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ENF 392 – AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS PROF. ELIAS SILVA Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa INTRODUÇÃO * É contínua e crescente a pressão exercida pelo homem sobre os recursos naturais. * Assim, são relativamente comuns, hoje, a contaminação das coleções d'água, a poluição atmosférica e a substituição indiscriminada da cobertura vegetal nativa, com a conseqüente redução dos hábitats silvestres, entre outras formas de agressão ao meio ambiente. * Isto tem sido observado pelo fato de, muitas vezes, o homem visar apenas os benefícios imediatos de suas ações, privilegiando o crescimento econômico a qualquer custo e relegando, a um segundo plano, a capacidade de recuperação dos ecossistemas. * Dentro desse contexto, em praticamente todas as partes do mundo, notadamente a partir da década de 60, surgiu a preocupação de promover a mudança de comportamento do homem em relação à natureza, a fim de harmonizar interesses econômicos e ecológicos, com reflexos positivos junto à qualidade de vida de todos. * Como principal marco dessa conscientização no mundo ocidental, surgiu nos Estados Unidos da América, por inspiração de movimentos ambientalistas, uma Lei Federal denominada "National Environmental Policy Act of 1969", conhecida pela sigla NEPA, que passou a vigorar em janeiro de 1970. * Esse instrumento legal dispunha sobre os objetivos e princípios da política ambiental norte-americana, exigindo para todos os empreendimentos com potencial impactante, a observação dos seguintes pontos: identificação dos impactos ambientais, efeitos ambientais negativos da proposta, alternativas da ação, relação entre a utilização dos recursos ambientais no curto prazo e a manutenção ou mesmo melhoria do seu padrão no longo prazo, e por fim, a definição clara quanto a possíveis comprometimentos dos recursos ambientais para o caso de implantação da proposta. * Como reflexo da aplicação da NEPA e de outros instrumentos legais, a partir de 1975, os seguintes organismos internacionais passaram a introduzir a Avaliação de Impactos Ambientais em seus programas de cooperação: OECD - Organization for Economic Cooperation and Development, ONU - Organização das Nações Unidas, BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento e BIRD - Banco Mundial. No Brasil, em nível federal, o primeiro dispositivo legal que explicitou o tema Avaliação de Impactos Ambientais foi a Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e criou, para a sua execução, o SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente. Vale esclarecer que, antecedendo a esfera federal, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais estabeleceram o seu sistema de licenciamento de atividades poluidoras. Desse modo, hoje o SISNAMA está assim constituído: - órgão Superior (Conselho de Governo); - órgão Consultivo e Deliberativo (CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente); - órgão Central (Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal); - órgão Executor (IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis); - órgãos Seccionais (órgãos ou entidades da administração pública federal direta e indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental, bem assim os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental); - órgãos Locais (órgãos municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades impactantes). A regulamentação da Lei Federal Nº 6.938 só ocorreu 2 (dois) anos após, por meio do Decreto Federal Nº 88.351, de 01 de junho de 1983, alterado posteriormente pelo Decreto Federal N° 99.274, de 06 de junho de 1990. Com isso, percebe-se que houve um "vácuo ambiental”, uma vez que qualquer dispositivo legal necessita ser regulamentado para que possa ser efetivamente cumprido. O principal aspecto ligado a esse Decreto foi a instituição dos três tipos de licenciamento ambiental, ou seja, do Licenciamento Prévio (L.P.), Licenciamento de Instalação (L.I.) e Licenciamento de Operação (L.O.). LICENCIAMENTO AMBIENTAL: É o procedimento administrativo pelo qual o órgão competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos ou atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação , considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. (Resolução CONAMA N° 237/97). O Licenciamento Prévio é concedido na fase preliminar do planejamento da atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo. O Licenciamento de Instalação é concedido para autorizar o início da implantação do empreendimento impactante, de acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado. O Licenciamento de Operação é concedido para autorizar, após as verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto nas Licença Prévia e de Instalação. De todo modo, apesar de referida regulamentação, foi somente com a edição da Resolução do CONAMA Nº 01, de 23 de janeiro de 1986, e outras resoluções complementares, que ficaram estabelecidas as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impactos Ambientais como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. - Artigo 1° - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - e a qualidade dos recursos ambientais. - Artigo 2° - Dependerá de elaboração de estudo do impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e da SEMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: XIV - Exploração econômica de madeira ou lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; XVII - Projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 hectares ou menores, nesse caso, quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental. -Artigo 5° - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais: - contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto; - identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade; - definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; - considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade. NECESSIDADE DA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL: VISÕES LEGAL,ECOLÓGICA, ECONÔMICA E ÉTICA Como pôde ser observado, a necessidade da elaboração de estudos de impacto ambiental está atrelada à uma imposição legal, tendo em vista a promulgação da Resolução CONAMA Nº 01, de 23 de janeiro de 1986. A forma ecológica evidencia-se, à medida que se compreende que a Avaliação de Impactos Ambientais tem a capacidade de selecionar a melhor alternativa de uma determinada ação impactante sob o ponto de vista ambiental. Quando um ação ambiental é proposta, por exemplo um empreendimento rodoviário, podem ser definidas alternativas tecnológicas e de localização do mesmo, incluindo- se a denominada alternativa testemunha, ou seja, não executar o empreendimento. Considerando que essas alternativas apresentam perfis impactantes diferentes entre si, por meio de comparação das alternativas, torna-se possível optar pela melhor sob o aspecto ambiental. A forma econômica pode ser melhor percebida, quando considera-se que a Avaliação de Impactos Ambientais preconiza a adoção de medidas ambientais preventivas (sistema antipoluente, desenvolvimento de equipamentos menos impactantes etc.), que apresentam custos significativamente inferiores às medidas de cunho corretivo, ou seja, que são adotadas após o surgimento do problema. Desse modo, são privilegiadas aquelas alternativas que contemplem uma maior possibilidade de adoção de medidas ambientais preventivas. Por fim, a forma ética esta relacionada ao grau de conscientização do agente responsável pelo empreendimento impactante sobre o seu papel na sociedade. Sob o aspecto ético, deve ser assumido que pessoas com maior massa crítica e grau de cidadania cumprem mais rigorosamente suas obrigações, no caso relacionadas às interferências no meio ambiente. TERMO DE REFERÊNCIA: * É o documento emitido por órgão público, em que se define o conteúdo e a forma dos Estudos de Impacto Ambiental, com vistas ao licenciamento de empreendimentos impactantes. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL: * É o documento elaborado por especialistas, com vistas a atender em plenitude as exigências contidas no Termo de Referência. Podem receber inúmeras denominações, em vista de diferentes nomenclaturas utilizadas pelos órgãos públicos que o emitem. TIPOS DE DOCUMENTO PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL São os seguintes os principais documentos que se prestam ao licenciamento ambiental no Brasil: * EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental - EIA e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA) * RCA/PCA (Relatório de Controle Ambiental - RCA e seu Plano de Controle Ambiental - PCA) * PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas) EIA/RIMA: Empreendimentos mais complexos e de maior porte (Grandes Obras) RCA/PCA: Empreendimentos menos complexos e de menor porte PRAD: Em complemento ao EIA/RIMA de empreendimentos de mineração e para Licenciamento Corretivo (L.C.) EIA/RIMA: Conteúdo - Informações Gerais e Descrição do Empreendimento Impactante - Descrição da Área de Abrangência Direta e Indireta do Empreendimento - Diagnóstico Ambiental (Meios Físico, Biótico e Antrópico) - Análise dos Impactos Ambientais (Identificação, Cálculo da Magnitude e Interpretação da Importância e Classificação Qualitativa e Quantitativa de Impactos) - Ações Mitigadoras e Potencializadoras dos Impactos Ambientais Negativos e Positivos - Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais. EIA/RIMA: Forma EIA - Material impresso em papel formato ofício ou A4 - Vários volumes (texto, mapas, fotos) - Linguagem técnica e detalhada RIMA - Material impresso em papel formato álbum - Único volume, podendo ter a versão em vídeo ou CDRom - Linguagem popular e direta, com muitas ilustrações CONCEITOS BCONCEITOS BÁÁSICOS:SICOS: MEIO AMBIENTE: “O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vidavida em todas as suas formas.” (Lei Federal 6938, de 31/08/1981 – Política Nacional de Meio Ambiente). Variáveis Físico- Químicas Variáveis Biológicas (Antrópicas) ORGANISMO Meio Ambiente: Conceito Acadêmico Conjunto de condições e influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo. Didaticamente, pode ser subdividido em meio físico (a sua parte abiótica), meio biótico (constituído pelos organismos, ou seja, pela vida vegetal, animal - excetuando-se o homem - e dos microrganismos) e meio antrópico (representa, na verdade, uma parte do meio biótico). Existem compartimentos ambientais constituindo os três diferentes meios: meio físico (solo, água e ar); meio biótico (flora, fauna e microrganismos); e meio antrópico (o homem – social, econômico e cultural). Empreendimento Impactante: É o projeto que possui capacidade de alteração do meio ambiente, positiva e negativamente, caso seja implantado. São exemplos: bovinocultura, hidrelétrica, mineração, ferrovia, agricultura, etc. Fase Impactante: Refere-se à uma etapa do empreendimento impactante, usualmente definida como sendo a implantação, operação (utilização) ou desativação, conforme o caso. Ação ou Atividade Impactante: São as ações necessárias para se implantar e conduzir os empreendimentos impactantes, ou seja, para a sua consecução. Exemplos: silvicultura (preparo do terreno, semeio mecanizado, capina manual, colheita mecanizada etc.). Área Diretamente Afetada: Também conhecida como área de influência direta, é o espaço efetivamente ocupado pelo empreendimento impactante. Em certos casos, refere-se à área de inundação, de empréstimo de terras, para instalação de canteiro de obras e edificações em geral, entre outros tipos. Área Indiretamente Afetada: Também conhecida como área de influência indireta, é o espaço circunvizinho à área diretamente afetada, usualmente definido pelos limites da bacia hidrográfica que contém esta última. No sentido de atender características peculiares das variáveis sócio-econômicas ou culturais, pode ser definida segundo limites de unidades geopolíticas, tais como propriedades rurais, bairros, municípios, estados, países, blocos regionais (MERCOSUL, NAFTA etc.), entre outras. Processo Impactante: É o desdobramento natural ou induzido pelo homem de uma série de eventos de ordem física, biótica ou antrópica que acabam por originar os impactos ambientais. Em outras palavras, com o desenrolar dos processos impactantes é que ocorrem as alterações das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, ou seja, o impacto ambiental propriamente dito. São exemplos de processos impactantes a erosão, salinização, compactação etc. Exemplos de Atividades Impactantes da Implantação: Aquisição de Terras Aquisição de Fatores de Produção Contratação de Mão-de-Obra Construção da Rede Rodoviária Instalação de Estruturas de Apoio Decapeamento de Solo para Empréstimo de Terra Aceiramento e Talhonamento da Área Combate Químico às Formigas Produção de Mudas Desmatamento Mecanizado Enleiramento, Queima e Requeima Preparo do Terreno Plantio Irrigação de Covas Aquisição de Terras: Refere-se à atividade de compra de áreas para compor o empreendimento florestal, ou seja, à mudança de titularidade da terra em favor da empresa florestal. Aquisição de Fatores de Produção Refere-se à atividade de compra de fatores de produção (maquinarias, fertilizantes, defensivos etc.), especificamente no início da etapa de implantação, a fim de satisfazer a todas as necessidades da empresa florestal. Contratação de Mão-de-Obra: Representa a força de trabalho necessária para o cumprimento de todas as tarefas relacionadas ao empreendimento florestal. Construção da Rede Rodoviária: Representa a abertura de uma rede primária, capaz de viabilizar todas as operações relacionadas com a fase de implantação. A realização desta atividade implica o uso de diferentes tipos de maquinarias, não só para a abertura propriamente dita da rederodoviária, como também para serviços de compactação, distribuição de cascalho etc. Combate Químico às Formigas: O combate químico às formigas é de fundamental importância para o sucesso do empreendimento, uma vez que esses organismos fazem parte dos fatores limitantes da produção florestal. Na fase de implantação, esta atividade se dá tanto antes quanto durante a fase de preparo do terreno, ocasião em que se torna mais fácil a localização dos formigueiros. Atualmente, as empresas usam produtos mais adequados ambientalmente, em vista da oferta de novos princípios ativos, implicando em melhor controle e menor toxicidade. Preparo do Terreno: As atividades de preparo do terreno para a implantação de povoamentos florestais envolvem, basicamente, o revolvimento do solo e a subsolagem, ou então apenas o sulcamento (cultivo mínimo), executados por máquinas específicas, tracionadas por tratores de pneus. Em algumas situações específicas, em que o relevo ou a presença de pedras ou tocos não permite o trabalho mecanizado, lança-se mão do coveamento manual, que não apresenta significância em termos de impacto ambiental. Plantio: Consiste na distribuição das mudas no campo, normalmente feita com o auxílio de uma carreta, onde se colocam as caixas de mudas. Essa carreta é tracionada por um trator médio, com rodados de pneus, o qual segue o alinhamento no terreno, sendo que operários ao lado da carreta colocam as mudas na marca. Impacto Ambiental: Para efeito da Resolução CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Nº 1, de 23 de janeiro de 1986, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - e a qualidade dos recursos ambientais. Características do Conceito de Impacto Ambiental: - É OFICIAL (dado por Resolução de órgão federal). - É ANTROPOCÊNTRICO (ser humano é o agente causal e receptor). - É NEUTRO (pois menciona o termo alteração, que não tem conteúdo de valor). Avaliação de Impactos Ambientais: É um instrumento de política ambiental formado por um conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles devidamente considerados. PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PLANTIOS FLORESTAIS BRASILEIROS, SEGUNDO OS MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E ANTRÓPICO Meio Físico/Ar: Aumento da concentração de particulados (poeira), gases dos canos de descarga das máquinas e de princípios ativos dos diferentes biocidas Depreciação da Qualidade do Ar Meio Físico/Solo: Maior exposição do solo, quando da abertura de áreas (desmatamento e,ou colheita florestal) Maior erosão Menor fertilidade Meio Físico/Solo: Compactação do solo, pelo uso de máquinas pesadas Menor infiltração de água Maior escoamento superficial Menor percolação Maior erosão do solo Menor abastecimento do lençol Menor fertilidade do freático solo Meio Físico/Solo: Deriva de biocidas e derramamento acidental de óleo, graxa e lubrificante no solo Alterações da biota do solo (bactérias nitrificantes e micorrizas) Menor fertilidade do solo Meio Físico/Solo: Nutrientes extraídos do solo pelas plantas Menor fertilidade do solo Meio Físico/Água: Consumo de água pelas plantas e interceptação da precipitação Menor disponibilidade de água no solo Meio Físico/Água: Deriva de biocidas e derramamento acidental de óleo, graxa e lubrificante no solo ou água Poluição da água Depreciação da qualidade da água Meio Físico/Água: Uso de fertilizantes e biocidas Aporte natural de fertilizantes e biocidas para a água (escoamento superficial ou lixiviação) Eutrofização (enriquecimento) do corpo líquido Meio Biótico/Flora Nativa: Eventual fragmentação, quando de desmatamento Maior Efeito de borda Redução espacial, quando de desmatamento Contaminação, por deriva de biocidas Menor diversidade vegetal Menor diversidade da fauna silvestre Meio Biótico/Flora Nativa: Eventual interação genotípica de plantas transgênicas com a flora nativa Alteração da diversidade vegetal Meio Biótico/Fauna Silvestre: Geração de ruídos pelas máquinas Eventual redução espacial e fragmentação de hábitat nativo Estresse da fauna silvestre Atropelamento de Menor diversidade animais animal Meio Biótico/Fauna Silvestre: Grande disponibilidade de alimento e uniformidade genética Simplificação ambiental, pelo regime de monocultura Maior possibilidade de surgirem pragas/doenças Meio Biótico/Microrganismos do Solo: Exposição do solo, quando da abertura de áreas Contaminação do solo por biocidas e óleos, graxas e lubrificantes Menor diversidade microbiana Meio Antrópico: * Oferta de emprego e renda direta e indireta * Introdução de novas práticas e mentalidade * Eventuais parceiras e integração com atores sociais da região, criando novas perspectivas * Eventual interferência na estrutura fundiária regional, com possibilidade de êxodo rural * Possível interferência nos hábitos, costumes e cultura locais * Possíveis conflitos com diferentes atores sociais, até mesmo internacionais, em vista de divergências sob o modo de produção habitual (uniformidade genética, grande propriedade e uso de capital). Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) • É um processo de identificação de impactos ambientais e de alternativas mais viáveis na implantação de políticas e projetos governamentais. A avaliação será utilizada na elaboração das propostas dessas ações estratégicas, sistematizando os resultados e sua utilização para tomadas de decisão ambientalmente sustentáveis. • A AAE é elaborada de forma pública e participativa baseando-se nos princípios da avaliação de impactos que regem os EIA/RIMA. Tem, no entanto, o objetivo de analisar a ação estatal em todos os seus aspectos, servindo de subsídio na tomada de decisões ao disponibilizar informações sobre as possíveis conseqüências ambientais das ações governamentais, bem como das alternativas mitigadoras. Características da AAE •Integrativo •Focalizado •Participativo •Transparente •Credível •Direcionado para a sustentabilidade •Flexível Integrativo: Garantindo a realização de avaliações ambientais de todas as decisões estratégicas relevantes e considerando as inter-relações entre os aspectos biofísicos e antrópicos. Focalizado: Concentrar-se nos efeitos ambientais significativos para o fornecimento de informações suficientes para o desenvolvimento do planejamento e para a tomada de decisão. Participativo: Deve envolver o público interessado e/ou afetado, assegurando o seu acesso à informação clara e englobando os seus interesses e preocupações na documentação do processo de tomada de decisão. Transparente: De modo que os envolvidos possam compreender como e por que determinada opção governamental foi tomada. Credível: Deve ser conduzida com profissionalismo, rigor, objetividade e imparcialidade e ser submetida a análises e verificações independentes. Sustentável: Deve facilitar a identificação das opções de desenvolvimento e propostas alternativas que sejam mais sustentáveis. Flexível: Ajustando-se ao processo de decisão ao qual se aplica. Risco Ambiental •Potencial do dano que um impacto pode causar sobre o meio ambiente. Relação existente entre a probabilidade de que uma ameaça de evento adverso ou acidente determinado se concretize, com o grau de vulnerabilidade do sistema receptor e seus efeitos. • É função da PROBABILIDADE e da MAGNITUDE do evento que se espera ocorrer. • O DANO AMBIENTAL é a materialização do risco ambiental. • O gerenciamento de riscos ambientais é processo complexo e sua implantação torna- se exigência crescente, assim como a comunicação de riscos, que é um item indispensável ao processo de gestão ambiental. Medida Mitigadora: Ação voltada à diminuição da magnitude do impacto ambiental negativo. Medida Potencializadora: Ação voltada à melhoria da eficácia do impacto ambiental positivo. Medida Compensatória: Ação com forte apelo social voltada à compensação de comunidades direta e indiretamente afetadas por empreendimento impactante. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES MITIGADORAS E POTENCIALIZADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS À sua natureza: preventiva ou corretiva. À fase do empreendimento em que deverá ser adotada: planejamento, implantação, operação e desativação, e para o caso de acidentes. Ao fator ambiental a que se destina: físico, biótico e, ou antrópico; Ao prazo de permanência de sua aplicação: curto, médio ou longo prazo; À responsabilidade por sua implementação: empreendedor, Poder Público ou outros; À avaliação dos custos das ações: levar em consideração algumas rubricas básicas, tais como Material Permanente - veículos, computadores, móveis etc. - ; Material de Consumo - disquete, fita para impressora, formulário contínuo etc. -; Pessoal - diárias, salários e encargos trabalhistas, pró-labores etc. -; Serviços de Terceiros – revelação de filmes, exames laboratoriais, cópias xerox etc -; Outros – tudo o que não couber nas outras rubricas). EXEMPLOS DE AÇÕES MITIGADORAS EM EMPREENDIMENTOS RURAIS Aprimorar a qualidade dos combustíveis usados nas diferentes maquinarias, diminuindo o seu potencial poluidor. Implantar um sistema eficaz de manutenção das maquinarias, no sentido de aumentar o seu rendimento operacional e diminuir o seu potencial poluidor. Desenvolver máquinas mais leves e utilizar sistemas de produção mais racionais, como cultivo mínimo. Desenvolver modelos de máquinas que produzam menos ruídos. Realizar o descarte das embalagens dos biocidas dentro dos padrões técnicos e legais. Restringir o uso do fogo na área, quando da limpeza de terrenos. Implantar os projetos, garantindo que os remanescentes vegetais nativos do empreendimento permaneçam contíguos (não fragmentados). Priorizar a implantação dos empreendimentos em áreas já alteradas antropicamente. Utilizar plantas mais resistentes à pragas e doenças, via melhoramento genético e OGMs – organismos geneticamente modificados. Implantar programa de controle biológico e racionalização no uso de agrotóxicos. Desenvolver “lay-outs” (arranjos espaciais) mais adequados para o empreendimento, como por exemplo, entremeando a vegetação nativa com os plantios comerciais. Desenvolver e utilizar princípios ativos de menor vida útil e,ou biodegradáveis. EXEMPLOS DE AÇÕES POTENCIALIZADORAS EM EMPREENDIMENTOS RURAIS Criação de oportunidades para mulheres e deficientes físicos, que em muitos casos são marginalizados no mercado profissional. Criação de turnos de trabalho, que diminui o salário “per capita”, mas aumenta o número de empregos. Integrar estradas às já existentes, o que possibilita racionalização no deslocamento de pessoas e mercadorias na região. AÇÕES COMPENSATÓRIAS: As ações compensatórias atuam fundamentalmente em 4 grandes áreas: Saúde, Educação, Renda e Trabalho. No caso de Saúde, freqüentemente estão relacionadas com: a criação e,ou ampliação de unidades, como hospital, posto de saúde e pronto socorro; aumento do número de leitos hospitalares; aquisição de novos equipamentos (raio X, ultrassonografia etc.); e renovação de estoques de vacinas e remédios. No caso de Educação, de modo análogo, estão relacionadas com: a criação e,ou ampliação de escolas e centros de treinamento; aumento do número de carteiras (vagas) escolares; construção de quadras esportivas nas escolas; doação de uniformes escolares e vestimentas para a prática de esportes; doação de “kits” escolares (conjunto contendo todo tipo de material escolar – lápis preto, caneta, lápis de cor, borracha, cola, tesoura, caderno, livro etc.). Em termos de Renda, deve-se primeiramente perceber que pode ser feita direta ou indiretamente. A via direta implica em remunerar o público alvo, numa periodicidade definida (mensal, trimestral, anual etc.). Assim, as pessoas receberiam diretamente uma quantia em dinheiro, ainda que já tenham sido contempladas com desapropriações ou indenizações. Esta é uma situação não desejável e usual, na medida em que pode ser confundida com paternalismo. A via indireta, implica na isenção ou redução de impostos e taxas, em benefício do público alvo, uma vez considerado que o empreendedor remunerará o erário público, a fim de que o mesmo possa arcar com esta situação. Isto significa, na prática, que o público alvo deixará de efetuar o recolhimento de certos impostos e taxas, o que representa uma renda indireta, pois reterá esta quantia. Este é o caso de prefeituras que isentam os cidadãos do IPTU, exatamente pelo fato de receberem compensações por parte de empreendedores que atuam no município. Quanto ao Trabalho, a compensação pode se dar de várias formas: criando cursos de reciclagem profissional para o público alvo, o que melhora a possibilidade de recolocação no mercado de trabalho; promovendo e, ou incentivando a realização de feiras e eventos que possam mostrar e divulgar produtos regionais, com isto abrem-se perspectivas de trabalho para as pessoas; e abertura de linhas de crédito junto a bancos oficiais, no sentido de permitir que o público alvo possa conseguir recursos com juros compatíveis para abrir ou ampliar seus negócios. É interessante perceber que a compensação representa um INVESTIMENTO do empreendedor na região onde inseriu seu negócio (projeto, empreendimento) e não um CUSTO propriamente dito. Na verdade, é por meio das ações compensatórias que se faz a INSERÇÃO REGIONAL DO EMPREENDIMENTO, de fundamental importância para a sua própria sobrevivência. Com esta inserção, viabiliza-se o estreitamento de relações entre o empreendedor, as comunidades direta e indiretamente afetadas e o Poder Público, que é indispensável na busca de soluções conjuntas para problemas comuns. ATRIBUTOS PRINCIPAIS DOS IMPACTOS AMBIENTAIS Magnitude: É a grandeza de um impacto em termos absolutos, podendo ser definida como a medida de alteração no valor de um fator ou parâmetro ambiental, em termos quantitativos ou qualitativos. Para o cálculo da magnitude deve ser considerado o grau de intensidade, a periodicidade e a amplitude temporal do impacto, conforme o caso. Exemplo: a magnitude de um impacto ambiental foi de 3 ppm (partes por milhão), numa situação em que a concentração inicial de uma determinada substância era de 2 ppm e passou para 5 ppm após sofrer a interferência de uma determinada atividade impactante. Importância: É a ponderação do grau de significância de um impacto em relação ao fator ambiental afetado e a outros impactos. Pode ocorrer que um certo impacto, embora de magnitude elevada, não seja importante quando comparado com outros, no contexto de uma dada avaliação de impactos ambientais. Exemplo: em linguagem de avaliação de impactos ambientais, ter uma magnitude de 1 ppm de mercúrio (Hg) é mais importante que uma magnitude de 10 ppm de sílica, pois o primeiro é um metal pesado e tem a capacidade de entrar na cadeiaalimentar, enquanto o outro é praticamente inerte. ATORES SOCIAIS DO PROCESSO DE AIA São as pessoas físicas e jurídicas que tomam parte no Processo de Avaliação de Impactos Ambientais, segundo suas necessidades e interesses. Exemplos: * Empreendedor * Elaborador * Avaliador * Organizações Não-Governamentais * Imprensa * Governos * Centros de Ensino e Pesquisa MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL: É o instrumento utilizado para coletar, analisar, avaliar, comparar e organizar informações, qualitativas e quantitativas, sobre os impactos ambientais advindos de empreendimento impactante. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS “Ad Hoc”(Para este caso): reunião entre especialistas, para se obter dados e informações, em tempo reduzido, imprescindíveis à conclusão dos estudos. “Check-list” (Listagem de Controle): listas descritivas, comparativas, em questionário ou ponderável de impactos ambientais. “Overlay Mapping” (Sobreposição de Mapas): elaboração e sobreposição de informações georreferenciadas temáticas (solo, vegetação, hidrografia etc.), para se definir usos do solo, segundo prescrições. Modelo Matemático: uso de equações matemáticas (simulação, regressão, estocástico, multivariado etc.), que permitem representar fenômenos ambientais (físicos, bióticos ou antrópicos), segundo dados e informações fornecidos. Matriz de Interação: figura bidimensional, constituída de linhas e colunas, que se presta para identificar impactos ambientais, a partir da relação de ações impactantes (linhas) com fatores ambientais (colunas). Rede de Interação: fluxo, para demonstrar a seqüência de impactos ambientais, a partir de uma ação desencadeadora. “AD HOC” VirtualPresencial “CHECK-LIST” Fase de Implantação (Curto Prazo): Meio Físico - Impactos Negativos e Respectivas Medidas Mitigadoras: - Depreciação da qualidade do ar da vizinhança, pelo lançamento de gases provindos da combustão no motor de maquinarias diversas (tratores, caminhões e motosserras), usadas em diferentes operações. Medidas: Realizar manutenções periódicas nas maquinarias (Preventiva/Corretiva); e orientar os funcionários a utilizarem as máquinas no estritamente necessário (Preventiva/Corretiva). “OVERLAY MAPPING” (SOBREPOSIÇÃO DE IMAGENS) ================ ================ =============== | maior ou igual | | a 20% Li | M | C -------------------------- --------------| | menor que 20% | La =============== ================ =============== Mapa de Vegetação Mapa de Declividade Mapa de Solos do Terreno MODELO MATEMÁTICO P = 2 x + 5 y; sendo: P = população residual (que sobreviverá) do animal; x = número de hectares de mata que restará após o desmatamento necessário à implantação do aeroporto; y = número de hectares de cerrado que restará após o desmatamento necessário à implantação do aeroporto. MATRIZ DE INTERAÇÃO FATORES AMBIENTAIS RELEVANTES Atividades Impactantes MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO MEIO ANTRÓPICO AI 1 F1 F2 FN Fn+1 Fn+2 Fp Fp+1 Fp+2 Fk AI 2 AI Y F A S E S Linhas: Atividades Impactantes. Ex: Desmatamento Colunas: Fatores Ambientais Relevantes. Ex: Erosão do Solo REDE DE INTERAÇÃO (FLUXOGRAMA) CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA DE IMPACTOS AMBIENTAIS * Critério de Valor - impacto positivo ou benéfico (quando uma ação causa melhoria da qualidade de um fator ambiental) e impacto negativo ou adverso (quando um ação causa um dano à qualidade de um fator ambiental); * Critério de Ordem - impacto direto, primário ou de primeira ordem (quando resulta de uma simples relação de causa e efeito) e impacto indireto, secundário ou de enésima ordem (quando é uma reação secundária em relação à ação, ou quando é parte de uma cadeia de reações); * Critério de Espaço - impacto local (quando a ação circunscreve-se ao próprio sítio e às suas imediações), impacto regional (quando o impacto se propaga por uma área além das imediações do sitio onde se dá a reação) e impacto estratégico (quando é afetado um componente ambiental de importância coletiva, nacional ou mesmo internacional); * Critério de Tempo - impacto a curto prazo (quando o impacto surge a curto prazo, que deve ser definido), impacto a médio prazo (quando o impacto surge a médio prazo, que deve ser definido) e impacto a longo prazo (quando o mesmo surge a longo prazo, que deve ser definido); * Critério de Dinâmica - impacto temporário (quando o impacto permanece por um tempo determinado, após a realização da ação), impacto cíclico (quando o impacto se faz sentir em determinados ciclos, que podem ser ou não constantes ao longo do tempo) e impacto permanente (quando uma vez executada a ação, os impactos não param de se manifestar num horizonte temporal conhecido); * Critério de Plástica - impacto reversível (quando uma vez cessada a ação, o fator ambiental retoma às suas condições originais) e impacto irreversível (quando cessada a ação, o fator ambiental não retorna às suas condições originais, pelo menos num horizonte de tempo aceitável pelo homem). CLASSIFICAÇÃO QUANTITATIVA DE IMPACTOS AMBIENTAIS 0 = NENHUM IMPACTO = BRANCO 1 = DESPREZÍVEL = AMARELO 2 = BAIXO GRAU = LARANJA 3 = MÉDIO GRAU = MARROM 4 = ALTO GRAU = VERMELHO 5 = MUITO ALTO = PRETO PERFIL DA EQUIPE ELABORADORA DE UM ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - Coordenador de Meio Ambiente - elemento que responde técnica e administrativamente por todos os trabalhos desenvolvidos na Área de Meio Ambiente do empreendimento proposto. Normalmente, pertence à equipe interna da empresa elaboradora do estudo do impacto ambiental; - Coordenadores de Meio - elementos que respondem técnica e administrativamente por todos os trabalhos conduzidos no seu respectivo meio - físico, biótico ou antrópico. Normalmente, pertencem à equipe interna da empresa elaboradora do estudo de impacto ambiental; - Responsáveis por Temas - elementos que respondem tecnicamente pelos seus respectivos temas como, por exemplo, Vegetação Terrestre, Pedologia, Saúde Pública etc.. Podem ser da equipe interna da empresa elaboradora do estudo de impacto ambiental ou contratados, temporariamente, como prestadores de serviços; - Técnicos e Estagiários que Desenvolvem Trabalhos em Seus Respectivos Temas - estão subordinados hierarquicamente, em primeira instância, ao Responsável pelo Tema. Podem pertencer à equipe interna da empresa elaboradora do estudo de impacto ambiental ou serem contratados como prestadores de serviço; - Outros Tipos de Colaboradores - incluem secretárias, mateiros, guias, motoristas e ajudantes em geral. RESPONSABILIDADES DE ATORES SOCIAIS CHAVES Empreendedor: a concepção do projeto, ou seja, a definição das alternativas tecnológicas e locacionais e o compromisso em bancar os custos decorrentes da elaboração e julgamento do Estudo de Impacto Ambiental. Elaborador: conduzir, de forma equilibrada e independente, os estudos de caráter ambiental, bem como a responsabilidade de responder perante à Justiça e à Entidade de Classe sobre os resultados apresentados nestes estudos. Avaliador: a responsabilidade de analisar e julgar a documentação apresentada pelo Elaborador, deferindo ou não a Licença solicitada, assim como a realização de atividades de fiscalização em todas as etapas do empreendimento em questão. PRINCIPAIS FUNÇÕES AMBIENTAIS DOS PLANTIOS FLORESTAIS CONTROLE DE VENTOS (MINIMIZA A EROSÃO EÓLICA) H 3 H = distância antes do vento chegar à barreira de árvores 20 H = distância depois que o vento passa a barreira de árvores CAPTURA DE GÁS CARBÔNICO E LIBERAÇÃO DE GÁS OXIGÊNIO PELA FOTOSSÍNTESE Libera O2Captura CO2 1,8 tonelada de CO2/tonelada de madeira seca 1,3 tonelada de O2/tonelada de madeira seca RECICLAGEM DE NUTRIENTES DO SOLO NUTRIENTES DE CAMADAS MAIS PROFUNDAS PARTE AÉREA DAS PLANTASDEPOSIÇÃO DO FOLHEDO NUTRIENTES DISPONIBILIZADOS MELHORIA DA QUALIDADE DO AR, PELA ABSORÇÃO DE GASES TÓXICOS E ADSORÇÃO DE PARTICULADOS dióxidode enxofre, dióxido de nitrogênio, ácido fluorídrico, ozônio poeira e fuligem Absorção: fenômeno fisiológico (entrada via estômatos) Adsorção: fenômeno físico (retenção na parte aérea) ALIMENTO, ABRIGO E REFÚGIO PARA A FAUNA SILVESTRE Alimento (folhas, frutos, sementes...) Abrigo (apoio para ninho) Refúgio (esconderijo para presas) Poleiro para observação e descanso MELHORIA DO VALOR PAISAGÍSTICO SE COMPARADO A AMBIENTE DEGRADADO * A ÁRVORE PROTEGE O SOLO, EVITANDO EROSÃO, MINIMIZANDO O IMPACTO VISUAL * A ÁRVORE COMPÕE A PAISAGEM COM O SOLO, A ÁGUA, A FAUNA.... * A ÁRVORE PASSA UMA VISÃO DE USO E NÃO DE ABANDONO DA ÁREA Lei de Crimes Ambientais: • Lei Federal 9605, de 12/02/98. Foi regulamentada pelo Decreto Federal 3179, de 21/09/99. Possui 8 capítulos e 82 artigos, sendo que 10 foram total ou parcialmente vetados. • Principais inovações: a legislação ambiental é consolidada; as penas têm uniformização e gradação adequadas e as infrações são claramente definidas; define a responsabilidade penal da pessoa jurídica, bem como da pessoa física autora ou co-autora da infração; pessoa jurídica pode ser liquidada (financia o Patrimônio Penitenciário Nacional). • É possível substituir penas de prisão de até 4 anos por penas alternativas. São penas alternativas: prestação de serviços à comunidade; interdição temporária de direitos; suspensão parcial ou total de atividades; prestação pecuniária; e recolhimento domiciliar. • Produtos e subprodutos da fauna e flora podem ser doados ou destruídos. • Matar animais continua sendo crime, mas para saciar a fome do agente ou da sua família há a descriminalização. • Maus tratos e abusos contra animais domésticos ou domesticados passam a ser crimes. • Experiências dolorosas ou cruéis em animal vivo são crimes, quando existirem recursos alternativos. • Pichar e grafitar edificações sujeitam o infrator a até 1 ano de detenção. • Fabricar, vender, transportar ou soltar balões é crime ambiental. • Destruição, dano, lesão ou maus tratos às plantas de ornamentação é crime, punido por até 1 ano. • Quem dificultar ou impedir o uso público de praias está sujeito até 5 anos de prisão. • Desmatamento não autorizado agora é crime. • Comprar, vender, transportar, armazenar madeira, lenha ou carvão sem licença da autoridade competente, sujeita o infrator a até 1 ano de prisão e multa. • Funcionário de órgão ambiental que fizer afirmação falsa ou enganosa ou sonegar informações está sujeito a até 3 anos de prisão. • A multa administrativa varia de R$50,00 a R$50 milhões. Biossegurança: • A norma básica é a Lei Federal 11.105, de 24/03/2005. • Regulamentou os incisos II, IV e V do parágrafo primeiro do artigo 225 da Constituição Federal Brasileira. • Estabeleceu normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam OGMs (organismos geneticamente modificados) e seus derivados. • Criou o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS). Está vinculado à Presidência da República, como órgão de assessoramento superior para a formulação e implementação da Política Nacional de Biossegurança. Evoca e decide, em última e definitiva instância, com base em manifestação da CTNBio, sobre os processo relativos às atividades que envolvam o uso comercial de OGMs e seus derivados. Sempre que o CNBS deliberar favoravelmente à realização da atividade analisada, encaminhará sua manifestação aos órgãos e entidades de registro e fiscalização. Sempre que o CNBS deliberar contrariamente à atividade analisada, encaminhará sua manifestação à CTNBio para informação ao requerente. • Reestruturou a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Passa a ter 27 cidadãos brasileiros, designados pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, todos de reconhecida competência na área e com doutorado. Há suplentes. O mandato é de 2 anos, renovável por até mais 2 períodos consecutivos. Continua sendo o órgão consultivo e deliberativo. • Manteve a exigência de CQB – Certificado de Qualidade em Biossegurança para quem trabalha com OGMs. • Manteve a exigência de CIBio – Comissão Interna de Biossegurança. • Algumas vantagens apregoadas aos OGMs: maior produtividade; maior resistência a pragas e doenças; maior tempo de longevidade do produto; maior qualidade nutricional; e imunização via alimentos. • Algumas desvantagens apregoadas aos OGMs: alergias; sistema de produção (pode-se perder o rastro); cartel de produtos; maior custo geral de produção; e resistência de certos consumidores (perda de parte do mercado). • Alguns tipos de Plantas Transgênicas: Bt (resistente a lepidópteros); glifosate (resistente ao herbicida); e esterilidade masculina (híbrido com alta produtividade). • Algumas técnicas aplicadas aos OGMs: Clonagem (retira e “cola” seqüência de genes) e Biobalística (“atira” genes no genoma).
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