Buscar

Desempenho de vacas lactantes em pastagens de Braquiárias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSTITUTO DE ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESEMPENHO E COMPORTAMENTO DE VACAS LACTANTES EM 
PASTAGENS DE CULTIVARES DE BRAQUIÁRIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joana Baptista Demski 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nova Odessa 
Janeiro – 2013 
 
 
 
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO 
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS 
INSTITUTO DE ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
Desempenho e comportamento de vacas lactantes em cultivares de 
Braquiárias 
 
 
 
 
Joana Baptista Demski 
Dr. Irineu Arcaro Junior 
Dra. Flávia Maria de Andrade Gimenes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nova Odessa 
Janeiro – 2013 
 
Dissertação apresentada ao Programa de 
Pós-graduação do Instituto de Zootecnia, 
APTA/SAA, como parte dos requisitos 
para obtenção do título de Mestre em 
Produção Animal Sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desempenho e comportamento de vacas lactantes em cultivares de 
Braquiárias 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo 
Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia 
 
 
 
D369d Demski, Joana Baptista 
 
 Desempenho e comportamento de vacas lactantes em 
 cultivares de Braquiárias. / Joana Baptista Demski. Nova 
 Odessa – SP, 2012. 
 80p.: il. 
 
 Dissertação (mestrado) – Instituto de Zootecnia. 
 APTA/SAA. 
 Orientador: Dr. Irineu Arcaro Junior. 
 Co-orientador: Dra. Flávia Maria de Andrade Gimenes. 
 
 
 1. Capim-convert HD364. 2. Capim-marandu 
 3. Manejo intermitente. 4. Produção de forragem. 
 5. Produção de Leite. 6. Valor nutritivo. 
 I. Arcaro Junior, Irineu. II. Gimenes, Flávia 
 Maria de Andrade. III. Titulo. 
 
CDD 637.127 
 
 
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO 
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS 
INSTITUTO DE ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL 
 
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO 
 
DESEMPENHO E COMPORTAMENTO DE VACAS LACTANTES EM 
PASTAGENS DE CULTIVARES DE BRAQUIÁRIAS 
 
JOANA BAPTISTA DEMSKI 
Irineu Arcaro Junior 
Flávia Maria de Andrade Gimenes 
 
Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção 
Animal Sustentável, pela Comissão Examinadora: 
 
Irineu Arcaro Junior 
 
 
Alessandra Aparecida Giacomini 
Instituto de Zootecnia 
 
Soraia Vanessa Matarazzo 
Universidade Estadual de Santa Cruz 
 
 
Data da realização: 25 de Janeiro de 2013 
 
 
Presidente da Comissão Examinadora 
Prof. Dr. Irineu Arcaro Junior 
 
 
 
iv 
 
 
Dedico 
 
A minha amada mãe Orlanda e meus amados irmãos Cristina, Guilherme e Lizandro 
(por ordem alfabética, para não gerar conflitos) por todo apoio e por tudo que eu sou 
nessa vida. E também a minha sobrinha Ana Gabriela última a chegar à família, mas já 
chegou dando muito orgulho. 
 
 
Ao meu pai (in memorian) que me ensinou através do exemplo o gosto pelo trabalho no 
campo e me deixou de herança a teimosia atualmente indispensável para alcançar meus 
objetivos. 
 
 
A todos os amigos queridos que fizeram e fazem parte da minha vida, me impedindo de 
perder a fé nos seres humanos. 
 
 
Amo vocês e a distância só faz crescer em mim o desejo de estar perto. 
 
 
 
 
 
 
“Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.” (Johann Goethe) 
v 
 
vi 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente aos animais que a vida toda me ensinaram valiosas lições e 
incontáveis vezes foram a minha única companhia. Neste caso especialmente para as 
vacas: Nélia (in memoriam), Gaucha, Vectra, Heide, Amada e a Flecha que fizeram 
meus dias no campo muito mais empolgantes. 
 
Ao Instituto de Zootecnia, ao programa de pós-graduação em Produção Animal 
Sustentável e ao CAPTA Bovinos de leite. 
 
A Empresa DowAgroscience pelo apoio financeiro na execução do projeto. 
 
Ao Professor Dr. Irineu Arcaro Junior, pela orientação, conselhos, incentivo, 
ajuda e pela paciência nesses anos. 
 
A Dra. Flávia Maria de Andrade Gimenes pela orientação, conselhos e apoio. 
 
A Professora Dra. Luciandra Macedo de Toledo pelos conselhos, por sempre 
estar pronta para ajudar e pela amizade. 
 
Ao Dr. Luis Alberto Ambrósio por toda ajuda, pela paciência, pelos conselhos 
e por tornar os dias no escritório mais alegres. 
 
A todos os funcionários da Fazenda em especial para: Gilberto, Ivo, Ana, 
Donizete, Creuza e Ivana. Também para funcionários dos demais setores do Instituto de 
Zootecnia que sempre me auxiliaram quando precisei em especial para Ester sempre 
muito solicita. 
 
Aos estagiários e técnicos que me auxiliaram e dividiram o trabalho árduo do 
campo, especialmente: Débora, Nathália e Gustavo. 
 
vii 
 
A todos os colegas que eu conheci no mestrado e as pessoas que eu conheci 
nessa caminhada, em especial Evandro que sempre deu ótimos conselhos e 
proporcionou boas risadas. 
 
As pessoas que dividiram a casa comigo e me suportaram em especial: Gianni, 
Cyntia, Gisele, Katyele e Lucas, obrigada pelo carinho e pela paciência. 
 
Ao casal Claiton e Maria Luisa pela amizade, apoio e incentivo. Os primeiros a 
me guiar para essa maravilhosa fase da minha vida. 
 
Aos pesquisadores do Instituto: Dra. Alessandra Aparecida Giacominni, Dra. 
Luciana Gerdes, Dra. Ivani Pozar Otsuk e Dra. Rosana Aparecida Possenti. 
 
Ao povo de Piracicaba os primeiros a me acolher quando cheguei no estado de 
São Paulo. 
 
A toda minha família e aos meus amigos de Chapecó-SC que mesmo a 
distancia guardo no coração, em especial aos amigos Tiago, Robson, Mateus, Elena, 
Juciane, Alyssa, Reinoldo, Vitor e João sempre presentes e tendo que me agüentar nas 
visitas a minha “Never Land”. 
 
Antes de terminar eu gostaria de agradecer ao Zeus e a Zara queridos que 
sempre me cumprimentam abanando o rabo ao me ver, não importando quantas vezes 
eles me vejam no mesmo dia, e ao Bob também. Os “Filhos” dos meus amigos 
queridos. 
 
A bicharada da casa da mãe: Emilio, Nina, Rosinha, Urso, Baby e o caco. 
Sempre os primeiros a me receber quando adentro a casa. 
 
Enfim, a todos e se eu esqueci neste momento o nome de alguém, saiba que 
não é menos importante para mim do que os que foram citados. Todas as participações 
que houveram nessa caminhada foram decisivas para o que eu sou hoje. 
 
viii 
 
 
 
 
 
CALMA 
 
Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie alguns instantes 
para pensar. 
Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranquilidade traz o pior. 
Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator 
agravante. 
Se você sofreu prejuízos materiais, a reclamação é bomba atrasada, 
lançando caso novo. 
Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos 
simpática, junto de outros amigos. 
Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é 
desperdício de tempo. 
Se contrariedades aparecem, o ato de esbravejar afastará de você o 
concurso espontâneo. 
Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta a faltas maiores. 
Se você não atingiu o que desejava, a impaciência fará mais larga à 
distância entre você e o objetivo a alcançar. 
Seja qual for a dificuldade, conserve a calma trabalhando, porque, em 
todo problema, a serenidade é o teto da alma, pedindo o serviço por 
solução. 
(André Luiz) 
ix 
 
x 
 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO ...................................................................................................................... XII 
ABSTRACT................................................................................................................. XIII 
LISTA DE TABELAS ................................................................................................ XIV 
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... XV 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 16 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 18 
2.1. Pastagens - Brachiaria ................................................................................... 18 
2.2. Capim-marandu .............................................................................................. 20 
2.3. Capim-convert HD364 ................................................................................... 20 
2.4. Características da pastagem e sua influencia sobre o comportamento animal e 
o desempenho ................................................................................................................. 21 
2.5. Altura do dossel .............................................................................................. 22 
2.6. Densidade populacional de perfilhos .............................................................. 23 
2.7. Massa de forragem, composição morfológica e acúmulo de MS ................... 24 
2.8. Simulação do pastejo e valor nutritivo ........................................................... 25 
2.9. Comportamento animal em pastagens ............................................................ 27 
2.10. Produção e composição do leite em pastagens ............................................... 28 
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 32 
3.1. Espécie vegetal ............................................................................................... 32 
3.2. Local do experimento ..................................................................................... 32 
3.3. Clima .............................................................................................................. 32 
3.4. Delineamento experimental – Pastagem......................................................... 33 
3.1. Delineamento experimental – Desempenho animal ....................................... 34 
3.2. Área experimental e instalações ..................................................................... 34 
3.3. Instalação das condições experimentais ......................................................... 35 
3.4. Animais ........................................................................................................... 36 
3.5. Monitoramento das condições experimentais na pastagem ............................ 38 
3.6. Densidade populacional de perfilhos .............................................................. 38 
3.7. Massa de forragem (MF), composição morfológica e acumulo de MF ......... 39 
xi 
 
3.8. Simulação de pastejo e valor nutritivo ........................................................... 40 
3.9. Comportamento ingestivo: tempo de pastejo e taxa de bocado ..................... 41 
3.10. Desempenho animal: produção e composição do leite ................................... 42 
3.11. Análise estatística ........................................................................................... 42 
3.12. Pastagem ......................................................................................................... 42 
3.13. Desempenho animal ....................................................................................... 43 
3.14. Comportamento animal .................................................................................. 43 
4. RESULTADOS .............................................................................................. 44 
4.1. Altura pré-pastejo ........................................................................................... 44 
4.2. Densidade populacional de perfilhos .............................................................. 45 
4.3. Acúmulo de forragem e composição morfológica ......................................... 46 
4.4. Simulação do pastejo e valor nutritivo ........................................................... 47 
4.5. Tempo de pastejo ............................................................................................ 49 
4.6. Taxa de bocado ............................................................................................... 50 
4.7. Produção de leite ............................................................................................ 51 
4.8. Composição do leite ....................................................................................... 52 
5. DISCUSSÃO .................................................................................................. 54 
5.1. Pastagem ......................................................................................................... 54 
5.2. Comportamento ingestivo .............................................................................. 57 
5.3. Produção e composição do leite ..................................................................... 59 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 62 
7. CONCLUSÃO ................................................................................................ 64 
8. REFERENCIAS ............................................................................................. 66 
ANEXOS ........................................................................................................................ 76 
 
xii 
 
RESUMO 
 
Devido à importância da produção de leite e a grande utilização de pastagens compostas 
por Braquiária pelos produtores, faz-se necessários maiores estudos avaliando a 
produção de leite e aspectos nutricionais e produtivos em cultivares dessa forrageira. 
Por isso este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a produção de leite e o 
comportamento ingestivo de vacas holandesas em pastejo no capim-convert HD364 e 
capim-marandu, e caracterizar o dossel forrageiro dessas duas gramíneas. O 
experimento foi conduzido numa área de 4 ha dividida em 28 piquetes, para avaliações 
da pastagem foi utilizado delineamento inteiramente casualizado com 2 tratamentos 
(capim-convert HD364 e capim-marandu) e para avaliação dos animais optou-se pelo 
delineamento de blocos pareados ao acaso, utilizando 20 vacas da raça holandesa de 
peso médio de 550 kg, que formaram 10 blocos contendo dois animais cada. As 
variáveis medidas foram à produção e a composição de leite, o comportamento 
ingestivo (tempo de pastejo e taxa de bocados), altura da pastagem (variável controle), 
acúmulo de forragem e composição morfológica, densidade populacional de perfilhos 
(DPP), o valor nutritivo da simulação de pastejo. Apesar da estrutura do dossel de 
ambos os capins ser semelhante o capim-convert HD364 apresentou maior DPP (822 
perfilhos.m
-2
) em relação ao capim-marandu (636 perfilhos.m
-2
) característica que 
confere maior produtividade e melhor distribuição dos componentes morfológicos no 
dossel. Os resultados da análise bromatológica mostraram que o capim-convert HD364 
apresentou média no período de 14,35 % de PB enquanto o capim-marandu apresentou 
média de 13,03 % de PB. Os valores de celulose (26,48 %) e hemicelulose (30,73 %) 
foram maiores no capim-marandu e a lignina foi maior (3,70 %) no capim-convert 
HD364. Na avaliação de comportamento ingestivo os animais sob pastejo no capim-
convert HD364 permaneceram menor tempo em atividade de pastejo, sendo que o 
tempo médio foi de 234 min. no período de verão e 246 min. no período de outono, já o 
tempo na atividade de ruminação teve efeito inverso. A produção de leite média no 
período foide 15,3 kg.vaca
-1
.dia
-1
 no capim-convert HD364 e 14,3 kg.vaca
-1
.dia
-1
 no 
capim-marandu. Para as demais avaliações feitas neste experimento não foi encontrada 
diferença entre os capins. O capim-convert HD364 apresentou menor tempo de pastejo, 
maior tempo de ruminação, e aumentou o desempenho demonstrando sua eficiência em 
otimizar o tempo que os animais dispõe para as atividades diárias. Portanto, tanto o 
capim-convert HD364 quanto o capim-marandu podem ser utilizados com sucesso em 
sistemas de produção de leite a pasto. 
. 
 
Palavras-chave: Capim-convert HD364, Capim-marandu, Lotação intermitente, 
Produção de forragem, Produção de Leite, Valor nutritivo 
xiii 
 
ABSTRACT 
 
Due to the importance of milk production and the use large of pastures composed by 
Braquiária. It is necessary further studies evaluating milk production, aspects 
nutritional and productive cultivars of forage. Therefore this study was to evaluate milk 
production and ingestive behavior of dairy cows grazing in grass-convert HD364 and 
grass-marandu and characterize the canopy of these two grasse. The experiment was 
conducted in an area of 4 hectares divided into 28 paddocks. Ratings for the pasture was 
used completely randomized design with two treatments (grass-convert HD364 and 
grass-marandu), using 20 Holstein cows with an average weight of 550 kg, which 
formed 10 blocks containing two animals each. The variables measured were the 
production and composition of milk, ingestive behavior (grazing time and bite rate), 
pasture height (variable control), herbage accumulation and morphological composition, 
tiller density (DPP), the nutritional value simulation grazing. Despite the canopy 
structure of both grasses look like the HD364 convert grass showed higher TPD (822 
tiller.m
-2
) relative to grass-marandu (636 tiller.m
-2
) feature that provides greater 
productivity and better distribution of morphological components in the canopy. The 
results of chemical analysis showed that grass-convert HD364 presented in the average 
period of 14.35 % CP while grass-marandu had a average 13.03 % de CP. The values of 
cellulose (26.48%) and hemicellulose (30.73%) were higher in grass-marandu and the 
lignin was higher (3.70%) in grass-convert HD364. In the evaluation of ingestive 
behavior under grazing animals in grass-convert HD364 spent less time grazing activity, 
and the average time was 234 min. in summer and 246 min. during autumn, as the 
weather in rumination activity had the opposite effect. The average milk production in 
the period was 15.3 kg.cow
-1
.day
-1
 in grass-convert HD364 and 14.3 kg.cow
-1
.day
-1
 in 
grass-marandu. For other evaluations in this experiment there was no difference 
between the grasses. Grass-convert HD364 presented less time grazing, higher time 
rumination, and increased performance demonstrating their efficiency in optimizing the 
time that animals have for daily activities. Therefore, both grass-convert HD364 as the 
grass-marandu can be used successfully in systems milk production in pasture. 
 
 
Keywords: Forage Production, Grass-convert HD364, Grass-marandu, Management 
intermittent, Milk Production, Nutritive value 
 
 
xiv 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1. Condição inicial dos animais no ano de 2012: número do animal, número 
de lactações, início da lactação e produção inicial. ........................................................ 37 
Tabela 2. Densidade populacional de perfilhos (perfilhos.metro
-2
) de pastos de 
capim-convert HD364 e capim-marandu pastejados por vacas em lactação, durante os 
meses de janeiro, fevereiro e março do ano de 2012. ..................................................... 45 
Tabela 3. Taxa de acúmulo (kg.ha
-1
.dia
-1
), acúmulo mensal (kg.ha
-1
) e acúmulo de 
folhas (kg.ha
-1
) de pastos de capim-convert HD364 e capim-marandu pastejados por 
vacas em lactação, durante os meses de janeiro, fevereiro e março do ano de 2012. .... 46 
Tabela 4. Composição morfológica (%) de pastos de capim-convert HD364 e capim-
marandu pastejados por vacas em lactação, durante os meses de janeiro, fevereiro e 
março do ano de 2012. .................................................................................................... 47 
Tabela 5. Composição bromatológica de pastos de capim-convert HD364 e capim-
marandu pastejados por vacas em lactação, durante os meses de janeiro (1), fevereiro 
(2), março e abril (3) do ano de 2012. ............................................................................ 48 
Tabela 6. Valores percentuais dos componentes do leite gordura, proteína, sólidos 
totais e lactose das vacas pastejando no capim-convert HD364 e Marandu. ................. 52 
 
xv 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1. Dados climáticos durante o período experimental. Colunas representam a 
precipitação pluvial, e a linha refere-se à temperatura do ar média. .............................. 33 
Figura 2. Diagrama de representação da distribuição dos piquetes de avaliação no 
total de piquetes do experimento em 2012 entre os capim-convert HD364 e capim-
marandu. .................................................................................................................... 34 
Figura 3. Croqui da área experimento com dimensionamento dos piquetes, corredor, 
medidas de largura e comprimento, localização dos tratamentos (capim-convert HD364 
e capim-marandu) na área experimental, da porteira (1), da sombra artificial (2), das 
caixas de água (3). .......................................................................................................... 35 
Figura 4. Altura do dossel: pré-pastejo (cm) de pastos de capim-convert HD364 e 
capim-marandu pastejados por vacas em lactação, durante os meses de janeiro, 
fevereiro, março e abril do ano de 2012. ........................................................................ 44 
Figura 5. Altura do dossel: pós-pastejo (cm) de pastos de capim-convert HD364 e 
capim-marandu pastejados por vacas em lactação, durante os meses de janeiro, 
fevereiro, março e abril do ano de 2012. As barras representam o desvio padrão da 
média por tratamento. ..................................................................................................... 45 
Figura 8. Número de bocados.minuto
-1
 em pastos de capim-convert HD364 e capim-
marandu pastejados por vacas em lactação, durante verão de 2012. As barras 
representam o desvio padrão da média por tratamento. ................................................. 51 
Figura 9. Produção de leite de vacas sob pastejo em pastagens de capim-convert 
HD364 e capim-marandu durante os meses de janeiro, fevereiro, março e abril do ano 
de 2012. As barras representam o desvio padrão da média por tratamento. .................. 52 
Figura 10. Temperatura (°C) nos dias de comportamento no período de verão por 
horário de avaliação. ....................................................................................................... 76 
Figura 11. Umidade relativa do ar (%) nos dias de comportamento no período de 
verão por horário de avaliação........................................................................................ 76 
Figura 12. Umidade relativa do ar (%) nos dias de comportamento no período de 
outono por horário de avaliação. .................................................................................... 77 
Figura 13. Temperatura em °C nos dias de comportamento no período de verão por 
horário de avaliação. ....................................................................................................... 77 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A produção de leite é um importante setor da pecuária que cresce continuamente 
e possui potencial para expandir ainda mais. Esse aumento precisa estar embasado na 
busca pela sustentabilidade e consequentemente na preservaçãodo meio ambiente e na 
garantia de renda ao pecuarista. 
A produção de leite nos sistemas de apresenta uma série de vantagens em 
relação ao sistema confinado, como, por exemplo, a diminuição da utilização de mão-
de-obra e maquinário para alimentar os animais, não há concentração de dejetos e por 
isso não há gastos com tratamento e destinação, fatores que viabilizam e tornam o 
sistema uma excelente opção para os produtores. 
Em climas tropicais há predominância de gramíneas C4 que atualmente são 
consideradas muito produtivas se bem manejadas, mas que ainda não tem todo seu 
potencial explorado pelos produtores de leite, o que ocorre pela adoção de idéias hoje já 
desmistificadas pela pesquisa, como a de que esses capins não possuem qualidade para 
sustentar e trazer ganhos à produção de leite. 
As gramíneas forrageiras do gênero Brachiaria são de grande importância 
econômica no Brasil e compreendem cerca de 100 espécies (VALLE et al, 2009), dentre 
as espécies de importância mais expressiva encontra-se o capim-marandu, utilizado em 
larga escala nas pastagens cultivadas e por isso é amplamente estudado pelas pesquisas 
que obtiveram ótimos resultados em desempenho animal, valor nutritivo e 
produtividade com este capim. 
Edenilson
Realce
17 
 
Por sua expressividade no cenário nacional as Brachiarias têm sido alvo dos 
programas de melhoramento, que exploram a variabilidade genética dessas plantas 
dando origem a cultivares melhorados. Esses programas têm por objetivo aumentar a 
diversificação de pastagens e trazer ganhos em produtividade por animal e por área, 
junto ao aumento da resistência a estresses bióticos e abióticos (VALLE et al., 2009). 
Esse é caso do capim-mulato II, agora comercializado como Convert HD364. 
Teodoro (2011) avaliou a produção de matéria seca (MS) e o valor nutritivo dos 
capins capim-marandu e Mulato II (capim-convert HD364) em experimento com corte e 
encontrou resultados semelhantes entre os capins nas características analisadas. Porém, 
é necessário que sejam realizados experimentos com uso de animais em pastejo, pois há 
uma complexa interação entre plantas e animais em sistemas de pastagens, de forma que 
um componente causa efeitos no outro e estudos isolados geram apenas resultados 
parciais do que ocorre nas pastagens. 
Diante disso o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de forragem, valor 
nutritivo, comportamento ingestivo, produção e composição do leite no capim-convert 
HD364 e capim-marandu sob pastejo em sistema rotacionado. 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1. Pastagens - Brachiaria 
As pastagens correspondem a um dos maiores ecossistemas do Brasil, são 
entidades complexas formadas por componentes bióticos e abióticos arranjados de 
forma hierárquica e interativa, que determina a amplitude das respostas de plantas e 
animais (DA SILVA et al. 2008). Suas relações de causa e efeito compreendem a 
influencia do ambiente, da planta e do pastejo (animal) sobre a produção total, 
formando a associação dos componentes dentro do sistema. 
Um dos componentes do ecossistema das pastagens é a planta forrageira, 
definida como toda planta que é consumida por herbívoros (PEREIRA et al., 2001). 
Dentre as plantas forrageiras mais utilizadas temos as do gênero Brachiaria que 
pertence á família das poáceas e reúne cerca de 100 espécies (VALLE et al., 2009). São 
gramíneas de grande importância econômica, distribuídas pelas regiões tropicais e 
subtropicais e que ocupam a maior parte da área de pastagens cultivadas (VALLE et al., 
2009). 
Do total da área ocupada por pastagens, estima-se que 60 milhões de hectares 
sejam formados por Brachiarias principalmente a Brachiaria brizantha cv. Marandu, 
que representa 65% da área plantada na região Norte e 50% na região Centro-Oeste 
(BARBOSA, 2006). Estudos com capim-marandu mostram que essa planta forrageira é 
uma boa opção tanto para produção de carne como para produção de leite. 
19 
 
Porém, Valle et al. (2003) alertaram para a baixa diversidade genética nas 
pastagens cultivadas, demonstrando que é imprescindível ações visando a redução de 
riscos potenciais desses extensos monocultivos. Uma das alternativas para diminuir este 
problema, é a liberação de novos cultivares melhorados para uso pelos produtores rurais 
(Valle, 2001). 
Vários cultivares podem ser utilizados na diversificação de pastagens, um deles 
é o capim-mulato II, um híbrido de Brachiaria lançado no ano 2000 pelo Projeto de 
Forragens Tropicais do CIAT e comercializado inicialmente pela empresa Semillas 
Papalotla S.A. Mas que a partir de 2009 foi denominado capim-convert HD364 e 
comercializado pela empresa Dow Agroscience. A fim de manter o rigor cientifico, a 
partir desse ponto o nome utilizado será capim-convert HD364. Esse capim apresenta 
bons resultados em produção de leite em países como a Colômbia (ARGEL et al, 2007) 
O objetivo dos programas de melhoramento de forragens é o aumento da 
produtividade e da qualidade da planta, bem como adaptação a estresses edáficos e 
climáticos (VALLE et al., 2008). O potencial produtivo da planta é determinado 
geneticamente, porém para alcançar todo seu potencial a planta precisa ser bem 
manejada. 
Hodgson e Da Silva (2002) apontaram algumas alternativas de manejo para 
plantas forrageiras tropicais com base no conceito de “sward target” ou alvo de manejo, 
utilizado em pastagens de clima temperado. A base desse conceito é a utilização de 
características inerentes à planta forrageira como critério de manejo, por exemplo, altura 
do dossel, massa de forragem, interceptação luminosa (IL) e índice de área foliar (IAF). 
Para aplicar esse conceito, é necessária a elaboração de um banco de dados 
com informações sobre características ecofisiológicas e sobre os comportamentos de 
plantas e animais na pastagem (NASCIMENTO Jr. et al., 2003). Esse banco de dados 
deve contemplar tanto as plantas forrageiras já utilizadas em grande escala por 
produtores como é o caso do capim-marandu, quanto as forrageiras recentes no 
mercado, de modo a evitar que o manejo inadequado desses novos materiais 
comprometa sua produtividade e perenidade agravando o problema de baixa diversidade 
genética nas pastagens brasileiras. 
20 
 
2.2. Capim-marandu 
O capim-marandu, de acordo com Nunes et al. (1985), é um ecotipo originário 
de regiões vulcânicas da África tropical que durante muitos anos foi cultivado no Brasil, 
na região do município de Ibirarema, estado de São Paulo. Em 1977 a Estação de 
Pesquisas em Pastagens de Marandela - Zimbabwe, na África, enviou amostras do 
material vegetal para a EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. No 
ano de 1984 houve o lançamento oficial do cultivar, servindo como mais uma 
alternativa aos pecuaristas brasileiros (NUNES et al. 1985; RENVOIZE et al.,1996). 
O capim-marandu é uma das plantas forrageiras mais utilizadas em todo o país, 
perfazendo mais de 20% de todas as pastagens cultivadas (MACEDO, 1995; SANTOS 
FILHO, 1996). O cultivar é recomendado para áreas de média à boa fertilidade, embora 
tolere acidez no solo. A temperatura ótima para seu desenvolvimento está entre 30 e 35 
ºC, sendo a mínima para crescimento de 15ºC, embora tolere geada. Apresenta reduzida 
tolerância ao sombreamento, desenvolvendo-se abundantemente a sol pleno e suporta 
bem o fogo (GHISI e PEDREIRA, 1987). 
Do total da área ocupada por pastagens no Brasil, estima-se que 60 milhões de 
hectares sejam formados pela Brachiaria brizantha cv. Marandu, que representa 65% da 
área plantada na região Norte e 50% na região Centro-Oeste (BARBOSA, 2006). 
Estudos com capim-marandu mostram que essa planta forrageira é uma opção tanto para 
produção de carne como para produção de leite. Em experimento sob lotação rotativa 
com 3 dias de ocupação e 30 dias de descanso o capim-marandu não diferiu dos capins 
tanzânia (Panicummaximum cv. Tanzânia) e grama-estrela (Cynodon nlemfluenses) 
para produção de leite de vacas Holandês x Zebu (8,7; 9,1; 9,1 kg.vaca
-1
.dia
-1
 de leite 
respectivamente), também a composição química do leite e taxa de lotação dos piquetes 
não diferiu entre os capins apesar de o consumo de matéria seca ter sido maior para o 
Tanzânia (2,6% do PV) em relação a capim-marandu (2,4%) e grama-estrela (2,3%) 
(FUKUMOTO et al, 2010). 
 
2.3. Capim-convert HD364 
O híbrido capim-convert HD364 é apresentado como uma nova opção de 
diversificação das pastagens cultivadas. Porém, ainda são escassas informações 
científicas sobre esse híbrido no Brasil. Foi obtido pelo cruzamento entre a Brachiaria 
21 
 
decumbens, Brachiaria ruziziensis e a Brachiaria brizantha possui uma ampla faixa de 
adaptação desenvolvendo-se bem do nível do mar até altitudes de 1.800m e de elevadas 
precipitações até 700 mm/ano, tem boa adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade 
apresentando também resistência a cigarrinhas das pastagens. O capim-convert HD364 
apresentou teor de proteína bruta superior (11,4%) aos B. brizantha cv. Xaraés (9,1%) e 
Mulato (9,7%) e digestibilidade in vitro da matéria seca (66,3%) semelhante a esses 
cultivares em trabalho realizado na Colômbia (ARGEL et al, 2007). 
Resultados publicados pelo Boletim do CIAT revelaram produção de 
leite.vaca
-1
.dia
-1
 para o capim-convert HD364 superior à B. decumbens cv. Basilisk, B. 
brizantha cv. Xaraés e Mulato, indicando potencial para uso em sistemas de produção 
animal em pastagens nas regiões tropicais. 
 
2.4. Características da pastagem e sua influencia sobre o comportamento animal 
e o desempenho 
A estrutura da pastagem foi definida por Laca e Lemaire (2000), como sendo a 
distribuição do arranjo espacial dos componentes da parte aérea dentro de uma 
comunidade de plantas, representada pela altura do dossel, massa de forragem, 
densidade populacional de perfilhos, densidade volumétrica, índice de área foliar e 
relação folha/colmo. É caracterizada com o objetivo de explicar fenômenos como taxa 
de crescimento, interceptação luminosa, qualidade da dieta e taxa de consumo dos 
animais em pastejo (LACA E LEMAIRE, 2000). 
A estrutura do dossel forrageiro influencia na facilidade de apreensão da 
forragem pelos animais (NABINGER e PONTES 2001). Segundo Van Soest (1994), 
quanto maior a relação folha/colmo, maior é o valor nutritivo da forragem, porque as 
folhas são a fração da planta forrageira com alta digestibilidade, ricas em proteína bruta 
e com menor teor de fibra. 
O desempenho de vacas leiteiras na pastagem é função da ingestão de 
forragem, do valor nutritivo da forrageira e do potencial genético do animal (GOMIDE, 
1994). O consumo é o principal fator que afeta o desempenho dos animais a pasto 
(NOLLER et al. 1996), influenciando cerca de 60 a 90% dos resultados em ganho 
animal enquanto somente 10 a 40 % das variações no consumo são explicados pela 
digestibilidade da matéria seca (MS) da dieta (MERTENS, 1994). 
22 
 
O consumo de forragem em condições de pastejo é fortemente influenciado e 
condicionado por fatores não-nutricionais (POPPI et al., 1987). Estes, por sua vez, são 
influenciados por variações em estrutura do dossel forrageiro (DA SILVA et al, 2012). 
Características associadas à planta como altura, massa de forragem e perfilhamento 
apresentam correlação positiva com características nutricionais e apreensibilidade da 
forragem (PRACHE e PEYRAUD, 1997). 
No Brasil há uma tendência de maior especialização dos sistemas de produção 
de leite, nos quais são usados animais de potencial genético elevado (ALVIM et 
al.1999). Vacas em lactação com grande potencial genético para produção de leite como 
é o caso dos animais da raça holandesa, apresentam elevadas exigências nutricionais 
principalmente de energia (OLIVEIRA e NASCIMENTO JR, 2012). Como na fase de 
lactação a capacidade ingestiva do animal é limitada, a dieta do animal deve contar com 
alimentos de alta qualidade. Diante disso, aumenta a demanda por informações sobre 
volumosos de boa qualidade, capazes de reduzir os custos da alimentação (ALVIM et 
al., 1999). 
As características das forragens de maior importância são aquelas que 
determinam o consumo voluntário e a quantidade de nutrientes digestíveis (SOARES 
FILHO, 1994), como altura, relação folha-colmo, densidade volumétrica e 
disponibilidade de pasto, que influenciam o comportamento de pastejo do animal. 
 
2.5. Altura do dossel 
Vários experimentos vêm sendo realizados nos últimos anos com gramíneas 
tropicais para determinar alturas de manejo de acordo com o conceito de interceptação 
luminosa (IL) que é o passo inicial para uma sequência de processos que resultam na 
produção de forragem (MOLAN, 2004). As pesquisas buscam determinar o momento 
ideal para a interrupção do período de rebrotação de pastos sob desfolha intermitente 
(PEDREIRA et al., 2007; GIACOMINI et al., 2009) e a severidade de corte ideal 
(resíduo pós-pastejo). 
O momento ideal seria aquele que possibilita a melhor eficiência na utilização 
da pastagem produzida. Hogson (1990) dividiu o processo produtivo no sistema pastoril 
em três fases: crescimento (acumulo de forragem), utilização (colheita) e conversão 
(produção animal). Dentro de uma comunidade de plantas a melhor forma de maximizar 
23 
 
a produtividade seria aumentando a eficiência do processo de colheita, ou seja, da fase 
de utilização. A eficiência de utilização pode ser definida como a proporção de 
forragem que é consumida antes de entrar em senescência (LEMAIRE e CHAPMAN, 
1996) e ajustada pela freqüência e a intensidade da desfolha (manejo do pastejo). 
A freqüência e a intensidade da desfolha determinam a forma como o pasto é 
apresentado ao animal (estrutura do dossel), a manipulação dessas variáveis é 
denominada de manejo do pastejo (HODGSON e DA SILVA, 2002) e correspondem a 
altura de entrada e saída dos animais do piquete, respectivamente, em pastejo sob 
lotação intermitente. Vários trabalhos foram realizados obtiveram bons resultados 
utilizando altura como critério de manejo em pastagens de braquiaria sob lotação 
intermitente (TRINDADE et al., 2007; GIACOMINI, et al., 2009; GIMENES et al., 
2011). 
A altura de pastejo que corresponde a 95% de IL resulta em balanço ideal entre 
os processos de crescimento, senescência, fotossíntese e respiração, em pastagens de 
clima tropical. Gimenes et al. (2011) em pesquisa que avaliaram metas de manejo sob 
lotação intermitente já estabelecidas por Trindade et al., 2007 e Giacomini et al., 2009 
(25cm de altura pré-pastejo e 15cm de altura pós-pastejo) e encontraram melhor 
desempenho animal na altura pré-pastejo de 25 cm (interceptação de 95% da luz 
incidente) em relação a 35 cm (100% de interceptação da luz incidente), corroborando 
mais uma vez . A altura pós-pastejo variou de 15 a 20 cm, faixa que garante um bom 
desempenho animal, coincidindo com a melhor composição da planta e maior 
quantidade de folhas (GIMENES et al., 2011). 
 
2.6. Densidade populacional de perfilhos 
O perfilho é a unidade básica das gramíneas (HODGSON, 1990), formado por 
uma sucessão de fitômeros em diferentes fases de desenvolvimento (VALENTINE e 
MATTHEW, 1999). A produção de perfilhos é controlada pela disponibilidade de água, 
luz, temperatura, nutrientes (N, P, K), e pelo estágio de desenvolvimento da planta 
(LANGER, 1979). 
Existem várias características determinantes da estrutura do dossel (LEMAIRE 
e CHAPMAN, 1996), mas a densidade populacional de perfilhos (DPP) é que gera 
maior impacto (MATTHEW et al., 2000). Mudanças na densidade populacional de 
Edenilson
Realce
24 
 
perfilhos são resultado da competição por luz dentro da comunidade de plantas, com a 
finalidade de atingir um equilíbrio entre crescimento e senescência (LEMAIRE e 
CHAPMAN, 1996). 
Em pastos mantidos mais baixos há ocorrência demaior numero de perfilhos 
de menor tamanho, à medida que a altura do dossel aumenta, o número de perfilhos 
diminui e há a tendência de aumento de colmos, essa é resposta clássica da adaptação da 
planta ao pastejo e da competição por luz dentro da comunidade (SBRISSIA e DA 
SILVA, 2008). Essa dinâmica afeta a proporção e a distribuição dos componentes 
morfológicos preferidos pelos animais. 
 
2.7. Massa de forragem, composição morfológica e acúmulo de MS 
Massa de forragem é um componente da estrutura do dossel e utilizado para 
entender os processos relativos à atividade de pastejo e o comportamento ingestivo dos 
animais (DA SILVA e NASCIMENTO JR, 2006). Quando a massa de forragem está 
adequada o que o animal despende menor tempo com alimentação ingerindo uma dieta 
de qualidade elevada (CARVALHO et al., 2005). 
Porém o estudo da massa de forragem confere outras respostas importantes 
como, por exemplo, a produção de forragem (acúmulo de forragem) que pode ser 
definida como o balanço entre crescimento e senescência. O acúmulo de matéria seca é 
um indicador do potencial produtivo da planta, porém nem sempre é suficiente para 
explicar diferenças em desempenho animal, porque para um mesmo valor de acúmulo o 
dossel pode se apresentar ao animal de várias formas (BIRCHAM e HODGSON, 1983). 
Portanto é necessário conhecer a composição morfológica da pastagem que 
pode ser desmembrada nos componentes: lâminas foliares, colmo e material morto. A 
dieta do animal em pastejo contém uma grande proporção de folhas em relação a colmo 
e material morto (HODGSON, 1990). Portanto a presença de folhas em relação aos 
outros componentes é uma condição importante para satisfazer as necessidades 
nutricionais dos animais (STOBBS, 1973). 
Por possuir um maior valor nutricional (TRINDADE et al., 2007), a folha é o 
componente do dossel que mais influencia o consumo e o desempenho (CHACON e 
STOBBS, 1976), por ser determinante da facilidade de colheita da pastagem pelos 
animais (STOBBS, 1973). Já a proporção de colmos dificulta o pastejo, dependendo da 
25 
 
sua proporção e da distribuição espacial na massa de forragem (MF), podem constituir 
barreiras ao pastejo, além de serem de qualidade nutritiva inferior às folhas. 
As folhas jovens são componentes com maior valor nutritivo e mais 
fotossintéticamente ativas, portanto uma massa de forragem com maior proporção de 
folhas garante a planta uma rebrota mais rápida resultando em maior produção e 
também pode conferir maior valor nutritivo a dieta dos animais. 
 
2.8. Simulação do pastejo e valor nutritivo 
Várias pesquisas com bovinos em pastejo têm sido realizadas para o 
aperfeiçoamento da determinação da qualidade da forragem ingerida pelos animais 
(MORAES et al., 2005). O uso de animais fistulados é forma comumente utilizada para 
coletar amostras de forragem pastejada, porém além de questões financeiras, éticas e de 
bem-estar animal, o uso de animais fistulados pode ocasionar problemas como a 
possibilidade de contaminação por nitrogênio salivar ou a perda de materiais solúveis, o 
que pode alterar a digestibilidade e a exatidão das análises (MINSON et al., 1976). A 
simulação manual de pastejo tem sido indicada como um método viável por ser 
representativo e prático (DE VRIES, 1995; GOES et al., 2003). 
A simulação de pastejo consiste na coleta manual da forragem, simulando o 
hábito de pastejo do animal, mediante observação cuidadosa da preferência do animal 
(JOHNSON, 1978). E permite reproduzir resultados semelhantes ao método de extrusa 
esofágica em trabalhos de avaliação de qualidade de forrageiras destinadas ao pastejo 
(LISTA et al. 2007). 
Silveira et al. (2005) encontraram resultados que permitiram indicar a 
simulação de pastejo como método de amostragem para avaliação da qualidade de 
forragem, devido à sua efetividade e facilidade de coleta. E a análise bromatológica dos 
componentes colhidos na simulação de pastejo é mais próxima do valor nutritivo real 
que o animal consome do que a análise feita na matéria seca total. 
Conhecer o valor nutritivo de uma forragem é importante para identificar e 
determinar fatores que limitam o consumo e o desempenho animal, além de saber se a 
forragem está adequada às exigências dos animais. A redução no valor nutritivo da 
forragem pode ser explicada pela redução da proporção de folhas, aumento de colmos e 
26 
 
material morto e pela lignificação das paredes celulares ao longo do desenvolvimento 
do ciclo das forrageiras (ROCHA et al. 2007). 
Segundo Gerdes et al. (2000) o termo valor nutritivo refere-se a composição 
química da forragem e a digestibilidade. Principal indicativo para caracterização de 
forragens por sua influencia no consumo (SOUZA NETO, 2004). O baixo valor 
nutritivo de uma forragem está associado ao baixo conteúdo de PB, alto conteúdo de 
parede celular e baixa digestibilidade da MS (EUCLIDES, 1995), fatores relevantes na 
alimentação de ruminantes, para se obter um balanço ótimo de nutrientes para os 
microrganismos ruminais (ILLIUS e JESSOP, 1996). 
No sistema de avaliação da fibra na análise bromatologica são extraídos as 
porções de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA). A 
porção de FDN corresponde à soma dos teores de celulose, hemicelulose, lignina e 
resíduos de N e cinzas que estão intimamente associados à fibra do alimento e a porção 
de FDA corresponde aos mesmos constituintes da FDN menos a hemicelulose. A 
recomendação de consumo de FDN mínimo para vacas em lactação situa-se em torno de 
1,2 % do PV por dia (MERTENS, 1994), em condições brasileiras esse nível é 
facilmente atingido em pastagens. 
As gramíneas de clima tropical possuem teores de PB inferiores ao das 
espécies de clima temperado (MINSON, 1990) variando de 10 – 15 % no verão (REIS, 
2009). Grande parte das gramíneas tropicais apresenta teores de PB inferiores a 10% na 
MS, que pode acarretar no não atendimento das exigências de níveis de produção de 
leite e crescimento de médios a elevados. Sendo que a maior concentração de PB ocorre 
nas folhas (REIS, 2009). 
A ingestão máxima de matéria seca ocorre quando a digestibilidade da dieta se 
encontra entre 66 e 68% (FARIA e MATTOS, 1995). Valores de 65,68 % foram 
encontrados por Gerdes et al. (2000) no capim-marandu e estão muito próximos da faixa 
ideal. Gerdes et al. (2000) em trabalho com capim-marandu encontrou no período de 
verão 12,06 % de PB, 73,95 % de FDN e 65,68 % de digestibilidade in vitro da matéria 
seca (DIVMS) na massa de lâminas foliares, demonstrando o bom valor nutritivo deste 
capim. 
Teodoro (2011) testou o capim-marandu e capim-mulato II (CIAT 36087) e 
ambos os capins apresentaram bons teores de PB, sendo que o capim-mulato II 
apresentou maior teor de proteína bruta (14,60%) na matéria seca total em relação ao 
27 
 
capim-marandu (13,72%), na média das estações do ano, quando o dossel foi manejado 
com altura de resíduo 20 cm. 
 
2.9. Comportamento animal em pastagens 
O comportamento dos animais em pastejo é uma porção importante do 
conhecimento para o entendimento das relações planta-animal no ecossistema pastagem 
(DA SILVA, 2006). O sistema de criação de bovinos a pasto é caracterizado por uma 
série de fatores e suas interações podem afetar o comportamento ingestivo dos animais, 
afetando seu desempenho e, conseqüentemente, a viabilidade da propriedade (PARDO 
et al, 2003). 
Os herbívoros co-evoluiram com as plantas forrageiras e durante este processo 
adquiriram uma série de adaptações para se alimentar dessas plantas (CARVALHO e 
MORAES, 2005). A ingestão de forragem é determinada por fatores nutricionais e não-
nutricionais, sendo que os fatores não-nutricionais são aqueles ligados ao 
comportamento animal (POPPI et al., 1987). O comportamento ingestivo de um animal 
em pastejo pode ser descrito por variáveis que compõem o processo de pastejo 
(CARVALHO et al., 2001).O conhecimento dos padrões de comportamento dos animais para escolha, 
localização e ingestão de alimento é crucial para o desenvolvimento e sucesso da prática 
de manejo (FRASER, 1985) que deve ser encarado como a ação de criar ambientes 
pastoris adequados, que otimizem o consumo de nutrientes pelos animais em pastejo 
(CARVALHO et al., 1999; DA SILVA e CARVALHO, 2005). 
Durante o pastejo os animais manipulam a forragem, realizando a apreensão, 
mastigação e deglutição da forragem apreendida (DA SILVA, 2006). O tempo 
despendido em excesso em algum desses processos pode ocasionar uma diminuição no 
consumo e o não atendimento das necessidades do animal, pois o tempo para realização 
da atividade de pastejo é limitado (DA SILVA e CARVALHO, 2005), o animal ainda 
precisa ruminar e realizar outras atividades como descanso, interações com outros 
animais, ingestão de água e comportamentos exploratórios e lúdicos. 
As atividades dos animais nos sistemas de produção animal em pastagens 
compreendem períodos de pastejo, ruminação e descanso. O tempo de pastejo pode 
durar de 6 a 12 horas, o tempo de ruminação de 6 a 8 horas (HODGSON, 1990). O 
28 
 
tempo de pastejo tem relação direta com a taxa de ingestão e o consumo diário de 
forragem pelo animal (HODGSON et al., 1997), é distribuído em picos no decorrer do 
dia mais intensamente no inicio da manhã e no fim da tarde (COSGROVE, 1997) e é 
importante para entender a relação planta-animal no ecossistema da pastagem (DA 
SILVA, 2006).O método de avaliação baseado na mensuração do tempo de pastejo é 
especialmente apropriado para avaliação do comportamento ingestivo (ÍTAVO et al, 
2008). 
A ruminação ocorre principalmente à noite (ROVIRA, 1996) e está relacionada 
à quantidade de material ingerido e a necessidade de remastigação deste material. Já o 
tempo de pastejo é inversamente proporcional ao consumo, quanto maior a abundancia 
de forragem menor o tempo de pastejo (CARVALHO e MORAES, 2005). 
A pastagem é um ambiente complexo e heterogêneo, onde o animal precisa 
colher o alimento da forma mais eficiente possível. Para isso ele terá que tomar decisões 
sobre como e onde realizar o pastejo, a menor escala de decisão do animal nesta 
situação é o bocado, que é o ato de apreender a forragem (GIBB, 1998). O bocado é a 
máxima interação entre a planta e o animal (CARVALHO et al, 1999). 
O fator que mais influencia na taxa de bocado é a oferta de forragem, em 
quantidades menores o animal tende a realizar mais bocados para compensar um 
tamanho de bocado reduzido (HODGSON, 1990), aumentando assim a freqüência de 
bocados (taxa de bocados = n° de bocados.minuto
-
¹). 
 
2.10. Produção e composição do leite em pastagens 
Em pastagens bem formadas e manejadas é possível obter produções diárias de 
9 a 12 kg de leite.vaca
-1
.dia
-1
 e ganhos de peso vivo de 700 a 900 g.novilho
-1
.dia
-1
, com 
cargas animais de acordo com sua capacidade de suporte, ou seja, oferta de forragem 
ótima para cada situação de pastejo (GOMIDE, 1983).Gomide et al, (2001) estudaram a 
produção de leite em experimento com vacas mestiças em pastagens de B. decumbens 
suplementada com 2 kg de concentrado sob ofertas de forragem variáveis (4 e 8% PV), 
obtendo resultados de produção de leite em torno de 11 kg
-1
.vaca
-1
.dia
-1
. 
Produções médias de leite de 12 a 14 kg.vaca
-1
.dia
-1
 foram observadas em 
pastagem de capim-elefante, adubada com 200 kg.ha
-1
.ano
-1
 de N e K2O, sem 
suplementação com concentrado, quando manejado em sistema rotacionado durante a 
29 
 
época das chuvas (DERESZ, 2001). Potencial esse que pode ser alcançado pelos capins 
avaliados neste trabalho. 
Hack et al. (2007) em experimento com capim-mombaça (Panicum maximum 
Jacq.) submetidos a diferentes alturas de corte pré e pós-pastejo encontraram resultados 
de produção de leite de 10,8 a 14,0 kg.animal
-
¹.dia
-
¹, sendo que a maior produção foi 
encontrada nos pastos com menor altura pré-pastejo (90 cm ou 95% de interceptação 
luminosa) e pós-pastejo de 40 cm em relação à maior altura pré-pastejo (110 cm ou 
100% de interceptação de luz), , pois na primeira situação havia maior proporção de 
folhas. 
Fukomoto et al. (2010) avaliaram a produção e a composição química do leite 
de vacas mestiças mantidas em pastagens de capim-tanzânia (Panicum maximum Jacq. 
cv. Tanzânia), grama-estrela (Cynodon nlemfuensis Vanderyst cv. Estrela-Africana) e 
capim-marandu (Brachiaria brizantha Stapf cv. Marandu) suplementados com 2 kg de 
concentrado.dia
-1
 e não encontraram diferença na produção de leite e os valores 
encontrados foram de 9,1; 9,1 e 8,7 kg.vaca
-1
.dia
-1
 em pastagens de capim-tanzânia, 
grama-estrela e capim-marandu, respectivamente. 
A alimentação de vacas leiteiras tem grande importância para a produção e 
qualidade do leite. Os principais componentes do leite, a lactose, as proteínas e a 
gordura são sintetizados nas células que formam os alvéolos da glândula mamária, a 
partir de substâncias extraídas do sangue (MÜHLBACH, 2003). A proteína do leite é 
produzida a partir dos aminoácidos provenientes das proteínas digeridas no intestino 
delgado (AMÉDÉO, 1997), a gordura do leite é composta por ácidos graxos de cadeia 
longa e curta, provenientes da alimentação, da mobilização de reservas ou produto da 
fermentação da fibra. 
De acordo com Fredeen (1996), a dieta tem pouco efeito em relação as 
alterações no conteúdo de lactose do leite. Dos componentes do leite o teor de gordura é 
o que mais pode variar em função da alimentação, de modo geral, diminuindo com o 
aumento no volume de produção (MÜHLBACH, 2003). 
O teor de gordura no leite é proporcional ao teor de fibra da dieta (OLIVEIRA 
e FONSECA, 1999), que é usada para produção de acetato na síntese da gordura do leite 
na glândula mamária (TEIXEIRA, 1992). 
Voltolini et al. (2010) em experimento com capim-elefante manejado com 
freqüência de pastejo baseada na IL (95%) ou fixa (26 dias), em lotação rotacionada, 
30 
 
avaliaram a produção e a composição do leite de vacas da raça holandesa suplementadas 
com 6,3 kg de MS/dia de concentrado, parcelados em dois fornecimentos diários. A 
produção de leite foi de 16,72 e 14,09 para o manejo com IL de 95% e com dias fixos, 
respectivamente. Apenas o uso da frequência de desfolhação baseada na interceptação 
luminosa aumentou a taxa de lotação e a produção de leite por área sem que fosse 
necessário nenhum custo adicional de insumos ou mão-de-obra, evidenciando a 
importância do uso de alvos de manejo adequados para se obter maiores produtividades 
e tornar a atividade mais eficiente. 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. MATERIAL E MÉTODOS 
 
3.1. Espécie vegetal 
As espécies estudadas pertencem à família Poaceae e gênero Urochloa. Sendo 
elas o capim-marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu (Hochsct ex.A. Rich) Stapf.) 
e capim-convert HD364 (Brachiaria híbrida CIAT 36087). 
 
3.2. Local do experimento 
O experimento foi conduzido no Instituto de Zootecnia (IZ) de Nova Odessa, 
nas dependências do Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica do Agronegócio 
Bovinos de Leite, localizado no município de Nova Odessa/SP, nas coordenadas 
geográficas aproximadas de 22º 42’ latitude (sul), 47º 18’ longitude (oeste) e 528 m de 
altitude. 
 
3.3. Clima 
De acordo com o sistema Köppen, o clima dessa região é caracterizado como 
mesotérmico úmido, subtropical de inverno seco, classificado como Cwa, com 
temperaturas médias inferiores a 18ºC no mês mais frio e superiores a 22ºC na época 
mais quente. Os dados climáticos durante o período em que foi realizado o experimento 
33 
 
foram obtidos a partir do monitoramento climatológico realizado pelo Centro Integrado 
de Informações Agrometeorologias (CIIAGRO/IAC), através da estação meteorológica 
situada em Nova Odessa/Instituto de Zootecnia a uma distância de aproximadamente10 
km do local do experimento (Figura 1). 
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Janeiro Fevereiro Março Abril
Meses do ano
Pr
ec
ip
ita
çã
o 
(m
m
)
21
21
22
22
23
23
24
24
25
25
26
Te
m
pe
ra
tu
ra
 (°
C)
Precipitação Temperatura
 
Figura 1. Dados climáticos durante o período experimental. Colunas representam a precipitação pluvial, 
e a linha refere-se à temperatura do ar média. 
 
3.4. Delineamento experimental – Pastagem 
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso, com medidas 
repetidas no tempo onde foram estudados 2 tratamentos (capim-convert HD364 e 
capim-marandu) e 3 períodos (janeiro: correspondeu ao período de 21 de dezembro de 
2011 a 31 de janeiro de 2012, fevereiro: 01 de fevereiro a 28 de fevereiro de 2012, 
março: 01 de março a 21 de abril de 2012) e 6 repetições, correspondentes aos piquetes 
de avaliação. Estes foram escolhidos dentre os 14 piquetes alocados para cada capim 
devido à sua representatividade do tratamento e neles foram realizadas todas as 
mensurações das variáveis relacionadas à pastagem. 
Os piquetes foram distribuídos conforme demonstra a Figura 2 buscando levar 
em conta a declividade do terreno (capins marandu e convert na parte acima e abaixo do 
corredor) e de forma a facilitar a logística de plantio e o manejo de ajuste dos grupos de 
animais. 
34 
 
Piquete 1
Avaliação
Piquete 2
Piquete 3
Avaliação
Piquete 4
Piquete 5 
Avaliação
Piquete 6
Piquete 7
Piquete 1
Av aliação
Piquete 2
Piquete 3
Avaliação
Piquete 4
Piquete 5 
Avaliação
Piquete 6
Piquete 7
Piquet 9
Avaliação
Piquete 8
Piquete 11
Avaliação
Piquete 10
Piquete 13 
Avaliação
Piquete 12
Piquete 14
Piquet 9
Avaliação
Piquete 8
Piquete 11
Avaliação
Piquete 10
Piquete 13 
Avaliação
Piquete 12
Piquete 14
Marandu Convert
Piquete 1
Avaliação
Piquete 2
Piquete 3
Avaliação
Piquete 4
Piquete 5 
Avaliação
Piquete 6
Piquete 7
Piquete 1
Av aliação
Piquete 2
Piquete 3
Avaliação
Piquete 4
Piquete 5 
Avaliação
Piquete 6
Piquete 7
Piquet 9
Avaliação
Piquete 8
Piquete 11
Avaliação
Piquete 10
Piquete 13 
Avaliação
Piquete 12
Piquete 14
Piquet 9
Avaliação
Piquete 8
Piquete 11
Avaliação
Piquete 10
Piquete 13 
Avaliação
Piquete 12
Piquete 14
Marandu Convert
 
Figura 2. Diagrama de representação da distribuição dos piquetes de avaliação no total de piquetes do 
experimento em 2012 entre os capim-convert HD364 e capim-marandu. 
 
3.1. Delineamento experimental – Desempenho animal 
O delineamento experimental para avaliação do desempenho animal foi o de 
blocos pareados ao acaso (Blocked Randomized Paired Design), utilizando 20 vacas da 
raça holandesa de peso médio de 550 kg, que formaram 10 blocos contendo dois 
animais cada, pareados e sorteados ao acaso para cada tratamento (capim). Cada animal 
representou uma unidade experimental. 
 
3.2. Área experimental e instalações 
O experimento foi conduzido em uma área de 4 ha, dividida em 28 piquetes 
cada um deles com área de 1.428,5 m². Os piquetes foram delimitados por cerca 
elétrica, colocada nos limites entre piquetes e corredor e demais instalações como caixas 
de água e sombra (Figura 3). 
35 
 
 
 
Figura 3. Croqui da área experimento com dimensionamento dos piquetes, corredor, medidas de largura e 
comprimento, localização dos tratamentos (capim-convert HD364 e capim-marandu) na área 
experimental, da porteira (1), da sombra artificial (2), das caixas de água (3). 
 
3.3. Instalação das condições experimentais 
A semeadura dos capins foi realizada no dia 29 de novembro de 2010, após 
gradeação pesada, calagem e adubação com 100 kg.ha
-1
 de P2O5 na forma de 
superfosfato simples e gradeação leve. Para semeadura foi utilizada semeadora-
adubadora de 4 linhas com sistema de distribuição graviométrico de fluxo continuo, 
foram lançados 7 kg de sementes.ha
-1
. 
No inicio de fevereiro de 2011 foi realizado um pastejo de uniformização até 
que os pastos fossem rebaixados para a altura de 20 cm, com intuito de promover a 
adaptação da pastagem ao pastejo. 
Nos meses de março a abril de 2011 foi realizado um pré-experimento em que 
foram colocadas 10 vacas em lactação por tratamento para pastejar sob lotação rotativa 
com uso de frequência de desfolhação baseada em dias fixos, ou seja, os animais 
entravam nos piquetes a cada 28 dias onde permaneciam por 2 dias. A altura do dossel 
forrageiro foi mensurada como variável-resposta e a altura pré-pastejo foi de 40 cm e 
altura pós-pastejo de 20 cm para ambos os capins. Terminado este pré-experimento as 
alturas do dossel forrageiro foram baixadas com a presença de animais (novilhas e vacas 
secas) seguindo o manejo do pastejo preconizado neste experimento que consiste na 
36 
 
entrada dos animais no piquete quando o dossel atingia a altura de 25 e saída quando o 
dossel era rebaixado a altura de 15 a 20 cm como critério para saída. 
De acordo com resultados de experimentos em pastos de capim-marandu essas 
condições apresentaram melhores resultados em desempenho animal e produtividade 
com bovinos de corte (GIMENES et al., 2011). Como para o capim-convert HD364 não 
há alturas de pré ou pós-pastejo estabelecidas pela literatura optou-se por utilizar as 
mesmas alturas empregadas no capim-marandu. 
Houve apenas um manejo de adubação em que foram distribuídos 100 kg de 
nitrato de amônia (NH4NO3) por há,
 
em duas aplicações (30 e 60 kg de N), com 3 dias 
de intervalo entre elas entre o dia 10 e o dia 15 de janeiro de 2012. 
 
3.4. Animais 
As avaliações tiveram inicio no dia 20 dezembro de 2011 e término em 30 de 
abril de 2012. Foram utilizadas 20 vacas da raça holandesa preta e branca, em lactação, 
de peso médio de 550 kg, distribuídas entre os tratamentos de acordo com idade, ordem 
de parição, produção de leite, peso e estagio de lactação (Tabela 1). 
37 
 
Tabela 1. Condição inicial dos animais no ano de 2012: número do animal, número de 
lactações, início da lactação e produção inicial. 
N° animal Média Produção Último Parto Ordem Lactação
1232 16,6 22/08/2010 3
1126 14,1 02/03/2011 7
1193 15,4 04/02/2011 4
4452 14,4 03/02/2011 2
1270 17,0 10/11/2010 2
1391 21,3 30/07/2011 1
1387 19,9 17/09/2011 1
4417 22,1 04/08/2011 2
1352 22,7 04/08/2011 1
4408 13,3 06/09/2011 3
N° animal Média Produção Último Parto Ordem Lactação
1289 16,4 22/09/2010 1
1172 13,8 13/02/2011 6
1241 14,7 12/11/2010 3
1265 14,5 18/09/2010 1
1214 19,5 24/07/2011 4
1364 20,4 06/08/2011 1
1377 18,4 10/09/2011 1
1360 25,1 10/09/2011 2
1380 21,9 14/09/2011 1
4457 14,1 09/02/2011 2
Capim - marandu
Capim - convert HD364
 
 
 
O manejo dos animais consistia em pela manhã reuni-los no pasto e levá-los até 
a ordenha e no fim da tarde reuni-los novamente na ordenha e levá-los até o pasto onde 
era feita separação em lotes, nos seus respectivos tratamentos. 
A ordenha foi realizada em dois momentos do dia: pela manhã as 7 h e a tarde as 
16 h, com ordenhadeira mecânica, em sala de ordenha tipo tanden, sistema de colheita 
individual, em balão volumétrico e armazenamento em tanque de expansão resfriado. 
Durante o intervalo entre as ordenhas os animais permaneciam em uma área de 
descanso onde era fornecido concentrado dividido em duas refeições, a primeira logo 
após a ordenha da manhã e a segunda antes da ordenha da tarde. 
A suplementação dos animais seguiu as recomendações do NRC de 1998 de 
maneira a suprir suas exigências nutricionais e para tanto foi fornecido individualmente 
1 kg de concentrado para cada 3 kg de leite produzido (Tabela 2). O controle de 
38 
 
ectoparasitas e a pesagem dos animais foram feitos quinzenalmente, no intervalo entre 
as ordenhas. 
 
Tabela 2. Ingredientes e composição química do concentrado fornecido aos animais de acordo com a 
produção de leite. 
Ingredientes Dieta (%)
Milho 69,0%
Farelo de soja 28,5%
Bicarbonato de Sodio 1,5%
Misturamineral 1,0%
Matéria Seca % 88,04
Proteína Bruta % 23,49
Fibra Bruta % 2,95
Extrato Etéreo % 4,00
Extrativo Não-nitrogenado % 66,52
Matéria Mineral % 3,06
Nutrientes Digestíveis Totais % 86,21
Composição Química
 
 
 
3.5. Monitoramento das condições experimentais na pastagem 
A altura pré-pastejo do dossel forrageiro foi utilizada para determinar o 
momento de entrada dos animais no piquete e como meta foi adotado o valor de 25 cm. 
A altura pós-pastejo do dossel tinha como meta a variação de 15 a 20 cm. 
A mensuração da altura do dossel foi realizada em 50 pontos por parcela, em 
linhas transectas ao longo de cada um dos 28 piquetes, utilizando o equipamento sward 
stick (bastão medidor) (BARTHRAM, 1985) nas condições de pré e pós-pastejo. A 
altura do dossel foi considerada a média das leituras obtidas. 
 
3.6. Densidade populacional de perfilhos 
A densidade populacional de perfilhos (DPP) foi determinada pela contagem 
do total de perfilhos existentes no interior de 3 armações metálicas de 0,25 m² por 
piquete de avaliação, lançadas em pontos com condição semelhante à média do dossel 
quanto a altura da pastagem e massa de forragem depois de avaliação visual. 
Os dados coletados foram utilizados para o cálculo da densidade populacional 
de perfilhos, que representa o número de perfilhos por unidade de área (perfilhos/m²). 
39 
 
 
3.7. Massa de forragem (MF), composição morfológica e acumulo de MF 
A estimativa de massa de forragem foi realizada antes da entrada e após saída 
dos animais do piquete mediante cortes no interior de armações metálicas de 0,25 m², 
correspondente às avaliações de pré e pós-pastejo respectivamente. Foram efetuadas 4 
amostragens em pontos representativos da condição média dos pastos no momento da 
amostragem (avaliação visual da média de altura e massa do dossel), totalizando uma 
área de 1m².piquete-1 de 1428,5 m de avaliação. 
Cada uma das amostras colhidas foi pesada e separada em duas sub-amostras, 
uma foi colocada em estufa com circulação forçada de ar a 65 ºC, onde permaneceu até 
atingir peso constante para estimar a massa seca, enquanto a outra foi utilizada para 
determinação da composição morfológica da forragem (folha+colmo+material morto) 
para estimar a proporção desses componentes. 
Para determinação da composição morfológica foi feita separação manual dos 
componentes: folhas (lâminas foliares), colmo (bainhas foliares+colmos) e material 
morto. Após a separação os componentes foram secos em estufa de forma análoga as 
amostras para determinação da massa de forragem seca dos componentes. A relação 
folha:colmo foi obtida pela divisão do peso das folhas, pelo peso dos colmos. 
O acúmulo de forragem para cada período de pastejo em cada piquete de 
avaliação foi calculado pela fórmula: 
 
AF = MF pré-pastejo – MF pós-pastejo, onde: 
 
 
AF = Acúmulo de forragem 
MF pré-pastejo = massa de forragem no pré-pastejo (do ciclo de pastejo atual). 
MF pós-pastejo = massa de forragem no pós-pastejo (do ciclo de pastejo 
anterior) 
As taxas de acúmulo de forragem (kg.ha
-1
.dia
-1
 de MS) foram calculadas 
dividindo-se o acúmulo de forragem pelo número de dias de rebrotação para cada 
pastejo em cada piquete. A taxa de acúmulo mensal foi calculada pela média ponderada 
das taxas obtidas em cada período, no piquete no mês avaliado. 
 
40 
 
 
TXacmesx = (TX1*ND1)+(TX2*ND2)/NDmes 
 
Txacmesx = Taxa de acúmulo diária no mês de avaliação 
Tx1 = Taxa de acúmulo do primeiro período de pastejo 
ND1 = Número de dias de rebrota do primeiro período de pastejo 
Tx2 = Taxa de acúmulo do segundo período de pastejo 
ND2 = Número de dias de rebrota do segundo período de pastejo 
NDmes = Número de dias do mês de avaliação 
 
O acúmulo de forragem mensal (kg.ha
-1.
mes
-1
 de MS) foi calculado 
multiplicando a taxa de acúmulo diário pelo número total de dias do mês avaliado. Para 
o cálculo da massa de folhas a MF foi multiplicada pela proporção (%) do componente 
folha nas condições pré e pós pastejo, e utilizando a mesma metodologia para o 
acúmulo de forragem foram feitas as determinações de acúmulo de folhas. 
 
3.8. Simulação de pastejo e valor nutritivo 
O método de simulação de pastejo, proposto por Sollenberger e Cherney (1995) 
foi utilizado para coleta de amostras representativas da forragem consumida. As 
amostras foram coletadas pelo método “hand-plucking”, segundo o qual a forragem é 
colhida manualmente após observação prévia do hábito de pastejo dos animais. Foram 
coletados aproximadamente 500 g de forragem fresca por piquete de avaliação em cada 
ciclo de pastejo na condição de pré-pastejo. De cada amostra foi retirada uma sub-
amostra, que foi colocada em estufa com circulação forçada a temperatura de 65 ºC, 
onde permaneceu até peso constante. 
Após a secagem, o material foi moído em moinho tipo Wiley com peneira de 1 
mm e encaminhado para as análises químicas no Laboratório de Referência em Nutrição 
Animal do Instituto de Zootecnia, para determinação de: proteína bruta (PB) de acordo 
com AOAC (1990), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), fibra insolúvel em 
detergente ácido (FDA) e lignina (LIG) segundo Van Soest et al. (1991), matéria 
mineral (cinzas) segundo Goering e Van Soest (1970) e digestibilidade “in vitro” da 
matéria seca (DIVMS) por Goering e Van Soest (1970). 
41 
 
3.9. Comportamento ingestivo: tempo de pastejo e taxa de bocado 
As avaliações de comportamento animal foram divididas na determinação do 
tempo de pastejo, ruminação e descanso e na taxa de bocados. O período de avaliação 
foi dividido em duas épocas, a primeira época ocorreu no verão e foi denominada 
“verão” compreendendo 6 dias: dia 1 = 23/01/2012; dia 2 = 25/01/2012; dia 3 = 
27/01/2012; dia 4 = 29/01/2012; dia 5 = 31/01/2012 e dia 6 = 02/02/2012. A segunda 
compreendeu o inicio do outono e foi denominada “outono”, compreendendo 3 dias: dia 
1 = 19/04/2012; dia 2 = 20/04/2012; dia 3 = 21/04/2012. 
No verão as observações foram iniciadas as 18 h do primeiro dia e encerradas 6 
h e 50 min. do segundo dia e no outono as observações foram iniciadas as 17 h e 20 
min. do primeiro dia e encerradas 7 h e 50 min. do segundo dia. 
Para as avaliações comportamentais foram sorteados 3 animais focais em cada 
tratamento, seguindo esquema de pares, com produção semelhante. Estes foram 
identificados através de fitas envoltas no pescoço do animal e pelas próprias marcas 
naturais. 
O tempo de pastejo foi considerado como o tempo gasto pelos animais na 
seleção e apreensão da forragem. Determinado a partir da freqüência de pastejo, 
realizada utilizando a técnica de varredura instantânea, com observações a cada 10 min., 
no período em que o animal permaneceu no pasto, por meio de observação visual 
(JAMIESON e HODGSON, 1979). Foram mensuradas as posturas corporais (1- 
deitado, 2- em pé) e as atividades (1- ruminando, 2- pastejando, 3- Outras). 
O tempo de ruminação foi considerado o tempo que o animal, remastigava o 
bolo alimentar e a variável “outras atividades” compreendia tudo que o animal fazia, 
exceto pastejar e ruminar. 
A medida para determinação da taxa de bocados foi mensurada por meio de 
vídeos em que o foco da imagem foi o focinho do animal durante a primeira hora de 
pastejo, os vídeos possuíam duração de 3 a 5 minutos na quantidade necessária para que 
permitisse uma contagem precisa do número de bocados que o animal estava realizando 
no momento. 
O bocado foi definido como o movimento mandibular de apreensão da 
forragem caracterizado pelo movimento do animal com a cabeça e/ou som característico 
da forragem sendo arrancada. A taxa de bocados foi considerada como o tempo 
42 
 
necessário para realização de 20 bocados (HODGSON, 1990). Os valores foram 
transformados matematicamente em numero de bocados.minuto
-1
 (FORBES e 
HODGSON, 1985). 
 
3.10. Desempenho animal: produção e composição do leite 
As coletaspara medir a produção de leite foram feitas diariamente iniciando no 
dia 6 de janeiro de 2012 e encerrando no dia 30 de abril de 2012. A produção de cada 
animal foi medida no balão volumétrico ao fim de cada ordenha (manhã e a tarde) e a 
produção total de leite no dia foi a soma das duas ordenhas. 
Para determinar a composição do leite quanto a: Sólidos Totais, Gordura, 
Proteína e Lactose, as coletas foram feitas quinzenalmente mediante retirada de 
amostras do leite do balão volumétrico depois que o leite foi homogeneizado. A amostra 
total do dia foi composta de uma sub-amostra coletada na ordenha da manhã e outra 
durante a tarde. As amostras foram conservadas refrigeradas até o dia seguinte e levadas 
até o laboratório na Clínica do Leite da ESALQ para análises. 
A produção de leite foi corrigida para 4 % de gordura (PLC) pela equação citada 
por Sklan et al. (1992): PLC= (0,432+0,1625 x G) x kg de leite. 
 
3.11. Análise estatística 
 
3.12. Pastagem 
Os dados foram analisados através do procedimento MIXED do programa SAS

 
(Statistical Analysis System), SAS Institute (2001), a fim de se determinar a estrutura de 
matriz de variância e covariância. O nível de significância adotado para a análise de 
variância foi de 5%. 
 
43 
 
3.13. Desempenho animal 
A comparação entre os efeitos médios dos tratamentos de capins sobre a 
produção e a composição do leite foi realizada pelo teste F (com 95% de confiança) da 
análise da variância, considerando o modelo estatístico para o delineamento de blocos 
pareados ao acaso (Randomized Paired Design). São 10 blocos contendo dois animais 
cada, pareados e sorteados ao acaso para o tratamento (tipo de capim). 
No modelo estatístico para o delineamento em blocos pareados (One-way 
Blocked NOVA) os pares têm efeitos aleatórios, não há interações e não há 
repetições dentro de blocos. Como o tratamento possui apenas dois níveis, o teste F é 
similar ao teste t pareado para testar a hipótese nula (H0: u1 = u2) tendo como hipótese 
alternativa Ha:u1  u2. 
yij = u + Ti + Bj + eij 
Onde, yij é a produção total de leite para o tratamento i e para o par j, para i = 1 
a 2 e para j = 1 a 10; u (média) é a constante associada ao modelo, Ti é o 
efeito fixo do tratamento i; Bj é o efeito aleatório do par j; e eij é o erro experimental 
suposto NID (0, s
2
) isto é, os desvios são normais e independentemente distribuídos 
com média 0 e variância s
2
, conforme Montgomery (2004). As análises estatísticas 
foram realizadas no software Minitab, versão 13. 
Para lactose o teste de Levene a 5% de probabilidade revelou falta de 
homogeneidade de variância e o teste de Anderson-Darling de normalidade para a 
variável e portanto aplicou-se o teste não paramétrico de Wilcoxon para dados pareados, 
para comparar os efeitos dos tratamentos sobre essa variável de qualidade do leite. 
 
3.14. Comportamento animal 
Para determinar a influência da pastagem no comportamento animal e usar os 
resultados para comparar os tratamentos (capins), o tempo de pastejo, ruminação e 
outras atividades e a taxa de bocado foram utilizados como ferramentas para avaliar o 
comportamento ingestivo. 
As variáveis comportamentais foram analisadas utilizando o pacote estatístico 
SPSS-PC, através de análise estatística não-paramétrica. As médias dos tratamentos 
foram comparadas utilizando os valores de freqüência absoluta, pelo teste qui-quadrado. 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. RESULTADOS 
 
4.1. Altura pré-pastejo 
Como a altura do dossel nas condições de pré e de pós-pastejo foi utilizada 
como variável controle no experimento, os valores registrados ao longo do período 
experimental são apresentados utilizando estatística descritiva (média e desvio padrão 
da média). Na fase de pré-pastejo essa característica apresentou o valor de 26,29 cm 
para capim-marandu e de 25,80 cm para capim-convert HD364 (Figura 4). 
 
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
Janeiro Fevereiro Março Abril
Meses 2012
Al
tu
ra
 (c
m
)
Convert HD*364 Marandu
 
 
Figura 4. Altura do dossel: pré-pastejo (cm) de pastos de capim-convert HD364 e capim-marandu 
pastejados por vacas em lactação, durante os meses de janeiro, fevereiro, março e abril do ano 
de 2012. 
45 
 
Na fase pós-pastejo apresentou valores de 18,94 cm para capim-marandu e de 
18,15 cm para capim-convert HD364 (Figura 5). Em ambas as fases os valores obtidos 
encontram-se muito próximos as metas estipuladas. 
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
Janeiro Fevereiro Março Abril
Meses 2012
A
ltu
ra
 (c
m
)
Convert HD*364 Marandu
 
Figura 5. Altura do dossel: pós-pastejo (cm) de pastos de capim-convert HD364 e capim-marandu 
pastejados por vacas em lactação, durante os meses de janeiro, fevereiro, março e abril do ano 
de 2012. As barras representam o desvio padrão da média por tratamento. 
 
4.2. Densidade populacional de perfilhos 
Os valores de densidade populacional de perfilhos (DPP) tiveram influencia do 
mês (P = 0.0132) e variaram entre os tipos de capim (P = 0,0001). O capim-convert 
HD364 apresentou maior número de perfilhos.metro
-2
 (822) que o capim-marandu (635) 
na média geral do experimento (Tabela 3). 
Tabela 3. Densidade populacional de perfilhos (perfilhos.metro
-2
) de pastos de capim-convert HD364 e 
capim-marandu pastejados por vacas em lactação, durante os meses de janeiro, fevereiro e 
março do ano de 2012. 
Capim-convert HD364 Capim-marandu
Janeiro 703,83 (51,80) 585,67 (55,70)
Fevereiro 838,32 (55,71) 686,50 (51,80)
Março 923,84 (55,71)
a
635,71 (55,71)
b
Média 822,.00 (22,11)
a
635,96 (22,11)
b
 
Médias seguidas de letras diferentes, diferem entre si pelo teste de Tukey-Kramer (P>0,05) 
# 
Estatística referente a dados transformados para Log de X, valores entre parênteses representam o erro 
padrão da média. 
 
46 
 
 
4.3. Acúmulo de forragem e composição morfológica 
As variáveis que correspondem a produção de forragem, taxa de acúmulo de 
forragem.dia
-1
 (P=0.8497), acúmulo mensal (P=0.3470) e acúmulo mensal de folhas 
(P=0.3470) não apresentaram diferenças entre os tratamentos e os meses avaliados 
(Tabela 4). 
 
Tabela 4. Taxa de acúmulo (kg.ha
-1
.dia
-1
), acúmulo mensal (kg.ha
-1
) e acúmulo de folhas (kg.ha
-1
) de 
pastos de capim-convert HD364 e capim-marandu pastejados por vacas em lactação, durante os 
meses de janeiro, fevereiro e março do ano de 2012. 
Capim-convert HD364 Capim-marandu
Taxa de acumulo
Janeiro 132,00 (30,10) 117,00 (30,10)
Fevereiro 115,33 (30,10) 85,00 (30,10)
Março 20,30 (51,82) 77,79 (36,75)
Média 89,21 (21,10) 93,26 (17,23)
Acumulo Mensal
Janeiro 4084,50 (908,18) 3626,33 (908,18) 
Fevereiro 3236,00 (908,18) 2376,50 (908,18)
Março 834,97 (1283,18) 2653,33 (1111,61)
Média 2718,49 (624,78) 2885,39 (587,11)
Acumulo de folhas
Janeiro 2044,83 (607,07) 2038,17 (607,07)
Fevereiro 1623,50 (607,07) 903,33 (607,07)
Março 3228,41 (851,72) 1631,05 (739,58)
Média 2298,91 (442,03) 1524,18 (419,01)
 
Médias seguidas de letras diferentes, diferem entre si pelo teste de Tukey-Kramer (P>0,05) 
# 
Estatística referente a dados transformados para Log de X, valores entre parênteses representam o erro 
padrão da média. 
 
 
Os valores de composição morfológica da massa de forragem foram 
semelhantes entre os capins e os meses de avaliação (Tabela 5). A relação folha:colmo 
na fase pré-pastejo foi de 1,4 e 1,1 e na fase pós-pastejo foi de 0,9 e 0,8 no capim-
convert HD364 e capim-marandu respectivamente. A diferença entre os dois 
compreende 27% a mais de folhas na fase pré-pastejo e de 13% na fase pós-pastejo para 
o capim-convert HD364. 
47 
 
 
Tabela 5. Composição morfológica (%) de pastos de capim-convert HD364 e capim-marandu pastejados 
por vacas em lactação, durante os meses de janeiro, fevereiro e março do ano de 2012. 
Folha (%) Média EP Média EP Média EP Média EP
Janeiro 30,67 12,57

Outros materiais