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A ATUAÇÃO DO ADVOGADO DURANTE AS INVESTIGAÇÕES POLICIAIS E OS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DO INVESTIGADO doc

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A ATUAÇÃO DO ADVOGADO DURANTE AS INVESTIGAÇÕES POLICIAIS E OS 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DO INVESTIGADO 
No dia 09 deste mês, junho, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos 
Deputados, aprovou projeto de lei que assegura ao advogado o acesso a todos os 
documentos durante investigações. Cabe aqui ressaltar que o Estatuto do Advogado em 
seu art. 7º, inciso XIV, já prevê tal prerrogativa. Outra importante ressalva no tocante a 
este assunto é a existência da Súmula 14, que mais uma vez prevê, a interesse do 
representado, acesso às informações em procedimento investigatório. Ora, uma vez que 
nosso ordenamento jurídico vem proporcionando, cada vez mais, a presença do 
advogado durante o inquérito policial, porque este não pode, ainda em fase de 
investigação, atuar em defesa do seu constituinte? Eis um questionamento de grande 
divergência. 
Após a leitura de diversos posicionamentos de estudiosos do Direito, cheguei a um 
entendimento próximo de uma minoria no tocante a referida discussão. No estudo da 
Disciplina de Direito Constitucional I, estudamos todos aqueles direitos e garantias 
fundamentais previstos na Lei Maior. Dentre tantos, chamou-me atenção, durante a 
análise deste tema, o art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal de 1988, que assegura o 
contraditório e a ampla defesa em processo judicial ou administrativo aos acusados em 
geral. Sendo assim, surge o questionamento de um acadêmico em Direito: na seara 
criminal, a partir de que momento surgem os direitos e garantias fundamentais da 
pessoa humana? Sim, a indagação é válida, pois se pode afirmar que, referente a 
processos criminais, apenas nascem os direitos dos investigados quando estes estão em 
processo judicial, pois só a partir deste momento é que se pode atuar em defesa deste 
cidadão. 
Pois bem, podemos refletir mais um pouco e chegarmos a outro questionamento: se a 
possibilidade de defesa do representado só pode ser feita durante o processo criminal, 
porque de tantas prerrogativas que asseguram ao advogado ter acesso às informações 
durante o inquérito policial? Este é o ponto central. Parte da doutrina, assim como 
estudiosos do Direito, nega a atuação do advogado na defesa do seu constituinte durante 
o inquérito sob o argumento de que o juiz não julga com base no inquérito. Parece-nos 
um argumento insuficiente, pois o inquérito policial é um ato importante quando se 
busca identificar a autoria de um delito, onde serão apuradas informações acerca do 
autor de tal transgressão. 
Não existem dúvidas que, sendo o inquérito um ato tão importante na busca do autor de 
delito, que trará mais tarde uma possível privação de direitos, sejam exercidos os 
direitos e garantias fundamentais do investigado desde o momento que exista a suspeita 
de quem seja. Os inquéritos feitos no Brasil são ineficazes, pois existe um grande 
número de casos a serem investigados o que carecem de celeridade no ato, gerando 
levantamento de informações que, muitas das vezes não são suficientes para a atribuição 
de autoria de delito. É muito comum em fase processual os advogados vencerem causas 
porque o inquérito é insuficiente. O resultado é lentidão do judiciário e total desrespeito 
aos direitos constitucionais do cidadão. 
A necessidade da participação do advogado em defesa do seu constituinte é de suma 
importância quando se vive sob um Estado Democrático de Direito. Todo e qualquer ato 
deve ser realizado levando-se em conta o núcleo do ordenamento jurídico brasileiro, que 
são os direitos e garantias fundamentais. De certa forma, todas essas prerrogativas de 
acesso do advogado aos documentos do inquérito, acrescida da prerrogativa de defender 
seu representado proporcionaria maior segurança jurídica durante os processos judiciais 
e real efetivação dos direitos fundamentais. 
A realidade do judiciário e os constantes debates sobre o assunto apontam para este caminho: 
o da atuação do advogado durante as investigações policiais. O Brasil não é um país 
verdadeiramente democrático, pois ainda se desrespeita muito os direitos e garantias 
fundamentais. O gozo da prerrogativa do contraditório e da ampla defesa ainda em 
investigação policial é fundamental quando o que se busca é a justiça. 
 
 
Autor: Carlos Henrique de Lima Andrade é natural de Ribeirópolis, interior de 
Sergipe. Atualmente é graduando em Direito Pela Faculdade Pio Décimo, como 
Bolsista Integral do Programa Universidade para Todos (PROUNI), mas já foi aluno do 
curso de História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Já fora aprovado em 
diversos cursos em distintas Universidades Federais do País, é concursado público 
municipal na Prefeitura de Pinhão-SE. Também é pesquisador em Filosofia e 
Fundamentos Sócio-Antropológicos aplicados ao Direito na PIO X. 
 Email: carloshenrique_lima16@hotmail.com

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