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Aula_6_-_IDEOLOGIAS

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AS IDEOLOGIAS POLÍTICAS MODERNAS 
“Ideologia é o conjunto de ideias que procura
ocultar a sua própria origem nos interesses sociais
de um grupo particular da sociedade.”
 (definição de MARX e ENGELS).
Conceito atual de Ideologia, com base em Marx: 
Sistema de ideias que elaboram uma ‘compreensão da realidade’ para ocultar ou dissimular o domínio de um grupo sobre o outro.”
 				LIBERALISMO E SOCIALISMO
O Liberalismo
As origens do liberalismo remontam ao século XVII, na Inglaterra através das revoluções lideradas pela burguesia: a Revolução Puritana, a Revolução Gloriosa, a Declaração dos direitos que limitava o poder do monarca e ampliava do parlamento.
Podemos definir o liberalismo dessa época como o conjunto de idéias éticas, políticas e econômicas se opunha à visão de mundo da nobreza feudal. Em linhas gerais, as ideias liberais buscam:
- a separação entre Estado e sociedade enquanto conjunto das atividades particulares dos indivíduos, sobretudo as de natureza econômica. O que se quer é separar definitivamente o público do privado, reduzindo ao mínimo a intervenção do Estado na vida de cada um. Por outro lado, essa separação deveria reduzir também a interferência do privado no público, já que o poder procura outra fonte de legitimidade que não seja a tradição e as linhagens de nobreza. (ARANHA; MARTINS, 1993, p. 217).
Podemos teoricamente distinguir três tipos de liberalismo: ético, político e econômico.
• Liberalismo ético - diz respeito à garantia dos direitos individuais: liberdade de pensamento, expressão e religião.
Constitui-se um estado de direito para que sejam evitados os arbítrios, as lutas religiosas, as prisões injustas, a tortura, as penas cruéis.
• Liberalismo político - busca nas teorias contratualistas as formas de legitimação do poder, agora não mais fundado no direito divino, tradição ou herança do monarca, mas no consentimento dos cidadãos. Essa forma de pensar a política institui o voto e a representação política, a autonomia dos poderes e a limitação do poder central.
• Liberalismo econômico - surge em oposição à intervenção do monarca nos negócios e defende a propriedade privada dos meios de produção e a economia de mercado, baseada na livre iniciativa e competição. Prega a teoria do Estado mínimo, nãointervencionista.
O liberalismo combateu as monarquias absolutas, mas após sua derrubada, foi rapidamente combatido por movimentos populares. o liberalismo do século XIX extrapola a classe burguesa e torna-se reivindicação da grande massa operária na luta pela democracia. As organizações de massa dão novo sentido ao liberalismo que pretende se configurar como liberalismo democrático. O foco do ideal de liberdade baseado na propriedade é desviado para a exigência de igualdade. Liberdade e igualdade, não são apenas ideais, devem ser considerados direitos de todos, garantidos juridicamente.
A luta pela igualdade nesse período, manifestou-se das mais variadas formas:
• na defesa do sufrágio universal e ampliação de partidos e sindicatos;
• na liberdade de imprensa;
• na educação fundamental escolar pública e gratuita.
A partir das reivindicações populares que dão novo sentido ao liberalismo, nesse século consolidam-se duas vertentes do pensamento liberal:
- o liberalismo conservador que defende a liberdade, mas não a democracia e o liberalismo radical que defende a liberdade e a igualdade. 
- o liberalismo no século XX e início do XXI, passa por crises, adaptações e é alvo de crítica do movimento socialista em todo mundo. Observamos anteriormente que uma das conquistas do liberalismo clássico foi o ideal do Estado não-intervencionista, o chamado Estado mínimo, no qual prevalece a política do livre mercado.
As extremas desigualdades sociais desencadeadas pelo desenvolvimento do capitalismo levam alguns a pensar que a ênfase na economia livre deveria ser atenuada. Outro aspecto da crise no liberalismo foram os acontecimentos históricos que apressaram a reformulação de seus princípios.
O SOCIALISMO
Muitas vezes o marxismo tem sido associado ao socialismo. O marxismo é uma variedade dentro do gênero do socialismo.
As primeiras idéias sobre o socialismo são encontradas no pensamento de autores como Thomas More (Utopia) e Campanella (Cidade do Sol), no século XVI. Ambos autores imaginam uma sociedade de iguais.
No século XVIII, a grande massa do povo que assegurou o êxito da Revolução Francesa criticou radicalmente a desigualdade. 
Essa crítica radical continuará mobilizando teóricos e ativistas no século XIX, período em que as condições econômicas criam uma situação social jamais vista até então, decorrente da expansão da economia, da passagem à grande indústria e ao capitalismo de monopólio e do nascimento das organizações do proletariado.
As cidades incham, as moradias são precárias, os salários são baixos, a miséria, a jornada de trabalho excessiva e a exploração da mão-de-obra infantil, todo esse cenário configura um estado de injustiça social gerador de protestos e anseios de mudança.
As teorias socialistas e os movimentos operários criticam o liberalismo, pois constatam que a livre concorrência não trouxe o equilíbrio prometido, ao contrário, instaurou uma "ordem" injusta e imoral. Além disso, se o liberalismo clássico enfatizara a liberdade individual, as novas teorias exigem igualdade, não apenas formal, mas real, e contrapõem o individualismo ao socialismo - palavra que foi inventada por volta da década de 30 do século XIX.
As teorias socialistas apresentavam um projeto de reconstrução da sociedade em bases comunitárias e promovia formas associativas de vários gêneros (sindicais, políticas, experiências cooperativas e comunitárias) para realizar as novas idéias.
As teorias socialistas podem ser classificadas em duas vertentes principais: a teoria do socialismo utópico (Saint-Simon; Fourier; Robert Owen; Bakunin e Proudhon – Anarquismo) e a teoria do socialismo científico, de Marx e Engels.
As teorias socialistas utópicas tinham como proposta a elaboração de modelos e programas de cooperação entre os operários e de gestão comum dos meios de produção. 
O socialismo utópico foi criticado por Marx e Engels, pois, embora eles fizessem críticas ao sistema capitalista, erraram ao não fazerem uma análise profunda das leis de funcionamento do capitalismo e ao não reconhecerem a classe operária como a única possibilidade de construção do socialismo, tarefa que esses autores buscaram realizar na elaboração de uma teoria científica para o socialismo.
Quanto ao movimento socialista, este dividiu-se em duas correntes:
- socialismo revolucionário; e o 
- socialismo reformista ou social-democracia.
O socialismo revolucionário afirma que o caminho para uma sociedade igualitária, socialista é a insurreição armada (ou revolução). O socialismo reformista propõe a via eleitoral seguida de um conjunto de reformas graduais.
Em nosso tempo, as chamadas revoluções socialistas ocorreram na Rússia em 1917, após a Segunda Guerra Mundial, no leste europeu (Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia, Hungria, Polônia, Romênia, Iugoslávia e Alemanha Oriental), na Ásia (Vietnã do Norte, Coréia do Norte, China, Laos, Camboja), na América (Cuba), e tentativas na África (Argélia, Guiné Bissau, Moçambique, Angola).
O socialismo, assim como a maior parte das ideologias, inclui posições profundas, sutis e muitas vezes contraditórias.
No mundo contemporâneo não temos um cenário propício a uma revolução socialista, como queriam os revolucionários do século XIX e XX. Todavia, podemos afirmar que o socialismo "continua sendo uma tradição ideológica fértil e adaptável, que reflete, neste século, um modo extremamente importante de auto-compreensão humana e aspiração moral". (VINCENT, 1995, p. 120).

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