sanção administrativa. 
2ª posição: pessoa física e pessoa jurídica respondem criminal e administrativamente. 
Pessoa jurídica  teoria do risco criado. 
Tribunais superiores: pessoa jurídica responde criminalmente. O STJ diz que tem requisitos, 
pois exige o chamado litisconsórcio passivo necessário entre a pessoa física e a pessoa jurídica. 
Uma decisão do Dias Toffoli asseverou no sentido de ser possívela condenação da pessoa 
jurídica ainda que a pessoa física seja absolvida. O STJ diz que para que a pessoa física figura no 
 
 
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polo passivo o MP tem que definir que ele tem poder de gestão (cargo de diretor, gerente, 
administrador ou de controlador). O simples fato numa S/A do nome estar no estatuto ou 
estivermos diante de um LTDA, o nome do réu estar no contrato social, o réu não pode figurar no 
polo passivo da demanda sob pena de denuncia abusiva (ausência de nexo causal). 
Art. 1.015, III, do CC/02  quando extrapolar limites: ato ultra vires. O STJ disse que pessoa 
jurídica responde mesmo em se tratando de ato ultra vires. 
O poder judiciário admite a denúncia genérica? Ela ocorre quando não há descrição dos 
fatos na denúncia. O STF e STJ falam que no processo o réu se defende dos fatos. Assim, se 
compromete o princípio da ampla defesa. O ordenamento jurídico não admite a denúncia 
genérica. Não confundir quando estivermos diante de crimes societários e crimes multitudinários. 
No caso concreto fica muito difícil de identificar quem deu a ordem que ocasionou o crime 
ambiental. No crime societário e multitudinário admite-se a denúncia geral: a individualização da 
conduta de cada réu pode ser feita no curso do processo. 
Se a empresa não for responsabilizada, mas for considerada instrumento do crime? Neste 
caso, a empresa terá a sua liquidação forçada e todo o seu patrimônio será patrimônio perdido em 
favor do fundo penitenciário nacional. 
 
Responsabilidade Civil 
Na responsabilidade civil temos que ter em mente também a responsabilidade do Estado 
além da responsabilidade da empresa. 
Temos as teorias da responsabilidade do Estado: 
1. Teoria da Irresponsabilidade: 
2. Teoria da Responsabilidade Subjetiva: 
3. Teoria da Culpa Anônima: 
4. Teoria da Responsabilidade Objetiva: 
5. Teoria da Responsabilidade Integral: 
A empresa quando causa um dano tem um tipo de responsabilidade e a empresa que 
financiou, a entidade que fiscalizou têm um outro tipo de responsabilidade. Isso, poucos livros 
falam. 
 
 
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Aula: 08 - Bloco: 1-4 
 
 
 
CURSO: TURMA REGULAR INTENSIVA ESPECIAL 
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
AULA 08 BLOCO: 1-4 
MATÉRIA: DIREITO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: DIREITO AMBIENTAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
 
 
 
 
 
Responsabilidade Civil 
Teorias a respeito da responsabilidade do Estado: 
1. Teoria da Irresponsabilidade  talvez seja a teoria mais utilizada. É a teoria utilizada pelo 
poder legislativo e poder judiciário nas suas funções precípuas. O congresso nacional 
editou uma leio que causou um impacto ambiental e causou um dano aos indivíduos. Os 
indivíduos não podem ingressar contra a união e razão disso. O mesmo raciocínio para a 
declaração de uma lei inconstitucional, porém alguns autores defendem que cabe 
indenização. O poder judiciário somente responde no caso de erro judiciário ou quando a 
pessoa fica presa além da pena privativa de liberdade fixada. O mesmo raciocínio no caso 
 
 
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do juiz agir com dolo ou má-fé, porém quem responde é o juiz e não a unidade federativa 
(art. 133 do CPC). No poder executivo não temos a aplicação desta teoria 
 
2. Teoria da Responsabilidade Subjetiva  temos que provar o evento danoso e que houve 
nexo causal. Além disso temos que demonstrar o dolo ou a culpa. Temos que identificar o 
agente causador. 
 
 
3. Teoria da Responsabilidade da Culpa Anônima  temos que demonstrar o dano, o nexo 
de causalidade e a falta do serviço. Não é necessário identificar o agente. Basta verificar 
que o serviço foi inexistente, ineficaz, insuficiente e inadequado. 
 
4. Teoria da Responsabilidade Objetiva  temos que demonstrar o dano e o nexo de 
causalidade. Três causas que rompem o nexo de causalidade: caso fortuito, força maior, 
fato exclusivo da vítima, e fato exclusivo de terceiros. 
 
 
5. Teoria da Responsabilidade do Risco Integral  temos que demonstrar o dano e o nexo de 
causalidade. Nada rompe o nexo de causalidade. 
 
Qual é o fundamento da responsabilidade do Estado? 
Temos que saber se é pessoa jurídica de direito publico ou de direito privado. Se for de 
direito publico temos que ir ao art. 37, §6º da CRFB/88. Se for de direito privado pode ser 
prestadora de serviço público temos que ir ao art. 37, §6º da CRFB/88. Se for de direito privado 
que presta atividade econômica temos que observar se é empresa pública e sociedade de 
economia mista e neste caso temos que ir no art. 173, §3º, II, da CRFB/88. Se for pessoa de 
direito privado que presta atividade econômica particular o fundamento está no art. 14, §1º, lei 
6.938/81. 
 
 
 
 
 
 
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O que a jurisprudência fala sobre a responsabilidade civil do Estado? 
1. Imprescritibilidade 
Quando há um dano ambiental é necessário fazer a recuperação do meio ambiente e a 
indenização. Recuperação é bem indisponível enquanto que a indenização é bem disponível. 
Assim, a recuperação do meio ambiente é imprescritível. Já a indenização pecuniária tem o prazo 
prescricional de 5 anos (decreto 6514/97). 
 
2. Solidariedade 
Solidariedade ainda que haja boa-fé. Estamos falando de uma obrigação propter rem. Ver art. 17 
do CDC. 
 
3. Inversão do ônus da prova 
Art. 6º, VIII, do CDC. A agente poluidor tem que provar que não causou o dano. 
 
4. Flexibilização do nexo de causalidade 
A recuperação do meio ambiental tem que ser imediata em detrimento da analise do nexo de 
causalidade. Primeiro se recupera o meio ambiente e posteriormente se discute o nexo causal. 
 
5. Direito subjetivo à perícia 
A perícia pode ser custeada pelo Estado. 
 
Responsabilidade de quem fiscaliza, financia e do agente poluidor. 
Na fiscalização, se houver uma omissão teremos um dano ambiental. Se temos uma omissão 
temos negligencia e assim temos a incidência da teoria da culpa anônima. Neste sentido, o 
Estado responde. 
 
 
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O órgão que financiou: art. 12 da lei 6938/81. Se for o BNDES, Banco do Brasil, CEF antes do 
financiamento ela tem que criar um órgão especifico para realizar a analise de licenciamento 
ambiental (licença previa e licença instalação). 
 
 
 
 
 
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Aula: 09 - Bloco: 1-4 
 
 
 
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DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL 
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AULA 09 BLOCO: 1-4 
MATÉRIA: DIREITO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: DIREITO AMBIENTAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ QUEIROZ 
 
 
 
 
 
Licenciamento ambiental 
Art. 10 da 6938/91 
Resolução 237/97  CONAMA 
LC 140/11  Cooperação 
A natureza jurídica é de procedimento administrativo (art. 1]). Odete Medauar se utiliza do 
art. 170 e 5º, LIV da CRFB e assevera que se trata de processo administrativo em razão de 
maiores garantias para o particular. 
Art. 8º c/c 18 da Resolução. 
 
 
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1. Licença prévia 
Serve para atestar a viabilidade do empreendimento. Os principais pontos da licença prévia 
são: a localização do empreendimento e as exigências técnicas (condicionantes). Com a 
condicionantes obedecidas teremos os estudos ambientais (EIA-RIMA).EIA  Estudos de 
Impacto Ambiental. A linguagem é técnica. É o observada publicidade. É completo. RIMA 
 Relatório de Impacto Ambiental. A linguagem é acessiva. Tem a transparência. O estudo 
é conclusivo. O custo destes estudos é do empreendedor. A Administração Pública apenas 
homologa os estudos. 
Não confundir com o art. 38 do estatuto da cidade, pois lá temos o estudo de impacto de 
vizinhança que não pode substituir o estudo de impacto ambiental. 
A resolução dos estudos ambientais é a 01/1986. 
O estudo ambiental tem que abordar a biota, recursos ambientais, paisagístico, questões 
sanitárias e desenvolvimento sócio-economico. Tem o prazo de até 5 anos. 
Os estudos estão previstos no art. 225, §1º da CRFB/88. 
 
2. Licença instalação 
Podemos ter o inicio das obras de implantação do projeto do empreendimento. Este projeto 
tem que prever as suas fases. Tem o prazo de até 6 anos. 
 
3. Licença operação 
Podemos ter o inicio das atividades produtivas. Tem o prazo de 4 a 10 anos. 
 
Atos negociais 
A licença é ato vinculado enquanto a autorização é ato discricionáriol. Na licença não temos 
analise do mérito administrativo enquanto a autorização tem a analise do mérito administrativo. a 
licença é um ato declaratório enquanto a autorização constitutivo. A licença gera direito subjetivo 
enquanto a autorização não. a licença é ato estável enquanto a autorização é ato precário. 
 
Com o advento da LC 140 todos os entes podem licenciar, pois anteriormente tínhamos uma 
controvérsia a respeito do município poder ou não licenciar. 
 
 
 
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Aula: 09 - Bloco: 1-4 
A LC 140 dá a entender que o Estado fará o licenciamento residualmente enquanto que na 
resolução está previsto que de regra ele licenciará. 
O licenciamento ocorrerá em única esfera. O triplo licenciamento é inconstitucional. 
O STJ entende que é possível o duplo licenciamento (pela união e pelo estado ao mesmo tempo).

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