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13/01/2021 Versão para impressão 1/7 Emissões atmosféricas: fundamentos e efeitos Chuva ácida Como vimos, o processo de industrialização nos últimos anos cresceu rapidamente em todo o mundo. Essa ação tem contribuído significativamente com o aumento da poluição da atmosfera, especialmente nos grandes centros urbanos, onde a poluição do ar é facilmente percebida. Dentre esses problemas ambientais atmosféricos, a chuva ácida é um fenômeno que está se tornando frequente em regiões industrializadas, inclusive no Brasil. Esse fenômeno começa pelas emissões de fumaça de: usinas termelétricas à base de carvão; indústrias de celulose; refinarias; veículos automotores. Isso significa que qualquer poluente gasoso que é lançado na atmosfera contribui para a formação de uma chuva ácida, pois os compostos de enxofre e nitrogênio são os principais componentes dessa chuva, que pode cair próximo da sua zona de formação ou a muitos quilômetros de distância de seu ponto de origem. No Brasil, o exemplo mais citado é a mineração de carvão em Criciúma, no estado de Santa Catarina, que é responsável pela chuva acidificada pelo enxofre emanado do carvão depositado. Esses poluentes misturaram-se às formações de 13/01/2021 Versão para impressão 2/7 nuvens em suspensão no ar e a chuva foi transportada pelos ventos até o Parque Nacional de São Joaquim, localizado a quilômetros de distância do ponto de formação dessa chuva. Você sabia que? Os cientistas expressam a acidez da chuva ácida usando a escala de pH. Essa escala define a acidez, a neutralidade ou a alcalinidade de uma solução com base em sua concentração de íons de hidrogênio. Os ácidos possuem uma alta concentração de íons de hidrogênio, portanto, o seu pH é baixo. Essa escala varia de zero a 14. A água pura tem um pH neutro, ou seja, igual a 7.0. Destaca-se que a água da chuva normal possui um pH aproximado de 5.6, pois ela reage com o dióxido de carbono na atmosfera e forma o ácido carbônico levemente ácido antes de transformar-se em chuva. Mas, a chuva ácida possui um pH de 5.0 ou menos, pois a maior parte da deposição ácida varia de pH 4.3 a 5.0 em virtude da reação dos óxidos de enxofre e nitrogênio provenientes de fábricas e escapamentos de veículos. Esses óxidos entram na atmosfera por meio de reações químicas e caem como chuva ácida. Assim, esses ácidos presentes na chuva deterioram os edifícios e os monumentos históricos, danificam a vegetação, em especial as florestas e campos, e contaminam os recursos hídricos superficiais. A escala de pH é uma medida de acidez e alcalinidade. A chuva ácida possui um pH de 5.0 ou menos. 13/01/2021 Versão para impressão 3/7 13/01/2021 Versão para impressão 4/7 13/01/2021 Versão para impressão 5/7 Figura 1 – Escala de pH, variando entre básico, neutro e ácido Fonte: . Imagem de uma escala de pH do número 1 ao 14. Do 1 ao 6 é considerado pH ácido, o 7 é neutro e do 8 ao 14 é considerado pH básico. A chuva ácida se encontra na numeração 4 da escala. Ácido de bateria no número 1, chuva normal no 5,6, água pura no 7, água do oceano no 8 e limpador de dreno de líquido no número 14 da escala. Agora, vamos ler uma reportagem sobre a influência da chuva ácida nos rios da costa leste dos EUA. Boa leitura! Chuva ácida faz com que rios da costa leste dos EUA fiquem alcalinos Chuva corrói rochas ricas em minerais alcalinos, que são levados ao rio. Águas tornam-se cada vez mais perigosas para rega e para vida aquática. 13/01/2021 Versão para impressão 6/7 Dois terços dos rios na costa leste dos Estados Unidos registram níveis crescentes de alcalinidade, com o que suas águas se tornam cada vez mais perigosas para a rega de plantios e a vida aquática, informaram cientistas esta segunda-feira. A razão da mudança é o legado da chuva ácida, que corrói rochas e pavimento, ricos em minerais alcalinos, disseram os cientistas na revista "Environmental Science and Technology". O estudo, chefiado por SujayKaushal, geólogo da Universidade de Maryland (leste), examinou 97 rios do estado de New Hampshire (nordeste) à Flórida (sudeste) durante os últimos 25 a 60 anos, e encontrou 'tendências significativas no aumento da alcalinidade em 62 dos 97 locais'. Estes rios são importantes porque abastecem com água potável grandes cidades como Washington, Filadélfia, Baltimore, Atlanta e outras metrópoles importantes. Os cientistas disseram que este maior conteúdo alcalino pode complicar o tratamento das águas residuais e da água potável e levar a uma rápida corrosão da tubulação metálica. A água com altos níveis de alcalinidade pode ser mais salgada e conter mais minerais. Também pode levar à toxicidade do amoníaco, capaz de causar danos a cultivos de rega, assim como afetar peixes e outras espécies de água doce. A alcalinidade aumenta mais rápido em locais onde há pedra calcária ou rochas carbonadas debaixo dos corpos d'água, em regiões altas e onde a queda ou a drenagem das chuvas ácidas sejam elevadas, afirmaram os cientistas. Meteorização A dissolução de partículas alcalinas que terminam nas vias fluviais se atribui a um processo conhecido como meteorização química, no qual o ácido corrói a pedra calcária, outras rochas carbonatadas e até mesmo calçadas. 13/01/2021 Versão para impressão 7/7 'Em alguns arroios que são cabeceira de corpos d'água, isto pode ser uma coisa boa. Mas também estamos vendo crescentes compostos antiácidos rio abaixo. E estes locais não são ácidos e as algas e os peixes podem ser sensíveis às mudanças de alcalinidade', disse Kaushal. Apesar de a chuva ácida estar em queda nos Estados Unidos, devido em grande parte a restrições ambientais mais estritas estabelecidas na década de 1990, seu legado persiste. 'Este é outro exemplo da ampla repercussão do impacto humano nos sistemas naturais (que) é, penso eu, cada vez mais preocupante', disse o co-autor do estudo e ecologista Gene Likens, da Universidade de Connecticut e do Instituto Cary de Estudos dos Ecossistemas. 'Os legisladores e o povo pensam que a chuva ácida sumiu, mas não é assim', acrescentou. Os pesquisadores disseram ser difícil prever por quanto tempo persistirá esta tendência à alcalinização dos rios. Fonte: .