Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A.R. J.S. 1 Equac¸o˜es de Maxwell Lei de Gauss →∇ . →ρ= ρ →∇ . →B= 0 Lei de Faraday →∇ × →E= −∂ → B ∂t Lei de Ampere →∇ × →H= → j →∇ × →H= → j + ∂ → D ∂t onde → D e´ a densidade de corrente de deslocamento. 1.1 Conservac¸a˜o da Energia Eletromagne´tica UE = 1 2 ∫ V → E . → D dv Um = 1 2 ∫ V → H . → B dv No caso de campos varia´veis no tempo podemos expressar a conservac¸a˜o de energia da seguinte forma: →∇ × →H= j + ∂ → D ∂t →∇ × →E= −∂ → B ∂t →∇ .(→E × →H) 1 A.R. J.S. → H .( →∇ × →E)− →E (→∇ × →H) = − →H ∂ → B ∂t − →E ∂ → D ∂t − →E → j →∇ .(→E × →H) = − →H ∂ → B ∂t − →E ∂ → D ∂t − →j →E para meios lineares onde µ e � sa˜o independentes de t, E ou B podemos inserir → D= � → E → B= µH → E ∂ → D ∂t = ∂ ∂t ( 1 2 → E . → D ) → H ∂ → B ∂t = ∂ ∂t ( 1 2 → H . → B ) logo ∫ →∇ (→E × →H)dv = − ∂ ∂t ∫ 1 2 ( → E . → D + → H → B)dv − ∫ → j → E dv ∫ →∇ (→E × →H)dv = ∮ (→E × →H)nˆda aplicar a conservac¸a˜o de energia mostrando que a integral de → s sobre uma a´rea que inclui a apenas a bateria = poteˆncia fornecida pela bate´ria. 1.2 Revisa˜o de Eletrodinaˆmica Para a maioria das substaˆncias temos que → j= σ → f onde → f e´ a forc¸a por unidade de carga, vamos nos ater ao caso em que esta´ forc¸a e´ eletromagne´tica j = σ( → E + → v × →B) 2 A.R. J.S. geralmente → v e´ ta˜o pequeno que fazemos → j= σ → E (1) esta equac¸a˜o e´ a chamada lei de ohm. Podemos provar que a diferenc¸a de potencial entre dois eletrodos e´ proporcional a corrente, se → E e´ homogeˆneo num material que obedece (1). V = RI R depende da forma do material, para um fio R = σA L no caso de correntes estaciona´rias e condutividade uniforme →∇→E= 1 σ →∇ j = 0 logo a densidade de carga e´ zero e toda carga na˜o balanceada reside na superf´ıcie. 1.3 Forc¸a Eletromotiva Ha´ no circuito duas forc¸as encarregadas de mover a corrente, a fonte fs, que esta confinada na bate´ria, e a forc¸a eletroesta´tica, que serve para suavizar o fluxo e comunicar a influeˆncia da fonte para partes do circuito. → f= → fs + → E qual seja o mecanismo que gera → fs seu efeito e´ determinado pela integral de linha ao redor do circuito � = ∮ → f . → dl= ∮ → fs . → dl � e´ chamada forc¸a eletromotriz. Numa fonte ideal a forc¸a resultante nas cargas e´ 0, logo − →fs= → E e a diferenc¸a de potencial entre os terminais da bateria. v = − ∫ b a → E . → dl= ∫ b a → fs . → dl= ∮ → fs . → dl= � 3 A.R. J.S. 1.4 Fem Gerada por Movimento Quando movemos um circuito na presenc¸a de um campo magne´tico cria- mos uma fem ( → F= q → v × →B) que por sua vez gera uma corrente. Ha´ uma boa maneira de expressar a fem em um campo em um loop em movimento seja Φ o fluxo de → B atrave´s do loop. Φ = ∫ → B → da onde a fem e´ a veria´c¸a˜o no tempo do fluxo no loop. � = −dΦ dt 1.5 Induc¸a˜o Eletromagne´tica Faraday concluiu atrave´s de suas experieˆncias que: Uma mudanc¸a no campo magne´tico induz um campo ele´trico Usando novamente que a fem e´ a variac¸a˜o do fluxo no tempo. � = ∮ → E . → dl= −dΦ dt onde → fs= → E em todo o circuito. Usando a definic¸a`o de Φ chegamos a uma relac¸a˜o entre → B e → E: ∮ → E . → dl= − ∫ ∂ →B ∂t . → da usando o teorema de stokes →∇ × →E= −∂ → B ∂t 1.6 Campo Ele´trico Induzido Como vimos ha´ dois tipos de campo ele´trico: um associado a mudanc¸a no campo magne´tico e outro associado a lei de coulomb. Para calcular o campo devido a variac¸a˜o do campo magne´tico, podemos explorar uma analogia entre a lei de Faraday →∇ × →E= −∂ → B ∂t 4 A.R. J.S. e a lei de Ampe´re →∇ × →B= µ0 → j e´ claro, o rotacional na˜o e´ suficiente para a determinac¸a˜o de um campo, precisamos do divergente tambe´m mas desde que → E seja um campo de faraday puro, a lei de gauss diz que: ∇. →E= 0 enquanto que para campos magne´ticos →∇ . →B= 0 logo podemos fazer um paralelo, pois o campo ele´trico induzido e´ totalmente determinado por (∂B ∂t ) como → B e´ por µ0 → j . 1.7 Energia em Campos Magne´ticos Requer uma certa quantidade de energia para manter a corrente fluindo, na˜o apenas estamos falando da energia perdida por efeito joule mas sim do trabalho realizado contra a fem oposta. Este trabalho em uma unidade de carga, em uma volta ao redor do circuito e´ −�. O trabalho fica dw dt = −�I = IL dI dT integrando de um tempo onde I = 0 ate´ um valor final I w = 1 2 LI2 Ha´ uma maneira melhor de escrever w, que tem a vantagem de ser generali- zada para correntes superficiais e volume´tricas, lembrando que o fluxo sobre uma espira e´ igual ha´ L.I. Por outro lado Φ = ∫ s → B . → da= ∫ s ( →∇ × →A). → ds= ∮ c → A . → dl enta˜o L.I = ∮ → A . → dl e assim 5 A.R. J.S. w = 1 2 I ∮ → A . → dl= 1 2 ∮ → A . → I dl nesta forma, generalizado w = 1 2 ∫ v ( → A . → J )dτ podemos expressar w inteiramente em termos de → B como →∇ × →B= µ0 → J . w = 1 2µ0 ∫ → A .( →∇ × →B).dτ integrando por partes ∇.(→A × →B) =→B (→∇ × →A)− →A (→∇ × →B) → A (∇× →B) =→B→B −∇.(→A × →B) consequentemente w = 1 2µ0 [∫ B2dτ − ∫ ∇(→A × →B)dτ ] w = 1 2µ0 [∫ V B2dτ − ∮ s ( → A × →B) → da ] V e´ o volume que engloba → j mas qualquer volume maior tambe´m serve integrando enta˜o o espac¸o w = 1 2µ0 ∫ B2dτ 1.8 Equac¸o˜es de Maxwell Antes de Maxwell →∇ . →E= ρ �0 →∇ . →B= 0 6 A.R. J.S. →∇ × →E= −∂ → B ∂t →∇ × →B= µ0 → j estas equac¸o`es representam o estado da teoria eletromagne´tica ha´ um se´culo atra´s quando Maxwell comec¸ou seu trabalho. Pore´m, acontece que ha´ uma inconsisteˆncia nestas fo´rmulas, tem haver com o fato que o divergente do rotacional e´ zero →∇ .(→∇ × →B) = µ0( →∇ . → j ) o lado esquerdo precisa ser zero, mas o lado direito, em geral, na˜o e´. Para cor- rente estaciona´ria divergente de → j e´ zero, mas indo ale´m da magnetosta´tica, a lei de Ampe´re na˜o pode estar certa. E´ claro, na˜o temos o direito de esperar que a lei de Ampe´re estivesse certa, pois a derivamos da lei de Biot-Savart 1.9 Como Maxwell Consertou a Lei de Ampe´re Aplicando a equac¸a˜o da continuidade e a lei de gauss, o termo pode ser reescrito →∇ . → j= −∂ρ ∂t = − ∂ ∂t (�0 →∇ . →E) = −∇. ( �0 ∂E ∂t ) →∇ j + �0∂ → E ∂t = 0 logo combinando os dois termos ocorre que o divergente e´ sempre nulo, se adicionarmos na lei de Ampe´re, sera´ o suficiente para acabar com o termo extra. →∇ × →B= µ0 → j +µ0�0 ∂ → E ∂t logo concluimos que: Uma mudanc¸a no campo ele´trico induz um campo magne´tico Maxwell chamou seu termo extra de corrente de deslocamento. → jd= �0 ∂ → E ∂t 7 A.R. J.S. 1.10 Equac¸o˜es de Maxwell na Mate´ria As equac¸o˜es de Maxwell vistas ate´ agora esta˜o completas e corretas. Pore´m quando trabalhamos com materiais estes esta˜o sujeitos a polarizac¸a˜o ele´trica e magne´tica, logo existe uma forma mais conveniente de escrever essas equac¸o˜es. Dentro de um material polarizado ha´ acumulos de carga e corrente sobre o qual na˜o temos controle. Seria melhor reescrever as equac¸o˜es de modo que so´ fizessemos refereˆncia a carga e corrente que podemos controlar. No´s ja´ aprendemos que ρb = − →∇ . →P → jb= →∇ × →M Ha´ so´ mais um aspecto que precisamos considerar no caso na˜o esta´tico.Qual- quer mudanc¸a na polarizac¸a˜o ele´trica envolve um fluxo de carga ligada ( → jp, que deve ser incluido na coarrente total suponha que no´s examinemos um pedac¸o de material polarizado. A polarizac¸a˜o introduz uma densidade de carga σb = P e um lado −σb no outro. Se P aumentar um pouco, a carga em cada lado aumenta um pouco, dando uma corrente resultante. A densidade de corrente e´ enta˜o: dI = ∂σb ∂t da⊥ = ∂P ∂t da⊥ logo a densidade de corrente e´ → jp= ∂ → P ∂t . A corrente de polarizac¸a`o na˜o tem nada haver com a corrente ligada → jb. A u´ltima esta´ associada com a magnetizac¸a˜o do material e involve o spin e movimento orbital dos ele´trons: → jp, pelo contra´rio, e´ o resultado do movi- mento linear de carga quando a polarizac¸a˜o ele´trica muda. Nesta conexa˜o, no´s podemos verificar que esta equac¸a˜o e´ consistente com a equac¸a˜o de con- tinuidade →∇ → jp= ∇. ∂ →P ∂t = ∂ ∂t (∇P ) = −∂ρb ∂t em vista disso, a densidade total de carga pode ser separada em duas partes ρ = ρf + ρb = ρ− →∇→P e a densidade corrente em treˆs partes 8 A.R. J.S. → j= → jf + → jb + → jp= → jf + →∇ × →M +∂ → P ∂t a lei de Gauss pode ser escrita como →∇ . →E= 1 �0 (ρf− →∇ . →P ) →∇→D= ρf onde → D no caso esta´tico, e´ dado por → D= �0 → E + → P enquanto isso a lei de Ampe´re fica: →∇ × →B= µ0 →jf + →∇ × →M +∂ → P ∂t + µ0�0∂ → E ∂t ou →∇ × →H= → jf + ∂ → P ∂t onde → H= → B µ0 − →M em termos de cargas e correntes livres a equac¸a˜o de Maxwell fica: →∇ . →D= ρf →∇ × →E= −∂ → B ∂t →∇ . →B= 0 →∇ × →H= → jf + ∂ → D ∂t 9 A.R. J.S. 2 Leis de Conservac¸a˜o Nesta sec¸a˜o estudaremos a conservac¸a˜o de energia, momento e momento angular, em eletrodinaˆmica. Mas comec¸amos revendo a conservac¸a˜o de carga, porque este e´ um paradigma para toda lei de conservac¸a˜o. O que ela nos diz? Que a carga do universo e´ constante? Bem, e´ claro esta e´ a conservac¸a˜o global da carga, mas conservac¸a˜o local da carga e´ uma afirmac¸a˜o muito mais forte. Se a carga total em algum volume muda, enta˜o aquela quantidade exata de carga passou pela superf´ıcie. Formalmente, a carga em um volume V e´ Q(t) = ∫ V ρ( → r , t)dτ (2) e a corrente fluindo para fora atrave´s do contorno S e´ ∫ S → j . → da, enta˜o a conservac¸a˜o da carga diz que dQ dt = − ∫ s → j . → da usando (2) juntamente com o teorema da divergencia: ∂ρ ∂t = − →∇ . → j esta e´ a equac¸a˜o de continuidade a afirmac¸a˜o matema´tica precisa da con- servac¸a`o local da carga como indicado anteriormente pode ser derivado das equac¸o˜es de Maxwell conservac¸a˜o da carga na˜o e´ uma lei independente, mas uma consequeˆncia das leis da eletrodinaˆmica. 2.1 Teorema de Poynting Anteriormente, nos achamos o trabalho necessa´rio para juntar uma dis- tribuic¸a˜o esta´tica de carga: We = �0 2 ∫ E2.dτ onde → E e´ a resultante do campo ele´trico, do memso modo, o trabalho reque- rido para ter correntes indo contra a fem oposta. Wm = 1 2µ0 ∫ B2.dτ onde → B e´ a resultante do campo magne´tico. Isto sugere que a energia total armazenada no campo eletromagne´tico e´: 10 A.R. J.S. Uem = 1 2 ∫ ( �0E 2 + 1 µ0 B2 ) dτ derivando esta equac¸a˜o de uma forma mais geral, no contexto da lei de con- servac¸a˜o da energia para a eletrodinaˆmica. Suponha que no´s tenhamos uma configurac¸a˜o de carga e corrente tal que, num tempo t, produz campos → E e → B. No instante seguinte, dt, as cargas se movem um pouco. Nossa questa˜o e´: Quanto trabalho, dw, e´ realizado pelas forc¸as eletromagne´ticas atuando nas cargas neste intervalo dt? de acordo com a lei da forc¸a de Lorentz, o trabalho realizado na carga que e´ → F . → dl= q( → E + → v × →B). →v dt = q →E . →v .dt Agora, q = ρ.dτ e ρ → v= → j , enta˜o a taxa na qual o trabalho e´ feito em todas as cargas no volume V e´: dw dt = ∫ V ( → E . → j )dτ evidentemente → E . → j e´ o trabalho feito por unidade de tempo por unidade de volume. No´s podemos expressar essa quantidade em termos do campo usando a lei de Ampe´re-Maxwell para eliminar j → E . → j= 1 µ0 → E .( →∇ × →B) = �0 → E ∂ → E ∂t usando a regra do produto ∇.(→E × →B) = B(∇× →E)− E(→∇ × →B) invocando a lei de Faraday →∇ × →E= ∂ → B ∂t segue que: → E .( →∇ × →B) = −B∂B ∂t −∇(→E × →B) enquanto que 11 A.R. J.S. → B . ∂ → B ∂t = 1 2 ∂B2 ∂t e → E . ∂ → E ∂t = 1 2 ∂E2 ∂t enta˜o → E . → j= −1 2 ∂ ∂t ( �0E 2 + B2 µ0 ) = 1 µ0 ∇.(→E × →B) colocando na equac¸a˜o dw/dt dw dt = − d dt ∫ V 1 2 ( �0E 2 + 1 µ0 B2 ) dτ − 1 µ0 ∮ ( → E × →B) → da Este e´ o teorema de Point: O trabalho realizado nas cargas pela forc¸a eletro- magne´tica e´ igual ao decaimento na energia armazenada no campo, menos a energia que flui para fora da superf´ıcie. A energia por unidade de tempo, por unidade de a´rea transportada pelos campos e´ chamado vetor de Poynting. → s= 1 µ0 ( → E × →B) especificamente, ( → s . → da) e´ a energia por unidade de tempo cruzando a su- perf´ıce → da o fluxo de energia. Vamos usar o teorema de Poynting: dw dt = −dUem dt − ∮ s → s . → da e´ claro, o trabalho w vai aumentar a energia mecanica (cine´tica, potencial, . . . ). Se nos denotarmos µmec como a densidade de energia mecaˆnica, enta˜o: dw dt = d dt ∫ V µmecdτ e se usarmos µem para densidade de energia dos campos: µem = 1 2 ( �0E 2 + 1 µ0 B2 ) 12 A.R. J.S. enta˜o d dt ∫ V (µmec + µem)dτ = − ∮ → s . → da= − ∫ →∇ . →s dτ esta e´ a variac¸a˜o diferencial do teorema de Poynting: ∂ ∂t (µmec + µem) = − →∇→s 2.2 Equac¸o˜es de Ondas Lei de Ampe´re-Maxwell ∇× →H= j + ∂ → D ∂t →∇ × →∇ × →H=→∇ × → j + →∇ ×∂ → D ∂t usando → D= � → E e → j= σ → E →∇ × →∇ × →H= σ →∇ × →E +� ∂ ∂t ( →∇ × →E) →∇ × →E= −∂ → B ∂t = −µ0∂ → H ∂t →∇ . →B= 0 = µ. →∇ . →H →∇ × →∇ × →H= −σ∂ → H ∂t − �µ∂ 2H ∂t2 →∇ × →∇ × →H=→∇ (→∇ . →H)−∇2 →H ∇2 →H −�µ∂ 2H ∂t2 − σµ∂ → H ∂t = 0 13 A.R. J.S. a partir de →∇ × →E= ∂ → B ∂t →∇ × →∇ × →E= −µ0 →∇ × ∂ →H ∂t = −µ0 ∂ ∂t ( →∇ × →H) = µ ∂ ∂t ( →∇ × →H) →∇ × →H − → j + ∂ → D ∂t = → j + ∂ → E ∂t →∇ × →∇ × →E= −σµ∂ → E ∂t − �µ∂ 2 → E ∂t2 →∇ × →∇ × →E=→∇ (→∇ . →E)−∇2 →E onde →∇ (→∇ . →E) e´ igual a zero →∇ 2→ E −�µ∂ 2H ∂t2 − σµ∂ → E ∂t = 0 2.3 Ondas Monocroma´ticas w = cte → E ( → r , t) = → E (r)e −iwt substituindo na E.D para → E: e−iwt { ∇2 →E +w2�µ →E +iwσ →E } = 0 casos simples 1) va´cuo µ = µ0 = 4pi × 10−7, � = �0 = 8.85× 10−12 onde se propagando ao longo de z. E(z) = E0e ±ikz 14 A.R. J.S. → E (z, t) = → E0 e −i(wt±kz) = → E0 e −iw(±z/c) tomando a parte real → E (z, t) = → E0 cos(wt± kz) 2) Meio diele´trico na˜o-magne´tico e na˜o condutor (� = k�0, µ = µ0, σ = 0) ∇2 →E + ( w √ k c )2 → E= 0 K = √ kw c a onda se propaga com velocidade c n . 3) O meio condutor (σ > 0) ∇2 →E −�µ∂ 2 → E ∂t2 − σµ∂ → E ∂t = 0 E( → r , t) = → E ( → r )e−iwt e−iwt { ∇2 →E (r) + w2�µ →E +iwσµ →E } = 0 Se wσµ << w2�µ ou σ << w� ocorrera´ propagac¸a˜o de uma onda com ampli- tude amortecida. Se σ >> w� o termo associado a propagac¸a˜o ondulato´ria pode ser desprezado.Em uma dimensa˜o: d2 → E dt2 + iwσµ → E k2 = 0 → E (z) = → E0 e ±ikz = → E0 (z)e −αz que cai exponencialmente com z pois k e´ imagina´rio. A transic¸a˜o entre os dois comportamentos ocorre para wc ∼= σ � wc = 1 tc onde tc e´ o termo de relaxac¸a˜o do material. 15 A.R. J.S. 2.4 Condic¸o˜es de Contorno ∮ → B . → da= 0 ∮ → B1 . → da1 + ∮ → B2 . → da2 + ∮ → B3 . → da3= 0 se �→ 0 ∮ → B . → da3= 0 B1 = B2 componente de → E tangencial a` interface →∇ × →E= −∂ → B ∂t ∮ → E → dl= −∂Φ ∂t = − d dt ∫ → B . → da lE1t − lE2t − h1E ′1n − h2E ′ 2n + h¯2E2n + h¯1E1n = dΦ dt se h1 → 0 h2 = 0 E1t = E2t Componente normal do campo → E →∇ . →D= ρf ∫ D. → da= σf = σfA D1⊥ −D2⊥ = σfA D1⊥ −D2⊥A = σfA 16 A.R. J.S. �1E 1 ⊥ − �2E2⊥ = σ no caso em que ocorre correntes →∇ → j= −∂ρ ∂t ∮ → j . → da= −dq dt = −Adσ dt j1n − j2n = −∂σ ∂t q1E1n − q2E2n = −∂σ ∂t caso a corrente na interface seja alternada e caracterizada por um u´nico w. dσ dt = −iwσ logo podemos escrever, para o caso monocroma´tico q1E1n − q2E2n = iwσ 2.5 Energia Eletromagne´tica Ja´ vimos anteriormente que EE = 1 2 ∫ V → E . → D .dV pode ser identificada como a energia potencial eletrosta´tica do sistema de cargas que produzem o campo ele´trico. De maneira semelhante: Um = 1 2 ∫ V → H → B dV foi identificado como a energia armazenada no campo magne´tico. Vamos analisar a aplicabilidade destas equac¸o˜es a situac¸o˜es na˜o - esta´ticas. Multiplicando a lei de Ampe´re-Maxwell por → E: l subtraindo na lei de Faraday escalar → H: 17 A.R. J.S. − →E .(→∇ × →H)+ →H (→∇ × →E) = − → j . → E − →E ∂ → D ∂t − →H ∂ → B ∂t usando que →∇ .(→F × →G) =→G . →∇ × →F − →F . →∇ × →G →∇ .(→E × →H) = − →H ∂ → B ∂t − →E ∂ → D ∂t − →j . →E se considerarmos um meio linear onde → D= � → E → B= µ → H → E ∂D ∂t = → E ∂(� → E) ∂t = 1 2 � ∂(E2) ∂t = ∂ ∂t ( 1 2 → E . → D ) → H ∂ → B ∂t = → H .u ∂ → H ∂t = 1 2 µ ∂ → H 2 ∂t = ∂ ∂t ( 1 2 → H → B ) usanso estas relac¸o˜es ∇(→E × →H) = ∂ ∂t 1 2 (→ E → D + → H → B ) − →j →E o primeiro termo a direita e´ a variac¸a˜o temporal da soma da energia do campo ele´trico mais magne´tico; o segundo termo e´ em muitos casos o negativo da taxa de aquecimento joule por unidade de volume. Integrando em um volume V ∫ V →∇ (→E × →H)dV = − ∂ ∂t 1 2 ∫ V ( → E → D + → H → B)dV ∫ V → j → E dV aplicando o teorema de gauss∮ ( → E × →H)nˆda = − d dt ( 1 2 ∫ V ( → E → D + → H → B)dV ) − ∫ → j → E dV reescrevendo 18 A.R. J.S. − ∫ → j → E dV = − d dt ∫ V 1 2 ( → E → D + → B → H)dV − ∮ → E × →H nˆ → da logo o termo → j → E e´ composto da variac¸a˜o de energia armazenada no campo eletromagne´tico mais uma integral de superf´ıcie. O lado esquerdo representa a poteˆncia transferida ao campo eletromagne´tico devido a movimentac¸a˜o das cargas. Vamos supor que uma carga que se desloca com velocidade constante→ v , sob a influeˆncia de forc¸as mecaˆnicas ele´tricas e magne´ticas, a taxa a qual a forc¸a mecaˆnica realiza trabalho sobre a part´ıcula.[ → Fm +q( → E +v× →B) ] = 0 pois v constante, logo → Fm → v= −q(→E + →v × →B) →v= −q →E→v como a densidade de corrente e´ definida por → j= ∑ i Niqi → vi a taxa segundo a qual o trabalho mecaˆnico e´ realizado e´:∑ i Ni → Fm → vi= − → E → j e esta e´ a densidade de poteˆncia transferida ao campo eletromagne´tico. Como a integral de superf´ıcie envolve apenas o campo ele´trico e magne´tico podemos o interpretar como o fluxo de energia atrave´s de S. Assim a equac¸a˜o expressa a conservac¸a˜o de energia num volume V . Retornando a repre- sentac¸a˜o diferencial e usando as seguintes notac¸o˜es S = → E × →H u = 1 2 (→ E → D + → B → H ) logo →∇ S + ∂u ∂t = − →j →E usualmente trata-se o pro´prio → S= → H × →E (vetor de Poynting), como o fluxo de energia local por unidade de a´rea. 19 A.R. J.S. 2.6 Equac¸a˜o da Onda Uma das consequeˆncias mais importantes da euqac¸a˜o de Maxwell sa˜o as equac¸o˜es de propagac¸a˜o das ondas eletromagne´ticas num meio linear. A equac¸a˜o de onda para → H e´ deduzida, tomando o rotacional da lei de Ampe´re- Maxwell: →∇ × →∇ × →H=→∇ × → j + →∇ ×∂ → D ∂t fazendo D = �E e j = g → E →∇ × →∇ × →H= g(→∇ × →E) + � ∂ ∂t ( →∇ × →E) usando a lei de Faraday e B = µ → H →∇ ×(→∇ × →H) = gµ∂ → H ∂t − �µ∂ 2 → H ∂t2 usando a identidade vetorial: →∇ × →∇ × = ∇ →∇ +∇2 ∇(→∇→H) +∇2 →H= gµ∂ → H ∂t − �µ∂ 2 → H ∂t2 →∇→H=→∇ →B µ obtemos a equac¸a˜o da onda: ∇2 →H −�µ∂ 2 → H ∂t2 − gµ∂ → H ∂t = 0 → E obedece uma equac¸a˜o semelhante →∇ × →∇ × →E= − →∇ ×∂ → B ∂t mas 20 A.R. J.S. →∇ × →B= µg →E +�µ∂ → E ∂t →∇ × →∇ × →E= µg∂ → E ∂t + �µ ∂2E ∂t2 que resulta (usando →∇→E= ρ = 0) ∇2 →E −�µ∂ 2 → E ∂t2 − gµ∂ → E ∂t = 0 estas equac¸o˜es de onda regem os campos ele´trico e magne´tico em meios li- neares na auseˆncia de carga livre e´ claro que estas equac¸o˜es sa˜o condic¸o˜es necessa´rias da equac¸a˜o de Maxwell mas na˜o sufientes, ou seja, ao resolver a equac¸a˜o da onda temos que obter cuidadosamente para estas serem soluc¸o˜es das equac¸o˜es de Maxwell. Vamos estudar agora as soluc¸o˜es do tipo onda monocroma´tica que sa˜o caracterizadas por uma u´nica frequeˆncia. Consideramos a dependeˆncia tem- poral como sendo e−iwt, de forma que → E ( → r , t) = → E ( → r )e−iwt substituindo na equac¸a˜o da onda ∇2 →E e−iwt + (w2eµ →E +iwgµ →E)e−iwt = 0 ∇2 →E +w2eµ →E +iwgµ →E= 0 Vamos analisar os resultados desta equac¸a˜o em diferentes casos: Espac¸o vazio (g = 0, � = �0, µ = µ0). Vamos supor que o campo so´ varie na direc¸a˜o z d2 → E dz2 + ( w c )2 → E= 0 onde c = √ 1 �0µ0 que tem soluc¸a˜o do tipo: → E (z) = → E0 e ±ikz 21 A.R. J.S. k = w c que nos da´ a soluc¸a˜o completa → E ( → r , t) = → E0 e −i(wt±kx) tomando a parte real → E ( → r , t) = → E0 cos(wt± kx) Diele´trico na˜o magne´tico, na˜o condutor (g = 0, � = k�, µ = µ0). A derivac¸a˜o e´ a mesma da anterior com a diferenc¸a que k = √ kw/c definindo, n = √ k, observamos que os resultados sa˜o os mesmos que no va´cuo com a diferenc¸a que a velocidade agora e´ c/n . Meio Condutor (g > 0) e−iwt { ∇2 →E +w2�µ →E +iwgµ →E } = 0 Se g for pequeno, o terceiro termo e´ despres´ıvel perto do primeiro o que leva a soluc¸a˜o de onda: wgµ << w2�µ g << w� no outro estremo quando g ≥ w�, desprezamos o segundo termo: d2 → E(z) dz + iwgµ → E= 0 tomemos o coeficiente de → E real fazendo α = iw real logo w e´ imagina´rio enta˜o: k = √ αgµ a dependeˆncia espacial e´ a mesma. A diferenc¸a reside na dependeˆncia tem- poral: → E ( → r , t) = → E ( → r )e−αt 22 A.R. J.S. 2.7 Condic¸o˜es de Contorno 1) →∇→B= 0, na forma integral∮ → B nˆ → da= 0 ∫ s1 → B nˆ1da+ ∫ s2 → B nˆ2da+ ∫ s3 → B nˆ3da = 0 se fizermos � = 0, tiramos que B11 = B 1 2 2) Componente tangecial de → E, →∇ × →E +∂ → B ∂t = 0 ∫ c → E dl = ∂ ∂t ∫ s → B nˆda logo E ′′ 1 l − E ′′ 2 l + E ⊥ 1 h1 + E ⊥ 2 h2 − E⊥ ′ 1 h1 − E⊥ ′ 2 h¯2 = ∂ ∂t ∫ s → Bnˆda fazendo h1 → 0 e h2 → 0 temso, E ′′1 = E ′′2 3) Componente normal do deslocamento ele´trico ∇D = ρf integrando ∮ s → D nˆ → da= ∫ V ρdV fazendo h→ 0 D⊥1 A−D⊥2 A = σA D⊥1 −D⊥2 = σA 4) Componente tangencial ao campo auxiliar → H →∇ × →H= j ∂ → D ∂t∫ c → H dl = ∂ ∂t ∫ s → D nˆ → da + ∫ s → j nˆ → da que nos da´ H ′′ 1 −H ′′ 2 = j1 23 A.R. J.S. 3 Ondas em Regia˜o de Contorno Usaremos agora as soluc¸o˜es do tipo onda plana para estudar as equac¸o˜es de Maxwell em regio˜es com condic¸o˜es de contorno. Reflexa˜o e Refrac¸a˜o nos limites de dois meios na˜o condutores. Incideˆncia normal Vamos agora estudar o caso onde uma onda eletromagne´tica incide nor- malmente na interface de dois materiais diele´tricos. Estas ondas no caso planas devera˜o satisfazer as condic¸o˜es para serem soluc¸o˜es da equac¸a˜o de Maxwell no meio → k → E= 0 → k → B= 0 → K × →E= w →B → k × →B= −w c2 �r → E (figura) Estamos supondo que deve haver uma onda refletida e outra transmitida, vamos agora impor as condic¸o˜es de contorno a onda → E1 achando a relac¸a˜o entre → E ′ 1, → H ′ 1, → E2, → H2. Pela equac¸a˜o de Maxwell k1 = n1 w c k2 = n2 w c Bˆ = n c u× Eˆ para a onda trasmitida → u2= kˆ, para a onda refletida → u1= −kˆ, logo o campo magne´tico deve obedecer c → B1= jˆn1E1xe i(k1z−wt) c → B ′ 1= jˆn1E ′ 1xe i(k1z−wt) 24 A.R. J.S. c → B ′ 2= jˆn2E ′ 2xe i(k2z−wt) como vimos as condic¸o˜es de contorno para g1 = g2 = 0 (na˜o condutor) requer que todos os campos sejam continuos na interface em qualquer tempo (por isso todas as ondas tem a mesma frequeˆncia w). Impondo a condic¸a˜o na interface em (z = 0) E1x − E ′1x = E2x O campo H deve ser cont´ınuo tambe´m e em meios na˜o magne´ticos (µ1 = µ2 = µ0) n1(E1x + E ′ 1x) = n2E2x podemos resolver as equac¸o˜es acima para E ′ 1x e E2x em func¸a˜o dos dados do problema E1x, n1, n2: E ′ 1x = n2 − n1 n2 + n1 E1x E2x = 2n1 n1 + n2 E1x logo as razo˜es entre os campos sa˜o totalmente determinados pelo ı´ndeice de refrac¸a˜o E ′ 1x E1x = r12 E2x E1x = t12 r12 e t12 sa˜o chamadas de coeficientes de Fresnel. Assim: r12 = (n2 − n1) (n2 + n1) E1x t12 = 2n1 (n1 + n2) 25 A.R. J.S. como experimentalmente o que e´ medido e´ o fluxo me´dio de energia por unidade de a´rea (intensidade), usamos muitas vezes o vetor de Poyinting: S¯ = 1 2 n µ0c (E2p + E 2 s ) escolhemos Ep = Ex (Es = 0). Definimos a reflectaˆncia Rn e a transmitancia Tn para incideˆncia normal: s¯1 ′ s¯1 = Rn s¯2 s¯1 = Tn enta˜o Rn = (r12) 2 Tn = n2 n1 (t12) 2 fazendo a substituic¸a˜o chegamos que Rn + Tn = 1 consideramos ate´ agora somente o caso linearmente polarizado. No caso em que a luz e´ elipticamente polarizada precisamos considerar as componentes perpendiculares → Es= Eˆy 3.1 Reflexa˜o e Refrac¸a˜o nos Limites de dois Meios na˜o Condutores (Incideˆncia Obliqua) Vamos passar a um caso mais geral agora quando uma onda eletro- magne´tica incide em uma superf´ıcie fazendo um aˆngulo θ. Exemplificamos este caso com uma gravura (figura) na figura estamos supondo que as ondas sa˜o todas coplanares, prova-se esta suposic¸a˜o. Levando em conta essa suposic¸a˜o os campos ficam: → E1= Eˆ1pe i( → k1 → r−wt) 26 A.R. J.S. → E ′ 1= Eˆ ′ 1pe i( → k ′ 1 → r−wt) → E2= Eˆ2pe i( → k2 → r−wt) as amplitudes significam Eˆ1p = E˜1ppˆ1 Eˆ ′ 1p = E˜ ′ 1ppˆ1 ′ Eˆ2p = E˜2ppˆ2 Os vetores de propagac¸a˜o sa˜o → k1= k1 → u1 a normal unita´ria a superf´ıcie e´ nˆ = kˆ. Definimos o plano que conteˆm → k1 e nˆ como o plano de incideˆncia (cuja normal e´ → k1 ×nˆ). A componente p da polarizac¸a˜o e´ escolhida como paralela ao plano de incideˆncia. Em geral tambe´m existe uma componente em s de modo que: Eˆ1s = E˜1ssˆ1 Eˆ ′ 1s = E˜1s ′ sˆ1 ′ Eˆ2s = E˜2ssˆ2 Para cada uma das treˆs ondas, → s= → u × →p e p =→s × →u sˆ1 = sˆ1 ′ = sˆ2 = j Pelas condic¸o˜es de contorno para materiais na˜o condutores, temos que os vetores → E e → H devem ser continuos na interface em cada instante de tempo logo na˜o so´ a frequeˆncia w e´ igual em cada instante de tempo como a fase tambe´m deve ser sobre toda a superf´ıcie, ou seja, 27 A.R. J.S. → k1 ′→ r= → k1 → r= → k2 → r esta condic¸a˜o simples provoca consequeˆncias extremamente interessante. E´ bom ressaltar que → r nas equac¸o˜es anteriores na˜o e´ qualquer posic¸a˜o, → r esta´ restrito a superf´ıcie ou seja z = 0, ou, nˆ → r= 0. Considerando a identidade: nˆ× (nˆ× →r ) = n(nˆ →r )− n2 →r= − →r logo um vetor → r na interface: → r= −nˆ× (nˆ× →r ) substituindo nas relac¸o˜es dos → ki → r : → k1 → r= − →k1 [ nˆ× (nˆ× →r ) ] = −(→k1 ×nˆ)(nˆ× →r ) como → r e´ um vetor arbitra´rio da superf´ıcie: → k1 ′ ×nˆ =→k1 ×nˆ = → k2 ×nˆ A primeira conclusa˜o que tiramos dessa equac¸a˜o e´ que os vetores nˆ, → k1, → k1 ′ sa˜o coplanares. O aˆngulo de incideˆncia e´ dado por: → k1 nˆ = k1 cos θ1 → k1 ′ nˆ = −k′1 cos θ ′ 1 → k2 nˆ = k2 cos θ2 portanto ∣∣∣∣→k1 ×nˆ∣∣∣∣ = k1 sin θ1 ∣∣∣∣∣→k1 ′ ×nˆ ∣∣∣∣∣ = k1 sin θ′1 28 A.R. J.S. ∣∣∣∣→k2 ×nˆ∣∣∣∣ = k2 sin θ2 usando a equac¸a˜o k ′ 1 sin θ ′ 2 = k1 sin θ1 = k2 sin θ2 o mo´dulo de k ′ 1 = n1 w c e´ igual a k1 = n1 w c logo θ ′ 1 = θ1 que e´ a lei da reflexa˜o substituindo os valores de k1 e k2 n1 sin θ1 = n2 sin θ2 lei de Snell Para derivar os coeficientes de Fresnell, necessitamos das condic¸o˜es de contorno sobre as componentes do campo magne´tico e ele´trico. Primeira- mente vamos utilizar a identidade vetorial nˆ× (nˆ× →E) = nˆ(nˆ →E)− →E → E= nˆ(nˆ → E)− nˆ× (nˆ× →E) logo nˆ(nˆ → E) e´ a componente normal e −nˆ(nˆ →E) e´ a componente tangencial. Usaremos as condic¸o˜es de contorno nˆ× (Eˆ1 + Eˆ1 ′ ) = nˆ× Eˆ2 nˆ× (Bˆ1 + Bˆ1 ′ ) = nˆ× Bˆ2 lembrando das relac¸o˜es vindas da equac¸a˜o de Maxwell Bˆ = n c → u ×Eˆ Eˆ = − c n → u × →B 29 A.R. J.S. substituindo nas condic¸o˜es de contorno n1nˆ× (→u1 ×Eˆ1+ →u1 ′ × →E1 ′ ) = n2nˆ× (→u2 × → E2) usando que nˆ× (→u × →E) = nˆ(→u Eˆ)− (nˆ →u) →E logo a componente s do campo Es nˆ× (→u ×Eˆs) = Eˆs cos θ n1(Eˆ1s cos θ1 − E ′1s cos θ ′ ) = n2E2s cos θ2 usando a lei de reflexa˜o: n1(Eˆ1s − Eˆ1s ′ ) cos θ1 = n2E2s cos θ2 como s e´ tangencial a superf´ıcie ela deve ser cont´ınua Eˆ1s + Eˆ1s ′ = Eˆ2s vamos considerar casos isolados de polarizac¸a˜o, ou seja, Caso 1: Polarizac¸a˜o s r12s = Eˆ ′ 1s Eˆ1s obtemos usando as equac¸o˜es obtidas anteriormente r13s = n1 cos θ1 − n2 cos θ2 n1 cos θ1 + n2 cos θ2 t12 = 2n1 cos θ1 n1 cos θ1 + n2 cos θ2 Caso 2: Polarizac¸a˜o p: Quando os vetores → E esta˜o na direc¸a˜o pˆ o campo → B esta´ na direc¸a˜o s. Usando a condic¸a˜o de contorno para a componente tangencial de → E nˆ× (E1 + Eˆ1 ′ ) = nˆ× →E2 + c n1 nˆ× (→u × →B1 + →u × → B1s) 30 A.R. J.S. = c n2 nˆ× (→u ×Bˆ2) usando que nˆ× (→u × →B) = B cos θ 1 n1 cos θ1(Bˆ1s − Bˆ′1s) = 1 n2 cos θ2Bˆ2s ale´m disso como o material e´ na˜o magne´tico Bˆ1s + Bˆ ′ 1s = Bˆ2s lembrando que Bˆ ′ 1s = r12pBˆ1s B2s = n1 n2 t12pBˆ1s onde achamos que r12p = n2 cos θ1 − n1 cos θ2 n2 cos θ1 + n1 cos θ2 t12p = 2n1 cos θ1 n1 cos θ1 + n2 cos θ2 logo usamos estes coeficientes de fresnell temos uma soluc¸a˜o completa do problema de contorno, uma vez que uma onda polarizada pode ser decom- posta emcomponentes s e p. Se olharmos estes resultados para θ = 0 as equac¸o˜es resumem-se a incideˆncia normal. Usando as equac¸o˜es junto com a lei de Snell cos θ2 = √ 1− (n1/n2)2 sin2 θ1 podemos expressar os coeficientes de fresnell em termos so´ de n1 e n2 e do aˆngulo de incideˆncia θ1 . Vamos agora achar a relac¸a˜o entre as intensidades. Dividiremos ela conforme a polarizac¸a˜o. 31 A.R. J.S. Rs = nˆs¯1s ′ nˆs¯1s Ts = nˆs¯2s nˆs¯1s Rp = nˆs¯1p ′ nˆs¯1s Tp = nˆs¯1p ′ nˆs¯1p como → S= 1 µ0 n c E2 → u Rs = (r12s) 2 Rp = (r12p) 2 Ts = n2 n1 cos θ2 cos θ1 (t12s) 2 Tp = n2 n1 cos θ2 cos θ1 (t12p) 2 as entidades Rs + Ts = 1 Rp + Tp = 1 32 A.R. J.S. 3.2 Aˆngulo de Brewster e Aˆngulo Cr´ıtico Como vimos na sec¸a˜o anterior R e T dependem do aˆngulo de incideˆncia no caso de dois meios na˜o condutores. Como vimos em cada caso T = 1−R, logo so´ discutirems R. Alguns casos part´ıculares: Caso θi = 0, e enta˜o temos o caso de incideˆncia normal a superf´ıcie, e a reflectaˆncia torna-se maior conforme a raza˜o n2/n1 >> 1 R = ( n1 − n2 n1 + n2 )2 = ( n1/n2 − 1 n1/n2 + 1 )2 Caso θ = pi/2, enta˜o temos uma onda incidindo paralelamente a superf´ıcie, pelas equac¸o˜es vistas: R1s = R1p = 1. aˆngulos pro´ximos de θ = pi/2 (incidencia rasante) tem reflectaˆncia grande. Para aˆngulos de incideˆncia intermedia´rios, ha´ dosi aˆngulos de especial inte- resse. Vamos agora investigar o caso onde na˜o ha´ luz refletida (R = 0), sera´ que este caso e´ poss´ıvel. Examinando o coeficiente de Fresnell na forma: r12s = sin(θ2 − θ1) sin(θ2 + θ1) (3) r12p = tan(θ1 − θ2) tan(θ1 + θ2) (4) podemos ver que se θ2 = θ1, enta˜o ambas as componentes do campo ele´rico na˜o sera˜o refletidos (r12s = r12p = 0), mas pela lei de Snell n1 sin θ1 = n2 sin θ1 n1 = n2 ou seja, os meios sa˜o indistinguive´is ( o que na˜o nos desperta muito interesse). De (3) e (4) podemos visualizar outro caso: se θ1 + θ2 = pi/2 enta˜o tan(θ1 + θ2)→ e R12p = 0, logo so´ uma componente do campo e´ refletida, neste caso n1 na˜o e´ necessariamente igual a n2. Isto significa que se a luz que incide sob essa condic¸a˜o, que tiver uma pola- rizac¸a˜o el´ıptica ou ser ate´ mesmo na˜o polarizada, ficara´ na direc¸a˜o s. Vamos achar o valor de θ1 para qual tal efeito ocorre. (ja´ que nossas varia´veis independentes ou dadas no problema sa˜o n1, n2, θ1 e polarizac¸a˜o da onda incidente) usando a lei de Snell com θ2 = pi/2− θ1 n1 sin θ1 = n2 sin ( pi 2 − θ1 ) = n2 cos θ1 33 A.R. J.S. tan θB = n1 n2 (5) o aˆngulo θB e´ conhecido como aˆngulo de Brewster (a equac¸a˜o (5) e´ chamada de lei de Brewster). A polarizac¸a˜o pelo aˆngulo de Brewster e´ uma maneira de obter radiac¸a˜o polarizada. Se analisarmos as equac¸o`es (3) e (4) novamente veremos que existe outro caso ale´m da incideˆncia razante em que toda a luz e´ refletida, ou seja, Rs = Rp = 1. Se θ2 = pi/2 enta˜o a luz e´ refletida. O aˆngulo θ1 para o qual θ2 = pi/2 e´ chamado aˆngulo cr´ıtico (θc) e pode ser determinado pela lei de Snell. n1 sin θc = n2 sin ( pi 2 ) sin θc = n2 n1 vamos agora analisar este resultado com cuidado, pois usando o resultado do aˆngulo de Brewster sin θc = tan θB = n2 n1 mas a tan θB na˜o e´ restrita quanto ao valor, logo sempre existira´ um aˆngulo de Brewster real. Como tan θ > sin θ, θB < θc. Vamos analisar aˆngulos de incideˆncia maior que o aˆngulo cr´ıtico sin θ2 = n1 n2 sin θ1 > n1 n2 sin θc logo isto requer que sin θ2 > 1 Tal reesultado aparentemente absurdo na˜o apresenta uma complicac¸a˜o muito se´ria. Ela significa que na˜o existe um aˆngulo θ2 real que satisfac¸a a equac¸a˜o de Snell. Pode isso? claro que pode, o que acontece e´ que supomos inicialmente (para deduzirmos a lei de Snell e outras coisas mais) que haveria uma onda transmitida fazendo um aˆngulo θ2 real. Pore´m nosso resultado mostra que nossa suposic¸a˜o inicial na˜ e´ sempre va´lida. Como interpretamos o resultado? O resultado e´ Rs = Rp = 1 quando θ1 ≥ θc analisaremos o porque disso posteriormente. 34 A.R. J.S. 3.3 Coeficientes Complexos de Fresnell e Reflexa˜o por um Plano Condutor Considerando o impasse que surgiu no item anterior (sin θ2 > 1), vamos agora considerar o coeficiente de Frenell como complexo. sin θ > 1 enta˜o cos θ = √ 1− sin2 θ e´ puramente imagina´ria de cos θ, desse modo cos θ2 (que aparece nos coefi- cientes de Fresnell) e´ complexo logo os pro´prios coeficientes sa˜o complexos. Isto tambe´m ocorreria se o meio n2 fosse condutor pois n2 seria complexo, nesse caso a lei de Snell fica: n1 sin θ1 = nˆ2 sin θˆ2 Nosso ca´lculo anterior, na˜o falamos em ı´ndices de refrac¸a˜o complexos, nosso resultado e´ ainda va´lido? Deve ser pois so´ uma condic¸a˜o de contorno e´ alterada k1 sinE1n = k2E2n k1E1n = kˆ2E2n nˆ2 = √ kˆ2 logo a forma e´ a mesma a u´nica diferenc¸a e´ que kˆ2 e´ complexo e como todas as contas feitas tambe´m vale kˆ2 for complexo enta˜o os resultados tambe´m devem ser va´lidos (levando em considerac¸a˜o que n2 → nˆ2 e θ2 → θˆ2). Dessa forma → k1 × →n= → k2 × →n logo → k2 × →n e´ real (porque → k1 × →n= 0) e esta´ na direc¸a˜o jˆ assumindo que o plano de incideˆncia seja z, logo o caso mais geral seria que kˆ2jˆ = 0 definimos o aˆngulo complexo θˆ2 de forma que 35 A.R. J.S. kˆ2.n = ∣∣∣kˆ2∣∣∣ cos θˆ2 enta˜o a lei de Snell torna-se n1 sin θ1 = nˆ2 sin θˆ2 onde sin θˆ2 = √ 1− cos2 θ2 todas as manipulac¸o˜es alge´bricas com as condic¸o˜es de → E e → B sa˜o va´lidas logo os coeficientes de Fresnell tem a mesma forma pore´m agora θˆ2 e nˆ2 sa˜o complexos expressndo na forma polar, ˆr12s = | ˆr12s| eiαs ˆr12p = | ˆr12p| eiαp usando a definic¸a˜o Eˆ ′ 1s = |rˆ12| eiαsEˆ1s Eˆ ′ 1p = | ˆr12p| eiαpEˆ1p logo e´ evidente que o campo → E refletido e trasmitido, enta˜o com a fase alte- rada em relac¸a˜o ao campo E incidente. Para incideˆncia normal (θ1 = 0) do ar (n1 = 1) em um meio condutor (n2 = n+ ik) a reflectaˆncia e´: Rn = (n− 1)2 + k2 (n+ 1)2 + k2 se o segundo meio e´ semi-infinito enta˜o toda a energia transmitida sera´ ab- sorvida pelo condutor. Definimos enta˜o uma grandeza a absorvancia A = 1−R para a incideˆncia normal 36 A.R. J.S. An = 4n (n+ 1)2 + k2 Podemos agora analisar alguns casos particulares Caso 1: n ∼= k >> 1 logo ki = g �0w >> 1 An ∼= 2 k << 1 neste caso ki ∼= 2k2 k ∼= √ g 2�0w An ∼= 2 √ 2�0w g que e´ conhecida como a relac¸a˜o de Hangen-Rubens, que vale para alta condu- tividade e baixa frequeˆncia pois supomos que g �0w >> 1 a onda transmitida e´ importante em problemas como os que sa˜o cnsiderados na sec¸a˜o seguinte. As amplitudes e fases sa˜o dadas por ˆt12p e ˆt12s, e seu vetor de propagac¸a˜o kˆ2 que satisfaz: → k1 ×nˆ = kˆ2 × nˆ kˆ2n = kˆ2 cos θˆ1 sin θˆ2 = √ 1− cos2 θˆ2 O vetor de onda complexo kˆ2 definira´ os planos de fase constante e as velocidades (parte real) assim como os planos de amplitude constante (parte imagina´ria). estas podem ser vizualizadas de: 37 A.R. J.S. kˆ = → kr +i → ki kˆ = kˆ sin θˆiˆ+ kˆ cos θˆkˆ como vimos → k ×nˆ e´ real → k1 ×nˆ = → kr ×nˆ → ki ×nˆ = 0 a equac¸a˜o anterior mostra que → ki e´ paralelo a nˆ → k1 ×nˆ = → kr ×nˆ k1 sin θ1 = kr sin Θ onde Θ e´ um aˆngulo real entre → kr e nˆ o que nos define a direc¸a˜o de propagac¸a˜o da onda. Os planos de amplitude constante sa˜o paralelos a superf´ıcie → ki //nˆ. Em virtude dessas novas definic¸o`es (Θ), vamos reescrever o vetor de propagac¸a˜o dentro do metal: kˆ = kr sin Θiˆ+ kr cos Θkˆ + ikikˆ = k1 sin θ1iˆ+ (kr cos Θkˆ + iki)kˆ k1 sin θ1 = kˆ sinθˆ (6) kr cos Θ + iki = kˆ cos θˆ (7) (6) e´ novamente a lei de Snell, mas (7) junto com kr sin(Θ) = k1 sin θ, ja´ a relac¸a˜o entre kr, ki,Θ e n, k, θ1 que procura´vamos kˆ cos θˆ = w c (p+ iq) de modo que nˆ cos θˆ = p+ iq 38 A.R. J.S. kr = w c √ p+ n1 sin θ1 ki = w c q nos falta determinar p e q, que nos resultaram resolvendo as equac¸o˜es acima e lembrando que nˆ2 = (kr + iki) n 2 1 = k kr − k1 sin2 θ1 = p2 − q2 ki = 2pq p = √ 1 2 [ (kr − k1 sin2 θ1) + √ (kr − k1 sin2 θ1)2 + k2i ] q = √ 1 2 [ (−kr − k1 sin2 θ1) + √ (kr − k1 sin2 θ1)2 + k2i ] a equac¸a˜o para kr pode ser escrita como kr = N w c o que define um ı´ndice de refrac¸a˜o real e da a velocidade de fase c/n, vemos que N satisfaz N sin Θ = n1 sin θ1 N cos Θ = p Agora que definimos aˆngulos complexos vamos voltar a soluc¸a˜o do meio na˜o condutor quando o aˆngulo de incideˆncia era maior que o aˆngulo cr´ıtico. Naquele caso n2 = √ k2r e ki = 0, pore´m, cos θˆ2 e´ imagina´rio quando θ1 > θc cos θˆ2 = √ 1− sin2 θˆ2 = √ 1− ( n1 n2 )2 sin2 θ1 cos θˆ2 = i √√√√(sin θ1 θ2 )2 − 1 39 A.R. J.S. pois sin θc = n2/n1. Agora segundo nossas definic¸o˜es: n2 cos θˆ2 = in2 √√√√(sin θ1 sin θc )2 − 1 = p+ iq de modo que p = 0 q = n2 √√√√(sin θ1)2 (sin θc) − 1 usando isso nos coeficientes de Fresnell ˆr12s = n1 cos θ1 − iq n1 cos θ2 + iq o numerador e´ o nu´mero complexo do denominador de modo que R = ˆr12s ˆr12s ∗ = 1 logo T = 0 (pela conservac¸a˜o de energia). Pore´m os coeficientes de fresnell ˆt12 na˜o sa˜o nulos, logo ha´ campos E e B que na˜o se anulam do meio 2. Vamos tentar enta˜o encontrar → k2 com p = 0. N = n1 sin θ1 = n2 ( sin θ1 sin θc ) logo quando θc < θ1 < pi 2 n2 ≤ N ≤ n1 como N cos Θ = p = 0 Θ = pi 2 40 A.R. J.S. 3.4 Reflexa˜o e Transmissa˜o por uma Camada Delgada Consideraremos duas superf´ıcies de descontinuidade plano infinitas em z = 0 e z = d, em z < 0 temos z > d temos o meio 3. (figura) Um me´todo para resolver este problema e´ impor as condic¸o˜es de contorno nas descontinuidades para → E e para → B. Pore´m usaremos um me´todo mais direto que consiste em utilizar os resultados antes obtidos, para somar ondas trasmitidas e refletidas em cada interface (figura) A interface de fase e´ βˆ = 2kˆ2. → r2 − → k1 . → r as componentes de → r2 → r2= xi+ dk e → r1= 2xiˆ− wpˆ1 p1 = s× u1 = jˆ× →u1 e´ perpendicular a → k1= k1 → u1. Enta˜o: β = 2× (kˆ2iˆ− → k1 iˆ) + 2dkˆ2 → k agora kˆ2iˆ− → k1 iˆ = kˆ2 sin θˆ2 − k1 sin θ1 = 0 de acordo com a lei de Snell kˆ2zˆ = kˆ2 cos θˆ2 βˆ = 2d w c nˆ2 cos θˆ2 = 2d w c (p+ iq) vamos agora somar os coeficientes de Fresnell de todas as ondas refletidas e de todas as ondas transmitidas. rˆ = rˆ12 + ˆt12rˆ23 ˆt21 + ˆt12rˆ23rˆ21rˆ23 ˆt21e i2β + . . . rˆ = rˆ12 + ˆt12rˆ23 ˆt21e iβ [ 1 + rˆ21rˆ23e iβ + (rˆ21rˆ23e iβ)2 ] + . . . 41 A.R. J.S. usando que isto e´ uma se´rie geome´trica 1 + z2 + z2 + . . . = 1 1− z rˆ = rˆ12 + ˆt12rˆ23 ˆt21e iβ 1− rˆ12rˆ23eiβ usando que rˆ12 = −rˆ21 e que rˆ122 + ˆt12 ˆt21 = 1 rˆ = rˆ12 + ˆt12rˆ23 ˆt21e iβ 1 + rˆ12rˆ23eiβ = rˆ12 + ˆt12 ˆt23 ˆt21e iβ 1 + rˆ12rˆ23eiβ um ca´lculo semelhante fornece a amplitude transmitida para o meio 3: tˆ = ˆt12 + ˆt23e iβ/2 1 + rˆ12rˆ23eiβ 3.5 Propagac¸a˜o entre Placas Condutoras Paralelas Agora estudaremos o caso de um meio diele´trico entre placas planas pa- ralelas condutoras ou seja, temos novamente um problema de contorno. Para simplificar consideraremos a condutividade do metal como infinita ou seja, ki →∞ e nˆ2 →∞, logo ˆr12s = −1 ˆr12p = 1 para a reflexa˜o em um plano condutor com qualquer aˆngulo de incideˆncia. O meio diele´trico considerado sera´ o va´cuo, (figura) Cosideramos uma onda com vetor de onda → k que se propaga entre duas placas plano codutoras uma em y = 0 e outra em y = a. Consideremos → k no plano yz formando um aˆngulo θ com o eixo y no plano de incideˆncia. A outra sera´ refletida primeiramente pelo plano em y = a, o vetor de onda refletida fara´ um aˆngulo de θ com o eixo y negativo. Essa onda ao chegar em y = 0 42 A.R. J.S. sera´ novamente refletida, fazendo o vetor → K voltar a fazer um aˆngulo θ com o eixo dos y positivo. Logo podemos escrever as ondas como: ei[k(y cos θ+z sin θ)−wt] (8) ei[k(−y cos θ+z sin θ)−wt] (9) para ondas desse tipo a duas polarizac¸o˜es poss´ıveis: Polarizac¸a˜o s , ou seja, → E na direc¸a˜o x, esse caso e´ chamado de transversal ele´trica. T.E. Polarizac¸a˜o p, ou seja, → H na direc¸a˜o x, esse caso e´ chamado de transversal magne´tica TM. Consideramos o caso da transversal ele´trica. O campo ele´trico na regia˜o entre os dois planos e´ dado por: → E= xˆ ( E1e i[k(y cos θ+z sin θ)−wt] + E ′ 1e i[k(−y cos θ+z sin θ−wt]) vamos agora utilizar nossos resultados anteriores, da definic¸a˜o dos coeficientes de Fresnell E ′ 1 = r12sE1 E ′ 1 = −E1 logo nossa onda pode ser reescrita como → E= xˆE(e iky cos θ − e−iky cos θ)ei(kz sin θ−wt) (10) As condic¸o˜es de contorno sa˜o Et = 0 (que e´ o nosso caso pois xˆ e´ paralelo aos planos) em y = 0 e y = a0 vemos, da equac¸a˜o (10) que a condic¸a˜o em y = 0 e´ automaticamente satisfeita a condic¸a˜o em y = a so´ sera´ satisfeita se colocarmos certas restric¸o`es em k. ka cos θ = npi (11) onde n e´ um valor inteiro. Qual o significado f´ısico disto? Lembramos que k = w c , logo se consideramos w como dado enta˜o θ tem os valores fixos dados por (11). Calculando este aˆngulo, poderiamos dizer que a velocidade aparente na direc¸a˜o z e´: vp = c sin θ 43 A.R. J.S. que e´ para qualquer valor de θ, maior ou igual a velocidade da luz. Tal para- doxo resolveremos mais tarde. Expressaremos a variac¸a˜o no campo ele´trico nas direc¸o˜es y e z em termos de comprimentos de onda como se segue: λg = 2pi k sin θ = λ0 sin θ λ0 = 2/pi k = 2pic w na direc¸a˜o z. λz = 2pi k cos θ = λ0 cos θ logo o campo ele´trico fica → E= kˆE0 sin 2piy λc ei[(2piz/λg)−wt] as restric¸o˜es impostas pelas condic¸o˜es de contorno ficam a λc = n 2 (12) tambe´m temos a relac¸a˜o: 1 λ2g + 1 λ2c + 1 λ20 (13) se na equac¸a˜o (12) n = 1 enta˜o λc = 2a, como λ0 so´ da frequeˆncia ele pode tomar valores maior que 2a nessa situac¸a˜o λg e´ imagina´rio, isto significa que a onda resultante sera´ atenuada na direc¸a˜o z, tal fato sempre ocorre quando λ0 > λc por isso λc e´ chamada frequeˆncia de corte. Na velocidade vp obtida anteriormente, esta sempre excede a velocidade da luz, e torna-se infinita quando θ = 0 (λc = λ0) Quem e´ vp? vp significa a velocidade de fase, ou seja, a velocidade com que se propagam planos de fase constante. A soluc¸a˜o desse paradoxo reside que a energia se propaga com uma velocidae menor que a da luz, ou seja, com A assim chamada velocidade de grupo e na˜o com a velocidade de fase. Para obtermos a velocidade com que a energia se propaga vamos utilizar da relac¸a˜o → s= u. → v onde u e´ a energia armazenada no campo, logo 44 A.R. J.S. v = ∣∣∣→s ∣∣∣ u para calcular u precisamos de → E e → B, ja´ temos → E, para obtermos → B utilizamos a lei de Faraday →∇ ×E = −∂B ∂t → B ( → r , t) = zˆE0 2pi wλc sin 2piy λc ei[(2piz/λg)−wt] +izˆE0 2/pi wλg cos 2piy λc ei[(2piz/λg)−wt] para calcular o vetor de Poyinting usamos → s= → E × →H calculando U¯ usando → u= 1 4 Re[ → E ∗ . → D + → B ∗ . → H] e S¯ usando → s= 1 2 ReE 2 xHy3.6 Guia de Ondas Como vimos → E e → H satisfazem a equac¸a˜o da onda no espac¸o livre: ∇2 →E −�0µ0∂ 2 → E ∂t2 ∇2 →H −�0µ0∂ 2 → H ∂t2 = 0 para ond na forma 45 A.R. J.S. → E ( → r , t) = → E ( → r )e−iwt logo as equac¸o˜es ficam ∇2 →E +w 2 c2 → E= 0 ∇2 →H +w 2 c2 → H= 0 Pore´m essas equac¸o˜es poe si so´ na˜o caracterizam totalmente os campos, e´ preciso satisfazer as equac¸o`es de Maxwell. Para uma onda transversal ele´trica (TE) propagando na direc¸a˜o z, Ez = 0. Ondas que se propagam na direc¸a˜o z possuem as cinco quantidades de campo restantes proporcionais a ei2piz/λg . As equac¸o˜es do rotacional de Maxwell neste caso sa˜o: →∇ × →E −iµ0w → H= 0 ∂Ey ∂x − ∂Ex ∂y − iµ0wHz Ex = µ0wλa 2pi Hy Ey = −µ0wλg 2pi Hx →∇ × →H +i�0w → E= 0 ∂Hz ∂y − 2pii λg Hy + i�wEx = 0 2pii λg Hx − ∂Hz ∂x + i�0wEy = 0 ∂Hy ∂x − ∂Hx ∂y = 0 46 A.R. J.S. substituindo chegamos que partialHz ∂y = ( 2pii λg − i�0µ0w 2λg 2pi ) Hy ou seja, Hy pode ser achado se conhecermos Hz, de maneira ana´loga podemos obter Hx em func¸a˜o de Hz. Logo todas as componentes dos campos podem ser determinadas em func¸a˜o de Hz. Mas Hz deve satisfazer a equac¸a˜o da nda o que nos permite achar Hz se soubermos as condic¸o˜es de contorno apropriadas. ∂2Hz ∂x2 + ∂2Hz ∂y2 + ( w2 c2 − 4pi 2 λ2g ) Hz = 0 Vamos agora estudar o caso de um guia de onda retangular: (figura) usando separac¸a˜o de varia´veis chegamos a seguinte soluc¸a˜o geral para Hz: Hz = [A cos(kxx) cos(kyy) +B cos(kxx) sin(kyy) + (sin(kxx) cos(kyy) +D sin(kxx) sin(kyy)]e 2piiz/λy onde kx e ky devem obedecer: −(k2x + k2y) + w2 c2 − ( 4pi λy )2 = 0 escrevendo Ex em func¸a˜o de Hz Ex = −µ0wλg 2pi ( 2pii λg − i�0µ0w 2λg 2pi )−1 ∂Hz ∂y o campo Ey deve se anular y = 0 e em y = b, para que isso acontec¸a ∂Hz ∂y ∣∣∣∣ y=0 e ∂Hz ∂y ∣∣∣∣ y=s deve ser zero, logo para y = 0 ser satisfeitos na˜o deve existir termos, em sin(kyy) em hz a segunda condic¸a˜o e´ satisfeita se ky = npi b . Fazendo trata- mento semelhante para Ey chegamos que o campo Hz e´ 47 A.R. J.S. Hz = A cos mpix a cos npiy b e2piizλy onde m e n sa˜o inteiros que satisfazem:( 2pi λy )2 = ( 2pi λ0 )2 − ( npi b )2 − ( mpi a )2 para uma onda (TE)mn (modo m n) pode -se mostrar que σT = 8pi 3 R2e tambe´m e´ obtido apartir da teoria de espalhamento em materiais a altas frequeˆncias n ∼= 1, k1 << 1, k0 << 1 no interior de um metal s = E2 µ0c = 1 µ0c E20e −2z/γ onde α = 2 γ . Na pra´tica usa-se no lugar de α o paraˆmetro µl (coeficiente linear de absorc¸a˜o) µ0 = µmρ ρ→ massa espec´ıfica δ = c wk0 e´ a profundidade de atenuac¸a˜o se considerarmos o volume por ele´tron Vol = σT δ α Vol = σTλ λ = δ 2 48 A.R. J.S. se Vol = nu´mero de ele´trons m3 = 1 vol λσ = 1 N σT = 2 Nδ = 2k0w Nc δ ∼= 109Hz k0 ∼= w2pγ 2w3 usamos γ = 4pi 3 ( Re λ ) w onde λ = 2pic w 49
Compartilhar