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Teoria Geral do Delito ● Conduta: ↳ Capacidade de praticar por, si mesmo, ações ou omissões, independentemente de sua idade ou estado mental. ↳ As pessoas jurídicas e associações NÃO são capazes de praticar conduta em sentido NATURAL e não podem, via de consequência, serem afligidas com pena criminal. ↳ Hipóteses de ausência de conduta: a) atos impulsionados por força irresistível da natureza ou por coação física humana; b) atos meramente somáticos; ⇘ são os atos que não tem como “brigar” contra eles”. c) atos praticados durante o sono (desde que não sejam em situação de “actio libera in causa”); d) atos praticados durante o sonambulismo ou primeira crise epiléptica. ● Teoria da Conduta: ↳ O escopo da teoria da conduta é abarcar em um único conceito todas as formas de atuação humana: ● AÇÃO e OMISSÃO; ● OMISSÃO PRÓPRIA e IMPRÓPRIA; ● DOLO e CULPA. 1) Teoria Causal: ↳ Essa teoria descobriu o tipo OBJETIVO. a) conduta: movimento corporal voluntário, causador de um resultado. b) tipicidade: o tipo penal descreve apenas o aspecto exterior do fato. ⇘ o movimento corporal e o resultado. c) antijuridicidade: importa apenas o fator externo de ma causa de justificação. d) culpabilidade: é um gênero do qual são espécies o dolo e a culpa, exigindo: ➔ imputabilidade; ➔ consciência EFETIVA da ilicitude; 2) Teoria Finalista: ↳ Essa teoria descobriu o tipo SUBJETIVO. ↳ O finalismo explica bem a ação dolosa e a omissão imprópria dolosa, mas não explica a culpa e a omissão própria. a) conduta: é um comportamento humano dirigido a uma finalidade. ⇘ vontade dirigida a um fim. b) tipicidade: o tipo penal descreve o aspecto exterior (ação ou omissão) E interior (dolo e culpa). c) antijuridicidade: importam o aspecto externo e interno (intenção) de uma causa justificante. d) culpabilidade: é o juízo de censura, feito pelo juiz, e contém três elementos: ➔ imputabilidade; ➔ consciência (leiga) potencial da ilicitude; ➔ exigibilidade de conduta diversa; 3) Teoria Social: ↳ É uma teoria pós-finalista. a) conduta: é um comportamento socialmente relevante dirigido (dolo) ou dirigível (culpa) pela vontade humana. b) tipicidade: o tipo penal descreve o aspecto exterior e o interior como no finalismo. c) antijuridicidade: importam o aspecto externo e o interno (intenção) de uma causa justificante como no finalismo. d) culpabilidade: a culpabilidade possui: ➔ FORMAS: ➢ dolosa; ➢ culposa; ➔ ELEMENTOS: ➢ imputabilidade; ➢ consciência potencial da ilicitude; ➢ exigibilidade de conduta diversa; ● Teorias Pós-Sociais: 1) Teoria Negativa da Conduta: ↳ Diz que a conduta é “não evitar o evitável, na posição de garante”. 2) Teoria da Absorção da Conduta pelo Tipo: ↳ Como é muito difícil chegar em um conceito de conduta, essa teoria não se preocupa em formular um conceito universal de conduta. ↳ Dessa forma, deixa essa tarefa para o tipo penal pois este absorve a conduta. 3) Teoria Liberal da Conduta: ↳ Acredita que a conduta é a exteriorização da liberdade humana de modo consciente. 4) Teoria Pessoal da Conduta: ↳ Diz que a conduta é uma manifestação da personalidade do homem e apenas do homem. ● Sistemáticas do Direito Penal: 1) Sistemática Clássica: ↳ Criou o tipo objetivo, que continha apenas elementos objetivos-descritivos. 2) Sistemática Neoclássica: ↳ Criou os elementos normativos do tipo e os elementos objetivos do injusto. 3) Sistemática Finalista: ↳ Criou o tipo subjetivo AO LADO do tipo objetivo. 4) Sistemática Funcionalista: ↳ Desenvolveu a imputação ao tipo objetivo, criando o nexo de imputação. ↳ Não haverá nexo de imputação quando o agente, com a sua atuação, causar um risco permitido ou tolerável para a sociedade e para o bem jurídico. ↳ Porém, quando o agente, com a sua conduta, provocar um risco acima do tolerável, HAVERÁ nexo de imputação contra ele. ● Critérios que AFASTAM o Nexo de Imputação: ↳ São cinco os critérios que afastam o nexo de imputação: a) o risco era TOLERÁVEL ou PERMITIDO; b) o agente DIMINUIU o risco para o bem jurídico; c) o agente NÃO AUMENTOU o risco para o bem jurídico; d) o risco NÃO SE MATERIALIZOU no resultado típico; e) o fato, como ocorreu, está FORA DO ALCANCE DO TIPO PENAL. Funcionalismo Penal ● Racional-Teleológico: ↳ Teoria de Claus Roxin. ↳ Diz que a norma penal sempre protege um bem jurídico, limitada na confecção dos tipos. ⇘ atrás de cada tipo penal há um bem jurídico relevante para a sociedade. ↳ Essa teoria só funciona em uma sociedade social-democrata. ● Sistêmico: ↳ Teoria de Gunther Jakobs. ↳ Diz que a norma protege a própria norma (sistema normativo). ↳ A sociedade é autopoiética. ↳ A sociedade faz-se a si mesma, em termo e valores → os valores de hoje podem não ser os esmo de amanhã. ● Direito Penal do Inimigo: 1) Tipicidade: ↳ É o enquadramento da conduta do agente no tipo legal com exatidão. ↳ Passou por três fases. a) primeira fase: ↳ total independência entre o tipo e a antijuridicidade. b) segunda fase: ↳ o tipo é um indício da antijuridicidade. ⇘ ex: quando alguém comete uma conduta típica, tudo INDICA que a conduta também seja antijurídica. c) terceira fase: ↳ teoria do tipo total do injusto. ↳ o tipo é a razão de ser da antijuridicidade. ↳ são analisados de modo conjunto. ↳ quando não há nexo de imputação, os dois caem de forma conjunta.