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Bullying: como a união de pais e professores pode ajudar a combatê-lo Diana Alves (DA) - Nome: Diana Candida Silva Alves O que é bullying Bullying é o termo que descreve uma série de atos de violência física ou psicológica que uma ou mais pessoas infligem à outra repetidamente ao longo do tempo, causando sofrimento A união entre pais e professores é um fator essencial no combate ao bullying. Afinal, a criança passa uma parte do dia com a família e outra com a escola, e essas duas instituições possuem informações diferentes sobre ela. O que motiva o bullying? O psicólogo Paulo Otávio Andrade, que também é mestre na área, explica que nas ciências humanas não é possível definir uma causa exata para o fenômeno. Há porém, estudos e pontos de vista. Se o motivo for procurado com a vítima da prática, ela provavelmente atribuirá o fato a algo inerente a ela, como a aparência, a religião ou alguma outra característica. No entanto, estudos mostram que há uma correlação muito forte entre a prática do bullying e a violência dentro da família do praticante. Ele consegue ver, vivenciar casos de violência dentro da casa dele, que acabam se refletindo nele”, esclarece Andrade. O profissional diz que essa correspondência é uma das mais fortes encontradas hoje na psicologia. Como o bullying afeta quem o recebe? O bullying pode ter um impacto catastrófico na vítima. Conforme Andrade, diversos sintomas começam a se manifestar nela, e a gravidade aumenta em estágios de curto, médio e longo prazo. O psicólogo explica que a criança começa a se desmotivar a ir para a escola, a se sentir isolada, melancólica, não circular mais pelos espaços, ter diminuição da autoestima e da autoconfiança, perda de apetite, e isso pode evoluir para uma patologia mais séria, como a depressão. Ela, por sua vez, pode trazer consequências extremas, como o suicídio. O desfecho trágico é o resultado de um percurso, muitas vezes, silencioso. A criança pode tentar disfarçar e fingir que nada está acontecendo. No entanto, a mudança em seu comportamento é brusca, pois a energia que as crianças costumam manifestar some. “Ela vai perdendo o ímpeto pela vida”, conclui Andrade. Também é possível que a vítima de bullying comece a desenvolver um comportamento agressivo, violento, como uma forma de defesa daquela situação que ela está vivendo. Alguns casos podem resultar em situações realmente críticas. Nos Estados Unidos, situações que acabam de modo fatídico já são uma epidemia. Um dos exemplos mais notórios foi o que aconteceu na Columbine High School, no estado do Colorado, e foi retratado no documentário “Tiros em Columbine”. O que a escola pode fazer para combater o bullying? As instituições de ensino têm nas mãos um poder muito grande de combate à prática do bullying, pois elas são o cenário aonde ele normalmente ocorre. “É muito importante que a escola não ignore o bullying”, enfatiza o psicólogo Andrade. Ele diz que a situação não ocorre somente entre crianças isoladas. Existe um espaço, um contorno, que atravessa toda essa relação também. Nesse local, há professores e outros profissionais capacitados que podem agir para combater a prática. Andrade recomenda que sejam criados espaços de encontros, tanto para a vítima quanto para a criança ou adolescente que comete o ato. Esses espaços podem ser, por exemplo, competições esportivas; grupos de trabalhos montados pelos professores, aonde as crianças são colocadas em equipes diferentes das que elas interagem normalmente, e outras situações que estimulem o convívio colaborativo e não permitam o isolamento. “A pessoa que sofre a violência tende a se isolar, se excluir, ficar retraída, e o profissional que está lá envolta pode buscar essa criança e ajudá-la a fortalecer as defesas psíquicas. Ele pode influenciar a atitude do bullying, conversar com os dois e ver o que está acontecendo”. Da mesma forma, a criança que pratica o bullying também precisa de atenção. “Partindo do pressuposto de que quem comete bullying sofre violência em casa, também há a necessidade desses espaços de amor, conforto e compaixão”, enfatiza o psicólogo. O profissional destaca que o papel da escola é tecer redes, e essas redes são com outras pessoas e as coisas prazerosas da vida. O que os pais podem fazer? Pais de quem pratica o bullying: De acordo com Andrade, tratar a criança que pratica bullying com corretivos e punições agressivas não é recomendado. “Parece bobo, mas a violência se combate com amor e afeto. Quem pratica a violência reproduz os encontros que teve ao longo da vida”, garante. O psicólogo explica que é importante haver disciplina, mas sem violência. Os pais podem explicar os limites para as crianças; a diferença entre o certo e o errado; punir se necessário, mas sem agressividade; conscientizá-la sobre o mal que o bullying faz e como ele prejudica o coleguinha; e principalmente, exercitar na criança a empatia, fazendo com que ela tente se colocar no lugar do outro e imaginar o que ele sente Pais de quem é vítima de bullying: De acordo com o psicólogo, a criança que sofre bullying tende a expandir isso para outros lugares. Ela acredita que o que acontece na escola vai se repetir em atividades esportivas, artísticas, no cinema, no parque e em qualquer lugar aonde ela for. É importante mostrar que isso não é uma verdade, e colocá-la em outras atividades fora da escola, para que ela possa se comunicar e interagir com outras pessoas. Isso a fortalecerá gradualmente. “Quando a criança é colocada em uma situação de bullying, é algo aversivo para ela, e os mecanismos básicos do cérebro são luta ou fuga. Mas existe também essa terceira via, que é a do fortale É importante haver diálogo entre pais e professores? A união entre pais e professores é um fator essencial no combate ao bullying. Afinal, a criança passa uma parte do dia com a família e outra com a escola, e essas duas instituições possuem informações diferentes sobre ela. image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg