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Resumo de Fontes do Direito

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Fontes do Direito 
	As fontes do Direito indicam o processo de produção da norma jurídica, ou seja, são os elementos que originam o direito. Dividem-se em formais, que são a origem jurídica da norma (uma norma só pode derivar de outra norma); e materiais, que são o conjunto de valores e circunstâncias sociais que constituem o antecedente natural do direito.
	Tais processos pressupõem sempre uma estrutura de poder, desde o poder capaz de assegurar por si mesmo o adimplemento das normas por ele emanadas, até outras formas subordinadas de poder que estabelecem de maneira objetiva, relações que permitem seja pretendida a garantia de execução outorgada pelo Estado. 
	Segundo o filósofo Miguel Reale, por fonte do direito designamos os processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legitima força obrigatória com vigência e eficácia no contexto de uma estrutura normativa. Nesse sentido, quatro são as fontes do direito, porque quatro são as formas de poder: O processo legislativo (expressão do poder Legislativo), a jurisdição (expressão do poder Judiciário), os usos e costumes (poder social) e a fonte negocial (autonomia da vontade). 
Não há razões lógicas para se proclamar o primado desta ou daquela forma de produção de normas ou modelos jurídicos. A prevalência de uma das fontes em relação às outras depende exclusivamente de circunstâncias sociais e históricas.
Podemos citar como exemplo dois tipos de ordenamento jurídico, o da tradição romanística e o da tradição anglo-saxônica. A primeira caracteriza-se pelo primado do processo legislativo, com atribuição de valor secundário às demais fontes. Na segunda, o direito se revela muito mais pelos usos e costumes e pela jurisdição do que pelo trabalho abstrato e genérico dos parlamentos. 
Essas duas fontes do direito se distinguem a partir de vários critérios. Quanto à origem, a lei é sempre certa e predeterminada. Há sempre um momento no tempo, um órgão do qual emana o direito legislativo. O direito costumeiro, ao contrário, não tem origem certa, nem se localiza ou é suscetível de localizar-se de maneira predeterminada. Geralmente não sabemos onde e como surge determinado uso ou hábito social, que, aos poucos, se converte em hábito jurídico, em uso jurídico. 
Quanto á forma de elaboração, a lei não só se origina de um órgão certo como, na sua formação, obedece a trâmites prefixados. Os usos e costumes jurídicos aparecem na sociedade de forma imprevista, sendo que ninguém pode determinar os processos que os revelam. Também se distingue quanto à extensão ou âmbito de eficácia. A lei, na maioria das vezes, é genérica, ou seja, possui um elemento de universalidade, enquanto a maioria dos costumes é particular, atendendo a uma categoria de pessoas ou atos. Quanto à forma, difere-se pelo fato de a lei ser sempre escrita, enquanto que o direito costumeiro é direito não escrito. Outro critério é o da vigência. A diferença é que a vigência da norma cessa após o prazo por ela determino, ou pela elaboração de uma nova norma que trate da mesma matéria. Quanto ao direito costumeiro, não é possível a determinação de sua duração, nem tampouco prever a forma pela qual vai operar sua extinção. 
As fontes formais do direito se dividem em: Estatais e não-estatais. As fontes estatais são legislação, as convenções internacionais e a jurisprudência. As não-estatais são o direito consuetudinário (costume jurídico), direito científico (doutrina) e o negócio jurídico (contratos).
Podemos definir a lei, enquanto fonte do direito, como toda relação necessária, de ordem casual ou funcional, estabelecida entre dois ou mais fatos, segundo a natureza que lhes é própria. A palavra lei, nos domínios do direito, significa uma regra ou conjunto ordenado de regras. 
Por jurisprudência, entende-se a revelação do direito que se processa através exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais. O direito jurisprudencial não se forma a partir de uma ou três sentenças, mas sim a partir de uma série de julgados que guardem, entre si, uma linha de continuidade. 
A jurisprudência constitui uma força reveladora do direito, podendo criar ou não um novo direito. Nesse sentido, podem surgir divergências na interpretação das leis que tratam de um mesmo tema. Para solucioná-las, o código de processo civil criou dois remédios: o julgamento prévio, que é quando o juiz diante da divergência de interpretação solicita o pronunciamento prévio do tribunal; e o prejulgado, quando as próprias partes requerem que haja esse julgamento preliminar. 
A doutrina, também chamada de direito científico ou direito dos juristas, não é admitida, por muitos autores, como fonte do direito. Alega-se que por maior que seja a dignidade de um mestre e por mais alto que seja o prestígio intelectual de um jurisconsulto, os seus ensinamentos jamais terão força bastante para revelar a norma jurídica positiva que deva ser cumprida pelos juízes ou pelas partes. O fato de que ela não se desenvolve numa estrutura de poder, também a exclui como fonte do direito. É importante destacar que, apesar de não ser fonte do direito, a doutrina possui um papel relevantíssimo no desenrolar da experiência jurídica. 
O poder negocial é uma importante força geradora de normas jurídicas. As normas negociais estão entre as normas particulares, assim chamadas por só ligarem os particulares da relação jurídica. Dentre as normas negociais estão as normas contratuais, comumente denominadas cláusulas contratuais. 
Essa espécie de norma resulta do fato de que, independentemente do ordenamento jurídico vigente, será sempre necessário reconhecer que o homem é um ser capaz de direitos e deveres e, notadamente, com o poder de estipular negócios para os fins lícitos, graças ao acordo de vontade. A este fato denomina-se autonomia da vontade, ou seja, o poder que cada homem tem de agir e de omitir-se nos limites da lei em vigor, tendo por fim alcançar algo do seu interesse. O que caracteriza a fonte negocial é a convergência dos seguintes elementos: manifestação da vontade de pessoas legítimas a fazê-lo (sujeito capaz); forma de querer que não contrarie a exigida em lei; objeto lícito; quando não paridade, pelo menos uma devida proporção entre os partícipes da relação jurídica.

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