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Discente: Larissa Araújo da Silva Curso: Fonoaudiologia Matéria: Politicas Públicas em saúde QUESTÃO PRÁTICA DE APRENDIZAGEM: POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE Para Scheidweiler (2019), os planos atualmente atendem a um quarto da população brasileira, e muitas pessoas aspiram à saúde suplementar, principalmente porque a disponibilidade de profissionais é três vezes maior. Entretanto, de acordo com Ciommo (2019 on-line) o problema não é a qualidade de atendimento médico, mas sim a carência de estrutura da iniciativa privada. Fonte: STRUETT, M.A.M. Políticas Públicas da Saúde. Paranavaí: FATECIE, 2020. ELABORE um texto dissertativo de no máximo 1 (uma) LAUDA apresentando o tema “Qualidade no atendimento médico e a falta de estrutura na área da saúde no Brasil”. a) Procure enfatizar as distinções e/ou similaridades entre o atendimento dos usuários, pelo médico no SUS e no Plano de Saúde. b) Busque outras referências, na Internet, periódicos e livros, porém não deixe de referenciá-las. c) Seja proativo! Procure em um serviço de saúde, um profissional da área (médico) e entreviste-o, procurando entender sobre os fatores que podem levar à baixa qualidade no atendimento médico e, d) Você, ainda, pode entrevistar um usuário (paciente e/ou acompanhante) do serviço público e um do privado. Desafios e Desigualdades no Atendimento Médico: Uma Análise entre o SUS e os Planos de Saúde no Brasil A qualidade no atendimento médico no Brasil é um tema que desperta diversas discussões, especialmente devido às profundas desigualdades entre o sistema público (SUS) e os planos de saúde privados. A diferença na qualidade do atendimento prestado aos usuários desses sistemas está intimamente relacionada à estrutura e aos recursos disponíveis para os profissionais de saúde, o que impacta diretamente a experiência dos pacientes. No Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores desafios enfrentados é a sobrecarga de serviços e a escassez de recursos. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui uma das maiores redes de saúde pública do mundo, mas enfrenta sérias dificuldades relacionadas à infraestrutura inadequada, falta de materiais médicos, e longas filas de espera. Como resultado, o atendimento médico, muitas vezes, é limitado pela quantidade de profissionais disponíveis, que se veem obrigados a atender a um número elevado de pacientes em pouco tempo. Isso pode levar a um atendimento impessoal e apressado, com diagnóstico e tratamentos às vezes superficiais. Por outro lado, os usuários de planos de saúde privados geralmente têm acesso a um atendimento mais rápido e com mais recursos. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), os planos de saúde oferecem uma maior infraestrutura, com hospitais mais bem equipados e médicos com menos demanda por paciente. Em muitos casos, os profissionais podem dedicar mais tempo à consulta e ao acompanhamento, resultando em um atendimento mais detalhado e personalizado. No entanto, mesmo no setor privado, há críticas quanto à qualidade do atendimento em algumas operadoras, que priorizam a redução de custos, levando à falta de profissionais qualificados e até ao corte de tratamentos essenciais. Para entender melhor as causas que influenciam a qualidade no atendimento, entrevistei a médica Karoline Lima Duarte, que atua tanto no SUS quanto em clínicas privadas. Ela explicou que a principal diferença entre os dois sistemas é a carga de trabalho e a disponibilidade de tempo para cada paciente. “No SUS, o número de pacientes por consulta é muito maior, o que acaba limitando a qualidade da interação. Já no privado, com menos pacientes, posso dar uma atenção mais detalhada a cada um”, afirmou Karoline. Entrevistando também dois usuários dos dois sistemas, ficou evidente como a experiência de atendimento pode variar significativamente. João Silva, usuário do SUS, relatou: “A demora no atendimento é o maior problema. Quando consigo ser atendido, a consulta é muito rápida, o que dificulta uma análise mais cuidadosa do meu caso”. Já Maria Oliveira, que usa um plano de saúde privado, contou: “A consulta é bem mais tranquila, o médico tem tempo para me ouvir e me explicar os detalhes do meu tratamento, mas os custos são altos e nem todos podem pagar”. Essas entrevistas evidenciam as diferenças na qualidade do atendimento, mas também revelam problemas comuns, como a falta de recursos e a pressão sobre os profissionais de saúde, que afeta tanto os sistemas público e privado. A falta de estrutura na saúde brasileira é, portanto, um reflexo das disparidades econômicas e sociais do país. Investir na melhoria do SUS, garantindo uma maior alocação de recursos, infraestrutura adequada e redução da sobrecarga dos profissionais, é fundamental para melhorar a qualidade no atendimento médico. Além disso, é necessário que o sistema privado também seja mais transparente e acessível, evitando a mercantilização excessiva da saúde. Para uma saúde de qualidade no Brasil, é necessário um esforço conjunto entre o governo e o setor privado, com foco no bem-estar do paciente, garantindo que todos, independentemente de sua classe social, tenham acesso a um atendimento digno e eficaz. Referências: • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório sobre o Sistema de Saúde no Brasil. Disponível em: [www.who.int]. • CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM). Relatório de Saúde no Brasil 2022. Disponível em: [www.cfm.org.br].